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Slides de Engenharia e Ciência dos Materiais - UFPI

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CM5 2014EM.pdf
COMPORTAMENTO 
 MECÂNICO 
DOS MATERIAIS 
Introdução aos Ensaios dos Materiais 
Como sabemos… 
 
Todo projeto de engenharia, e projeto de 
desenvolvimento de um produto, requer vasto 
conhecimento das CARACTERÍSTICAS, PROPRIEDADES 
E COMPORTAMENTO DOS MATERIAIS. 
 
 
 
Os critérios de especificação ou escolha de materiais 
impôem para a realização dos ENSAIOS…Métodos 
normalizados. 
Introdução aos Ensaios dos Materiais 
Objetivo: 
 
Levantar as propriedades mecânicas e seu comportamento sob 
determinadas condições de esforços. 
 
 
Objetivo Normalização: 
 
-É fundamental para que se estabeleça uma linguagem comum 
entre fornecedores e usuários dos materiais. 
 
- A partir de uma amostragem estatística representativa. 
 
 
Estrutura interna 
do material 
CM Comportamento 
Mecânico 
Mecânica 
Comportamento 
estrutural 
Relação entre características dos materiais e seu Comportamento mecânico. 
Introdução aos Ensaios dos Materiais 
Introdução aos Ensaios dos Materiais 
Classificação dos Ensaios: 
 
Quanto à integridade geométrica e dimensional 
 
-Destrutivos: provocam inutilização parcial ou total da peça 
-Não destrutivos: não comprometem a integridade da peça 
 
Quanto à velocidade de aplicação da carga 
 
- Estáticos: carga aplicada de maneira suficientemente lenta 
(tração, compressão, flexão, dureza e torção) 
 
- Dinâmicos: carga aplicada rapidamente ou cíclica (fadiga e 
impacto) 
 
- Carga constante: longo período (fluência) 
 
Introdução aos Ensaios dos Materiais 
Métodos de Ensaios 
 
Determinam que os ensaios devem ser realizados em função da 
geometria da peça, do processo de fabricação e de acordo com as 
normas técnicas: 
 
 
 
-Na própria peça 
-Em corpos de prova 
 
Ensaio de Tração 
•CORPOS DE PROVA 
 ASTM D638 
 
 
-Para materiais 
poliméricos 
NBR 6152 – Materiais Metálicos; 
ASTM E8 - Materiais Metálicos 
ASTM 638 – Materiais Poliméricos 
 
Corpos de Prova 
•CORPOS DE PROVA 
 -Para materiais metálicos 
Ensaio de Tração 
•Máquina de Tração EMIC DL 60000 
• Fonte : http://www.labmat.com.br/ae_mecanic.html 
 Ensaio de tração 
 
-Consiste na aplicacão de uma carga de tração 
uniaxial crescente em um corpo de prova 
“específico” até a ruptura. 
 
-Mede-se a variação no comprimento (L) como 
uma função da carga aplicada (P). 
 
-Após tratamento adequado dos resultados, 
obtém-se uma curva tensão (ζ) versus a 
deformação (ε) do CP. 
Ensaio de tração 
Resistência à tração 
RESULTADO 
É obtida através da curva 
tensão-deformação. 
Resultado 
Principais Características 
 -Módulo de elasticidade (E) 
 
-Limite de escoamento (ζe) 
 
-Limite de resistência à tração (ζu) 
 
-Módulo de Resiliência (Ur) 
 
-Limite de ruptura 
 
 -Módulo de Tenacidade (Ut) 
 
-Deformação elástica e plástica 
 
-Estricção 
PROPRIEDADES MECÂNICAS 
CORPOS DE PROVA 
 
Vídeo1! 
Vídeo2! 
Como se definem tensão e 
deformação? 
• Tensão 
• Deformação 
oo
oi
l
l
l
ll 



oA
F

Sendo: 
 = tensão (Pa); 
F = carga instantânea aplicada (N) e 
Ao = área da seção reta original antes 
da aplicação da carga – seção reta 
transversal(m2). 
Sendo: 
 = deformação (adimensional); 
li = comprimento instantâneo e 
lo = comprimento original. 
Como efeito da aplicação de uma tensão, tem-se 
a deformação. 
Comportamento mecânico 
dos metais 
Deformação () 
T
e
n
s
ã
o
 (

) 
Limite de resistência à 
tração - LRT 
Comportamento 
típico da curva 
tensão-deformação 
de engenharia até a 
fratura do material 
(ponto F). Os 
detalhes circulares 
representam a 
geometria do corpo 
de prova deformado 
em vários pontos ao 
longo da curva. 
Fonte: Callister, 2008. 
Fratura do material 
Deformação elástica 
• Antecede à deformação 
plástica. 
• É reversível. 
• Desaparece quando a 
tensão é removida. 
• É proporcional à tensão 
aplicada. 
 Deformação plástica 
• É provocada por tensões que 
ultrapassam o limite de 
elasticidade. 
• É irreversível, ou seja, não 
desaparece quando a tensão 
é removida. 
• Deformação permanente. 
Região de Comportamento Elástico (OA) 
Quando uma amostra de 
um material solicitado por 
uma força sofre uma 
deformação e, após a 
retirada da força aplicada, 
recupera suas dimensões 
originais - DEFORMAÇÃO 
ELÁSTICA. 
A deformação plástica 
corresponde ao movimento de 
discordâncias 
•A presença deste defeito é a responsável pela 
deformação, falha e rompimento dos materiais 
 
•EX: Discordância em 
Cunha 
Envolve um plano extra de átomos 
O vetor de Burger é perpendicular à direção da linha de 
discordância 
Envolve zonas de tração e compressão 
 
=0,002mm/mm 
Módulo de elasticidade ou módulo de Young 
• É determinado pelo quociente 
da tensão convencional na região 
linear do diagrama. 
 
•Está relacionado diretamente 
com as forças das ligações 
interatômicas, o que explica seu 
comportamento inversamente 
proporcional à temperatura. 
 
• Está relacionado com a rigidez 
do material. 
 
 
l
lo
S
P
E

 .
0

Módulo de elasticidade (E) 
Deformação () 
T
e
n
s
ã
o
 (

) 
  = E  
A lei de Hooke é 
válida até este 
ponto. 
 
Máxima tensão que o material 
suporta sem sofrer deformação 
permanente. 
E =  / 
Metals
Alloys
Graphite
Ceramics
Semicond
Polymers
Composites
/fibers
E(GPa)
Based on data in Table B2,
Callister 7e.
Composite data based on
reinforced epoxy with 60 vol%
of aligned
carbon (CFRE),
aramid (AFRE), or
glass (GFRE)
fibers.
Young’s Moduli: Comparison
109 Pa
0.2
8
0.6
1
Magnesium,
Aluminum
Platinum
Silver, Gold
Tantalum
Zinc, Ti
Steel, Ni
Molybdenum
Graphite
Si crystal
Glass -soda
Concrete
Si nitride
Al oxide
PC
Wood( grain)
AFRE( f ibers) *
CFRE *
GFRE*
Glass fibers only
Carbon fibers only
Aramid fibers only
Epoxy only
0.4
0.8
2
4
6
10
20
40
60
80
100
200
600
800
1000
1200
400
Tin
Cu alloys
Tungsten
<100>
<111>
Si carbide
Diamond
PTF E
HDPE
LDPE
PP
Polyester
PS
PET
CFRE( f ibers) *
GFRE( f ibers)*
GFRE(|| f ibers)*
AFRE(|| f ibers)*
CFRE(|| f ibers)*
Relação entre temperatura de 
fusão e módulo de elasticidade 
 
Metal 
Temperatura de 
fusão (oC) 
Módulo de 
elasticidade (MPa) 
Alumínio 660 70.000 
Cobre 1085 127.000 
Ferro 1538 210.000 
O módulo de 
elasticidade é 
fortemente dependente 
das forças de ligação 
entre os átomos. 
As forças de ligação entre os átomos, 
e consequentemente o módulo de 
elasticidade, são maiores para metais 
com temperaturas de fusão mais 
elevadas.
Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2000. 
Deformação ()
Te
ns
ão
 (
)
Limite de resistência à 
tração - LRT
Deformação ()
Te
ns
ão
 (
)
Limite de resistência à 
tração - LRT
Após o escoamento, a tensão necessária para continuar 
a deformação plástica aumenta até um valor máximo, o 
ponto M, e então, diminui até a fratura do material, no 
ponto F. 
Fratura do 
material 
Outras 
informações 
obtidas da 
curva  x . 
• Escoamento  é uma transição heterogênea entre a fase 
elástica e a plástica, caracterizada por um aumento 
considerável da deformação, com uma tensão praticamente 
constante. 
 
 
 
Esboço da curva obtida no ensaio de tração 
Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2000. 
• AO – região de 
comportamento elástico. 
• AB – região de escoamento 
– se caracteriza por um 
aumento relativamente grande 
na deformação, acompanhado 
por uma pequena variação da 
tensão. 
• BF – região de 
comportamento plástico - a 
partir de B o material entra na 
região plástica, que é 
caracterizado pela presença de 
deformações permanentes. 
•UF – estricção – região 
ocorre o empescoçamento do 
corpo de prova, até a fratura. 
Região de Escoamento (AB) 
É entendido como um fenômeno 
localizado, que se caracteriza 
por um aumento relativamente 
grande na deformação, 
acompanhado por uma pequena 
variação na tensão. 
 
