Buscar

Processo de Industrialização2_As industrializações atrasadas

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Processo de Industrialização 2
[As industrializações atrasadas]
Carlos Alonso Barbosa de Oliveira
Condições para a Industrialização atrasada
Estrutura Social dos países: pequenos produtores independentes; desenvolvimento do capital comercial, divisão social do trabalho, manufatura;
Industrialização Atrasada se dá:
Externamente: fase concorrencial do capitalismo mundial;
Internamente: passado feudal dos países [exceção EUA]
As colônias de povoamento norte-americanas
Peculiaridades da estrutura social norte-americana
Colonização de povoamento  migração inglesa no período dos cercamentos e das lutas religiosas do século XVII
Estrutura social heterogênea:
Sul escravista;
Norte e Centro: pequenas propriedades
Sul dos EUA no século XVIII
Culturas para exportação não competindo com a metrópole: arroz, anil e tabaco;
Pequenas propriedades baseadas em servidão temporária;
Conexão entre produtores coloniais e comerciantes metropolitanos para fornecimento regular de produtos de grande demanda metropolitana [implantação da escravidão]
Substituição pela produção escravista;
“pelo crédito e pelo controle dos mercados compradores, os comerciantes britânicos subordinavam os produtores das colônias do Sul e, assim, criaram uma sociedade fundada na grande exploração escravista... Essa estrutura social bloqueava a divisão social do trabalho, a acumulação do capital comercial local, etc, tornando lento o desenvolvimento do capitalismo” (202)
Nordeste
Imigração da Inglaterra para os EUA foi composta de perseguidos políticos e religiosos, compostos em sua maioria por produtores independentes;
Fatores geográficos impediam uma produção para exportação lucrativa; pesca, peles e madeira, em pequena escala;
Abundância de terras X trabalho assalariado  servidão temporária para pagar custos do transporte;
Término do contrato o servo se tornava pequeno proprietário 
Nordeste
“São marcantes as semelhanças estruturais, do ponto de vista da organização econômica, entre a sociedade europeia resultante da crise do feudalismo e a sociedade do Nordeste americano;
“entretanto, do ponto de vista social, as diferenças eram fundamentais, já que não existia nenhum estamento aristocrático, a Igreja não gozava de privilégios, as práticas de concessão de favores e monopólios eram inexpressivas, e o artesanato não era corporativo” (205).
Nordeste
Capital manufatureiro
Desenvolvimento de artesanato e manufaturas: moinhos de cerais, construção naval, manufaturas de bebidas e alimentos, mineração de ferro e metalurgia;
Comércio de manufaturas e produtos agrícolas
Crescente especialização dos trabalhadores;
Nordeste
Capital Comercial
Comércio exterior se dirigia às Antilhas: 
Venda de animais de tiro, madeiras, alimentos;
Compra de açúcar e melaço;
Superávit com as Antilhas financiava as importações de manufaturas inglesas
Comércio com a África no século XVIII = venda de rum e tabaco e Compra e revenda escravos no Sul escravista;
Nordeste
Capital comercial integrado com o mercado mundial;
Venda de alimentos e madeiras para a europa;
Estímulo à produção mercantil, atividades extrativas, manufaturas de barcos, destilação de bebidas, etc
“desenvolvia-se um capital comercial nativo que se fortalecia pela mercantilização da produção local e que atuava no mercado mundial da mesma maneira que o capital comercial das nações dominantes europeias” (208). 
Estrutura dos Estados Unidos pré-Independência
Colônias do Sul: unidades dependentes da metrópole, necessitando de comércio unilateral para vender seus produtos;
Colônias do Nordeste: dinâmica própria baseada em interesses locais;
Desenvolvimento e diversificação do artesanato e da manufatura passou a substituir produtos importados pela metrópole;
Aumento da fiscalização e dos impostos sobre a colônia forçou o processo de ruptura política;
Revolução de Independência, romper os laços políticos com a metrópole e com os interesses metropolitanos nas colônias
EUA após a Independência de 1776
Após a Independência, “a nova nação surgida apresentava uma estrutura econômica semelhante àquela dos países europeus” (210);
Pequena produção independente;
Avanço na divisão do trabalho;
Acumulação de capital comercial;
Manufatura e artesanato
EUA após a Independência de 1776
Apoio do Estado para o desenvolvimento da produção mercantil e de atividades comerciais
Proteção tarifária ;
Leis de Navegação [comércio deveria ser feitos por navios norte-americanos]
Incentivos à Navegação Fluvial, estradas e pedágios;
Ocupação ordenada da fronteira;
Penetração das marinha norte-americana na Europa durante as guerras napoleônicas;
EUA após a Independência de 1776
Controle do algodão do Sul por comerciantes e banqueiros do Nordeste;
Expansão da fronteira agrícola em pequenas propriedades e migração;
Desenvolvimento da indústria naval, mineração de ferro, metalurgia e manufaturas de instrumentos agrícolas e bens de consumo;
Comércio entre o Nordeste e o Sul, integrando o mercado interno ;
Desenvolvimento da indústria têxtil no Nordeste dos Estados Unidos
França
Revolução Francesa, 1789, destruiu os direitos feudais e criou uma agricultura de pequenos proprietários;
Fim das regulamentações gremiais e das grandes companhia monopolistas;
Proteção tarifária à agricultura e à manufatura;
Estado participou das obras de estrutura;
Dificuldade em dinamizar a agricultura, perda das colônias exteriores e destruição da marinha mercante;
Lentamente a agricultura e a manufatura se expandiram;
Criação de um sistema bancário;
Implantação da indústria têxtil. 
Alemanha
Mosaico de pequenos Estados autônomos 
Presença da servidão;
Regulamentação gremial;
Processo de associação da burguesia com a nobreza dos donos de terras, conseguindo implantar reformas burguesas;
Prússia:
União Aduaneira;
Fim das barreiras alfandegárias;
Unificação das tarifas de comércio exterior;
