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Curso de Cosmetologia a Distância

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Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Cosmetologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
2 
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Curso de 
Cosmetologia 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
3 
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SUMÁRIO 
 
MÓDULO I 
 
1. INTRODUÇÃO 
2. HISTÓRICO 
3. LEGISLAÇÃO 
4. MERCADO COSMÉTICO 
4.1. EVOLUÇÃO 
4.2. CRESCIMENTO DO SETOR E CRESCIMENTO DA ECONOMIA 
4.3. COMÉRCIO EXTERIOR 
4.4. PERFIL EMPRESARIAL 
4.5. MERCADO BRASILEIRO 
4.6. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 
5. CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES GERAIS 
5.1. DEFINIÇÕES 
5.2. CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS 
6. PELE/ANEXOS EPIDÉRMICOS/CABELO 
6.1. EPIDERME 
6.2. DERME 
6.3. HIPODERME 
6.4. RENOVAÇÃO DA PELE 
6.5. A MATRIZ EXTRACELULAR - INTEGRAÇÃO DAS CÉLULAS EM TECIDOS 
6.6. ELASTINA 
6.7. FLORA CUTÂNEA 
6.8. ENVELHECIMENTO 
6.9. TIPOS DE PELE 
 
MÓDULO II 
 
6.10. APÊNDICES EPIDÉRMICOS 
6.11. CABELO 
 
 
 
 
 
4 
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7. ABSORÇÃO CUTÂNEA E PROBLEMAS DA PELE 
7.1. PERMEABILIDADE CUTÂNEA 
7.2. PERMEABILIDADE CUTÂNEA EM FUNÇÃO DA NATUREZA QUÍMICA DAS 
SUBSTÂNCIAS 
7.3. FATORES QUE AFETAM A PENETRAÇÃO DE PELE 
7.4. VIAS DE PENETRAÇÃO 
7.5. PROBLEMAS DE PELE 
 
MÓDULO III 
 
8. INSUMOS COSMÉTICOS (INERTES E ATIVOS) 
8.1. TENSOATIVO 
8.2. UMECTANTES 
8.3. EMOLIENTE 
 
MÓDULO IV 
 
8.1. ESPESSANTES 
8.2. ALCALINIZANTES E NEUTRALIZANTES 
8.3. ACIDIFICANTES E NEUTRALIZANTES 
8.4. SEQUESTRANTES 
8.5. CONSERVANTES 
8.6. ANTIOXIDANTES 
8.7. LISTA RESTRITIVA DE SUBSTÂNCIAS 
8.8. LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE USO PROIBIDO 
 
9. SISTEMAS EMULSIONADOS 
9.1. TIPOS DE EMULSÕES 
9.2. COMPONENTES BÁSICOS 
9.3. TÉCNICAS DE EMULSIFICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
5 
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MÓDULO V 
 
10. PRODUTOS PARA PELE 
10.1. SEQUÊNCIA DO TRATAMENTO ESTÉTICO 
10.2. LIMPEZA 
10.3. TONIFICAÇÃO 
10.4. HIDRATAÇÃO 
10.5. OUTROS PRODUTOS PARA PELE 
11. PRODUTOS PARA CABELO 
11.1. XAMPUS 
11.2. CONDICIONADORES 
11.3. TINTURAS 
12. PRODUTOS SOLARES 
12.1. RADIAÇÃO SOLAR 
12.2. FATORES QUE AFETAM A RADIAÇÃO NA SUPERFÍCIE DA TERRA 
12.3. RADIAÇÃO SOLAR E PELE 
12.4. SISTEMA MELÂNICO 
12.5. BRONZEAMENTO 
12.6. FOTOSSENSIBLIZAÇÃO 
12.7. FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR 
12.8. FOTOPROTETORES 
12.9. PRODUTOS SOLARES 
 
MÓDULO VI 
 
13. PRODUTOS DE TOALETE 
13.1. DESODORANTES E ANTIPERSPIRANTE 
13.2. PERFUME 
14. FORMULAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
6 
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MÓDULO I 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A busca da beleza e da juventude gera exigências cada vez maiores dos 
pacientes no desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e de novos 
procedimentos estéticos, pois, com o avanço da idade, a pele começa a sofrer 
alterações como aparecimento de rugas, diminuição da espessura da epiderme, 
ressecamento, que modificam seu aspecto caracterizado pelo envelhecimento 
cutâneo. 
A cosmética e os bioativos: atuam nas estruturas externas do corpo humano 
(pele e cabelos) de forma idêntica aos processos vitais, auxiliando o metabolismo 
com o objetivo direcionado a prolongar a juventude e retardar o envelhecimento. 
A aparência pessoal é hoje requisito de grande importância em todos os 
segmentos, levando a população atual a dar maior valor a sua aparência, e buscar 
nos cosméticos as ferramentas para essa realização. 
 
2 HISTÓRICO 
 
Os cosméticos são utilizados há pelo menos 30.000 anos. Os homens da 
pré-história faziam gravações em rochas e cavernas, e também pintavam o corpo e 
se tatuavam. 
Rituais tribais praticados pelos aborígines dependiam muito da decoração do 
corpo para proporcionar efeitos especiais, como a pintura de guerra. A religião era, 
também, uma razão para o uso desses produtos: Cerimônias religiosas 
frequentemente empregavam resinas e unguentos de perfumes agradáveis. A 
queima de incenso deu origem à palavra perfume, que no latim quer dizer “por meio 
da fumaça”. 
 
 
 
 
 
7 
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Aparentemente os Egípcios foram os primeiros usuários de cosméticos e 
produtos de toucador1 em larga escala. Alguns minérios foram usados como 
sombras de olhos e rouge, assim como usavam extratos vegetais, como a henna. A 
famosa Cleópatra se banhava com leite de cabra para ter uma tez suave e macia, e 
incorporou o símbolo da beleza eterna. Também nesta época os faraós eram 
sepultados em sarcófagos que continham tudo o que era necessário para se manter 
belo. No sarcófago de Tutankamon (1400 a.C.) foram encontrados cremes, incenso 
e potes de azeite usados na decoração e no tratamento. 
Durante a dominação Grega na Europa, 400 a.C., os cosméticos tornaram-
se mais do que uma ciência, estavam menos conectados aos religiosos do que aos 
cientistas, que davam conselhos sobre dieta, exercícios físicos e higiene, assim 
como, sobre cosméticos. 
Nos manuscritos de Hipócrates, considerado o pai da medicina, já se 
encontrava orientações sobre higiene, banhos de água e sol, a importância do ar 
puro e da atividade física. Nesta época, século II a. C., venerava-se uma deusa da 
beleza feminina, chamada Vênus de Milo. 
Na era Romana, por volta do uno 180 d. C., um médico grego chamado 
Claudius Galen realizou sua própria pesquisa científica na manipulação de produtos 
cosméticos, iniciando assim a era galênica dos produtos químico-farmacêuticos. 
Galen desenvolveu um produto chamado Unguentum Refrigerans, o famoso Cold 
cream, baseado em cera de abelha e bórax. 
Os famosos banhos romanos eram centro de discussões e reuniões sociais 
para os senadores e aristocratas da época, mas caíram posteriormente em atos 
imorais condenados pela religião. 
Também nesta época surgiu à alquimia, uma ciência oculta que se utilizava 
de formulações cosméticas para atos de magia e ocultismo. Na mesma época que 
Ovídio escreveu um livro voltado à beleza da mulher "Os produtos de beleza para o 
rosto da mulher”, em que ensina a mulher a cuidar de sua beleza por intermédio de 
receitas caseiras. 
 