 
 
 
Pode ser nítido ou 
imperceptível 
Região de Escoamento (AB) 
- A principal tensão definida na região de escoamento é 
ζe, limite de escoamento, que é a máxima tensão 
atingida na região de escoamento. 
 
 
 
 
 
Região de Escoamento (AB) 
Para os casos imperceptíveis, convencionou-se adotar 
uma deformação padrão que corresponda ao limite de 
escoamento, conhecida como limite n de escoamento. 
 
 
 
 
Procedimento (ASTM E8-69): 
1- Obter a curva por meio do ensaio de tração; 
2-Construir uma linha paralela a região 
elástica, partindo de uma deformação de 0,002 
ou 0,2%; 
3-Definir ζe na intersecção da reta paralela 
com a curva ζ x ε 
 
 
 
 
Então, até aqui vimos quais informações 
podem ser obtidas a partir da curva tensão x 
deformação. 
 1. Módulo de elasticidade 
 
2. Tensão de escoamento 
 
3. Limite de resistência à tração 
 
4. Limite de ruptura 
 
5. Deformação elástica e plástica 
 
6. Estricção 
1) Baseado no resultado do ensaio de tração 
apresentado na figura a seguir, determinar: 
 
a) Módulo de elasticidade do material 
b) Resistência do material ao escoamento 
c) Resistência à tração 
 
 
APLICAÇÃO 
APLICAÇÃO 2: 
1) Baseado no resultado do ensaio de tração 
apresentado na figura a seguir, determinar: 
 
a) Módulo de elasticidade do material 
b) Resistência do material ao escoamento 
c) Resistência à tração 
 
Características dos Materiais 
Além destas, outras informações ainda 
podem ser obtidas da curva tensão x 
deformação: 
Ductilidade 
Tenacidade 
Resiliência 
Ductilidade 
Representa uma 
medida do grau de 
deformação plástica 
que foi suportado 
quando da fratura. 
Corresponde à 
elongação total do 
material devido à 
deformação plástica. Fonte: Callister, 2002. 
Medidas de Ductilidade: Alongamento total (ΔL), 
alongamento específico (δ) e deformação na fratura (εf) 
Δl (alongamento) - diferença entre o comprimento final 
(Lf) e o comprimento inicial (Lo) do corpo de prova que 
é dado por: 
 
 Δl=Lf-Lo 
 
O alongamento específico é dado por: 
 
 
 
 
f
o
of
L
L
l
ll









 

0
Deformação convencional de 
engenharia no ponto de fratura. 
Tenacidade 
Representa uma 
medida da habilidade 
de um material em 
absorver energia até a 
sua fratura. 
Para que um material 
seja tenaz, este deve 
apresentar tanto 
resistência como 
ductilidade. 
É a área sob a curva tensão 
x deformação até o ponto 
de fratura. 
Módulo de Tenacidade (Ut) 
Corresponde à capacidade que o material apresenta de absorver 
energia até a fratura, ou, quantifica a dificuldade ou facilidade de 
levar o material a fratura. 
 
Material dúctil 
Módulo de Tenacidade (Ut) 
Material frágil 
Módulo de Tenacidade (Ut) 
Existem duas expressões para determinar esses valores: 
 
Material dúctil 
 
 
 
f
ue
tU 






 

2
Material frágil 
 
 
 fut
U 
3
2

Ut (N.m/m
3). É um parâmetro que compreende tanto a resistência 
mecânica do material quanto a ductilidade. 
 Resiliência 
•É a capacidade que o material possui de absorver 
energia elástica sob tração e devolvê-la quando 
relaxado. 
 
 
•É a área sob a curva dada pelo limite de escoamento e 
pela deformação no escoamento. 
 
 
•Materiais ideais para uso em molas. 
CM6 2014EM.pdf
Ensaio de Compressão 
Tensão X Deformação 
 
• Mesmas características do ensaio de 
tração; 
• Diferença: utilizado para materiais frágeis. 
 
 
É executado em máquina universal de ensaios: 
 
-Com adaptação de duas placas (cabeçotes) 
lisas e de superfície perpendicular ao eixo de 
aplicação da carga. 
 
-Uma dessas placas deve ser engastada (fixa), 
e a outra, geralmente a superior (móvel). 
 
-O CP usualmente tem a forma cilíndrica com 
diâmetro inicial (D0) e o comprimento original 
(L0) 
 
 
Ensaio de Compressão 
Vídeo! 
•Insignificante p/ o concreto (tração) 
Teste de Dureza 
É uma propriedade mecânica relacionada à 
resistência que um material, quando pressionado por 
outro material ou por marcadores padronizados, 
apresenta ao risco ou à formação de uma marca 
permanente. 
 
- Utilização de penetradores padronizados. 
- Aplicação de pré-carga e/ou carga. 
- Deformação elástica seguida de deformação 
plástica. 
-Forma e profundidade da marca representam a 
dureza numérica. 
 
Dureza 
Teste de Dureza 
A dureza do penetrador deve ser maior 
do que a da amostra a ser ensaiada. 
 
Materiais mais duros são mais 
resistentes a deformacão plástica e 
deixam uma impressão menor. 
Condições: 
Dureza 
Polímeros 
Ligações 
de Van 
der Walls 
Baixas 
interações Macios 
• Relação da dureza com as ligações químicas 
Dureza 
Metais 
Ligações 
Metálicas 
Altas 
interações Duros 
• Relação da dureza com as ligações químicas 
Dureza 
Cerâmicas 
Ligações 
iônicas 
Interações 
muito altas 
Muito 
Duros 
• Relação da dureza com as ligações químicas 
 Dureza por Risco 
 
 - Muito aplicada no campo da mineralogia 
 - Mede a capacidade de um material riscar o outro 
 - Dureza de Mohs é a mais conhecida (diamante = 
10 e talco = 1) 
 
Ensaio de Dureza 
Ensaio de Dureza 
• Dureza por Risco 
 
•
D
U
R
E
Z
A
 
Teste de Dureza 
Ensaio de Dureza 
por Penetração 
 Dureza Brinell (HB
ou BHN) 
– Esferas de aço ou 
– Carboneto de tungstênio; 
 
 
VÍDEO! 
Materiais dúcteis! 
Utiliza-se da profundidade da impressão causada por 
um penetrador sob a ação de uma carga aplicada em 
dois estágios (pré-carga e carga suplementar) como 
indicador da medida de dureza. 
Ensaio de Dureza-Rockwell 
DEFINIÇÃO: 
CLASSIFICAÇÃO: 
-Comum ou superficial (dependendo da pré-carga e 
carga aplicada). 
Rockwell (HRc ou HRb) 
 
– Rockwell: penetrador é uma pequena esfera de 
aço- para materiais macios 
– Rockwell: penetrador é um cone de diamante - 
para materiais mais duros 
 
MEDIÇÃO AUTOMÁTICA NÃO NECESSÁRIO MEDIÇÃO ÓPTICA 
VÍDEO! 
Devido a forma do penetrador, possibilita medir qualquer 
valor de dureza, incluindo desde os materiais mais duros até 
os mais moles ( conhecido com ensaio universal). 
Ensaio de Dureza Vickers 
Microdureza de um material polifásico 
VÍDEO! 
 
 - Determinação da dureza em pequenas áreas do CP. 
 -Determinação da dureza individual de 
microconstituintes de uma estrutura metalográfica. 
 - Penetrador na forma de pirâmide alongada, com 
ângulos de 172° 30` e 130 ° entre faces opostas, que 
provoca uma diagonal maior e outra menor (relação 
7:1) 
 - Cargas menores de 1 kgf (9,8 N) 
Microdureza Knoop 
Ensaios de Resistência ao 
IMPACTO 
•Método de avaliação da resistência e sensibilidade ao entalhe de 
materiais. Consiste em submeter um corpo de prova a uma 
carga praticamente instantânea, provocando a fratura. 
•No ensaio de impacto um corpo de prova com entalhe é 
quebrado pelo impacto de um pêndulo ou martelo pesado, que 
cai de uma distância fixa (energia potencial constante) numa 
velocidade pré-determinada (energia cinética constante). 
Os dois principais métodos de 
ensaio de Impacto são: Charpy e 
Izod 
Entalhe mais 
severo. 
A única diferença entre o ensaio 
Charpy e o Izod é que no Charpy o 
golpe é desferido na face oposta ao 
entalhe e no Izod é desferido no 
mesmo lado do entalhe. 
Corpos de prova 
(Testes Izod X Charpy 
DETALHES DOS CORPOS DE 
PROVA-IMPACTO 
VÍDEO! 
CM7 2014EM.pdf
DIAGRAMA DE FASES 
Veremos nesse capítulo: 
 
-Terminologia associada aos diagramas e as 
tranformações de fases. 
 
-Apresentação e Interpretação dos diagramas. 
 
