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Disciplina : CCE0317 – Refrigeração e Climatização 1 11ª Aula Curso : 841 - Engenharia Mecânica 2 Curso : 841 - Engenharia Mecânica DISTRIBUIÇÃO DE AR NOS RECINTOS 3 O ar, depois de impulsionado pelo ventilador através do sistema de dutos, deverá ser distribuído no ambiente condicionado por meio de grelhas ou difusores de teto. (Helio Creder) Curso : 841 - Engenharia Mecânica O dimensionamento das grelhas e difusores é de grande importância para a eficiência do sistema de condicionamento do ar, pois através desses elementos deve ser assegurada uma distribuição uniforme do ar a uma altura adequada acima do piso, de modo que todas as correntes de ar se formem acima da linha de respiração. Essa linha de respiração deve ficar cerca de 5 pés (1,50 m) acima do piso. As grelhas podem ser simples, quando não têm meios de controle de ar, ou com registro, quando existem réguas móveis que permitem o controle da vazão de ar. Ambas as grelhas (simples ou com registros) podem ser usadas para o insuflamento ou retomo do ar ao recinto (Figura a seguir) 4 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 5 Os difusores são colocados no teto e podem ser usados para o insuflamento e retomo do ar. Existem difusores de forma quadrada, retangular, circular etc., cada tipo devendo combinar com a decoração do ambiente e com disposição harmônica em relação às luminárias, vigas, bicos de sprinklers, pontos de detetores de fumaça, de alto-falantes etc. (Fig. 4.18). Curso : 841 - Engenharia Mecânica 6 Grelhas simples e com registros As grelhas normalmente são fabricadas em aço, alumínio e outros materiais, com os mais diversos acabamentos. Suas dimensões mais usuais são em polegadas. Curso : 841 - Engenharia Mecânica A forma normal das grelhas é retangular e é importante para o projetista a área Iívre, isto é, a área disponível (largura X altura) menos a área ocupada pelas réguas. A área livre das grelhas normalmente encontradas em insuflamento do ar varia de 75% a 85% da área total. Para o retorno poderá haver grelhas com áreas livres de 60% a 90%. A moldura da grelha não deve ser considerada nos cálculos. Para se escolher uma grelha de insuflamento do ar, basta saber a vazão e velocidade de ar. 7 Exemplo Especificar uma grelha para insuflamento de ar com as seguintes características: - vazão : 600 CFM (16,9 m³/min); - velocidade 800 FPM (243,8 m/min); - área livre de 80%. CFM = Cubic Feet per Minute FPM = Feet per minute Solução : A = Q / V = 600 / 800 = 0,75 ft² (=0,069 m²) Área livre = 0,75 / 0,8 = 0,93 ft² (=0,086 m²) 0,93 X 144 = 135 in² Curso : 841 - Engenharia Mecânica 8 Comprimento Altura polegadas cm polegadas cm 18 45,7 8 20,3 24 60,9 6 15,2 Como dado prático, pode-se usar a relação entre largura e altura de 2 para 1 até 5 para 1, para o insuflamento; e para o retorno, qualquer relação. Pelos catálogos de fabricantes, seria escolhido o tipo de grelha (simples deflexão, dupla deflexão ou com registro) nas dimensões: Curso : 841 - Engenharia Mecânica 9 Para facilitar a difusão do ar no recinto, será sempre preferível a utilização de grelhas com registros, que permitem regulagens de modo a não haver correntes de ar em nenhum ponto (Fig. 4.19). Curso : 841 - Engenharia Mecânica 10 Há grelhas de até sete direções, cada uma escolhida de acordo com a velocidade do ar, pois quanto maior o número de direções, menor será o alcance do jato do ar (Fig. 4.20). A escolha da grelha está condicionada também à forma do recinto (Fig. 4.21). Curso : 841 - Engenharia Mecânica 11 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 12 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 13 Seleção de grelhas de insuflamento Para selecionar adequadamente uma grelha, será indispensável a consulta aos catálogos dos fabricantes, que fornecem as curvas em função do material de fabricação. Os dados indispensáveis ao selecionamento das grelhas : vazão de ar em CFM ou m³/min; velocidade do ar em FPM ou m/min; alcance do jato de ar (throw) em pés ou metros. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 14 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 15 Escolha da altura da grelha de insuflamento Na figura anterior, vimos como o ar insuflado pela grelha se distribui pelo recinto. O jato de ar deve cobrir toda a distância entre a parede da grelha e a parede oposta, mas de tal maneira a ficar cerca de 30 cm acima da linha da respiração, que é de 1,50 m acima do piso. Pela mesma figura, verifica-se que a grelha deve ficar 15 em abaixo do teto e no mesmo nível de qualquer viga. Para se escolher corretamente a altura da grelha em relação ao piso, deve-se recorrer a Fig. 4.23, que relaciona a altura com a velocidade e o jato do ar. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 16 Exemplo Queremos saber a que altura em relação ao piso deve ser instalada uma grelha unidirecional, de modo que o jato seja de 12,2 m e a velocidade de 30,5 m por minuto. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 17 Solução: Pela Fig. 4.23, loca-se o ponto P na linha relativa ao jato de 12,2 m. Verifica-se que para a velocidade de 30,5 MPM corresponde a altura da grelha de 6,10 m. Curso : 841 - Engenharia Mecânica Jato P 18 Distância entre as grelhas de insuflamento A distância entre as grelhas de insuflamento é um fator importante para se conseguir uniformidade na distribuição do ar. Essa distância é função do jato e do número de direções da grelha e pode ser tanto maior quanto maior for o número de direções. Na Tabela 4.3 podemos escolher a distância entre as grelhas em função do jato e do tipo. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 19 Curso : 841 - Engenharia Mecânica em pol alcance em pés velocidade em pés por min vazão em pés cúbicos por min bitola em pol² 20 Exemplo : Selecionar uma grelha de alumínio, partindo dos dados de um fabricante que especifica as deflexões por letras, no caso, "deflexão - B" com cinco direções. Os dados tomados como exemplo são: vazão de ar: 1.000 CFM (28,3 MCM); velocidade do ar: 800 FPM (243,8 MPM); alcance do jato (throw): 10,5 m . Pela Fig. 4.24, loca-se o ponto P, e, descendo na vertical, encontramos as seguintes dimensões para a grelha: largura: 36 polegadas (91,44 cm); altura: 8 polegadas (20,32 cm). Curso : 841 - Engenharia Mecânica 21 Determinação da vazão de uma grelha É comum, em instalações de ar condicionado, a verificação da vazão das grelhas de uma instalação em funcionamento. Para tal, deve-se dispor de um aparelho medidor da velocidade do ar Curso : 841 - Engenharia Mecânica 22 A área útil da grelha pode ser obtida de tabelas fornecidas pelos fabricantes, como, por exemplo, a tabela da Inmer, que fornece a área Ak em função das dimensões de deflexão da grelha. Curso : 841 - Engenharia Mecânica Exemplo : Queremos saber qual a vazão de ar de uma grelha de 24" X 14" para uma deflexão de 20°: a velocidade de ar, medida por um anemômetro, indica 800 FPM. 23 Solução: Pela tabela e com os dados do problema, temos: A = 1,6 pé quadrado; Q =~ 1,6 x 800 = 1.280 CFM (ft³/min) Curso : 841 - Engenharia Mecânica 24 Curso : 841 - Engenharia Mecânica VENTILAÇÃO EM RESIDÊNCIAS 25 No cálculo de Carga Térmica , a insolação é a parcela que mais pesa na escolha do equipamento. Na figura 5.13, um exemplo de uma casa de dois pavimentos onde, abaixo do telhado, temos o ar parado à temperatura de 60º C, e nos ambientes habitáveis o ar condicionado mantém temperaturas de 27º C e 26º C. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 26 Se utilizarmos um exaustor para fazer circular o ar parado, conseguiremos Uma economia acentuada no equipamento de ar condicionado (ver fig. 5.14) Curso : 841 - Engenharia Mecânica 27 Na figura 5.15, um outro exemplo de ventilação de uma residência onde o exaustor, colocado no centro do teto, possibilita uma circulação do ar através das janelas e saindo pelas aberturas do sótão. É um tipo de instalação de baixo custo e que proporciona certas condições de conforto, dependendo da temperatura e umidade do ar exterior. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 28 Para se calcular a vazão de ar objetivando a especificação dos ventiladores, Precisa-se calcular o volume do recinto e aplicar o método das trocas de ar (tabela 5.4) Curso : 841 - Engenharia Mecânica 29 Exemplo : na figura 5.16, o volume do recinto é : V = 2,5 x 1,2 x 8,0 = 24 m³ Curso : 841 - Engenharia Mecânica 30 Pelo método das trocas de ar, se tomar a taxa de 4 min de troca, tem-se a seguinte vazão de ar : Q = 24 / 4 = 6 m³/min ou 6 MCM Para se calcular as dimensões mínimas da janela de entrada de ar, dividir a vazão pela velocidade permitida (tabela 5.5) Curso : 841 - Engenharia Mecânica 31 A = Q / V = 6 / (210 x 0,4) = 0,007 m² ou 0,30 x 0,25 m Observação : como existem venezianas , toma-se somente 40% da área livre da janela Na figura 5.17; a determinação da cubagem do sótão de uma residência Curso : 841 - Engenharia Mecânica 32 Exaustão É um tipo de ventilação em que se procura evitar que as partículas que irão contaminar o recinto se espalhem; por isso procura-se captá-las nos locais de origem e lançá-las ao exterior. O princípio que se utiliza é o de criar uma corrente de ar de modo a provocar o arrastamento das partículas e, em consequência, surgirão correntes de ar no recinto, melhorando a ventilação geral. Um sistema de exaustão compõe-se de : captor, onde são coletados os contaminantes; dutos de ar; ventilador; chaminé Curso : 841 - Engenharia Mecânica 33 Captor O captor cria junto à partícula uma corrente de ar, cuja velocidade deve ser suficiente para sua captura e arrastamento. Publicações americanas (Guide) dão indicação das velocidades mínimas necessárias (Tabela 5.6) à captação. A forma dos captores depende do tipo de poluente, sendo o mais comum a coifa, que deve obedecer à indicação da Fig. 5.20. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 34 O volume de poluente aspirado pode ser obtido da fórmula : Q = K x V x P x H Q = vazão em MCM V = velocidade de captação em MPM (tabela 5.6) K = constante que depende da forma da boca (1,25 a 1,4) P = perímetro da abertura , em m. Obs.: se a fonte poluidora for colocada encostada na parede, o Perímetro , de abertura do captor, é reduzido do trecho que fica encostado Curso : 841 - Engenharia Mecânica 35 Dutos de Ar A equação para o dimensionamento de dutos é : Q = A . V A = Q / V A = área, em m² Q = vazão, em MCM V = velocidade, em MPM O mais comum entre os métodos de dimensionamento de tubos é o de perda de carga (outros : método da velocidade e método da recuperação estática) em função do material a ser transportado, as velocidades recomendadas para o ar devem satisfazer a tabela 5.7 Obs.: pode-se diminuir a seção do duto, aumentando a velocidade , o que pode resultar em aumento de ruído e de perda de carga Curso : 841 - Engenharia Mecânica 36 Material de Dutos Os materiais para dutos podem ser madeira, alvenaria, chapas de aço inoxidável ou galvanizado, alumínio etc., sendo mais usual o aço galvanizado. As espessuras das chapas dos dutos podem ser as mesmas indicadas na Tabela 4.2, aumentando-se conforme o tipo do material a ser conduzido (Tabela 5.8). A seção do duto mais aconselhável é a circular, para evitar acúmulo do material captado nas arestas dos dutos de outras seções. Observação: Se o duto for de aluminio, aumentar dois pontos. Exemplo: tipo 1; espessura 0,80 m, chapa galvanizada nº 20; alumínio nº 16. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 37 Tipo do material arrastado pelo duto tipo 1: material não-abrasivo (tinta, serragem, vapores); tipo 2: pouco material abrasivo (moagem de combustível), muito material não-abrasivo; tipo 3: muito material abrasivo (britadores, chaminés). Curso : 841 - Engenharia Mecânica 38 Observações: usar curvas de raio longo (mínimo 2 diâmetros); usar portas de inspeção a cada 3 m; idem junto de cotovelos, reduções, junções; prever registros de vazão de ar (dampers). Os dampers corta fogo servem para isolar determinadas zonas contra o fogo em instalações de ventilação e ar condicionado, podendo ser montados em paredes, lajes e o mesmo poderá ser acionado por fusível térmico, solenóides, motor elétrico, pistão pneumático, etc. Dentre as séries possíveis temos os dampers standard, certificados e os testados (conforme Norma NBR 6479, conforme Oenorm M 7625 e vedação da aleta à alta temperatura do ambiente conforme norma EN 1366-2). Estes dampers podem ter classe de resistência ao fogo de 30, 60, 90, e 120 minutos. