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Desastre Região Serrana 2011_Análise de Risco Ambiental

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO 
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS / ICH 
ESTUDOS AMBIENTAIS PARA ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO 1 
DESASTRE NATURAL 
Catástrofe na Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRUPO: 
Augusto Brandão 
Dimitri Henriques 
Glaucy Herdy 
Juliana Aquino 
Lucas Deotti 
Marina Amaro 
Mariana Camillo 
Sara Pimenta 
 
PROFª. Msc.: 
Camila Neves Silva 
 
 
 
Juiz de Fora, Abril de 2015. 
Figura 1: Mapa de localização da Região Serrana do Rio de Janeiro. 
Introdução 
 
Considerado pela ONU como o maior desastre natural da história do Brasil, a 
calamidade atingiu a região serrana do Estado do Rio de Janeiro (cidades de Nova 
Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Itaipava, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto e 
Bom Jardim) e ocorreu entre 11 e 12 de janeiro de 2011, afetando de alguma maneira 
cerca de 90 mil pessoas. O município de Nova Friburgo teve o maior número de vítimas: 
420. Em Teresópolis, foram contabilizadas 324 mortes, em Petrópolis 65 e mais de 30 
mortos em Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto e Bom Jardim. Cerca de 20 mil 
pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas nos municípios afetados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As chuvas de verão fortes e concentradas desencadearam generalizados 
deslizamentos de terras, inundações e fluxos de detritos que provocaram os transtornos 
supracitados. Apesar dos deslizamentos e das fortes chuvas serem fenômenos comuns 
nessa região, o evento catastrófico surpreendeu pela magnitude, abrangência e poder de 
destruição. A tragédia foi causada por um fenômeno que combina fortes chuvas e as 
condições geológicas específicas da região, mas foi agravada pela ocupação irregular do 
solo a falta de infraestrutura adequada para se enfrentar o problema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 2: Esquema 
de um movimento 
de massa. 
Tudo o que se encontrava nas áreas afetadas foi igualmente atingido e destruído: 
agricultura, infraestrutura pública (estradas, pontes, rede elétrica), edificações 
(residenciais, piscinas, indústrias, estufas agrícolas). A força da natureza não fez distinção 
entre áreas ocupadas por moradores de baixa renda ou por moradores de alta renda, nem 
entre ocupação recente e mais antiga, a dita “área rural ou urbana consolidada”, tudo foi 
igualmente atingido e destruído. 
 
Áreas sensíveis do desastre: 
 
Estudos feitos no relatório de inspeção das áreas atingidas (BRASIL, 2011) 
constatou que tanto nas regiões urbanas, quanto nas rurais, as áreas mais severamente 
afetadas pelos efeitos das chuvas foram: 
a) as margens de rios (incluindo os pequenos córregos e margens de nascentes). 
As áreas diretamente mais afetadas são aquelas definidas pelo Código Florestal como 
Áreas de Preservação Permanente – APPs. 
b) as encostas com alta declividade (geralmente acima de 30º). No caso dos 
deslizamentos, observou-se que a grande maioria está associada a áreas antropizadas, 
onde já não existe a vegetação original bem conservada, ou houve intervenção para 
construção de estradas, ou terraplanagem para construção de edificações diversas. 
c) Áreas no sopé dos morros, montanhas ou serras. Observou-se que as rochas e 
terra resultantes dos deslizamentos das encostas e topos de morro atingiram também 
edificações diversas construídas muito próximas da base. 
d) Fundos de vale. Observou-se também que áreas em fundos de vale, 
especialmente aquelas áreas planas associadas a curvas de rio foram atingidas pela 
elevação das águas e pelo corrimento e deposição de lama e detritos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Deslizamento em área de ocupação desordenada de Nova Friburgo – 13/01/11 
Fatores de contribuição para o desastre: 
 
