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RELATIVISMO CULTURAL

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RELATIVISMO CULTURAL 
A expressão relativismo cultural faz referência a uma abordagem metodológica, uma 
forma de interpretar dados culturais usual na História e em outras ciências humanas, 
mas principalmente na Antropologia. Na verdade, para alguns autores a relativização 
se tornou sinônimo mesmo da Antropologia. E não é à toa que um famoso manual de 
Antropologia brasileiro, escrito por Roberto DaMatta, chama-se Relativizando. 
 
Andrew e Sedgwick definem o relativismo cultural como a visão que interpreta 
moralidade, práticas e crenças funcionando de forma diferente em culturas distintas e, 
logo, não podendo ser julgados quanto a seu valor segundo um ponto de vista de outra 
cultura. 
Robert Foley, antropólogo físico preocupado com a evolução humana, define o 
relativismo cultural como a visão atual que nega a existência de um conhecimento 
objetivo, acreditando apenas em um mundo de palavras e textos de criação humana. 
Nessa perspectiva, a experiência humana, incluindo o conhecimento, só pode ser 
alcançada por meio do mundo linguístico do pensamento e da comunicação. O mundo 
que experimentamos seria, dessa forma, apenas uma construção dos sentidos. Mesmo 
os mais moderados dessa corrente, de acordo com Foley, acreditam que, ainda que 
haja um mundo real, nunca o podemos observar e experimentar objetivamente. 
 
O relativismo cultural surgiu na Antropologia, levando os antropólogos a estudar quais 
as soluções que sociedades diferentes oferecem para as mesmas questões existenciais, 
nas palavras de Everardo Rocha. Essa concepção metodológica surgiu como alternativa 
ao evolucionismo que imperou na Antropologia e em outras ciências durante o século 
XIX, a qual propunha uma visão progressista e etnocêntrica, na qual a sociedade 
ocidental era apresentada como a única civilização avançada, e todas as outras formas 
de cultura tidas apenas como estágios na escala para a ascensão evolutiva da 
humanidade. A visão evolucionista tomava, assim, a civilização ocidental como 
parâmetro e julgava as outras sociedades, culturas e civilizações sob os padrões do 
Ocidente. 
O relativismo veio contestar essa visão, aparecendo de início na passagem do século 
XIX para o XX, e sugerindo, em linhas gerais, que sociedades diferentes têm 
concepções de existência também diferentes, todas igualmente válidas. Ou seja, a 
espécie humana dá respostas distintas para os problemas que encontra, sem que 
possamos julgar a validade de cada concepção a partir de padrões de outra cultura.

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