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 39 Ventilador Os ventiladores dos exaustores também podem ser centrífugos ou axiais. São normalmente fabricados em chapa de aço preto, galvanizadas ou inoxidáveis. Em casos especiais, para exaustão de elementos corrosivos, as chapas podem ser revestidas de chumbo e os motores podem ser à prova de explosão. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 40 Chaminés A função da chaminé é a de lançar na atmosfera os poluentes captados no ambiente e conduzidos através dos dutos pela pressão que é provocada pelo ventilador. Na Fig. 5.21 temos uma indicação para projetar uma chaminé, e na Tabela 5.9 temos as perdas de carga em função da altura H entre o chapéu e a tubulação. A altura H deve variar de 0,45 a 1 diâmetro, e quanto menor o seu valor, maiores são as perdas de carga. A pressão dinâmica pode ser tirada da fórmula: V = velocidade em m/min Pv = pressão dinâmica em mm de coluna de água Curso : 841 - Engenharia Mecânica v= 242,4 Pv (unidades métricas) 41 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 42 Exemplo de dimensionamento Dimensionamento do sistema de exaustão para a cozinha da figura abaixo : Dados : - dimensões do fogão : (l) 1,50 x (p) 2, 0 x (a) 0,75 m - pé direito : 4 m 0,75 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 43 0,32 0,24 H Curso : 841 - Engenharia Mecânica 44 Dimensionamento do captor (coifa) 2,0 + (dif. coifa)2 x 0,3 por 1,50 + (dif. coifa) 2 x 0,3 = 2,6 x 2,1 m Obs.: se o captor estivesse encostado à parede, não seria necessário adicionar 0,30 m ao lado que estivesse encostado perímetro : 2 (2,6 + 2,1) = 9,4 m volume de ar em MCM : Q = K . V. P. H onde *K = 1,3 (valor médio – assumido – constante que depende da forma da boca -1,25 a 1,4)) V = 20 MPM (tabela 5.6 - assumido) P = 9,4 m *H = 1,2 m (da figura 5.23 – altura acima da fonte poluidora) Q = 1,3 x 20 x 9,4 x 1,2 = 293 MCM Curso : 841 - Engenharia Mecânica 45 Dimensionamento dos Dutos * velocidade do ar : 900 MPM (tabela 5.7 – poeiras secas e finas) perda de carga por atrito 0,17 mm de C.A./m (figura 4.4) vazão Q = 293 MCM diâmetro do duto : 0,64 m : A = Q / V = 293 / 900 = 0,325 m² A = d2 / 4 d = 4. A / = 0,64 m * Chapa galvanizada nº 20 (tabela 5.8 – tipo 1) Curso : 841 - Engenharia Mecânica 46 Chaminé o diâmetro da chaminé poderá, para não ficar com dimensões exageradas, ser reduzido à metade do diâmetro do duto, o quer aumentará a velocidade : - chapéu = 2D = 0, 64 m ; D = 0,32 m - altura do chapéu = D/3 = 0,13 m - H = 0,75 D = 0,106 m Curso : 841 - Engenharia Mecânica 47 Ventilador Cálculo das perdas de carga perda de carga nos filtros * 10 mm de C.A. (arbitrado; na prática , deve-se consultar os fabricantes) perda de carga na coifa perdas dinâmicas : 1, 49 x Pv V = 900 (toma-se a velocidade no duto, na fig. 4.5 – perda dinâmica = 1,49) perdas dinâmicas : 1,49 x V2 / (242,4)2 = = 1,49 x 13,78 = 20,54 mm C.A. Obs.: perdas dinâmicas são devidas a mudança de direção, turbulência e mudança de velocidades Curso : 841 - Engenharia Mecânica 48 perda de carga nos dutos trecho reto : 0,75 + 2,0 + 3,0 = 5,75 m * perda por atrito (fig. 4,4) : 0,17 x 5,75 = 0,97 mm de C.A. perdas dinâmicas nos dois joelhos (figuras 4.5 e 4.6) * 2 x 0,8 x Pv = 2 x 0,8 x 6,5 = 10,40 mm de C.A. (ângulo reto, joelho reto com palhetas) * perdas de carga nas junções : 4 mm de C.A. (0,30 x Pv) d) perda de carga na chaminé * tomando H = 0,75 D (tab. 5.9 – pg. 210 ) = n = 0,18 velocidade na chaminé : Q = 293 MCM A = x 0,322 / 4 = 0,08 m² V = Q / A = 293 / 0,08 = 3662 MPM perda dinâmica : 0,18 x V2 / (242)2 = 0,18 x 228,2 = 41 mm de C.A. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 49 perda no ventilador * usando-se ventilador centrífugo de entrada simples * velocidade na descarga : 15 m/s ou 900 MPM perda = 9002 /(242)2 = 13,78 mm de C.A. Perdas totais Pt = 10 + 20,54 + 0,97 + 22,6 + 4 + 41 + 13,78 = 112,35 mm de C.A. Potência do ventilador P = Q x Pt / 60 x 75 x * P = 293 x 112,35 / 60 x 75 x 0,7 = 10,45 CV ou 7,79 kW Curso : 841 - Engenharia Mecânica 50 SISTEMAS DE CONTROLE Curso : 841 - Engenharia Mecânica 51 Generalidades Há três objetivos principais ao se projetar um sistema de controle numa instalação de ar condicionado: - conforto; - economia; - segurança. Curso : 841 - Engenharia Mecânica O conforto consegue-se mantendo a temperatura e a umidade relativa do ambiente dentro dos limites desejáveis; A economia é obtida fazendo-se com que certos equipamentos sejam desligados no momentos de menor carga térmica; A segurança é obtida acionando-se certos dispositivos toda vez que há alguma anormalidade no funcionamento da instalação. 52 Controles Automáticos Os dispositivos de controle podem ser de dois tipos: - liga-desliga (on-off); - gradual. Como exemplo de controle Liga-desLiga : pode-se citar termostatos, pressostatos; Gradual : válvula de expansão termostática. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 53 Sistemas de Controles Automáticos Os sistemas de controle mais usados são : - elétricos; - pneumáticos; - autônomos. Os sistemas elétricos são os mais usuais e se baseiam no princípio de que pequenas correntes de ar podem controlar grandes cargas . Há dois circuitos básicos no controle elétrico: - circuito de força, que aciona a máquina operatriz; - circuito de controle, que uma vez fechado possibilita o fechamento da chave do circuito de força. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 54 Os sistemas pneumáticos são acionados por ar comprimido, normalmente a baixa pressão (até 1,05 kg/cm²), e servem para abrir ou fechar válvulas ou registros. Os controles autônomos são assim chamados porque não precisam de fonte externa para agir; utilizam o princípio da dilatação de um líquido volátil para fazer abrir ou fechar uma válvula. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 55 Controles Elétricos Os controles elétricos podem ser: - de acionamento dos equipamentos; - de operação do sistema. O controle de acionamento é conseguido por meio de chaves, relés, contactores, lâmpadas sinalizadoras, botoeiras liga-desliga etc. dispostos de maneira adequada a dar partida, proteger e intertravar os diversos equipamentos que devem entrar em operação segundo uma sequência apropriada. O controle de operação do sistema é conseguido por meio de termostatos, umidistatos, pressostatos, válvulas solenóides etc., cuja função é manter o recinto dentro das condições de conforto desejadas Curso : 841 - Engenharia Mecânica 56 termostato umidistato pressostato solenóide Curso : 841 - Engenharia Mecânica 57 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 58 Sistemas Pneumáticos Esses sistemas só se justificam em grandes instalações: o compressor de ar, além de ocupar um espaço apreciável na casa de máquinas, representa um investimento adicional que deve ser pesado antes de se optar por essa solução. Basicamente é constituído por um compressor de ar, acionado por motor elétrico, que comprime ar a baixa pressão (até 1 atmosfera), o qual é distribuído em um circuito primário e controlado por um circuito secundário. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 59 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 60 Na figura vê-se três controladores, C1, C2 e C3, que recebem a pressão primária, P do compressor e abaixam até as pressões P´, P´´ e P ´´´. Se a pressão secundária for igual à pressão primária, o pistão, E, do motor pneumático permanece parado, ou seja, a peça controlada (válvula ou registro) não se desloca. Havendo um desequilíbrio de pressões, o pistão se desloca, abrindo ou fechando a peça a ser controlada. Os controles pneumáticos podem ser aplicados em “dampers” controladores das vazões de ar nos dutos, nas venezianas de controle de ar exterior, abrir ou fechar válvulas de três vias, válvulas de fluxo etc. A fim de evitar a corrosão e consequentes obstruções das tubulações, é mais confiável o emprego de tubos de cobre com solda capilar, o que também onera a instalação. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 61 Sistemas Autônomos São sistemas que não necessitam de energia externa para desempenhar a função controladora. Utilizam a dilatação de um líquido volátil para abrir ou fechar uma válvula que comanda o fluxo de um fluido qualquer. Como exemplo de um sistema autônomo, temos a válvula de expansão termostática, utilizada em todos os equipamentos frigorígenos. Essa válvula controla a vazão do fluido frigorígeno no evaporador em função da carga térmica que lhe é transmitida pelo fluxo de ar, no caso dos sistemas de expansão direta, ou pela água fria, no caso dos sistemas de expansão indireta. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 62 O controle exercido pela válvula de expansão termostática é o do chamado tipo feedback (retroalimentação), ou seja, um bulbo térmico é colocado após o evaporador, a entrada de fluido sendo controlada antes da válvula de expansão. Na figura 7.24 vemos um tipo de válvula de expansão em que a dilatação do fluido no bulbo térmico, por ação do calor absorvido pelo fréon, se transmite pelo tubo capilar agindo no diafragma, que provoca maior ou menor abertura controlando a entrada de líquido no evaporador. Essa válvula é dita termostática porque procura manter a mesma temperatura na serpentina do evaporador. Nas pequenas unidades frigorígenas, a válvula de expansão é substituída por um tubo capilar que exerce a mesma função de provocar a expansão do líquido refrigerante .. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 63 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 64 Funcionamento de uma válvula de expansão termostática (VET) Basicamente, o funcionamento de uma VET é determinado por três pressões: - P1 - pressão do bulbo - atua em um dos lados do diafragma: tende a abrir a válvula; P2 - pressão do evaporador - atua no lado oposto do diafragma: tende a fechar a válvula; - P3 - pressão da mola - atua no pino que, juntamente com a pressão do evaporador, irá fechar a válvula. Assim, na posição de equilíbrio, temos: P1 = P2 + P3 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 65 Na Fig. 7.25 vemos um diagrama em que estão mostradas as pressões em jogo no sistema e um gráfico apresentando as temperaturas e pressões de abertura e de fechamento (baseado em dados da Sporlan Valve Company - St. Louis, Mi). Quando o mesmo refrigerante é usado no sistema de refrigeração e no bulbo da VET, as pressões resultantes das variações das temperaturas são idênticas. Há casos em que o refrigerante da VET é de tipo diverso do sistema de refrigeração; assim as temperaturas de evaporação são diferentes. Na Tabela 7.1 temos as quedas de pressão máximas em função da temperatura de evaporação para diversos refrigerantes. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 66 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 67 Se a queda de pressão for superior a esses valores, deverá ser usado um equalizador externo, ou seja, uma tubulação adicional entre o bulbo e o diafragma da VET (Fig. 7.27). Após a evaporação do líquido refrigerante no evaporador em decorrência da carga térmica do ar (expansão direta) ou da água (expansão indireta), a sua temperatura crescerá. No entanto, a pressão do evaporador, desprezando-se a queda devida às perdas, permanece constante. Esse vapor quente fluindo através da linha de sucção faz crescer a temperatura do bulbo. Como o bulbo contém vapor e líquido refrigerante, sua temperatura e sua pressão aumentam. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 68 Essa pressão mais elevada atuando no diafragma é maior do que a pressão que lhe opõem o evaporador e a mola, o que causa um movimento do pino para fora do seu berço. A válvula então se abre até que a pressão da mola, combinada com a do evaporador, é suficiente para equilibrar a pressão do bulbo. As curvas da força de abertura resultantes da pressão do bulbo e a da pressão do evaporador então coinçidem. Quando a pressão da mola é adicionada, resulta a força de fechamento, como é mostrado na Fig. 7.25 (linha interrompida). Curso : 841 - Engenharia Mecânica 69 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 70 Se a VET não é alimentada por quantidade suficiente de refrigerante, a pressão do evaporador cai, ao mesmo tempo em que a temperatura do bulbo é aumentada pelo vapor quente oriundo do evaporador, e assim a válvula abre-se admitindo maior quantidade de refrigerante até que as três pressões estejam novamente em equilíbrio. Inversamente, se a válvula admite muito refrigerante, a temperatura do bulbo decai, ao mesmo tempo em que a pressão do evaporador aumenta, e desse modo a mola tende a fechar a válvula até que as três pressões estejam novamente em equilíbrio. Assim, pode-se concluir que a válvula de expansão termostática manterá as mesmas condições de temperatura no evaporador, independentemente das flutuações da carga térmica. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 71 Curso : 841 - Engenharia Mecânica OPERAÇÃO DE SISTEMAS 72 Controle e Regulagem • Proteger os termostatos e outros sensores, para evitar sua manipulação por pessoas não autorizadas. • Instalar os termostatos longe dos locais que sofrem grande influência de focos de calor ou frio. • Sempre que possível, instalar controles de temperatura ambiente em todos e em cada um dos locais climatizados. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 73 • Avaliar a possibilidade de trocar as válvulas de três vias por válvulas de duas vias, instalando-se um sistema de bombeamento com velocidade variável. • Avaliar a possibilidade de instalação de termostatos de controle flutuante, permitindo que a temperatura ambiente flutue entre margens relativamente amplas. • Manter os sensores limpos Curso : 841 - Engenharia Mecânica 74 Uso de Motores Eficientes Os sistemas de condicionamento de ar utilizam uma quantidade de motores apreciáveis: bombas, torres de resfriamento, unidades ventiladoras (.fan coils.), etc. Dependendo da potência (e idade), os rendimentos típicos dos motores podem variar na faixa de 75 a 95%, sendo os 5 a 25% da potência restantes perdidos internamente no motor. Motores mais eficientes são projetados para converter uma quantia de energia elétrica maior em trabalho. Instalando motores bem dimensionados e mais eficientes, consome-se menos energia. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 75 Na tabela a seguir é feita uma comparação entre motores Padrão e de Alto Rendimento: Em ocasiões de troca de motores, principalmente aqueles de grandes potências e que operam continuamente, deve-se considerar a possibilidade de adquirir motores de Alto Rendimento. Curso : 841 - Engenharia Mecânica A eficiência de um motor elétrico é dada por: η = Pot. Entrada / Pot. Saída Para uma mesma potência de saída (por exemplo: 100 hp), tem-se: 76 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Eficiência de motores elétricos padrão e de alto rendimento 77 Para funcionamento contínuo durante 1 ano (8760 h), e sendo 1 hp = 745 W : Considerando que a tarifa da energia elétrica é de R$ 0,10/kWh, a economia será de R$ 2.451,00/ano. Com esta redução no consumo, pode-se calcular o tempo de retorno do “investimento” (troca de motor não eficiente, por outro eficiente). Curso : 841 - Engenharia Mecânica 78 Uso de Inversores de Frequência -VSD (Variable Speed Driver) Os Inversores de Frequência são dispositivos eletrônicos, que atuam sobre a frequência da corrente dos motores, permitindo alteração da sua rotação. Considerando que ventiladores, bombas e outras máquinas rotativas nem sempre operam a plena carga (sua vazão varia), e que as formas de variar as vazões, via de regra, são obtidas através de estrangulamento (fechamento de válvulas e “dampers”), isto introduz perdas consideráveis de energia. Considerando ainda que as vazões são linearmente relacionadas com a rotação (da bomba ou ventilador), a utilização de VSD, permite o controle da vazão sem a introdução de perdas, pela alteração da rotação do equipamento. Obs.: VSD : verificar a cada 5 anos Curso : 841 - Engenharia Mecânica 79 Lembrar, que a relação de potências varia com o cubo da rotação, isto significa que reduzindo a vazão (atuando na rotação), o consumo cairá em relação cúbica. Estudos realizados nos EUA têm mostrado que os uso destes dispositivos pode economizar até 52% de energia. A seguir, é mostrada uma tabela com custo instalado (nos EUA) de VSD para diversas potências Curso : 841 - Engenharia Mecânica 80 Análise dos componentes - mecânicos ou elétricos. Analisar detalhadamente todos os sistemas antes de efetuar modificações. Certas modificações podem aumentar o consumo de energia. Utilizar motores elétricos de potência adequada. Motores elétricos superdimensionados trabalham com rendimento baixo. 3. Desligar todos os sistemas quando não vão realmente ser utilizados. Estudar e otimizar o horário de partida e parada dos sistemas de climatização. Fechar as tomadas de ar exterior, quando os sistemas não vão ser utilizados. Diminuir a vazão de ar exterior de renovação até o valor mínimo permissível para satisfazer os critérios de ventilação. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 81 8. Minimizar as fugas de ar dos dutos. 9. Checar os “dampers” para garantir que sejam mínimos os vazamentos (fluxo através dos “dampers”) quando completamente fechados. 10. Quando do dimnsionamento da instalação, ou mesmo em intervalos regulares, deve-se determinar o valor das infiltrações de ar externo, pois estas podem constituir uma porcentagem importante da vazão mínima de ar externo. 11. Ajustar a temperatura da água gelada e da água quente, de acordo com as necessidades reais da instalação. Estabelecer um zoneamento correto da edificação, utilizando sistemas distintos para as zonas perimetrais (sujeitas aos efeitos climáticos) e as zonas interiores (sujeitas basicamente a cargas devido à iluminação e ocupação). Curso : 841 - Engenharia Mecânica 82 13. Fazer com que os elementos auxiliares do sistema de condicionamento de ar somente sejam usados postos em marcha quando sejam necessários. 