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COLUNA VERTEBRAL

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79 
CAPÍTULO 5 
 
ANATOMIA FUNCIONAL DA COLUNA VERTEBRAL 
 
1. INTRODUÇÃO 
A coluna vertebral é o eixo ósseo do corpo, situada no dorso, na linha mediana, 
capaz de sustentar, amortecer e transmitir o peso corporal. Além disto, supre a 
flexibilidade necessária à movimentação, protege a medula espinhal e forma com as 
costelas e o esterno o tórax ósseo, que funciona como um fole para os movimentos 
respiratórios. 
A freqüência de problemas clínicos ou cirúrgicos é alta. Pesquisas mostram que 
50 a 80% dos adultos serão vítimas, no decurso de suas vidas, de alguma forma de dor 
decorrente de afecções da coluna vertebral, muitas vezes, por uma postura errada 
durante o trabalho ou o repouso. 
A coluna é formada de 33 vértebras: 24 pré-sacrais, sendo 7 cervicais, 12 
torácicas e 5 lombares; pelo sacro composto de 5 vértebras fundidas e pelo cóccix 
formado de 4 vértebras rudimentares fundidas entre si, sendo que a 1
a
. vértebra 
coccígea, um pouco mais volumosa, se articula com o ápice do sacro através de um 
disco intervertebral rudimentar. 
 
2. CURVATURAS 
No embrião, a coluna vertebral tem a forma de “C” com concavidade anterior e 
com o desenvolvimento a curvatura muda progressivamente. 
À medida que o recém-nascido adquire controle sobre seu corpo a forma da 
coluna progressivamente se altera. Nas regiões torácica e sacral, a curvatura original 
permanece, ou seja, com concavidade anterior e nas regiões cervical e lombar a 
curvatura primitiva desaparece e, gradualmente, aparecem as curvaturas em sentido 
oposto. 
A curvatura cervical desenvolve-se à medida que a criança tenta erguer a cabeça 
- por volta dos 3 meses - e se consolida na época de sentar e do engatinhar; ocasião em 
que estende a cabeça e o pescoço para olhar para frente. 
A curvatura lombar, só observada no ser humano, desenvolve-se quando 
tracionada anteriormente pelos músculos iliopsoas e ligamentos nos esforços de ficar de 
pé, porém, torna-se firme, bem consolidada, por volta dos 2 anos de idade. 
 80 
No adulto, as curvaturas com mesma direção da coluna embrionária são 
denominadas primárias e as curvaturas de direção oposta, com concavidade posterior 
são secundárias. As curvaturas secundárias (cervical e lombar) são extremamente 
móveis em relação às primárias (torácica e sacral). Das três curvaturas pré-sacrais, a 
torácica é a menos móvel, enquanto que o sacro, formado de vértebras soldadas, não 
apresenta qualquer movimento entre os seus segmentos. 
As curvaturas cervical e lombar são compensatórias da postura ereta assumida 
pelo ser humano. A cervical suporta o peso da cabeça e alivia, em parte, a ação dos 
músculos da nuca em manter a extensão da cabeça e do pescoço. A lombar compensa a 
desvantagem da curvatura torácica - de concavidade anterior - e sustenta o peso do 
corpo. Nas mulheres, a curvatura cervical é mais branda e a lombar mais acentuada. 
Na intimidade de cada curvatura, a curva é suave e gradual e a estes níveis a 
coluna é relativamente forte; porém as áreas de transição de uma curvatura para outra 
são mais agudas, estão sujeitas à maior força de tração, possuem maior mobilidade e são 
potencialmente mais vulneráveis. 
Na transição lombossacral, o ângulo é de 37
o
 a 48
o
 (no sexo feminino os valores, 
em média, são maiores que no masculino) e está sujeito a grande tensão e também à 
maior freqüência de lesões. 
 
