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2014- 50 anos da ditadura civil militar no Brasil

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50 ANOS DA DITADURA MILITAR NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Resumo 
 
2014:50 anos do início da ditadura civil-militar no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Autor: Enio Amorim 
 
 Reprodução autorizada, mas cite a fonte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 São Paulo 
 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2014 
 50 anos da ditadura civil militar no 
Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
A parte ainda mais resumida está em meu blog: http://enioamorim.webnode.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
 2014:50 anos do início da ditadura no Brasil. 
 
. 
 
Mas afinal, o que foram os famosos anos dourados, os anos de chumbo? 
 
 É justamente isso o objetivo desse estudo/resumo fornecer algumas informações 
a respeito do que foi a ditadura civil-militar no Brasil, nas áreas: Economia e Política. 
Segundo a autora, Maria José de Rezende, desde os primeiros momentos após 
o golpe de 1964, o regime tentava conseguir um projeto de organização social 
insistindo que seus objetivos e ações focavam instaurar o que eles chamavam de 
“verdadeira democracia” no país. O regime militar buscava o reconhecimento para os 
seus propósitos procurando: valores militares e valores ligados à família, à pátria, à 
ordem e à disciplina. Pois, havia uma suposta identificação perfeita entre os militares 
no poder e o povo. Ao pressupor que havia essa identificação, os militares criavam 
uma ação para toda a sua ação. Assim tudo o que estava fora deste limite deveria ser 
rapidamente repelido e/ou eliminado. 
Segundo o jornal Folha de São Paulo, em março de 1964, quando tropas do 
Exército foram às ruas para derrubar o governo do então presidente João Goulart, 50 
anos após o golpe, o país vive quase três décadas em um regime democrático, em 
que os governantes são escolhidos pela população em eleições regulares e todo 
mundo é livre para dizer o que pensa sem medo de ser preso por suas opiniões. 
 Desde o termino do golpe, o país foi governado sucessivamente por um professor 
exilado depois do golpe, Fernando Henrique Cardoso, um líder operário preso durante 
a ditadura, Luiz Inácio Lula da Silva, e uma ex-guerrilheira presa e torturada, Dilma 
Vanna Rousseff. 
 Uma rápida avaliação nos leva dizer que a chegada dessas pessoas ao poder 
demonstra que a transição do país para a democracia foi um sucesso. A ditadura 
modernizou a economia, obviamente que há controvérsias, mas obteve apoio popular 
nos seus primeiros anos. Convém deixar claro que esta análise não é, de forma 
alguma, uma tentativa de apoiá-la ou defini-la como democrática. 
Segundo Rezende, no entanto, a modernização na economia não foi capaz de 
mudar as inúmeras controvérsias provocadas pelo golpe, como por exemplo, os 
crimes cometidos no período são tratados, até hoje, como um tabu pelas Forças 
Armadas. E, segundo Rezende e o comandante Paulo de Mello Bastos, as reformas 
necessárias naquela época continuam na ordem do dia: reforma agrária, fiscal, 
urbana. 
 
 Jânio Quadros e João Goulart 
 
Segundo o jornal Folha, em 1961, quando o presidente Jânio Quadros renunciou, 
os três ministros militares divulgaram um manifesto contra a posse de João Goulart, o 
Jango, como é popularmente chamado, que era o vice-presidente eleito. 
 
Quem era Jango? 
 
Segundo o site Brasil escola, Jango era amigo e íntimo de Getúlio Vargas, logo, 
Vargas cogitou a possibilidade de torná-lo político. Com a morte de seu pai, Jango 
herdou as grandes propriedades e uma grande quantia em dinheiro de sua família. 
 Por volta de 1945, quando Getúlio retornou de sua cidade natal, Vargas visitou 
novamente Jango e suas propriedades, ao ver suas terras o convidou a ingressar na 
carreira pública, isto é, na política. 
 Ao entrar na política, se tornou presidente do Partido Trabalhista Brasileiro, o 
PTB, partido fundado por Vargas em 1945; depois tornou-se deputado estadual e 
grande confidente do Getúlio Vargas. Vargas, ao notar o interesse de Jango, o 
convenceu á participar das eleições de 1950, e em 1953 e o nomeou como ministro 
do trabalho, indústria e comércio em seu segundo mandato presidencial que foi (1951-
1954). 
 Após a morte de seu padrinho político, Getúlio, em agosto de 1954, Jango ainda 
era presidente do PTB, e segundo Phillis Parker, nesse contexto foi lançado como 
vice-presidente de Juscelino Kubitschek. 
 Quando Jânio Quadros foi eleito presidente da república, em 1961, Jango, 
novamente, candidatou-se como vice. Quadros é eleito e por sequência Jango ganha 
a vice-presidência. Nesse contexto João Goulart é aclamado por seus eleitores devido 
sua aproximação com os trabalhadores e sindicatos, sendo assim, Goulart faz 
promessas de um melhor padrão de vida aos pobres. 
 
 Quem era Jânio Quadros? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte imagem: sou mais enem 
 
 
 
 
 Jânio Quadro, no centro com a vassoura na mão simbolizando seu desejo de 
varrer a corrupção. 
 
 Segundo o professor Renato Cancian, na eleição presidencial de 1960, saiu 
vitorioso o então candidato Jânio Quadros, no entanto seu mandato foi curto com 
duração de apenas sete meses, pois renunciou-se no dia 25 de agosto de 1961. 
 Nesse curto período de governo, Jânio praticou política econômica e política 
externa que desagradaram desde políticos que o apoiavam, Forças Armadas até 
segmentos sociais. Sua renúncia causou uma crise delicada na história do Brasil, 
causada pela posse do vice-presidente João Goulart, pois este tinha certos atritos com 
os militares e não era aceito pelas elites. 
 Esses descontentamentos foram em decorrência de sua política econômica, 
nessa época houve uma forte crise financeira levando a uma intensa inflação, déficit 
da balança comercial e aumento da dívida externa e, para conter a turbulência, 
Quadros adotou medidas drásticas. Houve restrição ao crédito, congelamento de 
salários e incentivo ás exportações. Na política externa Jânio deu início a uma 
aproximação com a União das Repúblicas Socialista Soviética (URSS) e demais 
países socialistas, vinda do coronel cubano Fidel Castro e o argentino Ernesto Che 
Guevara. Movimentos, para aquela época, polêmicos. 
 De acordo com especialistas e estudiosos do período, as atitudes de Jânio 
Quadros eram para que se traduzisse em uma ampliação comercial e diplomática com 
o Brasil, porém não foi isso que entendeu os militares e o governo norte-americano. 
Segundo o professor Renato, Jânio era vinculado á UDN e, em sequência, vinha 
sofrendo oposição da classe dominante e dos generais. Devido as pressões, Jânio 
Quadros renuncia em 25 de agosto de 1961. 
Analista e cientistas argumentam que a renúncia de Jânio foi algo estratégico por 
parte dele, pois com seu pedido de desligamento da presidência, na verdade Jânio 
Quadros pretendia comover a população e, em seguida, estas pedirem seu retorno, 
logo ele ganharia poderes no Legislativo. Infelizmente sua jogada não funcionou, pois, 
a população aceitou sua renúncia. 
Vale lembrar que o presidente Jânio Quadros tinha características “teatrais”. 
Jânio, ao fazer comícios, jogava pó sobre os ombros para demonstrar que tinha 
Caspa, umaforma de parecer ser “homem do povo”, tirava do bolso sanduíches de 
mortadela e comia em público. 
 Com a renúncia de Jânio Quadros quem assume a presidência é João Goulart. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 João Goulart 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte imagem blog do Tarso 
 
No dia 13 de março de 1964 já na presidência, João, faz um comício no Rio de 
Janeiro, que digamos para agradecer aos seus eleitores por ter sido eleito, no entanto, 
o que era para ser uma comemoração, tornou-se um problema de grande proporção. 
Jango, nesse comício, promete uma reforma agrária e uma política em favor aos 
pobres, trabalhadores e proletariados. Muitos eram a favor dessas palavras, mas a 
oposição composta por: padres, empresários e católicos mais o governador Adhemar 
Barros eram contrários. Pois esse grupo dizia que tais comentários como, por 
exemplo, reforma agrária e reforma eleitoral, eram medidas comunistas. Devido a uma 
ameaça comunista foi elaborado um movimento denominado Marcha da Família com 
Deus pela Liberdade. 
 
Segundo o jornal Folha veja a relação dos partidos no governo João Goulart. 
 