14. Desligar os ventiladores de extração de zonas não ocupadas e manter a vazão destes ventiladores dentro dos valores estabelecidos em projeto (valor mínimo possível). 15. Fazer com que os ventiladores de extração de banheiros e lavabos funcionem somente quando estejam ocupados. Isto pode ser realizado conectando os ventiladores ao interruptor de iluminação. 16, Utilizar a água dos sistemas de condensação dos equipamentos frigoríficos para pré-aquecer a água quente sanitário ou industrial. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 83 17. Utilizar água de condensação para alimentar as serpentinas de reaquecimento dos sistemas de climatização. 18. Utilizar água de condensação para alimentar pré-aquecer o ar externo. Se houver disponibilidade, aproveitar o condensado de vapor para pré-aquecer a água. 20. Analisar a possibilidade de substituição de equipamentos de calefação elétricos por outros que trabalhem com um fluido quente. Isolar tubulações e dutos que passam por espaços não condicionados e/ou não ocupados. 22. Reparar todos os isolamentos em mau estado de conservação. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 84 23. Diminuir as vazões de água gelada e quente, até os valores mínimos possíveis. 24. Ajustar o diâmetro dos rotores das bombas para compatibilizar seu funcionamento coma as necessidades dos circuitos. 25. Manter limpos os filtros das tubulações de água gelada e quente; 26. Verificar se os purgadores de ar dos circuitos hidráulicos estão funcionando corretamente. A presença de ar nas tubulações aumenta o consumo de energia. 27. Verificar se as dimensões dos tanques de expansão são adequadas. Tanques subdimensionados provocam a perda de água. 28. Se existe vapor de alta pressão, analisar a possibilidade de instalar turbinas para acionar bombas e ventiladores. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 85 29. Identificar e reparar todas as fugas de fluidos existentes (ar, água quente, água gelada, refrigerante, óleo, etc). 30. Utilizar um sistema de tratamento de água adequado, diminuindo assim as incrustações nas tubulações em tubulações, trocadores de calor, etc. 31. Manter ajustado o sistema de purga do circuito de água das torres de resfriamento, evitando a perda excessiva de água e produtos químicos. 32. Verificar se a classe dos filtros de ar atendem as exigências da instalação em questão. Normalmente, filtros de melhores (classes maiores) provocam maior perda de carga, consumindo mais energia. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 86 Analisar a possibilidade de aumentar a área dos filtros de ar para diminuir sua perda de carga. Estabelecer um programa cuidadoso de manutenção dos filtros de ar, para que estes sempre estejam em ótimas condições. 35. Manter limpos evaporadores, serpentinas de água e condensadores. 37. Considerar a possibilidade de utilização de resfriamento evaporativo do ar para a climatização de certos ambientes. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 87 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Metodologia para Diagnóstico e Tratamento de Problemas de Qualidade do Ar em Ambientes Fechados 88 Curso : 841 - Engenharia Mecânica O processo de Investigação e controlar de problemas de qualidade de ar em recintos fechados não é uma tarefa muito fácil. Vários fatores podem influenciar na qualidade do ar interior. Problemas podem ser muito complicados, devido, por exemplo, as altas taxas de emissão de contaminantes, a complexidade dos edifícios, e principalmente pelo fato das normas técnicas de avaliação serem inconclusivas. 89 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Os principais fatores que influenciam na qualidade do ar de ambientes internos são: Projeto e localização do edifício; Qualidade do ar exterior; Taxa de ocupação do edifício; Eficiência do sistema de filtragem; Tipo de atividade dos ocupantes; Temperatura e umidade fornecidas pelo sistema de condicionamento de ar; 90 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Os principais fatores que influenciam na qualidade do ar de ambientes internos são: Tempo de operação do sistema de condicionamento de ar; Manuterição e limpeza do sistema de condicionamento de ar; Rotina de manutenção dos componentes do edifício; Estratégia dos sistemas de controle; Taxa de ventilação. 91 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Alguns problemas de qualidade de ar podem ser resolvidos rapidamente, e outros exigem investigações longas, requerendo medidas exaustivas para identificar as fontes de emissão de contaminantes e a sua eliminação de forma adequada. Diante disso, é muito importante a utilização de uma metodologia de diagnóstico que procure resolver o problema em etapas. Assim, a análise e determinação dos problemas deve seguir uma metodologia sistemática que compreenda: 92 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 93 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Coleta de informações preliminares Nessa etapa é onde se tem o reconhecimento inicial de algumas informações relacionadas ao problema. O objetivo dessa etapa é desenvolver algumas hipóteses de trabalho, e assim estabelecer uma cronologia do problema. Nessa etapa devem ser examinados projetos e especificações juntamente com as documentações de reclamações e observações pertinentes. Todas essas informações devem ser obtidas junto aos responsáveis pela administração do edifício e pelas pessoas que identificaram os problemas de qualidade do ar. 94 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Algumas informações importantes que devem ser coletadas nessa etapa são: Condições climáticas do local (médias mensais de temperatura, umidade e precipitação); Quando o edifício foi construido; Obtenção dos projetos Arquitetônico e de Engenharia para se entender o funcionamento do sistema de condicionamento de ar; Problemas e investigações anteriores de qualidade de ar; Reformas realizadas no período de existência do edifício, etc. 95 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Entrevistas Tendo revisado as informações disponíveis nos itens anteriores, é importante entrevistar algumas pessoas ligadas a manutenção dos equipamentos, administração do prédio, gerentes de pessoal, etc. É importante entrevistar essas pessoas que sabem da história do edifício, da construção, das reformas, operação e manutenção dos sistemas de condicionamento de ar, os padrões de ocupação atuais e anteriores. O uso passado do edifício pode ser diferente do uso atual. Deve se analisar também projetos e os planos de manutenção. 