-Desenvolvimento de microestruturas. 
O que são diagramas de fases? 
 São mapas que 
permitem prever a 
microestrutura dos 
materiais em 
função da 
temperatura e 
composição de 
cada componente. 
E precisamos, ainda, entender o que é 
limite de solubilidade: 
 é a concentração máxima de átomos de soluto que pode se 
dissolver no solvente para formar uma solução sólida. 
Sistema açúcar-água 
Quando o limite de solubilidade é ultrapassado forma-se uma segunda fase com 
composição distinta 
Por fim, precisamos compreender 
o conceito de FASES: 
 uma fase pode ser definida como uma porção 
homogênea de um sistema que possui 
características físicas e químicas uniformes. 
 Uma única fase Sistema homogêneo 
 Duas ou mais fases Sistema heterogêneo 
 A maioria das ligas metálicas são sistemas 
heterogêneos 
Diagrama de fases Binários A
B
O Cu e o Ni são solúveis um no outro no estado sólido para todas as 
composições: 
Estrutura cristalina, raios atômicos, eletronegatividade e valências 
semelhantes. 
Linha líquidus e linha sólidos 
Temperatura de fusão para o Cu e o Ni puro! 
Interpretação dos Diagramas de 
Fases 
Informações Importantes: 
 
1)Fases que estão presentes. 
2)As composições dessas fases. 
3)As porcentagens ou frações das 
fases. 
Como saber quais as fases e 
composições presentes? 
 É preciso apenas localizar o ponto temperatura-
composição no diagrama de fases e observar com 
qual(is) fase(s) o campo de fases correspondente está 
identificado.  O ponto A: 60% de Ni e 
40% de Cu. 
 Como esse ponto está 
localizado dentro da região , 
exclusivamente a fase  estará 
presente. 
 E o ponto B uma liga com 
55% Ni e 45% Cu, consistirá 
tanto na fase  quanto na fase 
líquida. 
A 
B 
Como saber quais as fases e 
composições presentes? 
LINHA DE AMARRAÇÃO no 
ponto B 
 
Composição da fase líquida: 
CL= 31,5%Ni – 68,5% Cu 
 
 
Composição da fase sólida: 
Cα= 42,5%Ni – 57,5% Cu 
 
 
 
 Através da LINHA DE AMARRAÇÃO. 
Como determinar a quantidade das 
fases? 
 Através da REGRA DA ALAVANCA. 
 Vamos considerar o ponto 
B (35% de Ni e 65% de Cu): 
 Fase líquida: 
L = S 
 R+S 
L = C-C0 
 C-CL 
 Fase sólida: 
S = R 
 R+S 
S = Co-CL 
 C-CL 
 Ponto A = trivial 
Como determinar a quantidade das 
fases? 
CM8 2014EM.pdf
Desenvolvimento da Microestrutura 
 Representação 
esquemática do 
desenvolvimento da 
microestrutura durante a 
solidificação para a liga 
35% Ni – 65% Cu 
Sistemas Eutéticos Binários 
 Três regiões monofásicas 
(α, β e L); 
 
A fase α é uma solução 
sólida rica em cobre (prata é 
o soluto); 
 
A fase β é uma solução 
sólida rica em prata ( o cobre 
é o soluto); 
 
O limite de solubilidade 
para a fase α corresponde a 
linha fronteira CBA. 
 
Sistemas Eutéticos Binários 
• Eutético: 
 L(CE) (CE) + (CE) 
 Aquec 
Resf 
Sistemas Eutéticos Binários 
• Eutético: 
 L(CE) (CE) + (CE) 
 
 Resf 
Aquec 
Reações Eutetóides e Peritéticos 
Diagrama Cu-Zn 
Reações Eutetóides e Peritéticos 
Diagrama Cu-Zn 
Reação Eutetóide   +  
Reação Peritética  + L  
 Resf 
Aquec 
 Resf 
Aquec 
Diagrama de fases Fe-C 
A compressão do diagrama Fe-C é 
extremamente importante, pois através dele é 
possível obter informações sobre a 
microestrutura das ligas de Fe-C em função da 
temperatura e composição. 
Existe uma forte correlação entre a 
microestrutura e as propriedades 
mecânicas das ligas. 
Diagrama de fases Fe-C 
De todos os sistemas de ligas binários o 
mais importante é o formado pelo ferro e 
o carbono 
 
AÇOS E FERROS FUNDIDOS! 
O sistema ferro-carbono 
Fo
n
te
: 
C
al
lis
te
r,
 2
0
0
8
. 
AÇO FERRO FUNDIDO 
A 
B 
C 
Estado líquido 
D 
Estado sólido 
L+Fe3C 
Ferro Puro 
Ferrita α 
FERRO  = FERRITA 
 
Estrutura - CCC 
Temperatura de “existência”= até 912 C 
Solubilidade máx. do carbono = 0,022% a 727C 
É mole e dúctil. 
 
Ferrita α-visualização 
Aparência da ferrita α 
fotomicrografia. 
Identificação 
Ferrita- - Austenita 
FERRO  = AUSTENITA 
 
Estrutura= CFC 
Temperatura de “existência”= 912-1394C 
Solubilidade máx. do carbono = 2,14% a 1147 C 
É mais dura. 
 
Ferrita -  visualização 
Aparência da ferrita -
Austenita 
fotomicrografia. 
Identificação 
Ferrita -  
A FERRITA  é virtualmente a mesma que a 
FERRITA , exceto pela faixa de 
temperatura em que cada uma existe. 
Como é estável somente a altas 
temperaturas, não tem interesse 
comercial. 
O ferro puro, ao ser aquecido,
experimenta duas 
alterações na sua estrutura cristalina antes de se 
fundir. 
FERRO  = FERRITA  – CCC 
 
FERRO  = AUSTENITA - CFC 
 
FERRO  = FERRITA  - CCC 
 
TF= 1538C 
 
 
Transf. polimórfica 
Transf. polimórfica 
Cementita (Fe3C) 
Fusão da 
cementita 
 É dura e frágil. 
L+Fe3C 
Eixo das composições 
> 6,70%C – grafite pura Sistema Fe-Fe3C 
L+Fe3C 
Pontos importantes no diagrama de fases Fe-C 
Eutético 
Eutetóide 
(L   + Fe3C) 
(   + Fe3C) 
L+Fe3C 
Ponto a = somente austenita 
até 727oC. 
Ao cruzar 727oC e até o ponto b, 
a austenita se transforma de 
acordo com a reação: 
   + Fe3C. 
Microestrutura – camadas 
alternadas ou lamelas 
compostas pelas duas fases  e 
Fe3C, que se formam 
simultaneamente. 
Desenvolvimento das microestruturas: liga Fe-C de 
composição eutetóide (0,76% de C) 
liga Fe-C de composição eutetóide 
(0,76% de C) 
Essa microestrutura é conhecida por 
PERLITA. 
Desenvolvimento das microestruturas: liga Fe-C de 
composição eutetóide (0,76% de C) 
Microestrutura PERLITA 
As camadas claras mais grossas 
representam a fase ferrita, 
enquanto a fase cementita 
aparece como lamelas finas, a 
maioria apresentando cor 
escura. 
Mecanicamente, a PERLITA 
apresenta propriedades 
intermediárias entre a macia e 
dúctil ferrita e a dura e frágil 
cementita. 
Agora, vamos ver o desenvolvimento das microestruturas para 
uma liga Fe-C que possui entre 0,022 e 0,76% de C. Esta é 
conhecida como liga hipoeutetóide (menos que o eutetóide) 
Ponto c (875oC)= somente austenita. 
Ponto d (775oC) = fases  + . 
Ponto e = maior proporção da fases . 
Ponto f = a fase austenita se transforma 
em perlita de acordo com a reação: 
    + Fe3C. 
Agora, vamos ver o desenvolvimento das microestruturas 
para uma liga Fe-C que possui entre 0,022 e 0,76% de C. Esta 
é conhecida como liga hipoeutetóide (menos que o 
eutetóide) 
= é chamada ferrita eutetóide (ferrita 
presente na perlita). Nova formada 
 
= acima de Te, é chamada ferrita 
proeutetóide (ferrita antes do eutetóide). 
 
Ferrita que não conseguiu transformação 
total 
 
Fotomicrografia de um aço com 0,38 %C que possui uma microestrutura 
composta por perlita e ferrita proeutetóide. 
 
Ampliação 635X 
 Aço hipoeutetóide! 
Ligas hipereutetóides (mais que o eutetóide): liga Fe-C 
que possui entre 0,76 e 2,14% de C. 
Ponto g = somente austenita. 
Ponto h = a fase cementita começa a se 
formar. É chamada cementita proeutetóide 
(não muda - antes do eutetóide). 
Ponto i = toda a austenita é convertida em 
perlita. 
A microestrutura restante consistirá em 
perlita + cementita. 
Fotomicrografia de um aço com 1,4 %C que possui uma microestrutura 
composta por uma rede de cementita proeutetóide que envolve as colônias 
de perlita. 
 
Ampliação 1000X 
 
Aço hipereutetóide! 
Glossário 
EXERCÍCIOS 
Considere novamente a reação eutetóide: 
Tranformação na perlita! 
Alterações Microestruturais e das 
Propriedades em Ligas ferro- 
carbono 
O sistema ferro-carbono 
Fo
n
te
: 
C
al
lis
te
r,
 2
0
0
8
. 
AÇO FERRO FUNDIDO 
A 
B 
C 
Estado líquido 
D 
Estado sólido 
L+Fe3C 
Ferro Puro 
INTERPRETAÇÃO - diagramas 
Transformação, tempo e 
temperatura- TTT 
Interpretação- diagrama de 
Transformação-PERLITA 
-Eixos vertical e horizontal representam, 
respectivamente, a temperatura e tempo. 
 
-Duas curvas sólidas estão traçadas: uma 
representa o tempo necessário em cada 
temperatura para INÍCIO DA 
TRANSFORMAÇÃO; a outra representa a 
CONCLUSÃO DA TRANSFORMAÇÃO. 
 