Consolidação do Império, liderado pela Prússia, em 1870;
Processo de libertação dos servos [com indenizações] e demarcação das terras;
Eliminação das regulamentações gremiais, avanço das manufaturas;
Implantação das manufaturas têxteis e proteção às demais manufaturas produzidas na Alemanha;
Construção de canais, rodovias e infraestrutura com apoio do Estado;
A indústria têxtil e os limites à industrialização atrasada 
EUA, França e Alemanha: Indústria têxtil convivia com formas arcaicas de produção [manufaturas e artesanato];
Características da industrialização atrasada em relação à Inglaterra:
Impossibilidade de expansão dos têxteis para mercados externos [dominados pela Inglaterra];
Mercados nacionais com tamanho reduzido, em relação à Inglaterra;
A implantação do ramo têxtil não foi uma exigência interna das economias, mas ocorreu pela disponibilidade de máquinas inglesas no mercado mundial;
A indústria têxtil não foi capaz de criar um processo de industrialização  revolução da produção e subordinação dos diversos capitais ao industrial
Impacto da construção ferroviária
Foi a construção ferroviária que deu início ao processo de industrialização dos países atrasados;
Integração dos mercados;
Penetração em áreas autossuficientes;
Redução do preços dos fretes/produtos industriais;
Valorização de regiões agrícolas
Massa de salários e criação de mercados para bens de consumo;
Principal consequência da construção ferroviária:
 “ampliação dos mercados de meios de produção – ferro, carvão e máquinas. A metalurgia, a mecânica e a mineração passaram a contar com uma insaciável e concentrada demanda, ao mesmo tempo que a própria ferrovia agora realizava o transporte desses produtos” (218)
Industrialização originária e atrasadas
Inversão do processo de industrialização:
Inglaterra: produção de bens de consumo  têxtil )1760-80 até 1830-40 produção de bens de produção (carvão, ferro e aço) 1849;
Industrialização atrasada: produção de bens de produção 1840-1890  produção de bens de consumo. 
Todos os países com ferrovias se tornaram potências industriais?
Nos Estados Unidos, na França e na Alemanha, foram os avanços prévios da acumulação de capitais, das técnicas manufatureiras, da
divisão social do trabalho etc., que permitiram que diante da construção ferroviária, a estrutura produtiva reagisse incorporando os métodos ingleses na produção de meios de produção” (219);
Os países de industrialização atrasada conseguiram, internamente responder às demandas do novo setor, complementando-o com importações de carvão, ferro, material ferroviário e máquinas da Inglaterra. 
“os países atrasados foram capazes, em seu processo de industrialização, de incorporar todos os avanços técnicos e econômicos atingidos pela Inglaterra” (220). 
Condições para a Industrialização atrasada
Industrialização na Inglaterra se fez com um transbordamento dos capitais no ramo têxtil para o setor de bens de produção e ferrovias;
Os países atrasados possuíam estruturas ainda manufatureiras ou artesanal, mercados reduzidos e volumes de capitais incompatíveis com os investimentos no setor de bens de produção;
O processo das industrializações atrasadas significaram um salto, uma descontinuidade do ponto de vista da estrutura produtiva;
Não houve obstáculos tecnológicos: imigração de trabalhadores especializados ingleses
Condições para a Industrialização atrasada
“é esta dimensão do capitalismo concorrencial – a impossibilidade do monopólio da tecnologia – que explica, em última instância, por que os países atrasados puderam criar uma estrutura produtiva tecnologicamente semelhante àquela da Inglaterra” (221);
O problema se concentra na centralização de capitais, no financiamento dessa industrialização
O financiamento das industrializações atrasadas
“a construção ferroviária, as obras de infraestrutura, a instalação da indústria de meios de produção, etc., exigiam vultosos volumes de capitais centralizados” (222). 
Inglaterra: investimento ferroviário era continuidade do capital têxtil;
Papel fundamental do Estado na centralização do capital:
Estimulava a formação de companhias, garantia rentabilidade dos investimentos, fornecia créditos, estabelecia plano nacional de transportes e ainda, em determinados casos, construía ele próprio as linhas ferroviárias” (222)
Participação do capital estrangeiro no financiamento dos empreendimentos industriais;
Mercado Financeiro centralizado em Londres
Bancos de Investimento
Principal Instrumento de centralização de capitais
Condições atrasadas criou bancos de crédito de longo prazo;
EUA: construção ferroviária = 1870 financiar os trusts: união de companhias;
França: construção ferroviária, serviços públicos, indústria pesada, dívida pública, exportação de capitais;
Alemanha: financiamento de empreendimentos industriais e fornecimento de crédito: “o próprio surgimento do capital industrial na Alemanha dependeu diretamente dos aportes de crédito de capital dos bancos de investimento” (226);
Foram os bancos de investimento que libertaram o processo de industrialização dos limites impostos pela acumulação de capital
“Bancos de investimento, a importação de capitais, a formação de sociedades por ações e o apoio creditício do governo foram os instrumentos utilizados pelos países atrasados para impulsionar a industrialização” (228);
“ao findar o processo de industrialização, a estrutura econômica dos Estados Unidos, da França e Alemanha era qualitativamente semelhante àquela da Inglaterra (229);
A possibilidade de transferência tecnológica, aliada à possibilidade desses países de desenvolver mecanismos para promover a industrialização, fez com que aderissem ao Padrão ouro-libra, e aceitassem o livre comércio como forma de importar os bens e receber os capitais necessários para sua industrialização;
A conclusão desse processo permitiu que passassem a concorrer com a Inglaterra

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais