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Por dentro do Planeta Nike
Tênis inspirados em pontes. Laboratórios que aplicam tecnologia espacial. Funcionários livres para treinar a qualquer hora do dia. Como a maior empresa de esportes do mundo trabalha e inova
Edson Porto, de Beaverton (Oregon)
A NIKE EM NÚMEROS
>>> FUNDAÇÃO_Janeiro de 1964
>>> FATURAMENTO_US$ 19,1 bilhões
>>> FUNCIONÁRIOS_34 mil
>>> PAÍSES EM QUE ATUA_Mais de 160
>>> ESCRITÓRIOS PELO MUNDO_75
>>> FÁBRICAS CONTRATADAS_Cerca de 700
>>> LOJAS PRÓPRIAS_674
>>> PARES DE TÊNIS POR ANO_300 milhões
A americana Nike pertence àquele escasso time de companhias reputadas por revolucionar o setor em que operam. Maior fabricante mundial de artigos esportivos, a Nike foi pioneira no movimento de terceirização da produção, que acabou por se tornar um padrão global. Sem fábricas próprias, a empresa passou a se concentrar na inteligência de marketing, design e inovação. Também transformou sua marca em um ícone mundial ao casar cultura popular com esportes e elevar o culto ao atleta a um ponto nunca antes imaginado. Nesse processo, criou o marketing esportivo moderno e produziu uma legião de milionários. Por trás dessas decisões havia sempre a cabeça do fundador, Phil Knight. Conta-se que quando Knight assistiu a Tiger Woods, então com 20 anos, vencer pela terceira vez seguida o campeonato amador de golfe dos Estados Unidos, em 1996, comentou: “Espero que a gente contrate esse garoto. Senão, espero que ele vire médico”.
Embora Woods estudasse economia na Universidade de Stanford, Knight acabou sendo responsável por tornar qualquer preocupação acadêmica do jogador uma questão supérflua: dias depois da vitória, ele pagou US$ 40 milhões para fechar um contrato de cinco anos com o atleta. Muitas vezes descrito como genial, enigmático, idiossincrático, competitivo e imprevisível, Phil Knight construiu, em quatro décadas, seu império esportivo com tacadas como essa. A simbiose entre empresa e criador é tão profunda que por três vezes Knight flertou com a aposentadoria, mas teve de retomar as rédeas para mudar o rumo e salvar a companhia do desastre. Por muito tempo, especulou-se que a Nike jamais sobreviveria à sua partida. 
POR MUITO TEMPO ESPECULOU-SE QUE A NIKE NÃO SOBREVIVERIA À PARTIDA DE SEU FUNDADOR PHIL KNIGHT. SEU SUCESSOR, O CEO MARK PARKER, MUDA ESSA PERCEPÇÃO
O executivo que está mudando essa percepção é Mark Parker, 54 anos. Um veterano que ingressou na companhia em 1979, Parker completa agora em janeiro quatro anos como o número 1 da Nike. “Phil Knight é um ícone, não só para a Nike mas também para o mundo dos esportes”, afirma Parker. E quão desafiador tem sido substituir um mito? “Eu vejo menos como um desafio e mais como uma oportunidade de continuar a cultivar uma cultura que é incrivelmente especial e poderosa”, diz Parker, em sua sala repleta de objetos, brinquedos, quadros e fotos no QG da companhia em Beaverton, uma pequena cidade ao lado de Portland, no estado de Oregon. Alto e esguio, ele parece ser uma síntese de seu chefe Knight, hoje na presidência do conselho de administração, e do outro sócio fundador da Nike, o técnico de corridas Bill Bowerman, já morto, e tido como o primeiro grande inovador da empresa. Assim como Knight, Parker foi um corredor apaixonado, na juventude, que gostava de percorrer grandes distâncias. Tiago Pinto, diretor de marketing da Nike do Brasil, diz que uma das cenas mais marcantes para ele quando trabalhou na matriz, por dois anos, entre 2006 e 2008, era ver o CEO frequentar uma trilha de corrida famosa ao lado de muitos funcionários. “Depois do treino ele se reunia na lanchonete conosco, com o barro cobrindo suas pernas.” Recentemente, Parker trocou as corridas pela bicicleta devido a um problema nos joelhos. Mas além dos vínculos com o esporte, ele possui um longo currículo na área de inovação.
APENAS FAÇA
Da entrada, onde está destacado o célebre slogan Just Do It, até as trilhas de corrida, nas quais realiza competições, a Nike transpira esporte o tempo todo
	
O PODER
Cercado por obras de arte, o CEO, Mark Parker, em seu escritório. Na página ao lado, Phil Knight, fundador e presidente do conselho da companhia, em foto de 1986
UM HOMEM DE PRODUTOS
Ainda estudante de administração na Universidade da Pensilvânia, Parker costumava mexer em seus tênis, adicionando espuma nos solados e criando proteções com neoprene nas meias. Empregado como designer, trabalhou ao lado de Bowerman e desde então se envolveu diretamente em dezenas de projetos. O mais decisivo foi a criação do Air Jordan, lançado em 1985 como o tênis do então desconhecido jogador de basquete Michael Jordan, que se tornou o maior sucesso de vendas da história da Nike. Parker foi também responsável pela implementação do primeiro laboratório de pesquisas esportivas, em 1980, e é visto internamente acima de tudo como um homem de produto. Com frequência vai aos centros de inovação para questionar o que está sendo desenvolvido ou apontar os projetos promissores. “Ele é provavelmente um dos melhores gestores de produtos que existe”, afirma o designer Jay Meschter, uma das principais estrelas criativas da Nike.
Em uma empresa que costuma mudar os gestores de função a cada dois ou três anos, para incentivar uma visão global do negócio, Parker ocupou 12 posições antes de chegar a CEO. Em 2001, assumiu a copresidência de marcas, ao lado do colega Charles D. Denson. Tinha-se como certo que um dos dois seria o próximo comandante. Mesmo com toda essa experiência, só chegou ao topo depois de um imprevisto. Em 2004, Knight decidira mais uma vez sair de cena, após perder um dos dois filhos num acidente de mergulho. Foi buscar um sucessor no mercado, por acreditar que a Nike precisava de sangue novo e um currículo que misturasse bom desempenho financeiro com a habilidade para controlar múltiplas marcas. A escolha recaiu sobre o executivo William Perez, cuja carreira foi construída na SC Johnson, fabricante de material de limpeza. Knight via nele a combinação entre a experiência profissional e um perfil de quem entendia o que era uma companhia com uma cultura insular. Foi provavelmente um dos julgamentos mais equivocados de Knight. Ao perceber que Perez não conseguiria se integrar ou entender o que faz a Nike ser o que é, ele se voltou para Parker.
Knight criou na empresa uma cultura extremamente informal, baseada nos princípios de ampla autonomia e responsabilidade. Os funcionários podem coordenar os próprios horários e treinar a qualquer momento do dia. Jogos e aulas de ginástica são constantes e as academias nunca estão vazias. “Participei de muitas reuniões fazendo ginástica”, diz Cristian Corsi, presidente da Nike do Brasil, que viveu em Portland entre 2002 e 2003. Uma das áreas centrais do campus da empresa é dominada por dois gramados de futebol profissionais, batizados de Ronaldo Fields, em referência ao jogador brasileiro que até hoje é um dos atletas mais importantes da Nike. Os campos formam uma pequena parte da estrutura. Há ainda um terceiro campo de futebol, uma pista oficial de corrida e quadras de tênis e basquete, além de duas modernas academias de ginástica.
A NIKE DÁ AUTONOMIA E COBRA RESULTADOS DOS FUNCIONÁRIOS. ELES FAZEM SEU HORÁRIO E PODEM TREINAR A QUALQUER HORA EM DUAS ACADEMIAS
O desenho desses espaços físicos não é aleatório e se reproduz em menor grau nas principais filiais pelo mundo, incluindo a brasileira. A intenção é cultivar o espírito de um negócio feito por esportistas para esportistas. A lógica é simples: como atletas ou apaixonados por esportes, os funcionários vão conseguir entender melhor as necessidades e os desejos do consumidor. Um exemplo de como essa atenção gera frutos é um modelo inovador de tênis batizado de Nike Free. Em conversas com treinadores e colegas de corridas, os designers descobriram que alguns deles utilizavam um método de treinamento pouco comum: correr descalços sobre a grama. Os adeptos afirmavam que isso os fortalecia e ajudava na prevenção de lesões. A teoria foi testada à exaustão no laboratóriode pesquisas esportivas e, quando se concluiu que de fato havia benefícios, foi dada a partida na produção.
Knight, que por vezes se comunicava com acenos de cabeça e frases enigmáticas, era adepto de um estilo radical de delegação. Cevou a fama de escolher as pessoas certas para os postos certos, e depois sair da frente. Scott Bedbury, consultor e autor de O Novo Mundo das Marcas e ex-executivo responsável por um dos slogans mais relevantes da história da propaganda, o Just Do It (algo como Apenas Faça), conta que ao assumir o posto de diretor de publicidade corporativa, em 1987, descobriu que vigorava na empresa uma forte cultura oral, com pouquíssimos documentos que pudessem ajudá-lo a montar uma estratégia. “Qual a coisa mais importante que posso fazer por você neste momento?”, perguntou ao chefe, durante uma reunião. Knight respondeu: “Faça coisas grandes”. Ao que Bedbury replicou: “Mas e se eu por acaso cometer um erro?”. Knight disse que ele não deveria se preocupar com isso: “Só não cometa o mesmo erro duas vezes”.
Segundo Margaret Gilliam, analista de mercado que monitora a Nike desde a abertura de seu capital, em 1980, Parker é um sujeito muito identificado com a cultura da Nike. “Não está reinventando a roda, mas aperfeiçoando-a”, diz. É um CEO incumbido de liderar uma reestruturação às avessas: está radicalizando, em vez de mudar práticas tradicionais da empresa. Uma delas é a obsessão pelo contato com os consumidores, a quem os funcionários sempre se referem como atletas. Parker substituiu as antigas divisões de produtos – calçados, roupas e acessórios – por seis categorias: futebol, basquete, corrida, esportes de ação, roupas esportivas e itens para mulheres. Essas áreas ganharam autonomia e funcionam hoje virtualmente como núcleos, com equipes dedicadas de designers e pessoal de marketing, vendas e promoções. Parker também cortou 5% da mão de obra direta, ou 1,75 mil pessoas, e reorganizou as regiões geográficas. O corte atingiu principalmente camadas intermediárias de gerenciamento e diminuiu a distância entre o topo e a base. O número de regiões cresceu de quatro para seis, com a criação de áreas exclusivas para a China e o Japão, que não existiam, e um agrupamento de países de mercados emergentes, do qual o Brasil faz parte. Com isso, o caminho das principais filiais até o topo também foi encurtado.
Ao ganhar agilidade, diversidade e ampliar a conexão com o mercado, Parker diz que espera alimentar com ideias a estrutura de inovação da Nike e mantê-la como uma fábrica de novidades em todas as áreas, dos produtos ao marketing. “Quero tornar a companhia ainda mais competitiva e relevante, por estar mais conectada aos atletas. E usar o conhecimento que nasce desse processo em inovações”, afirma Parker. (Leia a entrevista.)
TRABALHO E SUOR
Cristian Corsi, presidente da Nike do Brasil na sede em Alphaville (SP), que, a exemplo da matriz, foto abaixo, é ambientada com murais e imagens de atletas que contam a história da empresa. Acima, o cofundador Bill Bowerman trabalha em um tênis
CRIATIVOS
Michael Donaghu e Jay Meschter são diretores da chamada Cozinha da Inovação e responsáveis por algumas das mais importantes criações lançadas nos últimos anos. Tudo o que inventam passa pelo crivo de testes exaustivos no laboratório de pesquisas
INOVAÇÃO RADICAL 
Seus executivos sabem que a abertura de canais cada vez mais sofisticados de conexão com os consumidores não terá o retorno esperado se a empresa não for capaz de produzir inovações contínuas. É por isso que um prédio do campus de Beaverton que homenageia Mia Hamm, jogadora campeã de futebol, ocupa um espaço prioritário na estratégia da corporação. É nesse edifício que palpita o centro nervoso dos processos de inovação da Nike. Ali ficam os designers, as bibliotecas de materiais, um laboratório de tendências e os principais centros de pesquisa e desenvolvimento.
O mais importante laboratório foi batizado de Cozinha da Inovação. É onde surgiu a maioria das novidades relevantes geradas nos últimos anos. E é também um dos redutos mais secretos e reclusos do campus, o que não é pouco, para uma empresa que proíbe fotos em 75% dos prédios de sua sede. A entrada é vetada até para funcionários de outras áreas. Clientes só podem entrar na Cozinha depois de assinar um contrato de confidencialidade.
PARKER FOI INCUMBIDO DE UMA REESTRUTURAÇÃO ÀS AVESSAS: RADICALIZAR A CULTURA, EM VEZ DE MUDAR PRÁTICAS TRADICIONAIS
Descrito como um local caótico, repleto de computadores, bancadas de trabalho e vários tipos de equipamentos industriais utilizados na produção de calçados e vestuários, o laboratório começou a ser idealizado em 1999, ano em que morreu Bill Bowerman. Embora já não fizesse parte do dia a dia, ele era tido na Nike como o primeiro grande inovador e uma espécie de força inspiradora. Além disso, no mesmo período, Phil Knight estava em uma de suas tentativas de aposentadoria e os problemas se acumulavam. A Nike patinava depois de mais de uma década de desempenho espetacular. Do ponto de vista criativo, havia um vazio de lançamentos, e a morte de Bowerman acabou sendo um catalisador. “Ficou evidente que não estávamos inovando no nível que deveríamos”, afirma o designer Jay Meschter. O centro foi criado para juntar talentos que estavam dispersos e estimular saltos radicais de inovação. “Decidimos que deveríamos colocar tudo junto e ampliar a abordagem”, diz Michael Donaghu, diretor global de inovação da Nike. Antes da Cozinha, o processo de trabalho estava fragmentado entre departamentos e áreas operacionais. “Nossa intenção era fazer menos do que chamamos de inovação sequencial, quando o laboratório faz uma coisa, o engenheiro faz outra e assim por diante”, diz Donaghu. O grupo inicial de pesquisadores, formado por 25 profissionais (hoje são 75), tinha licença para arriscar e errar. Uma regra não escrita da Cozinha é que todos que ali trabalham precisam gastar parte de seu tempo sonhando.
Na estrutura da matriz, o laboratório opera como área de apoio às várias categorias de esportes, vinculando a cada modalidade um especialista. Mas, numa empresa que lança até 1,8 mil produtos por trimestre, em mais de 160 países, os pesquisadores da Cozinha não poderiam ser responsáveis por todas as novidades que chegam às prateleiras. Sua função principal é definir o futuro e ajudar a refinar processos de inovação de outras áreas. Nessas tarefas, um dos maiores parceiros é o Laboratório de Pesquisas Esportivas, que fica no mesmo prédio.
UMA DAS REGRAS NO CENTRO DE INOVAÇÃO É QUE TODOS DA EQUIPE TÊM DE GASTAR UMA PARTE DE SEU TEMPO SONHANDO E PENSANDO EM CONSTRUIR O FUTURO
 
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DETALHES
Com um molde do pé da tenista Maria Sharapova na mão, o diretor do laboratório de pesquisas esportivas Mario Lafortune explica como seus equipamentos medem com precisão os movimentos humanos
UM TÊNIS PARA CADA PÉ 
O Lab, como é chamado internamente, emprega 25 cientistas em tempo integral (oito deles Ph.Ds.) e ocupa uma área de 1,5 mil m2. Nele é possível testar praticamente tudo o que se queira saber sobre a biomecânica ou a fisiologia do corpo humano, de acordo com seu diretor, o canadense Mario Lafortune. O centro do laboratório é dominado por uma pista de corrida de 70 metros, equipada com câmeras que captam até 2 mil enquadramentos por segundo e são capazes de gerar imagens tridimensionais utilizadas para analisar os movimentos de um corredor. No ambiente envidraçado do laboratório, chama a atenção um gramado artificial usado para testes de futebol e uma quadra de basquete. Na câmara ambiental, que se assemelha a um frigorífico, é possível reproduzir a temperatura, a umidade e a luz do sol de qualquer parte do planeta.
Em meio a tanta tecnologia, um dos xodós de Lafortune é uma caixa preta com um furo no topo para colocar o pé. O equipamento foi desenvolvido em parceria com diferentes universidades. Com aparência de um caixote sem graça, oculto em seu interior há um equipamento de laser e oito câmeras minúsculas, quegravam em detalhes milimétricos as dimensões de um pé e transmitem essas informações para uma máquina de modelagem. “Podemos obter em três horas um molde perfeito do pé de qualquer pessoa”, afirma Lafortune, ao apontar o de Maria Sharapova, a celebrizada tenista russa patrocinada pela Nike.
