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* Fibras Prof. Tânia M. L. da Silveira Curso: Nutrição Disciplina: Bromatologia * Fibra Alimentar Matérias vegetais que não são digeríveis por enzimas proteolíticas e diastásicas do homem Paredes das plantas Proteínas Lipídeos Constituintes inorgânicos Lignina Celulose Hemicelulose Pectinas Gomas Mucilagens Polissacarídeos de algas Celulose modificada Fibra Alimentar Vegetais * Fibra alimentar Conjunto dos componentes dos alimentos vegetais que resistem à hidrólise pelas enzimas endógenas do tubo digestivo. Tais resíduos alimentares, como não são digeridos, não possuem valor calórico, passam para as fezes, e são degradados no intestino grosso. * FIBRA BRUTA X FIBRA DIETÉTICA Material resultante da hidrólise com H2SO4 e NaOH, dessecado e desengordurado Perdas consideráveis de celulose, hemicelulose e lignina Matérias vegetais insolúveis que não são digeridas, e que não podem ser utilizadas, exceto por fermentação microbiana no trato digestivo * Propriedades da fibras dietéticas Sobre o estômago: retardo do esvaziamento distensão gástrica fibras solúveis provocam uma sensação de plenitude Sobre o intestino delgado a fibra solúvel e a lignina atraem moléculas orgânicas como o colesterol e glicose. a fibra total aumenta o conteúdo, estimulando normalmente o trânsito pelo cólon Fornecem substrato para as bactérias do cólon Reduz a pressão intraluminal Sobre o intestino grosso: aumenta o volume e peso das fezes estimulo do peristaltismo Aumenta o número de evacuações * Classificação 1- De acordo com a solubilidade Solúveis Insolúveis 2 - De acordo com a estrutura e função nas plantas Polissacarídeos estruturais : estão relacionados à estrutura da parede celular (celulose, hemicelulose e algumas pectinas) Polissacarídeos não-estruturais: gomas e mucilagens Não-polissacarídeos estruturais: lignina * Classificação * Diferenciação Normalmente, o que difere as fibras é: Quantidade de monossacarídeos; Tipo de monossacarídeos na cadeia polimérica; Seqüência dos monossacarídeos na cadeia; Cadeias secundárias; Tipo de ligação, alfa ou beta, entre os monossacarídeos. * Fibras insolúveis ação fundamental: acelera o trânsito intestinal isto se deve à extrema capacidade de retenção de água, adsorvendo a água disponível, aumentam em volume distendendo a parede do cólon e facilitando a eliminação do bolo fecal. ao adsorver a água, estas fibras adsorvem também eventuais agentes cancerígenos, prevenindo o câncer de cólon. devido à sua insolubilidade, elas não são fermentadas pela microbiota intestinal e, portanto, não são absorvidas. * Fibra insolúvel CELULOSE - (C6H1005)n principal componente da parede celular das células vegetais homopolissacarídeo neutro (D-glucose β-1,4 dissacarídeo celobiose) não é digerida pelo homem (não possuem celulases) formação do bolo fecal; retém água nas fezes múltiplas pontes de hidrogênio entre os grupos hidroxilas das distintas cadeias justapostas de glicose impenetráveis a água e, portanto, insolúveis Celulose modificada: agentes espessantes ou estabilizantes de emulsões * Composição CELULOSE feixes de moléculas de celulose se agregam na forma de microfibrilas as microfibrilas constroem fibrilas e estas constroem as fibras celulósicas * Fibra insolúvel HEMICELULOSE mistura de polímeros polissacarídeos de baixa massa molecular, que estão intimamente associados com a celulose heteropolissacarídeo (pentoses e hexoses): xilose, manose, glucose, arabinose, galactose, ácido galactourônico, ácido glucourônico e ácido metilglucourônico * Fibra insolúvel LIGNINA componente estrutural do vegetal que confere propriedades de elasticidade e resistência polímero amorfo polímero aromático constituído de um sistema heterogêneo e ramificado sem nenhuma unidade repetidora definida caracteriza-se pelo elevado número de grupos -CH3 e de grupos -OH * Fibras solúveis ação fundamental: formação de géis isto se deve à