-A curva tracejada corresponde a um estado 
com 50% da transformação concluída. 
Essas curvas surgiram a partir de uma série de gráficos para o % da 
transformação em função do logarítmo do tempo, gerados em uma 
faixa de temperaturas. 
Interpretação 
-Temperatura eutetóide; 
 
-Em temperaturas acima do eutetóide, e 
para todos os tempos, apenas a austenita 
irá existir; 
 
-A transformação da austenita em perlita 
irá ocorrer somente se uma liga for super-
resfriada até abaixo da temperatura 
eutetóide; 
 
 
 -A esquerda da curva de início da transformação, apenas a austenita (instável) 
estará presente, enquanto à direita da curva de término, apenas a perlita irá existir; 
 
- Entre as duas curvas, a austenita está em processo de transformação em perlita, 
e, dessa forma, ambos os microconstituintes estarão presentes. 
 
A curva real de um tratamento térmico isotérmico (ABCD) 
está superposta ao diagrama de transformação isotérmico 
para uma liga Fe-C eutetóide. 
Observação das microestruturas esquemáticas em vários momentos. 
 
Perlita Grosseira e Perlita Fina 
- Em temperaturas abaixo da eutetóide, são produzidas camadas 
relativamente grossas, tanto da fase ferrita (α) quanto da fase 
cementita (Fe3C)- PERLITA GROSSEIRA. 
Nessas temperaturas as taxas de difusão são 
relativamente altas, ou seja, os átomos de 
carbono podem se difundir a distâncias 
relativamente grandes. 
 
Perlita Grosseira e Perlita Fina 
- Com a diminuição da temperatura, a taxa de difusão do carbono 
diminui e as camadas se tornam progressivamente mais fina . 
São produzidas a cerca de 540°C é denominada de PERLITA FINA. 
Bainita 
-A transformação em bainita ocorre em temperaturas abaixo 
daquelas nas quais a perlita se forma. 
 
-Diagrama de transformação isotérmica 
(TTT) para uma liga Fe-C com composição 
eutetóide, incluindo as transformações A-P 
e A-B 
 
-OBS: Todas as curvas apresentam o 
formato de um “c” e de um “nariz” no ponto 
N; 
 
- A bainita é o produto da transformação na 
faixa de [215-540°C]. 
 
Bainita 
-Além da perlita, existem outros microconstituintes que são 
produtos da transformação austenita: BAINITA 
-A microestrutura da bainita consiste nas fases ferrita e cementita. 
-A bainita se forma como agulhas ou como placas, dependendo da 
temperatura da transformação. 
-MET da bainita: um grão de bainita se 
estende do canto inferior esquerdo ao canto 
superior direito da figura, e consiste em 
partículas de cementita alongadas e com o 
formato de agulhas em uma matriz de 
ferrita. A fase que envolve a bainita é a 
martensita. 
 
Cementita Globulizada (Esferoidita) 
-Cementita globulizada: as partículas pequenas são cementita e a fase contínua é 
ferrita. 
-Se uma liga de aço com microestrutura perlítica ou bainítica é 
aquecida e mantida em uma temperatura abaixo da temperatura 
eutetóide por um período de tempo longo. 
EX: ~ 700°C durante 18 a 24h (cementita globulizada) 
 
Fe3C 
 
Martensita 
Martensita 
- É formada quando ligas ferro-carbono austenitizadas são 
resfriadas rapidamente (ou temperadas) até uma temperatura 
relativamente baixa (próxima da temperatura ambiente). 
 
- A austenita CFC experimenta uma transformação polimórfica em 
uma martensita tetragonal de corpo centrado (TCC). 
 
-Célula unitária TCC para um aço martensítico mostrando os átomos de Fe (círculos) e 
os sítios que podem ser ocupados por átomos de carbono (cruzes). 
Fe 
Martensita 
-Fotomicrografia da martensítica. Os grãos com formato de agulha são fase 
martensítica, e as regiões brancas são austenita que não se transformou durante
o 
resfriamento rápido. 
CM9 2014 EM.pdf
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Materiais 
poliméricos 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
O que veremos... 
 
 
1. o que são polímeros; 
 
 
2. como os polímeros são formados; 
 
 
3. os tipos de polímeros e suas características; 
 
 
4. classificação dos polímeros; 
 5. métodos de conformação e 
 
6. aditivos para polímeros 
 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Definição: substância que possui moléculas de 
grandes dimensões, resultado da união de uma série 
de pequenas unidades básicas (unidades repetitivas). 
Polímero  origem orgânica  hidrocarbonetos 
(compostos por H e C) 
Embalagens para 
alimentos Fibras texteis Elastômeros 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Monômeros  são substâncias que dão origem aos 
polímeros por reação química 
Unidades repetitivas ou meros  são as unidades que 
se repetem ao longo da cadeia polimérica e que 
caracterizam a composição química do polímero 
Outras definicões… 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Química dos Polímeros 
temperatura 
Pressão 
catalizadores 
Monômero 
(gás / líquido) 
Polímero 
(sólido) 
Monômero = molécula pequena capaz de reagir 
Mero = estrutura química repetitiva da molécula 
Oligômero = molécula com poucos meros 
 
Polímero = macromolécula com muitos meros 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Em muitos casos o mero é quase equivalente ao 
monômero. 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Em outros casos, a diferença é maior: 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Tamanho da Molécula 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Tipos de arranjos dos meros 
Quando os meros são ligados entre si formando uma 
entidade contínua, como um fio. 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Quando as cadeias possuem ramificações laterais. 
Tipos de arranjos dos meros 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Tipos de arranjos dos meros 
ou ligações cruzadas 
Quando as unidades são conectadas de forma 
tridimensional formando uma rede (ou mais redes). 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Existem diferenças nas características desses 
polímeros... 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Grau de Polimerização-Xn 
Uma forma alternativa de expressar o comprimento da 
cadeia de um polímero é determinado pelo número de 
unidades repetitivas. 
 
Xn= representa o número médio de unidades mero em uma 
cadeia. 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Grau de Polimerização-Xn 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Peso Molecular 
-Os pesos moleculares extremanente elevados são 
observados nos polímeros com cadeias muito 
longas; 
 
 
 
-Durante a Polimerização, nem todas as cadeias 
crescem até o mesmo comprimento; isso resulta em 
uma distribuição de comprimentos de cadeias ou 
PM. 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Peso Molecular Médio 
𝑀𝑛 = 𝑥𝑖𝑀𝑖 
Onde Mi representa o peso molecular médio (central) da cada 
faixa de tamanho i, e xi é a fração do número total das 
cadeias na faixa de tamanhos correspondentes. 
Fração numérica de ocorrência/Freqüência 
 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Peso Molecular Ponderal 
𝑀𝑝 = 𝑤𝑖𝑀𝑖 
Onde Mi representa o peso molecular médio (central) da cada 
faixa de tamanho i, e wi é a fração em peso das moléculas do 
mesmo intervalo de tamanho. 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Peso Molecular 
Distribuição de PM para 
um polímero típico. 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Como são formados os polímeros? 
 
 Os polímeros são formados através de um 
processo químico chamado de POLIMERIZAÇÃO. 
 
 Nos processos de polimerização, uma grande 
quantidade de moléculas pequenas (monômeros) 
ligam-se covalentemente, formando cadeias 
moleculares muito grandes. 
POLIMERIZAÇÃO 
 por adição 
 
por condensação 
 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Polimerização por condensação 
  Reações químicas intermoleculares que normalmente envolvem 
mais de um tipo de monômero. 
 Geralmente, existe um subproduto de pequeno peso molecular, 
como a água, ácido clorídrico ou metanol que é eliminado. 
Ex: 
 
Náilons, 
Policarbonatos, 
Termofixos 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Polimerização por adição 
 Os polímeros não se enquadram em nenhum desses 
casos. 
A estrutura da unidade repetitiva é idêntica àquela do 
monômero, exs: 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Os polímeros podem ser 
classificados em: 
 
 
•TERMOPLÁSTICOS, 
•TERMOFIXOS e 
•ELASTÔMERO. 
 
!Classificação em relação a 
temperaturas 
 
 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Termoplásticos 
Materiais amolecem quando são aquecidos e 
endurecem quando resfriados. 
 
PROCESSO PODE SER REPETIDO! 
 
 
De uso comum e aplicações mais simples; 
PE, PP, PVC 
 
De engenharia: propriedades melhores e tem 
aplicações técnicas; 
PTFE, PA 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Termofixos 
EX: durepoxi® 
-Oposto dos termoplásticos 
-Eles se tornam duros e rígidos sob o aquecimento 
-Reação irreversível 
-Não são recicláveis (desvantagem) 
-PROCESSO NÃO PODE SER REPETIDO! 
Ligações cruzadas! 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Borrachas ou Elastômeros 
Exibem elasticidade em longas faixas de 
deformação; 
 
 
Cadeias com ligações cruzadas, semelhante as 
dos termofíxos, porém em menor densidade de 
reticulação. 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Comportamento e Estrutura dos Polímeros 
Comportamento Estrutura Geral Exemplo 
Termoplástico Cadeias lineares 
(ramificadas ou não) 
PE 
Termofixo Rede tridimensional 
rígida (ligações 
cruzadas) 
PU 
Elastômero As cadeias são 
interligadas em pontos 
distantes (ligações 
cruzadas) 
-elasticidade com efeito 
“mola” 
 
Borrachas 
RESUMO 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Percebemos que a temperatura é 
muito importante nos polímeros... 
... assim, existem duas temperaturas 
que precisamos conhecer...Tf e Tv. 
Essas temperaturas são parâmetros 
importantes em relação às 
aplicações de serviço dos polímeros. 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Temperatura de fusão (Tf) 
 Tf é a temperatura na qual ocorre a fusão do 
polímero, ou seja, a transformação de um 
material sólido, contendo uma estrutura 
ordenada de cadeias moleculares alinhadas, em 
um líquido viscoso, cuja estrutura é altamente 
aleatória. 
 
