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8 - Propriedade Industrial

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DIREITO EMPRESARIAL I
Propriedade Industrial
TEORIA GERAL DO DIREITO DE EMPRESA
Aula 8
Prof.ª Dahyana Siman Carvalho da Costa
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Propriedade Intelectual
A propriedade intelectual abrange duas grandes áreas: o direito autoral e a propriedade industrial
Propriedade intelectual é o conjunto de regras voltadas à proteção de bens imateriais ou incorpóreos, fruto da capacidade inventiva de seu autor
Visa garantir aos titulares de qualquer produção do intelecto o direito de usufruir, ainda que temporariamente, recompensa pela própria criação
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Propriedade Intelectual
Direito autoral: é o conjunto de normas que visa à proteção dos direitos do autor, assim como daqueles ligados a ele, cuidando especificamente de obras artísticas e literárias, programas de computador (Lei 9.609/98) , domínios na internet e cultura imaterial
Propriedade Industrial: cuida das marcas, patentes, desenho industrial, indicações geográficas e proteção de cultivares
	A propriedade industrial é objeto central do nosso estudo por constituir um dos bens incorpóreos que compõe o estabelecimento empresarial e fazer parte do aviamento da empresa
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Propriedade Industrial
Quando um bem imaterial tem valor econômico ele ganha proteção jurídica (art. 5º, XXVII e XXIX CF)
A propriedade industrial torna-se objeto potencial de propriedade assim concede-se o direito de uso exclusivo, por um certo período de tempo (para recuperação do investimento) prevendo indenização a quem tenha sua propriedade industrial usurpada e após caem em domínio público, com o fim de:
Incentivar a pesquisa e desenvolvimento (P&D)
Disseminar o conhecimento (quando caem em domínio público)
4 são os bens imateriais protegidos (Lei 9279/96):
Patente de invenção
Patente de modelo de utilidade
Registro de desenho industrial
Marca
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Propriedade Industrial
O empresário titular da propriedade industrial tem o direito de explorá-los com exclusividade
Os direitos relativos à propriedade industrial incluem a repressão às falsas indicação e à concorrência desleal
Para que a concorrência os utilize é preciso autorização ou licença do titular do bem
Podem ser alienados por ato inter vivos (cessão de direitos) ou mortis causa (herança)
Os direitos industriais são concedidos pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial – autarquia federal)
O direito a exploração exclusiva nasce com a concessão da patente ou do registro pelo INPI – eficácia constitutiva: é requisito formal para provar a titularidade do bem
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Propriedade Industrial
A patente (título atributivo de propriedade: carta-patente) diz respeito à invenção ou ao modelo de utilidade:
Invenção: é o ato original do gênio humano – toda vez que alguém projeta algo que desconhecia, está produzindo uma invenção
Modelo de utilidade: é o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, com novo formato ou disposição do qual resulte melhores condições de uso e fabricação – não há propriamente invenção, mas sim acréscimo na utilidade de alguma ferramenta, instrumento de trabalho ou utensílio (novidade parcial, também chamada de pequena invenção)
	Goza de proteção autônoma em relação à da invenção cuja utilidade foi melhorada (art. 9º Lei 9.279/96
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Propriedade Industrial
Requisitos cumulativos para serem concedidas pelo INPI, tanto a invenção como o modelo de utilidade:
NOVIDADE: mais que original a invenção ou o modelo de utilidade tem que ser desconhecida da comunidade científica, técnica ou industrial, dos experts da área, ou seja, “não está compreendida no estado da técnica”
ATIVIDADE INVENTIVA: a invenção deve despertar no espírito dos técnicos o sentido de real progresso e o modelo de utilidade não pode ser decorrência óbvia (comum ou vulgar, lógica) do estado da técnica
APLICAÇÃO INDUSTRIAL: somente será patenteado se tiver aproveitamento industrial, aptidão para uso ou produção na industria
NÃO IMPEDIMENTO: a lei proíbe por razões de ordem técnica ou de interesse público, a patenteabilidade de determinadas invenções ou modelos – Assim, não podem ser objeto de patente:
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Propriedade Industrial
Não podem ser objeto de patente:
Produtos que se mostrarem contrários à moral, aos bons costumes, à segurança, à ordem e à saúde pública;
Substâncias decorrentes de transformação do núcleo atômico;
Seres vivos. Em sua totalidade ou não, à exceção dos microrganismos que atendam aos requisitos exigidos para a concessão de patente (art. 18 LPI)
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Propriedade Industrial
Patente de Modelo de Utilidade
	MU 7400230-9
	Disposição Construtiva em banheira
	
	Resumo:Trata o presente pedido de uma nova disposição em banheira para nenê, que possui local para acessórios de banho, prevendo detalhes anatômicos, orifício para o escoamento da água, constituindo um projeto ergonômico, que possibilita conforto, fácil manuseio, além de compor uma estrutura mais funcional. Em linhas gerais, o modelo prevê corpo curvilíneo (1), com fundo em ressalto (2), possuindo bordo circundante (3), rebaixos laterais (4), plataforma (5), com frisos (6), orifício circular (7), com tampa (8), além de ressaltos arqueados (9). 
	