% no início de mandato de João Goulart. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte:FOLHA 
 
 
 
 
 
 
 
PARTIDOS CADEIRAS 
 
ESQUERDA 8 
PDT 20 
PSD 35 
UDN 22 
CONSERVADOR 15 
% após a eleição de João Goulart. 
 
 
Fonte: FOLHA 
 
Após tal discurso, dá-se início ao mais popular e a uma vergonhosa história do 
Brasil, chamada Ditadura Civil- Militar ou Golpe Militar de 1964, esse golpe contava 
com apoio da: imprensa e dos partidos de direita. 
Segundo o jornal Folha de São Paulo, o mandato de João Goulart começou a 
deteriorar na madrugada do dia 31 de março de 1964, pois o general Olympio Mourão 
Filho que comandava uma divisão de infantaria em Juiz de Fora (MG) irritou-se com 
o discurso (explicado anteriormente) feito por Jango na véspera de assumir a 
presidência. Esse general antes mesmo de colocar sua farda telefonou aos outros 
companheiros em outros Estados para comunicar que enviaria soldados para 
derrubar o então presidente. 
 Havia meses que políticos e empresários conspiravam contra o governo de 
Jango, mas essas articulações eram fracas, logo não tinham força de destituí-lo do 
poder. Por outro lado, o núcleo do então general Olympio era um dos mais ativos, ele 
não consultou ninguém de seu núcleo antes de pôr seus soldados na direção de João 
Goulart. Com isso Jango foi derrubado em dois dias sem que fosse feito nenhum 
disparo de arma. 
 As tropas, enviadas por João Goulart para conter os rebeldes enviados pelo 
general Olympio, mudaram de lado assim que encontraram os soldados do general. 
Estas tropas que até o dia 31 juravam fidelidade ao presidente o abandonaram no dia 
seguinte, sendo assim os soldados do general Olympio alcançaram o objetivo de 
forma tão rápida que até hoje causa espanto. 
Segundo o site Brasil escola, João Goulart, após sua queda, refugiou-se em 
Montevidéu, Uruguai, onde ainda tentou formar uma Frente Ampla em parceria com 
seu parceiro político, Brizola, para restabelecer o regime democrático brasileiro, no 
entanto não conseguiu. Vindo a falecer, no exílio, aos 76 anos na Argentina. 
 
 
 
. 
PARTIDOS CADEIRAS 
 
ESQUERDA 12 
PDT 29 
PSD 28 
UDN 22 
CONSERVADOR 9 
 
Segundo o jornal Folha, uma importante curiosidade ainda no governo do 
presidente João Goulart. O congresso era dominado pelos conservadores, apesar de 
um avanço eleitoral da esquerda. Muitos destes parlamentares receberam de forma 
clandestina apoio financeiro do governo norte americano, EUA, isto é, este injetou 
milhões de dólares nas campanhas de candidatos que faziam oposição á Jango. 
 
 Regime Parlamentarista 
 
 
 Segundo o jornal Folha, em junho de 1962, o então presidente João Goulart 
propôs a antecipação de um plebiscito sobre o sistema de governo que estaria 
previsto para ser feito em três anos, sendo também desejo dos militares. O Congresso 
decidiu então convocar a consulta popular para janeiro de 1963. 
 Resultado desse plebiscito, a população optou pelo regime presidencialista. 
 Após a queda do presidente eleito pelo voto direto, João Goulart, então em 
1964, o Brasil passou por um curto período de regime parlamentarista, ou seja, nesse 
regime, apesar de exceções, normalmente, o primeiro ministro ou chanceler é o 
executivo, em outras palavras, o mesmo que poder executivo. 
 Esse regime foi uma transição para a ditadura civil-militar no Brasil, e teve 
como primeiro ministro Tancredo Neves, entre outros nomes. Segundo o jornal Folha, 
Tancredo era um político conciliador que também foi ministro no governo Vargas. 
 Segundo o professor Octaciano Nogueira, embora o parlamentarismo ter sido 
um período de curta duração. O parlamentarismo não foi uma boa experiência para o 
Brasil, pois foi muito conturbado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Governo Humberto Castello Branco (1964-1967), anos de 
chumbo. 
 
 
Fonte: manifesto público brasileiro 
 Segundo o professor Cancian, o presidente Humberto Castello Branco era 
considerado um militar moderado, sendo assim, ele foi pressionado por militares mais 
radicais a realizar uma série de Inquéritos Policiais Militares, IPMs. 
O que era o IPMs? Tinha por objetivo punir todos os cidadãos que tivessem 
vínculos políticos com o governo deposto, o João Goulart ou que fizessem parte de 
algum movimento de oposição ao regime. 
 Greves foram proibidas, houve intervenção do governo nos sindicatos 
trabalhistas. 
De acordo com o jornal Folha, o governo norte americano foi o primeiro a 
reconhecer o Governo militar brasileiro, sendo o general Castello Branco como 
primeiro a assumir a presidência no Brasil. 
Ainda de acordo com a Folha, quando falado ao presidente dos EUA, Lyndon 
Johnson, que os militares iriam dar início a uma perseguição aos seus opositores 
políticos, porém essa perseguição deveria ser feita com cautela, o então presidente 
respondeu: que não estava preocupado e, reforçou, “que gostaria que tivessem 
prendido alguns antes de eles tomarem Cuba”. 
 
Economia 
 
 
De acordo com a Folha, a economia brasileira estava estagnada quando os 
militares assumiram. Castello Branco, como primeiro presidente militar, assim que 
assumiu o governo, adotou um ambicioso programa de reformas, com três objetivos: 
equilibrar as contas do governo, controlar e desenvolver o mercado de crédito. 
Primeiro programa de governo foi batizado como Plano de Ação Econômica do 
Governo, o PAEG, que foi elaborado pelos economistas e o general Roberto Campos, 
que assumiu o Ministério do Planejamento e Otávio Bulhões que ficou responsável 
pelo Ministério da Fazenda. 
Tal programa consistia em: reforma monetária, reforma tributária, reforma 
bancária, política salarial e política habitacional. 
A primeira novidade no governo Castello Branco, foi à introdução da reforma 
monetária. A novidade permitiu ao governo que começasse a cobrir seu gasto através 
de venda de títulos financeiros no mercado, coisa que não era possível anteriormente, 
devido ao temor dos investidores em virtude da alta da inflação, pois ela derreteria os 
lucros dos investidores. A correção monetária também colaborou na arrecadação de 
impostos vindos das empresas, pois aumentou as obrigações destas. 
Outra novidade foi à criação do Banco Central. Essa instituição ficou encarregada 
de controlar a inflação e a oferta de moeda na economia. 
Para conteros salários, o PAEG introduziu uma formula na inflação, tal formula, 
inventada pelo economista Mário Henrique Simonsen, significou em perdas aos 
trabalhadores, porque os cálculos sempre subestimavam as projeções da inflação, 
mas o aperto aliviou os custos das empresas e ajudou a reter os preços e, em seguida, 
retomar o crescimento da economia nos anos seguintes. 
 Segundo o jornal Folha, as medidas adotadas pelo general Castello Branco, para 
ajudar na recuperação da economia, diminuiu o déficit nas contas do governo e 
reduziu a inflação para 34% em 1965. Tais medidas contribuíram para restaurar a 
confiança dos investidores no Brasil e, em consequência a isso, começou a atrair 
investimentos e empréstimos. No entanto, ainda faltava o país crescer. 
 
O Banco Central, na época do general Roberto Campos, não possuía autonomia. 
Dizia Campo “O guardião da moeda sou eu”. 
 
No governo de Castello Branco, o ministro do planejamento, Roberto Campos, 
que também fora Presidente do Banco Central, adotou uma política econômica anti-
inflacionária, que segundo o professor Ranato Cancian, causou desemprego e 
provocou aperto salarial (redução salarial). De tal forma que de 1964 até 1967, 
centenas de pequenas empresas fecharam suas portas. 
De acordo com o professor Cancian, o governo incentivou os investimentos 
estrangeiros no Brasil, exportações e a produção de bens duráveis, como por 
exemplo, automóveis e eletrodomésticos. O mercado consumidor aumentou, no 
entanto quem beneficiou-se com esse mercado fora a classe dominante, isto é, os 
mais ricos. 
 
