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20151124_143343_Material+de+ApoioII__Administração+tributária_Tributário+II_2013.2

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1 
 
 
 
 
M A T E R I A L D E A P O I O I I 
ADMIN ISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 
CURSO: Direito SEMESTRE: 
DISCIPLINA: Direito Tributário II – 80 h/a PERÍODO: 10º 
PROFESSOR: Antonio de Pádua Marinho Monte 
http://direitotributarioeadministrativo.blogspot.com/ 
TURNO: Noite 
ALUNO(A): 
 
 
A administração tributária é a atividade do poder público voltada para a 
fiscalização e arrecadação tributária. É um procedimento que objetiva verificar o 
cumprimento das obrigações tributárias, praticando, quando for o caso, os atos 
tendentes a deflagrar a cobrança coativa e expedir as certidões comprobatórias 
da situação fiscal do sujeito passivo” (Kiyoshi Harada, In Direito Financeiro e 
Tributária). 
De acordo com a sistemática adotada pelo CTN, o Título “Administração 
Tributária encerra três capítulos que tratam de regular, de maneira geral, a 
atuação dos três entes tributantes (União, estados/DF e municípios): 
- FISCALIZAÇÃO: regula os poderes-deveres e competências de uma maneira 
geral e com aplicabilidade a todos os tributos administrados pelo respectivo 
ente (poder de requisitar informações, de examinar documentos, de inaugurar 
procedimento fiscal etc.). Entretanto, conforme lembra o prof. Ricardo 
Alexandre (In Direito Tributário Esquematizado, Ed. Método), há se considerar 
que existem tributos essencialmente diferentes entre si, o que justifica a 
necessidade de um disciplinamento específico de poderes e competências 
especiais para as autoridades responsáveis por sua fiscalização (Ex.: fiscalização 
do imposto de importação em um porto de fronteira ou aeroporto alfandegário, 
a qual tem prerrogativas não imagináveis para um Auditor-Fiscal responsável 
pela Administração do ITR). 
- DÍVIDA ATIVA: providências executórias (“preparatórias” da execução, melhor 
definindo) contra os que não cumpriram suas obrigações fiscais. 
- CERTIDÕES NEGATIVAS: comprovação de regularidade possibilitando acesso 
aos benefícios legais etc. 
 
I – FISCALIZAÇÃO 
 
Fundamento Constitucional: Art. 145, § 1º, in fine c/c os arts. 37, XXII e 167, IV. 
 
Prerrogativa Funcional (“poder-dever”): Afastamento de quaisquer disposições 
legais excludentes ou simplesmente limitativas do poder-dever de examinar 
mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais 
dos comerciantes, industriais ou produtores,ou da obrigação deste de eximi-los, 
ainda que quando beneficiados por imunidade tributária, isenção ou incentivo 
fiscal. (art. 195/CTN). 
2 
 
 
Obrigação de manutenção e conservação de tais “registros” por até que ocorra 
o decurso do prazo prescricional (no mínimo cinco anos a contar da data do 
lançamento definitivo do tributo) – Art. 195, p. único, CTN. 
 
Súmula 439/STF – “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária 
quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da 
investigação”. 
Assim, o entendimento predominante é o de que se o sujeito passivo dispõe de 
livro(s) facultativo(s), embora não-obrigatório(s), uma vez detectado existência 
pelo agente fazendário, deverá(ão) ser(em) disponibilizado(s) para averiguação 
fiscal. 
 
Atribuição do poder de REQUISITAR (não é solicitar, pedir) a determinadas 
pessoas (listadas não exaustivamente) todas as informações de que disponham 
com relação aos bens/negócios/atividades de terceiros, resguardado o sigilo 
profissional imposto em lei específica (art. 197 e p. único, CTN). 
 
A questão do sigilo fiscal (pendente de apreciação pelo STF1) – Lei 
Complementar nº 105/2001, art. 6º - “As autoridades e os agentes fiscais tributários da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar 
documentos, livros e registros de instituições financeiras, quando houver processo 
administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados 
indispensáveis pela autoridade administrativa competente”. 
 