1 Produtos de toucador: produtos de penteadeira, produtos de toalete. 
 
 
 
 
 
8 
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Com a Idade Média vieram os anos de clausura para a ciência cosmética, 
um período em que o rigor religioso do cristianismo reprimiu oculto à higiene e a 
exaltação da beleza, impondo recatadas vestimentas. Esta época também chamada 
de "Idade das Trevas" foi muito repressiva na Europa, no qual o uso de cosméticos 
desapareceu completamente, por isso também é chamada de "500 anos sem um 
banho". 
As Cruzadas devolveram a este período os costumes "do culto à beleza e a 
ternura", que se incluíam os cosméticos e os perfumes. 
Com o Renascentismo e com o descobrimento da América, no século XV, 
percebemos o retorno à busca do embelezamento. Todos os costumes e hábitos de 
vida da época são retratados pelos pintores, como por exemplo, a Mona Lisa, de 
Leonardo da Vinci, que retrata a mulher sem sobrancelhas, face ampla e alva, de tez 
suave e delicada. Miguelangelo também retrata na Capela Cistina os anjos, 
apóstolos, Maria - mãe de Jesus - e outros personagens, de forma clara, jovial cuja 
beleza é exaltada em sua plenitude. Porém, a falta de higiene persiste e os 
perfumes são criados para mascarar o odor corporal. 
Durante a Idade Moderna, séculos XVII e XVIII, notam-se a crescente 
evolução dos cosméticos e também da utilização de perucas cacheadas. Neste 
período ainda persistiam os costumes de não tomar banho regularmente, o que 
proporcionou o crescimento da produção de perfumes, tornando-se de grande 
importância para a economia francesa desde o reinado de Luiz XIV. Contudo, o 
grande salto dos perfumes se deu quando Giovanni Maria Farina, em 1725, 
estabeleceu-se em Colônia, na Alemanha. Lá ele desenvolveu a famosa “água de 
colônia" 
No final deste século, os Puritanos, liderados por Oliver Cromwell, trouxeram 
outro período, no qual o uso de cosméticos e perfumes ficou fora de moda. Este, 
talvez, tenha sido o período mais negro da história dos cosméticos, principalmente 
quando o Parlamento Inglês em 1770 estabeleceu que: "Qualquer mulher... que se 
imponha, seduza e traia no matrimônio qualquer um dos súditos de Sua Majestade, 
por utilizar perfumes, pinturas, cosméticos, produtos de limpeza, dentes artificiais, 
cabelos falsos, espartilho de ferro, sapatos de saltos altos, enchimento nos quadris, 
 
 
 
 
 
9 
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irá incorrer nas penalidades previstas pela Lei contra a bruxaria, etc. E o casamento 
será considerado nulo e sem validade." 
Já na Idade Contemporânea, século XIX, período Vitoriano na Inglaterra, 
Isabelina na Espanha e dos déspotas esclarecidos na França pós-Napoleão, os 
cosméticos retomaram a popularidade. 
Os cosméticos e produtos de toucador eram feitos em casa, cada família 
tinha suas próprias e favoritas receitas. As mulheres passaram a expor um pouco o 
corpo e tomavam banho utilizando trajes fechados. 
Foi um período rico para o surgimento de indústrias de matérias-primas para 
a fabricação de cosméticos e produtos de higiene nos Estados Unidos, França, 
Japão, Inglaterra e Alemanha. Estávamos presenciando o início do mercado de 
cosméticos e produtos de higiene no mundo. 
No início do século XX, os cosméticos saíram das cozinhas e passaram a 
ser produzidos industrialmente. A liberação da mulher foi o fator fundamental para o 
sucesso dos cosméticos, uma vez que não se pode falar de cosméticos sem falar 
em mulher. 
Uma jovem polonesa chegou a Melbourne, na Austrália, em 1902. Ela trazia 
consigo alguns frascos contendo cremes para a pele, preparados com receitas da 
família. A pele das mulheres australianas sofria em razão aos efeitos do calor, do 
clima seco, impressionada por isso, Helena Rubinstein abriu seu primeiro salão de 
beleza. Mais tarde foi para os Estados Unidos e se tornou a principal força no 
desenvolvimento da indústria de beleza. 
A principal concorrente de Helena Rubinstein neste campo foi Florence 
Nightingale Graham, mais conhecida como Elizabeth Arden. Ambas foram 
desafiadas por Charles Revlon, que estabeleceu sua empresa, Revlon, com um 
produto inicialmente - verniz de unha, posteriormente vindo a se chamar esmalte de 
unha. 
Max Factor começou com maquiagem para teatro, na costa oeste dos 
Estados Unidos, mas logo percebeu o potencial do mercado doméstico de consumo. 
David McConnell vendia livros (incluindo Bíblias) de porta em porta, adotou a 
estratégia de presentear com pequenas amostras de perfume cada venda. Ele 
 
 
 
 
 
10 
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rapidamente percebeu que seus clientes estavam mais interessados nos perfumes 
do que nos livros, assim surgiu a gigante empresa Avon. 
No Brasil; na segunda metade do século, uma nova empresa surgia na Rua 
Oscar Freire em São Paulo, onde dois jovens talentosos desenvolviam produtos de 
beleza e ensinavam a forma correta de utilização, nascia ali a Natura Cosméticos. 
Em Curitiba, Paraná, um farmacêutico em sua botica manipulava fórmulas galênicas 
e perfumes, e em pouco tempo despontou para a indústria cosmética, 
transformando-se em O Boticário. 
Nas últimas décadas a indústria cosmética brasileira tem evoluído por uma 
série de fatores: 
 Avanços tecnológicos que devido à rapidez na sua transferência, 
permitiu que nossa indústria se beneficiasse dos avanços mundiais no setor; 
 A criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que 
materializou os anseios da indústria na desburocratização dos regulamentos que 
regem a fabricação de cosméticos, proporcionando, entre outros, o aumento na 
velocidade dos lançamentos de novos produtos, essencial para qualquer tipo de 
indústria que segue os ditames da moda. 
 As atividades das entidades privadas representativas do setor: ABC - 
Associação Brasileira de Cosmetologia, representando os químicos cosméticos, e 
dos representantes das empresas do setor, liderados pela Associação Brasileira de 
Produtos de Higiene, Perfumes e Cosméticos e do Sindicato das Indústrias de 
Produtos de Toucador do Estado de São Paulo - Abihpec/Sipatesp, cujo trabalho 
associativo proporcionou resultados no aprimoramento as atividades da indústria; 
 O surgimento das sociedades médicas de dermatologia e de cirurgia 
plástica, das sociedades profissionais de estética, entre outras, que instituíram o uso 
dos cosméticos específicos com muitos dos seus procedimentos; 
 Evidentemente, não se pode deixar de mencionar o motivo principal da 
indústria - o consumidor - que se tornou mais exigente com a qualidade e com os 
benefícios prometidos. 
 