3.0. ESTRUTURA GERAL DAS VÉRTEBRAS 
 Embora existam características particulares para as vértebras de cada uma das 
porções da coluna, todas elas possuem uma estrutura básica, comum (figura 1). Assim, 
cada vértebra está constituída por um anel ósseo que circunda um forame, o forame 
vertebral, o qual pode ser considerado como um segmento do canal vertebral, onde se 
aloja a medula espinhal. A parte anterior do anel é o corpo vertebral, cilindróide e com 
superfícies superior e inferior planas. A parte posterior do anel, denominada arco 
vertebral, consiste em um par de pedículos e em um par de lâminas. Os pedículos 
projetam-se posteriormente da parte superior do contorno posterior do corpo vertebral e 
se unem com as lâminas que se fundem no plano mediano. No ponto de fusão das 
lâminas no plano mediano, projeta-se posteriormente o processo espinhoso; no ponto 
de fusão dos pedículos com as lâminas projetam-se três processos adicionais com 
direções diferentes: o processo transverso, lateralmente; o processo articular 
superior, cranialmente, e o processo articular inferior, caudalmente. Estes dois 
últimos processos apresentam uma face articular. 
 81 
 
 
A face superior e inferior do pedículo apresentam uma denteação, as incisuras 
vertebrais, superior e inferior. Cada incisura, com a vizinha da vértebra adjacente, 
forma um forame intervertebral para a passagem do nervo espinhal e de vasos 
(figura 2). 
 
 
3.1. VÉRTEBRAS CERVICAIS 
Das vértebras cervicais, a 1ª e a 2ª vértebras (C1 e C2) são consideradas atípicas 
e denominadas, respectivamente, atlas e áxis. As quatro seguintes são consideradas 
típicas, como a 7ª, embora esta apresente algumas particularidades: o forame 
transversário ou transverso pode não existir e o processo espinhoso é longo e não-
bifurcado, sendo facilmente palpável. 
Observando um livro texto e um atlas, descreva todas as estrurutas ósseas 
presentes no ATLAS, ÁXIS e demais vértebras cervicais. Numere cada uma delas. 
Forame intervertebral 
Incisura 
vertebral 
inferior 
Incisura 
vertebral 
inferior 
Figura 1. Estruturas gerais 
das vértebras. 
Figura 2. Incisuras vertebrais 
e forame intervertebral. 
 82 
3.2. VÉRTEBRAS TORÁCICAS 
 Articulam-se com as costelas e estas o fazem com o corpo vertebral e com o 
processo transverso. Para isto apresenta uma fóvea costal superior, oval, situada na 
emergência do pedículo, e pode apresentar uma fóvea costal inferior, pois a cabeça da 
costela pode ultrapassar o corpo vertebral da vértebra subjacente e alcançar o corpo da 
vértebra suprajacente (figura 3). Por sua vez, o processo transverso apresenta a fóvea 
costal do processo transverso para articular-se com o tubérculo da costela. 
 
 Além dessas particularidades das vértebras torácicas, há também: 
 os processos espinhosos são muito inclinados em relação ao plano do corpo da 
vértebra, 
 os corpos vertebrais têm volume intermediário entre o das vértebras cervicais e 
lombares, 
 as faces articulares situam-se principalmente em um plano frontal. 
 
3.3. VÉRTEBRAS LOMBARES 
 São as vértebras mais volumosas da coluna vertebral. Seus processos espinhosos 
são curtos e quadriláteros, situando-se no mesmo plano horizontal dos corpos vertebrais. 
Não apresentam fóveas costais e forame transversário e as faces articulares estão 
situadas em plano ântero-posterior, de modo que se articulam quase em plano sagital. 
 