O relevo das cidades serranas funciona como uma barreira que impede a passagem 
das nuvens e, concentradas, provocam muita chuva numa única área. A parte alta das 
montanhas é um terreno muito inclinado e a vegetação cresce sobre uma camada fina da 
terra. A água da chuva vai penetrando no solo, que fica encharcado e se desloca da pedra, 
com isso o volume de terra desce como uma grande avalanche, devastando o que encontra 
pela frente. A grande inclinação das montanhas fez com que o deslizamento atingisse até 
150 quilômetros por hora, aumentando a rapidez da destruição. 
O ar quente e úmido vindo da Amazônia gerou nuvens carregadas no sudeste. A 
água da chuva foi responsável por dois fenômenos distintos: primeiro a cheia nas 
nascentes dos rios no alto das montanhas que juntamente com outros fatores causaram as 
enchentes, e o sistema de drenagem dos municípios era obsoleto e não conseguiu escoar 
o grande volume de água, e segundo, os deslizamentos de terra. 
Constatou-se na inspeção do Ministério do Meio Ambiente que 90% dos 
deslizamentos estão associados a intervenção antrópica, como estradas, caminhos, trilhas, 
terraplanagens, desmatamento de encostas e topos de morro, degradação da vegetação 
nativa e áreas de pastagens degradadas que apresentam processos erosivos que, com o 
tempo, contribuem para a desestabilização da encosta. Além disso, se constatou também 
que as áreas que foram mais intensamente afetadas pela tragédia são aquelas consideradas 
APPs (Áreas de Proteção Permanente, como margens de cursos d´água, encostas com alta 
declividade e topos de morro ou montanhas). Verificou-se, por outro lado, que nas áreas 
com a vegetação nativa bem conservada, mesmo quando localizadas em áreas com alta 
declividade ou topos de morro ou montanhas, a quantidade de deslizamentos e rolamento 
de rochas foi inferior a 10% do total desses eventos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que poderia ter sido feito para evitar: 
Desastres naturais como este provocam reflexão tanto na comunidade atingida 
quanto na sociedade como um todo, levando à pensar sobre as medidas que poderiam ser 
tomadas antes da tragédia, uma vez que tal catástrofe já apresentava certa previsão, devido 
aos fatores supracitados no item 3. É notório que não seria possível evitar os 
deslizamentos e escoamentos, já que as condições naturais da região são inclinadas para 
esse tipo de fenômeno, mas a tragédia poderia ter sido evitada. Esta tragédia é 
Figuras 4 e 5: A primeira imagem (2010) mostra um condomínio em Nova Friburgo, 
podendo-se observar que foi instalado numa área plana do topo do morro, com habitações 
construídas junto à base, com topo desmatado e a estrada cortando seu vértice. Já na 
segunda imagem, dias depois do desastre de 2011, observa-se o deslizamento associado à 
intervenção humana. No condomínio morreram 9 pessoas. 
consequência do descaso político em relação a ocupação irregular e crescimento 
desordenado da região e, mesmo havendo uma Lei de proteção do solo desde 1978, esta 
não impediu a ocupação irregular dessas áreas. 
É importante ressaltar que o Estado tem acesso à estudos de desenvolvimento de 
segurança, porém não fazem uso adequado do conhecimento em prol da população, dando 