96 Curso : 841 - Engenharia Mecânica É importante também entrevistar pessoas para caracterizar melhor a população do edifício e determinar a natureza dos sintomas e reclamaçõe que são informadas. Entrevistas pessoais também mostram a magnitude do problema, especificamente se o problema é difundido ao longo do edifício, ou se está isolado em uma seção particular do edifício ou entre um certo grupo de empregados. Esses dados fornecerão informações para ajudar na determinação da extensão do problema . 97 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Inspeção in loco A inspeção in loco é importante para a obtenção de informações adicionais que não foram obtidas nas etapas anteriores. Deve-se nessa etapa caminhar ao longo do edifício para se fazer uma avaliação visual do problema e avaliar a condição global do mesmo e deterrninar que sistemas estão funcionando corretamente. A primeira inspeção é normalmente feita por meios visuais e olfativos. A investigação deve incluir o ambiente externo do edifício, áreas internas com problemas, e áreas internas frequentadas por ocupantes livres de problemas de qualidade do ar. Uma inspeção crítica ao sistema de condicionamento de ar é de fundamental importância. 98 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Uma segunda inspeção ao local é um importante processo de avaliação e pode se basear nas informações obtidas durante o processo de reconhecimento dos vários componentes investigados nas etapas anteriores. O objetivo dessa etapa é refinar as hipóteses levantadas nas etapas anteriores. Frequentemente, a investigação pode chegar a conclusões convincentes na primeira inspeção e a segunda inspeção pode não ser necessária. Se este é o caso, o controle e a solução do problema pode ser iniciado sem estudos adicionais. 99 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Medições Se nas etapas anteriores o problema não foi suficientemente esclarecido é necessário partir para fase das medições dos níveis de contaminantes. Essa é uma que faz uma avaliação mais detalhada do problema e normalmen te envolve medições para as diferentes classes de contaminantes e fatores que afetam a qualidade do ar. As estratégias para o desenvolvimento de uma metodologia de coleta e análise devem ser baseadas nas melhores hipóteses desenvolvidas nas etapas anteriores. 100 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Os parâmetros gerais a serem analisados incluem os seguintes itens, mas não se restringem a eles: Conforto térmico: temperatura, umidade relativa e circulação do ar, seguindo o padrão ASHARE 55-2004; Ventilação ou taxa de ar livre seguindo o padrão ASHARE 62-2001; Monóxido de carbono ou produtos da combustão incompleta; se há suspeita de alguma fonte como estacionamento interno ou retorno de ar próximo a uma fonte; Partículas, se uma fonte interna ou o desempenho do sistema de filtragem são suspeitos; 101 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Compostos orgânicos voláteis (COV) ou solventes, incluindo formaldeidos. Essas substâncias são muito comum em prédios novos ou recém reformados; Agentes microbiológicos, se existir suspeita de problemas de condensação, umidade elevada ou água estagnada. Umidificadores a vapor, placas de condensação, dutos de suprimento de ar, carpetes, forrações e paredes molhadas são orrências comuns de problemas de qualidade do ar. Mesmo que num prédio possa haver apenas um único tipo de atividade desenvolvida ou haja a presença de equipamentos muito específicos (ou que possam estar em locais que poluem o ambiente), outros contaminantes internos e fatores estressantes podem requerer identificação. 102 Curso : 841 - Engenharia Mecânica A Realidade Brasileira Apesar de ser muito importante para a saúde dos ocupantes dos ambientes climatizados, a preocupação com a qualidade do ar interior somente ganhou destaque no Brasil com a publicação da Portaria 3.523/98 do Ministério da Saúde. (Serra e F. Henrique) A partir dela, passou-se a considerar a relação entre a saúde, a produtividade e o absenteísmo ao trabalho, com a qualidade do ar de interiores e sua correlação com a Sindrome dos Edifícios Doentes. Como já comentado, é evidente que um mau projeto e execução da instalação de forma inadequada, a operação e a manutenção precárias dos sistemas de climatização de edifícios fechados, favorecem a ocorrência e o agravamento de problemas de saúde. Por esse motivo, a portaria estabelece que todos os sistmas de climatização devam estar em condições adequada de limpeza, manutenção, operação e controle, observadas as determinações, a seguir : 103 Curso : 841 - Engenharia Mecânica _·· ...... '-.I..1LV U'-' Manter limpos os componentes do sistema de climatização, tais como: bandejas, serpentinas, umidificadores, ventiladores e dutos, de forma a evitar a difusão ou multiplicação de agentes nocivos à saúde humana e a manter a boa qualidade do ar interno _·· ...... '-.I..1LV U'-' Preservar a captação de ar externo livre de possíveis fontes poluentes externas que apresentem riscos à saúde humana, com filtro no mínimo de eficiência G3 . Garantir a adequada renovação do ar de interior dos ambientes climatizados, ou seja no mínimo 27 m3/h/pessoa (7,5 litros/s/pessoa). 104 Curso : 841 - Engenharia Mecânica A portaria determina que os proprietários, locatários e prepostos responsáveis por sistemas de climatização, com capacidade acima de 5 TR (15.000 kcal/h ou 60.000 Btu/h), deverão manter um responsável técnico habilitado, com as seguintes atribuições: implantar e manter disponivel no imóvel um Plano de Manutenção, Operação e Controle (pMOC), adotado para o sistema de climatização e garantir a aplicação do PMOC por intermédio da execução contínua direta ou indireta desse serviço. 