3.4. SACRO E CÓCCIX 
 No adulto, o sacro é formado pela fusão de cinco vértebras sacrais que 
diminuem de tamanho no sentido craniocaudal. Desse modo, é um osso triangular 
recurvo, de base superior e ápice inferior, com concavidade anterior. Situa-se em cunha 
entre os ossos do quadril e fecha, posteriormente, o cíngulo do membro inferior. 
Figura 3. Vértebra torácica 
típica. 
 83 
Apresenta uma base, um ápice, parte lateral e faces, pélvica e dorsal. Na base está a 
abertura do canal sacral, que corresponde ao canal vertebral na coluna. A face pélvica 
apresenta uma área óssea mediana, uma série de forames de cada lado, os forames 
intervertebrais e sacrais anteriores, e as duas massas laterais. A área mediana é 
composta pelos cinco corpos vertebrais fundidos. As linhas de fusão são conhecidas 
como linhas transversas e correspondem aos discos intervertebrais ossificados. O corpo 
da primeira vértebra sacral articula-se com a quinta vértebra lombar por um disco 
intervertebral. Na margem superior do contorno anterior do corpo da primeira vértebra 
sacral (S1), no plano mediano, há o promontóriosacral. Nos extremos das linhas 
transversas situam-se os forames sacrais anteriores, por onde emergem os ramos 
ventrais dos quatro primeiros nervos sacrais. O canal sacral se comunica com os 
forames sacrais anteriores e posteriores. Os nervos sacrais se dividem, ainda dentro de 
um túnel ósseo de comunicação, nos seus ramos anteriores e posteriores que emergem 
então pelos forames. Lateralmente, cinco robustos processos ósseos contornam os 
forames e fundem-se para formar as partes laterais, direita e esquerda, do sacro, 
constituindo as asas do sacro. 
 A face dorsal do sacro é acidentada e convexa, enquanto a pélvica é lisa e 
côncava. A fusão das peças sacrais esconde o canal sacral, mas ele é visível no extremo 
inferior como uma abertura triangular, o hiato sacral, pois não há fusão da quarta e 
quinta lâminas sacrais. No plano mediano está a crista sacral mediana, resultante da 
fusão de processos espinhosos. De cada lado da crista sacral mediana há uma crista 
sacral medial, produto da fusão dos processos articulares. Esta apresenta pequenos 
tubérculos articulares, lateralmente aos quais se situam os forames sacrais posteriores, 
por onde emergem os ramos posteriores dos quatro primeiros nervos sacrais (o quinto 
sai pelo hiato sacral). 
 A face lateral do sacro é alargada até o nível de SIII, mas se estreita 
consideravelmente em direção caudal para converter-se, inferiormente, em simples 
margem. A porção alargada é áspera em seu terço dorsal, mas apresenta uma faceta 
articular nos dois terços pélvicos, a face auricular para articular-se com o ílio na 
articulação sacroilíaca. 
 O cóccix deriva da fusão de três ou quatro peças coccígeas, constituindo um 
osso irregular, afilado, que representa o vestígio da cauda no extremo inferior da coluna 
vertebral. Articula-se com o sacro por meio de um disco intervertebral. 
 
 84 
4.0. ARTICULAÇÕES INTERVERTEBRAIS 
 As vértebras articulam-se umas com as outras de modo a conferir rigidez, mas 
também flexibilidade à coluna, qualidades necessárias para o suporte do peso, 
movimentação do tronco e ajuste de posição indispensáveis para o equilíbrio e a 
postura. 
Observação: recomendo a leitura de um livro texto para complementar essa parte 
de articulações. Talvez haja no questionário online, alguma pergunta que exija um 
conhecimento além do oferecido pela apostila. É necessário, também, a 
visualização de figuras, para um melhor entendimento. 
 