 
 
 
 
 
11 
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No final do século XX, a ciência dos cosméticos foi um fato inegável, pois 
trabalha não só no embelezamento do corpo, melhorando a imagem pessoal, mas 
também contribuindo para a prevenção não só do envelhecimento da pele como 
também de outros fatores nocivos à saúde. 
Tanto se fala nesta evolução da Cosmetologia que em alguns mercados se 
preconizam o uso de produtos denominados "cosmecêuticos," que na excelência da 
palavra se referem a um produto "cosmético" com "propriedades terapêuticas”. 
 
3 LEGISLAÇÃO 
 
Portaria nº 348, de 18 de agosto de 1997. 
 
Ementa: Determinar a todos os estabelecimentos produtores de Produtos de 
Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, o cumprimento das Diretrizes 
estabelecidas no Regulamento Técnico - Manual de Boas Práticas de Fabricação 
para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. 
Resolução nº 481, de 23 de setembro de 1999. 
 
Ementa: Estabelece os parâmetros de controle microbiológico para osprodutos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes conforme o anexo desta 
resolução. 
 
Resolução RDC nº 162, de 11 de setembro de 2001. 
 
Ementa: Estabelece a Lista de Substâncias de Ação Conservantes para 
Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Resolução RDC nº 237, de 22 de agosto de 2002. 
 
Ementa: Aprova Regulamento Técnico Sobre Protetores Solares em 
Cosméticos. 
 
Resolução RDC nº 277, de 22 de outubro de 2002. 
 
Ementa: Amplia a proibição contida no art. 1º da RE nº 552, de 20 de abril 
de 2001, a todas as formas farmacêuticas de medicamentos antissépticos de uso 
tópico indicados para uso infantil contendo ácido bórico e dá outras providências. 
 
Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005. 
 
Ementa: Ficam estabelecidas a Definição e a Classificação de Produtos de 
Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, conforme Anexos I e II desta Resolução. 
 
Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005. 
 
Ementa: Aprova o Regulamento Técnico Listas de Substâncias que os 
Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes não Devem Conter Exceto 
nas Condições e com as Restrições Estabelecidas, que consta como Anexo e faz 
parte da presente Resolução. 
 
Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2006. 
 
Ementa: Aprova o Regulamento Técnico "lista de substâncias que não 
podem ser utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes". 
 
Resolução RDC nº 47, de 16 de março de 2006. 
 
 
 
 
 
 
13 
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Ementa: Aprova o Regulamento Técnico "lista de filtros ultravioletas 
permitidos para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes". 
 
 
 
4 MERCADO COSMÉTICO 
 
4.1 . EVOLUÇÃO 
 
A Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos 
apresentou um crescimento médio deflacionado composto de 10,7% nos últimos 
cinco anos, tendo passado de um faturamento “Ex Factory”, líquido de impostos 
sobre vendas de R$ 7,5 bilhões em 2000 para R$ 15,4 bilhões em 2005. A queda 
em dólares, US$ 3,3 bilhões em 2002 versus US$ 4,1 bilhões em 2000 e US$ 3,6 
bilhões em 2001, reflete a maxidesvalorização ocorrida em 1999, em 2001 e em 
2002. Já o crescimento em dólares em 2004 e 2005 foi influenciado pela apreciação 
do real, na média do ano, em relação ao dólar de 3,9% em 2004 e 17,7% em 2005 
(FIGURA 1): 
 
 
FIGURA 1: evolução do mercado cosmético 
 
 
 
 
 
 
 
14 
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Vários fatores têm contribuído para este excelente crescimento do Setor, 
dentre os quais destacamos: 
 Participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho; 
 A utilização de tecnologia de ponta e o consequente aumento da 
produtividade, favorecendo os preços praticados pelo setor, que têm aumentos 
menores do que os índices de preços da economia em geral; 
 Lançamentos constantes de novos produtos atendendo cada vez mais 
às necessidades do mercado; 
 Aumento da expectativa de vida, o que traz a necessidade de 
conservar uma impressão de juventude. 
 
4.2. CRESCIMENTO DO SETOR E CRESCIMENTO DA ECONOMIA 
 
Com exceção do ano 2004, o País apresentou índices baixos de 
crescimento nos últimos anos. O quadro abaixo compara a evolução do Produto 
Interno Bruto, com a da indústria em geral e com os índices da Indústria de Produtos 
de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, demonstrando que o setor 
apresentou neste período, crescimento bem mais vigoroso que o restante da 
indústria (10,7% de crescimento médio no setor contra 2,2% do PIB Total e 2,1% da 
Indústria Geral) (FIGURA 2): 
 
 
FIGURA 2: Comparação do crescimento do mercado cosmético como mercado geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
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4.3. COMÉRCIO EXTERIOR 
 
Até 1994, o país manteve superávits em sua Balança Comercial entre 10 e 
15 bilhões de dólares. Entre 1995 e 1998, com o advento do Plano Real e a 
utilização do câmbio como âncora principal para a estabilização da moeda, a 
Balança Comercial Brasileira apresentou déficits entre três e sete bilhões de dólares. 
A partir de 1999, com a introdução do câmbio flutuante, observou-se forte 
desvalorização do real e o déficit foi reduzido para 1,2 e 0,7 bilhão de dólares no ano 
seguinte. Em 2001, o real foi novamente desvalorizado, principalmente em razão à 
crise econômica na Argentina, provocando um superávit de US$ 2,7 bilhões. Seguiu-
se em 2002, outra forte depreciação do Real incrementando o superávit para US$ 
13,1 bilhões, em 2003 o superávit foi de US$ 24,8 bilhões. Em 2005, apesar da 
recuperação das importações e da apreciação do real, novo salto foi verificado no 
superávit de US$ 44,8 bilhões (FIGURA 3). 
 
 
FIGURA 3; Balança comercial brasileira geral. 
 
A próxima FIGURA (FIGURA 4) mostra a balança comercial dos produtos de 
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos nos últimos cinco anos, demonstrando 
um crescimento acumulado de 120,7% nas exportações entre 2001 e 2005, 
enquanto que as importações diminuíram 4,1% no mesmo período. O déficit 
comercial do setor, que atingiu US$ 163,1 milhões em 1997, foi sendo reduzido nos 
anos seguintes, atingindo US$ 8 milhões em 2001 e, a partir de 2002, revertido para 
resultados superavitários. Em 2005, o superávit atingiu US$ 196,3 milhões, um 
 
 
 
 
 
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crescimento de 12% sobre 2004, apesar do significativo aumento nas importações 
provocado pela apreciação do real. 
 