 
Os Atos Institucionais 
 
 
 
Segundo Renato, a expectativa geral era de que a passagem dos militares pela 
política nacional fosse breve, para que, em seguida, retomasse o regime democrático. 
No entanto, infelizmente, isso não ocorreu. 
De acordo com o professor Cancian, em outubro de 1965 Castello Branco assinou 
o Ato Constitucional nº 2, o AI-2, para ampliar o poder Executivo Federal e estabelecer 
eleições indiretas, nesse contexto inicia o bipartidarismo, com a criação de duas 
agremiações política (cabe lembras que nessa época ainda não usada a palavra 
“Partido”): Arena, Aliança Renovadora Nacional; MDB, Movimento Democrático 
Brasileiro. A seguir é também criado o AI-3, que significava o estabelecimento de 
eleições indiretas para os cargos de governador e vice-governador. 
 
O bipartidarismo 
 
 
 
 Quais eram e o que significava essas siglas? A Arena foi à sigla que agregou 
políticos que apoiavam o regime militar; o MDB foi a sigla da oposição, no entanto 
essa oposição era fraca, somente para dizer que havia oposição á ditadura. 
 
Posteriormente, de acordo com o professor Cancian, foi promulgado o AI-4. Nesse 
ato, Castello Branco obrigou o congresso a discutir e aprovar uma nova Constituição 
com características ditatoriais. Ainda de acordo com o professor, em seu último ano 
de governo, o general editou uma nova lei de Segurança Nacional, LSN. Essa lei 
traduzia-se, em enorme instrumento de controle e vigilância sobre todos os setores da 
sociedade civil, sob pesadas punições aos rebeldes dessa lei. 
 
 
 Com o fim do mandato de Humberto Castello Branco, entrar o general Costa e 
Silva. 
 
 
 
 
 Governo Costa e Silva (1967-1969): AI-5 institucionaliza a 
ditadura 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: jornalismo IBMEC 
 
 
 
Segundo o professor Cancian, o governo do presidente Arthur da Costa e Silva, 
teve pouca duração, isto é, foi de 1967 até 1969. Foi caracterizado pelo avanço dos 
chamados anos de chumbo. Pois esse período acabou com o que restava de liberdade 
e democracia. 
De acordo com o professor Cancian, assim que Costa e Silva assumiu a 
presidência imediatamente intensificou a repressão dos militares contra todos os 
movimentos e grupos de oposições. 
 
Ao longo de seu mandato, o general deu possibilidade de retorno á democracia, 
no entanto, o presidente deu continuidade a permanência do regime no poder, ao 
mesmo tempo em que se radicalizava a repressão. 
 Em meio á repressão havia três principais focos de oposição que incomodavam 
o general, tratava-se da A Frente Ampla. 
 A Frente Ampla foi o primeiro grupo de oposição composto por políticos, como 
por exemplo, o ex-presidente deposto João Goulart do PTB, que até aquele momento 
estava exilado no Uruguai; o ex-presidente Juscelino Kubitschek do PSD. Esse 
movimento ganhou forças até entre os que apoiavam o regime ditatorial. Essa corrente 
oposicionista fazia algumas reivindicações, como por exemplo, assembleia 
constituinte e eleições diretas. 
 Havia outro movimento que também causava inquietação á Costa e Silva, os 
grupo e organizações políticas de esquerda. Essas dissidências defendiam o 
emprego da guerra revolucionária, ou seja, a chamada “luta armada” para derrubar 
os ditadores e em seguida implantar o socialismo. 
. 
 
O movimento estudantil 
 
 
 Segundo o professor Renato Cancian, os estudantes universitários brasileiros 
formavam um importante movimento estudantil que influenciou muito o cenário 
político. Esse grupo era tão influente que continuou na ilegalidade mesmo após o 
regime militar, esse movimento ficou conhecido por União Nacional dos Estudantes, 
a UNE. A UNE foi responsável pelas maiores ondas de protesto contra o presidente 
Costa e Silva. 
Ainda de acordo com o professor, a atuação desses movimentos oposicionistas 
chegou seu auge no ano de 1968. A Frente Ampla promovia comícios, passeatas e 
reuniões para ampliar suas bases chegando até aos setores das Forças Armadas. 
O estopim dos estudantes foi promover atos públicos contra a interferência dos 
Estados Unidos no sistema educacional brasileiro. Em junho a UNE promove uma 
grande passeata, no Rio de Janeiro, esse dia representou o auge do movimento 
estudantil. 
 
 
 
 
 
 
 
Atos constitucionais 
 
 
Segundo o professor Renato, Conta e Silva reagiu contra as pressões 
oposicionistas de forma severa fechando o Congresso Nacional e editando o Ato 
Constitucional nº5, o AI-5. Esse ato foi o instrumento jurídico que acabou com todas 
as liberdades democráticas e direitos constitucionais. A polícia tinha permissão para 
efetuar investigação, perseguição e prisão sem necessidade de mandato judicial. Tais 
perseguições violaram direitos humanos por parte dos órgãos oficiais. 
 
Economia 
 
 
De acordo com o jornal Folha, para chefiar o Ministério da Fazenda, Costa e Silva 
sondou e chamou o economista Antônio Delfim Netto. Ninguém mandou e comandou 
a economia quanto Delfim. 
 Além de manter os preços congelados, o governo passou a controlar os preços 
dos principais produtos, o general controlou de tal forma que os preços só podiam 
subir com autorização de um conselho criado por quatro ministérios, a taxa de câmbio, 
usada para transações com o exterior, era determinada por Brasília, a capital também 
controlava as principais fontes de créditos. 
 Segundo o jornal folha, o governo interveio na área financeira. As autoridades 
fixaram limites para as taxas de juros cobradas em empréstimos bancários, em 
contrapartida, os militares distribuíam incentivos aos bancos para que eles reduzissem 
as taxas. 
 Agências como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, o BNDE, 
passaram a oferecer créditos, financiamentos e investimentos. 
 Com a economia internacional estava de vento em poupa, os resultados 
começaram a aparecer. O aumento de renda fez o consumo subir, e com isso, a 
popularidade do presidente ganhou força. Por exemplo, uma entre quatro famílias 
brasileirastinham uma televisão em casa, o Brasil venceu a Copa do Mundo. 
 Segundo o professor, Cancian, o governo de Costa e Silva não foi completo, isto 
é, foi interrompido devido um derrame cerebral, este o impossibilitou de governar o 
restante do mandato. Mas para a vice-presidência tinha o civil Pedro Aleixo, mas 
Aleixo não poderia assumir, pois ele não agradava aos militares, devido ser contrário 
o AI-5. 
 Antes da posse de Médici, os ministros militares — general Aurélio de Lyra 
Tavares, do Exército, almirante Augusto Rademaker, da Marinha, e brigadeiro Márcio 
de Souza Mello, da Aeronáutica, baixaram um novo Ato Institucional, extinguindo 
formalmente o cargo de Aleixo. Esses três militares foram apelidados pelo deputado 
Ulysses Guimarães de “Os Três Patetas” 
 
A solução definitiva para a presidência foi encontrada com a escolha do general 
Emílio Garrastazu Médice. 
 
 Governo Médici (1969-1974): "Milagre econômico" e a 
tortura oficial. 
 
Fonte: pragmatismo político 
 
Desacreditado do sistema democrático, como no Brasil, os militares acreditavam 
que um regime de força privando as liberdades políticas e constitucionais fosse mais 
adequado. 
Segundo o jornal Folha, o general Médici assumiu a presidência no lugar de seu 
antecessor, o general Costa e Silva. Aproveitando o grande sucesso econômico do 
ministro Delfim Netto, o general Médici o levou para seu governo. 
 
 
 
 
 
Economia 
 
Segundo a bacharel em Ciências Econômicas Patrícia de Oliveira Matos, o Plano 
Nacional de Desenvolvimento, o PND, tinha as seguintes propostas: 
- Colocar o Brasil na categoria de nação desenvolvidas; 
- Duplicar a renda per-capita do país até 1980; 
 - Investimentos nas áreas: siderúrgicas, transporte, energia elétrica e 
mineração; 
 - Investir em programas sociais: educação, agricultura, saúde e saneamento 
básico. 
 Segundo Matos, esse plano foi elabora pelo ministro do Planejamento Reis 
Veloso, e que coincidiu com o milagre econômico. 
 De acordo com Matos, entre 1972-1974 foi visto o grau de execução do PND, 
principalmente na área da economia. 
De acordo com o jornal Folha, Delfim Netto era um ministro de enorme poder, 
que recebia amplo apoio dos empresários e também fornecia aos militares 
argumentos para rebater as críticas sobre o modelo econômico. O governo fazia 
propaganda dizendo, nada parecia parar o avanço deste país. 
Segundo o jornal Folha, o que mais os críticos argumentavam era que os 
militares adotaram um modelo econômico que distribuía de maneira desigual a 
riqueza. 
Em 1972, o economista norte americano Albert Fishow foi o primeiro a apontar o 
problema, ao escrever um artigo que chamava atenção para o arrocho salarial 
promovido pelo governo. Aumentando ainda mais a disparidade entre ricos e pobres. 
Esse artigo deu mais força para a oposição e provocou vários debates na 
academia. No entanto, segundo o jornal Folha, um estudo realizado pelo economista 
Carlos Lagoni, dizia, o problema era que os níveis de escolaridade da mão de obra 
eram diferentes. Assim era natural que trabalhadores com diploma ganhassem mais 
com as oportunidades geradas pelo milagre. Mas que era breve essa desigualdade, 
pois, posteriormente, a camada pobre também seria beneficiada. 
 