É também conhecida como Tm. 
 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Temperatura de transição vítrea (Tv) 
 A transição vítrea ocorre em polímeros amorfos 
(vítreos) e semicristalinos. 
 
É também conhecida como Tg. 
 
 Pelo aumento da temperatura, o polímero amorfo 
sólido se transforma de um estado rígido para um 
estado de borracha. 
 
 Esta transição ocorre devido a redução do 
movimento de grandes segmentos de cadeias 
moleculares pela diminuição da temperatura. 
 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Cristalinidade dos polímeros 
 Os polímeros são 
com freqüência 
semicristalinos. 
Região de alta cristalinidade 
Região amorfa 
Luciana
Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Algumas considerações importantes 
quanto à cristalinidade dos polímeros 
 Polímeros cristalinos são mais densos que polímeros amorfos. 
 Polímeros lineares  fácil cristalização (ordenação) 
 Polímeros ramificados  nunca apresentam elevado grau de 
cristalinidade. 
 Polímeros em rede  quase totalmente amorfos. 
 Polímeros cristalinos são mais fortes e mais resistentes a 
temperatura. 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Fotomicrografia de um PE: Padrão característico 
de cruz de malta aparece no interior de cada 
região de esferulítica. 
Esferulitas são 
análogas aos 
grãos dos 
metais e 
cerâmicas 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
A química dos polímeros tem buscado 
novos materiais com propriedades 
aprimoradas ou com melhores 
combinações. 
COPOLÍMEROS 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Copolímero  Blenda Compósitos 
• Copolímero: polímero com mais de um tipo de mero na 
cadeia 
 PSAI (PS alto impacto) = todas as moléculas tem uma cadeia principal de 
polibutadieno com ramificações enxertadas de poliestireno. 
 
• Blenda: mistura física de polímeros 
 Noryl® = PSAI + PPO (poli-óxi-fenileno) 
 PEAD + PELBD sacolas de supermercado 
 
• Compósito: polímero misturado com outro tipo de material 
 
 PP carregado com talco 
 Poliéster + fibra-de-vidro 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
EXTRUSÃO 
Extrusão – é um processo contínuo que consiste em transportar, fundir e forçar 
sob pressão o polímero no estado líquido (fundido) através de uma matriz para 
produzir uma seção ou perfil com forma e comprimento desejado 
Constituição de uma extrusora: funil, cilindro (barril), rosca ou pistão e matriz . 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Produtos Plásticos extrudados 
Filmes Plásticos; 
Canos e tubos; 
Cabos elétricos; 
Filamentos para fabricação de escova de 
dente e de cabelo; 
Chapas de plásticos para posterior 
termoformagem 
 
 
 
 
 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
ROSCA PADRÃO 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Outras Aplicações: 
 
• Chapas e “parison” para outros processos de transformação 
• Homogeneização de aditivos 
• Obtenção de grânulos (virgens ou processados) 
 
 Vantagens: 
 
 Produção elevada e contínua; 
 
 
VÍDEO! 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
EXTRUSÃO – FILMES 
 
 
É empregando o método de extrusão de um 
tubo de parede delgada, expandido na forma de 
uma bolha por jato de ar soprado; 
 
Em seguida é resfriado por outro jato de ar 
cuidadosamente controlado, posteriormente este 
“tubo” é achatado entre dois roletes de tração e 
bobinado. 
 
 
 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
FILMES 
TUBULARES 
VÍDEO! 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
FILMES 
TUBULARES 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
FILMES 
PLANOS 
VÍDEO! 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
 
INJEÇÃO 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
 
INJEÇÃO 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
aquecimento injeção resfriamento 
encosto do 
bico no molde 
Injeção 
(rosca avança) 
recalque 
(compensa 
contração) 
dosagem 
(rosca gira e 
recua) 
início do 
resfriamento 
garganta 
solidificada 
desencosto 
do bico 
resfriamento 
abertura 
do molde 
extração do 
produto 
Início do 
ciclo: 
fechamento 
do molde 
CICLO DE MOLDAGEM 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Injeção 
VÍDEO! 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
VÍDEO! 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Vantagens do processo: 
-Moldagem de peças de grandes dimensões; 
-O produto final é essencialmente livre de tensões; 
- Os moldes são relativamente de baixo custo; 
-O material é consumido praticamente em todo processo; 
 
Desvantagens: 
-Ciclos longos de processo; 
-Materiais devem está na forma de pó (custo adicional para 
micronizar) ou líquidos; 
-Controle de temperatura. 
Vantagens e Desvantagens 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Termoformagem 
Termoformagem – é um processo que consiste na deformação de chapas ou 
filmes poliméricos aquecidos, utilizando vácuo, pressão de ar ou forças 
mecânicas, contra as paredes de um molde para a produção de diversos 
produtos. 
Aplicações (termoplásticos): 
descartáveis (copos, pratos, bandejas, embalagens de brinquedos), 
embalagens para doces, ovos, medicamentos, água, yogurtes, margarinas, 
revestimento interno de geladeiras e freezers, cadeiras, banheiras, peças de 
automóveis, cosméticos, etc.. 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Termoformagem 
Chapa de polímero 
Aquecimento 
da Chapa Chapa colocada 
sobre o molde 
Conformação da 
chapa por vácuo 
Peça é cortada 
da chapa 
Termoformagem – é um processo usado principalmente quando necessita-se 
de peças com grandes áreas de superfície e espessura; peças com paredes 
finas; e de pequenos lotes de produção. 
Vídeo! 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
MOLDAGEM POR SOPRO 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Extrusão-SOPRO 
Processo contínuo – 
-Utiliza-se uma extrusora simples para extrudar o parison entre um molde 
bipartido que quando atingido o comprimento adequado, 
-O molde fecha, esmagando sua extremidade inferior; ao mesmo tempo, uma 
faca corta o tubo rente à saída da extrusora, permitindo o transporte do 
molde, com o núcleo aprisionado a uma nova posição, onde um mandril de 
sopro é inserido no bocal fechando. 
-Após o sopro com ar comprimido, ocorre o resfriamento, o molde abre e a peça é 
extraída. 
Vídeo! 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
MOLDAGEM POR EXTRUSÃO-ESTIRAMENTO-SOPRO 
Orientação 
longitudinal 
(axial) 
Orientação 
transversal 
Produtos biorientados: melhores propriedades mecânicas, transparência e barreira. principais 
materiais: PVC e PP. 
A – molde da pré-forma/extrusão do 
parison 
B – molde da pré-forma/sopro do 
parison 
C/D – molde da garrafa/sopro da pré-
forma 
E – Extração da garrafa 
Vídeo! 
Haste!! 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Injeção-SOPRO 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
• Injeção-Sopro 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Utilizado principalmente 
em embalagens de bebidas 
carbonatadas, especialmente 
produzidas com o PET. 
•Propriedade de barreira 
•Grau de sopro 
Vídeo! 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Co-extrusão ou Co-injeção 
Produtos multicamadas: as camadas podem ser do mesmo material ou não, 
reciclado e virgem. 
Principal 
aplicação: 
barreira 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Material de suporte ou 
estrutura: melhor propriedade 
mecânica (HDPE, PP, PVC, PET, 
PA6, PC, LDPE, LLDPE); 80% 
em peso da embalagem. 
Material de adesão: promover 
adesão entre camadas 
incompatíveis (ionômeros); 5% 
da embalagem. 
Material para barreira: 
promover impermeabilidade ao 
vapor d`água, CO2, O2, etc.; 
(EVOH, PVDC, PAN, PA6 e 
PET); de 5 a 15% da embalagem.
Co-extrusão ou Co-Injeção 
Vídeo! 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Co-extrusão ou Co-Injeção 
Matriz única 
Material rígido 
Material flexível 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Co-extrusão ou Co-Injeção 
Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG 
Compressão 
Moldagem de produtos poliméricos a partir do aquecimento/prensagem 
de materia-prima. 
CM10 2014 EM.pdf
Materiais 
cerâmicos 
 
 
CERÂMICA 
Vem do grego keramikos, que significa 
material queimado, indicando a necessidade 
de tratamento térmico para adequar as 
propriedades. 
Propriedade das argilas: 
plasticidade 
 
 
 É a propriedade que um sistema possui de se deformar pela 
aplicação de uma força e de manter essa deformação quando a 
força aplicada é retirada. 
 
 Facilidade com que os produtos à base de argila podem ser 
conformados  quando misturados nas proporções corretas, a 
argila e a água formam uma massa plástica que pode ser 
moldada. 
 
4. Como obter os 
produtos cerâmicos 
 
Técnicas de Fabricação-
ETAPAS: 
1.Preparação da matéria prima em pó; 
2.Mistura do pó geralmente com água para formar 
um material conformável: barbotina (alta fluidez) 
ou massa plástica; 
3.Técnica de Fabricação; 
4.Secagem das peças conformadas; 
5.Queima ou sinterização das peças após secagem; 
6.Acabamento final (quando necessário). 
 