preferência a sociedade industrial com seus empreendimentos capitalistas (DANTAS, 
2011). A população trabalhadora e assalariada ocupa as margens (literais e metafóricas) 
das regiões da sociedade de forma irregular, colocando em risco suas próprias vidas. 
Segundo o Manual de Planejamento de defesa Civil de 1999, denomina-se de 
contingência a uma situação de incerteza quanto aum determinado evento, fenômeno ou 
acidente, que pode se concretizar ou não, durante um período de tempo determinado, e 
Plano de Contingência é o planejamento tático que é elaborado a partir de uma 
determinada hipótese de desastre. Além disso, o Manual diz que com as orientações de 
uma equipe da defesa Civil a população deveria ter sido previamente alertada dos riscos 
e, no momento do desastre, devidamente evacuada para locais seguros. 
Segundo Gerson Filho, catástrofes como essas podem ser evitadas ou 
minimizadas pela sociedade mas, para isso, seria necessário governança para resolver de 
fato o problema, através de um conjunto de medidas legais, técnicas, estruturais e 
educativas coordenadas como: 
 Elaborar e executar planos de prevenção e enfrentamento de desastres ambientais 
nas escalas local, regional e nacional; 
 Aprimorar o conhecimento da dinâmica da paisagem da região afetada (geologia, 
geomorfologia, solos, vegetação, clima, hidrologia e sociedade); 
 Aprofundar e disponibilizar o conhecimento geotécnico da região em várias 
escalas para contribuir nas orientações técnicas de apoio à construção civil; 
 Elaborar mapas detalhados de áreas de risco (escala local) que contribuam para 
identificação das vulnerabilidades ambientais; 
 Aplicar corretamente a “Lei de Uso e Ocupação de Solo” para elaboração de um 
zoneamento visando a ocupação adequada do território; 
 Estabelecer uma política continuada de Planejamento Urbano; 
 Promover um código de obras rigorosamente adaptado às condições da dinâmica 
ambiental da área; 
 Respeitar as APPs (mantendo um afastamento seguro das margens de córregos e 
rios, impedindo ocupações de encostas acima de 45º de inclinação e preservar os 
topos de morros e serras); 
 Mobilizar um plano de remoção e realocação adequada de populações que 
ocupam áreas de risco; 
 Utilizar radar meteorológico para monitoramento da pluviosidade e criação de um 
sistema de alerta de tempestades em tempo real; 
 Criar um sistema de monitoramento da vazão nas micro-bacias hidrográficas 
(estações fluviométricas) para dar suporte técnico à implantação de um sistema de 
alerta para inundações; 
 Criar um centro de gerenciamento de risco integrando os municípios serranos 
vizinhos para compartilhar conhecimento, métodos e ajuda; 
 Instituir uma Defesa Civil proativa, capaz de atuar mais preventivamente e com 
competência operacional para atender a áreas distantes e em condições 
meteorológicas extremas; 
 Aparelhar o Corpo de Bombeiros para atuar neste tipo de situação e em parceria 
coordenada com a Defesa Civil; 
Figura 6: Comparação dessa igreja afetada pelo desastre em 2011 e após um ano do ocorrido. 
 Qualificar as brigadas de socorro e treinamento periódico através de simulações, 
envolvendo toda população da área; 
 Construir uma Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive em 
contextos não escolares. 
 