 
FIGURA 4: Balança comercial brasileira de produtos cosméticos 
 
 
Por grupo de produtos, as exportações brasileiras de Higiene Pessoal, 
Perfumaria e Cosméticos, apresentaram a seguinte composição em 2005 (FIGURA 
5): 
 
 
FIGURA 5: Composição dos produtos de higiene. 
 
A América do Sul tem sido o principal mercado brasileiro para os produtos 
do Setor, porém, dada a conquista de mercados não tradicionais, a participação das 
exportações para os países Sul-Americanos foi reduzida entre 2001 e 2004. O 
aumento na participação em 2005 foi provocado pela recuperação da economia 
Argentina. 
 
 
 
 
 
17 
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4.4. PERFIL EMPRESARIAL 
 
Existem no Brasil 1.415 empresas atuando no mercado de produtos de 
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, sendo que 15 empresas de grande 
porte, com faturamento líquido de impostos acima dos R$ 100 milhões, representam 
73,4% do faturamento total. As empresas estão distribuídas por região/estado da 
seguinte forma: 
 
 
FIGURA 6: Divisão do mercado produtivo de cosméticos em 2006. 
 
 
 
 
 
 
18 
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4. 5. MERCADO BRASILEIRO 
 
Em relação ao mercado mundial de Higiene Pessoal, Perfumaria e 
Cosméticos, conforme dados do Euromonitor de 2005, o Brasilocupa a quarta 
posição. É o segundo mercado em desodorantes e em produtos infantis, terceiro em 
produtos para cabelo e perfumaria; o quarto em higiene oral; o quinto em banho e 
produtos masculinos; sétimo em cosméticos (cores); oitavo em proteção solar; o 
nono em pele; e o décimo em depilatórios. 
 
4. 6. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 
 
Os produtos do setor são distribuídos através de três canais básicos: 
 Distribuições tradicionais, incluindo o atacado e as lojas de varejo; 
 Venda direta, evolução do conceito de vendas domiciliares; 
 Franquia, lojas especializadas e personalizadas. 
 
 
5 CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES GERAIS 
 
5.1 DEFINIÇÕES 
 
 Cosmecêuticos: produtos cosméticos com propriedades terapêuticas. 
Este termo não é reconhecido pela ANVISA. 
 Cosmético: originalmente, era o nome dado às substâncias naturais 
destinadas a suavizar o cabelo e dar-lhe brilho. Depois da primeira guerra, o domínio 
dos produtos de beleza aumentou e o nome cosmético tomou sentido mais amplo, 
designando toda substância de origem animal, vegetal e mineral utilizada para 
limpar, hidratar, corrigir, embelezar e proteger sem irritar, sensibilizar ou causar 
qualquer alteração fisiológica oriunda de sua permeação cutânea ou sistêmica a 
pele e seus anexos (cabelos, unhas, dedos); 
 Cosmetologia: ciência que serve de suporte à fabricação dos produtos 
 
 
 
 
 
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de beleza e permite verificar as suas propriedades, estuda as matérias-primas e os 
produtos cosméticos destinados ao embelezamento, limpeza, manutenção e 
melhoria das características do cabelo, pele e seus anexos; 
 Cosmetologista: técnico que estuda e aprimora as formulações e 
fabrica produtos de beleza, aplicando os métodos científicos determinados pela 
cosmetologia; 
 Embalagem Primária: envoltório ou recipiente que se encontra em 
contato direto com os produtos; 
 Embalagem Secundária: é a embalagem destinada a conter a 
embalagem primária ou as embalagens primárias; 
 Esteticista: profissional que sabe escolher os cosméticos, segundo as 
suas propriedades, qualidades e indicações e os aplica de acordo com as técnicas e 
métodos ligados à profissão; 
 Garantia da Qualidade: Todas as ações sistemáticas necessárias para 
prover segurança de que um produto ou serviço irá satisfazer os requerimentos de 
qualidade estabelecidos; 
 Material de Embalagem: Cada um dos elementos de acondicionamento 
que estarão no produto final conforme entrem ou não em contato com o produto, 
dividem-se em primários ou secundários; 
 Matéria-prima: Qualquer substância envolvida na obtenção de um 
produto a granel que faça parte deste na sua forma original ou modificada; 
 Prazo de Validade: tempo em que o produto mantém suas 
propriedades, quando conservado na embalagem original e sem avarias, em 
condições adequadas de armazenamento e utilização; 
 Produto a Granel: Produto que sofreu todas as etapas de fabricação, à 
exceção do envase e embalagem; 
 Produto Acabado: Produto pronto para ser colocado no mercado; 
 Produto Semiacabado: Produto obtido a partir de um envase primário, 
que necessita no mínimo de uma operação posterior antes de ser considerado um 
produto terminado; 
 
 
 
 
 
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 Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, são 
preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas 
diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos 
genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo 
exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir 
odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado; 
 Sistema da Qualidade: Estrutura organizacional de procedimentos e 
recursos para implementar a Administração da Qualidade. 
 
5.2 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS 
 
A classificação de cosméticos, produtos de higiene, perfumes e outros de 
natureza e finalidade idênticas estão baseados nos artigos 3° e 26° da Lei 6.360/76 
e artigos 3°, 49° e 50°, do Decreto 79094/77. 
Os grupos de produtos estão enquadrados em quatro categorias e 
classificados quanto ao grau de risco a que oferecem, dada a sua finalidade de uso, 
para fins de análise técnica, quanto do seu pedido de registro, a saber: 
 
A - Categorias: 
 Produto de Higiene; 
 Cosmético; 
 Perfume; 
 Produto de Uso Infantil. 
 
B - Grau de Risco: 
 Grau 1 - Produtos com risco mínimo, ou seja, são produtos de higiene 
pessoal, cosméticos e perfumes cuja formulação se caracteriza por possuírem 
propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente 
necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e 
suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto; 
 
 
 
 
 
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 Grau 2 - Produtos com risco potencial, ou seja, são produtos de higiene 
pessoal, cosméticos e perfumes cuja formulação possue indicações específicas, 
cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como 
informações e cuidados, modo e restrições de uso. 
 
Os critérios para essa classificação foram definidos em função da finalidade 
de uso do produto, áreas do corpo abrangidas, modo de usar e cuidados a serem 
observados, quando de sua utilização. 
 
Exemplo: 
 
CATEGORIA: PRODUTO DE HIGIENE 
GRUPO GRAU 
Sabonetes (líquidos, gel, cremoso ou sólido) 
Sabonete facial e/ou corporal 1 
Sabonete abrasivo/esfoliante 1 
Sabonete antisséptico 2 
Sabonete desodorante 1 
Outros a definir 
Produtos para Higiene dos Cabelos e Couro Cabeludo (líquido, 
gel, creme, pós ou sólido) 
Xampu 1 
Xampu condicionador 1 
Xampu para lavagem a seco 1 
Xampu anticaspa 2 
Creme rinse 1 
Enxaguatório capilar 1 
Condicionador 1 
Condicionador anticaspa 2 
Enxaguatório capilar anticaspa 2 
 
 
 
 
 
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Outros produtos para higiene dos 
cabelos e couro cabeludo 
a definir 
A tabela completa encontra-se na Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005. 
 
