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CM5 2014EM.pdf COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS Introdução aos Ensaios dos Materiais Como sabemos… Todo projeto de engenharia, e projeto de desenvolvimento de um produto, requer vasto conhecimento das CARACTERÍSTICAS, PROPRIEDADES E COMPORTAMENTO DOS MATERIAIS. Os critérios de especificação ou escolha de materiais impôem para a realização dos ENSAIOS…Métodos normalizados. Introdução aos Ensaios dos Materiais Objetivo: Levantar as propriedades mecânicas e seu comportamento sob determinadas condições de esforços. Objetivo Normalização: -É fundamental para que se estabeleça uma linguagem comum entre fornecedores e usuários dos materiais. - A partir de uma amostragem estatística representativa. Estrutura interna do material CM Comportamento Mecânico Mecânica Comportamento estrutural Relação entre características dos materiais e seu Comportamento mecânico. Introdução aos Ensaios dos Materiais Introdução aos Ensaios dos Materiais Classificação dos Ensaios: Quanto à integridade geométrica e dimensional -Destrutivos: provocam inutilização parcial ou total da peça -Não destrutivos: não comprometem a integridade da peça Quanto à velocidade de aplicação da carga - Estáticos: carga aplicada de maneira suficientemente lenta (tração, compressão, flexão, dureza e torção) - Dinâmicos: carga aplicada rapidamente ou cíclica (fadiga e impacto) - Carga constante: longo período (fluência) Introdução aos Ensaios dos Materiais Métodos de Ensaios Determinam que os ensaios devem ser realizados em função da geometria da peça, do processo de fabricação e de acordo com as normas técnicas: -Na própria peça -Em corpos de prova Ensaio de Tração •CORPOS DE PROVA ASTM D638 -Para materiais poliméricos NBR 6152 – Materiais Metálicos; ASTM E8 - Materiais Metálicos ASTM 638 – Materiais Poliméricos Corpos de Prova •CORPOS DE PROVA -Para materiais metálicos Ensaio de Tração •Máquina de Tração EMIC DL 60000 • Fonte : http://www.labmat.com.br/ae_mecanic.html Ensaio de tração -Consiste na aplicacão de uma carga de tração uniaxial crescente em um corpo de prova “específico” até a ruptura. -Mede-se a variação no comprimento (L) como uma função da carga aplicada (P). -Após tratamento adequado dos resultados, obtém-se uma curva tensão (ζ) versus a deformação (ε) do CP. Ensaio de tração Resistência à tração RESULTADO É obtida através da curva tensão-deformação. Resultado Principais Características -Módulo de elasticidade (E) -Limite de escoamento (ζe) -Limite de resistência à tração (ζu) -Módulo de Resiliência (Ur) -Limite de ruptura -Módulo de Tenacidade (Ut) -Deformação elástica e plástica -Estricção PROPRIEDADES MECÂNICAS CORPOS DE PROVA Vídeo1! Vídeo2! Como se definem tensão e deformação? • Tensão • Deformação oo oi l l l ll oA F Sendo: = tensão (Pa); F = carga instantânea aplicada (N) e Ao = área da seção reta original antes da aplicação da carga – seção reta transversal(m2). Sendo: = deformação (adimensional); li = comprimento instantâneo e lo = comprimento original. Como efeito da aplicação de uma tensão, tem-se a deformação. Comportamento mecânico dos metais Deformação () T e n s ã o ( ) Limite de resistência à tração - LRT Comportamento típico da curva tensão-deformação de engenharia até a fratura do material (ponto F). Os detalhes circulares representam a geometria do corpo de prova deformado em vários pontos ao longo da curva. Fonte: Callister, 2008. Fratura do material Deformação elástica • Antecede à deformação plástica. • É reversível. • Desaparece quando a tensão é removida. • É proporcional à tensão aplicada. Deformação plástica • É provocada por tensões que ultrapassam o limite de elasticidade. • É irreversível, ou seja, não desaparece quando a tensão é removida. • Deformação permanente. Região de Comportamento Elástico (OA) Quando uma amostra de um material solicitado por uma força sofre uma deformação e, após a retirada da força aplicada, recupera suas dimensões originais - DEFORMAÇÃO ELÁSTICA. A deformação plástica corresponde ao movimento de discordâncias •A presença deste defeito é a responsável pela deformação, falha e rompimento dos materiais •EX: Discordância em Cunha Envolve um plano extra de átomos O vetor de Burger é perpendicular à direção da linha de discordância Envolve zonas de tração e compressão =0,002mm/mm Módulo de elasticidade ou módulo de Young • É determinado pelo quociente da tensão convencional na região linear do diagrama. •Está relacionado diretamente com as forças das ligações interatômicas, o que explica seu comportamento inversamente proporcional à temperatura. • Está relacionado com a rigidez do material. l lo S P E . 0 Módulo de elasticidade (E) Deformação () T e n s ã o ( ) = E A lei de Hooke é válida até este ponto. Máxima tensão que o material suporta sem sofrer deformação permanente. E = / Metals Alloys Graphite Ceramics Semicond Polymers Composites /fibers E(GPa) Based on data in Table B2, Callister 7e. Composite data based on reinforced epoxy with 60 vol% of aligned carbon (CFRE), aramid (AFRE), or glass (GFRE) fibers. Young’s Moduli: Comparison 109 Pa 0.2 8 0.6 1 Magnesium, Aluminum Platinum Silver, Gold Tantalum Zinc, Ti Steel, Ni Molybdenum Graphite Si crystal Glass -soda Concrete Si nitride Al oxide PC Wood( grain) AFRE( f ibers) * CFRE * GFRE* Glass fibers only Carbon fibers only Aramid fibers only Epoxy only 0.4 0.8 2 4 6 10 20 40 60 80 100 200 600 800 1000 1200 400 Tin Cu alloys Tungsten <100> <111> Si carbide Diamond PTF E HDPE LDPE PP Polyester PS PET CFRE( f ibers) * GFRE( f ibers)* GFRE(|| f ibers)* AFRE(|| f ibers)* CFRE(|| f ibers)* Relação entre temperatura de fusão e módulo de elasticidade Metal Temperatura de fusão (oC) Módulo de elasticidade (MPa) Alumínio 660 70.000 Cobre 1085 127.000 Ferro 1538 210.000 O módulo de elasticidade é fortemente dependente das forças de ligação entre os átomos. As forças de ligação entre os átomos, e consequentemente o módulo de elasticidade, são maiores para metais com temperaturas de fusão mais elevadas. Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2000. Deformação () Te ns ão ( ) Limite de resistência à tração - LRT Deformação () Te ns ão ( ) Limite de resistência à tração - LRT Após o escoamento, a tensão necessária para continuar a deformação plástica aumenta até um valor máximo, o ponto M, e então, diminui até a fratura do material, no ponto F. Fratura do material Outras informações obtidas da curva x . • Escoamento é uma transição heterogênea entre a fase elástica e a plástica, caracterizada por um aumento considerável da deformação, com uma tensão praticamente constante. Esboço da curva obtida no ensaio de tração Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2000. • AO – região de comportamento elástico. • AB – região de escoamento – se caracteriza por um aumento relativamente grande na deformação, acompanhado por uma pequena variação da tensão. • BF – região de comportamento plástico - a partir de B o material entra na região plástica, que é caracterizado pela presença de deformações permanentes. •UF – estricção – região ocorre o empescoçamento do corpo de prova, até a fratura. Região de Escoamento (AB) É entendido como um fenômeno localizado, que se caracteriza por um aumento relativamente grande na deformação, acompanhado por uma pequena variação na tensão. Pode ser nítido ou imperceptível Região de Escoamento (AB) - A principal tensão definida na região de escoamento é ζe, limite de escoamento, que é a máxima tensão atingida na região de escoamento. Região de Escoamento (AB) Para os casos imperceptíveis, convencionou-se adotar uma deformação padrão que corresponda ao limite de escoamento, conhecida como limite n de escoamento. Procedimento (ASTM E8-69): 1- Obter a curva por meio do ensaio de tração; 2-Construir uma linha paralela a região elástica, partindo de uma deformação de 0,002 ou 0,2%; 3-Definir ζe na intersecção da reta paralela com a curva ζ x ε Então, até aqui vimos quais informações podem ser obtidas a partir da curva tensão x deformação. 