 
 
Técnicas 
de 
Fabricação 
Resumo: ETAPAS de Fabricação 
Matéria prima 
Moagem ou 
trituração 
Peneiramento 
Adição da água e/ou 
outros ingredientes 
Conformação da 
peça 
Extrusão Colagem Prensagem 
Tijolos, azulejos 
e ladrilhos de 
piso 
Tijolos, telhas, 
azulejos e 
ladrilhos de piso 
Louça 
sanitária 
Moldagem: 
Pasta seca: h% de 4 a 10%, prensagem, ex.: telhas; 
Pasta consistente: h% de 20 a 35%, extrusão, ex.: blocos; 
Pasta fluida: h% de 35 a 50%, barbotina, ex.: louça sanitária. 
FABRICAÇÃO 
Prensagem 
Fonte: Callister, 2008. 
(a) A cavidade do molde é 
preenchida com o pó. 
 
(b) O pó é compactado por 
meio de pressão aplicada 
sobre a parte superior do 
molde. 
(c) A peça compactada é 
ejetada pela ação de 
elevação do punção 
inferior. 
(d) Início de novo ciclo. 
Alimentação 
Cavidade do 
molde 
Parte superior 
do molde 
Peça 
compactada 
Vídeo! 
Extrusão 
 Neste método de conformação a massa 
cerâmica plástica é forçada através de um 
orifício de uma matriz que possui a geometria 
desejada. A seguir, já com a forma desejada, 
a peça é cortada em comprimentos 
apropriados. 
 
 
 A massa cerâmica encontra-se na forma de 
uma pasta plástica, porém rígida. 
Extrusora 
Tijolos, tubos, blocos cerâmicos, e azulejos. 
Vídeo! 
Etapas da Extrusão 
Secagem 
Ambiente Estufas controladas 
Secagem: remoção da água existente 
entre as partículas de argila 
Peça úmida-
corpo verde 
Peça 
parcialmente 
seca 
Peça 
completamente 
seca – corpo cru 
F
o
n
te
: 
C
a
ll
is
te
r,
 2
0
0
8
. 
 O corpo cerâmico experimenta alguma contração de volume e 
deve apresentar resistência para o seu manuseio. Após 
secagem, é conhecido como corpo cru. 
Sinterização ou Queima 
Ex: Fornos 
Queima: mecanismo de sinterização 
Poro 
Contorno de grão 
Empescoçamento 
(a) (b) (c) 
F
o
n
te
: 
C
a
ll
is
te
r,
 2
0
0
8
. 
(a) As partículas do pó se tocam umas com as outras. 
(b) Estágio inicial de sinterização: ocorre a formação de 
empescoçamento ao longo das regiões de contato entre partículas 
adjacentes. Além disso, forma-se um contorno de grão dentro de cada 
pescoço e cada interstício entre as partículas se torna um poro. 
(c) A medida que a sinterização progride, os poros se tornam menores e 
adquirem formas mais esféricas. 
 
Colagem ou fundição por suspensão 
•Barbotinas 
 
Suspensão aquosa de materiais cerâmicos com água, 
suficientemente líquida para ser vertida. 
 
As matérias-primas com água, são moidas em um “moinho de 
bolas” até que a massa fique semelhante a uma massa de 
bolo. 
Vídeo! 
Colagem ou fundição por suspensão 
Fonte: Callister, 2008. 
(a) Fundição sólida – Quando 
a cavidade total do molde se 
torna sólida. 
(b) Fundição com dreno –
Quando a casca sólida atinge 
uma espessura desejada e o 
molde é vertido para 
escoamento do excesso de 
suspensão. 
 
 Quando a peça fundida 
seca, se contrai em 
volume e se separa da 
parede do molde. Neste 
momento, o molde pode 
ser desmontado e a peça 
removida. 
Molde de gesso 
defeitos-29-05-2015.pdf
Defeitos cristalinos 
Marcelo F. Moreira 
1
DEFEITOS OU IMPERFEIÇÕES CRISTALINAS 
 
Defeitos ou imperfeições pontuais 
 
Defeitos ou imperfeições de linha 
 
Defeitos ou imperfeições de superfície 
 
 
 
 
 
 
DEFEITOS CRISTALINOS 
 
Todos os materiais apresentam um grande número de defeitos e imperfeições 
em suas estruturas cristalinas. 
 
NÃO EXISTEM ESTRUTURAS CRISTALINAS PERFEITAS. 
 
Diversas propriedades dos materiais metálicos são profundamente afetadas 
pela presença de defeitos cristalinos e freqüentemente determinadas características 
são intencionalmente alteradas pela introdução de quantidades controladas de 
defeitos. 
 
Exemplos: 
 
 Processos de cementação e nitretação de aços, 
Dopagem de semicondutores, 
 Endurecimento de metais e ligas por encruamento (deformação a frio), 
 Refino do tamanho de grão, 
 Etc. 
 
 
As imperfeições ou defeitos cristalinos são classificados em três classes: 
ƒ Imperfeições de ponto 
ƒ Imperfeições de linha 
ƒ Imperfeições de superfície 
 
 
Defeitos cristalinos 
Marcelo F. Moreira 
2
IMPERFEIÇÕES DE PONTO (defeitos pontuais) 
 
LACUNAS 
 
O defeito pontual mais simples é a lacuna (do inglês: vacancy), ou seja a 
ausência de um átomo em uma posição atômica originalmente ocupada por um 
átomo. 
As lacunas constituem O ÚNICO tipo de defeito que está em equilíbrio com o 
cristal. Assim o n° de lacunas para uma dada quantidade de material é função da 
temperatura de acordo com a equação: 
 
 Nv Qv
k T
= −

 N exp . . 
onde: N é o n° de átomos 
 T é a temperatura absoluta (K) 
 k é a constante de Boltzmann (1,38 10-23 J/átomo K ou 8,62 10-5 eV/átomo K) 
 Qv é a energia de ativação (J ou eV) 
 
Para grande parte dos metais, a fração de lacunas (Nv/N) logo abaixo da 
temperatura de fusão é da ordem de 10-4 (0,01%) 
Exemplo: 1 m3 de Cobre possui 8 1028 átomos e a 1000°C apresenta Nv = 2.2 1025 
 
 
AUTO-INTERSTICIAL 
 
É um átomo do cristal posicionado em uma sítio intersticial, que em 
circunstâncias normais estaria vago. 
 
 
Defeitos cristalinos 
Marcelo F. Moreira 
3
IMPUREZAS 
 
NÃO existe metal 100% puro! 
Átomos estranhos (impurezas ou elementos de liga) sempre estarão dispersos 
na estrutura cristalina. Na realidade, utilizando-se as técnicas atuais de refino, é 
muito
difícil e caro refinar metais com níveis de pureza superiores a 99,9999% 
(“quatro noves”) Nesta pureza ainda estão presentes cerca de 1022 - 1023 átomos por 
m3 de impurezas. 
Estas impurezas são classificadas em duas classes: 
 
ƒ SUBSTITUCIONAIS - Na qual os átomos de soluto estão alocados em posições 
atômicas originalmente pertencentes ao átomo de solvente 
 
ƒ INTERSTICIAIS - Na qual os átomos de soluto estão posicionados nos interstícios 
das células cristalinas do solvente. 
 
 
 
SOLUÇÕES SÓLIDAS 
 
A solução sólida é obtida com a adição intencional de outros elementos 
(elementos de liga) no metal solvente. Esta adição deve manter a estrutura cristalina e 
evitar a precipitação de outra fase. 
Do mesmo modo que os defeitos, as soluções sólidas também são classificadas em 
substitucionais e intersticiais 
 
Exemplos: 
ƒ Solução sólida substitucional: Prata 925 - constitui uma solução sólida 
substitucional com 7,5% de cobre na prata. 
ƒ Solução sólida intersticial: Aços extra-doce - nestes aços, os átomos de C 
ficam alocados nos interstícios das células cristalinas. 
Defeitos cristalinos 
Marcelo F. Moreira 
4
INTRODUÇÃO HISTÓRICA AO CONCEITO DE DISCORDÂNCIA 
 
• Deformação plástica ou permanente de um cristal perfeito (isento de defeitos 
cristalinos) pode ocorrer pelo deslocamento de planos de átomos em relação aos 
planos paralelos adjacentes. 
 
 
 
• 1921 - Griffith postula que a presença de fissuras microscópicas seriam 
responsáveis pela baixa resistência dos sólidos. 
• 1926 - Cristais reais começam a deformar-se plasticamente em tensões entre 
1/1000 e 1/10000 da tensão teórica calculada por Frenkel. 
• 1934 - E. Orowan, M. Poloanyi e G. I. Taylor propuseram, de modo independente, 
a existência de um defeito cristalino linear denominado discordância que poderia 
justificar a discrepância entre a tensão calculada e a medida nos sólidos cristalinos. 
• 1949 - Heidenreich observou, pela primeira vez, discordâncias em um MET 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS DISCORDÂNCIAS 
 
ƒ discordância em cunha 
ƒ discordância em hélice e 
ƒ discordância mista 
Defeitos cristalinos 
Marcelo F. Moreira 
5
IMPERFEIÇÕES DE LINHA - DISCORDÂNCIAS 
 
Uma discordância é um defeito cristalino linear no qual diversos átomos estão 
desalinhados e conseqüentemente provocam uma distorção na estrutura cristalina 
 
Toda a teoria de deformação e endurecimento de metais é fundamentada na 
movimentação de discordâncias. 
 