4.1. ARTICULAÇÕES DOS CORPOS VERTEBRAIS (SINCONDROSES) 
Os corpos das vértebras unem-se por discos intervertebrais e ligamentos 
longitudinais anterior e posterior. 
Os discos intervertebrais, principais meios de união dos corpos das vértebras, 
estão presentes desde a superfície inferior do corpo do áxis até a junção lombossacral. 
Nas regiões torácica e lombar, os discos são numerados e denominados de 
acordo com a vértebra sob a qual se encontram, por exemplo, o disco L3 é aquele que 
une as vértebras L3 e L4. Na região cervical, este critério não é usado para a 
identificação do disco intervertebral, pois o primeiro disco cervical une os corpos das 
vértebras C2 (áxis) e C3. 
Os discos inserem, acima e abaixo, nas delgadas camadas de cartilagem hialina 
(placas cartilaginosas) que revestem o osso esponjoso das superfícies superior e inferior 
dos corpos das vértebras e nas suas bordas superior e inferior de osso compacto. 
O disco intervertebral consiste de duas partes; uma porção periférica de 
fibrocartilagem, o anel fibroso e uma parte central, mucóide, o núcleo pulposo. 
O anel fibroso é composto de 12 a 20 camadas fibrosas concêntricas, que passam 
do corpo da vértebra superior para a inferior em diagonal, ou seja, cada camada fibrosa 
tem uma obliqüidade diferente. O cruzamento em “X” destas camadas dá elasticidade 
ao anel fibroso: no estiramento do disco o “X“ fica alongado e estreito e o oposto ocorre 
na compressão, o “X” diminui de comprimento e se alarga. 
O núcleo pulposo é um material mucóide de cor amarelada “in vivo”, altamente 
elástico e compressível; no entanto, quando o disco é comprimido o núcleo pulposo 
libera o material aquoso que embebe o anel fibroso e a reabsorção deste material ocorre 
quando o disco não está sob tensão, por exemplo, quando a pessoa está deitada. O 
 85 
núcleo pulposo é a melhor fonte de nutrição do disco intervertebral, devido ao seu baixo 
metabolismo e à sua irrigação praticamente ausente no adulto. Dentro do anel fibroso, o 
núcleo pulposo localiza-se posteriormente. 
Os discos intervertebrais são responsáveis por 25% do comprimento da coluna 
pré-sacral que, aproximadamente, mede 70 cm no homem e 60 cm na mulher. 
Os discos são os únicos responsáveis pela curvatura cervical, porque os corpos 
das vértebras são ligeiramente mais baixos na parte anterior; já na curvatura torácica os 
corpos das vértebras são os principais responsáveis, pois os discos são de espessura 
uniforme (anterior e posteriormente). 
Os discos cuneiformes, mais altos anteriormente, são os responsáveis pela 
curvatura lombar na parte superior; mas na parte inferior, tanto o disco como o corpo da 
vértebra, contribuem para a curvatura (o corpo da 5
a
 vértebra lombar, por exemplo, é 
mais alto na frente do que atrás e o mesmo ocorre com o 5
o
 disco). 
A coluna cresce até os 25 anos e diminui na velhice, devido à redução na altura 
dos discos e dos corpos vertebrais. Com a idade, o núcleo pulposo perde a capacidade 
de reter água, diminui em altura e tende a tornar-se fibrocartilagíneo. Devido à 
osteoporose, os corpos vertebrais sofrem microfraturas, ou por ação de traumatismos 
leves ou mesmo sem uma causa aparente, levando à compressão de seus corpos e às 
suas comseqüências associadas, como a cifose, lordose, diminuição da capacidade 
respiratória, protrusão do abdome, etc. 
O ligamento longitudinal anterior (figura 3) é uma faixa larga e espessa de tecido 
conjuntivo denso que une as faces anteriores dos corpos das vértebras e dos discos 
intervertebrais, amarrando-os, desde o arco anterior do atlas até a face pélvica do sacro. 
Atua reforçando o contorno anterior dos discos intervertebrais, durante o levantamento 
de objetos pesados e limitando a extensão da coluna, fato que é particularmente 
importante na região lombar, onde o peso do corpo tende a acentuar a curvatura normal 
da região. 
O ligamento longitudinal posterior (figura 3) é uma faixa de tecido conjuntivo 
denso que une as faces posteriores dos corpos de todas as vértebras e discos pré-sacrais, 
e, portanto, está localizado na parede anterior do canal vertebral e termina na face 
superior do canal sacral. Ele é largo e espesso na região cervical e, gradualmente, torna-
se estreito e delgado nas regiões torácica e lombar. Nestas regiões, estreita-se ao nível 
dos corpos das vértebras; fixando-se em suas bordas superior e inferior, mas na porção 
média do corpo une-se ao mesmo por tecido conjuntivo frouxo. Ao nível dos discos, o 
 86 
ligamento expande-se bilateralmente e insere se nos mesmos, sendo esta a parte mais 
fraca do ligamento e de pouco valor para a proteção dos discos lombares. Atua 
limitando o movimento de flexão da coluna. 
 