 
6 PELE/ANEXOS EPIDÉRMICOS/CABELO 
 
 
FIGURA 7: Corte da pele. 
 
 
A pele (FIGURA 7) forma a superfície externa contínua ou tegumento do 
corpo, sendo o maior órgão, constituindo quase um sexto do seu peso total. Possui 
quatro funções principais: 
 Proteção: a pele fornece proteção contra a luz ultravioleta e agressões 
mecânicas, químicas e térmicas; sua superfície relativamente impermeável impede a 
desidratação e atua como uma barreira física à invasão por microrganismos; 
 Sensibilidade: a pele é o maior órgão sensitivo do corpo e contém 
vários receptores para o tato, pressão, dor e temperatura; 
 
 
 
 
 
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 Termorregulação: em humanos, a pele é um importante órgão de 
termorregulação. O corpo é isolado contra a perda de calor pela presença de pelos e 
tecido adiposo subcutâneo (insulação). A perda de calor é facilitada pela evaporação 
do suor na superfície cutânea e aumento do fluxo sanguíneoatravés da rica rede 
vascular da derme; 
 Funções metabólicas: o tecido adiposo subcutâneo constitui um 
importante reservatório de energia, principalmente na forma de triacilgliceróis. Por 
exemplo, a vitamina D é sintetizada na epiderme. Em diferentes regiões do corpo a 
pele varia em espessura, cor, presença de pelos, glândulas e unhas. Apesar dessas 
variações que refletem diferentes demandas funcionais, todos os tipos de pele 
possuem a mesma estrutura básica. A pele espessa cobre a palma da mão e a sola 
dos pés, possui glândulas sudoríparas, mas não possuem folículos pilosos, 
músculos eretores do pelo e glândulas sebáceas. A pele delgada cobre a maior 
parte do resto do corpo, contém folículos pilosos, músculos eretores do pelo, 
glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. 
A superfície externa da pele consiste de um epitélio pavimentoso 
estratificado queratinizado denominado epiderme; sua espessura varia de acordo 
com as forças funcionais e as influências de desidratação às quais é submetida. 
A epiderme é sustentada e nutrida por uma camada espessa de tecido 
fibroelástico denso denominado derme, que é altamente vascularizada e contém 
muitos receptores sensitivos. A derme é fixada aos tecidos subjacentes por uma 
lâmina de tecido frouxo, denominada hipoderme ou camada subcutânea, que 
contém quantidade variável de tecido adiposo (FIGURA 8). 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 8: A pele. 
 
 
6.1 EPIDERME 
 
A epiderme é a camada mais externa do corpo e está em contato direto com 
o meio externo. É um epitélio queratinizado estratificado composto principalmente de 
queratinócitos, as células epiteliais especializadas responsáveis pela renovação, 
coesão e barreira da epiderme. A FIGURA 9 mostra que esta camada externa da 
pele é subdividida em cinco camadas (de dentro para fora): stratum basale, stratum 
spinosum, stratum granulosum, stratum lucidum e stratum corneum. Estas camadas 
são formadas pela diferenciação sequencial de células, migrando da camada basal 
para a superfície. A epiderme se renova a cada 14-30 dias dependendo da região da 
pele. 
 A camada basal (stratum basale) é a camada mais profunda e fica logo 
acima da derme. É a camada com a maior atividade mitótica. As camadas de células 
basais se ligam à lâmina basal (basement membrane). 
 
 
 
 
 
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 A camada espinosa (stratum spinosum) é a camada mais grossa da 
epiderme. As células nesta camada chegam por migração da camada basal, 
perdendo sua adesão à lâmina basal e se aderindo a outros queranócitos. 
 A camada granular (stratum granulosum) é caracterizada pela 
presença de grânulos de queratohialina entre os filamentos de queratina; consiste 
em 3-5 camadas de queratinócitos achatados. Esta é a camada mais superficial em 
que as células ainda possuem núcleo. 
 A camada córnea (stratum corneum) é a camada mais superficial e é 
composta de células mortas. O alto conteúdo lipídico forma uma barreira para 
retenção de água e resistência. Esta camada fornece 98% de habilidade de retenção 
de água da epiderme. A membrana plasmática se torna grossa em razão à 
deposição e ligação cruzada de proteínas, como a involucrina, ao longo da 
superfície interna para formar o envelope córneo. Estas células não possuem núcleo 
e outras organelas, mas possuem inúmeros filamentos de queratina. O stratum 
lucidum é parte desta camada. 
 
 
FIGURA 9: Epiderme e suas camadas. 
 
 
Outros integrantes da epiderme são as células de Langerhans 
apresentadoras de antígeno, os linfócitos T epidérmicos, ambos derivados da 
 
 
 
 
 
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medula óssea, os melanócitos formadores de pigmentos e as células de Merkel 
neuroepiteliais, queratinócitos modificados que possuem queratinas e formam 
ligações desmossomais de queratinócitos. 
 
6.2 DERME 
 
A derme é um tecido conectivo, irregular e denso, composto de colágeno, 
elastina e glicosaminoglicanos. É mais grossa que a epiderme, contém extensiva 
vascularização, neurônios, músculo liso e fibroblastos (FIGURA 10). É a principal 
barreira mecânica da pele. 
Sua rede de fibras elásticas funciona para suportar a epiderme e ligar à 
hipoderme. A derme contém duas camadas, a camada papilar e a camada reticular. 
 
 
FIGURA 10: Pele espessa de mamíferos. (A) Estes diagramas mostram a arquitetura da pele. (B) 
Micrografia de uma seção transversal da sola de um pé humano, corado com hematoxilina e eosina. 
A pele pode ser vista como um grande órgão composto de dois tecidos principais: a epiderme e o 
tecido conectivo que fica abaixo da epiderme, o qual consiste da derme e hipoderme. Cada tecido é 
composto de vários tipos celulares. A derme e a hipoderme são ricamente irrigadas com vasos 
sanguíneos e nervos. Algumas fibras nervosas se estendem até a epiderme. 
 
 
 
 
 
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A derme possui elementos neuronais para percepção de toque, dor, coceira 
e temperatura. Os corpúsculos de Meisser residem na camada papilar e funcionam 
como mecanorreceptores na percepção do toque. Os corpúsculos de Pacini são 
encontrados na porção profunda da derme (e na hipoderme) e são responsáveis 
pela sensação de pressão. 
 
6.3 HIPODERME 
 
A hipoderme é composta de tecido conectivo frouxo com um grande número 
de células adiposas (FIGURA 10). A hipoderme confere insulação, absorção de 
impacto, estoque de energia e flexibilidade. Também contém o maior número de 
vasos sanguíneos da pele. Muitos dos anexos epidérmicos se estendem até a 
hipoderme. Eles são uma fonte de queratinócitos quando a epiderme é destruída por 
abrasão ou queimadura. 
 