Atualmente, há duas grandes tendências nos planos estratégicos em curso. A primeira é o que os pesquisadores chamam de tecnologia sensorial, da qual o NikePlus é um exemplo preliminar. À primeira vista, o sistema não passa de um pequeno sensor que, ao ser colocado no tênis, permite a comunicação com um iPod, o tocador de música da Apple, ou com um relógio de pulso, para registrar a velocidade média e a distância percorrida pelo corredor. Até esse ponto, ele não apresenta nenhuma grande novidade em relação a produtos que já existiam. O que transformou o NikePlus em uma sensação foi a possibilidade de transferir os dados para um site, que rapidamente se tornou uma enorme comunidade de corredores.
NA SEDE, É POSSÍVEL IDENTIFICAR AS DIFERENTES TRIBOS POR SUAS ROUPAS E TATUAGENS. CULTIVAR A DIVERSIDADE FAZ PARTE DA ESTRATÉGIA DA NIKE
Nele, os usuários trocam mensagens, participam de competições virtuais, recebem dicas de corrida e até discutem sobre músicas para embalar os exercícios. Essa combinação atraiu até agora 2 milhões de usuários. Para a Nike, a experiência ajudou a vender produtos e também se transformou em um case exemplar do marketing que ela está buscando, já que ajuda a fidelizar clientes e divulgar a marca com custos muito baixos. Além de tudo isso, o site é um ponto de contato direto com os consumidores. “Essa é uma área em que o desenvolvimento está apenas no início”, diz o designer Jay Meschter. “Uma das grandes questões para nós é como vamos interagir com todos os computadores e games que estão por aí.”
A outra área de desenvolvimento é uma espécie de santo graal do mundo dos calçados esportivos: a customização em massa. A maioria das companhias desse setor – incluindo a própria Nike e a rival Adidas – tem perseguido essa ideia há décadas. O mais perto que a Nike chegou desse desejo pode ser visto nos estúdios ou no site do programa NikeID, que permite às pessoas customizarem as cores e os detalhes de centenas de itens do catálogo. Mas o plano de customização que está sendo cozinhado na Nike é o de um calçado para cada pé. Seus pesquisadores afirmam ter encontrado uma maneira de viabilizá-lo graças a um novo sistema batizado de Flywire. Essa tecnologia consumiu sete anos para ser desenvolvida e se inspirou em pontes suspensas. Em vez de se apoiar em camadas de tecidos para estruturar o calçado, o sistema usa a costura de fios finos e super-resistentes. Além de permitir a combinação de leveza com resistência, o Flywire utiliza um método de produção com máquinas de costura automatizadas – fabricar calçados ainda é uma atividade de mão de obra intensiva. “Estamos analisando modelos que têm grande precisão e autonomia, o que pode gerar uma flexibilidade de produção que não existe atualmente”, afirma Meschter. Em uma indústria muito automatizada, o sonho da customização se torna mais fácil.
MALHAÇÃO
Funcionários se exercitam na maior academia da matriz, que leva o nome de Lance Armstrong, supercampeão do ciclismo
MEMÓRIA
A história corporativa é lembrada em estátuas como a de Michael Jordan (à dir.), em pôsteres ou no nome dos prédios. O que homenageia o corredor Prefontaine é uma mistura de templo e museu
ESPORTE, ESPORTE, ESPORTE
A consciência de que está mudando para manter tudo como está fez com que o centro da estratégia de Parker seja reforçar as principais características da Nike, a começar pelo culto ao esporte. Na sede, parte das vagas do estacionamento leva nomes de atletas, incluindo os de Romário e Ronaldo. Cada um dos 17 edifícios espalhados em mais de 370 mil m2 do QG são batizados em homenagem a esportistas ou treinadores. O prédio que abriga os escritórios dos principais executivos reverencia John McEnroe, o histriônico tenista dos anos 70. O centro de convenções se chama Tiger Woods e a maior academia de ginástica homenageia o ciclista Lance Armstrong. Nos corredores cobertos que ligam alguns desses prédios, a cada coluna é possível ver uma placa de bronze com personagens importantes da história corporativa, na maioria atletas. Nas áreas internas, dos halls de entrada aos corredores, isso se repete. É praticamente impossível olhar para qualquer lado e não deparar com uma foto, um pôster, um aparelho de televisão ou uma peça de memorabilia que lembre ao visitante que se está em um templo dedicado a esportistas. “Para quem gosta de esportes, ir para o trabalho é como ir para a Disneylândia todos os dias”, brinca Jayme Martin, vice-presidente para mercados emergentes. A reorganização por modalidades esportivas, implementada nos últimos anos, reforçou essa ligação dos funcionários com seus esportes. Também ampliou a necessidade de diversificação e flexibilização. Ao andar pelo campus ou almoçar num de seus refeitórios é possível identificar, a distância, as diferentes tribos da Nike. O pessoal ligado a esportes de ação pode ser localizado pelas roupas largas e descoladas, piercings e tatuagens. Os corredores se vestem de maneira mais contida e andam normalmente com agasalhos da marca. Os jogadores de golfe são os mais chiques. Mas a roupa não é a única diferença entre os grupos. Suas rotinas também variam bastante.
A NIKE EXPLORA A MITOLOGIA ESPORTIVA, CONSTRUINDO HERÓIS E CONTANDO SUAS HISTÓRIAS. FOI COM ESSE ARQUÉTIPO QUE PROJETOU UMA MARCA DE SUCESSO
FUTEBOL E HIP-HOP 
Como diretor de design para a área de futebol, o britânico Andrew Caine passa parte de seu tempo viajando para conversar com jogadores e acompanhar os jogos. “Precisamos encontrá-los para saber como podemos melhorar as chuteiras e entender suas necessidades”, diz Caine. Já a agenda de um grupo de profissionais da divisão de esportes de ação, que visitou o Brasil em dezembro passado para discutir tendências, incluía um show de hip-hop e passear de skate à noite pela capital paulista. O funcionário brasileiro que recebeu o grupo não tem horário fixo. “Isso é normal na Nike”, diz o presidente da subsidiária brasileira, Cristian Corsi. “Temos de nos conectar com o mundo que queremos atingir. Se esse mundo acontece na balada ou na rua, não faz sentido ter alguém que chegue às 8 horas e saia às 17.”
NA DÉCADA DE 80, AS CAMPANHAS COM MICHAEL JORDAN E O SLOGAN JUST DO IT COLOCARAM A COMPANHIA NO IMAGINÁRIO POPULAR DO PLANETA
Com essa proximidade, a marca pretende também recuperar sua força nos segmentos em que perdeu a aura de invencibilidade. Um deles é o dos calçados de corrida de alta tecnologia. A despeito de dominar as vendas mundiais dos modelos esportivos, com uma fatia do mercado que tem girado em torno de 35%, a empresa perdeu espaço nos últimos anos na preferência de corredores de rua em vários países, inclusive no Brasil. “A Nike demorou para falar com o consumidor de corrida aqui e perdeu para empresas focadas somente nesse mercado, como a Mizuno e a Asics”, diz Rodrigo Carneiro, sócio da Velocità, rede de lojas multimarcas. Quando se fala com treinadores e atletas amadores, em geral eles dizem que Nike é muitas vezes o primeiro tênis de um corredor, mas raramente o definitivo. E isso não ocorre apenas no Brasil. Na maratona de Nova York, por exemplo, marcas especializadas dominam o cenário.
Para os executivos da Nike, não se trata apenas de volumes de vendas, mas de uma questão de autenticidade. Boa parte de sua mística é construída em torno de ter os melhores e mais inovadores produtos. Sem a confirmação da elite de usuários amadores, fica difícil espalhar o apelo. “Esse é um nicho muito pequeno para nós, que servimos a um conjunto muito maior de corredores”, afirma Corsi. “Mas com nossa reestruturação estamos atacando essa área.” Um exemplo foi a realização, em outubro passado, de uma corrida de revezamento inédita de 600 quilômetros de distância entre o Rio de Janeiro e São Paulo, daqual participaram 200 corredores amadores selecionados em clubes de corrida de todo o país. Eles passaram três dias competindo com alguns dos modelos mais sofisticados da marca nos pés. Dificilmente a experiência vai provocar uma mudança imediata, mas a intenção é se aproximar dessas pessoas e mostrar que os produtos da empresa podem competir com as marcas mais especializadas.
CULTO INTERNO
O tatuador Derik Olsen (à esq.) afirma ter tatuado mais de 30 funcionários em 18 meses. E o executivo Jayme Martin, que cursou MBA só para ingressar na empresa
VERDE E AMARELO
Atletas brasileiros são destacados no campus da companhia, entre eles o corredor Joaquim Cruz e o jogador Ronaldinho Gaúcho. Mas Ronaldo é o craque mais homenageado
MITOS E RELIGIÃO 
Um dos aspectos mais curiosos da cultura da Nike é como a empresa se aplica na prática de construir heróis e contar histórias. Foi com esse arquétipo da mitologia que a marca se projetou. “A competição esportiva proporciona o mecanismo que distingue homens comuns de heróis”, diz Laurence Vincent, autor de Marcas Legendárias. “A Nike usa esse mito para criar uma das poucas plataformas de marca que não precisam se esforçar para contar sua história.”