	Nome do Titular: Marco Antonio Pereira da Silva (BR/SP) 
		
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Propriedade Industrial
Exemplo de modelo de utilidade:
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Propriedade Industrial
Prazo de duração:
20 anos para invenção e 15 anos para modelo de utilidade, contados do depósito do pedido da patente (art. 40 LPI)
porém, para garantir tempo razoável de utilização o prazo de duração da patente não pode ser inferior a 10 anos para invenção e 7 anos para o modelo de utilidade, contados da expedição da patente
Não haverá possibilidade de prorrogação do prazo de duração da patente
Finalizado o prazo passam ao domínio público
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Propriedade Industrial
Licença de uso ou exploração de patente
Pode se dar de forma voluntária ou compulsória:
Licença voluntária – autorização dada voluntariamente pelo titular da patente, para que os licenciados possam explorar a sua patente, mediante o pagamento de royalties
	Para que produza efeitos frente a terceiros, o pacto que formaliza a licença voluntária deverá ser averbado no INPI
Licença compulsória – situações em que o titular da patente está obrigado a licenciar terceiros na exploração da invenção ou modelo de utilidade, quando prevalecer o interesse social
	Os licenciados remunerarão o dono da patente
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Propriedade Industrial
É possível a Licença compulsória (art. 68 LPI) quando:
Os direitos decorrentes da patente foram usados de forma abusiva, ou por meio de abuso de poder econômico, comprovado a partir de uma decisão administrativa ou judicial
Da não exploração do objeto da patente no território brasileiro por falta de fabricação ou fabricação incompleta do produto, ou, ainda, a falta de uso integral do processo patenteado (ressalvados os casos de inviabilidade econômica, quando será admitida a importação)
A comercialização que não satisfizer às necessidades do mercado 
Concedida a primeira licença compulsória, terá o licenciado o prazo de 2 anos para que a exploração econômica da patente seja feita de forma satisfatória. Vencido o prazo e persistindo a situação, opera-se a caducidade, e seu titular perde seus direitos, caem em domínio público
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Propriedade Industrial
Nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados em ato do Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente ou seu licenciado não atenda a essa necessidade, poderá ser concedida, de ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploração da patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo titular (art. 71 LPI) 
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Propriedade Industrial
Invenção ou modelo de utilidade realizado por empregado ou prestador de serviço
Presume-se autor aquele que apresenta o pedido no INPI
O direito é assegurado àquele que primeiro requereu (efetuou o depósito) no INPI, contudo quando a patente é desenvolvida e está atrelada a um contrato
de trabalho surgem divergências quanto ao autor da patente
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Propriedade Industrial
Logo, a regra assim fica estabelecida: Empregador X Empregado
A invenção e o modelo de utilidade pertencem exclusivamente ao empregador quando decorrem de contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva, ou resulte esta da natureza dos serviços para os quais foi o empregado contratado
Presume-se que a invenção ou o modelo de utilidade cuja a patente seja requerida pelo empregado até um ano após a extinção do vínculo empregatício consideram-se desenvolvidos na vigência do contrato de trabalho e, assim, pertence ao empregador (presunção relativa)
Contudo, se a invenção ou o modelo de utilidade são desenvolvidos pelo empregado, fora do horário de trabalho e sem utilizar recursos, meios, dados, materiais, instalações ou equipamentos do empregador, a patente pertencerá exclusivamente ao empregado
Se ela resulta da contribuição pessoal do empregado e de recursos, meios, dados, materiais, instalações ou equipamentos do empregador, divide-se a titularidade da patente
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Propriedade Industrial
Registro
A Marca e o Desenho Industrial são registráveis no INPI a fim de concessão do direito de exploração exclusiva que nasce com a anterioridade do registro e não a anterioridade em sua utilização
Assim, o registro industrial possui caráter de ato administrativo constitutivo
Desenho Industrial: diz respeito a forma dos objetos, para conferir-lhes um ornamento harmonioso ou distingui-los de outros do mesmo gênero: conjunto de linhas e cores que pode ser aplicado a um produto
Marca: é o signo que identifica produtos e serviços, para regular a concorrência e garantir direitos a seu criados e também aos consumidores
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Propriedade Industrial
Desenho Industrial ou Design 