1. Módulo de elasticidade 2. Tensão de escoamento 3. Limite de resistência à tração 4. Limite de ruptura 5. Deformação elástica e plástica 6. Estricção 1) Baseado no resultado do ensaio de tração apresentado na figura a seguir, determinar: a) Módulo de elasticidade do material b) Resistência do material ao escoamento c) Resistência à tração APLICAÇÃO APLICAÇÃO 2: 1) Baseado no resultado do ensaio de tração apresentado na figura a seguir, determinar: a) Módulo de elasticidade do material b) Resistência do material ao escoamento c) Resistência à tração Características dos Materiais Além destas, outras informações ainda podem ser obtidas da curva tensão x deformação: Ductilidade Tenacidade Resiliência Ductilidade Representa uma medida do grau de deformação plástica que foi suportado quando da fratura. Corresponde à elongação total do material devido à deformação plástica. Fonte: Callister, 2002. Medidas de Ductilidade: Alongamento total (ΔL), alongamento específico (δ) e deformação na fratura (εf) Δl (alongamento) - diferença entre o comprimento final (Lf) e o comprimento inicial (Lo) do corpo de prova que é dado por: Δl=Lf-Lo O alongamento específico é dado por: f o of L L l ll 0 Deformação convencional de engenharia no ponto de fratura. Tenacidade Representa uma medida da habilidade de um material em absorver energia até a sua fratura. Para que um material seja tenaz, este deve apresentar tanto resistência como ductilidade. É a área sob a curva tensão x deformação até o ponto de fratura. Módulo de Tenacidade (Ut) Corresponde à capacidade que o material apresenta de absorver energia até a fratura, ou, quantifica a dificuldade ou facilidade de levar o material a fratura. Material dúctil Módulo de Tenacidade (Ut) Material frágil Módulo de Tenacidade (Ut) Existem duas expressões para determinar esses valores: Material dúctil f ue tU 2 Material frágil fut U 3 2 Ut (N.m/m 3). É um parâmetro que compreende tanto a resistência mecânica do material quanto a ductilidade. Resiliência •É a capacidade que o material possui de absorver energia elástica sob tração e devolvê-la quando relaxado. •É a área sob a curva dada pelo limite de escoamento e pela deformação no escoamento. •Materiais ideais para uso em molas. CM6 2014EM.pdf Ensaio de Compressão Tensão X Deformação • Mesmas características do ensaio de tração; • Diferença: utilizado para materiais frágeis. É executado em máquina universal de ensaios: -Com adaptação de duas placas (cabeçotes) lisas e de superfície perpendicular ao eixo de aplicação da carga. -Uma dessas placas deve ser engastada (fixa), e a outra, geralmente a superior (móvel). -O CP usualmente tem a forma cilíndrica com diâmetro inicial (D0) e o comprimento original (L0) Ensaio de Compressão Vídeo! •Insignificante p/ o concreto (tração) Teste de Dureza É uma propriedade mecânica relacionada à resistência que um material, quando pressionado por outro material ou por marcadores padronizados, apresenta ao risco ou à formação de uma marca permanente. - Utilização de penetradores padronizados. - Aplicação de pré-carga e/ou carga. - Deformação elástica seguida de deformação plástica. -Forma e profundidade da marca representam a dureza numérica. Dureza Teste de Dureza A dureza do penetrador deve ser maior do que a da amostra a ser ensaiada. Materiais mais duros são mais resistentes a deformacão plástica e deixam uma impressão menor. Condições: Dureza Polímeros Ligações de Van der Walls Baixas interações Macios • Relação da dureza com as ligações químicas Dureza Metais Ligações Metálicas Altas interações Duros • Relação da dureza com as ligações químicas Dureza Cerâmicas Ligações iônicas Interações muito altas Muito Duros • Relação da dureza com as ligações químicas Dureza por Risco - Muito aplicada no campo da mineralogia - Mede a capacidade de um material riscar o outro - Dureza de Mohs é a mais conhecida (diamante = 10 e talco = 1) Ensaio de Dureza Ensaio de Dureza • Dureza por Risco • D U R E Z A Teste de Dureza Ensaio de Dureza por Penetração Dureza Brinell (HB ou BHN) – Esferas de aço ou – Carboneto de tungstênio; VÍDEO! Materiais dúcteis! Utiliza-se da profundidade da impressão causada por um penetrador sob a ação de uma carga aplicada em dois estágios (pré-carga e carga suplementar) como indicador da medida de dureza. Ensaio de Dureza-Rockwell DEFINIÇÃO: CLASSIFICAÇÃO: -Comum ou superficial (dependendo da pré-carga e carga aplicada). Rockwell (HRc ou HRb) – Rockwell: penetrador é uma pequena esfera de aço- para materiais macios – Rockwell: penetrador é um cone de diamante - para materiais mais duros MEDIÇÃO AUTOMÁTICA NÃO NECESSÁRIO MEDIÇÃO ÓPTICA VÍDEO! Devido a forma do penetrador, possibilita medir qualquer valor de dureza, incluindo desde os materiais mais duros até os mais moles ( conhecido com ensaio universal). Ensaio de Dureza Vickers Microdureza de um material polifásico VÍDEO! - Determinação da dureza em pequenas áreas do CP. -Determinação da dureza individual de microconstituintes de uma estrutura metalográfica. - Penetrador na forma de pirâmide alongada, com ângulos de 172° 30` e 130 ° entre faces opostas, que provoca uma diagonal maior e outra menor (relação 7:1) - Cargas menores de 1 kgf (9,8 N) Microdureza Knoop Ensaios de Resistência ao IMPACTO •Método de avaliação da resistência e sensibilidade ao entalhe de materiais. Consiste em submeter um corpo de prova a uma carga praticamente instantânea, provocando a fratura. •No ensaio de impacto um corpo de prova com entalhe é quebrado pelo impacto de um pêndulo ou martelo pesado, que cai de uma distância fixa (energia potencial constante) numa velocidade pré-determinada (energia cinética constante). Os dois principais métodos de ensaio de Impacto são: Charpy e Izod Entalhe mais severo. A única diferença entre o ensaio Charpy e o Izod é que no Charpy o golpe é desferido na face oposta ao entalhe e no Izod é desferido no mesmo lado do entalhe. Corpos de prova (Testes Izod X Charpy DETALHES DOS CORPOS DE PROVA-IMPACTO VÍDEO! CM7 2014EM.pdf DIAGRAMA DE FASES Veremos nesse capítulo: -Terminologia associada aos diagramas e as tranformações de fases. -Apresentação e Interpretação dos diagramas. -Desenvolvimento de microestruturas. O que são diagramas de fases? São mapas que permitem prever a microestrutura dos materiais em função da temperatura e composição de cada componente. E precisamos, ainda, entender o que é limite de solubilidade: é a concentração máxima de átomos de soluto que pode se dissolver no solvente para formar uma solução sólida. Sistema açúcar-água Quando o limite de solubilidade é ultrapassado forma-se uma segunda fase com composição distinta Por fim, precisamos compreender o conceito de FASES: uma fase pode ser definida como uma porção homogênea de um sistema que possui características físicas e químicas uniformes. Uma única fase Sistema homogêneo Duas ou mais fases Sistema heterogêneo A maioria das ligas metálicas são sistemas heterogêneos Diagrama de fases Binários A B O Cu e o Ni são solúveis um no outro no estado sólido para todas as composições: Estrutura cristalina, raios atômicos, eletronegatividade e valências semelhantes. Linha líquidus e linha sólidos Temperatura de fusão para o Cu e o Ni puro! Interpretação dos Diagramas de Fases Informações Importantes: 1)Fases que estão presentes. 2)As composições dessas fases. 