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Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 1 Professor - Gustavo Vieira Bibliográfica - Silvio Venosa, Pablo Stolze VT – 23/04/2014 – gustavo@labmundo.org Germinal – de èmile (ver scribd) ANTENÇÃO: o conteúdo destas notas de aulas reflete a minha compreensão sobre o que foi ministrado em sala de aula. Ao estudar por apontamentos de outro aluno, você estará lendo o entendimento deste, e não necessariamente o que foi dito pelo professor. Ademais, as notas de aulas podem sofrer alterações na esquematização, na ordem, bem como acréscimos de outras fontes de pesquisa (geralmente transcritas usando fonte itálica). 14/02/2014 Obrigações Obrigação - é uma relação jurídica na qual uma parte, o devedor que atua no polo passivo (debitum) se obriga, em face de outrem, o credor, que atua no polo ativo, a realizar uma prestação (de dar, de fazer, de não fazer) mensurável economicamente. Alguns doutrinadores dizem que esta prestação tem natureza pecuniária, porque se não for realizado pode-se cobrar monetariamente. No passado, essas dívidas eram cobradas materialmente com a vida ou com partes do corpo do devedor. Exemplo no filme “O Mercador de Veneza”. Trata-se do conjunto de normas e princípios jurídicos reguladores das relações patrimoniais entre um credor (sujeito ativo) e um devedor (sujeito passivo) a quem incumbe o dever de cumprir, espontânea ou coativamente, uma prestação de dar, fazer ou não fazer. É bom que se diga, nesse ponto, que o direito de crédito, a que corresponde o dever de prestar, é de natureza essencialmente pessoal, não se confundindo, portanto, com os direitos reais em geral. Assim, se dois sujeitos celebram um contrato, por força do qual um dos contraentes passa a ser credor do outro, deve-se salientar que, em verdade, o contraente credor passou a ser, em virtude do negócio jurídico, titular de um direito pessoal exercitável contra o devedor, a quem se impõe o dever de prestar (dar, fazer ou não fazer). Não existe, pois, uma pretensão de natureza real no crédito formado. O credor não tem poderes de proprietário em relação à coisa ou à atividade objeto da prestação. Não exerce, pois, poder real sobre a atividade do devedor, nem, muito menos, sobre a sua pessoa. Trata-se, portanto, de um direito eminentemente pessoal, cuja correlata obrigação (dever de prestar) é a própria atividade do devedor de dar, fazer ou não fazer. Conclui-se que o cumprimento da prestação (atividade do devedor), e não a coisa em si (o dinheiro, o imóvel etc.), constitui o objeto imediato da obrigação, e, por conseguinte, do próprio direito de crédito. Nessa linha de raciocínio, é correto dizer que, enquanto os direitos reais são tratados pelo Direito das Coisas, os direitos de crédito (pessoais) Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 2 integram o estudo do Direito das Obrigações, objeto do presente tomo. - Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 ELEMENTO SUBJETIVO: SUJEITOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL Tanto o credor como o devedor podem ser indeterminados, mas têm que ser determináveis. Exemplo: Recompensa oferecida a alguém que achar meu cão perdido. Alguém o achará. O sujeito é indeterminado enquanto não encontrar o cão. O credor, sujeito ativo da relação obrigacional, é o titular do direito de crédito, ou seja, é o detentor do poder de exigir, em caso de inadimplemento, o cumprimento coercitivo (judicial) da prestação pactuada. O devedor, por sua vez, sujeito passivo da relação jurídica obrigacional, é a parte a quem incumbe o dever de efetuar a prestação. Para que se possa reconhecer a existência jurídica da obrigação, os sujeitos da relação — credor e devedor —, que tanto podem ser pessoas físicas como jurídicas, devem ser determinados, ou, ao menos, determináveis. Se “Caio”, por meio de um contrato, torna-se credor de “Tício”, tendo sido ambos devidamente identificados no título negocial, os sujeitos são determinados. Entretanto, poderá haver indeterminação subjetiva na relação obrigacional quando, por exemplo, um devedor assina um cheque ao portador, não sabendo quem irá recebê-lo no banco, pois a cambial pode circular na praça, restando, momentaneamente, indeterminado o sujeito ativo, credor do valor nele consignado. É também o caso da promessa de recompensa feita ao público (arts. 854 do CC-02, e 1.512 do CC-16). Trata-se de hipóteses em que há indeterminabilidade subjetiva ativa da obrigação. Também poderá ocorrer a indeterminabilidade subjetiva passiva da relação obrigacional. Neste caso, não se pode, de antemão, especificar quem é o devedor da obrigação. É o que acontece com as obrigações propter rem, prestações de natureza pessoal que acedem a um direito real, acompanhando-o em todas as suas mutações. Por exemplo: a taxa condominial ou o Imposto Predial Territorial Urbano são prestações compulsórias, vinculadas à propriedade do imóvel residencial ou comercial, pouco importando quem seja, efetivamente, o seu titular. A obrigação, portanto, não possui sujeito determinado, sendo certo apenas que a pessoa que adquirir o imóvel ficará sujeita ao seu cumprimento. Sempre que a indeterminabilidade do credor ou do devedor participar do destino natural dos direitos oriundos da relação, ou seja, for da própria essência da obrigação examinada — a exemplo da decorrente de título ao portador ou da obrigação propter rem, estaremos diante do que se convencionou chamar de obrigação ambulatória. Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 3 Cumpre-nos referir, ainda, que se as qualidades de credor e devedor fundirem-se, operar-se-á a extinção da obrigação por meio da confusão (arts.381 do CC-02 e 1.049 do CC-16). Finalmente, deve ser salientado, para a exata compreensão da matéria, que, na relação obrigacional, podem concorrer figuras secundárias ou coadjuvantes, como os representantes e os núncios. Os representantes, legais (pais, tutores, curadores) ou voluntários (mandatários), agem em nome e no interesse de qualquer dos sujeitos da relação obrigacional (credor ou devedor). Manifestam, portanto, declaração de vontade por conta do representado, vinculando-os, na forma da legislação em vigor. Os núncios, por sua vez, são meros transmissores da vontade do declarante. Atuam como simples mensageiros da vontade de outrem, sem interferirem efetivamente na relação jurídica. Esta singular figura jurídica, todavia, não é exclusiva do Direito das Obrigações. No Direito de Família, por exemplo, admite-se que o casamento seja contraído por meio de procurador dotado de poderes especiais, consignados em instrumento público. Neste caso, a despeito de a lei referir o termo “mandatário”, o que sugere a existência de representação convencional ou voluntária, a doutrina reconhece haver apenas a colaboração de um núncio ou mensageiro, transmissor da vontade do nubente ausente. - Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 Págs. 54 e 55 O objeto da relação tem que ser possível, lícito e determinado. Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. ELEMENTO OBJETIVO: A PRESTAÇÃO Neste ponto, chegamos ao coração da relação obrigacional. Em princípio,deve-se salientar que a obrigação possui dois tipos de objeto: a) objeto direto ou imediato; b) objeto indireto ou mediato. O objeto imediato da obrigação (e, por consequência, do direito de crédito) é a própria atividade positiva (ação) ou negativa (omissão) do devedor, satisfativa do interesse do credor. Tecnicamente, esta atividade denomina-se prestação, que terá sempre conteúdo patrimonial. Sobre tal forma de extinção de obrigações, confira-se o Capítulo XVIII, inteiramente dedicado ao instituto. Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 4 Sobre o tema, conclusivas são as palavras de ANTUNES VARELA: “A prestação consiste, em regra, numa atividade, ou numa ação do devedor (entregar uma coisa, realizar uma obra, dar uma consulta, patrocinar alguém numa causa, transportar alguns móveis, transmitir um crédito, dar certos números de lições etc.). Mas também pode consistir numa abstenção, permissão ou omissão (obrigação de não abrir estabelecimentos de certo ramo de comércio na mesma rua ou na mesma localidade; obrigação de não usar a coisa recebida em depósito; obrigações de não fazer escavações que provoquem o desmoronamento do prédio vizinho)”. Posto isso, já se pode observar que as prestações, que constituem o objeto direto da obrigação, poderão ser: Dentre as prestações de dar coisa certa, poderíamos referir aquela pactuada para a entrega de determinado veículo (um caminhão, por exemplo), por força de um contrato de compra e venda. Já a prestação de dar coisa incerta, por sua vez, existirá quando o sujeito se obriga a alienar determinada quantidade de café, sem especificar a sua qualidade. Quando do cumprimento da obrigação, por óbvio, esta prestação, por meio de uma operação determinada concentração do débito — que consistirá na escolha da qualidade do produto —, converter-se-á em prestação de dar coisa certa, viabilizando o seu adimplemento. A prestação de fazer, por sua vez, se refere a uma prestação de conduta comissiva, como, por exemplo, pintar um quadro ou cantar uma ária italiana em apresentação pública. Finalmente, temos, ainda, as prestações de não fazer que consistem, sinteticamente, em abstenções juridicamente relevantes. Assim, quando, por força de um contrato, uma parte se obriga perante o seu vizinho a não realizar determinada obra em seu quintal ou um ex-empregado se obriga a não manter vínculo empregatício com outra empresa concorrente da ex-empregadora (cláusula de não concorrência), estaremos diante de uma prestação de fato negativa. Vale mencionar, ainda, que a prestação, consoante veremos em momento oportuno, para ser validamente considerada objeto direto da obrigação, deverá ser: lícita, possível e determinada (ou determinável). Positivas de dar coisa certa coisa incerta de fazer Negativas de não fazer Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 5 Fixadas tais premissas, fica fácil a compreensão do objeto indireto ou mediato da obrigação. Trata-se, no caso, do objeto da própria prestação de dar, fazer ou não fazer, ou seja, do próprio bem da vida posto em circulação jurídica. Cuida-se, em outras palavras, da coisa, em si considerada, de interesse do credor. Assim, tomando os dois primeiros exemplos acima apresentados, poderíamos afirmar que o caminhão e o café do tipo escolhido são os objetos indiretos da obrigação. Note- se, entretanto, que a distinção entre os objetos direto (prestação) e indireto (bem da vida) da obrigação, nas prestações de fazer, é menos nítida, considerando que a própria atividade do devedor, em si mesma considerada, já materializa o interesse do credor. Em conclusão, interessa observar, com fundamento na doutrina de ORLANDO GOMES, que o objeto da obrigação não deve ser confundido com o seu conteúdo. Enquanto aquele diz respeito à atividade do próprio devedor (prestação de dar, fazer ou não fazer), este último consiste no “poder do credor de exigir a prestação e a necessidade jurídica do devedor de cumpri-la”. Este poder do credor e esta necessidade do devedor, portanto, integram o conteúdo, e não o objeto da obrigação. - Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 Págs. 55, 56 e 57 Fontes das obrigações Uma fonte da obrigação é a vontade humana dividida em contrato bilateral (acordo de vontades) e ato unilateral de vontade. Outra fonte é a “força de lei”, esta gera uma responsabilidade civil. Princípios da Relação Obrigacional – Clássico liberal 1 – Autonomia da Vontade - liberdade de negociar e se obrigar 2 – Força Vinculante - não pode voltar atrás, acordou tem que cumprir. “Pacta sunt servanda”. 3 – Relatividade/pessoalidade – é pessoal e não obriga outros que não fizeram o acordo, ou seja, vale apenas para as partes envolvidas no acordo, é relativo às partes. Estes princípios se mostraram insuficientes para gerir as partes, por isso surgiram novos princípios com a intervenção do Estado (social). Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 6 Princípios da Relação Obrigacional – Estado Social 1 – Boa-fé objetiva – não precisa estar escrita, deriva diretamente da vontade objetiva da lei. A boa-fé objetiva apresenta-se como uma exigência de lealdade, modelo objetivo de conduta, arquétipo social pelo qual impõe o poder-dever que cada pessoa ajuste a própria conduta a esse arquétipo, obrando como obraria uma pessoa honesta, proba e leal. Tal conduta impõe diretrizes ao agir no tráfico negocial, devendo-se ter em conta, como lembra Judith Martins Costa, “a consideração para com os interesses do alter, visto como membro do conjunto social que é juridicamente tutelado”. Desse ponto de vista, podemos afirmar que a boa-fé objetiva se qualifica como normativa de comportamento leal. A conduta, segundo a boa-fé objetiva, é assim entendida como noção sinônima de “honestidade pública”. http://www.miguelreale.com.br/artigos/boafe.htm - Acesso em 29/03/2014 Obrigações anexas secundárias: 1 - dever de informação – Ex.: Falha no Carro na Venda; 2 – dever de esclarecer – Ex.: Advogado, Médico; 3 – dever de sigilo – Ex.: Informações de Clientes; 4 – dever de cuidado – Ex.: Caso da Boate Kiss. Outro ex.: Depositário Fiel; 5 – dever de lealdade - Feito o acordo, você não deve gerar embaraço nenhum. Ex.: Locação. O locador se negar a dar o recibo. Institutos do direito romano (boa-fé objetiva) - (nemo potest) Venire contra factum proprium - voltar-se contra um ato criado por si mesmo. Justa expectativa ou confiança jurídica. Exemplo: locação. O inquilino não paga o aluguel no prazo certo e o locador não aplica a multa, o inquilino continua sem pagar e sem receber nenhuma multa. Foi criada, para o inquilino, uma expectativa de que não seriam cobradas multas por atraso. Depois de seis meses o locador decide cobrar todas as multas. Isto é contrário à boa-fé. Outro exemplo: um quadro que é colocado como garantia (bem fungível) e depois quando da execução o devedor alega que o quadro tem valor sentimental (bem infungível), também fere o princípio da boa-fé. Tu quoque (Brutus, mi fili - Até você, Brutus, meu filho?) – a ideia de traição, quebra de confiança, semelhante ao conceito anterior sobre boa-fé. Supressio (direito suprimido) – Surrectio (em relação ao meu) – a conduta do agente, que gera uma justa expectativa, é uma conduta omissiva. Exemplo: uso de uma área comum num condomínio. 2 - Equilíbrio das relações obrigacionais – “rerus sic stantibus” Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 7 Rebus Sic Stantibus pode ser lido como "estando as coisasassim" ou "enquanto as coisas estão assim". REBUS SIC STANTIBUS representa a Teoria da Imprevisão e constitui uma exceção à regra do Princípio da Força Obrigatória. Trata da possibilidade de que um pacto seja alterado, a despeito da obrigatoriedade, sempre que as circunstâncias que envolveram a sua formação não forem as mesmas no momento da execução da obrigação contratual, de modo a prejudicar uma parte em benefício da outra. Há necessidade de um ajuste no contrato. Já a cláusula de mesmo nome é a instrumentalização deste ajuste. É a estipulação contratual ou a aplicação de um princípio de que, presente a situação imprevista, o contrato deve ser ajustado à nova realidade. Disto se tem a revisão do contrato. http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=8711 – acesso 29/03/2014 3 - Função social – evitar a concorrência entre “empresas” que foram vendidas e cláusula de raio Obrigações “Naturais” - são obrigações existentes, alguém que assumiu um compromisso de uma prestação, porém, elas são inexigíveis juridicamente. Exemplo: algo ilícito, que prescreveu ou qualquer outro bem que o direito não permite. Obs. Quem pagou uma dívida prescrita não tem como exigir o pagamento de volta (“repetição de indébito”). Locupletação Obrigações reais, mistas, propte rem Direitos Reais (jus in re) X Direitos Pessoais (jus ad rem) Direito Real é o direito entre uma pessoa e alguma “coisa”. Trata de bens, “coisas”. Aqui o objeto é a disposição da coisa. Tem característica absoluta, oponibilidade “erga omnes”. Para os direitos reais, o sujeito passivo e a sua correspondente obrigação somente surgem quando houver a efetiva violação ou ameaça concreta de lesão (ex.: o esbulho de minha propriedade, a séria ameaça de invasão). Nesses casos, surge para o infrator o dever de restabelecer o status quo ante, ou, não tendo havido efetiva lesão, abster-se da prática de qualquer ato danoso, sob pena de ser civilmente responsabilizado. Assim, a par de reconhecermos a eficácia erga omnes dos direitos reais (que devem ser respeitados por qualquer pessoa), entendemos que, no aspecto interno (da relação jurídica em si), o poder jurídico que contém é exercitável diretamente contra os bens e Significado de Locupletar v.t.d. e v.pron. Ocasionar sua própria riqueza; aumentar fortuna; enriquecer: a venda do gado não a locupletou; alguns empresários locupletaram-se com a queda da bolsa. Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 8 coisas em geral, independentemente da participação de um sujeito passivo. - Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 Direitos Reais – Direito entre a pessoa e uma coisa. “Jus in RE”. O direito real lhe dá direito: Jus utendi – direito de usar a coisa Jus frueml – direito de gozar da coisa Jus abutemdi – direito de abusar da coisa Há duas correntes que tratam desse assunto: Corrente realista – é uma relação jurídica direta com a coisa, sem intermediário. Corrente personalista (minoritária) – o vínculo jurídico entre determinados sujeitos e o bem decorre de uma obrigação passiva universal, um dever geral de abstenção dos demais membros da sociedade, ou seja, a sociedade permite, se abstém ao vínculo do indivíduo com a coisa. LAFAYETTE RODRIGUES PEREIRA, em difundida lição, adverte que o “direito real é aquele que afeta a coisa direta e imediatamente, sob todos ou sob certos respeitos, e a segue em poder de quem quer que a detenha. O direito pessoal é o direito contra determinada pessoa”. Observa-se, portanto, que real é o direito que traduz o poder jurídico direto de uma pessoa sobre uma coisa, submetendo-a em todos (propriedade) ou em alguns de seus aspectos (usufruto, servidão, superfície etc.). Para o seu exercício, portanto, prescinde- se de outro sujeito. A esta corrente, denominada realista, opuseram-se doutrinadores do quilate intelectual de MARCEL PLANIOL, defensores da doutrina personalista, segundo a qual não se poderia reconhecer a existência jurídica de uma relação travada entre um homem e uma coisa. Toda relação jurídica, obtemperavam os seus adeptos, exigiria a convergência de, no mínimo, duas pessoas, de maneira que até mesmo para os direitos reais haveria que corresponder uma obrigação passiva universal imposta a todas as pessoas de se absterem de qualquer ato lesivo ao titular do direito. - Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 Direitos pessoais tratam de pessoas, o que é exigido é uma prestação, o objeto é a prestação, tem disposição relativa “inter partes”. Os direitos pessoais, por sua vez, identificados com os direitos de crédito (de conteúdo patrimonial), têm por objeto a atividade do devedor, contra o qual são exercidos. Assim, ao transferir a propriedade da coisa vendida, o vendedor passa a ter um direito pessoal de crédito contra o comprador (devedor), a quem incumbe cumprir a prestação Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 9 de dar a quantia pactuada (dinheiro). Note-se, outrossim, que o objeto do crédito (ou, sob o aspecto passivo, da obrigação) é a própria atividade do devedor. Nesse contexto, fica fácil notar que ao Direito das Obrigações interessa apenas o estudo das relações jurídicas obrigacionais (pessoais) entre um credor (titular do direito de crédito) e um devedor (incumbido do dever de prestar), deixando-se para o Direito das Coisas as relações e direitos de natureza real. - Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 26/02/2013 - Alex Obrigação de dar (art. 233) Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. Transmitir (tradição-transferência) a propriedade a outrem para usar, gozar e abusar. Res Perit In Domino SUO – O custo da perda recai em função do seu proprietário Ação Regressiva - Devedor, credor, coisa certa, coisa incerta Coisa certa Exemplo: Barco 1- Força Maior (Natureza) Destruição total 2- Caso Fortuito (Exemplo: Furto) Destruição total 3- Se devedor causar a destruição (culpa) assume o prejuízo do Barco e paga indenização ao Credor 4- Perda Parcial – diminuir o valor do objeto ou substituição do bem, depende do credor A coisa certa é a perfeitamente identificada e individualizada em suas características. Como ensina RENAN LOTUFO, a coisa é certa quando em sua identificação houver indicação da quantidade, do gênero e de sua individuação, que a torne única. Se a obrigação consiste em dar coisa certa, não poderá o credor ser constrangido a receber outra (art.313 do CC), por haver sido originariamente pactuado que receberia bem especializado e determinado. Ensina FÁBIO ULHÔA COELHO que "a obrigação de dar coisa certa é sempre determinada, já que a definição do objeto da prestação não depende de uma declaração negocial definidora no momento da execução". Com efeito, mesmo que o devedor, no instante da tradição, culmine por oferecer bem ainda mais valioso que o avençado, será lícito ao credor a recusa da prestação substitutiva, em homenagem ao princípio da especificidade. Em síntese, justamente por possuir direito subjetivo a uma prestação especializada, não será o credor obrigado a Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 10 aceitara aliud pro alio (uma coisa por outra). Contudo, caso consinta em receber prestação diversa em substituição à originária, estará praticando um modo extintivo da obrigação - a dação em pagamento (art. 356 do CC). Dentre as obrigações de dar coisa certa, insere-se a obrigação de dar coisa futura, hajavista que, apesar de não existente ao tempo da celebração do negócio jurídico, já é certa e determinada. Em outra oportunidade, já frisamos que o bem negociado poderá ter existência atual ou futura, tal qual disciplina o art. 483 do Código Civil. É bastante usual a alienação de imóveis em construção. Nos contratos aleatórios, é da própria essência do risco assumido por uma das partes a imposição de prestações que dependerão do acaso, seja pela sua exigibilidade (art. 458 do CC), seja pela própria quantidade da coisa, como na venda de coisa futura (v.g., compra de safra ou de mercadorias em bolsa com preço fixo). Se a coisa não vier a existir, haverá ineficácia superveniente do negócio jurídico. - Curso de Direito Civil vol. 2 – Cristiano Chaves de Farias; Nelson Rosenvald – 2014, pág. 166. Depositário depositante Ex.: emprestar um livro e perdi Se por minha culpa – tenho que pagar Se não, Res Perit In Domino SUO 07/03/2014 - Alex Frutos - Atributos que a coisa proporciona sem perder suas características. Há três tipos: Frutos Naturais - referem-se às frutas - Maça, Manga, Goiaba,... Frutos Artificiais - Industriais, produzidos artificialmente: Goiaba Frutos Civis – decorrentes de relações jurídicas: Aluguel Os Frutos podem ser classificados como: Percebidos – Colhidos (consumidos – comeu a maçã e o restantes – estocados) Devedor de boa fé Pendentes – ainda por amadurecer Percipientes – Deveriam ser colhidos, mas não foram. É perda. Produtos: Exploração à custa do próprio bem, o bem se acaba. Ex.: Poço de Petróleo, uma Mina de ferro....um dia acaba Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 11 Obrigação de Dar - Restituir O Direito Civil é aplicado de maneira supletiva se não estiver pactuado entre as partes. Benfeitorias: Melhorias que você agrega ao bem. Podem ser: Necessárias – imprescindíveis à manutenção da coisa; Piscina – Escola de natação; Úteis – aperfeiçoamento da coisa; Piscina – num colégio; Voluptuárias – embelezar, deleite. Piscina – numa casa. Ex.: Relação locatícia: Benfeitorias Necessárias não precisa de autorização e cabe restituição. Contrato de locação: se solicito o bem e não o devolvo no prazo legal – O devedor se torna um devedor de má fé e este responde por tudo que acontecer com o bem. Não se aplicando o Res Perit In Domino SUO. Coisa incerta – Obrigações Genéricas Objeto da prestação é determinada de forma ampla. Você determina: O “Gênero / Espécie” e a Quantidade. Ex.: Manga-larga / 10 In Medium Est Virtus – a virtude está no meio // O Direito civil regula para que o devedor não entregue o pior e nem o credor exija o melhor. No momento em que eu separei os 10 cavalos, a obrigação se torna certa. Este momento de escolha se chama concentração, que é a especificação da obrigação genérica, tornando-a obrigação certa. Animus Jocandi – Brincadeira Obrigação de DAR - Dinheiro / Obrigação Pecuniária Regida pelo Princípio Nominalista – vale o valor que está disposto no Contrato (foi relativizado). Ex.: Contrato para pagar R$100,00 daqui seis meses. Surgiu a Teoria da Dívida de Valor através de Cláusulas móveis, visando atualizar o valor do bem. Dívida de valor: é aquela, que embora paga em dinheiro, procura atender ao verdadeiro valor do objeto da prestação, incorporando as variações que possa assumir. Ou seja, o débito não mais concerne a um quantum, mas ao pagamento de uma soma que corresponda a certo valor apto a preservar o poder aquisitivo originário do credor. Neste caso, o dinheiro não é o objeto da prestação, mas meio de valorá-la, oscilando de acordo com a sua variação. Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 12 Pela teoria da dívida de valor, pelo qual a atualização da prestação pecuniária é uma exigência de equidade e visa a evitar o enriquecimento sem causa, preservando o valor real da moeda. http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/15449/material/DO%20OB JETO%20E%20DA%20PROVA%20DO%20PAGAMENTO.pdf - acesso em 29/03/2014 Características dos Direitos Reais a) tipicidade ou legalidade — os direitos reais somente existem se a respectiva figura estiver prevista em lei (art. 1.225 do CC-02 e arts. 524 e 674 do CC-16); b) taxatividade — a enumeração legal dos direitos reais é taxativa (numerus clausus), ou seja, não admite ampliação pela simples vontade das partes; c) publicidade — primordialmente para os bens imóveis, por se submeterem a um sistema formal de registro, que lhes imprime essa característica; d) Absoluto/Oponibilidade – eficácia erga omnes — os direitos reais são oponíveis a todas as pessoas, indistintamente. Consoante vimos acima, essa característica não impede, em uma perspectiva mais imediata, o reconhecimento da relação jurídica real entre um homem e uma coisa. Ressalte-se, outrossim, que essa eficácia erga omnes deve ser entendida com ressalva, apenas no aspecto de sua oponibilidade, uma vez que o exercício do direito real — até mesmo o de propriedade, mais abrangente de todos — deverá ser sempre condicionado (relativizado) pela ordem jurídica positiva e pelo interesse social, uma vez que não vivemos mais a era da ditadura dos direitos; e) inerência ou aderência — o direito real adere à coisa, acompanhando-a em todas as suas mutações. Essa característica é nítida nos direitos reais em garantia (penhor, anticrese, hipoteca), uma vez que o credor (pignoratício, anticrético, hipotecário), gozando de um direito real vinculado (aderido) à coisa, prefere outros credores desprovidos dessa prerrogativa; f) sequela — como consequência da característica anterior, o titular de um direito real poderá perseguir a coisa afetada, para buscá-la onde se encontre, e em mãos de quem quer que seja. É aspecto privativo dos direitos reais, não tendo o direito de sequela o titular de direitos pessoais ou obrigacionais. Por tudo isso, o poder atribuído ao titular de um direito real é juridicamente muito mais expressivo do que aquele conferido ao titular de um direito de natureza pessoal ou obrigacional. - Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 13 Obrigações Híbridas (ver lucro) Processo de retomada do bem = ericção. Prestação pessoal decorre da propriedade de um bem Embora o tópico possa parecer mais adequado à classificação das obrigações, a distinção entre direitos pessoais e reais traz sempre à lembrança figuras jurídicas situadas em uma área intermediária. De fato, existem obrigações, em sentido estrito, que decorrem de um direito real sobre determinada coisa, aderindo a essa e, por isso, acompanhando-a nas modificações do seu titular. São as chamadas obrigações in rem, obrem ou propter rem, também conhecidas como obrigações reais ou mistas. Ao contrário das obrigações em geral, que se referem ao indivíduo que as contraiu, as obrigações propter rem se transmitem automaticamente para o novo titular da coisa a que se relacionam. É o caso, por exemplo, da obrigação do condômino de contribuir para a conservação da coisa comum (art. 1.315 do CC-02 e art. 624 do CC-16) ou a dos vizinhos de proceder à demarcação das divisas de seus prédios (art. 1.297 do CC-02 e art. 569 do CC-16), em que a obrigação decorre do direito real, transmitindo-se com a transferência da titularidade do bem. Também era a hipótese, prevista no art. 678 do CC-16 (sem correspondência no CC-02), da obrigação do enfiteuta de pagar o foro. Por outro lado, muitas vezes confundido com tais obrigações mistas é o instituto da renda constituída sobre imóvel, que, como direitoreal na coisa alheia previsto somente no CC-16 (arts. 749 a 754), é, em verdade, uma limitação da fruição e disposição da propriedade, com oponibilidade erga omnes. Por fim, distinga-se a obrigação propter rem das obrigações com eficácia real. Nestas, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, há a possibilidade de oponibilidade a terceiros, quando houver anotação preventiva no registro imobiliário, como, por exemplo, nos casos de locação e compromisso de venda, como dispõe o art. 8.º da Lei n. 8.245/9113. - Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 pág. 46 Três tipos de obrigações: Obrigação de Dar Credor X Devedor Credor – depositante Devedor – indenização para o devedor. Exemplo: perca de um bem (moto, carro, etc.) por motivo de caso fortuito ou força maior. Depositário é quem esta cuidando do bem. Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 14 Coisa certa X coisa Incerta CONSIDERAÇÕES TERMINOLÓGICAS Nos Códigos do mundo em geral, e no nosso em particular, consagrou-se a denominação Direito das Obrigações, dando-se destaque ao aspecto passivo (a obrigação), e não ao ativo (o crédito) da relação jurídica obrigacional. Entretanto, para que não existam impropriedades terminológicas prejudiciais à compreensão de nossa matéria, qual seria o alcance e significado da palavra obrigação? Obrigação, segundo difundida definição, significa a própria relação jurídica pessoal que vincula duas pessoas, credor e devedor, em razão da qual uma fica “obrigada” a cumprir uma prestação patrimonial de interesse da outra. Nesse sentido é o pensamento de WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO: “A obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor, e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio”. Nessa fase de criação de um conceito mais técnico de obrigação, não podemos esquecer do seu caráter transitório (repudia ao Direito moderno a ideia de uma obrigação perpétua, pois isso corresponderia à ideia de servidão humana), bem como do seu conteúdo econômico, esclarecendo-se que a menção à prestação positiva ou negativa se refere à modalidade de prestação (fazer/dar ou não fazer), o que veremos em capítulo próprio. JOÃO DE MATOS ANTUNES VARELA, um dos maiores estudiosos da disciplina, amparado na doutrina alemã, amplia ainda mais o conceito analítico de obrigação, para considerá-la, mais do que uma relação jurídica obrigacional, um verdadeiro processo conducente à satisfação do interesse do credor: “A obrigação, com todos poderes e deveres que se enxertam no seu tronco, pode mesmo considerar-se como um processo (conjunto de actos logicamente encadeados entre si e subordinado a determinado fim), conducente ao cumprimento”. Em perspectiva mais restrita, por outro lado, a palavra obrigação significaria o próprio dever de prestação imposto ao devedor. Todavia, não raramente a expressão dever jurídico transcende os limites do direito, invadindo a esfera da moral (fala-se, nesse caso, em dever ou obrigação religiosa, sentimental etc.). Em nosso entendimento, é mais adequado empregarmos a expressão obrigação para referirmos à própria relação jurídica obrigacional vinculativa do credor e do devedor, Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 15 sem que se possa apontar atecnia na adoção da palavra para significar apenas o dever de prestar, por se tratar de expressão plurissignificativa. Conceitos correlatos Não se deve confundir, ainda, obrigação (debitum) e responsabilidade (obligatio), por somente se configurar esta última quando a prestação pactuada não é adimplida pelo devedor. A primeira corresponde, em sentido estrito, ao dever do sujeito passivo de satisfazer a prestação positiva ou negativa em benefício do credor, enquanto a outra se refere à autorização, dada pela lei, ao credor que não foi satisfeito, de acionar o devedor, alcançando seu patrimônio, que responderá pela prestação. Em geral, toda obrigação descumprida permite a responsabilização patrimonial do devedor, não obstante existam obrigações sem responsabilidade (obrigações naturais — debitum sem obligatio), como as dívidas de jogo e as pretensões prescritas. Por outro lado, poderá haver responsabilidade sem obrigação (obligatio sem debitum), a exemplo do que ocorre com o fiador, que poderá ser responsabilizado pelo inadimplemento de devedor, sem que a obrigação seja sua. Interessa, ainda, em respeito à técnica, a fixação de dois outros importantes conceitos correlatos ao de obrigação: o estado de sujeição e o ônus jurídico. O estado de sujeição consiste na situação da pessoa que tem de suportar, sem que nada possa fazer, na sua própria esfera jurídica, o poder jurídico conferido a uma outra pessoa. Ao exercício de um direito potestativo corresponde o estado de sujeição da pessoa, que deverá suportá-lo resignadamente (ex.: o locador, no contrato por tempo indeterminado, denuncia o negócio jurídico, resilindo-o, sem que o locatário nada possa fazer). Esse estado de sujeição, por tudo que se disse, não traduz uma relação jurídica obrigacional, por ser inexistente o dever de prestar. O ônus jurídico, por sua vez, caracteriza-se pelo comportamento que a pessoa deve observar, com o propósito de obter um benefício maior. O