Dentro da mitologia corporativa, porém, o atleta mais reverenciado é um desconhecido hoje. Steve Prefontaine foi o melhor corredor americano de sua geração e emanava uma imagem que combinava rebeldia, brilhantismo e vitórias. Foi o primeiro competidor de alto nível a usar produtos da companhia, quando ela ainda se chamava Blue Ribbon Sports – a lenda interna é que o nome Nike surgiu do sonho de um funcionário com a deusa da vitória grega, em 1971. Prefontaine morreu em 1975 em um acidente de carro. Desde então passou a compor, ao lado de Bowerman e Knight, a tríade que representa a identidade e os valores da empresa. Valores que são reforçados desde a admissão.
EM 2009 A COMPANHIA ENFRENTOU UMA SÉRIA QUEDA DE VENDAS. EM UM TRIMESTRE, O FATURAMENTO GLOBAL CHEGOU A CAIR 12% , EM DÓLARES
Cada novo funcionário mergulha nessa herança ao frequentar um curso de dois dias, com vídeos e palestras. A rua de entrada no campus em Beaverton se chama Bowerman e o primeiro prédio do complexo, o Prefontaine, funciona como um misto de museu e capela, onde se venera a história corporativa. O paralelo com religião não é um exagero. Trata-se, provavelmente, de um caso único de multinacional em que funcionários tatuam no corpo a logomarca do empregador. O grupo que deu início a essa tradição se chama Ekin (inversão de Nike). É uma espécie de tropa de elite surgida nos anos 70, que visitava lojas de material esportivo com especialistas que instruíam sobre prevenção de lesões e organizavam cursinhos de vendas. Em novembro passado, durante um encontro mundial de Ekins, em Beaverton, seis deles foram até a pequena casa de tatuagem Black Hole, perto do campus, para gravar o logo da empresa na pele. “Dos seis, três saíram tatuados”, diz o tatuador Derik Olsen, diante de um pequeno desenho do símbolo da companhia em um papel. “Os outros desistiram na última hora.” Olsen calcula que pelo menos 30 pessoas saíram de sua loja com o swoosh no último ano e meio. “A empresa é uma religião, e as pessoas são convertidas. Eu ainda sou”, diz Alejandro Pinedo, diretor-geral da Interbrand no Brasil e um ex-funcionário que tem o logo tatuado na perna esquerda.
Histórias como essas ajudam a criar em torno da Nike uma aura que, na prática, contribui para atrair talentos. Não é incomum encontrar quem não se veja trabalhando em outro lugar. É o caso do americano Jayme Martin. Com uma carreira bem-sucedida em contabilidade, ele resolveu se inscrever em um MBA em Harvard com um único objetivo: ir trabalhar na Nike. Isso, mesmo sem conhecer ninguém da empresa ou sequer ter ido uma única vez a Beaverton. Martin revelou seu plano no primeiro dia de aula. “Cresci vendo o desenvolvimento da Nike e sempre nutri um desejo de fazer parte dele”, afirma.
Durante os dois anos de estudo, ele manteve a ideia fixa. “Depois de um tempo, a minha mulher começou a dizer que eu deveria pensar em uma alternativa, para o caso de terminar meu período de reciclagem e não conseguir o emprego.” Mas ele diz que isso nunca passou por sua cabeça. Nos meses finais de estudo, Martin realizou um projeto no qual criava estratégias para a Nike. A pesquisa abriu portas e ele foi convidado para um cargo na área financeira. Em pouco tempo, passou para o segmento de produtos e, 13 anos depois, chegou à vice-presidência.
PELA REDE
A estratégia de chegar cada vez mais perto dos consumidores está se refletindo também em uma outra área central para a empresa: o marketing. Depois de passar muito tempo sem grandes orçamentos publicitários, em meados da década de 80 a Nike começou a reescrever a história do marketing esportivo e dos comerciais de TV. Em 1987, Phil Knight, um homem que na época afirmava não acreditar em propaganda, contratou a agência de publicidade Wieden & Kennedy e formou uma parceria que faria história, com comerciais de TV e anúncios clássicos, carregados de emoção, como o que apresentou ao público um Michael Jordan ainda desconhecido voando para uma cesta de basquete: “Quem disse que o homem não pode voar?”. Campanhas dirigidas pelo cineasta Spike Lee também ajudaram a colocar o logo da companhia no imaginário popular do planeta. Data dessa época o slogan Just Do It. Knight encapsulou a lógica em uma frase: “Você não pode explicar muito em 60 segundos, mas, quando você mostra Michael Jordan, você não precisa. É simples assim.”
AOS 71 ANOS E DONO DE UMA FORTUNA DE US$ 9,5 BILHÕES, PHIL KNIGHT ESTÁ HOJE MAIS INTERESSADO EM SUA PRODUTORA DE FILMES E ATÉ EM ESCREVER UM ROMANCE
O sucesso dos comerciais e das parcerias fechadas com atletas, que se revelaram uma mina de ouro, reverteu uma fase de declínio, na qual a Nike perdia terreno para a então ascendente Reebok. Estabeleceu ainda um novo padrão de marketing, que seria seguido por toda a indústria durante praticamente uma década e meia. Esse modelo, agora, está em transformação. “Acho que os dias das grandes propagandas, com os grandes atletas e os grandes tênis, não funcionam mais. A forma que as pessoas consomem histórias está mudando”, disse a Época NEGÓCIOS Trevor Edwards, vice-presidente de marca global e o homem forte do marketing na Nike. A principal influência é obviamente a internet. Na visão da empresa, as pessoas têm uma opção cada vez maior de escolha, conexão e colaboração, principalmente por causa da rede mundial e da ampliação da concorrência, o que na opinião de Parker “claramente coloca o poder na mão dos consumidores”.
Isso não quer dizer que os executivos estejam gastando menos dinheiro, apenas que investem de maneira diferente. Nos últimos anos, o orçamento de marketing da Nike tem girado em torno de 11% a 13% do faturamento, algo por volta dos US$ 2 bilhões anuais. A empresa não divulga detalhes de como distribui essa verba, mas dados de agências de publicidade americanas são um forte indicativo. Nos últimos dez anos, a média dos gastos com anúncios de televisão nos Estados Unidos caiu da casa dos 55% para um patamar próximo dos 30%. O dinheiro está sendo investido numa miríade de áreas que envolvem internet, eventos, serviços e em alternativas que misturam tudo isso.
COPA DO MUNDO
A reestruturação da Nike não foi motivada exatamente pela crise financeira internacional. Ela começou a ser colocada em prática ainda em 2006, quando a empresa passou a enfrentar uma concorrência feroz em todos os seus mercados e não pôde se dar ao luxo de ficar para trás na corrida da inovação ou da percepção de tendências. Parker sabe que as duas maiores crises da história da Nike aconteceram quando ela não conseguiu fazer isso. Em 1983, a companhia ignorou a onda da aeróbica nas academias e viu sua rival Reebok dominar esse segmento. Em pouco tempo a concorrente assumiu a liderança no mercado americano e, em 1987, ultrapassou a Nike em vendas. O jogo só começou a ser virado após o sucesso da campanha estreladapor Michael Jordan.
A segunda crise ocorreu no final da década de 90. A empresa não percebeu a tempo a queda de demanda por tênis caros no mercado americano e ainda foi atingida por acusações de uso de trabalho infantil nas fábricas subcontratadas na Ásia. As vendas, que haviam dobrado, entre 1994 e 1997, para US$ 9,2 bilhões, estagnaram, e em 2000 haviam recuado para US$ 9 bilhões. A recuperação passou por uma transformação profunda na liderança da companhia, com a contratação de vários executivos de fora e a criação de um código de responsabilidade social. Ainda hoje a empresa mantém uma equipe de 70 profissionais dedicados exclusivamente a monitorar as fábricas dos terceirizados.