extrema capacidade de retenção de água, absorvendo a água disponível, aumentando a viscosidade dos alimentos. devido à sua solubilidade, elas são fermentadas pela microbiota intestinal. Ação prebiótica * Fibra solúvel PECTINA fração da fibra solúvel polissacarídeo ramificado constituído principalmente de polímeros de ácido galacturônico, ramnose, arabinose e galactose responsável pelo aprisionamento de água e possui a capacidade de gelificação do meio auxiliando na manutenção da união celular podem ter diferentes graus de grupos carboxilicos metilados AM, BM alguns trabalhos demonstram que sua ingestão pode reduzir os níveis séricos de colesterol e triglicerídeos em ratos e também em seres humano casca de frutos cítricos é grande fonte de pectina * Fibra solúvel GOMAS E MUCILAGEM as gomas são polissacarídeos com um número variável de monossacarídeos em sua cadeia, ou seja, são polissacarídeos complexos estrutura linear, compostas por unidades de glicose (ß-D-glicopiranosil) unidas por ligações glicosídicas ß-1,4 e ß-1,3 retardam o esvaziamento gástrico e o tempo de trânsito intestinal diminuem a absorção da glicose e colesterol são solúveis em água são consideradas parte não estrutural das plantas e têm alta capacidade de formação de gel, por isso é amplamente utilizada na indústria alimentícia como emulsificante ou estabilizante de alimentos * Substâncias de comportamento semelhante às fibras AMIDO RESISTENTE Amido resistente (AR) é definido como a soma de amido e produtos de degradação não absorvidos no intestino delgado de indivíduos saudáveis (EURESTA, 1993). por não ser absorvido no intestino baixo valor calórico e se caracteriza por efeitos fisiológicos semelhantes ao das Fibras Alimentares mas por outro lado contribui para superestimar o valor da fibra alimentar quando realizada análise (pois permanece no resíduo) não fornecerá glicose ao organismo, mas que será fermentada no intestino grosso para produzir gases e ácidos graxos de cadeia curta * FRUTOOLIGOSSACARÍDEOS (FOS) e INULINA FOS e inulina são carboidratos com propriedades fisiológicas semelhantes às fibras não sofrem ação das enzimas digestivas, mas são fermentadas no cólon são hidrossolúveis Os FOS são carboidratos de cadeia curta (oligossacarídeos), e têm duas qualidades, resistência à ação das enzimas hidrolíticas e uma preferência por bifidobactéria são bifidogênicos, daí seu efeito prebiótico. provocando uma redução do pH intestinal proporcionam uma melhor absorção de certos minerais como cálcio e magnésio são obtidos pela hidrólise de inulina através da enzima inulase e sintetizados a partir da sacarose pela enzima frutosiltransferase, enzima fúngica obtida do Aspergilus ninger Substâncias de comportamento semelhante às fibras * A inulina é um polímero de glicose (contém de 2 a 60 unidades de frutose ligadas a uma unidade de glicose). polissacarídeo da frutose é fermentável e bifidogênica (função de prebiótico) por não ser digerida pelas enzimas do intestino humano, é considerada como fibra alimentar solúvel é encontrada na raiz de chicória, alho, cebola, banana, e pode ser sintetizada a partir da sacarose. Substâncias de comportamento semelhante às fibras * Recomendações diária 20 a 30 g/dia (70% solúveis e 30% insolúveis) FDA - 25 g de fibra por 2000 calorias/dia (adultos) OMS – 27 a 40 g/dia ADA – 20 a 35 g/dia ou 10 a 13 g de fibra para cada 1000 cal ingeridas DRIs – 19 a 38 g/dia Consumo médio deve ser de 25g / dia * Efeitos benéficos à saúde Diabetes melito – as fibras solúveis exercem efeito hipoglicêmico por retardamento da hidrólise do amido e reduzindo a absorção da glicose; Doenças cardiovasculares – alterações na absorção do colesterol e na sua síntese pelo fígado; Obesidade – aumenta a plenitude e saciedade; Doenças do cólon - redução a obstipação intestinal, diminuição da incidência de diarréia, promoção de trofismo intestinal. * Métodos de análise de fibras * Extrai a gordura e