É importante ressaltar o item sobre a preservação das faixas de APP pois, no caso 
da tragédia da Região Serrana, foram as áreas atingidas com mais intensidade por estarem 
ocupadas. 
 
O que foi feito após a tragédia: 
 
Em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis (cidades mais afetadas), um ano após 
tragédia moradores reclamam da dificuldade de seguirem com suas vidas, além de 
viverem pelo medo e abandono, e presenciarem o enorme desperdício de dinheiro 
público, em obras de recuperação e de prevenção não realizadas ou executadas a um ritmo 
excessivamente lento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Janaína Garcia relata em sua reportagem os depoimentos de moradores das três 
cidades. Neles há revolta com a inoperância de administradores, decepção pelos bens 
perdidos que foram acumulados ao longo da vida e saudade pelos amigos e parentes que 
morreram, além do constante medo de que o episódio se repita. 
No cenário das cidades ainda são presentes cenas como encostas com 
desabamentos quando chove, moradores que vivem em áreas de risco e obras nada 
eficientes e pouco aceleradas com placas de “executadas pelo Estado” e que estampam 
cifras de milhões de investimentos que, na prática, mostram que ainda há muito por fazer. 
Pelos dados da SEOBRAS analisados no artigo de Francisco Dourado, o estado 
investiu na região (após o desastre) R$ 188.451.196,08 em 79 obras pelos seis municípios, 
sendo Petrópolis com maior número de intervenções e Nova Friburgo o que mais recebeu 
recursos (R$ 91 milhões). Se tratando de bacias, a bacia do Rio Preto foi a com o maior 
número de intervenções (31) e a do Rio Grande foi a que mais recebeu recursos (R$ 101 
milhões). No comparativo habitante/recurso investido, Rio Grande também apresentou a 
maior relação (R$ 504,81/habitante) além de ser a que apresentou a maior relação 
investimento por km2 (R$101,5/km2). A cidade de Areal foi o município que menos 
recebeu intervenções e recursos. 
Os maiores investimentos realizados foram em ações de mapeamento das áreas 
remanescentes de alto risco de movimentos de massa (essas áreas de risco também 
sofreram interdição ou desapropriação executada pelo Governo do Estado), além das 
medidas estruturais como reparo e reconstrução de pontes e intervenções nas encostas. 
As cidades como Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo já haviam sido 
mapeados nos anos de 2006 e 2007 pelo NADE (Núcleo de Análise e Diagnóstico de 
Escorregamentos, órgão estadual formado por geólogos, geógrafos e engenheiros com o 
objetivo de identificar áreas altamente susceptíveis a movimentos de massa), mas de 
pouco adiantou, já que poucas medidas foram tomadas até então. 
O NADE realiza sistematicamente o mapeamento de áreas dos municípios do 
estado do Rio de Janeiro. A ordem de prioridade do mapeamento se deu de acordo com o 
número histórico de mortes e movimentos de massa registrados em cada município. É um 
fato de extrema importância, pois pela primeira vez um órgão estadual agrega esforços 
das diversas instituições nacionais (Defesa Civil Nacional, CPRM, CEMADEN) 
estaduais (Defesa Civil Estadual, DRM, INEA, SEOBRAS), municipais (Defesas Civis 
Municipais e Secretarias Municipais de Obras) e universidades (UFRJ, UFPR, UFBA, 
UERJ e PUC-RJ) em prol de um programa de prevenção e não mais de ações pós-desastre. 
Falando de dados mais atuais, o G1 mostra em reportagem que, quatro anos após 
o ocorrido, ainda haviam poucas mudanças. Moradores de Teresópolis aguardam 
construção de casas populares, enquanto Petrópolis aguarda ações em bairros e Nova 
Friburgo avançou nas melhorias. Nessa última, 20 bairros, loteamentos ou comunidades 
estão em áreas de risco e são monitorados constantemente. São mais de 18 mil pessoas 
nessa situação em uma cidade de 180 mil habitantes. Segundo dados do governo do 
estado, 407 famílias recebem o aluguel social, mas cerca de outras 1.500 estão em casas 
novas, quase todas construídas pelo estado no Conjunto Habitacional do Terra Nova. Mas 
de acordo com a Defesa Civil de Nova Friburgo, os trabalhos têm sido intensificados, 
com a instalação 20 Unidades de Proteção Civil (UPC) nos bairros e que funcionam 24 
horas por dia. 
Já em Petrópolis, faltam obras nas pontes do município. No Vale do Cuiabá, duas 
só foram construídas agora (2015), mas a ponte de Santo Antônio da Provisória, que foi 
arrastada pela água, ainda não foi feita. O Vale do Cuiabá foi a localidade em Petrópolis 
mais atingida em 2011. Apesar disso, até hoje não foram instalada as sirenes do Sistema 
de Alerta e Alarme no local e nem a Unidade de Proteção Comunitária (UPC) que a 
prefeitura prometeu. Quanto a construção de pontes o projeto está sendo aprovado pelaCaixa Econômica Federal e, após a resposta do banco, será aberto processo de licitação. 
Quanto a Teresópolis, 80 localidades foram atingidas pelo temporal, mas a 
tragédia foi maior em Campo Grande, onde 200 pessoas morreram, enquanto os 
sobreviventes que ficaram desabrigados continuam cadastrados no aluguel social, mas até 
hoje ninguém recebeu a chave dos apartamentos que ainda estão em construção. 
 