A União regulamentou (Decreto n.º 3.724/2001) a matéria e, em face de 
procedimento fiscal (MPF) instaurado contra o contribuinte, as autoridades 
legitimadas (Coordenador-Geral da Secretaria da Receita Federal, 
Superintendente, Delegado ou Inspetor) poderão valer-se de tal prerrogativa, 
delegando poderes ao auditor-fiscal designado para os trabalhos. 
 
Requisição (requisitar = pedir com de forma vinculante, ordenando) de ‘força 
pública’ (auxílio policial) federal/estadual/municipal por qualquer agente 
fazendário que dela necessitar – art. 200/CTN. (Exs.: embaraço qualquer, 
desacato ou impedimento à ação fiscal por parte do sujeito passivo). 
 
CESPE (Delegado da Polícia Federal/2004): “Após regularmente intimado pela 
autoridade administrativa para apresentar a documentação fiscal da empresa, 
os sócios não atenderam à notificação no prazo de 15 dias. Em razão disto, os 
agentes da fiscalização requisitaram auxílio policial, adentrando o 
estabelecimento comercial, onde, imediatamente, passaram a apreender notas 
fiscais e documentos de controle paralelo. Com tal documentação, e em virtude 
da fraude descoberta, o lançamento tributário veio a ser realizado”. Aventou-se 
na questão que “a autoridade policial não poderia negar o auxílio requisitado, já 
 
1
 ADI’s n.ºs 2.386 e 2.397 (apensadas à ADI 2.390) e ADI 2.406 (apensada à ADI 2.389) 
3 
 
que ocorreu embaraço à fiscalização”. O item foi considerado errado, pois, o 
poder de requisição deve ser interpretado, ‘pautado’, em consonância com as 
garantias (constitucionais) individuais, dentre elas, a da inviolabilidade do 
domicílio (considerado o estabelecimento comercial como extensão do 
domicílio do sócio – “casa” inviolável, exceto quanto às situações previstas 
extraordinariamente pela CF/88, art. 5º XI). 
 
Deveres das autoridades fiscais (outros podem ser previstos conforme a 
legislação procedimental de cada ente tributante), no intuito de prestigiar, 
dentre outros valores jurídicos consagrados, à segurança jurídica, à isonomia 
(art. 150, II, CF) e à capacidade contributiva (art. 145, §1º, CF): 
a) Dever de documentar o início do procedimento (art. 196 e p. único, CTN); 
b) Dever de manter o sigilo (art. 5º, X e XII, CF/1988), o qual comporta taxativas 
exceções (art. 198/CTN). Obs.: transferência de sigilo (art. 198, §§ 1º e 2º, CTN); 
e, possibilidade de divulgação geral (até na própria imprensa) das informações 
(art. 198, § 3º, CTN, acrescido pela Lei Complementar 104/2001). 
 
O dever imposto à autoridade fazendária de documentar o início dos 
procedimentos fiscais tem extremada relevância para: a) efeitos da antecipação 
do termo “a quo” do prazo decadencial (art. 173, p. único – CTN); e b) 
afastamento da espontaneidade da denúncia (art. 138, p. único – CTN). 
 
Possibilidade de permuta das informações sigilosas entre as Administrações 
Tributárias – Art. 199/CTN – “norma de eficácia limitada”, pois depende de “lei 
ou convênio”. 
 
II – DÍVIDA ATIVA 
 
A dívida do sujeito passivo (olhando pelo “lado” da Fazenda pública) é um ativo 
(contábil), um título a ser executado, pois, o principal objetivo da inscrição de 
um crédito tributário (ou não) na dívida ativa é exatamente extrair o título 
executivo que vai aparelhar (“instruir”) a ação de execução fiscal a ser ajuizada 
pelo Estado na busca de satisfação de seu direito. 
 
“Dívida Ativa Tributária” - art. 201 / CTN 
 
Presunção relativa de “liquidez” e “certeza” c/c efeito de prova pré-constituída 
da existência de débito da CDA (Certidão de Dívida Ativa) – Art. 204 / CTN. 
 