O cenário atual não chega a ser ameaçador. De 2004 a 2008, a Nike ampliou seu faturamento a uma média de 12% ao ano. Além disso, sua maior rival, a Adidas, enfrentou nesse mesmo período as dores da incorporação da Reebok, que comprou em 2005, sem ter conseguido até agora materializar a prometida ameaça de tomada da liderança, ainda em poder da Nike, com uma participação de 35% ante 22% da concorrente. Apesar disso, não faltam desafios. Entre setembro e novembro passados, o faturamento global caiu 4% e, no trimestre anterior, a queda foi maior: 12% – ou 7%, quando se desconta a desvalorização da moeda americana. “O último ano foi um dos mais difíceis da nossa história”, afirma Parker. Por ser uma empresa que atua em um grande número de segmentos e países diferentes, ela também enfrenta ameaças de todos os lados. Apenas no mercado de calçados ela compete com 13 empresas de porte mundial, além da Adidas.
O mais importante, porém, não são os resultados imediatos. Todo o mercado de artigos esportivos tem enfrentado quedas fortes. A grande questão para a Nike em sua nova fase é o que vai acontecer quando a crise passar. Parker afirma estar confiante de que a empresa sairá da recessão mundial melhor do que entrou. Ele não mexeu na meta, anunciada em 2007, de atingir o faturamento de US$ 23 bilhões em 2011. Para alcançar essa cifra, Parker está focado no portfólio dos principais esportes da companhia. Em março de 2008, após uma aquisição de US$ 582 milhões, a Umbro passou a fazer parte do conjunto de marcas controladas pela Nike, ao lado de Converse, Cole Haan e Hurley. Recentemente, a empresa se desfez de duas marcas pouco conhecidas no Brasil: a Bauer e a Starter. Fabricante de chuteiras e roupas para futebol, a Umbro se encaixa na estratégia global para essa área. Trabalhando com hóquei e roupas esportivas que eram vendidas no Walmart, a Bauer e a Starter não se encaixavam.
No final do ano passado, enquanto os pedidos nos Estados Unidos, ainda o principal mercado da Nike, caíram 4% e no Japão, 10%, nos mercados emergentes eles subiram 38%. Com exceção da China, que é tratada à parte por seu tamanho, os emergentes ainda representam pouco – giram em torno de 10%. A expectativa, porém, é que isso mude, graças particularmente ao Brasil, que se perfila entre os 15 maiores mercados da Nike (a marca ocupa hoje a terceira posição no ranking nacional de vendas), mas recebe tratamento semelhante ao dos cinco prioritários. “Há uma conexão natural com o mercado brasileiro para nós e agora, com a Copa e a Olimpíada, isso vai ser acelerado”, afirma Parker.
Como presidente do conselho e principal acionista, Knight ainda tem grande influência em todos esses movimentos estratégicos, mas desde que colocou Parker como CEO, o fundador se afastou de fato. Sua presença hoje na Nike é mais forte como fonte de inspiração. Há fotos dele espalhadas pelo campus e milhares de mensagens escritas por atletas e personalidades que lembram sua importância, em paredes de halls e corredores da sede. Há também uma mesa constantemente reservada no principal restaurante, com a edição do dia do jornal USA Today, seu preferido, para o caso de Knight resolver almoçar por lá, algo cada vez mais raro.
Aos 71 anos e dono de uma fortuna estimada em US$ 9,5 bilhões, Knight está hoje mais interessado em escrever e na sua produtora de filmes animados, chamada Laika. O interesse na produtora tem a ver com seu filho Travis, que trabalhava no local quando o estúdio quase faliu, em 2001, e foi salvo por Knight, que o comprou. Ele também gasta seu tempo nutrindo a ideia de escrever um romance, e chegou a frequentar aulas na Universidade de Stanford, na qual se graduou como contador em 1962 e para a qual já doou mais de US$ 105 milhões. Seu interesse por livros e filmes é um sinal de que, pelo menos na sua opinião, Mark Parker está no caminho certo.
Sua aprovação se reflete na valorização das ações na era Parker. Embora tenham se mostrado voláteis em meio à crise do ano passado, entre 2004 e 2009, elas se valorizaram 60%, enquanto o Standard and Poor’s 500, um dos principais índices da bolsa de Nova York, caiu 18%. O faturamento, no mesmo período, saltou de US$ 13,7 bilhões para US$ 19,1 bilhões. Tal como o presidente Barack Obama, Parker agora pode dizer “I can” (Eu posso), curiosamente um slogan criado pela Nike, em meados dos anos 90.
BOLA NA REDE
A presença de Ronaldo, do estacionamento às estátuas, mostra como o futebol se tornou um dos esportes mais importantes para a Nike; à direita, uma cafeteria da sede
 
"Somos obcecados por inovação"
O maior desafio de mark parker, o atual ceo da nike, é preencher o espaço deixado por phil knight. Para fazer isso, ele comanda uma reestruturação que aprofunda o legado de seu antecessor
	
Quem entra pela primeira vez na sala de Mark Parker, CEO da Nike, impressiona-se com a quantidade de objetos, brinquedos, quadros, fotos e memorabilia. Depois de passar por um ambiente relativamente mais sóbrio, onde trabalham os vice-presidentes, o visitante se depara com uma camisa amarela emoldurada, assinada pelo ciclista Lance Armstrong. “Essa ele usou na vitória do Tour de France de 2005”, diz Parker, referindo-se à prova mais difícil do ciclismo mundial e a um dos atletas mais bem-sucedidos já patrocinados pela Nike.
Entre artigos esportivos e fotos de figuras importantes na história da companhia, muitos dos objetos que abarrotam estantes, escrivaninhas e até a mesa de vidro do executivo não têm a ver diretamente com esporte. São obras de artistas urbanos, inclusive brasileiros, e o que os especialistas chamam de brinquedos de arte, ou toy art. Eles compõem a enorme coleção que Parker acumula em viagens pelo mundo, um testemunho de sua vocação de designer. Nesta entrevista a Época NEGÓCIOS, Parker comenta as mudanças que conduz desde que chegou ao comando da Nike, em 2006.
Como é substituir Phil Knight? Trabalhei com Phil Knight por 30 anos, desde que cheguei à empresa, e ele tem sido uma grande fonte de inspiração, assim como o outro cofundador, Bill Bowerman. Tenho fotos deles aqui nas paredes do meu escritório. Eu me relaciono com o Phil de uma forma muito natural. Sempre tivemos uma excelente comunicação. É uma pessoa eclética, assim como era o Bill, o que eu gosto. Tendo a gravitar em torno de pessoas assim. Ele é um mito, um ícone, não apenas para a Nike mas também para o mundo dos esportes. Acabamos de passar um dia juntos durante o encontro do conselho de diretores. Ele tem muita confiança em mim e isso é algo que se desenvolveu ao longo dos anos. Mas fora as reuniões do conselho, não interagimos regularmente. Talvez duas ou três vezes, de forma bem breve e informal.
Mas substituí-lo como gestor não é um grande desafio? Vejo menos como um desafio e mais como uma oportunidade de continuar a cultivar uma cultura incrivelmente especial e poderosa. O espírito de inovação, a conexão com o atleta, a fixação em novidades que são efetivamente relevantes... são todos elementos centrais. Os melhores atributos dos esportes são os melhores atributos da Nike. É muito natural por aqui, temos muitos atletas. Fui um corredor competitivo, assim como Phil. Você encontra pessoas que foram atletas de alto nível, alguns até ganharam medalhas olímpicas. Há um grande sentimento de trabalho em equipe, adoramos nos unir, dividir ideiase competir, não entre nós, mas em relação ao nosso potencial.
O que o fato de a Nike ter como CEO um profissional com um longo currículo em design revela sobre a empresa? Acho que meu histórico em design aponta para como o produto é importante para a nossa cultura. Nosso sucesso é fundamentalmente baseado na força de nossos produtos. Somos uma empresa obcecada com inovação de produtos, e com inovação em geral. Por isso, valorizamos o design no mais alto nível. Sinto que é uma grande oportunidade para mim, vindo de uma experiência como essa, chegar a uma posição de liderança e poder ajudar a levar isso a um patamar ainda mais alto.
O que vocês fazem para manter a companhia inovadora e criativa? Reorganizamos a empresa para que as divisões se dediquem a categorias de esportes. Cada esporte está hoje estruturado quase como uma companhia individual. Se formos visitar a área de skate, ela se parece com uma empresa de skate. As pessoas são novas, têm tatuagens, usam piercings, são muito conectadas com a cultura desse esporte e dos esportes radicais. Já a área de golfe é diferente. Quebramos a grande Nike em vários grupos menores, competitivos e profundamente conectados com seus públicos. São times que mergulham no esporte para retirar sacadas profundas desses universos e transformar isso em inovações de produtos, em comunicação, em mensagem. Permanecer conectado com o atleta e com o consumidor é crítico para nós.