 
 
 
A fala de Lagoni agradou muito o governo, mas não foi unânime. Mas segundo 
o jornal Folha, estudos faziam recomendações fortes para que houvesse 
investimentos em educação básica, estudos que era apoiada pelos militares, os 
militares preocupavam em combater o analfabetismo e dar atenção ás universidades, 
onde estudantes e professores eram fontes do conhecimento. 
 
Ninguém se importava muito com os críticos, pois o país crescia. Mas o ambiente 
econômico começou a deteriorar em 1973, com a crise do petróleo. Os países 
produtores de petróleo aumentaram o preço da commodity de forma abrupta. 
 De acordo com o jornal Folha, o choque abalou a economia mundial, pois 
elevou o custo de energia, pegando o Brasil de forma inesperada, o país importava 
por volta de 70% de petróleo que consumia. 
 A opção usada pelo governo foi a mais conveniente politicamente. 
 A alternativa mais segura teria de ser desaquecer a economia e esperar as 
coisas melhorarem, restringindo o consumo interno. Com isso muitos países 
importadores de petróleo seguiram o mesmo caminho. 
O desenvolvimento econômico advindo da estabilização da economia contribuiu 
para a estabilidade do presidente Médici. Sendo assim, Médici entrou para a história 
como período em que se registram os maiores índices de crescimento e 
desenvolvimento do Brasil. Foi nesse período que veio a tona a expressão “milagre 
econômico”. 
Segundo o professor Cancian, entre 1969 e 1970, a economia brasileira registrou 
crescimento entre 7% e 13% ao ano. O setor industrial expandiu-se e as exportações 
agrícolas aumentaram significativamente, gerando milhões de novos postos de 
trabalho. Havia tanta oferta de emprego a tal ponto que os setores industriais mais 
dinâmicos concorriam na contratação de trabalhadores. 
A fim de sustentar e ampliar o desenvolvimento e aquecimento da economia, o 
governo Médici resolveu investir fortemente em infraestrutura (foi construído grandes 
estradas, pontes, hidrelétricas, além de outras obras). Sendo que a maior parte desses 
recursos financeiros vieram de empréstimos estrangeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte imagem: educação UOL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: professor marcianodantas 
 Médici visita as obras da Ponte Rio-Niterói, em 1973 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Fonte: professor marcianodantas 
 Porto de Tubarão – ES — INAUGURAÇÃO: 1966 
 
 O petróleo, comprado a preços baixos dos países exportadores na época, 
impulsionava ainda mais a economia nacional. Segundo o professor Cancian, regiões 
pouco desenvolvidas, como por exemplo, a Amazônia e o Centro-Oeste, receberam 
estímulos federal para serem desenvolvidas economicamente. 
“O milagre”, como era conhecido essa época, gerou um clima de euforia geral na 
sociedade. O governo fazia muitas propagandas e elaborou muitos slogans como, por 
exemplo: Ninguém mais segura este país; Brasil ame ou deixe-o. 
Porém, a fase da prosperidade da economia brasileira tinha muito mais causas 
externas, isto é, causas internacionais do que nacional. Logo que a situação da 
economia mundial mudou de cenário, o tal “milagre” chegou ao fim. 
Segundo o professor Cancian, o “milagre econômico” teve consequências altas 
para o país. Brutal concentração da renda que impediu que as camadas populares 
melhorassem suas condições de vida. As desigualdades sociais e a pobreza 
aumentaram visivelmente neste período. 
Os empréstimos estrangeiros geraram uma enorme dívida externa tão custosa 
que bloqueou por décadas o crescimento e desenvolvimento do país. 
 
 
 
 
 
Segundo o jornal Folha, a rodovia Transamazônica, inaugurada no governo 
Médici, nunca cumpriu a promessa de levar o progresso para a região amazônica. 
Obras iniciadas em 1973, como a Ferrovia do Aço demorou 15 anos para ficar 
pronta, no entanto virou símbolo de desperdício de dinheiro público e falta de 
planejamento. Ainda segundo o jornal Folha, a usina hidrelétrica de Jupiá, que fica 
entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, foi uma das obras construídas nos anos do 
milagre; a usina nuclear Angra I, em Angra dos Reis, (RJ), foi a primeira do programa 
nuclear brasileiro,no entanto o programa nuclear brasileiro, foi abafado pelos EUA. A 
ponte Rio-Niterói começou a ser construída no governo Costa e Silva, mas somente 
foi concluída no governo Médice, isto é, após cinco anos de obras. 
 
Estabilidade política 
 
 
 
 Segundo o professor Renato Cancian, o período de cinco anos que corresponde 
ao mandato do presidente Emílio Garrastazu Médici foi o único momento em que 
houve estabilidade na política. Médice conseguiu amenizar os quartéis ao permitir que 
interesses por parte dos ditadores radicais e direitista, que defendiam o uso da 
repressão policial militar contra todos os opositores do regime se manifestassem em 
seu governo. E por esse motivo foi no governo Médici que ocorreu a maior onda de 
repressão política da história brasileira. 
Quando Médice assumiu a presidência, todos os órgãos de repressão da 
ditadura militar estavam em pleno funcionamento. 
De acordo com o professor Cancian, de 1964 até 1968 o trabalho de repressão 
política teve como destaque as atuações, Departamento de Ordem Policial e Social, 
o Dops, em cada estado; Secretaria Estadual de Segurança Pública, o Sesps; 
Departamento de Política Federal, o DPF. Ainda segundo o professor Cancian, a 
partir de 1969, entraram em vigor os centros de informação de cada ramo das 
Forças Armadas: Centro de Inteligência do Exército, o CIE; Centro de informação da 
Aeronáutica, o Cisa; Centro de informação da Marinha, o Cenima. Também foram 
criados, Departamento de operações e Informações- Centro de Operações de 
Defesa Interna, o DOI-Codi; e os órgãos paramilitares clandestinos como o 
Operação Bandeirante, o Oban. 
 
 
 
O Ato Institucional 
 
Segundo o professor Cancian, o Ato Constitucional nº 5, o AI-5, publicado em 
1968, iniciaram ações violentas contra os opositores do regime. Sendo os principais 
alvos as organizações guerrilheiras. Nesse período existiam muitas organizações, 
mas os principais grupos de atuação eram, Aliança Liberdade Nacional, a ANL; 
Movimento Revolucionário 8 de outubro, o MR-8; O Partido Comunista do Brasil, o PC 
do B; e a Vanguarda Armada Revolucionária, a VAR-Palmares; Política Operária, o 
Polop, a qual a nossa presidenta Dilma Vana Rousseff fez parte, no entanto ela 
começou no grupo de guerrilheiro ALN. 
Por volta da década de 1960 e 1970, essas organizações guerrilheiras realizaram 
ações como assalto á bancos para conseguir recursos financeiros, sequestro do 
embaixador norte americano para ser trocado por presos políticos e atentados contra 
autoridades e empresários. 
De acordo com o professor Cancian, essas organizações guerrilheiras tinham 
como objetivo derrubar a ditadura e instaurar um governo revolucionário, para 
estabelecimento do socialismo no Brasil. Porém, todas as organizações guerrilheiras 
urbanas foram destruídas completamente ou desarticuladas. Segundo o professor 
Cancian, a maioria desses militantes morreu em combate com os agentes dos órgãos 
de repressão. Aqueles que sobreviveram ficaram presos ou foram banidos do país. O 
golpe final dos militares nas guerrilhas foi com a destruição da Guerrilha do Araguaia. 
O emprego dos instrumentos de tortura foram os atos de maiores crueldades 
como método de eliminar e neutralizar qualquer oposição ao governo dos generais. 
Diversos instrumentos e técnicas foram utilizados, castigos corporais e psicológicos, 
além de choques elétricos, pau-de-arara, afogamento, pancadas, queimaduras, entre 
outros. 
Segundo o professor Cancian, existiam instalações e equipamentos certo para 
cada tortura, além de pessoal rigorosamente treinados para aplicar os castigos. Ainda 
de acordo com o professor Cancian, foi justamente durante o governo Médici que 
foram registrados os maiores índices de violações contra os direitos humanos. Tais 
atos eram usados para extrair confissões dos acusados ou suspeitos contra o regime 
militar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte imagem: história digital.org 
 
 Pau-de-arara. Um dos mais cruéis tipos de tortura utilizado pela ditadura militar 
no Brasil. 
De acordo com professor Cancian, o sucesso de Médici na presidência 
determinou que o próprio general tivesse condição de indicar o seu sucessor, 
denominado, Ernesto Geisel. 
 