DISCORDÂNCIA EM CUNHA: 
 
Características principais: Pode ser entendida como um plano extra de átomos 
no reticulado que provoca uma imperfeição linear 
 
Vetor de Burgues (b) representa a magnitude e a direção da distorção do 
reticulado 
A magnitude desta distorção normalmente tem a ordem de uma distância 
interatômica. Na discordância em cunha o vetor de Burgues é perpendicular a linha 
de discordância (plano extra) 
 
 
 
 
 
Defeitos cristalinos 
Marcelo F. Moreira 
6
 
DISCORDÂNCIA EM HÉLICE: 
 
A discordância em hélice pode ser imaginada como sendo o resultado da 
aplicação de uma tensão de cisalhamento. 
O vetor de Burgues é paralelo a linha de discordância A-B. 
 
 
Defeitos cristalinos 
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7
DISCORDÂNCIAS MISTAS: 
 
Na verdade os materiais metálicos só apresentarão discordâncias mistas, 
entretanto como estas discordâncias são complexas, é mais fácil estuda-las como 
misturas de discordâncias de discordâncias em cunha e hélice. 
 
 
 
Defeitos cristalinos 
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8
OBSERVAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS 
 
MET - MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO 
 
 
 
 
 
ATAQUE QUÍMICO ("ETCH PITS") 
 
 
 
Defeitos cristalinos 
Marcelo F. Moreira 
9
IMPERFEIÇÕES DE SUPERFÍCIE 
 
Os defeitos superficiais são defeitos bidimensionais ou interfaciais que 
compreendem regiões do material com diferentes estruturas cristalinas e/ou 
diferentes orientações cristalográficas. 
Estes defeitos incluem: 
ƒ superfícies externas, 
ƒ contornos de fase. 
ƒ contornos de grão, 
ƒ contornos de macla e 
ƒ defeitos de empilhamento. 
 
SUPERFÍCIES EXTERNAS: 
 
Átomos da superfície apresentam ligações químicas insatisfeitas e em virtude 
disto, estão em um estado de energia mais elevado que os átomos do núcleo (com 
menor n° de coordenação) 
As ligações insatisfeitas dos átomos da superfície dão origem a uma energia de 
superfície ou energia interfacial (J/m2) 
A redução desta energia adicional (tudo tende a menor energia) é obtida pela 
redução da área superficial. No caso de gotas de líquido, estas tendem a assumir a 
forma esférica (maior volume com a menor área exposta) 
 
CONTORNOS DE FASE: 
 
Os contornos de fase são as fronteiras que separam fases com estruturas 
cristalinas e composições distintas. 
 
 
 
Defeitos cristalinos 
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10
CONTORNOS DE GRÃO: 
 
São superfícies que separam dois grãos ou cristais com diferentes orientações. 
Como são possíveis diferentes orientações entre cristais adjacentes existem 
contornos de grão “mais” ou “menos” ajustados: 
ƒ quando a desorientação é pequena (até 10°) o contorno de grão recebe a 
denominação de contorno de baixo-ângulo e a região que está separada 
SUB-GRÃO. 
ƒ nos casos onde a desorientação é superior a ~10° temos os contornos de 
grão propriamente ditos. 
 
De maneira similar aos contornos de superfície, o n° de coordenação nos 
contornos de grão é baixo e assim também existe uma energia de contornos de grão 
similar a energia interfacial. 
As conseqüências práticas da existência de uma energia interfacial associada 
aos contornos de grão são: 
ƒ os contornos de grão são regiões mais reativas quimicamente; 
ƒ os contornos de grão tendem a reduzir sua área quando em temperaturas 
elevadas, aumentando o tamanho médio do grão e 
ƒ impurezas tendem a segregar em contornos de grão (diminuem a energia do 
contorno). 
 
 
 
 
 
 
Defeitos cristalinos 
Marcelo F. Moreira 
11
CONTORNOS DE MACLA 
 
Podemos considerar as maclas como um tipo especial de contorno de grão no 
qual existe uma simetria especular, ou seja, os átomos de um lado do contorno estão 
localizados em uma posição que é a posição refletida do outro lado. 
A região de material entre os contornos é chamada de macla. 
As maclas são resultantes de deslocamentos atômicos produzidos por tensões 
de cisalhamento (maclas de deformação) ou durante tratamento térmico (maclas de 
recozimento) 
A formação de maclas (maclação) ocorre em planos cristalográficos definidos e 
direções cristalográficas específicas, que são dependes da estrutura cristalina. 
Maclas de recozimento ocorrem em metais com estrutura CFC 
Maclas de deformação ou mecânicas são observáveis em metais CCC e HC 
 
 
 
 
Observação dos contornos de macla em microscópio: 
 
 
 
Defeitos cristalinos 
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12
MOVIMENTAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS E SISTEMAS DE 
ESCORREGAMENTO 
 
 
 DEFORMAÇÃO ELÁSTICA: 
 
Está diretamente relacionada com a energia de ligação entre os átomos. 
Removida a tensão, a deformação desaparece (comportamento de uma mola). 
 
A deformação é inversamente proporcional
à tensão: E S
e
= (Módulo de Young) 
 
 
 
 
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA: 
 
É permanente, ou seja, cessada a tensão teremos deformação residual ou 
plástica. A resistência e dureza são medidas da “resistência” do material à 
deformação. Em escala microscópica, a deformação plástica corresponde ao 
movimento total de um grande n° de átomos em resposta a uma tensão. 
No materiais cristalinos a deformação plástica envolve o movimento de um grande 
número de discordâncias. 
Em escala atômica, as ligações entre os átomos da estrutura cristalina são rompidas e 
reformadas durante a movimentação das discordâncias. 
 
 
¾ DISCORDÂNCIA EM CUNHA: 
Existe distorção localizada ao longo do plano extra de átomos que define a 
linha da discordância. Esta distorção é medida pelo vetor de Burgers, que no caso da 
discordância em cunha é perpendicular à linha da discordância. 
 
 
¾ DISCORDÂNCIA EM HÉLICE: 
Pode ser imaginada como o resultado de uma distorção por cisalhamento. O 
vetor de Burgers é paralelo à linha da discordância.De fato, as discordâncias 
observadas em materiais cristalinos são mais complexas e podem ser divididas em 
componentes vetoriais (e estas tratadas como discordâncias em cunha ou hélice). 
Defeitos cristalinos 
Marcelo F. Moreira 
13
MOVIMENTAÇÃO DAS DISCORDÂNCIAS 
 
A movimentação de uma discordância em cunha é similar a movimentação de 
uma lagarta: 
 
 
 
ANTES E APÓS o movimento de uma discordância através de uma região particular 
do cristal, o arranjo atômico desta região é “perfeito” e ordenado (obviamente ele irá 
apresentar lacunas e impurezas). 
Na passagem de uma discordância qualquer, o cristal sofre distorção, ou seja, o 
arranjo cristalino é deformado. (lembrar do plano extra da ⊥ em cunha ) 
Finalmente, o plano extra (discordância) pode emergir na superfície do cristal e 
formar um degrau. 
Com a passagem de um n° grande de discordâncias, este degrau pode ser visível em 
um microscópio óptico. 
 
 
 
 
 
Defeitos cristalinos 
Marcelo F. Moreira 
14
O processo no qual deformação plástica é produzida pela movimentação de 
discordâncias é denominado escorregamento. 
Assim o plano de átomos pelo qual uma discordância se movimenta é conhecido 
como plano de escorregamento. 
 
 
 
Na discordância em cunha: o movimento da linha de discordância é paralelo à direção 
da tensão de cisalhamento. Na discordância em hélice: o movimento da linha de 
discordância é perpendicular a tensão de cisalhamento. 
 
DENSIDADE DE DISCORDÂNCIAS 
 
Todos os materiais cristalinos apresentam discordâncias introduzidas por: 
solidificação, deformação plásticas ou resultantes de tensões térmicas produzidas por 
resfriamento rápido. 
A quantidade (n° de discordâncias) é expresso como o comprimento total de 
discordâncias por unidade de volume (ou n° de discordâncias que interceptam uma 
área aleatória no cristal) 
 
Unidade de densidade de discordância :
Milimetros de discordâncias
milimetro3de material
 
 
ƒ Metais recozidos e cuidadosamente preparados: 103 mm-2 
 
ƒ Metais altamente deformados: entre 109 e 1010 mm-2 (1000 km em 1 mm3) 
(1 mm3 de Cu apresenta 8.493.1019 átomos) 
 
ƒ Metais deformados e submetidos a tratamento térmico: 105 106 mm-2 
Defeitos cristalinos 
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15
SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO 
 
A movimentação das discordâncias não é fácil em todos os planos e direções de um 
cristal, ou seja existem planos e direções nos quais a tensão necessária para mover a 
discordância é mais baixa. 
Nestes planos (planos de escorregamento) e direções (direções de escorregamento) o 
movimento é preferencial. 
A combinação entre o plano e a direção de escorregamento define um sistema de 
escorregamento. 
 