Deflagra a situação do artigo 185/CTN (presunção absoluta de fraude na 
alienação ou oneração de bens ou rendas), além da presunção relativa de 
certeza e liquidez do crédito tributário regularmente inscrito. 
 
Requisitos (formais/materiais) necessários (“termo de inscrição”) para aspresunções acima, embora de forma relativa – art. 202/CTN 
4 
 
 
Omissões (formais/materiais), nulidade(s) no título executivo (CDA) que o 
anula(m), inclusive o processo executivo judicial – Art. 203/CTN (art. 2º, §8º, Lei 
6830/80 - LEF). 
 
A CDA (Certidão de Dívida Ativa) é título executivo extrajudicial – art. 585, VII, 
CPC. Ela deve reportar-se ao Termo de Inscrição em dívida ativa e é extraída do 
Livro da Dívida Ativa (cadastramento manual, mecânico ou eletrônico - digital). 
 
 
Súmula 392 (STJ) – “A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa 
(CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de 
erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução”. 
 
III – CERTIDÕES NEGATIVAS 
 
Representam a regularidade fiscal do contribuinte perante àquela 
administração tributária que as emite. Documento, portanto, apto à 
comprovação de inexistência de débito de determinado contribuinte, de 
determinado tributo ou relativo a determinado período – art. 205/CTN. 
 
Certidões Positivas com efeito de Negativas (art. 206/CTN) – situações de 
suspensão da exigibilidade de tributo lançado (e vencido), ou de execução já 
garantida, ou, ainda, de tributo que ainda não venceu, mas já lançado. 
Portanto, são emitidas em três situações, a saber: 
a) Créditos ainda não vencidos; 
b) Créditos em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a 
penhora (STJ – REsp 328.045/SC); ou, ainda, 
c) Créditos com exigibilidade suspensa (art. 151/CTN). 
 
Dispensa da apresentação de certidão negativa para evitar caducidade de 
direito (art. 207/CTN) – O dispositivo enseja controvérsia, por causa da 
expressão “todos os participantes no ato”. 
 
Sabbag (In Manual de Direito Tributário) leciona: 
“Caso haja necessidade de prática de ato indispensável à caducidade ou 
perecimento de direito, dispensar-se-á a certidão negativa, independentemente 
de disposição legal autorizativa. Um bom exemplo se dá quando a empresa, 
desejosa de participar de procedimento licitatório, vê-se na iminência de perder 
os prazos fatais que lhe são impostos, sendo assim, desabilitada, quando não 
consegue obter o documento atestatório de inexistência de débitos que 
necessita, por motivos vários, v.g., greve dos servidores do Fisco. Admite-se, 
neste caso, a participação do procedimento sem a posse do documento. 
Todavia, o preceptivo prevê a diluição da responsabilidade entre os 
5 
 
participantes do ato, que poderá ser destinatários do tributo, juros e multas, 
exceto quanto àquelas de caráter pessoal (art. 134, parágrafo único, CTN). Frise-
se que os ‘participantes do ato’ são os contratantes, e não as testemunhas ou o 
oficial público que o lavrar”. 
 
Responsabilidade pessoal (sem prejuízo da funcional e criminal) face à 
expedição de certidão com erro (somente mediante conduta dolosa ou 
fraudulenta por parte do servidor) – Art. 208/CTN. A doutrina critica tal 
dispositivo por entender que seria consentâneo ao ideal de justiça 
responsabilizar solidariamente o servidor fazendário (junto com o contribuinte); 
e não, pessoalmente, de forma a afastar o ônus do sujeito passivo desonesto. 
 
ESAF/2001 (Agente Fazendário Estadual - PI). “O funcionário que expedir 
certidão negativa com dolo ou fraude, contendo erro contra a fazenda pública, 
será pessoalmente responsável pelo crédito tributário e juros de mora, não se 
excluindo a responsabilidade criminal e funcional que no caso couber”.

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