3)As porcentagens ou frações das fases. Como saber quais as fases e composições presentes? É preciso apenas localizar o ponto temperatura- composição no diagrama de fases e observar com qual(is) fase(s) o campo de fases correspondente está identificado. O ponto A: 60% de Ni e 40% de Cu. Como esse ponto está localizado dentro da região , exclusivamente a fase estará presente. E o ponto B uma liga com 55% Ni e 45% Cu, consistirá tanto na fase quanto na fase líquida. A B Como saber quais as fases e composições presentes? LINHA DE AMARRAÇÃO no ponto B Composição da fase líquida: CL= 31,5%Ni – 68,5% Cu Composição da fase sólida: Cα= 42,5%Ni – 57,5% Cu Através da LINHA DE AMARRAÇÃO. Como determinar a quantidade das fases? Através da REGRA DA ALAVANCA. Vamos considerar o ponto B (35% de Ni e 65% de Cu): Fase líquida: L = S R+S L = C-C0 C-CL Fase sólida: S = R R+S S = Co-CL C-CL Ponto A = trivial Como determinar a quantidade das fases? CM8 2014EM.pdf Desenvolvimento da Microestrutura Representação esquemática do desenvolvimento da microestrutura durante a solidificação para a liga 35% Ni – 65% Cu Sistemas Eutéticos Binários Três regiões monofásicas (α, β e L); A fase α é uma solução sólida rica em cobre (prata é o soluto); A fase β é uma solução sólida rica em prata ( o cobre é o soluto); O limite de solubilidade para a fase α corresponde a linha fronteira CBA. Sistemas Eutéticos Binários • Eutético: L(CE) (CE) + (CE) Aquec Resf Sistemas Eutéticos Binários • Eutético: L(CE) (CE) + (CE) Resf Aquec Reações Eutetóides e Peritéticos Diagrama Cu-Zn Reações Eutetóides e Peritéticos Diagrama Cu-Zn Reação Eutetóide + Reação Peritética + L Resf Aquec Resf Aquec Diagrama de fases Fe-C A compressão do diagrama Fe-C é extremamente importante, pois através dele é possível obter informações sobre a microestrutura das ligas de Fe-C em função da temperatura e composição. Existe uma forte correlação entre a microestrutura e as propriedades mecânicas das ligas. Diagrama de fases Fe-C De todos os sistemas de ligas binários o mais importante é o formado pelo ferro e o carbono AÇOS E FERROS FUNDIDOS! O sistema ferro-carbono Fo n te : C al lis te r, 2 0 0 8 . AÇO FERRO FUNDIDO A B C Estado líquido D Estado sólido L+Fe3C Ferro Puro Ferrita α FERRO = FERRITA Estrutura - CCC Temperatura de “existência”= até 912 C Solubilidade máx. do carbono = 0,022% a 727C É mole e dúctil. Ferrita α-visualização Aparência da ferrita α fotomicrografia. Identificação Ferrita- - Austenita FERRO = AUSTENITA Estrutura= CFC Temperatura de “existência”= 912-1394C Solubilidade máx. do carbono = 2,14% a 1147 C É mais dura. Ferrita - visualização Aparência da ferrita - Austenita fotomicrografia. Identificação Ferrita - A FERRITA é virtualmente a mesma que a FERRITA , exceto pela faixa de temperatura em que cada uma existe. Como é estável somente a altas temperaturas, não tem interesse comercial. O ferro puro, ao ser aquecido, experimenta duas alterações na sua estrutura cristalina antes de se fundir. FERRO = FERRITA – CCC FERRO = AUSTENITA - CFC FERRO = FERRITA - CCC TF= 1538C Transf. polimórfica Transf. polimórfica Cementita (Fe3C) Fusão da cementita É dura e frágil. L+Fe3C Eixo das composições > 6,70%C – grafite pura Sistema Fe-Fe3C L+Fe3C Pontos importantes no diagrama de fases Fe-C Eutético Eutetóide (L + Fe3C) ( + Fe3C) L+Fe3C Ponto a = somente austenita até 727oC. Ao cruzar 727oC e até o ponto b, a austenita se transforma de acordo com a reação: + Fe3C. Microestrutura – camadas alternadas ou lamelas compostas pelas duas fases e Fe3C, que se formam simultaneamente. Desenvolvimento das microestruturas: liga Fe-C de composição eutetóide (0,76% de C) liga Fe-C de composição eutetóide (0,76% de C) Essa microestrutura é conhecida por PERLITA. Desenvolvimento das microestruturas: liga Fe-C de composição eutetóide (0,76% de C) Microestrutura PERLITA As camadas claras mais grossas representam a fase ferrita, enquanto a fase cementita aparece como lamelas finas, a maioria apresentando cor escura. Mecanicamente, a PERLITA apresenta propriedades intermediárias entre a macia e dúctil ferrita e a dura e frágil cementita. Agora, vamos ver o desenvolvimento das microestruturas para uma liga Fe-C que possui entre 0,022 e 0,76% de C. Esta é conhecida como liga hipoeutetóide (menos que o eutetóide) Ponto c (875oC)= somente austenita. Ponto d (775oC) = fases + . Ponto e = maior proporção da fases . Ponto f = a fase austenita se transforma em perlita de acordo com a reação: + Fe3C. Agora, vamos ver o desenvolvimento das microestruturas para uma liga Fe-C que possui entre 0,022 e 0,76% de C. Esta é conhecida como liga hipoeutetóide (menos que o eutetóide) = é chamada ferrita eutetóide (ferrita presente na perlita). Nova formada = acima de Te, é chamada ferrita proeutetóide (ferrita antes do eutetóide). Ferrita que não conseguiu transformação total Fotomicrografia de um aço com 0,38 %C que possui uma microestrutura composta por perlita e ferrita proeutetóide. Ampliação 635X Aço hipoeutetóide! Ligas hipereutetóides (mais que o eutetóide): liga Fe-C que possui entre 0,76 e 2,14% de C. Ponto g = somente austenita. Ponto h = a fase cementita começa a se formar. É chamada cementita proeutetóide (não muda - antes do eutetóide). Ponto i = toda a austenita é convertida em perlita. A microestrutura restante consistirá em perlita + cementita. Fotomicrografia de um aço com 1,4 %C que possui uma microestrutura composta por uma rede de cementita proeutetóide que envolve as colônias de perlita. Ampliação 1000X Aço hipereutetóide! Glossário EXERCÍCIOS Considere novamente a reação eutetóide: Tranformação na perlita! Alterações Microestruturais e das Propriedades em Ligas ferro- carbono O sistema ferro-carbono Fo n te : C al lis te r, 2 0 0 8 . AÇO FERRO FUNDIDO A B C Estado líquido D Estado sólido L+Fe3C Ferro Puro INTERPRETAÇÃO - diagramas Transformação, tempo e temperatura- TTT Interpretação- diagrama de Transformação-PERLITA -Eixos vertical e horizontal representam, respectivamente, a temperatura e tempo. -Duas curvas sólidas estão traçadas: uma representa o tempo necessário em cada temperatura para INÍCIO DA TRANSFORMAÇÃO; a outra representa a CONCLUSÃO DA TRANSFORMAÇÃO. -A curva tracejada corresponde a um estado com 50% da transformação concluída. Essas curvas surgiram a partir de uma série de gráficos para o % da transformação em função do logarítmo do tempo, gerados em uma faixa de temperaturas. Interpretação -Temperatura eutetóide; -Em temperaturas acima do eutetóide, e para todos os tempos, apenas a austenita irá existir; -A transformação da austenita em perlita irá ocorrer somente se uma liga for super- resfriada até abaixo da temperatura eutetóide; -A esquerda da curva de início da transformação, apenas a austenita (instável) estará presente, enquanto à direita da curva de término, apenas a perlita irá existir; - Entre as duas curvas, a austenita está em processo de transformação em perlita, e, dessa forma, ambos os microconstituintes estarão presentes. A curva real de um tratamento térmico isotérmico (ABCD) está superposta ao diagrama de transformação isotérmico para uma liga Fe-C eutetóide. Observação das microestruturas esquemáticas em vários momentos. Perlita Grosseira e Perlita Fina - Em temperaturas abaixo da eutetóide, são produzidas camadas relativamente grossas, tanto da fase ferrita (α) quanto da fase cementita (Fe3C)- PERLITA GROSSEIRA. Nessas temperaturas as taxas de difusão são relativamente altas, ou seja, os átomos de carbono podem se difundir a distâncias relativamente grandes. Perlita Grosseira e Perlita Fina - Com a diminuição da temperatura, a taxa de difusão do carbono diminui e as camadas se tornam progressivamente mais fina . São produzidas a cerca de 540°C é denominada de PERLITA FINA. Bainita -A transformação em bainita ocorre em temperaturas abaixo daquelas nas quais a perlita se forma. -Diagrama de transformação isotérmica (TTT) para uma liga Fe-C com composição eutetóide, incluindo as transformações A-P e A-B -OBS: Todas as curvas apresentam o formato de um “c” e de um “nariz” no ponto N; - A bainita é o produto da transformação na faixa de [215-540°C]. Bainita -Além da perlita, existem outros microconstituintes que são produtos da transformação austenita: BAINITA -A microestrutura da bainita consiste nas fases ferrita e cementita. -A bainita se forma como agulhas ou como placas, dependendo da temperatura da transformação. -MET da bainita: um grão de bainita se estende do canto inferior esquerdo ao canto superior direito da figura, e consiste em partículas de cementita alongadas e com o formato de agulhas em uma matriz de ferrita. A fase que envolve a bainita é a martensita. Cementita Globulizada (Esferoidita) -Cementita globulizada: as partículas pequenas são cementita e a fase contínua é ferrita. -Se uma liga de aço com microestrutura perlítica ou bainítica é aquecida e mantida em uma temperatura abaixo da temperatura eutetóide por um período de tempo longo. EX: ~ 700°C durante 18 a 24h (cementita globulizada) Fe3C Martensita Martensita - É formada quando ligas ferro-carbono austenitizadas são resfriadas rapidamente (ou temperadas) até uma temperatura relativamente baixa (próxima da temperatura ambiente). - A austenita CFC experimenta uma transformação polimórfica em uma martensita tetragonal de corpo centrado (TCC). -Célula unitária TCC para um aço martensítico mostrando os átomos de Fe (círculos) e os sítios que podem ser ocupados por átomos de carbono (cruzes). Fe Martensita -Fotomicrografia da martensítica. Os grãos com formato de agulha são fase martensítica, e as regiões brancas são austenita que não se transformou durante o resfriamento rápido. CM9 2014 EM.pdf Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Materiais poliméricos Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG O que veremos... 