Quais são os resultados desse processo? Ele está dando frutos? Sim, totalmente. Se tomarmos como exemplo o trabalho que estamos fazendo em futebol, à medida que nos preparamos para a Copa do Mundo na África do Sul, sabemos que vamos apresentar algumas das melhores inovações que já fizemos nesse esporte. Serão lançamentos muito relevantes tanto do ponto de vista de performance como cultural.
	
A reestruturação ocorreu porque a empresa está se tornando muito grande e vem perdendo a conexão com os consumidores?A reorganização é mais uma evolução natural dentro da empresa. Parte da força da Nike é que somos capazes de mudar quando a mudança não parece necessária. Muitas companhias têm de enfrentar um problema, um obstáculo, antes de mudarem. Mas nossa filosofia é que a distância entre a Nike e os nossos competidores é muito menor do que a distância entre a Nike e o seu potencial. Então nos focamos no nosso potencial e não em nos sentirmos bem sobre quanto somos melhores do que os nossos competidores.
Quando começou esse processo não havia relação com a crise, mas de alguma forma ele ajudou a preparar a companhia para a queda da economia mundial? A Nike tem um grande time de gestão, bem equilibrado. Venho de um histórico de design, mas me considero uma pessoa que usa tanto o lado direito quanto o lado esquerdo do cérebro. Acho que temos uma experiência forte e coerente em nosso time de gestão. Temos a habilidade de operar com excelência na área financeira ao mesmo tempo em que incentivamos a inovação, a criatividade e o design. Equilibramos essas coisas de tal maneira que nos permite sermos bem-sucedidos mesmo em tempos difíceis. E o último ano foi um dos anos mais difíceis da nossa história. Mesmo assim, fomos capazes de ganhar mercado sobre nossos concorrentes e melhorar nossa posição de liderança no mundo todo.
A Nike vai sair da crise diferente? Tomamos algumas decisões em 2009 para tornar a empresa mais forte. Tudo o que fizemos foi no sentido de conectar mais a empresa aos consumidores e aumentar a competitividade. Estamos também focando na disciplina financeira, para que possamos continuar apresentando resultados e equilibrando isso com um grande crescimento. Vamos sair dessa crise em uma posição ainda melhor para realizar o nosso potencial.
De onde virá o crescimento no futuro? Da China, dos mercados emergentes, da compra de outras empresas? Todas essas áreas são boas e importantes. A China é obviamente uma grande oportunidade para a Nike e muitas outras companhias. Nos sentimos muito bem em relação à nossa posição de liderança na China e estamos comprometidos a realizar o nosso potencial de crescimento lá, não apenas para a marca Nike, mas para o portfólio da empresa. O Brasil é outro enorme mercado para a Nike. É muito relevante por causa da cultura esportiva, muito rica e arraigada. O Brasil é um lugar fascinante, onde já estive várias vezes. A convergência de esporte, arte e música é algo em que nos encaixamos muito bem como marca. E agora, com a Copa do Mundo e a Olimpíada, isso vai ser acelerado e amplificado. O outro lado disso será ajudar o Brasil a realizar o seu potencial no cenário mundial, na arena do esporte.
A Olimpíada na China foi muito importante para o desenvolvimento da Nike no país. O senhor vê paralelos com o Brasil? Sim, acho que é um modelo. Para a Nike, as Copas do Mundo e as Olimpíadas representam um palco mundial, no qual apresentamos as últimas novidades em tecnologia, inovação e também sustentabilidade. Na China, aproveitamos para mostrar novos níveis de sustentabilidade que foram construídos nos produtos que muitos dos atletas usaram nos jogos. Também foi muito importante para construir a relação com as federações de esporte do país. A maioria dos times que competiram pela China era formada por times da Nike. E eles tiveram um desempenho de altíssimo nível, inclusive excedendo as expectativas. Também apoiamos programas para a comunidade e atletas novos, o que ajuda a desenvolver a cultura esportiva. Não vamos para um país apenas para ser parte do evento e depois ir embora. O objetivo é ajudar a construir a cultura esportiva de uma forma muito ativa.
A história 
A idéia de criar a NIKE surgiu de um projeto de MBA de Phil Knight, um ex-atleta de corridas de média distância da universidade de Oregon, enquanto este freqüentava o curso de gestão administrativa da universidade de Standford. Ele acreditava que, ao importar tênis que eram fabricados no Japão, utilizando mão-de-obra barata, poderia conquistar uma parcela de mercado da marca alemã Adidas. Começou então pelos tênis de atletismo. 
Em 1962 foi ao Japão negociar com a marca Tiger a importação e representação de tênis para atletismo, com o objetivo de introduzi-los no mercado americano, que até aquele momento era dominado por marcas alemãs. No ano seguinte a primeira remessa de 200 pares do modelo Cortez chegava a cidade de Portland, no Oregon, costa oeste dos Estados Unidos, em nome da empresa Blue Ribbon Sports, que Phil Knight e Bill Bowerman, seu treinador de atletismo na universidade de Oregon, haviam criado. Bill prontamente modificou o modelo, incorporando ao tênis a primeira entressola completamente acolchoada, inovação radical para a época. 
O tênis caiu no gosto do público, e o Cortez tornou-se o modelo da Tiger mais vendido em 1968. Ambos sentiram a necessidade de um tênis que pudesse contribuir para a melhoria da performance do atleta. Bowerman decidiu então testar um solado de forma inusitada, mas que acabou dando certo: despejou borracha na chapa de waffles da esposa para criar um solado melhor. Surgia então um tênis com uma sola leve e ondulada, considerada revolucionária para a época. 
Começaram então a produzirem seus próprios tênis. Esta parceria não poderia ser melhor, além de grandes amigos, ambos entendiam do negócio que estavam começando. Enquanto Phil vendia os tênis no porta-malas de seu carro nas competições de atletismo, Bill cuidava do desenvolvimento e design de novos modelos. A partir daqui a tecnologia ligada ao esporte nunca mais seria a mesma. Mas os novos tênis precisavam de uma marca. 
E isto aconteceu no ano de 1971, quando a jovem estudante de design gráfico, Carolyn Davidson, criou por míseros US$ 35 o famoso símbolo da marca, chamado Swoosh. O nome Nike surgiu logo depois e foi por sugestão de Jeff Johnson, ex-rival de Phil nas pistas de atletismo e primeiro funcionário da Blue Ribbon Sports, que havia sonhado com a Deusa grega da vitória, “NIKÉ” (pronuncia-se niqué). Diziam os gregos que a Deusa podia voar e correr em grandes velocidades. E nadamais apropriado para a nova marca que surgia. 
A primeira aparição oficial da marca em eventos esportivos foi em 1972, nas classificatórias olímpicas realizadas no Oregon. Os atletas da maratona que usaram tênis NIKE classificaram-se entre o 4º e o 7º lugar, enquanto os atletas da Adidas conquistaram os primeiros três lugares. Foi neste mesmo ano que o Canadá se tornou o primeiro país estrangeiro a receber os produtos da marca. Neste período Bowerman melhorou o material das solas, utilizando borracha mais flexível, mais elástica e menos compacta. Em 1976, nas eliminatórias olímpicas americanas, os tênis NIKE eram vistos em abundância nos pés de jovens promessas do atletismo. 
Sua verdadeira expansão internacional começou em 1978 com a entrada no mercado sul-americano e distribuição dos produtos no continente europeu. Pouco depois, em 1982, ingressou no mercado europeu de futebol ao firmar contrato de patrocínio com o time francês do Paris Saint-Germain. Nesta época a empresa já possuía uma linha de tênis com mais de 200 modelos. 
Depois de passar por um período difícil entre 1993 e 1994 devido a um plano de expansão, o que levou a uma queda nas vendas, re-posicionou-se: “decidimos que éramos uma empresa de artigos esportivos e não apenas uma empresa de calçados”, afirmou Phil Knight. A nova visão traduziu-se em contratos de publicidade e patrocínios que tinham como objetivo alcançar uma audiência esportiva mais ampla, patrocinando assim atletas individuais, como o jogador de golfe Tiger Woods. 
Em 2003, comprou a fabricante do tênis All Star, a Converse, por US$ 305 milhões. A compra da marca All Star iria ajudar a ocupar um espaço que a marca ainda não conseguiu se fixar: tênis de preço mais acessível. Em 2007 surpreendeu o mundo ao adquirir por US$ 582 milhões a tradicional britânica UMBRO, marca com uma sólida herança e com uma profunda experiência no esporte mais popular do mundo e no maior mercado de futebol do mundo, acirrando ainda mais a guerra com a rival Adidas. 
A linha do tempo 
1972 
● Introdução de sua primeira linha de calçados, entre eles o conhecido “Moon Shoe”, com seu solado baseado em “waffles”, distribuídos largamente em competições eliminatórios de atletismo. 
