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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Tecnologia Departamento de Arquitetura e Urbanismo Monitoria de Desenho Técnico Vinícius da Costa Silva Corte Quando uma peça possui muitos detalhes ocultos em seu interior, as vistas ortogonais ficarão “sobrecarregadas”, pois trarão consigo muitos detalhes em linhas tracejadas, o que dificultará a sua compreensão. Nesse contexto, o corte surge como uma ferramenta para facilitar a sua interpretação. Um exemplo disso segue abaixo: Note que a vista frontal e a lateral esquerda ficaram sobrecarregadas devido às linhas tracejadas e dificilmente seria possível distinguir com clareza os detalhes dessa peça. Por outro lado, observe a mesma figura após o corte. OBSERVAÇÃO: Detalhes em vermelho na imagem acima não existem e foram colocados exclusivamente para chamar a atenção para alguns detalhes. Com o corte executado, os detalhes da peça ficaram mais claros e é possível visualizar os seus detalhes com mais clareza. Note que nesse exemplo, o plano de corte que aparece na perspectiva está representado pela linha AB na superior. Essa linha é grossa e feita de traços e pontos; ela é identificada por letras colocadas nas extremidades com setas no sentido da observação. Essas mesmas letras identificarão tal corte em uma outra vista resultante que, no exemplo, foi a frontal (observe a indicação “Corte – AB”). Fique atento! Hachuras no corte: As hachuras indicam partes maciças da peça por onde passou o plano de corte. Elas são constituídas por linhas equidistantes, com espaçamento compatível e feitas à 45° em relação ao eixo de simetria da peça. A NBR 10067 deixa em aberto o uso de linhas finas ou grossas para essa finalidade, mas dê preferência para o uso de linhas grossas. Fique atento! Nas vistas Ortogonais Seccionadas, o desenho perde a transparência, tanto no corte pleno quanto no meio corte. Ou seja, na vista resultante do corte não pode colocar linhas tracejadas (as linhas de eixo – traço, ponto, traço, ponto - fogem a essa regra e devem ser colocadas). Observe que no nosso exemplo, a vista frontal não apresenta linhas tracejadas! As demais vistas mantêm os tracejados. Fique atento! O corte pode ser reto, conforme demonstrado no exemplo anterior. Mas também pode apresentar desvios, conforme nos exemplos abaixo. Ao analisar um corte, fique muito atento por onde o seu plano está passando! Isso pode fazer a diferença entre acertar ou errar a peça, ou seja, entre seu 10 e o seu 0. Exemplo 1: Exemplo 2: Fique atento! Na representação de uma peça em vistas ortogonais pode-se fazer tantos cortes quanto forem necessários para facilitar a compreensão de todos os seus detalhes internos. Note que cada corte recebeu um nome diferente e que a vista resultante do corte carrega consigo o nome do respectivo plano de corte. Bizu: No corte pleno, a vista ortogonal seccionada resultante estará 100% regida pelo corte (A grosso modo, “o corte retirou metade da peça”). Já no meio corte, a vista ortogonal seccionada resultante estará metade regida pelo corte e a outra metade regida pela vista sem o corte (A grosso modo, “o corte retirou um quarto da peça”). Observe o exemplo: Resolução da Página 29: Passo 1: Reproduzir os “cascos” das peças (com linhas grossas): Passo 2: Desenhar o interior das peças que receberão o corte pleno (com linhas grossas). Passo 3: Desenhar as hachuras (equidistantes, com espaçamento compatível, com linhas grossas e a 45° em relação ao eixo de simetria da peça) Passo 4: Desenhar o interior e o exterior das peças que receberão o meio corte. Lembre-se de que no meio corte, metade da vista será regida pela vista ortogonal seccionada e a outra metade será regida pela mesma vista não seccionada. Na peça 2 e 4, o corte aparecerá na parte de baixo. Na peça 3, o corte aparecerá na parte de cima. Passo 5: Desenhar as hachuras (equidistantes, com espaçamento compatível, com linhas grossas e a 45° em relação ao eixo de simetria da peça) Resolução da Peça 31 pelo Meio Corte: Passo 1: Reproduzir o “casco” da peça (com linhas grossas) e marcar o plano de corte: Passo 2: Desenhar o interior da peça (com linhas grossas). Lembre-se de que na vista ortogonal seccionada, perde-se a transparência, ou seja, não é mais possível ver o que está oculto. Por isso, o cilindro marcado em vermelho não aparece no corte (o detalhe em vermelho não existe; ele foi colocado apenas para ilustrar). Passo 3: Desenhar as hachuras (equidistantes, com espaçamento compatível, com linhas grossas e a 45° em relação ao eixo de simetria da peça). Indicar o corte AA na vista seccionada. Resolução da Peça 31 pelo Corte Pleno: Passo 1: Reproduzir o “casco” da peça (com linhas grossas) e marcar o plano de corte: Passo 2: Desenhar o interior da peça (com linhas grossas). Lembre-se de que na vista ortogonal seccionada, perde-se a transparência, ou seja, não é mais possível ver o que está oculto. Passo 3: Desenhar as hachuras (equidistantes, com espaçamento compatível, com linhas grossas e a 45° em relação ao eixo de simetria da peça). Indicar o corte AA na vista seccionada. Material adaptado de: Frederico Damasceno Bortoloti. “Leitura e Interpretação de Desenho Técnico”. Disponível em: <http://www.ltc.ufes.br/fgr/05%20%20No%C3%A7%C3%B5es%20de%20Desenho%2 0T%C3%A9cnico.pdf> Fernando (UFPR). “Desenho Mecânico I – Aula 5 – Cortes e Seções”. Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/361597/>
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