 
 
4.2. ARTICULAÇÕES DOS PROCESSOS ARTICULARES 
 
4.2.1. Ligamentos dos Corpos Vertebrais 
Os arcos vertebrais adjacentes unem-se através de articulações sinoviais, entre as 
facetas das zigoapófises (ou processos articulares), denominadas articulações 
zigoapofisárias. 
A forma e o plano de orientação das facetas das zigoapófises é que determinam 
os tipos de movimentos entre duas vértebras. As facetas são planas e estão orientadas 
obliquamente - de superior e anterior para inferior e posterior - na curvatura cervical; 
são planas e orientadas quase no plano frontal na curvatura torácica. Na região lombar, 
as facetas das zigoapófises superiores são ligeiramente côncavas e voltadas 
medialmente, enquanto aquelas das zigoapófises inferioressão ligeiramente convexas e 
voltadas lateralmente, de forma que o plano destas articulações é quase sagital. 
No entanto, entre a 5
a
 vértebra lombar e a 1
a
 sacral as facetas são quase planas; 
com orientação oblíqua, entre os planos sagital e frontal, e isso ajuda a prevenir o 
deslizamento anterior da 5
a
 lombar sobre a superfície muito inclinada da face superior 
do sacro. 
As articulações zigoapofisárias possuem cápsulas articulares delgadas e 
suficientemente frouxas para permitir uma amplitude de movimento normal nas 
Ligamento 
longitudinal 
anterior 
Ligamento 
longitudinal 
posterior 
Figura 3. Ligamentos dos 
corpos vertebrais. 
 87 
articulações. As cápsulas, geralmente, não contribuem para orientar ou limitar 
movimentos; esta função é realizada pelos ligamentos longitudinais anterior ou 
posterior, pelos ligamentos que unem as diversas partes de arcos vertebrais adjacentes, 
pelos músculos e discos intervertebrais. No entanto, as cápsulas tornam-se muito tensas 
em um movimento excessivo ou anormal e contribuem para limitá-lo; sendo que na 
flexão máxima da coluna lombar, suportam aproximadamente 40% do peso corporal. 
 
4.2.2. Ligamentos dos Arcos Vertebrais 
As lâminas de vértebras adjacentes são unidas internamente por fortes 
ligamentos elásticos denominados amarelos (flavos), que realmente são amarelos “in 
vivo”, devido a sua riqueza em fibras elásticas. Os ligamentos flavos ficam tensos em 
qualquer posição assumida pela coluna vertebral, sendo importante em sua 
estabilização. 
São melhor visualizados do interior do canal vertebral, pois estão localizados na 
parede posterior do mesmo. Estendem se lateralmente sobre as cápsulas articulares, 
constituindo o limite posterior do forame intervertebral e assim protegem os nervos de 
serem pinçados (ou beliscados) durante os movimentos de flexão da coluna. 
As pontas dos processos espinhosos, desde a 7
a
 vértebra cervical até o sacro são 
unidas pelo ligamento supraespinhal, - tecido conjuntivo denso encorpado com 
orientação longitudinal -, que limita a flexão da coluna. Ele se continua superiormente 
como o ligamento da nuca, de formato triangular, com a base fixada na protuberância e 
crista occipitais externas e o ápice na ponta do processo espinhoso da 7
a
 vértebra 
cervical. 
Os ligamentos interespinhais são delgadas membranas de tecido conjuntivo 
denso que unem os corpos dos processos espinhosos adjacentes e são contínuos com os 
ligamentos amarelos e supra-espinhais. Os ligamentos interespinhais são bem 
desenvolvidos na região lombar, não estão sob tensão e, portanto, não limitam o 
movimento de flexão. 
Os ligamentos intertransversais unem lateralmente os processos transversos 
vizinhos e são mais desenvolvidos na região lombar inferior e tendem a faltar, 
principalmente, na região cervical. 
 
4.3. ARTICULAÇÕES ATLANTO-AXIAIS 
 88 
As facetas superiores dos processos articulares do áxis e as inferiores das massas 
laterais do atlas formam articulações planas. O arco anterior e o ligamento transverso do 
atlas formam com o dente do áxis uma articulação cilindróide. As três articulações 
funcionam como uma unidade e permitem a rotação da cabeça. 
 