● NIKE BLAZER MID, tênis inspirado em um modelo utilizado pelo jogador de basquete George “Iceman” Gervin do San Antonio Spurs durante a década de 70. 
1975 
● NIKE ELITE, tênis de corrida que rapidamente se tornou um dos mais estrondosos sucessos da marca. 
1978 
● NIKE WALLY WAFFLE, BURT BRUIN e ROBBIE ROAD RACER, primeira linha da marca voltada para o público infantil. 
1979 
● NIKE TAILWIND, primeiro tênis com bolsas de ar no solado. 
● NIKE AAPPAREL, a linha de acessórios, vestuário e equipamentos da marca. 
1982 
● NIKE AIR FORCE I, primeiro tênis de basquete a utilizar a tecnologia Air e NIKE AIR ACE, voltado para a prática do tênis. 
1985 
● AIR JORDAN, uma linha de produtos com a assinatura do jogador de basquete Michael Jordan. 
● A empresa passa a produzir acessórios para o basquete e tênis. 
1987 
● NIKE AIR e AIR CROSS TRAINING, este último voltado para a prática da ginástica aeróbica. 
1988 
● NIKE Air Stab, um tênis que utilizava a nova tecnologia de estabilização chamada Footbridge. 
1990 
● Inauguração de sua primeira mega loja temática, conhecida como Niketown, no centro da cidade de Portland. 
● NIKE AIR MAX, uma evolução do tradicional tênis NIKE Air. 
1991 
● Linha de acessórios FIT, uma malha têxtil de alta tecnologia. 
● NIKE AIR HUARACHE, tênis que utilizava a tecnologia Huarache Fit. 
● NIKE AIR MAX 180, tendo como principal característica a visibilidade de toda a bolsa de ar na parte traseira do tênis. 
1994 
● NIKE AIR DESCHUTZ, uma sandália que se tornou um dos produtos mais vendidos da marca. 
1995 
● NIKE ZOOM AIR, sistema de amortecimento de baixo perfil que oferecia proteção contra impactos.
1996 
● NIKE EYEWEAR, uma linha de óculos modernos e arrojados. 
1997 
● NIKE TIMEWEAR, primeiro relógio especificamente desenvolvido para atletas. Com o passar dos anos inúmeros modelos foram introduzidos no mercado. 
1998 
● NIKE MERCURIAL, chuteira mais leve do mundo, proporcionando mais aderência e conseqüentemente maior velocidade e precisão no chute. 
● NIKE AIR ZOOM M9, primeira chuteira feminina assinada pela jogadora americana de futebol Mia Ham. 
● NIKE GOLF BALLS (bolas de golfe) são introduzidas. 
1999 
● NIKEID.com, um website disponibilizando vários modelos de tênis, malas e relógios com inúmeras opções de personalização, permitindo ao cliente adaptar o modelo com suas próprias especificações, escolhendo as cores e o estilo que expressavam sua identidade. Just do it – yourself, era a mensagem da NIKE para os clientes que procuravam produtos personalizados. 
2000 
● NIKE AIR PRESTO, um revolucionário tênis de corrida, lançado em seis tamanhos diferentes e várias cores. 
2001 
● Tecnologia SHOX, um sistema extremamente moderno utilizando colunas em forma de molas nos solados de seus tênis. 
● NIKE GODDESS, uma loja totalmente voltada para o público feminino, que inaugurou sua primeira unidade na cidade californiana de Newport Beach. Em 2004, a rede de lojas foi renomeada passando a chamar NIKEWOMEN. 
2002 
● NIKE COOL MOTION, uma tecnologia inovadora, aplicada em roupas, baseada no conceito de duas camadas. A camisa e o calção apresentam dois tecidos, um que fica em contato com a pele e tem a tecnologia DRI-FIT, e um externo, impermeável, com elasticidade e recortes em mesh (tecido com orifícios), que maximizam a regulagem térmica através do movimento do jogador. 
2004 
● NIKE TOTAL 90, uma linha de bolas, chuteiras e roupas voltadas para o futebol. 
2005 
● NIKE HERITAGE, uma linha de calçado, vestuário e equipamento que expressava a identidade da marca ao longo de sua história. 
● NIKE FREE, tênis que permitia total sensibilidade e flexibilidade em alta performance. 
● NIKE MAXSIGHT, lentes de contato coloridas anti-reflexo para utilização em vários esportes. 
2006 
● NIKE AIR MAX 360, um tênis revolucionário que não possuía entressola, apenas ar. 
● NIKE+ iPod SPORT KIT, um sistema sem fios que permite que o tênis NIKE+ comunique-se com o iPod Nano, fornecendo dados sobre a corrida do atleta. 
2007 
● Nike AIR NATIVE N7, um tênis desenhado especificamente para os índios americanos, atendendo os requisitos de forma e largura dos pés dos nativos, com design inspirado em sua cultura. Para desenvolver o primeiro tênis para uma etnia ou raça específica, foram realizadas pesquisas com 200 índios de 70 tribos norte-americanas antes do lançamento do produto 
Nike Air: A lenda 
Em toda empresa sempre existe um produto que marca literalmente sua história. Revolucionário, pioneiro e campeão de vendas. Na NIKE não foi diferente. Ela não seria o que é hoje se não fosse o NIKE AIR. Esta tecnologia revolucionária e exclusiva de amortecimento começou a ser desenvolvida em 1978, oferecendo excelente amortecimento e maior leveza aos atletas. A bolsa de ar era embutida na entressola do tênis, oferecendo uma solução durável, leve e versátil. Como a bolsa de ar não era visível, sua existência era indicada pela palavra AIR. Este sistema foi desenvolvido por Frank Rudy, um ex-engenheiro da NASA. Após aperfeiçoamentos necessários, em 1979 foi lançado o NIKE Tailwind. 
Essa tecnologia não parou de ser desenvolvida, até que em 1987 surgia o NIKE AIR pelas mãos do ex-atleta Tink Hatfield que projetou o modelo que revolucionaria o mercado. A força bruta e repetitiva do esporte poderia ocasionar sérios danos ao corpo e ao desempenho do atleta. Para absorver e dispersar a força destes impactos, a NIKE desenvolveu bolsas de grande volume, compostas por câmaras de ar. A bolsa de ar, agora visível, facilitava a identificação do produto. 
Em 1990, com pequenas modificações e variedades de modelos, foi introduzido o NIKE Air Max ’90. Seu sucessor, o NIKE Air Max 180, foi lançado mundialmenteno mercado em 1991, e tinha como principal característica a visibilidade de toda a bolsa de ar na parte traseira. 
Dois anos depois, uma nova tecnologia chamada Blow Molding, onde as bolsas de ar, com o dobro de densidade, envolviam a parte do calcanhar, absorvendo o impacto na planta do pé, foi introduzida no NIKE Air Max ’93. 
No modelo NIKE Air Max ’95, a novidade era: as bolsas de ar moviam-se para a parte dianteira do pé. Com neon na parte da frente, o tênis recoberto com nubook em um degrade que ia do cinza claro ao cinza escuro e sola preta, era um modelo sem precedentes no mercado. 
A primeira sola com bolsas de ar em toda sua extensão que permitiam literalmente caminhar sobre o ar, foi introduzida no modelo NIKE Air Max ’97 com sua famosa cor prateada. Em 2003 foi a vez do NIKE Air Max ’03 ser introduzido no mercado. 
Quando todos já achavam que havia acabado as evoluções deste modelo, a NIKE surpreendeu e lançou, em 2006, um modelo revolucionário chamado Air Max 360. Sem entressola, apenas ar! É o mais leve da história deste modelo. 
Uma experiência única 
As lojas hoje em dia devem tornar-se algo mais do que apenas um simples lugar para compras. Devem ser um ambiente que ofereça um mundo de experiências multissensoriais, destinadas a criar um vínculo emocional com o consumidor. Pensando nisso, a NIKETOWN foi desenvolvida e criada em 1990 na cidade de Portland. A música é vibrante e tudo está relacionado ao “estilo de vida NIKE”, que faz dos esportes e seus astros o seu principal apelo. Os andares estão divididos pela finalidade de uso dos produtos - basquete, beisebol, corrida, futebol, etc. - e cada espaço tem atletas que o simbolizam. 
Michael Jordan e seus parceiros estão enormes nas fotos, em seus melhores momentos. A maioria dos espaços tem sons e vídeos relacionados ao esporte, criando um ambiente único. O sucesso da loja foi tamanho, que a NIKE resolveu inaugurar outras unidades em cidades como Chicago (1992), Atlanta (1993), Costa Mesa (1994), Seattle (1996) e Nova York (1996). Esta última é a Flagship (loja âncora) da marca localizada em Manhattan. 