 
Conclusão: 
Concluímos que a catástrofe não poderia ter sido evitada, já que a região é 
naturalmente propícia à escorregamentos de terra, mas os danos poderiam ter sido 
minimizados, já que chuvas torrenciais, deslizamentos e inundações não são inéditos no 
Brasil. O correto era que, antes do acontecido, já existissem planos de prevenção e alerta 
de desastres naturais em todas as escalas governamentais. O Brasil já possui uma grande 
bagagem de estudos, análises e sólidos conhecimentos técnicos científicos para auxiliar 
na implementação desses planos (FILHO, 2012). Além disso, há a necessidade de superar 
desafios, como lista Raimundo Carreiro (ministro do Tribunal de Contas da União) que 
são o mapeamento de regiões suscetíveis aos impactos ambientais, a elaboração de plano 
para redução de riscos e situações de contingência e o impedimento de construções em 
áreas vulneráveis a desastres. Ainda segundo o ministro, “depois que chega escola, 
comércio e transporte, por exemplo, fica mais difícil tirar as pessoas de regiões impróprias 
para o assentamento. É necessário fiscalizar essas áreas para coibir as edificações 
irregulares. Pretendemos, junto a isso, certamente, dar ênfase a novas diretrizes 
urbanísticas e programas habitacionais para realocar essas pessoas. Para isso, precisamos 
de diálogo e parceria com diversos órgãos”. Existe também a necessidade de uma 
legislação para obras de emergência, como ressaltado pelo secretário Nacional de 
Proteção e Defesa Civil, Adriano Pereira Júnior em seu discurso durante debate sobre 
prevenção de desastres climáticos no Rio de Janeiro, “nós facilitamos a liberação do 
crédito, mas depois fazemos todas as exigências como se fosse uma obra padrão. É 
diferente a ponte que foi construída para melhorar a mobilidade na área daquela que foi 
derrubada e a população precisa hoje”, afirmou. 
Por fim, sabemos que para evitar a repetição de um desastre nestas proporções 
apenas as intervenções de obras civis não bastam. A chave para a diminuição de 
fatalidades está em ações de prevenção e a conscientização da população dos riscos aos 
quais ela está submetida. Essa conscientização certamente irá evitar ou pelo menos 
minimizar a ocupação de áreas de risco, assim como trazer confiança à população nos 
sistemas de alerta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
 
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade e Florestas. 
Relatório de Inspeção: Área atingida pela tragédia das chuvas Região Serrana do 
Rio de Janeiro. Brasília, DF, 2011. 84 p. Disponível em 
<http://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/relatoriotragediarj_182.pdf>. Acesso 
em 18 de abril de 2015. 
 
BRASIL, Agência; WAMBURG, Jorge. Prevenção de desastres climáticos é 
tema de discussão no Rio de Janeiro. EBC: Meio Ambiente, Nov. 2014. Disponível em 
<http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014/11/prevencao-de-desastres-climaticos-e-
tema-de-discussao-no-rio-de-janeiro>. Acesso em 24 de abril de 2015. 
 
DANTAS, Gilson. Região serrana do Rio: chuva, capitalismo e naturalização 
das tragédias. Palavra Operária, Jan. 2011. Disponível em <http://www.ler-
qi.org/Regiao-serrana-do-Rio-chuva-capitalismo-e-naturalizacao-das-tragedias>. Acesso 
em 23 de abril de 2015. 
 
DOURADO, Francisco; ARRAES, Thiago Coutinho; SILVA, Mariana Fernandes 
e. O Megadesastre da Região Serrana do Rio de Janeiro - as causas do evento, os 
mecanismos dos movimentos de massa e a distribuição espacial dos investimentos de 
reconstrução no pós-desastre. Anuário do Instituto de Geociências UFRJ, Rio de 
Janeiro, v.35, n.2, p. 43-54, 2012. Disponível em 
<http://ppegeo.igc.usp.br/pdf/anigeo/v35n2/v35n2a04.pdf>. Acesso em 23 de abril de 
2015. 
 
FILHO, Gerson Romero de Oliveira. Os movimentos de massa na região 
serrana do estado do Rio de Janeiro em 2011: diagnóstico e proposição de medidas 
para enfrentamento de desastres ambientais. CES Revista, Juiz de Fora, v.26, n.1, p. 
149-166, 2012. Disponível em 
<http://www.cesjf.br/revistas/cesrevista/edicoes/2012/10%20Geografia_Os%20movime
ntos%20de%20massa.pdf>. Acesso em 19 de abril de 2015. 
 
GARCIA, Janaína. Um ano após tragédia moradores da região serrana do Rio 
reclamam de medo, abandono e desperdício de dinheiro público. UOL, Rio de 
Janeiro, Jan. 2012. Disponível em <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
noticias/2012/01/11/um-ano-depois-da-tragedia-moradores-da-regiao-serrana-do-rio-
reclamam-de-medo-abandono-e-desperdicio-de-dinheiro-publico.htm>. Acesso em 19 de 
abril de 2015. 
 
G1. Tragédia na Serra do Rio completa 4 anos e cidades ainda tem 
problemas. G1: InterTV, Rio de Janeiro, Jan. 2015. Disponível em 
<http://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/2015/01/tragedia-na-serra-do-rio-
completa-4-anos-e-cidades-ainda-tem-problemas.html>. Acesso em 20 de abril de 2015.

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