4.4. ARTICULAÇÕES ATLANTO-OCCIPITAIS 
Ocorrem entre os côndilos occipitais e as faces superiores das massas laterais do 
atlas. As duas articulações funcionam como uma unidade, elipsóide e biaxial, 
permitindo assim os movimentos de flexão, extensão e flexão lateral da cabeça. 
 
4.5. ARTICULAÇÕES COSTOVERTEBRAIS 
A maioria das costelas se articula com a coluna vertebral em dois pontos: a 
articulação costovertebral, entre a cabeça da costela e as fóveas costais superior e 
inferior dos corpos de duas vértebras adjacentes e a articulação costotransversal, entre 
o tubérculo da costela e a fóvea costal transversal do processo transverso da vértebra 
correspondente. 
Na articulação costovertebral, sinovial, envolvida pela cápsula articular, a 
cavidade articular é dividida em duas, superior e inferior, pela presença de um 
ligamento intra-articular, curto, situado horizontalmente, que vai da cabeça da costela 
para o disco intervertebral. A cápsula articular está reforçada anteriormente, pelo 
ligamento radiado. 
A articulação costotransversal, também sinovial, é revestida por uma cápsula 
articular que é espessa, inferiormente, mas delgada nas outras porções. Os ligamentos 
costotransversais próprio, lateral e superior reforçam a articulação. 
 
4.6. ARTICULAÇÃO SACROILÍACA 
São articulações sinoviais simples do tipo plano e portanto capazes de 
movimentos em várias direções, mas de amplitude muito limitada. São formadas pelas 
faces auriculares do íleo e do sacro. A cavidade articular constitui apenas uma parte da 
articulação entre o sacro e o íleo. Uma grande área, póstero-superior a face auricular do 
íleo, entre a tuberosidade ilíaca e o sacro está ocupada pelo forte ligamento sacroilíaco 
interósseo, o qual posteriormente se confunde com o ligamento sacroilíaco dorsal, um 
forte espessamento da cápsula articular. Anteriormente a cápsula articular também 
apresenta um espessamento, o ligamento sacroilíaco ventral, que é bem menos espesso 
 89 
que o dorsal. Além destes, a articulação sacroilíaca apresenta dois ligamentos a 
distância: o ligamento sacrotuberal e o ligamento sacroespinhal. 
5.0. ANORMALIDADES CONGÊNITAS E ADQUIRIDAS DA COLUNA 
VERTEBRAL 
 
5.1. CIFOSE 
Geralmente, é um aumento exagerado na curvatura torácica. Uma pessoa 
cifótica, em linguagem popular, é conhecida como corcunda. A cifose torácica pode ser 
uma compensação de uma lordose lombar ou devido à compressão dos corpos 
vertebrais, como na osteoporose. 
 
5.2. LORDOSE 
A lordose é um aumento exagerado nas curvaturas cervical e lombar. Pode ser 
uma compensação de uma cifose ou à flacidez muscular com ou sem aumento de peso 
anterior à coluna - como na obesidade e na gravidez. 
 
5.3. ESCOLIOSE 
A escoliose é a deformidade em que existe uma ou mais curvaturas laterais da 
coluna. Pode ser funcional (ou fisiológica) e estrutural (ou patológica). No primeiro 
caso, a coluna curva-se lateralmente devido à diferença de peso nas duas metades do 
corpo em conseqüência: a) da poliomielite; b) da diferença de comprimento dos 
membros inferiores, devido à fraturas mal reduzidas, à uma prótese mal adaptada ou a 
um joelho valgo unilateral, c) de uma má postura. 
A escoliose estrutural, geralmente, aparece na infância e é progressiva. A causa é 
o crescimento desigual das vértebras, como a presença de vértebras em cunha ou 
hemivértebras. 
 