1. o que são polímeros; 2. como os polímeros são formados; 3. os tipos de polímeros e suas características; 4. classificação dos polímeros; 5. métodos de conformação e 6. aditivos para polímeros Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Definição: substância que possui moléculas de grandes dimensões, resultado da união de uma série de pequenas unidades básicas (unidades repetitivas). Polímero origem orgânica hidrocarbonetos (compostos por H e C) Embalagens para alimentos Fibras texteis Elastômeros Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Monômeros são substâncias que dão origem aos polímeros por reação química Unidades repetitivas ou meros são as unidades que se repetem ao longo da cadeia polimérica e que caracterizam a composição química do polímero Outras definicões… Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Química dos Polímeros temperatura Pressão catalizadores Monômero (gás / líquido) Polímero (sólido) Monômero = molécula pequena capaz de reagir Mero = estrutura química repetitiva da molécula Oligômero = molécula com poucos meros Polímero = macromolécula com muitos meros Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Em muitos casos o mero é quase equivalente ao monômero. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Em outros casos, a diferença é maior: Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Tamanho da Molécula Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Tipos de arranjos dos meros Quando os meros são ligados entre si formando uma entidade contínua, como um fio. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Quando as cadeias possuem ramificações laterais. Tipos de arranjos dos meros Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Tipos de arranjos dos meros ou ligações cruzadas Quando as unidades são conectadas de forma tridimensional formando uma rede (ou mais redes). Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Existem diferenças nas características desses polímeros... Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Grau de Polimerização-Xn Uma forma alternativa de expressar o comprimento da cadeia de um polímero é determinado pelo número de unidades repetitivas. Xn= representa o número médio de unidades mero em uma cadeia. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Grau de Polimerização-Xn Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Peso Molecular -Os pesos moleculares extremanente elevados são observados nos polímeros com cadeias muito longas; -Durante a Polimerização, nem todas as cadeias crescem até o mesmo comprimento; isso resulta em uma distribuição de comprimentos de cadeias ou PM. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Peso Molecular Médio 𝑀𝑛 = 𝑥𝑖𝑀𝑖 Onde Mi representa o peso molecular médio (central) da cada faixa de tamanho i, e xi é a fração do número total das cadeias na faixa de tamanhos correspondentes. Fração numérica de ocorrência/Freqüência Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Peso Molecular Ponderal 𝑀𝑝 = 𝑤𝑖𝑀𝑖 Onde Mi representa o peso molecular médio (central) da cada faixa de tamanho i, e wi é a fração em peso das moléculas do mesmo intervalo de tamanho. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Peso Molecular Distribuição de PM para um polímero típico. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Como são formados os polímeros? Os polímeros são formados através de um processo químico chamado de POLIMERIZAÇÃO. Nos processos de polimerização, uma grande quantidade de moléculas pequenas (monômeros) ligam-se covalentemente, formando cadeias moleculares muito grandes. POLIMERIZAÇÃO por adição por condensação Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Polimerização por condensação Reações químicas intermoleculares que normalmente envolvem mais de um tipo de monômero. Geralmente, existe um subproduto de pequeno peso molecular, como a água, ácido clorídrico ou metanol que é eliminado. Ex: Náilons, Policarbonatos, Termofixos Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Polimerização por adição Os polímeros não se enquadram em nenhum desses casos. A estrutura da unidade repetitiva é idêntica àquela do monômero, exs: Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Os polímeros podem ser classificados em: •TERMOPLÁSTICOS, •TERMOFIXOS e •ELASTÔMERO. !Classificação em relação a temperaturas Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Termoplásticos Materiais amolecem quando são aquecidos e endurecem quando resfriados. PROCESSO PODE SER REPETIDO! De uso comum e aplicações mais simples; PE, PP, PVC De engenharia: propriedades melhores e tem aplicações técnicas; PTFE, PA Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Termofixos EX: durepoxi® -Oposto dos termoplásticos -Eles se tornam duros e rígidos sob o aquecimento -Reação irreversível -Não são recicláveis (desvantagem) -PROCESSO NÃO PODE SER REPETIDO! Ligações cruzadas! Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Borrachas ou Elastômeros Exibem elasticidade em longas faixas de deformação; Cadeias com ligações cruzadas, semelhante as dos termofíxos, porém em menor densidade de reticulação. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Comportamento e Estrutura dos Polímeros Comportamento Estrutura Geral Exemplo Termoplástico Cadeias lineares (ramificadas ou não) PE Termofixo Rede tridimensional rígida (ligações cruzadas) PU Elastômero As cadeias são interligadas em pontos distantes (ligações cruzadas) -elasticidade com efeito “mola” Borrachas RESUMO Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Percebemos que a temperatura é muito importante nos polímeros... ... assim, existem duas temperaturas que precisamos conhecer...Tf e Tv. Essas temperaturas são parâmetros importantes em relação às aplicações de serviço dos polímeros. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Temperatura de fusão (Tf) Tf é a temperatura na qual ocorre a fusão do polímero, ou seja, a transformação de um material sólido, contendo uma estrutura ordenada de cadeias moleculares alinhadas, em um líquido viscoso, cuja estrutura é altamente aleatória. É também conhecida como Tm. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Temperatura de transição vítrea (Tv) A transição vítrea ocorre em polímeros amorfos (vítreos) e semicristalinos. É também conhecida como Tg. Pelo aumento da temperatura, o polímero amorfo sólido se transforma de um estado rígido para um estado de borracha. Esta transição ocorre devido a redução do movimento de grandes segmentos de cadeias moleculares pela diminuição da temperatura. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Cristalinidade dos polímeros Os polímeros são com freqüência semicristalinos. Região de alta cristalinidade Região amorfa Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Algumas considerações importantes quanto à cristalinidade dos polímeros Polímeros cristalinos são mais densos que polímeros amorfos. Polímeros lineares fácil cristalização (ordenação) Polímeros ramificados nunca apresentam elevado grau de cristalinidade. Polímeros em rede quase totalmente amorfos. Polímeros cristalinos são mais fortes e mais resistentes a temperatura. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Fotomicrografia de um PE: Padrão característico de cruz de malta aparece no interior de cada região de esferulítica. Esferulitas são análogas aos grãos dos metais e cerâmicas Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG A química dos polímeros tem buscado novos materiais com propriedades aprimoradas ou com melhores combinações. COPOLÍMEROS Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Copolímero Blenda Compósitos • Copolímero: polímero com mais de um tipo de mero na cadeia PSAI (PS alto impacto) = todas as moléculas tem uma cadeia principal de polibutadieno com ramificações enxertadas de poliestireno. • Blenda: mistura física de polímeros Noryl® = PSAI + PPO (poli-óxi-fenileno) PEAD + PELBD sacolas de supermercado • Compósito: polímero misturado com outro tipo de material PP carregado com talco Poliéster + fibra-de-vidro Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG EXTRUSÃO Extrusão – é um processo contínuo que consiste em transportar, fundir e forçar sob pressão o polímero no estado líquido (fundido) através de uma matriz para produzir uma seção ou perfil com forma e comprimento desejado Constituição de uma extrusora: funil, cilindro (barril), rosca ou pistão e matriz . Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Produtos Plásticos extrudados Filmes Plásticos; Canos e tubos; Cabos elétricos; Filamentos para fabricação de escova de dente e de cabelo; Chapas de plásticos para posterior termoformagem Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG ROSCA PADRÃO Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Outras Aplicações: • Chapas e “parison” para outros processos de transformação • Homogeneização de aditivos • Obtenção de grânulos (virgens ou processados) Vantagens: Produção elevada e contínua; VÍDEO! Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG EXTRUSÃO – FILMES É empregando o método de extrusão de um tubo de parede delgada, expandido na forma de uma bolha por jato de ar soprado; Em seguida é resfriado por outro jato de ar cuidadosamente controlado, posteriormente este “tubo” é achatado entre dois roletes de tração e bobinado. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG FILMES TUBULARES VÍDEO! Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG FILMES TUBULARES Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG FILMES PLANOS VÍDEO! Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG INJEÇÃO Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG INJEÇÃO Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG aquecimento injeção resfriamento encosto do bico no molde Injeção (rosca avança) recalque (compensa contração) dosagem (rosca gira e recua) início do resfriamento garganta solidificada desencosto do bico resfriamento abertura do molde extração do produto Início do ciclo: fechamento do molde CICLO DE MOLDAGEM Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Injeção VÍDEO! Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG VÍDEO! Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Vantagens do processo: -Moldagem de peças de grandes dimensões; -O produto final é essencialmente livre de tensões; - Os moldes são relativamente de baixo custo; -O material é consumido praticamente em todo processo; Desvantagens: -Ciclos longos de processo; -Materiais devem está na forma de pó (custo adicional para micronizar) ou líquidos; -Controle de temperatura. Vantagens e Desvantagens Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Termoformagem Termoformagem – é um processo que consiste na deformação de chapas ou filmes poliméricos aquecidos, utilizando vácuo, pressão de ar ou forças mecânicas, contra as paredes de um molde para a produção de diversos produtos. Aplicações (termoplásticos): descartáveis (copos, pratos, bandejas, embalagens de brinquedos), embalagens para doces, ovos, medicamentos, água, yogurtes, margarinas, revestimento interno de geladeiras e freezers, cadeiras, banheiras, peças de automóveis, cosméticos, etc.. Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Termoformagem Chapa de polímero Aquecimento da Chapa Chapa colocada sobre o molde Conformação da chapa por vácuo Peça é cortada da chapa Termoformagem – é um processo usado principalmente quando necessita-se de peças com grandes áreas de superfície e espessura; peças com paredes finas; e de pequenos lotes de produção. Vídeo! Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG MOLDAGEM POR SOPRO Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Extrusão-SOPRO Processo contínuo – -Utiliza-se uma extrusora simples para extrudar o parison entre um molde bipartido que quando atingido o comprimento adequado, -O molde fecha, esmagando sua extremidade inferior; ao mesmo tempo, uma faca corta o tubo rente à saída da extrusora, permitindo o transporte do molde, com o núcleo aprisionado a uma nova posição, onde um mandril de sopro é inserido no bocal fechando. -Após o sopro com ar comprimido, ocorre o resfriamento, o molde abre e a peça é extraída. Vídeo! Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG MOLDAGEM POR EXTRUSÃO-ESTIRAMENTO-SOPRO Orientação longitudinal (axial) Orientação transversal Produtos biorientados: melhores propriedades mecânicas, transparência e barreira. principais materiais: PVC e PP. A – molde da pré-forma/extrusão do parison B – molde da pré-forma/sopro do parison C/D – molde da garrafa/sopro da pré- forma E – Extração da garrafa Vídeo! Haste!! Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Injeção-SOPRO Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG • Injeção-Sopro Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Utilizado principalmente em embalagens de bebidas carbonatadas, especialmente produzidas com o PET. •Propriedade de barreira •Grau de sopro Vídeo! Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Co-extrusão ou Co-injeção Produtos multicamadas: as camadas podem ser do mesmo material ou não, reciclado e virgem. Principal aplicação: barreira Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Material de suporte ou estrutura: melhor propriedade mecânica (HDPE, PP, PVC, PET, PA6, PC, LDPE, LLDPE); 80% em peso da embalagem. Material de adesão: promover adesão entre camadas incompatíveis (ionômeros); 5% da embalagem. Material para barreira: promover impermeabilidade ao vapor d`água, CO2, O2, etc.; (EVOH, PVDC, PAN, PA6 e PET); de 5 a 15% da embalagem. Co-extrusão ou Co-Injeção Vídeo! Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Co-extrusão ou Co-Injeção Matriz única Material rígido Material flexível Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Co-extrusão ou Co-Injeção Luciana Amorim – DEMa/CCT/UFCG Compressão Moldagem de produtos poliméricos a partir do aquecimento/prensagem de materia-prima. CM10 2014 EM.pdf Materiais cerâmicos CERÂMICA Vem do grego keramikos, que significa material queimado, indicando a necessidade de tratamento térmico para adequar as propriedades. Propriedade das argilas: plasticidade É a propriedade que um sistema possui de se deformar pela aplicação de uma força e de manter essa deformação quando a força aplicada é retirada. Facilidade com que os produtos à base de argila podem ser conformados quando misturados nas proporções corretas, a argila e a água formam uma massa plástica que pode ser moldada. 4. Como obter os produtos cerâmicos Técnicas de Fabricação- ETAPAS: 1.Preparação da matéria prima em pó; 2.Mistura do pó geralmente com água para formar um material conformável: barbotina (alta fluidez) ou massa plástica; 3.Técnica de Fabricação; 4.Secagem das peças conformadas; 5.Queima ou sinterização das peças após secagem; 6.Acabamento final (quando necessário). Técnicas de Fabricação Resumo: ETAPAS de Fabricação Matéria prima Moagem ou trituração Peneiramento Adição da água e/ou outros ingredientes Conformação da peça Extrusão Colagem Prensagem Tijolos, azulejos e ladrilhos de piso Tijolos, telhas, azulejos e ladrilhos de piso Louça sanitária Moldagem: Pasta seca: h% de 4 a 10%, prensagem, ex.: telhas; Pasta consistente: h% de 20 a 35%, extrusão, ex.: blocos; Pasta fluida: h% de 35 a 50%, barbotina, ex.: louça sanitária. FABRICAÇÃO Prensagem Fonte: Callister, 2008. (a) A cavidade do molde é preenchida com o pó. (b) O pó é compactado por meio de pressão aplicada sobre a parte superior do molde. (c) A peça compactada é ejetada pela ação de elevação do punção inferior. (d) Início de novo ciclo. Alimentação Cavidade do molde Parte superior do molde Peça compactada Vídeo! Extrusão Neste método de conformação a massa cerâmica plástica é forçada através de um orifício de uma matriz que possui a geometria desejada. A seguir, já com a forma desejada, a peça é cortada em comprimentos apropriados. A massa cerâmica encontra-se na forma de uma pasta plástica, porém rígida. Extrusora Tijolos, tubos, blocos cerâmicos, e azulejos. Vídeo! Etapas da Extrusão Secagem Ambiente Estufas controladas Secagem: remoção da água existente entre as partículas de argila Peça úmida- corpo verde Peça parcialmente seca Peça completamente seca – corpo cru F o n te : C a ll is te r, 2 0 0 8 . O corpo cerâmico experimenta alguma