pesa 2g da amostra Ebulição/refluxo H2SO4 1,25% , 30 min. Filtra, lavando com água fervente Ferver o resíduo com NaOH 1,25%, 30 min. Filtra em cadinho de Gooch Seca em estufa e pesa Incinera em mufla e pesa Fibra bruta = é o peso perdido na incineração Fibra bruta * Métodos químicos (Van Soest) Fibra detergente ácido (ADF): Amostra + 2% detergente (brometo de cetiltrimetilamônia) meio ácido diluído Resíduo (lignina + celulose) Fibra detergente neutro (NDF) Amostra + detergente neutro (lauril sulfato de sódio + EDTA) Resíduo (lignina + celulose + hemicelulose) Lignina: resíduo do tratamento ácido (H2S04 72%) * Fibra por detergente ácido (ADF) Celulose e lignina. Utilizado para ração animal. Pesa-se a amostra seca e moída (1 mm) Ebulição/refluxo H2SO4 0,5M e 20g de CTAB/L, 60 min. Filtra, lavando com água fervente e acetona Celulose, lignina (minerais, taninos, pectina) Componentes solúveis Seca em estufa e pesa Incinera em mufla e pesa CTBA = brometo de cetil-trimetilamonia * Fibra por detergente neutro (NDF) Celulose, hemicelulose e lignina. Utilizado para grãos de cereais (oficial). SLS = lauril sulfato de sódio EDTA = ácido etilenodiaminotetracético Pesa-se a amostra seca e moída (1 mm) Ebulição/refluxo tampão SLC (30g/L), EDTA e 1-etoxietanol, 60 min. Filtra, lavando com água fervente e acetona Celulose, lignina, hemicelulose (minerais, taninos, pectina) Componentes solúveis Seca em estufa e pesa Incinera e pesa Celulose, lignina, hemicelulose (insolúvel), amido e proteínas em parte * Ambos os métodos por detergente dosam somente fibras insolúveis em detergente. NDF ADF NDF: celulose, lignina, hemicelulose ADF: celulose, lignina NDF-ADF: hemicelulose ADF: celulose e lignina Solúvel em 72% de H2SO4: celulose ADF – lignina: celulose H2SO4 ADF * Métodos Enzimáticos Baseados na definição fisiológica de fibra dietética A partir de 1970: proteases e amilases. (Necessário extrair previamente os lipídeos) Simula a digestão dos alimentos usando enzimas Mais usado: gravimétrico da AOAC (PROSKY et al., 1988). * Método da AOAC Amostra -amilase (pH 6; 100C, 30 min.) protease (pH 7,5; 60C, 30 min.) amiloglucosidase (pH 4,75; 60C, 30 min.) Filtra Resíduo (f. ins.) Filtrado (f, sol.) Seca a 105 C Pesa Precipita com etanol Filtra Seca o resíduo a 105 C Correção do branco, cinzas e proteínas * As fibras são determinadas quimicamente ou gravimétricamente no resíduo resultante do tratamento enzimático. É útil para rotulagem de produtos comerciais. Consume muito tempo (~16 h). Críticas aos métodos - pode ter amido resistente, contaminantes insolúveis como sujeira e cabelo, produtos da reação de Maillard; instabilidade e qualidade das enzimas. * Quanto ao ponto de vista científico e nutricional sua validez é limitada devido a erros e imprecisões: Temperaturas de 60 e 100C, muito diferentes das temperaturas fisiológicas fibras solúveis e insolúveis podem ser diferentes do real; Não se pode conhecer os valores de fibras dos alimentos naturais (sem tratamento térmico) não correspondem à T de ingestão do alimento. Na precipitação com etanol podem co-precipitar outros constituintes do alimento. * Métodos Enzimáticos Método de Southgate: Permite a determinação das frações solúvel e insolúvel Extração enzimática do amido e proteína Hidrólise ácida: celulose Glicose Lignina: estimada gravimetricamente Método enzimático - gravimétrico (AOAC): Amostra Hidrólise enzimática: hidrolisado + resíduo fibra Método de Englyst: Hidrólise dos polissacarídeos da fibra Determinação dos monossacarídeos (cromatografia gás-líquido) Determinação colorimétrica de ácido urônico * Diferenças entre os métodos Fibra bruta Celulose 75%; lignina 50%. Detergente neutro Celulose 100%; lignina 100%; hemicelulose 75%. Detergente ácido Celulose 100%; lignina 100%; hemicelulose 25%. Método enzimático (AOAC) 100% de Celulose, hemicelulose, pectina e lignina + SOLÚVEIS
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