Os sistemas de escorregamento são dependentes da estrutura cristalina (CFC, CCC e 
HC) 
 
Para uma dada estrutura cristalina os planos de escorregamento são aqueles que 
possuem a maior densidade de átomos (planos de máxima densidade planar de 
átomos) 
 
As direções de escorregamento correspondem aquelas em que os átomos estão mais 
próximos. 
Exemplo: reticulado CFC apresenta 12 sistemas de escorregamento 
família de planos {111} e família de direções <11 0> 
 
 
 
Defeitos cristalinos 
Marcelo F. Moreira 
16
INTERAÇÕES ENTRE DISCORDÂNCIAS 
 
Algumas características das discordâncias são importantes com relação as 
propriedades mecânicas dos materiais. Entre elas, destacam-se as interações entre os 
campos de tensão associados às discordâncias. 
Estes campos afetam a mobilidade e a habilidade de multiplicação das discordâncias 
 
 
 
 
Interações entre discordâncias: 
 
 
 
Defeitos cristalinos 
Marcelo F. Moreira 
17
Lista de exercícios – defeitos cristalinos 
 
1- Calcular a fração de lacunas (Nv/N) para o cobre na temperatura ambiente (293 K) 
e na temperatura de 1350 K. Assuma uma energia de ativação de 0,9 eV/átomo para 
as duas temperaturas. 
Dados: A temperatura de fusão do cobre puro é 1356 K. 
k = 8,62 x 10-5 eV/átomo. K 
 
2- A presença de impurezas ou a adição de elementos de liga diminui o número de 
lacunas em um material metálico? Justifique sua resposta. 
 
3- Qual a importância da existência de discordâncias nos materiais metálicos? Quais 
as implicações no comportamento mecânico? 
 
4- Por que a resistência dos cristais reais é muito menor (1/1000 a 1/10000) do que a 
resistência calculada pela tensão teórica cisalhante máxima (cálculo de Frenkel - 
1926)? 
 
5- O que são e qual a finalidade dos "wiskers"? 
 
6- Por que o aumento do teor de C em um aço aumenta sua resistência (limite de 
escoamento e resistência)? 
 
7- Sabendo-se que a deformação de cristais ocorre pelo escorregamento de planos de 
alta densidade e que as estruturas CFC e HC possuem o mesmo FEA. Por que os 
metais HC são tipicamente mais frágeis que os CFC ? 
 
8- Quais são os defeitos cristalinos planares (de superfície) e como estes podem 
interagir com as discordâncias? 
 
 
 
materiaiscap10.pdf
 
231 
CAPÍTULO 10 
 
PROPRIEDADES MECÂNICAS DE MATERIAIS 
 
 
 
Sumário 
 
Objetivos deste capítulo ..........................................................................................232 
10.1 Introdução .......................................................................................................232 
10.2 Conceitos de tensão e deformação.................................................................233 
10.3 Discordâncias e sistemas de escorregamento ................................................233 
10.4 Deformação elástica........................................................................................234 
10.5 Deformação plástica........................................................................................236 
10.6 Tensão nominal e deformação nominal...........................................................237 
10.6.1 Tensão nominal............................................................................................237 
10.6.2 Deformação nominal ....................................................................................238 
10.7 Ensaio de tração .............................................................................................238 
10.7.1 Valores das propriedades mecânicas
obtidas a partir do ensaio de tração e 
diagrama tensão nominal-deformação nominal.......................................................239 
10.8 Resistência à fratura .......................................................................................242 
10.9 Ensaio de flexão..............................................................................................242 
10.10 Dureza...........................................................................................................243 
10.10.1 Ensaios de dureza Rockwell ......................................................................244 
10.10.2 Ensaios de dureza Brinell...........................................................................244 
10.10.3 Ensaios de microdureza Knoop e Vickers ..................................................244 
10.11 Resistência ao cisalhamento e à torção........................................................245 
10.12 Fluência.........................................................................................................245 
10.13 Resistência ao choque e ao impacto.............................................................246 
10.14 Fadiga ...........................................................................................................246 
10.15 Referências bibliográficas do capítulo...........................................................247 
Exercícios................................................................................................................248 
 
 
 
232 
10 PROPRIEDADES MECÂNICAS DE MATERIAIS 
 
 
 
Objetivos deste capítulo 
 
Finalizado o capítulo o aluno será capaz de: 
• definir o que são deformações e tensões em materiais; 
• entender o que são sistemas de escorregamento; 
• saber diferenciar entre tensão/deformação verdadeira e nominal; 
• observar gráficos de tensão x deformação e obter varias propriedades 
mecânicas dos materiais; 
• entender os conceitos de dureza, fluência, resistência ao choque e fadiga. 
 
 
10.1 Introdução 
 
Por que estudar as propriedades mecânicas dos materiais? 
É de obrigação dos engenheiros compreenderem como as várias 
propriedades mecânicas são medidas e o que essas propriedades representam: elas 
podem ser necessárias para o projeto de estruturas/componentes materiais 
predeterminados, a fim de que não ocorram níveis inaceitáveis de deformação e/ou 
falhas. 
Muitos materiais, quando em serviço, estão sujeitos a forças ou cargas: um 
exemplo é a liga de alumínio a partir da qual a asa de um avião é construída e o aço 
no eixo de um automóvel. Em tais situações, torna-se necessário conhecer as 
características do material e projetar o membro a partir do qual ele é feito, de tal 
maneira que qualquer deformação resultante não seja excessiva e não ocorra 
fratura. O comportamento mecânico de um material reflete a relação entre sua 
resposta ou deformação a uma carga ou força que esteja sendo aplicada. Algumas 
propriedades mecânicas importantes são a resistência, a dureza, a ductibilidade e a 
rigidez. 
As propriedades mecânicas dos materiais são verificadas pela execução de 
experimentos de laboratório cuidadosamente programados, que reproduzem o mais 
fielmente possível as condições de serviço. Dentre os fatores a serem considerados 
incluem-se a natureza da carga aplicada e a duração da sua aplicação, bem como 
as condições ambientais. A carga pode ser de tração, compressiva, ou de 
cisalhamento, e a sua magnitude pode ser constante ao longo do tempo ou então 
flutuar continuamente. 
Desse modo as propriedades são muitos importantes nas estruturas dos 
materiais, e elas são alvo da atenção e estudo de vários grupos de pessoas. 
O papel dos engenheiros estruturais é o de determinar as tensões e as 
distribuições de tensão dentro dos membros que estão sujeitos a cargas bem 
definidas. Isso pode ser obtido mediante técnicas experimentais de ensaio e/ou 
através de análises teóricas matemáticas de tensão. Esses tópicos são tratados em 
livros sobre análises tradicionais de tensão e sobre resistência dos materiais. 
Engenheiros de materiais e engenheiros metalúrgicos, por outro lado, estão 
preocupados com a produção e fabricação de materiais para atender as exigências 
de serviços conforme previsto por essas análises de tensão. Isso envolve 
Patrick Acioli
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Patrick Acioli
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233 
necessariamente uma compreensão das relações entre microestrutura dos materiais 
e suas propriedades mecânicas. 
Deste modo, esse texto visa mostrar de forma clara as principais 
propriedades mecânicas dos materiais: 
• resistência à tração; 
• elasticidade; 
• ductilidade; 
• fluência; 
• fadiga; 
• dureza; 
• tenacidade entre outras. 
 
 
10.2 Conceitos de tensão e deformação 
 
Se uma carga é estática ou se ela se altera de uma maneira relativamente 
lenta ao longo do tempo e é aplicada uniformemente sobre uma seção reta ou 
superfície de um membro, o comportamento mecânico pode ser verificado mediante 
um simples ensaio de tensão-deformação. Existem três maneiras principais segundo 
uma carga pode ser aplicada: tração, compressão e cisalhamento. Em engenharia, 
muitas cargas são de natureza torcional, e não de natureza puramente cisalhante. 
 
 
10.3 Discordâncias e sistemas de escorregamento 
 
 Discordâncias existem em materiais cristalinos devido às imperfeições no 
cristal. Essas imperfeições possibilitam o escorregamento de planos dentro do 
cristal. 
A movimentação de discordâncias é o principal fator envolvido na deformação 
plástica de metais e ligas. A mobilidade de discordâncias pode ser alterada por 
diversos fatores (composição, processamento…) manipulação das propriedades 
mecânicas do material. 
E as discordâncias também afetam outras propriedades do material, além das 
mecânicas. Como a condutividade em materiais semicondutores. 
No nosso estudo vale ressaltar: nos materiais cristalinos o principal 
mecanismo de deformação plástica geralmente consiste no escorregamento de 
planos atômicos através da movimentação de discordâncias. Na Figura 10.1 são 
ilustrados os sistemas de escorregamento. 
 
Patrick Acioli
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234 
 
Figura 10.1 - Sistemas de escorregamento. 
 
As discordâncias não se movem com a mesma facilidade em todos os planos 
cristalinos e em todas as direções cristalinas. A movimentação das discordâncias se 
dá preferencialmente através de planos específicos e, dentro desses planos, em 
direções específicas, ambos com a maior densidade atômica de um dado reticulado 
cristalino. Essa combinação de um plano e uma direção é chamada de sistema de 
escorregamento (“slip system”). 
Um sistema de escorregamento é definido por um plano e por uma direção de 
escorregamento, ambos com a maior densidade atômica em um dado reticulado 
cristalino. 
 
 
10.4 Deformação elástica 
 
O grau ao qual uma estrutura se deforma ou se esforça depende da 
magnitude da tensão imposta. Para a maioria dos metais que são submetidos a uma 
tensão de tração em níveis baixos, são proporcionais entre si: 
 
ε⋅=σ � (10.1) 
Patrick Acioli
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235 
 
Esta relação é conhecida por lei de Hooke, e a constante de 
proporcionalidade E (GPa ou psi) é o módulo de elasticidade, ou módulo de Young. 
O processo de deformação no qual a tensão e a deformação são 
proporcionais entre si é chamada de deformação-elástica, com o gráfico

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