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Veto Presidencial
	O Direito pátrio consagra o poder de veto como mecanismo inserido na técnica, teorizada por Bolingbroke (Bonavides, 2006, p. 150), de checks and balances, ou freios e contrapesos, como forma de contrabalançar a competência de elaborar leis do Congresso Nacional por parte do chefe do Poder Executivo, dentro do sistema de controle recíproco da ação dos Poderes. 
	Com efeito, Montesquieu, em De l’Esprit dês Lois, já propalava teoria com o objetivo de gerar equilíbrio entre os Poderes, discernindo a faculdade de estatuir (faculté de statuer) da faculdade de impedir (faculte d’empêcher), antecipando, destarte, a técnica dos freios e contrapesos (Bonavides, 2006, p. 150). Assim, quando o presidente da República utilizasse o veto para refrear determinado projeto de lei, o faz no uso de sua faculdade de impedir que a proposição se transforme em lei. Não obstante, a utilização dessa prerrogativa deve ser fundamentada. Duas são as justificativas para o veto: a inconstitucionalidade ou a inconveniência (Ferreira Filho, 2002, p. 221). No primeiro caso, o presidente veta o projeto por entende - lo em desacordo com a Carta Política, utilizando - se, portanto, de um critério estritamente jurídico – é o chamado veto jurídico. No segundo, serve – se de um motivo eminentemente político, envolvendo uma análise de vantagem e desvantagem. 
	Cabe ao presidente avaliar se a matéria de que trata o projeto de lei é contrária ao interesse público. É o veto político.
Características do veto
	O veto, que consiste na manifestação de dissensão do presidente da República em relação ao projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, caracteriza - se, no sistema constitucional brasileiro, por ser um ato expresso, formal, motivado, total ou parcial, supressivo, superável ou relativo, irretratável, insuscetível de apreciação judicial.
	Assim, o veto é ato expresso, ou seja, decorre sempre de uma manifestação explícita do presidente da República, uma vez que transcorrido o prazo prescrito para o veto sem a sua manifestação ocorre a sanção tácita (CF, art. 66, § 3°).
	É ato formal, visto que deverá ser exarado por escrito, com a necessária fundamentação dos motivos do veto, para encaminhamento, em 48 horas, ao presidente do Senado Federal.
	O veto deve ser sempre motivado para que se saiba das razões que levaram à discordância, se relativas à inconstitucionalidade ou à falta de interesse público, ou se por ambos os motivos. Essa exigência se faz necessária para que o Poder Legislativo possa analisar as razões que conduziram o chefe do Poder Executivo ao veto.
	O presidente da República tem a prerrogativa de vetar o projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional total ou parcialmente. Será total quando incidir sobre todo o projeto de lei e parcial quando recair sobre apenas alguns dos dispositivos da proposição.
	O veto, no Direito brasileiro, somente poderá determinar a erradicação de dispositivos constantes de projeto de lei, não sendo possível a adição ou modificação de algo no texto da proposição, sendo, portanto, somente supressivo.
	O veto é superável, relativo ou suspensivo, uma vez que não apresenta caráter absoluto, ou seja, não encerra, de forma definitiva, o processo legislativo em relação às disposições vetadas, dado que poderão ser restabelecidas pela maioria absoluta dos deputados e senadores, em escrutínio secreto, em sessão conjunta do Congresso Nacional (CF, art. 66, § 4°).
	Uma vez manifestada pelo presidente da República a discordância em relação ao projeto de lei ou a alguns de seus dispositivos e comunicada as razões do veto ao presidente do Senado Federal, não pode o chefe do Executivo se arrepender, uma vez que o veto é irretratável. Dessa forma, não se admite a desistência do veto para o objetivo de considerar- se o projeto de lei tacitamente aprovado1. 
	Por fim, o veto não é suscetível de apreciação judicial, dado que, por ser ato político do presidente da República, “é insuscetível de ser enquadrado no conceito de ato do Poder Público, para efeito de controle judicial” (Paulo e Alexandrino, 2003, p. 81). Assim, o controle judicial das razões do veto não é aceito em virtude do postulado da separação dos Poderes, cabendo, somente ao Congresso Nacional, analisar e, eventualmente, superar, os motivos do veto, mormente no que tange a alegada inconstitucionalidade.
Exemplo de veto presidencial em 2015
Dilma deixa assinado veto a financiamento privado de campanhas Eleitorais.
	Antes de embarcar para os Estados Unidos nessa quinta – feira, 24, a presidente Dilma Rousseff deixou assinado o decreto presidencial que veta o financiamento empresarial de campanhas eleitorais. O veto deve ser publicado até a próxima quarta, 30, quando se encerra o prazo para publicação da reforma política aprovada pelo Congresso Nacional no começo deste mês.
	A justificativa para o veto é a decisão do STF que, no último dia 17, julgou inconstitucional o financiamento de empresas a partidos e campanhas eleitorais. O julgamento do Tribunal foi finalizado com oito votos a três e aconteceu poucos dias depois de a Câmara dos Deputados ter aprovado texto que permitia as doações de empresas até o limite de R$ 20 milhões.
Percurso do veto presidencial:
Bibliografia
Bonavides, Paulo. Ciência Política. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
Fagundes, Miguel Seabra. Dos Efeitos do veto parcial ate a sua apreciação pelo Congresso. In: Arquivos do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, vol. 20, n. 83, p. 12 a 14, set. 1962.
Ferreira Filho, Manoel Gonçalves. O veto parcial no Direito brasileiro. In: Revista de Direito Público, v.4, n.17, p.3337, jul./set. 1971.
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,dilma-deixa-assinado-veto-a-financiamento-privado-de-campanhas-eleitorais,1768891

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