Requisitos:
NOVIDADE: não compreendido no estado da técnica, deve proporcionar um resultado visual inédito, desconhecido dos técnicos do setor (questão técnica – Art. 96 LPI)
ORIGIBALIDADE: apresenta configuração própria não encontrada em outros objetos (questão estética – Art. 97 LPI)
NÃO IMPEDIMENTO: contrários à moral e aos bons costumes, ofensivos à honra ou imagem de pessoas ou atentatórios a liberdade de consciência
	Também não se considera desenho industrial qualquer obra de caráter puramente artístico, ex. quadro pintado a mão (art. 98 LPI) 
O registro do desenho industrial tem prazo de duração de 10 anos, contados da data do depósito e pode ser prorrogado por até 3 períodos sucessivos de 5 anos cada.
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Propriedade Industrial
Exemplo de desenho industrial:
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Propriedade Industrial
Marca
A marca ou sinais distintivos visualmente perceptíveis é o designativo que diferencia e identifica produtos e serviços de outros iguais ou semelhantes (art. 122 LPI)
A marca pode apresentar-se sobre três aspectos (art. 123 LPI):
Marca de produtos ou serviços – usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa
Marca de certificação – usada para atestar a conformidade de um produto ao serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada, fixadas por organismos oficial ou particular (Ex, ISO, IMETRO)
Marca coletiva: usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade (Ex. Flores de Olambra)
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Propriedade Industrial
São requisitos para a concessão de uma marca
NOVIDADE RELATIVA: em razão do princípio da especificidade, a marca deve ser nova em determinado ramo ou classe, de modo que não ocorra confusão entre os consumidores, assim, não é necessário que represente novidade absoluta, mas sim que a expressão lingüística ou o signo devem ser novos na identificação daqueles produtos (Logo, em princípio a marca é protegida apenas no mesmo segmento de atividade, salvo, marca de alto renome – art. 125 LPI)
NÃO-COLIDÊNCIA COM MARCA NOTÓRIA: as marcas notoriamente conhecidas, mesmo que não registradas no INPI, são tuteladas pelo direito industrial, em razão da Convenção de Paris
NÃO IMPEDIMENTO: a lei impede o registro, como marca, de determinados signos como a marcas oficiais do Estado, o nome civil, salvo autorização do seu titular, etc.
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Propriedade Industrial
A proteção das marcas restringe-se aos produtos e serviços com os quais o mercado pode ser confundido pelo consumidor
O INPI classifica as diversas atividades econômicas em classes segundo critério de afinidade
Exceção às marcas de alto renome, cuja proteção se estende a todos os ramos de atividade e o registro nessa categoria é ato discricionário do INPI
Atenção: não se confunde marca de alto renome como marca notoriamente conhecida
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Propriedade Industrial
O registro da marca vigorará pelo período de 10 anos, contados da data da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessivos (art. 133 LPI)
O pedido de prorrogação deve ser feito no último ano, e pode caducar se não utilizado por período de 5 anos
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 Propriedade Industrial
Registro 820418013 de THE CARTOON NETWORK
Pedido de Registro 8203095738 de 
	Editora Gráfica Visor do Brasil Ltda
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 Propriedade Industrial
Registro 810945649 de DIADORA SPA
Pedido de Registro 820124958 de TOQUE PRODUTOS ESPORTIVOS LTDA
Pedido de Registro 824518071 de CALÇADOS BEL PASSO LTDA
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Propriedade Industrial
O Brasil é signatário da Convenção Internacional de Paris, conhecida como CUP, referente à propriedade industrial
Assim, não é possível a criação de distinções entre nacionais e estrangeiros, em matéria de direito industrial (ex. determinar período de duração maior para as patentes de que fosse titular inventor nacional, como medida de protecionismo ao desenvolvimento de nossa tecnologia)
Vigora o princípio da assimilação
Reconhece também o princípio da prioridade, pelo qual é possível a qualquer cidadão de país signatário reivindicar propriedade de patente ou registro industrial, à vista de igual concessão obtida, anteriormente, em seu país de origem, desde que o faça em 6 meses, para o desenho industrial ou marca e em 12 meses para a invenção ou modelo de utilidade
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Propriedade Industrial
Extinção da propriedade industrial
Término do prazo de duração
Caducidade
Renúncia aos direitos industriais (possível somente se não houver prejuízo para terceiros)
Falta de pagamento da taxa devida ao INPI
Falta de representante no Brasil, quando o titular for domiciliado no exterior

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