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Geomorfologia Fluvial – Aula 1 (cont.) •Introdução e Conceitos básicos •O ciclo hidrológico A água circula entre três grandes reservatórios: oceanos, atmosfera e continentes. A água vai para a atmosfera pela evaporação dos oceanos e continentes (rios, lagos, solos e evapotranspiração), e deixa-a pela precipitação (chuva, neve, orvalho etc.). A água perdida pelo oceanos pela evaporação é contrabalançada pela água ganha do escoamento superficial dos continentes e pela chuva sobre os próprios oceanos. As quantidades do fluxo de água são da ordem de milhares de quilômetro cúbicos por ano. Ciclo hidrológico O Ciclo Hidrológico Evaporação Condensação Precipitação Interceptação Infiltração Escoamento Superficial Escoamento Subterrâneo Evaporação e evapotranspiração Oceanos Mares Lagos Rios Solos Vegetais Rotas e caminhos percorridos pela água dependem de: Fatores abióticos Fatores bióticos Fatores antrópicos Alterações em qualquer um dos fatores resultam em mudanças no caminho das águas. Precipitação Chuva Neve Granizo Orvalho Clima tropical: • Sazonalidade • Verão: chuvoso • Inverno: seco Interceptação A vegetação Armazenamento na copa das árvores Armazenamento no piso florestal ? ! Se a chuva excede a capacidade de armazenamento da folhagem formam-se: fluxo de atravessamento (through fall) fluxo de tronco (stem flow) A cobertura vegetal retém uma parte da chuva em suas folhagens. A água retida fica armazenada sendo, posteriormente, evapotranspirada. Serrapilheira (litter) são detritos orgânicos que recobrem o solo, formando os horizontes orgânicos do solo - O1 (detritos recém caídos e que ainda não sofreram processos de decomposição) e O2 (matéria orgânica parcialmente decomposta). A serrapilheira contribui decisivamente para amortização do impacto das gotas da chuva no solo. A água retida pela serrapilheira pode penetrar lentamente no solo, ser evaporada ou escorrer caso a quantidade seja maior que a capacidade de armazenamento. Precipitação Terminal – é a quantidade de chuva que efetivamente chega ao topo do solo. Pt = P – I = P – Ac + Asp = (At + Ft) - As Onde: Pt – precipitação terminal P – precipitação total I – intercepção Ac – armazenamento pelas copas Asp – armazenamento pela serrapilheira At – fluxo de atravessamento Ft – fluxo de tronco Movimentos da água no solo: A água, quando atinge o topo do solo pode 1 – Ser retida temporariamente em depressões do terreno (estocagem em depressões); 2 - Infiltrar; 3 - Escoar sobre o solo (overland flow ou surface runoff) Água estocada em depressões: momento 1 momento 2 estocagem em depressões fluxo superficial a acumulação inicia-se quando a intensidade da chuva supera a capacidade de infiltração do solo. Caso a chuva cesse, a água pode voltar a infiltrar ou pode ser evapotranspirada. Caso a chuva continue, a capacidade de estocagem nas depressões pode ser superada, dando inicio ao fluxo superficial. Escoamento superficial Resultante do excedente da chuva; ou Da baixa capacidade de infiltração Variáveis Características da chuva Relevo Inclinação, forma e comprimento das encostas Solo Uso e cobertura Rugosidade superficial 1 - a água atinge superfícies impermeáveis (como afloramentos rochosos, ou solos compactados), formando fluxos superficiais sem que haja infiltração de água. O fluxo superficial pode ocorrer quando: 2 - Quando a capacidade de infiltração do solo é excedida, a água excedente (a que não infiltra) começa preenche as depressões e passa a escoar sobre a superfície do solo. Geração de escoamento superficial (overland flow) - a água que começa a se acumular na superfície será retida em pequenas depressões, e o fluxo se iniciará tão logo a capacidade de armazenamento for saturada. Escoamento superficial: processos Fluxo difuso Erosão laminar Fluxo concentrado Erosão linear Infiltração Abastecimento do lençol freático Armazenamento no solo Absorção pelos vegetais variáveis Cobertura vegetal Solos Relevo Chuva Taxa de infiltração – é o índice que mede a velocidade com que a água da chuva se infiltra no solo. A infiltração é uma função da gravidade, da capilaridade e da higroscopia. Varia conforme o tipo de solo, a declividade, o tempo e a intensidade da chuva. Intensidade da chuva – determinada pela relação entre quantidade por tempo para uma área. 2 - A água infiltrada pode ficar retida no solo durante um certo tempo. Esse tempo de retenção é uma função do tipo de solo, da quantidade e tipo de poros existentes no solo e da presença e do tipo da vegetação. Microporos – água higroscópica água não disponível Microporos (poros capilares) – água capilar adsorção pela planta e/ou evapotranspiração A evapotranspiração permite o esvaziamento dos poros, principalmente os microporos, tendo importante papel no equilíbrio entre o teor de água e ar dos solos. Macroporos – água gravitativa – água que percola fc>fg fc<fg Água higroscópica – mesmo em condições do solo seco, forma uma película em torno das partículas do solo, cuja atração é maior do que a gravidade, a capilaridade e a capacidade de adsorção das plantas. Por isso é considerada como água inativa ou não disponível. Água