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Max Weber e a ação social.

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MAX WEBER E A AÇÃO SOCIAL 
 
 
 Diferentemente de Émile Durkheim, Max Weber apresenta como preocupação central 
compreender o indivíduo e suas ações. Em síntese, indaga sobre os motivos que conduzem os 
seres humanos a tomarem determinadas decisões. 
 Segundo Weber, a sociedade existe concretamente, mas não é algo externo e acima 
das pessoas. Refere-se, na verdade, a um conjunto de ações individuais que se relacionam 
reciprocamente. Desta maneira, Weber parte do indivíduo e de suas motivações para 
compreender a sociedade como um todo. 
 O conceito básico é o de ação social, elucidada como o ato de se comunicar, de se 
relacionar, orientado pelas ações dos outros. A palavra outros, portanto, pode significar tanto 
um indivíduo (somente), como vários, indeterminados e, até mesmo, desconhecidos. Como o 
próprio Weber exemplifica, o dinheiro é um elemento de intercâmbio que alguém aceita no 
processo de troca de qualquer bem ou serviço e que outro indivíduo utiliza porque sua ação 
está orientada pela expectativa de que outros tantos, conhecidos ou não, estejam dispostos a 
também aceitá-lo como elemento de troca. 
 Seguindo tal raciocínio, Weber esclarece a ação social por intermédio de dois exemplos: 
 
1º Quando vários indivíduos estão caminhando na rua e começa a chover, muitos abrem seus 
guarda-chuvas ao mesmo tempo. Esta ação de cada indivíduo não está orientada pelas ações 
dos demais indivíduos, mas pela necessidade de proteger-se da chuva. Não é, desta forma, 
uma ação social. 
 
2º Quando, em uma aglomeração, indivíduos se reúnem por alguma razão, agem influenciados 
por comportamentos de massa, isto é, comportam-se de um determinado modo porque 
simplesmente todos os demais estão se comportando daquele mesmo modo. Esta ação 
influenciada também não é uma ação social. 
 
 Ao analisar a maneira como os indivíduos agem e levando em conta a forma como eles 
orientam suas ações, Weber agrupou as ações sociais em quatro tipos: 
 
Ação tradicional: tem como alicerce a tradição familiar, um costume arraigado. É um tipo de 
ação que se adota quase automaticamente, reagindo a estímulos habituais ou por imitação. A 
maior parte de nossas ações cotidianas é desse tipo. 
 
Ação afetiva: tem o sentido vinculado aos sentimentos e estados emocionais de qualquer 
ordem na busca da satisfação dos desejos. 
 
Ação racional com relação a valores: fundamenta-se em convicções e valores éticos, 
estéticos, religiosos, entre outros, tais como o dever e a transcendência de uma causa, 
qualquer que seja seu gênero. O indivíduo age de acordo com aquilo em que acredita, 
independentemente das possíveis conseqüências, tendo por fundamento determinados valores 
que lhe parecem ordenar a realização de algo. 
 
Ação racional com relação a fins: fundamenta-se em um cálculo com base no qual se 
procuram estabelecer os objetivos racionalmente avaliados e perseguidos e os meios para 
alcançá-los. Neste tipo de ação, o indivíduo programa, pesa e mede as conseqüências em 
relação ao que pretende obter. 
 
 De acordo com Weber, esta classificação não engloba todos os tipos de ação social. Ela 
é composta por tipos conceituais em estado puro, construídos para desenvolver a pesquisa 
 2 
sociológica. Estes “tipos ideais” são ferramentas teóricas utilizadas pelo sociólogo para analisar 
a realidade. Os indivíduos, quando agem no cotidiano, mesclam alguns ou vários tipos de ação 
social. 
 Em resumo, para Weber, o indivíduo seleciona condutas e comportamentos, 
dependendo da cultura e da sociedade em que vive. Assim, as relações sociais consistem na 
probabilidade de que se aja socialmente com determinado sentido, sempre numa perspectiva 
de reciprocidade por parte dos outros. 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
 
WEBER, Max. Economia e sociedade. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2000. 
(volumes 1 e 2). 
 
 
 
 
 
 
 
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