onerado, pois, suporta um prejuízo em troca de uma vantagem. É o caso do donatário, beneficiado por uma fazenda, a quem se impõe, por exemplo, o pagamento de uma pensão mensal vitalícia à tia idosa do doador (doação com encargo). Não se trata, pois, de um dever de prestar, correlato à satisfação de um crédito, mas, sim, de um encargo que deve ser cumprido em prol de uma vantagem consideravelmente maior. O ônus não é imposto por lei, e só se torna exigível se o onerado aceita a estipulação contratual. Direitos Reais = Direito das Coisas Direitos de Crédito (pessoais) = Direito das Obrigações, Conclusão – Classificação Básica das Obrigações Obrigações de fazer – a essência está no conceito da fungibilidade, se a obrigação pode ou não ser substituída. Inadimplemento culposo, possibilidade de poder ser realizado Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 16 por outra pessoa. Se for infungível, pode ser usado a tutela ressarcitória, ou seja, será pago uma indenização. Modernamente se privilegia a tutela específica, que tenta garantir a eficácia prática, o bem da vida pretendido. Se tenta fazer com que a obrigação seja cumprida. Se substitui o que antigamente era pago com o corpo por bens, e o que se pagava com a liberdade pelo patrimônio. Exemplo: busca e apreensão. Ver “astreinte” – multa. Obs. A tutela ressarcitória é usada nas obrigações fungíveis. Obrigações de não fazer – se abster de realizar certos procedimentos. Exemplo: LOUS tem gabarito baixo (não pode ter construções altas), o zoneamento (que poder ser exclusivo residencial). Outro exemplo é a faixada de condomínio. Esta não pode ser modificada. Modalidades especiais de obrigações 1 - Critério subjetivo (entre sujeitos, relacionado ao número de sujeitos) 1.1 - Obrigações fracionárias – há uma pluralidade de sujeitos ativos ou passivos cuja obrigação correlata é divisível “pro rata”, ou seja, proporcionalmente entre eles. Ex.: condomínio, herdeiros. Uma dívida de R$300,00 de três pessoas, o credor só poderá cobrar R$100,00 de cada devedor. “concursu partes flunt” verificar. 1.2 - Obrigações conjuntivas – também conhecidas como unitária ou de mão própria – também envolve uma pluralidade de sujeitos no polo ativo oupassivo, que tem que cumprir a obrigação “em bloco”. Ex.: bens indivisíveis. 1.3 - Obrigações disjuntivas – só ocorre em relação aos devedores, corresponde a relação jurídica em que o credor pode exigir alternativamente a prestação em sua integralidade a qualquer um dos devedores, cujo cumprimento desonera os demais sem assistir-lhes direito a ação regressiva. No ex.: dos R$300,00, um pagando a dívida total, os outros estão exonerados. O credor escolhe qual o devedor irá pagar, podendo acioná- lo juridicamente. 1.4 - Obrigações solidárias (mais importante) – (passiva) mesmo exemplo acima: um credor e três devedores com uma dívida de R$300,00. Neste caso o credor também pode escolher qual o devedor deve pagar integralmente a dívida, porém, este devedor tem direito a ação de regresso para reaver o valor fracionado dos outros dois devedores, e assim, reaver os R$200,00. Em sucessão, se um dos devedores morre, pode se cobrar de modo solidário aos herdeiros do falecido? Obs. Não se presume a obrigação solidária, tem que ser expressamente consignada em lei ou em contrato. 14/03/2014 Há também a solidariedade ativa. Ex.: três credores e um devedor. O devedor pode pagar a apenas um credor, ou um desses credores pode exigir o pagamento total, e os outros credores têm que se acertarem. Na sucessão se aplica o mesmo principio da passiva assim como se o bem for indivisível. Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 17 Remissão (perdão) – esta hipótese ocorre quando da solidariedade passiva. O credor pode perdoar a divida de uma das partes e exigir de qualquer uma das outras partes o restante do débito. Renúncia – o credor pode abrir mão de cobrar toda a divida de um devedor, pode cobrar apenas uma parte e o restante de outros ou outros devedores. Responsabilidade civil – não há solidariedade, se um dos membros deu perda ao bem, apenas ele responde por perdas e danos. 1.5 - Obrigações “in solidum” - conceito são aquelas em que os devedores encontram- se obrigados a uma mesma prestação, não com um vínculo jurídico, como na solidariedade, mas em decorrência de uma circunstância fática. Ex.: uma casa que está assegurada e alguém a incendeia. O proprietário pode cobrar pelo bem à seguradora ou ao causador do dano. 1.6 - Obrigações subsidiárias – quando a obrigação originária não é cumprida, então o devedor subsidiário, ou seja, o próximo, é cobrado para cumprir a obrigação que garantiu o contrato. Existe uma ordem de preferencia para o cumprimento da obrigação. Ex.: fiador e serviço terceirizado. 2 - Critério objetivo 2.1 - Obrigações alternativas – é aquela em que o devedor obriga-se alternativamente ao cumprimento de duas ou mais prestações, sendo que, o adimplemento de uma delas o desonera das demais. Se não estiver escrito a preferencia da prestação a ser paga, o devedor pode escolher qual prestação pagar. Se houver mais de um devedor a escolha tem que ser unânime. Responsabilidade – perdendo-se o bem por culpa do devedor – perda de todas as prestações. Direito de escolha do devedor (perdendo os dois bens, o valor a ser ressarcido será o do último bem perdido mais perdas e danos) - Direito de escolha do credor (credor exige o valor correspondente ao bem que ele escolheria mais perdas e danos) Perdendo-se o bem por culpa do devedor – perda de uma das prestações Direito de escolha do devedor (não há problema porque o devedor tem o bem remanescente) - Direito de escolha do credor (o credor pode optar pelo bem remanescente, mas se o credor escolher o bem que foi perdido, este pode requerer o valor do bem perdido mais perdas e danos) Perda do bem sem culpa do devedor – resolve-se a prestação 2.2 - Obrigações facultativas – são aquelas cujo objeto consiste no cumprimento de uma obrigação, sendo facultado ao devedor substituí-la. Se o bem se perder sem culpa Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 18 do devedor, se resolve a obrigação, não há obrigação alternativa. Se for com culpa, cabe perdas e danos. Ex. deve o barco, mas o devedor pode pagar o carro. 2.3 - Obrigações Cumulativas – são aquelas cujo objeto consiste no cumprimento de duas ou mais prestações conjuntamente (uma e outra). Ex. deve o barco E o carro. A data de entrega do objeto não precisa ser simultânea, mas só se completa quando das duas. Se perda, aplica-se o mesmo anterior. 2.4 - Obrigações Divisíveis – são aquelas cujo objeto pode ser fracionado sem descaracterizar sua natureza constitutiva. Ex. obrigação pecuniária. 2.5 - Obrigações Indivisíveis – são aquelas cujo objeto não pode ser dividido, sob pena de descaracterizar sua natureza. Existem três modalidades de bens indivisíveis: os naturalmente indivisíveis, os indivisíveis por força de lei e os indivisíveis convencionalmente. Distinções entre obrigações solidárias e indivisíveis: Obrigações solidárias Obrigações indivisíveis Envolve uma relação subjetiva Decorre de uma circunstância fática, objetiva do bem. Servem como garantia da obrigação Unidade intrínseca da prestação Quanto a seus efeitos: No caso de morte a obrigação solidaria se converte em fracionária quanto aos herdeiros do “decujus”. Na obrigação indivisível, a indivisibilidade permanece, diferente da solidária, que só pode cobrar dos herdeiros de modo fracionado No caso de perdas e danos (com culpa) – perda do objeto da prestação – solidária: a solidariedade permanece quanto ao valor total do bem. As perdas e danos são exigíveis de quem deu causa. Assim, o credor pode exigir o valor total do bem a qualquer devedor, mas a indenização de perdas e danos será cobrada do devedor que deu causa à perda. Na obrigação indivisível, a obrigação se converte em fracionária convertendo em pecuniário para haver a divisão. Naturalmente – um animal Por força de lei – módulo rural (extensão mínima que uma propriedade agrícola pode ter, dependendo da região, para proteger a agricultura familiar). Convencionalmente – por força de contrato, as partes concordaram. 2.6 - Obrigações Líquidas – são aquelas cujo objeto é certo e determinado, existente/individualizada. Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 19 2.7 - Obrigações Ilíquidas – são obrigações certas, mas indeterminadas. Existem mas não é possível mensurá-la (quantum). Ex. dívida trabalhista Método de liquidação (apuração judicial): por cálculo (quando os elementos necessários para a apuração da dívida se encontram no processo), por artigos (inexistem documentos suficientes no, autos para averiguar o que está faltando, pode ser preciso pericia, busca e apreensão, etc.) e por arbítrio (não existem dados suficientes nos autos e nem pode haver, não há como mensurar o valor do bem como humilhação, vida humana, dignidade da pessoa, etc.) 21/03/2014 3 - Critério acidental 3.1 - Acidente - o elemento acidental a um negocio jurídico é aquele que por sua própria natureza pode ou não incidir sobre determinada relação, ou seja, possui características acessória, eventual, incidental. Em suma, não essencial. 3.2 - Obrigação condicional – é aquela cuja eficácia encontra-se sujeita a ocorrência de um acontecimento futuro e incerto. A eficácia fica suspensa em decorrência da condição, ou seja, depende de ocorrer para ter eficácia. Ex. dote 3.3 – Obrigação a termo - É aquela cuja eficácia encontra-se sujeita a um evento futuro e certo. Ex. promessa de presente quando completar maior idade. A eficácia também fica em suspenso até que ocorra o fato. 3.4 – Obrigações modais – são aquelas que atribuem um ônus ou um encargo ao credor. Obs. O não cumprimento do ônus não afeta o negocio principal. Ex.terreno que é vendido com uma condição de preservar uma determinada área. 3.5 – Obrigação pura – é aquela que não é sujeita a nenhum acidente. Punição, termo ou encargo. Ex. contrato de compras e vendas puro e simples. 4 - Critério conteudístico 4.1 – Obrigação de meio - é a obrigação pela qual o devedor compromete-se a erigir todos os esforços necessários a alcançar o objeto determinado, não podendo, contudo, assegurar seu resultado. Ex. advogado, médico. 4.2 – Obrigação de resultados – o devedor se compromete a realizar o objeto da relação do negocio. Ex. contrato de transporte, cirurgia plástica. 4.3 – Obrigação de garantia – é aquela em que o devedor assume o risco de realização da obrigação principal comprometendo-se a adimpli-la se o devedor originário não o fizer. O secundário que está dando a garantia é que tem de cumprir. Ex. fiador de locação. Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 20 Modalidades especiais de obrigações – Critérios: Objetivo Subjetivo Acidental Conteudístico Obrigações alternativas - o devedor obriga-se alternativamente ao cumprimento de duas ou mais prestações, adimplemento de uma desonera das demais. Escolha depende do contrato. Obrigações fracionárias - pluralidade de sujeitos, obrigação correlata é divisível “pro rata”. Obrigação condicional - depende de um acontecimento futuro e incerto, depende de ocorrer para ter eficácia. Obrigação de meio devedor compromete-se a alcançar o objeto determinado, sem garantia. Obrigações facultativas - uma obrigação, sendo facultado ao devedor substitui-la, com ou sem indenização a depender da culpa. Obrigações conjuntivas - pluralidade de sujeitos, tem que cumprir a obrigação “em bloco”. Obrigação a termo depende de um evento futuro e certo, eficácia também fica em suspenso até que ocorra o fato. Obrigação de resultados - devedor se compromete a realizar o objeto da relação do negocio. Obrigações Cumulativas - duas ou mais prestações conjuntamente (uma e outra), não precisa ser simultânea. Obrigações disjuntivas - credor escolhe devedor a pagar, desonerando os demais, sem ação regressiva. Obrigações modais - ônus ou um encargo ao credor. Obs. O não cumprimento do ônus não afeta o negocio principal. Obrigação de garantia - devedor pode pagar pelo do devedor originário. Obrigações Divisíveis - objeto pode ser fracionado sem descaracterizar sua natureza. Obrigações solidárias - credor escolhe devedor a pagar, devedor tem direito a ação de regresso. Obrigação pura - não é sujeita a nenhum acidente, Punição, termo ou encargo. Obrigações Indivisíveis - objeto não pode ser dividido, sob pena de descaracterizar sua natureza. Três tipos: naturalmente, por força de lei, convencionalmente. Obrigações “in solidum” - devedores obrigados a uma mesma prestação, sem vínculo jurídico. Obrigações Líquidas - objeto é certo e determinado, existente/individualizada. Obrigações subsidiárias – cobra do garantidor Obrigações Ilíquidas - obrigações certas, mas indeterminadas. Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 21 Prova da V1 até aqui - 26/03/2014 Teoria do Pagamento 1 - Conceito – cumprimento da obrigação, é a satisfação do crédito. Isso não se limita a obrigação pecuniária, mas a qualquer tipo de obrigação. O termo pagamento, diferentemente do que a linguagem comum nos sugere, não significa apenas a entrega de uma soma em dinheiro, mas poderá também traduzir, em sentido mais amplo, o cumprimento voluntário de qualquer espécie de obrigação.1 Assim, nesse sentido, paga não apenas aquele que entrega a quantia em dinheiro (obrigação de dar), mas também o indivíduo que realiza uma atividade (obrigação de fazer) ou, simplesmente, se abstém de um determinado comportamento (obrigação de não fazer).¹ 2 - Natureza jurídica – existem três doutrinas: A doutrina minoritária diz que é de natureza jurídica, um ato jurídico stricto sensu, que o pagamento é um ato jurídico, uma mera manifestação de vontade. A doutrina majoritária diz que é um negócio jurídico, um acordo de vontades. A terceira doutrina defende a natureza jurídica como sendo um negócio jurídico unilateral (o credor fica esperando, obrigação de fazer), bilateral (o credor também se manifesta para receber a dívida, obrigação de dar) e os que apoiam o negócio jurídico misto (depende). Os adeptos da primeira subteoria (ato jurídico em sentido estrito) defendem que o pagamento é um simples comportamento do devedor, sem conteúdo negocial, cujo principal e único efeito, previsto pelo ordenamento jurídico, é a extinção da obrigação.¹ A segunda subteoria (negócio jurídico) identifica no pagamento mais do que um simples comportamento, mas uma declaração de vontade, acompanhada de um elemento anímico complexo: o animus solvendi. Dentre esses pensadores, há os que defendem a natureza contratual (bilateral) do pagamento, que consistiria em um acordo liberatório entre as partes.¹ 3 - Condições Subjetivas 3.1 – Sujeito ativo - Alienação a “Non Domino” (não pertence). O sujeito ativo deve resolver a obrigação, é o devedor. O termo resolver é de origem latina “solvens”. 3.2 – Sujeito passivo - O sujeito passivo é o credor, é o “accipiens”. 3.3 - Pagamento a terceiro (credor putativo) – o devedor pagou à pessoa errada. O credor pode continuar cobrando a dívida, inclusive com juros. Se o devedor, de boa fé, pelas circunstâncias do fato não pudesse desconfiar da ilegitimidade do terceiro, ou seja, 1 Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 – pág. 145-147 Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 22 seu erro fosse escusável, o pagamento é resultado válido. Em suma, alguém fingiu ser o verdadeiro credor e o devedor pagou de boa fé. Esse credor aparente é chamado de “credor putativo”. Pagamento efetuado ao credor putativo Art. 309 do Código Civil: “O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. ” Credor putativo é aquele que se apresenta aos olhos de todos como o verdadeiro credor. Recebe tal denominação, portanto, quem aparenta ser credor, como é o caso do herdeiro aparente. Se, por exemplo, o único herdeiro conhecido de uma pessoa abonada, e que veio a falecer, é o seu sobrinho, o pagamento a ele feito de boa-fé é válido, mesmo que se apure, posteriormente, ter o de cujus, em disposição de última vontade, nomeado outra pessoa como seu herdeiro testamentário. Pode ainda ser lembrada, como exemplo de credor putativo, a situação do locador aparente, que se intitula proprietário de um apartamento e o aluga a outrem. Provada a boa-fé deste, os pagamentos de aluguéis por ele efetuados serão considerados válidos, ainda que aquele não seja o legítimo dono. Como credor putativo, porém, não pode ser considerado o falso procurador. A boa-fé tem, assim, o condão de validar atos que, em princípio, seriam nulos. Ao verdadeiro credor, que não recebeu o pagamento, resta somente voltar-se contra o accipiens, isto é, contra o credor putativo, que recebeu indevidamente, embora também de boa-fé, pois o solvens nada mais deve. Além da boa-fé, exige-se a escusabilidade do erro que provocou o pagamento para a exoneração do devedor. A boa-fé, no entanto, pode ser elidida demonstrando-se que o solvens tinha ciência de que o accipiens não era o credor. Se, caso contrário, o erro que provocou o pagamentoincorreto é grosseiro, não se justifica proteção a quem agiu com desídia, negligência ou imprudência.2 3.4 - Pagamento por terceiro interessado – não integra a obrigação jurídica, mas tem interesse, está indiretamente vinculado. O devedor, em uma relação de pagamento, é aquele que paga a obrigação. Esse pagamento também pode ser efetuado por um terceiro, alguém interessado ou não interessado. Quando se fala de interesse está se referindo ao interesse jurídico. Exemplo: fiador. O terceiro interessado poderá, caso o credor se recuse injustamente a receber o pagamento ou dar quitação regular, usar dos meios conducentes à exoneração do devedor, como, por exemplo, a ação de consignação em pagamento. Por isso, não é lícita a recusa do credor que exige receber o pagamento das mãos do próprio devedor.3 3.5 - Pagamento por terceiro não interessado - é o sujeito que não tem vínculo com a obrigação, mas paga em nome e em conta do devedor (art. 304 do CC-02 e art. 930 do CC-16). Exemplo: um pai ou um amigo que paga uma dívida, não tendo, a priori, o 2 Direito Civil 1 Esquematizado - Parte Geral Obrigações Contratos- 1ª ed. - Pedro Lenza - Ano 2011 pág. 574 3 Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 – pág. 149-150 Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 23 direito de cobrar a dívida. Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. Há também o terceiro que paga em nome e em conta própria (art. 305 do CC-02 e art. 931 do CC-16), ou seja, em seu próprio nome podendo depois cobrar esta dívida. Não se trata de sub-rogação, pois ele não substitui juridicamente o credor. Por exemplo: um credor tem como garantia a hipoteca de uma casa. Um terceiro, pagando a dívida em seu próprio nome passa a ser o titular de um crédito, pode cobrar depois do devedor o valor, mas não pode cobrar a casa, a hipoteca, porque este era um acordo do devedor com o credor original. Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento. O credor tem que notificar o devedor sobre o desejo de um terceiro quitar a dívida para que este possa autorizar. Se o devedor não for notificado ou não concordar e mesmo assim o terceiro pagar a dívida, este, o terceiro, não pode cobrar a dívida, será como pagar em nome e em conta do devedor. Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. Impugnação por terceiro – aquele a quem se paga pode ser: voluntario ou consensual, legal ou judicial. Se o bem for fungível - Credor (ou representante) – aquele a quem se paga, pode ser voluntária ou consensual, legal e judicial. Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível4, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la. 28/03/2014 4 – Condições Objetivas (Quitação) 4.1 – Do recibo – é necessário pedir o recibo como prova de quitação da obrigação. Se o credor se negar a dar o recibo, o pagamento deve ser feito em “consignação de pagamento”. Nome do devedor, especificação da dívida, se parcela ou outro e a título ou a respeito de que, data local e firma. Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada. Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida. 4 Adj. - Que se gasta; Que se consome com o primeiro uso – Dicionário Aurélio Século XXI Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 24 Periodicidade – quando se tem uma prestação de trato sucessivo (mês a mês), pagas regularmente, se a última foi paga reputa-se que a anterior foi inadimplida. Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores. Termos e circunstâncias – a depender do local, mesmo que não haja a existência do recibo, presume-se que a prestação está inadimplida. Dívidas literais – títulos de credito. Ex. nota promissória. Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido. 4.2 – Do espaço - Dívidas “quisíveis”ou querable e “portáveis” ou portable – quisível ou devem ser adimplidas no local onde se encontra o devedor e o portável devem ser adimplidas no local onde se encontra o credor. De regra, quando não obsta em contrato, deve ser pago no local do devedor. Se existe mais de um local especificado no contrato o direito de escolha é do credor. Reiteração – prestação continuada de tratos sucessivos, prevista em um lugar, mas é cumprida em outra localidade, essa nova localidade passa a ser o local de cumprimento para fins legais. 4.3 – Do tempo “números clausus” - Pode pedir o pagamento antes do tempo, ou seja, possibilidade de antecipação. Ex. falência, hipoteca (exigir o pagamento antecipado para não tentar executar a hipoteca). Consignação em Pagamento 1 – conceito – instituto jurídico pelo qual o devedor pode, em vista de eventual circunstância obstativa ou impeditiva por parte do credor, de cumprir sua obrigação, depositar o bem em juízo ou fora dele e assim, extinguir a dívida isentando-se de quaisquer ônus de mora. Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. O pagamento da obrigação não é só um dever por parte do devedor, é também um direito de se ver livre da obrigação. Pode pagar em consignação pra evitar os juros, multas ou outras consequências advindas de um possível atraso. 2 – Conteúdo – são obrigações de dar, as mais comuns são as pecuniárias. Ex. obrigação de dar coisa incerta. Deve-se transformar a coisa incerta em coisa certa. Se a critério do credor... 3 – Hipóteses - 1) Quando o credor se recusa a receber o pagamento ou a dar recibo. 2) o credor não vai buscar o bem e não manda representante buscá-lo. 3) quando não se sabe do credor. Ex. ausência, morte (sem saber quem são os herdeiros). Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 25 Art. 335. A consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 4 – Levantamento – quando o devedor toma de volta o depósito, mas isso depende: se o credor já tiver aceitado o pagamento ou se manifestado em impugnar o depósito, o devedor não pode desistir. 5 – Despesas – as despesas são regidas pelo ônus da sucumbência 02/04/2014 6 – Procedimentos – Lei 8.951/94 6.1 - Extrajudicial – deposita o valor em um banco oficial, isto é, gerido pelo Estado, exemplo caixa, e no local onde a dívida deveria ser adimplida. O credor deve ser notificado e é indispensável o aviso de recebimento do aviso de depósito (aviso postal). O credor tem dez dias para se manifestar a respeito do depósito, para impugnar, caso em contrário será considerado a dívida paga. Se o credor impugnar o depósito, o devedor terá 30 dias para ingressar em juízo sem pagar mora. Três pontos essenciais: depósito, banco oficial e aviso de recebimento. 6.2 – Judicial – o depósito pode ser em qualquer banco, comprovante é essencial para o julgamento do juiz. O banco tem que está dentro da comarca onde se realizaria o pagamento, por razão de competência territorial. O credor será avisado através de citação, ele será citado e tem o prazo de 15 dias para se manifestar. A contumácia implica que os argumentos de fato serão reputados como verdadeiros. (Revelia - ficção jurídica pela qual o réu não se manifesta no processo, levando a reputar os fatos alegados como verdadeiros). Pagamento com Sub-rogação 1 – Conceito: pagamento com sub-rogação é o instrumento jurídico pelo qual terceiro paga a dívida ou assegura os meios necessários para o devedor adimplir dada obrigação e com isso investindo-se nos direitos e prerrogativas do credor originário, ou seja, substituindo-o. 2 - Efeitos - Tem dois efeitos: liberatório e transladativo - Caio deve a Tício R$100,00 e Mévio paga a dívida, assim a dívida é transferida para o novo credor, Mévio. Esse Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 26 instituto não pode ser presumido, tem que estar expressamente registrado. Art. 349. A sub- rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. 3 – Modalidades 3.1 - Modo convencional: tem que ser expressamente consignado a sub-rogação entre as partes, um terceiro não interessado pode pagar em nome e em conta própria. Quem pagou será o novo credor, porém não terá todas as prerrogativas (como fiança, hipoteca ou outros) do credor anterior, apenas ao valor pago, ou seja, os R$100,00 do exemplo. Art. 347. A sub-rogação é convencional: I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. 3.2 - Modalidade legal - Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: a) Terceiro interessado – está expresso em lei. Quem paga sub-roga-se com os direitos do credor. III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. b) Adquirente de imóvel hipotecado – adquire-se a hipoteca de uma casa e com isso, adquirem-se todas as prerrogativas da hipoteca, ou seja, a garantia (imóvel) será do novo credor. É um terceiro não interessado porque a relação não tem vínculo jurídico. II – do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; c) Credor paga dívida de devedor comum – exemplo: Três credores de um mesmo devedor, sendo que um destes tem uma garantia, como uma hipoteca. Um destes credores pode pagar ao credor que tem a hipoteca como forma de adquirir uma garantia da dívida. I - do credor que paga a dívida do devedor comum; Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito. Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor. Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever. Imputação em Pagamento 1 – Conceito – Imputação em Pagamento é a faculdade jurídica mediante a qual o devedor escolhe entre dívidas líquidas e vencidas em face de um mesmo credor, aquela que está adimplindo quando de pagamento parcial, ou seja, o devedor escolhe qual a dívida irá pagar primeiro, já que todas estão vencidas. Art. 352. A pessoa obrigada por dois Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 27 ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. 2 – Omissão do Devedor – se o devedor fizer o pagamento, mas não especificar qual dívida está pagando, a faculdade de escolha é transferida para o credor. Quando este fizer o recibo de pagamento ele vai adimplir a dívida que quiser. Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo. 3 – Ordem Legal - Se o credor também for omisso, não especificar a dívida, o código civil estabelece uma ordem legal: primeiro os juros vencidos, segundo as dívidas vencidas a mais tempo (não a data de aquisição da dívida). Se houver mais de uma dívida com vencimento na mesma data o critério é a mais onerosa. Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital. Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa. Dação em Pagamento5 1 – Conceito - é o negocio jurídico mediante o qual o credor aquiesce em receber prestação diversa da anteriormente compactuada, extinguindo a obrigação originária. A dação em pagamento, validamente celebrada entre um dos credores solidários e o devedor, libera este para com aquele e para com os outros credores solidários, até o valor da coisa recebida. Dação em pagamento é o ato pelo qual o credor consente em receber coisa, que não seja dinheiro, em substituição da prestação que era devida. Conseguintemente, consentindo o accipiens na datio in solutum, pago ficou, e a obrigação está extinta para os outros credores solidários.6 Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. 2 – Evicção – situação jurídica pela qual o legítimo proprietário de um bem tem o direito de reavê-lo nas mãos de quem indevidamente o detenha. Exemplo: obrigação de dar coisa certa. Entrega de um carro. O devedor oferece outro bem (barco) em lugar do carro, em dação, ou seja, em lugar do outro bem. O bem entregue em lugar do original (carro) não pode ser de outra pessoa. Evictor é o verdadeiro dono do objeto (barco) e Evicto é o sujeito que recebeu o bem. (Evicção7 - Ocorre a evicção — que traduz a 5 Ver páginas 463 e 464 do livro de Cristhiano Chaves 6 Direito Civil 1 Esquematizado - Parte Geral Obrigações Contratos- 1ª ed.- Pedro Lenza - Ano 2011 – pág. 507 7 Evicção - Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 – pág. 211 S. f. Jur. 1. Ato ou efeito de evencer. 2. Perda, parcial ou total, que sofre o adquirente duma coisa em consequência da reivindicação judicial promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor. – Dicionário Aurélio Século XXI Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 28 ideia de “perda” —, quando o adquirente de um bem vem a perder a sua propriedade ou posse em virtude de decisão judicial que reconhece direito anterior de terceiro sobre o mesmo). Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros. Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros. Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão. 3 – “In Solitum” x “Pro Solvendo” – é aquela em que um novo objeto, por si só, extingue a dívida. No exemplo acima, ao invés de entregar o carro, foi entregue um barco e este corresponde ao valor do barco, assim, resolvendo (in solitum) a dívida. A “pro solvendo” é aquela que não resolve a dívida por completo. No exemplo, se fosse entregue uma moto em lugar do carro. Assim, se o devedor obriga-se a pagar a quantia de R$ 1.000,00, poderá solver a dívida por meio da dação, entregando um automóvel ou prestando um serviço, desde que o credor consinta com a substituição das prestações. Aliás, cumpre-nos registrar que a obrigação primitiva não precisa ser, necessariamente, pecuniária. Pouco importa se fora inicialmente pactuada obrigação de dar, de fazer ou de não fazer. O que realmente interessa é a natureza diversa da nova prestação.8 Ressalte-se, todavia, que a dação em pagamento não se confunde com a pluralidade de prestações existente nas obrigações alternativas, haja vista que, nestas, a diversidade de prestações está prevista no próprio título da obrigação (p. ex.: nos termos do contrato, eu me obrigo a entregar um imóvel ou dez mil reais). Da mesma forma, não é idêntica às obrigações facultativas, porque aqui também existe prévia estipulação negocial da prestação subsidiária (p. ex.: nos termos do contrato, eu me obrigo a entregar um imóvel, sendo facultada, em caráter subsidiário, e ao meu critério, a entrega de dez mil reais). Diferentemente, na dação em pagamento, estipula-se uma prestação (a entrega de dez mil reais), e, ulteriormente, por meio de uma nova estipulação negocial entre devedor e credor, este aceita liberá-lo, recebendo, por exemplo, em troca do dinheiro, um imóvel. REQUISITOS DA DAÇÃO EM PAGAMENTO São requisitos dessa forma de extinção das obrigações: a) a existência de uma dívida vencida — visto que ninguém pode pretender solver uma dívida que não seja existente e exigível; b) o consentimento do credor — vale dizer, não basta a iniciativa do devedor, uma vez que, segundo a legislação em vigor, a dação só terá validade se o credor anuir (até porque, por princípio, este não estaria obrigado a receber coisa diversa da que fora pactuada, na forma do art. 313, do CC-02 e art. 863 do CC-16); 8 Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 – pág. 211 Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 29 c) a entrega de coisa diversa da devida — somente a diversidade essencial de prestações caracterizará a dação em pagamento, ou seja, a obrigação será extinta entregando o devedor coisa que não seja a res debita; d) o ânimo de solver (animus solvendi) — o elemento anímico, subjetivo, da dação em pagamento é, exatamente, o animus solvendi. Sem esta intenção de solucionar a obrigação principal, o ato pode converter-se em mera liberalidade, caracterizando, até mesmo, a doação. 9 25/04/2014 Novação (art. 360-367CC) 1 – Conceito – modalidade da extinção da relação jurídica obrigacional mediante a criação de um novo vínculo de natureza substitutiva. É criar uma nova obrigação em virtude de um acordo entre as partes. Não há a quitação da dívida anterior, há o surgimento de nova obrigação com outros termos. Não é o mesmo que negociação de dívida, é algo novo, um novo contrato. Ex. uma dívida pecuniária que é convertida em prestação de serviço. Art. 360. Dá-se a novação: I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. 1 – Requisitos 2.1 – “Obligatio Novanda” – tem que ser válida e preexistente. Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas. 2.2 – “Aliquidi Novi” – uma obrigação nova. 2.3 – “Animus Novandi” – vontade de renovar de ambas as partes, com o interesse de constituir uma nova obrigação. Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira. 3 – Efeitos 3.1 – Liberatório – as garantias anteriores deixam de existir Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação. 3.2 – Constitutivo 4 – Modalidade 4.1 – Objetiva – mudança do objeto da prestação, também em relação aos sujeitos 9 Novo Curso de Direito Civil vol. 2 Obrigações - Pablo Stolze - 2011 – pág. 212 Notas de aulas - Direito Civil II André Teles Página 30 4.2 – Subjetiva 4.2.1 – Passiva (devedor) a) Por expropriação – devedor é retirado da relação b) Por delegação – o devedor consente em passar a obrigação Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste. Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição. Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonerados. Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor principal. 4.2.2 – Ativa (credor) Se A deve a B e C se propõe a pagar por B, mas não tem o recurso no momento. A deve a B e B deve a C – proposta de B: propor a C e a A novar ficando a dívida entre A e C, que constituirá uma nova obrigação, o seja, A devendo a C. 07-05-2014 Compensação (art. 368-381 CC) 1 – Conceito – é uma modalidade de extinção de obrigações mediante dívidas contrapostas que ocorre quando as partes da relação jurídica obrigacional são simultaneamente credora e devedora uma da outra. Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. 2 – Espécies – pode ser convencional, por manifestação de vontade das partes, ou judicial e a compensação legal, que
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