contração de volume e deve apresentar resistência para o seu manuseio. Após secagem, é conhecido como corpo cru. Sinterização ou Queima Ex: Fornos Queima: mecanismo de sinterização Poro Contorno de grão Empescoçamento (a) (b) (c) F o n te : C a ll is te r, 2 0 0 8 . (a) As partículas do pó se tocam umas com as outras. (b) Estágio inicial de sinterização: ocorre a formação de empescoçamento ao longo das regiões de contato entre partículas adjacentes. Além disso, forma-se um contorno de grão dentro de cada pescoço e cada interstício entre as partículas se torna um poro. (c) A medida que a sinterização progride, os poros se tornam menores e adquirem formas mais esféricas. Colagem ou fundição por suspensão •Barbotinas Suspensão aquosa de materiais cerâmicos com água, suficientemente líquida para ser vertida. As matérias-primas com água, são moidas em um “moinho de bolas” até que a massa fique semelhante a uma massa de bolo. Vídeo! Colagem ou fundição por suspensão Fonte: Callister, 2008. (a) Fundição sólida – Quando a cavidade total do molde se torna sólida. (b) Fundição com dreno – Quando a casca sólida atinge uma espessura desejada e o molde é vertido para escoamento do excesso de suspensão. Quando a peça fundida seca, se contrai em volume e se separa da parede do molde. Neste momento, o molde pode ser desmontado e a peça removida. Molde de gesso defeitos-29-05-2015.pdf Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 1 DEFEITOS OU IMPERFEIÇÕES CRISTALINAS Defeitos ou imperfeições pontuais Defeitos ou imperfeições de linha Defeitos ou imperfeições de superfície DEFEITOS CRISTALINOS Todos os materiais apresentam um grande número de defeitos e imperfeições em suas estruturas cristalinas. NÃO EXISTEM ESTRUTURAS CRISTALINAS PERFEITAS. Diversas propriedades dos materiais metálicos são profundamente afetadas pela presença de defeitos cristalinos e freqüentemente determinadas características são intencionalmente alteradas pela introdução de quantidades controladas de defeitos. Exemplos: Processos de cementação e nitretação de aços, Dopagem de semicondutores, Endurecimento de metais e ligas por encruamento (deformação a frio), Refino do tamanho de grão, Etc. As imperfeições ou defeitos cristalinos são classificados em três classes: Imperfeições de ponto Imperfeições de linha Imperfeições de superfície Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 2 IMPERFEIÇÕES DE PONTO (defeitos pontuais) LACUNAS O defeito pontual mais simples é a lacuna (do inglês: vacancy), ou seja a ausência de um átomo em uma posição atômica originalmente ocupada por um átomo. As lacunas constituem O ÚNICO tipo de defeito que está em equilíbrio com o cristal. Assim o n° de lacunas para uma dada quantidade de material é função da temperatura de acordo com a equação: Nv Qv k T = − N exp . . onde: N é o n° de átomos T é a temperatura absoluta (K) k é a constante de Boltzmann (1,38 10-23 J/átomo K ou 8,62 10-5 eV/átomo K) Qv é a energia de ativação (J ou eV) Para grande parte dos metais, a fração de lacunas (Nv/N) logo abaixo da temperatura de fusão é da ordem de 10-4 (0,01%) Exemplo: 1 m3 de Cobre possui 8 1028 átomos e a 1000°C apresenta Nv = 2.2 1025 AUTO-INTERSTICIAL É um átomo do cristal posicionado em uma sítio intersticial, que em circunstâncias normais estaria vago. Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 3 IMPUREZAS NÃO existe metal 100% puro! Átomos estranhos (impurezas ou elementos de liga) sempre estarão dispersos na estrutura cristalina. Na realidade, utilizando-se as técnicas atuais de refino, é muito difícil e caro refinar metais com níveis de pureza superiores a 99,9999% (“quatro noves”) Nesta pureza ainda estão presentes cerca de 1022 - 1023 átomos por m3 de impurezas. Estas impurezas são classificadas em duas classes: SUBSTITUCIONAIS - Na qual os átomos de soluto estão alocados em posições atômicas originalmente pertencentes ao átomo de solvente INTERSTICIAIS - Na qual os átomos de soluto estão posicionados nos interstícios das células cristalinas do solvente. SOLUÇÕES SÓLIDAS A solução sólida é obtida com a adição intencional de outros elementos (elementos de liga) no metal solvente. Esta adição deve manter a estrutura cristalina e evitar a precipitação de outra fase. Do mesmo modo que os defeitos, as soluções sólidas também são classificadas em substitucionais e intersticiais Exemplos: Solução sólida substitucional: Prata 925 - constitui uma solução sólida substitucional com 7,5% de cobre na prata. Solução sólida intersticial: Aços extra-doce - nestes aços, os átomos de C ficam alocados nos interstícios das células cristalinas. Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 4 INTRODUÇÃO HISTÓRICA AO CONCEITO DE DISCORDÂNCIA • Deformação plástica ou permanente de um cristal perfeito (isento de defeitos cristalinos) pode ocorrer pelo deslocamento de planos de átomos em relação aos planos paralelos adjacentes. • 1921 - Griffith postula que a presença de fissuras microscópicas seriam responsáveis pela baixa resistência dos sólidos. • 1926 - Cristais reais começam a deformar-se plasticamente em tensões entre 1/1000 e 1/10000 da tensão teórica calculada por Frenkel. • 1934 - E. Orowan, M. Poloanyi e G. I. Taylor propuseram, de modo independente, a existência de um defeito cristalino linear denominado discordância que poderia justificar a discrepância entre a tensão calculada e a medida nos sólidos cristalinos. • 1949 - Heidenreich observou, pela primeira vez, discordâncias em um MET CLASSIFICAÇÃO DAS DISCORDÂNCIAS discordância em cunha discordância em hélice e discordância mista Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 5 IMPERFEIÇÕES DE LINHA - DISCORDÂNCIAS Uma discordância é um defeito cristalino linear no qual diversos átomos estão desalinhados e conseqüentemente provocam uma distorção na estrutura cristalina Toda a teoria de deformação e endurecimento de metais é fundamentada na movimentação de discordâncias. DISCORDÂNCIA EM CUNHA: Características principais: Pode ser entendida como um plano extra de átomos no reticulado que provoca uma imperfeição linear Vetor de Burgues (b) representa a magnitude e a direção da distorção do reticulado A magnitude desta distorção normalmente tem a ordem de uma distância interatômica. Na discordância em cunha o vetor de Burgues é perpendicular a linha de discordância (plano extra) Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 6 DISCORDÂNCIA EM HÉLICE: A discordância em hélice pode ser imaginada como sendo o resultado da aplicação de uma tensão de cisalhamento. O vetor de Burgues é paralelo a linha de discordância A-B. Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 7 DISCORDÂNCIAS MISTAS: Na verdade os materiais metálicos só apresentarão discordâncias mistas, entretanto como estas discordâncias são complexas, é mais fácil estuda-las como misturas de discordâncias de discordâncias em cunha e hélice. Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 8 OBSERVAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS MET - MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO ATAQUE QUÍMICO ("ETCH PITS") Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 9 IMPERFEIÇÕES DE SUPERFÍCIE Os defeitos superficiais são defeitos bidimensionais ou interfaciais que compreendem regiões do material com diferentes estruturas cristalinas e/ou diferentes orientações cristalográficas. Estes defeitos incluem: superfícies externas, contornos de fase. contornos de grão, contornos de macla e defeitos de empilhamento. SUPERFÍCIES EXTERNAS: Átomos da superfície apresentam ligações químicas insatisfeitas e em virtude disto, estão em um estado de energia mais elevado que os átomos do núcleo (com menor n° de coordenação) As ligações insatisfeitas dos átomos da superfície dão origem a uma energia de superfície ou energia interfacial (J/m2) A redução desta energia adicional (tudo tende a menor energia) é obtida pela redução da área superficial. No caso de gotas de líquido, estas tendem a assumir a forma esférica (maior volume com a menor área exposta) CONTORNOS DE FASE: Os contornos de fase são as fronteiras que separam fases com estruturas cristalinas e composições distintas. Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 10 CONTORNOS DE GRÃO: São superfícies que separam dois grãos ou cristais com diferentes orientações. Como são possíveis diferentes orientações entre cristais adjacentes existem contornos de grão “mais” ou “menos” ajustados: quando a desorientação é pequena (até 10°) o contorno de grão recebe a denominação de contorno de baixo-ângulo e a região que está separada SUB-GRÃO. nos casos onde a desorientação é superior a ~10° temos os contornos de grão propriamente ditos. De maneira similar aos contornos de superfície, o n° de coordenação nos contornos de grão é baixo e assim também existe uma energia de contornos de grão similar a energia interfacial. As conseqüências práticas da existência de uma energia interfacial associada aos contornos de grão são: os contornos de grão são regiões mais reativas quimicamente; os contornos de grão tendem a reduzir sua área quando em temperaturas elevadas, aumentando o tamanho médio do grão e impurezas tendem a segregar em contornos de grão (diminuem a energia do contorno). Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 11 CONTORNOS DE MACLA Podemos considerar as maclas como um tipo especial de contorno de grão no qual existe uma simetria especular, ou seja, os átomos de um lado do contorno estão localizados em uma posição que é a posição refletida do outro lado. A região de material entre os contornos é chamada de macla. As maclas são resultantes de deslocamentos atômicos produzidos por tensões de cisalhamento (maclas de deformação) ou durante tratamento térmico (maclas de recozimento) A formação de maclas (maclação) ocorre em planos cristalográficos definidos e direções cristalográficas específicas, que são dependes da estrutura cristalina. Maclas de recozimento ocorrem em metais com estrutura CFC Maclas de deformação ou mecânicas são observáveis em metais CCC e HC Observação dos contornos de macla em microscópio: Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 12 MOVIMENTAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS E SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO DEFORMAÇÃO ELÁSTICA: Está diretamente relacionada com a energia de ligação entre os átomos. Removida a tensão, a deformação desaparece (comportamento de uma mola). A deformação é inversamente proporcional à tensão: E S e = (Módulo de Young) DEFORMAÇÃO PLÁSTICA: É permanente, ou seja, cessada a tensão teremos deformação residual ou plástica. A resistência e dureza são medidas da “resistência” do material à deformação. Em escala microscópica, a deformação plástica corresponde ao movimento total de um grande n° de átomos em resposta a uma tensão. No materiais cristalinos a deformação plástica envolve o movimento de um grande número de discordâncias. Em escala atômica, as ligações entre os átomos da estrutura cristalina são rompidas e reformadas durante a movimentação das discordâncias. ¾ DISCORDÂNCIA EM CUNHA: Existe distorção localizada ao longo do plano extra de átomos que define a linha da discordância. Esta distorção é medida pelo vetor de Burgers, que no caso da discordância em cunha é perpendicular à linha da discordância. ¾ DISCORDÂNCIA EM HÉLICE: Pode ser imaginada como o resultado de uma distorção por cisalhamento. O vetor de Burgers é paralelo à linha da discordância.De fato, as discordâncias observadas em materiais cristalinos são mais complexas e podem ser divididas em componentes vetoriais (e estas tratadas como discordâncias em cunha ou hélice). Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 13 MOVIMENTAÇÃO DAS DISCORDÂNCIAS A movimentação de uma discordância em cunha é similar a movimentação de uma lagarta: ANTES E APÓS o movimento de uma discordância através de uma região particular do cristal, o arranjo atômico desta região é “perfeito” e ordenado (obviamente ele irá apresentar lacunas e impurezas). Na passagem de uma discordância qualquer, o cristal sofre distorção, ou seja, o arranjo cristalino é deformado. (lembrar do plano extra da ⊥ em cunha ) Finalmente, o plano extra (discordância) pode emergir na superfície do cristal e formar um degrau. Com a passagem de um n° grande de discordâncias, este degrau pode ser visível em um microscópio óptico. Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 14 O processo no qual deformação plástica é produzida pela movimentação de discordâncias é denominado escorregamento. Assim o plano de átomos pelo qual uma discordância se movimenta é conhecido como plano de escorregamento. Na discordância em cunha: o movimento da linha de discordância é paralelo à direção da tensão de cisalhamento. Na discordância em hélice: o movimento da linha de discordância é perpendicular a tensão de cisalhamento. DENSIDADE DE DISCORDÂNCIAS Todos os materiais cristalinos apresentam discordâncias introduzidas por: solidificação, deformação plásticas ou resultantes de tensões térmicas produzidas por resfriamento rápido. A quantidade (n° de discordâncias) é expresso como o comprimento total de discordâncias por unidade de volume (ou n° de discordâncias que interceptam uma área aleatória no cristal) Unidade de densidade de discordância : Milimetros de discordâncias milimetro3de material Metais recozidos e cuidadosamente preparados: 103 mm-2 Metais altamente deformados: entre 109 e 1010 mm-2 (1000 km em 1 mm3) (1 mm3 de Cu apresenta 8.493.1019 átomos) Metais deformados e submetidos a tratamento térmico: 105 106 mm-2 Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 15 SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO A movimentação das discordâncias não é fácil em todos os planos e direções de um cristal, ou seja existem planos e direções nos quais a tensão necessária para mover a discordância é mais baixa. Nestes planos (planos de escorregamento) e direções (direções de escorregamento) o movimento é preferencial. A combinação entre o plano e a direção de escorregamento define um sistema de escorregamento. Os sistemas de escorregamento são dependentes da estrutura cristalina (CFC, CCC e HC) Para uma dada estrutura cristalina os planos de escorregamento são aqueles que possuem a maior densidade de átomos (planos de máxima densidade planar de átomos) As direções de escorregamento correspondem aquelas em que os átomos estão mais próximos. Exemplo: reticulado CFC apresenta 12 sistemas de escorregamento família de planos {111} e família de direções <11 0> Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 16 INTERAÇÕES ENTRE DISCORDÂNCIAS Algumas características das discordâncias são importantes com relação as propriedades mecânicas dos materiais. Entre elas, destacam-se as interações entre os campos de tensão associados às discordâncias. Estes campos afetam a mobilidade e a habilidade de multiplicação das discordâncias Interações entre discordâncias: Defeitos cristalinos Marcelo F. Moreira 17 Lista de exercícios – defeitos cristalinos 1- Calcular a fração de lacunas (Nv/N) para o cobre na temperatura ambiente (293 K) e na temperatura de 1350 K. Assuma uma energia de ativação de 0,9 eV/átomo para as duas temperaturas. Dados: A temperatura de fusão do cobre puro é 1356 K. k = 8,62 x 10-5 eV/átomo. K 2- A presença de impurezas ou a adição de elementos de liga diminui o número de lacunas em um material metálico? Justifique sua resposta. 3- Qual a importância da existência de discordâncias nos materiais metálicos? Quais as implicações no comportamento mecânico? 4- Por que a resistência dos cristais reais é muito menor (1/1000 a 1/10000) do que a resistência calculada pela tensão teórica cisalhante máxima (cálculo de Frenkel - 1926)? 5- O que são e qual a finalidade dos "wiskers"? 6- Por que o aumento do teor de C em um aço aumenta sua resistência (limite de escoamento e resistência)? 7- Sabendo-se que a deformação de cristais ocorre pelo escorregamento de planos de alta densidade e que as estruturas CFC e HC possuem o mesmo FEA. Por que os metais HC são tipicamente mais frágeis que os CFC ? 