6.4 RENOVAÇÃO DA PELE 
 
A epiderme é um tecido autorrenovador: uma única célula-tronco adulta tem 
capacidade proliferativa para produzir epiderme nova suficiente para cobrir a 
superfície corpórea. Na pele de mamíferos, células-tronco epiteliais de ciclo lento 
residem em uma porção saliente do folículo piloso (bulge) (FIGURA 11). 
Estas células-tronco são multipotentes (células-tronco que têm o potencial 
de dar origem a múltiplas linhagens) e podem dar origem não só a células da 
epiderme como também a folículos pilosos e glândulas sebáceas. Estas células-
tronco presentes na saliência do folículo piloso e que migram para a epiderme vivem 
na camada (basal) mais interna. A taxa de proliferação e migração é muito acelerada 
quando a pele foi danificada e a ferida está sendo cicatrizada. 
 
 
 
 
 
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FIGURA 11: Folículo piloso de mamíferos. Observe a posição da saliência (bulge), onde as células 
tronco estão localizadas. 
 
 
6.5 A MATRIZ EXTRACELULAR - INTEGRAÇÃO DAS CÉLULAS EM 
TECIDOS 
 
Para que as células se organizem em tecidos, é necessário que haja adesão 
entre elas, de forma a manterem-se juntas. Proteínas integrais de membrana, 
chamadas de moléculas de adesão celular – CAMs (de cell-adhesion molecules) -, 
permitem adesão forte e específica de muitas células animais com células do 
mesmo tipo ou similares.Outras proteínas formam junções celulares especializadas 
que estabilizam estas interações e promovem a comunicação local entre células 
adjacentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Adesão celular 
 
As CAMs podem mediar à adesão homofílica (entre células do mesmo tipo) 
e heterofílica (entre células diferentes). A porção citossólica destas proteínas está 
normalmente conectada a elementos do citoesqueleto. Há cinco classes principais 
de CAMs: as caderinas, a superfamília de imunoglobulinas (Ig), as selectinas, as 
mucinas e as integrinas. Além das ligações estruturais, as células em tecidos estão 
em comunicação direta por gap junctions. As gap junctions estão distribuídas pela 
superfície lateral de células adjacentes e permitem a troca de pequenas moléculas. 
 
Matriz Extracelular 
 
As células animais organizadas em tecido também secretam uma ampla 
diversidade de proteínas e carboidratos, chamada de matriz extracelular – ECM (de 
Extra Cellular Matrix), criando um ambiente especial nos espaços entre as células. A 
matriz auxilia a ligação das células em tecidos e é um reservatório para muitos 
hormônios que controlam o crescimento e a diferenciação celular. A matriz também 
serve como um suporte por meio do qual as células podem se mover, especialmente 
durante os estágios primários de diferenciação. Problemas nestas conexões podem 
levar ao câncer e malformações durante o desenvolvimento. 
A matriz extracelular possui três componentes proteicos majoritários: 
 
 Proteínas estruturais: insolúveis, que proporcionam força e resistência 
(colágeno e elastina); 
 Proteínas especializadas (multiadesivas solúveis): ligação, sinalização 
(fibrilina, fibronectina e laminina); 
 Proteoglicanos: altamente viscosas e compostas de um núcleo proteico ao 
qual se ligam longas cadeias de dissacarídeos repetidos (glicosaminoglicanos), 
formando componentes da ECM altamente complexos e de alto peso molecular. 
Compostos específicos da matriz extracelular podem ativar diretamente vias 
de transdução de sinal citossólicos, ao ligar-se aos receptores de proteínas de 
 
 
 
 
 
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adesão celular na membrana plasmática. Alternativamente, pela ligação de fatores 
de crescimento e outros hormônios, a matriz extracelular pode tanto sequestrar 
estes sinais das células ou contrariamente, apresentá-los às células, assim 
induzindo ou inibindo indiretamente as vias de sinalização intracelular. 
 
Colágeno 
 
O colágeno é a principal proteína fibrosa encontrada na matriz extracelular. 
Em vertebrados, há pelo menos 27 tipos de colágenos com 42 cadeias 
polipeptídicas distintas. Todas as moléculas de colágeno consistem em três cadeias 
polipeptídicas, chamadas de cadeias, contendo pelo menos um domínio com a 
sequência Gly-X-Y, formando uma estrutura de tripla hélice característica, 
semelhante a uma trança (FIGURA 12-A). Os diferentes colágenos se distinguem 
pela habilidade das suas regiões helicoidais e não helicoidais de se associarem em 
fibrilas, formando folhas, ou de se ligarem com diferentes tipos de colágeno. 
Moléculas de colágeno fibroso (tipos I, II e III) se associam em fibrilas. Na Tabela 1 
estão descritos alguns tipos de colágeno e algumas de suas propriedades. 
 
 
FIGURA 12: Colágeno e elastina: a) Colágeno, é uma tripla hélice formado por três cadeias 
proteicas estendidas que se entrelaçam. Muitas moléculas de colágeno em forma de haste sofrem 
“cross-link” no espaço extracelular, formando fibrilas de colágeno que apresentam a força tensora do 
aço. As listas na fibrila de colágeno são em consequência à repetição regular do arranjo das 
moléculas de colágeno na fibrila. b) Cadeias polipeptídicas de elastina sofrem “cross-link”, formando 
fibras elásticas. Quando a fibra é estendida, cada molécula de elastina se desenrola em uma 
 
 
 
 
 
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conformação mais estendida, retomando espontaneamente a conformação original quando a força 
tensora é relaxada. 
 
 
Tabela 1 - Alguns tipos de colágenos e suas propriedades. 
 
 Tipo Forma polimerizada Distribuição nos tecidos 
Formação de fibrila (fibrilar) I Fibrila Ossos, pele, tendões, 
ligamentos, córnea, órgãos internos 
(90% do colágeno corpóreo) 
 II Fibrila Cartilagem, disco 
invertebral, notocorda, humor vítreo 
dos olhos. 
 III Fibrila Pele, vasos sanguíneos, 
órgãos internos. 
 V Fibrila (com tipo I) Como tipo I 
 XI Fibrila (com tipo II) Como tipo II 
Associada à fibrila VI Associação lateral 
com tipo I 
Tecidos intersticiais 
 IX Associação lateral 
com algumas fibrilas 
tipo II 
Cartilagem 
 XII Associação lateral 
com algumas fibrilas 
tipo I 
Tendões, ligamentos 
Formação de rede IV Rede tipo folhas Lâmina basal 
 
 VII Fibrilas de 
ancoramento 
Epitélio escamoso 
estratificado 
Transmembrana XVII Não conhecida Hemidesmossomos 
Outros XVIII Não conhecida Lâmina basal nos vasos 
sanguíneos 
 
A maioria dos colágenos é fibrilar e composto de moléculas do tipo I. Uma 
rede bidimensional de colágeno tipo IV é característica da lâmina basal (FIGURA 
13). 
 