105 Curso : 841 - Engenharia Mecânica CONTROLE DE RUÍDO 106 Curso : 841 - Engenharia Mecânica O controle do ruído é fundamental em instalações de condicionamento de ar e de refrigeração, uma vez que o conforto e benefícios alcançados podem ser perdidos se a solução para o problema de conforto térmico tiver como efeito colateral o desconforto acústico. Algumas informações práticas e úteis ao dia-a-dia dos profissionais. As principais fontes de ruído na área de refrigeração e ar condicionado são consequências dos compressores, ventiladores, bombas e também ruídos devido ao escoamento do ar ou água por dutos e tubos, principalmente em regiões onde ocorrem grandes perdas localizadas. Na figura 14.1 ilustra-se a transmissão de ruído ocorrida por toda a edificação como consequência do mau isolamento da fonte geradora da estrutura do prédio. 107 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Fig. 14.1 – Representação da transmissão de ruído de uma edificação 108 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Na figura 14.2, ilustra-se alguns exemplos de ruídos causados devido às perdas localizadas e as respectivas correções mais comuns. Observa-se que a configuração da canalização de transporte de ar deve evitar mudanças bruscas de trajetórias e ampliações abruptas. Essas ocorrências provocam o aparecimento de vórtices no escoamento, gerando ruído. Fig. 14.2 – Problemas de ruído devido ao escoamento do ar em dutos de ar condicionado 109 Curso : 841 - Engenharia Mecânica As derivações devem ser construídas sempre favorecendo o fluxo de ar. Por esse motivo, a instalação de veias nas curvas é importante (figura 14.3). 110 Curso : 841 - Engenharia Mecânica O controle de ruído passa, ainda, pelo isolamento da vibração produzida pela fonte geradora de ruído. Por esse motivo, são utilizadas bases elásticas para instalação de equipamentos que vibram. Os equipamentos de ar-condicionado podem, além de gerar ruídos, também funcionar como transmissores de ruídos através das canalizações e dutos. Por isso é que a instalação de atenuadores acústicos, colarinhos nos dutos de saída da máquina, bases de concreto e molas atenuadoras são importantes. Na figura 14.4, ilustra-se uma casa de máquinas com tratamento acústico adequado 111 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 112 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Conforme ilustrado na figura 14.4, as modificações na obra para controlar a propagação do ruido incluem: instalação de atenuador de ruído na entrada de retorno do ar, modificação no duto na saída da máquina por saida suave, instalação de base sólida e molas atenuadoras sob o equipamento, isolamento da casa de máquinas com material pesado, instalação de colarinho flexivel no duto para evitar que a vibração do aparelho se propague. Após esta breve introdução é preciso que o profissional da área de refrigeração ar ondicionado conheça os fundamentos básicos de uma avaliação de ruído, uma vez que, apenas após uma rigorosa avaliação, poder-se-á tomar providências satisfatórias tais como o isolamento da fonte geradora e a absorção do ruido emitido. A medição do nível de ruido é feita através de aparelhos conhecidos como medidores de pressão sonora (figura 14.5). O nível de pressão sonora é expresso em decibéis (dB). 113 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 114 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Os equipamentos para pedir o nível de pressão sonora podem ser do tipo simples (figura 14.5), que fornecem apenas o nível global de ruído em escala dBA, ou mais sofisticados com recursos capazes de fornecer dB linear, A, B, C ou D e serem acoplados a um analisador de frequências. Uma boa medição de ruído deve seguir os seguintes procedimentos: Verificação das baterias; Verificação se o aparelho está calibrado; Realização de medições de orientação antes das medidas definitivas; Minimização dos erros devido ao vento utilizando esfera de espuma sobre o microfone; Escolha do circuito de compensação usar (linear, A, B, C ou D); 115 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Seleção da resposta do medidor (slow para ruído de elevado amortecimento e fast para ruído com baixo amortecimento); Manutenção dos braços estendidos para evitar atenuação do ruído incidente; Garantia de distância de 1m no mínimo de superfícies reflexivas; Anotação dos valores em planilhas apropriadas. 116 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Se o nível de ruído for medido em faixas de freqüência, o cálculo do nível de pressão sonora se faz a partir da tabela 14.1. 117 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Na tabela 14.2, ilustra-se uma escala típica de ruído, na qual se pode perceber desde ruídos baixos para a audição até ruídos perigosos à saúde humana. 118 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Onde: NPSres é o nivel de pressão sonora resultante e NPS1, NPS2 e NPS3 são os níveis de pressão sonora das fontes geradoras. Para fins de assimilação, observa-se que, se há duas unidades condensadoras produzindo 50 dBA cada, o nivel de pressão sonora percebido é de 53 dBA, ou seja, um aumento de 3 dBA de NPS significa dobrar a intensidade do som. Se fossem três máquinas iguais o valor percebido pelo instrumento seria de 54,7 dBA. 119 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Tabelas existentes definem os níveis de ruído aceitáveis em edificações como escritórios e condomínios. O valor de 45 dBA é normatizado pela NBR-10151 e NBR-10152 da ABNT. Porém, os ventiladores e compressores podem gerar ruídos muito superiores a esse valor. Para corrigir o elevado nível de pressão sonora, pode-se utilizar materiais absorvedores acústicos do tipo lã de vidro, cujo uso deve ser feito com cuidado para não contaminar o ar interior através das fibras que se desprendem no escoamento. Ressaltamos que os absorvedores acústicos não isolam o ruído de outro meio, mas, sim, absorvem o ruído que poderia ser transmitido para outro meio. Os absorvedores têm eficiência dependente da frequência de vibração, sendo menos eficientes para baixas frequências.
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