 
 
 
 
 
 Governo Ernesto Geisel (1974-1979): "Distensão", 
oposições e crise econômica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte imagem: Veja abril 
 
 O general e presidente do Brasil Ernesto Geisel recebe cumprimentos em forma 
de continência de militar. 
 De acordo com o professor Cancian, ao passo que Geisel assumiu o poder federal, 
o general prometeu o retorno da democracia, mas de forma gradual e segura. 
O projeto de redemocratização fornecido por Geisel previa a adoção de um 
conjunto de medidas para afrouxar a liberdade, a qual era cuidadosamente controlada 
pelo executivo federal. Entre as medidas estavam inclusas: a suspensão parcial da 
censura aos meios de comunicação e a abertura de forma gradativa de alguns meios 
de coerção legal, presente naquele momento e que intimidava as liberdades públicas, 
democráticas e direitos individuais. 
 De com o professor Cancian, será necessário observar que o projeto de 
afrouxamento ou relaxamento não era a real convicção nem por parte do general 
Geisel menos ainda por parte dos militares. Na verdade, esse era um projeto 
estratégico para uma “saída” do poder das Forças Armadas depois de dez anos de 
ditadura civil militar, pois as Forças Armadas estavam desgastadas. 
 
 
 
Política 
 
 
 
Segundo o professor Cancian, o governo Geisel disponibilizava de uma folgada 
maioria no Congresso Nacional. A Arena (Aliança Renovadora Nacional) controlava 
as duas casas, isto é, o Senado e Câmara Federal. Mas mesmo assim, o Movimento 
Democrático Brasileiro, o MDB, era a sigla que fazia oposição no período da ditadura, 
mesmo que de forma disfarçada. MDB lançou o candidato Ulysses Guimarães como 
presidente, tendo como vice-presidente Barbosa Lima Sobrinho, no entanto foi 
vitorioso o general Ernesto Geisel como presidente. 
No decorrer do governo Geisel, diversos setores da sociedade brasileira 
começavam a aclamar e se organizar opondo a ditadura. O primeiro sinal de 
descontentamento popular veio com a vitória esmagadora do MDB nas eleições 
legislativa de novembro de 1974, sendo assim a oposição ganha o poder legislativo. 
Segundo o professor Cancian, no entanto para evitar que o MDB, a oposição, 
ganhasse força, em abril de 1977 o governo do general Geisel lançou o pacote de abril 
que, entre outras medidas, alterava as regras eleitorais para beneficiar os militares no 
poder. 
 
 
Deterioração das Forças Armadas 
 
 
Segundo o professor Cancian, a violência, repressão e o controle policial imposto 
sobre a sociedade, além da ausência de liberdade civis e públicas tinham conduzido 
o país a uma situação insustentável do ponto de vista da manutenção do regime 
militar. Além disso, o fato de os militares terem assumido o governo ocasionou uma 
disputa negativa dentro das Forças Armadas, desfigurando os propósitos 
constitucionais dos militares. A desordem promovida por setores radicais militares 
estava em todo o governo da ditadura, e sua origem estava justamente na polarização 
interior das instituições militares. 
Portanto, é correto interpretar que tal conflito interno era um claro sinal de 
impossibilidade de os militares permanecerem indefinidamente no poder. Porém, 
como afirma Cancian, a saída dos militares do governo não deveria ameaçar a ordem 
em vigor e os interesses das elites.De acordo com professor Cancian, no curso do mandato do presidente Geisel, 
ocorreram tentativas de golpe contra seu governo, promovidas por setores militares 
radicais. 
O sucesso do projeto de liberação política dependia, em grande parte, da 
contenção dos órgãos de repressão da ditadura. Porém, afirma o professor Cancian, 
as tentativas sempre esbarravam em reações de articulações dos setores militares 
ligados ao regime. 
 Interessados na manutenção do poder, os órgãos de repressão, continuavam 
a praticar ações violentas que geraram crises políticas, essas crises que chegaram a 
ameaçar o mandato do presidente Geisel. Para evitar atritos políticos, Geisel fez 
concessões aos repressores para impedir pressões da oposição, em particular do 
MDB, da Igreja Católica e também de setores da imprensa, pois essas instituições 
de oposição estavam cobrando dos militares explicações sobre desaparecidos, 
torturados e presos políticos. 
 Segundo o professor Cancian, houve alguns episódios em que violações dos 
direitos humanos foram tão graves que o presidente Geisel tomou medidas enérgicas 
contra os militares radicais. 
O caso mais famoso e também mais grave, no governo Geisel, foi à morte sob 
tortura do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975, no Departamento de 
operações e Informações- Centro de Operações de Defesa Interna, o DOI-Codi, do 2º 
Exército em São Paulo. Segundo o professor Cancian, a morte de Herzog gerou uma 
grande comoção da classe média. Políticos da oposição, setores progressistas da 
Igreja Católica, estudantes universitários e parte da imprensa uniram-se e realizaram 
um culto na Catedral da Sé, em São Paulo, participaram milhares de pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte imagem: blog do Traso 
 
 
 
 
 Quem era Vladimir Herzog? 
 
Segundo o professor Cancian, Herzog era um jornalista e um dos símbolos da 
violência do Estado, no período ditatorial. Na noite do dia 24 de outubro de 1975, o 
jornalista apresentou-se á sede do DOI-Codi, em São Paulo, para prestar 
esclarecimentos sobre suas ligações com o Partido Comunista Brasileiro, o PCB, no 
dia seguinte, foi morto aos 38 anos (acima eu coloquei a palavra Partido apenas para 
caráter ilustrativo, pois como disse anteriormente, nessa época ainda não existia a 
palavra Partido). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte imagem: sigmuc.org 
 
 Jornalista Vladimir Herzog, vítima do golpe saudado pelos (tu) barões da mídia. 
 
 
Infelizmente, Geisel nada fez para enquadrar e punir os responsáveis. Mas em 
janeiro de 1976, houve outra morte, a do operário Manoel Fiel Filho, em condições 
idênticas á de Herzog, desta vez Geisel demitiu do comando do 2º Exército o general 
Ednardo D’AVILA Melo. Sua demissão representou a primeira ofensiva do general 
contra os militares radicais. 
De acordo com o professor Cancian, o episódio que realmente marcou a 
supremacia do governo Geisel sobre os militares radicais, que eram contrários ao 
projeto de liberdade, ocorreu em outubro de 1977, com a demissão do ministro do 
Exército, general Sylvio Frota, que até pretendia se lançar como candidato á 
presidência. 
 