 
 
 
 
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FIGURA 13: Modelo da estrutura molecular da lâmina basal. (A) A lâmina basal é formada 
por interações específicas (B) entre as proteínas de colágeno tipo IV, laminina e nidogena, e a 
proteglicano perlecan. As setas em (B) conectam moléculas que podem se ligar diretamente umas às 
outras. Há várias isoformas do colágeno tipo IV e laminina, cada uma com uma distribuição específica 
nos diferentes tecidos. Acredita-se que os receptores de laminina transmembranares (integrinas e 
distroglicanas) na membrana plasmática organizam o arranjo da lâmina basal. Somente as integrinas 
estão mostradas. 
 
 
O colágeno é secretado para a matriz extracelular na forma de procolágeno, 
que consiste em três cadeias polipeptídicas (cadeias) unidas para formar uma 
estrutura helicoidal. Na matriz extracelular, as moléculas de procolágeno 
polimerizam-se para formar o colágeno. 
As fibrilas de colágeno, compostas de diversas triplas hélices de colágeno, 
mantêm sua estrutura por meio da formação de ligações covalentes (entre as triplas 
hélices). O colágeno fibroso possui exigências estruturais específicas e é muito 
susceptível à mutação, especialmente nos resíduos de glicina. Como as cadeias de 
colágeno mutante podem afetar a função das cadeias selvagens, estas mutações 
têm um fenótipo dominante. 
 
 
 
 
 
 
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6.6 ELASTINA 
 
Moléculas de elastina formam uma rede interligada de fibras e folhas na 
matriz extracelular, particularmente na pele, pulmão e vasos sanguíneos, onde 
conferem as propriedades de estiramento e retração elástica. A elastina é sintetizada 
por fibroblastos em uma forma precursora conhecida como tropoelastina, que sofre 
polimerização no ambiente extracelular. A deposição de elastina na forma de fibras 
requer a presença de microfibrilas da glicoproteína estruturalfibrilina, que são 
incorporadas à estrutura. A FIGURA 12-B mostra detalhes da elastina. 
 
6.7 FLORA CUTÂNEA 
 
A pele é preenchida em toda sua superfície por diversos tipos e micro-
organismos, constituindo a flora cutânea. 
Ela é formada: 
 Por uma flora chamada “residente”, que existe naturalmente na 
superfície da pele. Ela é constituída por micro-organismos chamados saprófitas; 
 Por uma flora “transitória”. Os micro-organismos que a compõem são 
hóspedes acidentais da pele, cuja sobrevivência sobre o território cutâneo é fraca e 
temporária. Estes micro-organismos são chamados “contaminadores” ou também 
“patógenos”. 
 
 
A flora redente: 
 
 Localização – Na camada descamante e nos infundíbulos pilares. Pela 
necessidade de água e nutrientes para seu desenvolvimento, os locais onde eles 
encontram tais substâncias para sua proliferação são os anexos cutâneos. Portanto 
regiões com grandes quantidades de glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas 
são ideais para o desenvolvimento dos micro-organismos; 
 
 
 
 
 
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 Composição – Depende da localização e da idade. Mas em geral há 
três grandes espécies que são as propionibactérias, os estafilococos e leveduras; 
 Importância – A competição entre os micro-organismos residentes e os 
transitórios permite uma proteção relativa contra estes últimos. É, portanto primordial 
conservar a flora cutânea residente em bom estado, garantindo maior proteção 
contra a inoculação de micro-organismos patógenos. 
 
A flora transitória: 
 
São provenientes de uma contaminação. São, portanto encontrados em 
regiões “descobertas” do corpo, expostas ao meio ambiente. As principais são: 
 Estafilococo dourado; 
 Estreptococos; 
 Leveduras. 
 
6.8 ENVELHECIMENTO 
 
O envelhecimento é um processo biológico e dinâmico que ocorre desde o 
dia em que o ser humano nasce. Para as células e enzimas não seria diferente, elas 
nascem, crescem, cumprem sua função e morrem. Para isto, o organismo tem certa 
capacidade de regeneração celular, pois a pele humana é a que mais sofre com o 
envelhecimento, a pele fisiologicamente envelhecida altera suas funções de 
proteção por falta de cuidados e agressões ocorridas. 
Os tecidos gradualmente passam por mudanças de acordo com a idade, 
sendo que, na pele, essas alterações são mais facilmente reconhecidas. Atrofia 
enrugamento, ptose e lassidão representam os sinais mais aparentes de uma pele 
senil. A FIGURA 14 e 15 representa uma pele Jovem e uma pele envelhecida. 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 14: Pele jovem A pele normal repousa sobre a gordura subcutânea (g), e é 
constituída pela epiderme (e), e a derme (d). Na derme encontram-se estruturas importantes: folículos 
pilosos (fo): bulbos onde se originam pelos; fibras colágenas (verdes): que formam redes densas e 
bem ordenadas (paralelas entre si), para dar resistência à pele; fibras elásticas (azuis): mais finas e 
em menor número, permitem que a pele possa ser esticada sem se romper, retornando depois ao seu 
estado normal. 
 
 
FIGURA 15: Com o envelhecimento, as fibras colágenas (verdes) tornam-se mais finas e 
escassas; a rede formada por elas fica irregular e desordenada, perdendo resistência em alguns 
pontos. Nesses pontos, a epiderme e a parte mais alta da derme acabam desabando, dando origem 
aos sulcos visíveis na superfície da pele (há dois sulcos representados no desenho). As fibras 
elásticas (azuis), por sua vez, tornam-se mais espessas e numerosas, formando aglomerados 
desordenados que prejudicam seu funcionamento. O resultado é uma perda da elasticidade da pele. 
 
 
Há dois tipos de influência para o envelhecimento: os processos genéticos 
ou cronológicos que resume no envelhecimento intrínseco, e o envelhecimento 
extrínseco, que inclui o fotoenvelhecimento e os diversos fatores provocados pelo 
 
 
 
 
 
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meio ambientes, sendo o principal, a luz solar abundante nos horários em que os 
raios ultravioletas (UV) são mais agressivos. 
 
Envelhecimento Intrínseco 
 
Resume no envelhecimento em que todas as transformações que conduzem 
o organismo à perda da vitalidade. São alterações que acontecem desde o 
nascimento e podem ser causadas por diversos fatores, como a queda dos níveis 
hormonais, a formação de radicais livres e o envelhecimento do sistema nervoso. 
O envelhecimento intrínseco (FIGURA 16), ou cronológico é aquele 
determinado por condições genéticas e que se caracteriza por tornar a pele fina, 
frágil e inelástica, ocorrendo por volta dos 30 a 35 anos de idade. Por maiores que 
sejam os cuidados com o processo do envelhecimento, chega uma hora que a perda 
de suas funções orgânicas é inevitável. 
 
 
FIGURA 16 – Representação da mudança celular do envelhecimento intrínseco. 
 
 
 
 
 
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Neste processo, estruturalmente a epiderme se torna mais fina, os 
corneócitos se tornam menos aderentes uns aos outros, e a interface 
dermoepidérmica se achata. O número de melanócitos e células de Langerhans 
diminuem, assim também como o tecido subcutâneo em algumas áreas, 
especialmente na face, bochechas e mãos. Com a idade avançada, há uma 
degeneração e redução das fibras elásticas, tornando a matriz destas fibras mais 
opaca, e as fibrilas mais curtas e alinhadas longitudinalmente. 
Com uma exposição crônica a radiação ultravioleta pode diminuir a resposta 
imunológica, tanto nas áreas expostas ao sol como de forma generalizada ou 
sistêmica, ocorre também o aparecimento de linfócitos T supressores, o que tornará 
a pele susceptível ao desenvolvimento de tumores. 
 