5.4. ESPINHA BÍFIDA 
A espinha bífida é um defeito de fechamento do arco vertebral: falta o processo 
espinhoso e, às vezes, parte das lâminas adjacentes. Na maioria dos casos, aparece na 5
a
 
vértebra lombar ou no sacro. A forma benigna, chamada espinha bífida oculta, às vezes 
é assintomática e o defeito ósseo é um achado radiológico. A pele relacionada ao defeito 
ósseo, às vezes, apresenta uma mancha avermelhada e com uma quantidade maior de 
pêlos. Nos casos graves, denominada espinha bífida aberta, as meninges e o líquor se 
 90 
exteriorizam e formam uma hérnia, denominada meningocele e em casos mais graves 
herniam, além das meninges e do líquor, a medula espinhal - é a mielomeningocele. 
 
5.5. ESPONDILÓLISE 
A espondilólise é um defeito de fechamento do arco vertebral ao nível da 
lâmina, logo posterior ao pedículo. Quando a falha é bilateral, uma parte anterior da 
vértebra (incluindo corpo, pedículos, processos transversos e zigoapófises superiores) 
está unida, por tecido conjuntivo denso, com o restante do arco vertebral (lâminas, 
zigoapófises inferiores e processo espinhoso). Ou seja, não há continuidade óssea entre 
as duas zigoapófises superiores com as inferiores. 
Em conseqüência de um trauma ou de uma hiperextensão, a parte anterior da 5
a
 
lombar pode deslizar junto com o restanteda coluna sobre a 1
a
 vértebra sacral. A este 
deslizamento patológico denomina-se espondilolistese 
 
5.6. OSTEOFITOSE 
A osteofitose é o crescimento de esporões ósseos com forma e tamanho 
variáveis, denominados osteófitos (bicos de papagaio, em linguagem leiga), nas bordas 
superior e ou inferior dos corpos das vértebras. Os osteófitos podem se desenvolver nos 
contornos anteriores, ântero-laterais, posteriores ou póstero-laterais das bordas dos 
corpos vertebrais e além de limitar movimentos, podem comprimir a medula espinhal 
ou suas raízes nervosas. A doença pode estar circunscrita a duas ou três vértebras de 
uma região ou ser universal, ou seja, acometer todas as vértebras pré-sacrais. 
 
5.7. HÉRNIA DE DISCO 
A hérnia de disco é o extravasamento do núcleo pulposo, devido a uma fraqueza 
do anel fibroso: o núcleo pulposo hernia e pode comprimir a medula espinhal ou suas 
raízes nervosas. A protrusão pode ser precipitada por trauma, mas a degeneração - por 
envelhecimento do disco - é um fator importante. 
A compressão do disco em uma direção, movimenta, o núcleo pulposo em 
direção oposta. Assim, a herniação pode acontecer em diversas direções (anterior, 
posterior, ântero-lateral e póstero-lateral). Na curvatura cervical, a hérnia é mais 
freqüente no disco entre as vértebras C5 e C6. Na curvatura lombar, a maior freqüência 
acontece no 5
o
 disco, seguido em ordem decrescente no 4
o
 e 3
o
 discos. 
 
 91 
6.0. O MITO DA POSIÇÃO ERETA 
É um erro comum considerar o ser humano mal adaptado à postura ereta e 
apontá-la como causa de várias patologias, entre as quais destacam-se as hérnias de 
disco e os osteófitos. Os estudos paleontológicos mostram que a postura ereta é uma 
característica dos nossos antepassados antropóides e hominídeos há cerca de 25 a 30 
milhões de anos. Tanto a postura quanto a forma de locomoção bípede se tornaram uma 
constante no Plioceno, há uns 12 milhões de anos atrás e estavam completamente 
estabelecidos nas formas humanas ancestrais há mais de 1 milhão de anos. Com esta 
longa história de evolução progressivamente mais eficiente é difícil imaginar 
circunstâncias nas quais patologias atribuíveis à postura ereta pudessem ter persistido no 
reservatório genético do qual surgiu a moderna humanidade. 
Assim, patologias como hérnias abdominais, prolapso uterino, lesões de discos 
intervertebrais e varizes dos membros inferiores e do testículo, que trazem consigo 
claras desvantagens para a sobrevivência e a reprodução do seu portador, ainda mais nos 
tempos pré-históricos, se decorrentes de uma má adaptação à postura ereta, já teriam 
sido eliminadas, sendo extintas pela seleção natural. 
Desta forma, é necessária outra explicação, que não a postura ereta, para tais 
patologias. Uma boa teoria é a de que elas são decorrentes de uma recente (em termos 
evolutivos) alteração ambiental à qual o ser humano ainda não se adaptou bem. Esta 
alteração ambiental foi a passagem da vida nômade à sedentária que trouxe consigo a 
realização de esforços repetitivos e constantes, geralmente acompanhados da 
manipulação e do transporte de objetos de grande peso. 
Em síntese, a postura e a locomoção eretas não trazem por si só maiores 
problemas. Estes são decorrentes do trabalho constante e repetitivo com objetos de 
grande peso e/ou da execução também repetitivas de movimentos, que constituem 
fenômenos evolutivamente recentes. 
 