 
 Economia 
 
 
 Segundo o professor Rainer de Sousa, no governo Geisel o modelo 
desenvolvimentista proposto pelo ministro Delfim Neto foi substituído pelas propostas 
do II Plano Nacional de Desenvolvimento, o PND, instituído pelo ministro Mário 
Henrique Simonsen. O objetivo maior desse novo plano econômico era conter a 
inflação e continuar o crescimento econômico. Para tanto, o governo iria investir 
fortemente no setor estatal buscando recursos com a elevação da taxa de juros e a 
emissão de títulos públicos. 
 Segundo o jornal Folha, com a posse do presidente Geisel, o comando do 
espetáculo foi entregue ao ministro do planejamento, João Paulo dos Reis, que era 
um economista que trabalhava na sobra de Delfim Netto, no governo Médice. Esse 
ministro lançou um ambicioso plano de investimentos que previa a captar recursos 
externos para financiar o desenvolvimento de novas indústrias no país. Caberia ao 
governo convencer empresas nacionais e transnacionais a entrarem nesse plano do 
ministro. 
Com as economias mais avançadas perdendo o fôlego e produtores de petróleo 
em busca de alternativas para investirem seu dinheiro, pois havia muito capital 
sobrando no mundo, sendo assim, governos e empresas brasileiras tomaram 
empréstimos em condições aceitáveis para financiarem seus investimentos. Segundo 
o jornal Folha, o objetivo nos empréstimos não era somente manter a economia 
aquecida, mas modernizá-la e reduzir a dependência externa da indústria nacional e 
as empresas brasileiras começarem a fabricar no Brasil máquinas e insumos básicos 
que naquela época eram importados. 
Segundo o jornal Folha, esse programa levou a maior participação do Estado na 
economia do país. Empresas estatais comandavam a cadeia petroquímica e 
controlavam as usinas siderúrgicas, a produção e a distribuição de energia elétrica, 
as telecomunicações, as estradas e ferrovias e projetos importantes como a usina 
hidrelétrica de Itaipu. 
Geisel precisava que o plano elaborado pelo seu ministro do planejamento, 
João Paulo dos Reis, fosse bem-sucedido. Para fortalecê-lo naquele momento 
delicado pelo qual o general atravessava. O presidente resolvera iniciar um projeto na 
área da política, no entanto a ideia foi combatida dentro das próprias Forças Armadas. 
Ao mesmo tempo, o país começava a demonstrar cansaço após anos de autoritarismo 
e repressão 
O plano permitiu que o Brasil continuasse obtendo êxito por mais alguns anos, 
mas, segundo o jornal Folha, a festa acabou em 1979 com mais outro choque no 
petróleo que atingiu a economia mundial, e as fontes de capital que financiavam os 
nossos investimentos começaram a secar. Com isso a inflação veio com toda a força, 
a dívida externa do país crescia de forma assombrosa e as reservas em dólares 
diminuíram. 
 Segundo o professor Cancian, a crise agravou e setores da burguesia industrial 
começaram a desacreditar nos rumos da política econômica adotada pelo governo 
Geisel. Em 1974, industriais paulistas lideraram uma campanha pela desestatização 
da economia para que os recursos que o governo obtinha fossem passados para os 
setores privados. 
Nesse período houve aumento do custo de vida, além da contenção dos salários 
e descontentamento dos trabalhadores. Nesse contexto, segundo o professor 
Cancian, em 1978, os operários metalúrgicos do ABC paulista desencadearam o 
maior ciclo grevista da história do país. Não havia mais possibilidade para o governo 
conter as reivindicações dos trabalhadores e suas exigências. 
 
 
 
 
 
Descontentamento e crise do regime militar 
 
 
Outro movimento que também ganhou força oposicionista foi o movimento 
estudantil. A partir de 1975, esse movimento começou a reconstruir suas entidades e 
organizações, pois haviam sido destruídas no governo anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte imagem educação UOL. 
 
 
 Conheça as mobilizações com participação do movimento estudantil desde 
1968. 
Segundo o professor Cancian, até 1976, as manifestações estudantis 
mantiveram-se restritas no interior das universidades. Porém a partir de 1977 é que 
os estudantes foram para as ruas promovendo passeatas, manifestações e exigindo 
liberdade democrática. 
A Igreja Católica também teve atuação de destaque, pois setores contrários do 
clero católico sempre incomodaram os governos ditatoriais. Em pleno governo Médici,membros influentes da Igreja Católica, como o cardeal-arcebispo de São Paulo, dom 
Paulo Evaristo Arns, entre outros membros, denunciavam publicamente casos de 
tortura e desaparecimentos de cidadãos. 
 No governo Geisel, já era quase impossível ao governo dos militares reprimir os 
movimentos de oposição que crescia a cada dia. Sendo assim, para suceder o general 
Geisel entrou o, também general João Baptista Figueiredo. 
 
 
 Governo João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-1985): 
Diretas já, atentado ao Riocentro. 
 
 
Fonte imagem: Globo.com 
 
Com a escolha do general João Baptista de Oliveira Figueiredo para presidente do 
país, ficou clara a posição dos militares pela continuidade da ditadura no Brasil. 
Segundo o professor Cancian, o mandato presidencial de Figueiredo durou seis anos, 
após o término de seu mandato, encerrou também 21 anos de ditadura militar no Brasil. 
 Segundo o professor Cancian, no decorrer do governo Figueiredo, a ditadura civil 
militar perdeu legitimidade, sofreu desgaste político, no entanto ainda houve ameaças 
de retrocesso para a radicalização de setores das Forças Armadas que tentaram a 
todo momento barrar a retomada da redemocratização. 
 Militares radicais ligados aos repressores políticos promoveram atos terroristas 
com objetivo de desestabilizar o governo e afrontar a sociedade. No entanto, o 
presidente Figueiredo teve condição de conter o radicalismo e encaminhar a transição 
da ditadura para a redemocratização. 
 
 
 
 
 
O atentado do Riocentro 
 
 Igrejas, editoras, órgãos de imprensa e organizações partidárias foram alvos de 
atentados terroristas com bombas. Segundo o professor Cancian, o ato terrorista mais 
grave ocorreu em abril de 1981, no Rio de Janeiro. Antecipando uma comemoração 
do Dia do Trabalhador, trabalhadores estavam realizando um show no Centro de 
Convenção do Riocentro quando um sargento e um capitão do Exército planejaram 
detonar uma bomba no local do evento, mas um acidente provocou a antecipação da 
explosão quando eles ainda estavam em posse dela. 
 De acordo com o professor Cancian, o atentado provocou uma grave crise militar 
devido ás pressões por parte da oposição, para que o presidente colocasse o caso 
para ser investigado. Porém Figueiredo cedeu as pressões dos militares para que o 
caso fosse abafado e impedido de ser levado ao júri. 
 Tal atentado foi o último evento terrorista praticado por militares radicais. Esse 
episódio levou a uma maior deterioração e perda de legitimidade política dos ditadores 
e do regime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte imagem: jornal Folha 
 
Atentado do Rio Centro, 30 de abril de 1981. 
 
 
 
A reforma partidária 
 
 Com a reforma partidária de 1979 ocorreu uma mudança, o uso da palavra 
“partido” a frente da sigla. Segundo o professor Cancian, com o crescimento dos 
 
movimentos de oposição á ditadura, o governo Figueiredo avaliou que a manutenção 
do bipartidarismo ocasionaria um desgaste ainda maior na condução do regime 
ditatorial. Sendo assim, Figueiredo forçou uma reforma partidária. 
 
 A Arena e MDB foram extintos. Segundo o professor Cancian, os políticos 
governistas criaram o Partido Democrático Social, o PDS; o MDB se transformou em 
PMDB. 
 
 Surgiu também o Partido Democrático Trabalhista, o PDT, liderado por Leonel 
Brizola; o Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, composto por uma ala de políticos 
arenistas menos influentes. 
 Curiosidade, com a mudança dos partidos políticos o PDS é ex-Arena. 
 Em novembro de 1982, foram realizadas eleições diretas para governador e 
deputado estadual, federal, prefeito e vereador. Mas o governo dos militares 
promulgou uma lei proibindo alianças partidárias para impedir que as oposições se 
unissem. 
 
 
Partido dos Trabalhadores, o PT 
 
 
 Os partidos comunistas continuaram na ilegalidade. A maior novidade no cenário 
político foi o surgimento em novembro de 1982 do Partido dos Trabalhadores, o PT. 
Segundo o professor Cancian, o PT surgiu do movimento sindical do ABC paulista 
defendendo uma proposta socialista, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva. 
 
 
A crise econômica 
 
Segundo o professor Cancian, o governo Figueiredo herdou uma grave crise 
econômica. Neste momento, a insatisfação dos trabalhadores cresceu, as primeiras 
greves foram iniciadas pelos metalúrgicos do ABC paulista, região de maior 
concentração fabril do país. 
Inicialmente, as reivindicações dos operários se concentraram em reajustes salariais. 
Contudo, á medida que o movimento grevista aumentou, os trabalhadores ampliaram 
suas reivindicações exigindo mudanças políticas. Tais mudanças como, o fim do 
controle do governo sobre os sindicatos, direito á greve. 
 
 Outras categorias de trabalhadores do setor industrial e do funcionalismo público 
também aclamaram por mudanças. Segundo o professor Cancian, o governo bem que 
tentou reprimir com violência os movimentos dos grevistas, principalmente dos 
operários do ABC paulista, mas já não era mais possível os militares manter o rígido 
controle policial que era feito. 
 
Nessa época Simonsen assumiu o Ministério da Fazenda e propôs um pacote de 
austeridade para esfriar a economia. No entanto nem todo o time era o mesmo que 
nos governos anteriores. Delfim Netto foi escolhido para assumir o Ministério da 
Agricultura e garantira um reajuste de 70% dos preços da safra agrícola daquele ano 
de 1980, em uma tentativa de conter a inflação. Fato que não surtiu o efeito esperado, 
logo foi suspenso após seu lançamento. Simonsen deixou o governo e Delfim voltou 
a dar as cartas, mas desta vez como ministro no Ministério do Planejamento. 
 
De acordo com o jornal Folha, Delfim repetiu as mesmas políticas que tinham 
dado certo nos anos do milagre, isto é, liberou crédito, desvalorizou o câmbio para dar 
um empurrão nas exportações. Mas ele e o novo ministro da fazenda, Ernane 
Galvêas, sabiam que era inútil persistir com esse plano. O economista Carlos Lagoni, 
que era presidente do Banco Central nessa época, falou que era necessário aceitar 
uma recessão, já que não havia opção, ideia estava na contramão com o regime 
militar, o qual temia uma recessão. 
 
Segundo o Jornal Folha, os motivos pelos quais os militares temiam á recessão, 
eram que em 1981 os Estados Unidos subiram as taxas de juros, aumentando 
fortemente o custo de vida da dívida externa brasileira. O governo brasileiro reagiu 
rapidamente com uma guinada na política econômica, adotando medidas de 
contenção de crédito, contenção dos gastos públicos e reajustando os salários. 
 
Mesmo assim a inflação continuou crescendo e, infelizmente, a economia 
brasileira entrou em recessão. Sofrendo uma contração de 4,3% em 1981. Nada 
parecia funcionar, sendo assim, o governo foi obrigado a bater na porta do Fundo 
Monetário Internacional, o FMI, em busca de ajuda financeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte imagem: site lailson 
 
 
 As imposições impostas do FMI ao Brasil. 
 
O Brasil só voltou a crescer em 1984, após a recessão. Os militares estavam 
prestes a deixar o poder, mas os desequilíbrios econômicos criados pelos governos 
em anos anteriores permaneciam e o país lutava para renegociar suas dívidas com 
os credores internacionais. Ao mesmo tempo, a inflação anual não dava trégua, pois 
crescia de forma explosiva, 200%, alimentada pelos mecanismos que a política 
econômica não conseguia domar. 
 
Diretas já 
 
 
 
 A campanha pelas Diretas Já atraiu multidões nas principais capitais e deixouuma mensagem clara aos militares, que era hora de deixar o poder. 
 Segundo o jornal Folha, nessas manifestações saíram em passeatas: Ulysses 
Guimarães, sua esposa Mora, Tancredo Neves, Franco Montouro, o senador 
Fernando Henrique Cardoso. 
 A oposição deu início a uma campanha, elaborada pelo deputado Dante de 
Oliveira do PMDB de Mato Grosso, para realização de eleições diretas para 
presidente. Essa emenda ou campanha tinha como proposta que as eleições 
ocorressem em 1985, para escolher o sucessor do general Figueiredo. 
 
 
 A campanha por Diretas Já contagiou a sociedade e impulsionou os comícios 
que se tornaram gigantesco e mobilizou milhões de pessoas nas principais cidades. 
 Segundo o jornal Folha, a campanha por Diretas Já produziu o oposto daquilo 
que os militares pretendiam quando propuseram o fim do bipartidarismo, pois em vez 
de a oposição se dividir, as forças políticas uniram-se em torno de uma ação comum. 
Políticos como Ulysses e os governadores do PMDB estavam ao lado de novas 
lideranças populares como Lula e velhos adversários do golpe de 1964. 
 No entanto, segundo o jornal Folha, o desfecho da campanha foi frustrante, pois 
em 25 de abril de 1984 a emenda Dante de Oliveira, como ficou conhecida à 
campanha do deputado do PMDB, não obteve na Câmara o número de votos exigidos 
para ser aprovada e mudar a constituição. Em números foram, 298 a favor e 65 contra, 
sendo que o necessário eram 320. 
 De acordo com o jornal Folha, mesmo com a derrota na Câmara das Diretas Já, 
a emenda teve consequências importantes. A começar pela mobilização popular que 
ocorreu em torno da causa e mostrou aos militares que qualquer tentativa de 
repressão e interromper a abertura do regime teria consequências altas. Além disso, 
o movimento dividiu os ditadores. 
 A divisão dos militares ficou claro quanto a escolha do sucessor do general 
Figueiredo. O presidente tinha uma simpatia pelo ministro Mario Andreazza um 
reserva que servira nos governos de Costa e Silva e Médici, porém quem tinha força 
no PDS (ex-Arena) era Paulo Maluf, um empresário que teve rápida ascensão durante 
o período ditatorial. Segundo o jornal Folha, apesar de divergências interna do PDS, 
o vencedor da convenção interna foi Maluf. Mas, os descontes com a convenção 
saíram do PDS formaram a Frente Liberal, o PFL, o atual Democrata, o DEM, para 
unirem-se em oposição ao regime militar. 
 O PFL, os dissidentes, fecharam um acordo, uma aliança, com o PMDB de Sarney, 
para que votassem em Tancredo Neves para presidente e em seguida indicaram José 
Sarney como vice na chapa. Tancredo saiu vencedor para disputar a eleição 
presidencial. Segundo a Folha, em 15 de janeiro de 1989 foi eleito Tancredo Neves 
para presidente da República e tendo Sarney como vice-presidente. 
 
 
 
 
 Tancredo e Sarney 
 
 
 Segundo o jornal Folha, internado para tratar de dores abdominais pouco antes 
da data da posse, Tancredo morreu sem assumir o cargo. Após cinco semanas de 
agonia e o país atento para uma possível recuperação do presidente eleito quem 
assume a presidência é seu vice, Sarney. Com sua posse houve um medo na 
população, pois Sarney construiu sua carreira política em torno dos ditadores. 
 
 Fim da ditadura 
 
 
 De acordo com o jornal Folha, os militares se retiraram do poder político de forma 
a garantir prerrogativas. A transição democrática no Brasil foi pacífica e transitou 
através de um processo de negociação entre as elites, envolvendo acordos para que 
as Forças Armadas não sofressem algum tipo de punição legal, em virtude de suas 
violações aos direitos humanos e suas repressões. 
 
 Com isso deram-se inícios as Anistias (um “perdão” por crimes cometidos por 
motivação política durante o regime). 
 A anistia era um passo importante para o processo da redemocratização. Com ela 
os presos políticos ganhariam liberdade e os exilados poderiam retornar ao país. 
Segundo o jornal Folha, em fevereiro de 1978 foi criada, no Rio de Janeiro, o primeiro 
Comitê Brasileiro pela Anistia, o CBA. 
 O CBA foi o resultado da agregação de várias correntes políticas de oposição: 
famílias de presos, mortos, desaparecidos e exilados políticos e também de setores 
da Igreja Católica. Em diversos estados brasileiros surgiram Comitês e por todo o país 
a campanha pela anistia obteve expressivo apoio popular. 
 Segundo o professor Cancian, a fim de desarticular o movimento pró-anistia, o 
então presidente Geisel promulgou, em 1978, vários decretos anulando ou 
acabando com a maior parte das leis de repressão, entre ela o Ato Constitucional nº 
5, o AI-5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte imagem:sinteal.org 
 
 Segundo especialistas, a Globo era uma forte apoiadora do regime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte imagem: site sindipetrom.org 
 
 
 
 
 
 
 Volta ao passado 
 
 
 Em 1985, os dispositivos da Lei da Anistia foram incorporados pelo congresso ao 
texto da constituição. Segundo o jornal Folha, em 2010, o Supremo Tribunal Federal, 
o STF, rejeitou por 7 votos a 2, um pedido de revisão apresentado pela Ordem dos 
Advogados do Brasil, a OAB. 
 
 O relator da ação foi o ministro Eros Grau, já aposentado. O ministro disse que 
a Lei da Anistia foi resultado de um acordo no passado e que tinha validade jurídica 
e que resultara de uma concórdia. 
 Segundo o jornal Folha, o debate provocou contradições no governo Lula, 
principalmente entre o ministro da Justiça Tarso Genro e o secretário de Direitos 
Humanos, Paulo Vannucchi. No entanto, o ex-presidente Lula mandou paralisar as 
discussões do assunto em público devido reações dos militares. 
 