 
Envelhecimento Extrínseco 
 
Refere-se ao envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento, é um 
processo biológico complexo que afeta várias camadas da pele, principalmente o 
tecido conectivo da derme. Os principais componentes do tecido conectivo são as 
fibras de colágeno, a rede de fibras elásticas e os glicosaminoglicanos. Ele é 
responsável pela maneira de alterações clínicas visíveis na pele habitualmente 
exposta ao sol, como pele áspera, alterações pigmentares e enrugamento profundo. 
Os processos externos como poluição, vento, umidade, calor, que podem 
causar lesões celulares, porém, o que mais afeta a pele é o sol. As radiações UVA e 
UVB são prejudiciais à pele e podem causar transformações celulares irreversíveis. 
A pele envelhecida pelo sol apresenta alterações na matriz do colágeno 
extracelular; também é caracterizada por ressecamento da pele, pigmentação 
irregular, rugas, redução do tecido adiposo e atrofia. Além de surgir o aparecimento 
de sulcos e flacidez, em razão ao acúmulo de material anormal na pele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Teorias do envelhecimento 
 
O envelhecimento reporta todas as alterações, que levam a uma diminuição 
nas habilidades de um organismo. Das muitas teorias sobre o envelhecimento, 
quase todas são plausíveis e possuem na sua maioria, base científica sólida. Uma 
das razõesporque não se chega a um consenso e a uma sistematização de todas 
as teorias, é a complexidade inerente ao universo vivo, não se podendo cometer a 
ingenuidade de atribuir um determinado efeito a uma só causa, pois estará a 
contrariar a noção de organismo vivo, como sistema integrado. 
Há várias teorias que explicam o processo de envelhecimento, por isso 
muitos cientistas ficam fascinados pelo estudo dos mecanismos de tal processo. 
 
 Teoria do desgaste - Esta teoria afirma que cada organismo estaria 
composto de partes impermeáveis, e que a acumulação de falhas em suas partes 
vitais levaria à morte das células, tecidos, órgãos e finalmente do organismo como 
um todo. 
 Teoria do erro catastrófico - Propõe que com o passar do tempo se 
produziria uma acumulação de erros na síntese proteica, que finalmente 
determinaria prejuízos na função celular. 
 Teoria dos radicais livres - É uma das teorias mais populares, pois, 
defende que o envelhecimento seria o resultado de uma inadequada proteção contra 
os danos produzidos nos tecidos pelos radicais livres. 
 Teoria do relógio biológico - Esta teoria foi umas das pioneiras para 
explicar o processo do envelhecimento, ela consta que cada organismo possui um 
relógio, que determina quando se inicia o envelhecimento, e marca as épocas em 
que suas características seriam mais visíveis. 
 
Alterações morfológicas e funcionais causadas pelo envelhecimento 
 
As alterações causadas pelo envelhecimento intrínseco são mais 
harmônicas, ocorrendo à diminuição da função cardiocirculatória e queda da 
 
 
 
 
 
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atividade respiratória, a pele torna-se mais delgada, e em alguns lugares enrugadas, 
ela se torna mais permeável permitindo a passagem mais rápida de micro-
organismos. As fibras de colágeno da derme tornam-se mais grossa e as fibras 
elásticas perdem parte de sua elasticidade, aumentando gordura no tecido 
subcutâneo. 
 
Alterações celulares causadas pelo envelhecimento 
 
As funções de cada célula do organismo também passam por alterações 
com o processo do envelhecimento, a função celular declina progressivamente com 
a idade, as células que vão ficando velhas têm menor capacidade de captação de 
nutrientes e reparo de danos cromossômicos, além de possuírem núcleos irregulares 
e diminuição do retículo endoplasmático. 
 
Envelhecimento X Pele 
 
Com o envelhecimento a pele começa a sofrer mudanças que modificarão 
seu aspecto. As fibras elásticas irão se alterar, ocasionando a perda da elasticidade, 
haverá uma diminuição da espessura da pele e do tecido subcutâneo, o que levará 
ao aparecimento de rugas. 
 
 Linhas de expressão 
 
As linhas de expressão (FIGURA 17) são observadas em toda a pele, sendo 
mais visível em áreas que foram expostas abundantemente à luz solar, vento e frio, 
podem ser causadas também por diminuição de nutrição e oxigenação. 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 17: A segunda representa a formação das rugas. 
 
 
O aparecimento das primeiras linhas de expressão aparece na adolescência, 
porém não são muitos visíveis. Aos 25 anos surgem linhas pequenas, finas junto ao 
sulco nasogenianos. Até cerca dos 40 anos aparecem rugas que adquirem 
dimensão média, e a partir desta idade as rugas já estão mais acentuadas e também 
há um aparecimento de rugas na área do pescoço. A face fica com aspecto de 
cansada e com rugas profundas. 
 
6.9 TIPOS DE PELE 
 
Apesar das peles parecerem semelhantes do ponto de vista anatômico, 
funcional e bioquímico, existe variações entre elas que devem ser levadas em conta 
na preparação dos cosméticos. 
Atendendo a um perfil cosmetológico, a pele dos adultos normais pode ser 
classificada, considerando os seguintes critérios: 
 Avaliação qualitativa e quantitativa das secreções; 
 Produção de sebo; 
 Grau de hidratação; 
 
 
 
 
 
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 Emulsão epicutânea2; 
 Espessura da pele. 
 
Segundo o critério de classificação a pele pode apresentar as seguintes 
características: 
 Pele normal ou eudérmica – pele ideal ou de criança, secreções 
equilibradas, emulsão epicutânea perfeita (tipo O/A); 
 Pele oleosa – espessura aumentada e bem hidratada, produção de 
sebo alterada (pH ácido), emulsão tipo A/O, aspecto oleoso (untuoso, com brilho 
acentuado), pele resistente a problemas alérgicos. Complicações comuns como 
seborreia, acne e desidratação. 
 Pele seca – secreção sebácea insuficiente, pessoas de pele muito 
clara, fina e sensível, frágil e facilmente irritável, rugas finas e precoces; 
 Pele mista – óstios3 (FIGURA 18) dilatados na região do T, secura e 
irritação nas outras áreas. 
 
FIGURA 18: Imagem do óstio. 
 
 
 
2 Emulsão epicutânea: é uma película que recobre a pele é formada pela secreção sebácea e 
sudorípara e emulgente. Também chamada de manto hidrolipídico. 
3 Óstios - poros 
 
 
 
 
 
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Recentemente foi publicado que a pele pode ter mais de quatro tipos 
básicos, porém ainda é apenas considerado como classificação na literatura estes 
supracitados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
---------- FIM DO MÓDULO I ----------

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