7.0. MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL 
Os movimentos da coluna vertebral são o resultado de pequenos movimentos 
permitidos entre as vértebras adjacentes. A amplitude de movimento entre duas 
vértebras depende, fundamentalmente, da altura do disco: quanto mais alto o disco, 
maior seu grau de compressão e, em conseqüência, maior a amplitude de movimento 
permitida. A direção do movimento, no entanto, depende particularmente da forma e do 
plano de orientação das facetas zigoapofisárias. Os fatores limitantes de movimento nas 
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articulações em geral, como os ligamentos e o grau de alongamento dos músculos 
antagonistas aqui também são importantes. 
A amplitude do movimento de flexão é limitada pelos ligamentos posteriores 
(longitudinal posterior, flavo, supraespinhal e da nuca) e pelos músculos posteriores (ou 
extensores); limitam a amplitude do movimento de extensão o ligamento longitudinal 
anterior, o contato entre os processos espinhosos e os músculos anteriores (ou flexores). 
A amplitude do movimento de flexão lateral é limitada, na curvatura lombar, 
pelos músculos e ligamentos intertransversais do lado convexo - o oposto ao 
movimento, e na região cervical, pelos músculos do lado convexo e pelo contato entre 
os processos unciformes do lado côncavo - o do movimento. 
A extraordinária mobilidade da região cervical deve-se à altura dos discos, ao 
plano de orientação das facetas das zigoapófises e ao número proporcionalmente grande 
de articulações para um segmento curto da coluna. 
A curvatura torácica permite movimentos limitados na parte superior e é mais 
móvel próxima à junção toracolombar. A pouca mobilidade nas porções superior e 
média da curvatura é devida à união das dez vértebras superiores com o esterno através 
das costelas e os discos serem baixos. A direção quase frontal das facetas das 
zigoapófises, limitam a flexão e a extensão, exceto na parte inferior em que as facetas 
dispõem-se em um plano que se aproxima do sagital. A extensão além de ser limitada 
pelo ligamento longitudinal anterior, pela superposição dos processos espinhosos, 
também o é pela superposição das lâminas. As lâminas das vértebras torácicas são as 
mais altas da coluna e mais altas que os corpos de suas respectivas vértebras. A flexão 
lateral e a rotação são mais amplas próximo à junção toracolombar. 
Na parte superior da curvatura lombar, a flexo-extensão e a flexão lateral têm 
relativamente grande amplitude devido às facetas estarem dispostas no plano sagital e 
suficientemente afastadas e à altura dos discos. Nesta porção da curvatura lombar o 
movimento de rotação é limitado, porque as facetas - neste movimento - se trancam 
quase de imediato. A 4ª e 5ª vértebras lombares possuem facetas dispostas 
obliquamente, entre os planos sagital e frontal, que permitem maior amplitude do 
movimento de rotação. A flexão lateral é acompanhada de certo grau de rotação para o 
mesmo lado e vice-versa, devido à obliqüidade das facetas das zigoapófises. Os 
movimentos lombares são sincrônicos com os do quadril e os do pescoço com os da 
cabeça. No ato de tocar os dedos no chão, ocorre inicialmente flexão lombar, seguida da 
inclinação anterior da pelve no quadril, o que amplia o movimento.

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