capilar – na medida em que a água da chuva penetra no solo, vai preenchedo os microporos capilares (maiores que os higroscópicos), essa água sofre menor ação higroscópica e movimenta-se através dos microporos pela pressão exercida nas paredes dos poros (função da atração molecular na interface líquido/sólido) – onde a força é direcionada para cima (poropressão). A força capilar é muito importante no meio não saturado. Quanto menor os espaços, maior a capilaridade. A capilaridade diminui conforme aumenta a saturação do solo. A água capilar é a água que, retida no solo, fica disponível para a vegetação. fc>fg Água gravitativa – no solo molhado, a água preenche todos os macroporos e, pela ação da gravidade começa a se movimentar lentamente para baixo, percolando verticalmente até atingir o lençol freático. Se nesse percurso, ao encontrar uma camada menos permeável (anisotropia) ela passa a movimentar-se lateralmente (fluxos subsuperficiais / interflow). Como conseqüência desses comportamentos, as taxas de infiltração são mais rápidas no começo da chuva e diminuem até atingir o máximo que o solo pode absorver. Essa taxa máxima é a capacidade de infiltração, que corresponde à condutividade hidráulica real da zona molhada. A entrada de água no solo geralmente será determinada pelos poros maiores (macroporos). Estocagem no solo – haverá maior retenção quando a força capilar (fc) for maior do que a força da gravidade (fg). Transmissão no solo (condutividade hidráulica) – É maior nos solos saturados, pois haverá maior ação da fg (alta drenagem). FRANJA CAPILAR ZONA SATURADA ZONA VADOSA SOLOS ARENOSOS MACROPOROS > MICROPOROS FRANJA CAPILAR ZONA SATURADAZONA VADOSA SOLOS ARGILOSOS MACROPOROS < MICROPOROS Condições de umidade dos solos: Saturação força capilar menor Não saturação força capilar maior Quando o solo estiver próximo da saturação (capacidade máxima da infiltração), a condutividade hidráulica estará ótima. Solo saturado condutividade máxima. As taxas de infiltração variam de acordo com as características do solo. Solos de textura mais grosseira (arenosa) teoricamente têm taxas maiores do que a dos solos argilosos, porém outras propriedades afetam as taxas de infiltração, tais como agregação entre as partículas (solos argilosos que formam grandes agregados, com micro e macroporos) podem transmitir grandes quantidades de água (mais infiltração do que a esperada). Quantidades de água em movimento no ciclo hidrológico, em milhares de km3/ano (PRESS et al., 2006). E os rios????? Os rios começam a se formar pelo brotamento das águas subterrâneas, em algum ponto da encosta em que o lençol aflora em superfície. Os rios são parte do ciclo hidrológico. A água de um rio é geralmente coletada através de escoamento superficial, recarga das águas subterrâneas, nascentes, e a liberação da água armazenada em gelo natural (por exemplo, das geleiras). Os rios tendem a se organizar em sistemas de drenagem: as bacias hidrográficas. •Curiosidades wikipedianas... •O volume total da água na Terra mantém-se constante, variando ao longo do tempo a sua distribuição por fases. •Se fôssemos dividir a água do planeta - incluindo a congelada, salgada e potável - daria 7 piscinas olímpicas para cada pessoa da Terra por toda a vida, mas se dividirmos só a potável daria somente 2 litros para cada habitante do planeta por toda a vida. •Os oceanos constituem cerca de 96,4% de toda a água do planeta. Dos 3,6% restantes, aproximadamente 2,25% estão localizados nas calotas polares e nas geleiras, enquanto apenas 0,75% é encontrado na forma de água subterrânea, em lagos, rios e também na atmosfera, como vapor d'água. •84% da água que evapora para a atmosfera tem origem nos oceanos, enquanto que apenas 16% são oriundos dos continentes. •A água que usamos para beber - que está nos rios, lagos e águas subterrâneas - é menos de 0,01% da água existente no planeta. •A quantidade total de vapor de água na atmosfera é equivalente a cerca de uma semana de precipitação em todo o globo. •Num ano, a atmosfera produz uma quantidade de precipitação na Terra 32 vezes maior em volume do que a sua capacidade total de armazenamento de água. Em média, cada molécula de água evaporada fica aproximadamente 10 dias em suspensão na atmosfera antes de voltar a cair no solo. •De acordo com a Organização das Nações Unidas, no último meio século, a disponibilidade de água por ser humano diminuiu 60%, enquanto que a população aumentou 50%. •Devido às forças tectônicas, que agem no sentido de criar montanhas, a Terra não é hoje um planeta uniformemente coberto por uma camada de 3 km de água salgada. •A água é o mais importante dos constituintes dos organismos vivos, pois cerca de 50 a 90 % da biomassa é constituída por água. O seu papel nas funções biológicas é extremamente importante e diversificado, sendo necessária, por exemplo, para o transporte de nutrientes e dos produtos da respiração celular e para a decomposição da matéria orgânica, que libera a energia necessária para o metabolismo. •A chuva é um purificador atmosférico. •A água da chuva é carregada de bactérias.
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