8- Quais são os defeitos cristalinos planares (de superfície) e como estes podem interagir com as discordâncias? materiaiscap10.pdf 231 CAPÍTULO 10 PROPRIEDADES MECÂNICAS DE MATERIAIS Sumário Objetivos deste capítulo ..........................................................................................232 10.1 Introdução .......................................................................................................232 10.2 Conceitos de tensão e deformação.................................................................233 10.3 Discordâncias e sistemas de escorregamento ................................................233 10.4 Deformação elástica........................................................................................234 10.5 Deformação plástica........................................................................................236 10.6 Tensão nominal e deformação nominal...........................................................237 10.6.1 Tensão nominal............................................................................................237 10.6.2 Deformação nominal ....................................................................................238 10.7 Ensaio de tração .............................................................................................238 10.7.1 Valores das propriedades mecânicas obtidas a partir do ensaio de tração e diagrama tensão nominal-deformação nominal.......................................................239 10.8 Resistência à fratura .......................................................................................242 10.9 Ensaio de flexão..............................................................................................242 10.10 Dureza...........................................................................................................243 10.10.1 Ensaios de dureza Rockwell ......................................................................244 10.10.2 Ensaios de dureza Brinell...........................................................................244 10.10.3 Ensaios de microdureza Knoop e Vickers ..................................................244 10.11 Resistência ao cisalhamento e à torção........................................................245 10.12 Fluência.........................................................................................................245 10.13 Resistência ao choque e ao impacto.............................................................246 10.14 Fadiga ...........................................................................................................246 10.15 Referências bibliográficas do capítulo...........................................................247 Exercícios................................................................................................................248 232 10 PROPRIEDADES MECÂNICAS DE MATERIAIS Objetivos deste capítulo Finalizado o capítulo o aluno será capaz de: • definir o que são deformações e tensões em materiais; • entender o que são sistemas de escorregamento; • saber diferenciar entre tensão/deformação verdadeira e nominal; • observar gráficos de tensão x deformação e obter varias propriedades mecânicas dos materiais; • entender os conceitos de dureza, fluência, resistência ao choque e fadiga. 10.1 Introdução Por que estudar as propriedades mecânicas dos materiais? É de obrigação dos engenheiros compreenderem como as várias propriedades mecânicas são medidas e o que essas propriedades representam: elas podem ser necessárias para o projeto de estruturas/componentes materiais predeterminados, a fim de que não ocorram níveis inaceitáveis de deformação e/ou falhas. Muitos materiais, quando em serviço, estão sujeitos a forças ou cargas: um exemplo é a liga de alumínio a partir da qual a asa de um avião é construída e o aço no eixo de um automóvel. Em tais situações, torna-se necessário conhecer as características do material e projetar o membro a partir do qual ele é feito, de tal maneira que qualquer deformação resultante não seja excessiva e não ocorra fratura. O comportamento mecânico de um material reflete a relação entre sua resposta ou deformação a uma carga ou força que esteja sendo aplicada. Algumas propriedades mecânicas importantes são a resistência, a dureza, a ductibilidade e a rigidez. As propriedades mecânicas dos materiais são verificadas pela execução de experimentos de laboratório cuidadosamente programados, que reproduzem o mais fielmente possível as condições de serviço. Dentre os fatores a serem considerados incluem-se a natureza da carga aplicada e a duração da sua aplicação, bem como as condições ambientais. A carga pode ser de tração, compressiva, ou de cisalhamento, e a sua magnitude pode ser constante ao longo do tempo ou então flutuar continuamente. Desse modo as propriedades são muitos importantes nas estruturas dos materiais, e elas são alvo da atenção e estudo de vários grupos de pessoas. O papel dos engenheiros estruturais é o de determinar as tensões e as distribuições de tensão dentro dos membros que estão sujeitos a cargas bem definidas. Isso pode ser obtido mediante técnicas experimentais de ensaio e/ou através de análises teóricas matemáticas de tensão. Esses tópicos são tratados em livros sobre análises tradicionais de tensão e sobre resistência dos materiais. Engenheiros de materiais e engenheiros metalúrgicos, por outro lado, estão preocupados com a produção e fabricação de materiais para atender as exigências de serviços conforme previsto por essas análises de tensão. Isso envolve Patrick Acioli Highlight Patrick Acioli Highlight Patrick Acioli Highlight 233 necessariamente uma compreensão das relações entre microestrutura dos materiais e suas propriedades mecânicas. Deste modo, esse texto visa mostrar de forma clara as principais propriedades mecânicas dos materiais: • resistência à tração; • elasticidade; • ductilidade; • fluência; • fadiga; • dureza; • tenacidade entre outras. 10.2 Conceitos de tensão e deformação Se uma carga é estática ou se ela se altera de uma maneira relativamente lenta ao longo do tempo e é aplicada uniformemente sobre uma seção reta ou superfície de um membro, o comportamento mecânico pode ser verificado mediante um simples ensaio de tensão-deformação. Existem três maneiras principais segundo uma carga pode ser aplicada: tração, compressão e cisalhamento. Em engenharia, muitas cargas são de natureza torcional, e não de natureza puramente cisalhante. 10.3 Discordâncias e sistemas de escorregamento Discordâncias existem em materiais cristalinos devido às imperfeições no cristal. Essas imperfeições possibilitam o escorregamento de planos dentro do cristal. A movimentação de discordâncias é o principal fator envolvido na deformação plástica de metais e ligas. A mobilidade de discordâncias pode ser alterada por diversos fatores (composição, processamento…) manipulação das propriedades mecânicas do material. E as discordâncias também afetam outras propriedades do material, além das mecânicas. Como a condutividade em materiais semicondutores. No nosso estudo vale ressaltar: nos materiais cristalinos o principal mecanismo de deformação plástica geralmente consiste no escorregamento de planos atômicos através da movimentação de discordâncias. Na Figura 10.1 são ilustrados os sistemas de escorregamento. Patrick Acioli Highlight Patrick Acioli Highlight Patrick Acioli Highlight Patrick Acioli Highlight Patrick Acioli Highlight Patrick Acioli Highlight Patrick Acioli Highlight Patrick Acioli Highlight 234 Figura 10.1 - Sistemas de escorregamento. As discordâncias não se movem com a mesma facilidade em todos os planos cristalinos e em todas as direções cristalinas. A movimentação das discordâncias se dá preferencialmente através de planos específicos e, dentro desses planos, em direções específicas, ambos com a maior densidade atômica de um dado reticulado cristalino. Essa combinação de um plano e uma direção é chamada de sistema de escorregamento (“slip system”). Um sistema de escorregamento é definido por um plano e por uma direção de escorregamento, ambos com a maior densidade atômica em um dado reticulado cristalino. 10.4 Deformação elástica O grau ao qual uma estrutura se deforma ou se esforça depende da magnitude da tensão imposta. Para a maioria dos metais que são submetidos a uma tensão de tração em níveis baixos, são proporcionais entre si: ε⋅=σ � (10.1) Patrick Acioli Highlight 235 Esta relação é conhecida por lei de Hooke, e a constante de proporcionalidade E (GPa ou psi) é o módulo de elasticidade, ou módulo de Young. O processo de deformação no qual a tensão e a deformação são proporcionais entre si é chamada de deformação-elástica, com o gráfico
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