 Curiosidade do período ditatorial 
 
Crianças menores de 15 nos longe das escolas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O peso do Estado 
 
Segundo o jornal Folha, esses são os números de empresas estatais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo o jornal Folha, o presidente Geisel anunciou uma intenção de abrir o 
regime assim que chegou ao poder, mas não indicou com clareza como faria nem 
apresentou uma data para tal ocorrência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte imagem: slideshere.net 
 
 
 
Força da urna 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O MDB começou a mostrar que também podia subir ao poder após a ascensão 
do deputado paulista Ulysses Guimarães á presidência do MDB, em 1971. Ulysses foi 
criado entre os caciques do PSD de Juscelino Kubitschek, sendo assim, Ulysses 
ajudou a organizar Marcha da Família com Deus pela Liberdade em 1964 e votou a 
favor de Castello Branco no colégio eleitoral de 1966, mas passou para a oposição 
depois que os militares acabaram com os velhos partidos e deram os primeiros passos 
para o endurecimento do regime. Segundo o jornal Folha, o gesto de atrevimento foi 
quando Ulysses desafiou o general Médice, lançando-se como candidato á 
presidência no lugar do então general Geisel, em 1973. Quando Médici indicou Geisel 
com seu sucessor. 
 
O avanço da oposição 
 
 
 Ainda que de forma bem restritas, os brasileiros puderam ir ás urnas para 
escolher seus representantes na Câmara e no Senado. O crescimento oposicionista 
a partir de 1974 surpreendeu o regime dos militares. 
 
 
 Veja abaixo,primeiro na Câmara, a participação da oposição. 
 
 
Veja abaixo, agora no Senado, a participação da oposição. 
 
 
 
 
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 Segundo o jornal Folha, mudanças comportamentais ocorridas dentro do MDB 
ajudaram a explicar o seu crescimento, como é demonstrado nas imagens acima, 
Câmara e Senado. Recordando que MDB e PMDB são os mesmos, a diferença está 
que o segundo está adotando a palavra “Partido”. 
 
 
 
 
 Porque, em vez de fazer discurso contra os generais da ditadura, eles passaram 
a discutir o custo de vida, a desigualdade social, entre outras questões que ligavam 
ao dia-dia das pessoas. Isso ajudou o MDB se alinhar com o segmento do eleitorado 
industrial do país. 
 Eis uma das perguntas da sigla. “ O país vai bem. E você”? Vote no MDB 
 
 
Lenta e gradativa retirada 
 
 Segundo o jornal Folha, muitos oficiais da linha dura que levara Costa e Silva até 
o poder já tinham se retirado de cena, mas novos militares radicais surgiram devido 
ao fortalecimento do aparelho repressivo. 
 
Mortos e desaparecidos 
 
 O general Ernesto Geisel mandou o senador Petrônio Portela, um dos líderes 
da Arena, discutir a abertura do regime com o MDB e outros setores da sociedade. 
 Abaixo, fotos de desaparecidos devido a repressão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte imagem: blog do Mario Magalhães 
 
Perda de poder dos generais 
 
 
 Segundo o jornal Folha, os generais estavam desacreditados, a economia 
em recessão, sendo assim, a oposição ganhou força, ao obter vitórias nas eleições 
de 1982. As demais siglas (partidos), juntamente com o PMDB, após a reforma 
partidária conquistaram 51% das cadeiras na Câmara, no entanto, o PDS (antiga 
Arena) continuou controlando o governo, pois elegeu maior número de 
governadores. 
 
 
 Veja abaixo o poder dos partidos nos estados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Acerto de contas 
 
 
 
 Segundo o jornal Folha, no dia 18 de dezembro de 2013, o Congresso 
Nacional devolveu ao presidente deposto pelo regime, João Goulart, o mandato. 
A presidenta Dilma Rousseff entregou o diploma ao filho de Jango, o João Vicente 
Goulart, quase todos aplaudiram o gesto da presidenta, as únicas exceções foram 
os três militares das Forças Armadas que acompanhavam a seção. 
 
 Aquele momento ainda representa uma demonstração das dificuldades que o 
Brasil ainda enfrenta para lidar com seu passado “negro”. 
 Os comandantes que assistiram á homenagem á Jango, o general Enzo Peri, 
o almirante Júlio Soares de Moura Neto e o Brigadeiro Juniti Saito, estavam no 
começo da carreira quando Jango foi deposto, atravessaram o regime militar em 
cargo sem muita relevância e só chegaram ao topo somente em 1995, mas, 
mesmo assim, nunca dizem o que pensam sobre aquele período e evitam dar 
entrevistas. 
 
 Ditadura em outros países 
 
 
 De acordo com o jornal Folha, em países como a Argentina e o Chile, que 
passaram pelo mesmo problema na mesma época, à volta da democracia 
estimulou os oficiais de alto escalão a se desculparem, e abril caminho para 
investigação e punir as violações de direitos humanos cometidos por eles. Bem ao 
contrário do que aconteceu no Brasil. 
 Na Argentina, onde os militares mandaram por dez anos, a repressão foi 
ainda mais intensa se comparada com o Brasil, pois o governo estima que quase 
30 mil pessoas tenham sido mortas e desaparecidas por crimes praticados pelos 
generais. Desde a redemocratização, já foram 515 condenados por crimes 
cometidos naquela época. 
No Chile, onde também a ditadura foi muito forte, o governo calcula em 3.000 o 
número de vítimas. 76 pessoas foram condenadas por seus crimes contra os 
direitos humanos, segundo o levantamento feito pela Universidade Diego Portale. 
Um deles é um velho conhecido dos brasileiros, o general Augusto Pinochet, que 
governou o Chile por 17 anos. Passou a vida toda fugindo das autoridades que o 
querem processá-lo. 
 Veja abaixo o quadro de comparações das ditaduras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 No Brasil, felizmente, a quantidade de mortos e desaparecidos políticos foi 
bem menor que nos outros países vizinhos. São inúmeros os casos não 
reconhecidos pelos direitos humanos, falam em 113, mas faltam de provas ou 
informações seguras para responsabilizar os repressores. 
 No caso brasileiro, não houve condenação devido as regras que foram 
estabelecidas com a Lei da Anistia de 1979. 
 Recordando, o que é a Lei da Anistia? Trata-se de um “perdão” por crimes 
cometidos por motivação política durante o regime. Segundo o jornal Folha, essa 
lei também garantiu a impunidade aos agentes repressores ao estabelecer o 
Perdão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Podem ficar procurando 
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 Segundo o jornal Folha, foi instalada em maio de 2012, com a presidenta 
Dilma Rousseff, uma Comissão Nacional da Verdade, tal comissão foi um 
sucesso. 
O que é essa comissão? Trata-se uma investigação não para punir os 
repressores, mas, sim para esclarecer as famílias dos mortos e desaparecidos o 
que houve com seus entes queridos. 
O caso mais emblemático e famoso foi do ex-deputado Rubéns Paiva, 
desaparecido após sua prisão em 1971. Os agentes repressores aceitaram levar 
o caso adiante e depor em público, no entanto, esse foi o único caso aceito pelos 
ex-generais. 
 
 
 
 
 
Conclusão. 
 
 
 
O Brasil que após eleger, de forma democrática, um presidente chamado 
Jânio Quadros, renunciou pouco tempo após sua posse dando lugar a seu vice, 
João Goulart, passou por um regime muito severo, chamado de Ditadura Civil 
Militar ou Golpe Militar. 
Período o qual ficou consideração de enorme sucesso. Naquela época, 
alguns generais, devido aos seus planos econômicos, como o tal “milagre”, foi 
cercado e dominado por repressões, perseguições e torturas. 
Infelizmente esse período negro e escuro durou 21 anos, começando em 
1964 com Humberto Castelo Branco e terminou em 1985 com João Baptista de 
Oliveira Figueiredo que, após 6 anos do governo Figueiredo, os generais deram 
início a uma abertura política com a eleição de forma direta, isto é, democrática de 
Tancredo Neves, que após seu falecimento, antes mesmo de tomar posse, deu 
lugar para seu vice José Sarney. 
Com relação aos repressores, lamentavelmente, com algumas exceções, 
ficaram livres de qualquer punição por parte do Estado em virtude da Lei da 
Anistia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fontes 
 
Rezendo, Maria.josé. Ditadura Militar no Brasil. UEL. 2013. 
 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-janio-
quadros-1961-mandato-polemico-de-sete-meses.htm 
(obs: desde a renúncia de João Goulart até a renúncia de Fernando 
Collor). 
 
http://arte.folha.uol.com.br/especiais/2014/03/23/o-golpe-e-a-ditadura-
militar/ 
 
 Bacharel em Ciências Econômicas Patrícia de Oliveira Matos. 
 Professor Rainer de Sousa

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