O projeto e a execução consumiram 4 anos de trabalho. O prédio encontrado propiciava a transformação almejada: queriam que a loja parecesse os antigos grandes ginásios urbanos encontrados nas metrópoles americanas. A fachada é exatamente isto. Depois vieram as unidades de Boston (1997), Honolulu (1997), Denver (1999), Miami (1998), Londres (1999), tornando-se a primeira loja internacional da marca, seguida pela de Berlin e finalmente Paris (2003), no luxuoso endereço da Champs d’Elysees. 
A sede 
A sede mundial da NIKE, conhecida como World’s Headquarters (WHQ), está localizada em Beaverton, uma pequena cidade localizada no estado de Oregon, no Condado de Washington. As suas instalações verdejantes, perto de Portland, refletem a sua obsessão pelo esporte. O complexo é formado por 16 enormes prédios que mais parecem uma universidade. Em nenhum outro lugar isso se torna mais evidente do que no edifício de design de calçados, conhecido como Nike Sports Research Lab (NSRL), cuja atmosfera lembra muito o ambiente estudantil. O edifício é impressionante: há campos para a prática esportiva e ambientes climatizados controlados por computador. Esses laboratórios climatizados permitem que os engenheiros testem os produtos em atletas simulando as mais variadas condições climáticas, controlando temperatura e umidade. 
Cada prédio tem o nome de um atleta, que foi ou é, essencial para o crescimento da empresa. John McEnroe, Steve Prefontaine e Michael Jordan são homenageados em cada prédio. Suas imagens enormes estão estampadas nas paredes externas em momentos gloriosos. Os funcionários (mais de 5 mil trabalham lá) são pessoas ativas que tiram vantagem da enorme estrutura esportiva que o complexo possui. Uma vida saudável é a palavra de ordem aqui. 
Pistas de cooper, campos de futebol, quadras de tênis, piscinas cobertas e climatizadas e duas enormes e modernas academias batizadas com nome do ciclista Lance Armstrong e do jogador de futebol americano Bo Jackson, dois importantes atletas que foram patrocinados pela empresa. Sem contar os instrutores e um completo programa de treinamento a disposição. O complexo conta ainda com restaurantes, uma mega-loja para funcionários (Beaverton Employee Store) e paisagens naturais belíssimas. Anexa ao complexo está localizada a Air Factory, fábrica onde são produzidos e testados os modelos NIKE AIR. Em uma visita guiada é possível acompanhar todas as etapas e as tecnologias utilizadas na produção do modelo mais famoso da empresa. 
Campanhas que fizeram história 
A história da NIKE com a propaganda é recheada de momentos marcantes. Começou em 1977 com um de seus primeiros slogans que dizia: There is no finish line. A sorte da marca começou a mudar em 1982, quando a agência Wieden & Kennedy foi fundada em Portland. Segundo muitos, foi criada justamente para atender a conta publicitária da NIKE que se tornaria seu cliente mais fiel e conhecido. 
E a primeira grande campanha foi um verdadeiro sucesso. Chegou em 1988 com o famoso slogan JUST DO IT. Muito mais que um simples slogan, esse conceito transformou-se em uma espécie de declaração universal dos objetivos de todo atleta, em qualquer parte do mundo. A idéia de que, diante do esforço, não há fronteiras, é a expressão moderna dos ideais gregos, que praticavam o esporte como busca da perfeição e do belo. Porém, o melhor ainda estava por vir. Em 1989, a campanha estrelada pelo astro Bo Jackson, um atleta versátil, jogador de futebol americano e baseball profissional, introduziu no mercado um dos slogans mais famosos da publicidade americana: BO KNOWS. 
A controvérsia sempre esteve presente em suas campanhas publicitárias. E uma das que mais causou discórdia foi a campanha para as Olimpíadas de Atlanta em 1996. O slogan You Don’t Win Silver — You Lose Gold, ia contra todo o ideal olímpico de confraternização, onde o importante é competir. As críticas surgiram de todos os lados, inclusive dos atletas que conquistaram medalhas de Prata e Bronze. A NIKE não deu bola e seguiu em frente. A marca foi eleita anunciante do ano em 1994 e 2003. 
Uma campanha de US$ 100 milhões 
Em março de 2002, vésperas da Copa do Mundo de Futebol, a NIKE iniciou uma campanha mundial de marketing estimada em US$ 100 milhões, criada em torno do que chamou de “Secret Tournament”. A fase “provocativa” da campanha começou em março com propagandas que não mostravam mais do que um par de chuteiras de futebol e um escorpião, um símbolo do “estilo rápido e mortal de jogo” com o qual a NIKE queria ser identificada. 
Para os curiosos, havia uma referência ao endereço eletrônico nikefootball.com, onde os visitantes poderiam jogar videogames e aprender mais sobre o torneio em 12 idiomas. A fase de “excitação” do torneio começou em abril, com uma série de comerciais retratando um ambiente sombrio e agressivo que evocava a Austrália pós-apocalíptica do filme Mad Max e a alienação do Clube da Luta. Clique no botão play abaixo para assistir ao comercial. 
Oito equipes de três jogadores, compostas pelas principais estrelas do futebol mundial como Ronaldinho Gaúcho, Thierry Henry, Francesco Totti, Roberto Carlos, Hidetoshi Nakata, Edgard Davids, Luis Figo, Javier Saviola, Lilian Thuram, Ronaldo, Denílson, Hernan Crespo e até o aposentado francês Eric Cantona, no papel de mediador, disputavam um torneio de partidas do tipo morte-súbita em um pequeno campo dentro de uma jaula de aço em um barco. 
Por fim a fase de “envolvimento” da campanha foi lançada em junho, quando a marca instituiu campos na Cidade do México, Tóquio, Roma e em 10 outras cidades para realizar torneios para jogadores iniciantes. Quase dois milhões de jogadores participaram. Na época da Copa do Mundo de 2002, realizada em junho, a NIKE fez sentir sua presença no mundo do futebol. Oito dos 32 participantes usaram uniformes da marca, inclusive o Brasil, quevenceu a competição pela quinta vez. No jogo final, Ronaldo fez dois gols usando um par de chuteiras cromadas Nike Mercurial Vapors. Foi justamente esta Copa do Mundo que mudou a história da marca. Pela primeira vez as vendas internacionais superaram as receitas americanas. Em 2003 os calçados para futebol tiveram crescimento nas vendas de 46%. O futebol deu a Ásia à NIKE. A empresa, que já havia somado pontos importantes no continente com as roupas, tênis e acessórios para beisebol e basquete, conquistou de vez japoneses, chineses e coreanos com a febre da bola que tomou conta da região neste início de século. 
O marketing esportivo 
Por ano a NIKE desembolsa US$ 1.6 bilhões, que corresponde a 10% de seu faturamento anual, em publicidade e contratação de atletas renomados como garotos-propaganda. A história começou com a tenista romena Emma Ballard, primeira atleta a firmar contrato para utilização dos tênis NIKE em 1972. A outra parte da história teve início com o corredor de longa distância americano Steve Prefontaine, patrocinado pela empresa em 1973 e conhecido não apenas por ter batido todos os recordes americanos entre os 2.000 e 10.000 metros na década de 70, mas também por sua determinação e beleza. Steve morreu tragicamente aos 24 anos em um acidente de automóvel, pouco antes das Olimpíadas de 1976, em Montreal, no Canadá. Sua história virou filme, e a NIKE seguiu em frente. 
Outros atletas assinaram contratos com a empresa como o controverso tenista John McEnroe (1978); o corredor Carl Lewis (1980), o jogador de basquete da Universidade da Carolina do Norte chamado Michael Jordan (1985), que viria se tornar seu mais conhecido garoto-propaganda; o tenista André Agassi (1988); o jogador Ronaldo (1994); o golfista, até então amador, Tiger Woods (1996); o jogador Ronaldinho Gaúcho (1998); o astro do basquete LeBron James (2003); entre muitos outros. Esse time de astros é muito mais que apenas atletas patrocinados. São colaboradores. Eles testam os produtos e sugerem inovações. Nas Olimpíadas de Atlanta em 1996, o velocista Michael Johnson usou uma criação sua, o Gold Shoe, uma sapatilha dourada (mais leve calçado esportivo já projetado). Tornou-se, aos 29 anos, o único homem até então a vencer as provas de 200 e 400 metros rasos na mesma Olimpíada. Outro exemplo é a chuteira Mercurial, criada a partir de informações do jogador Ronaldo e testada por ele até a versão final. O mesmo ocorreu com a chuteira Tiempo, usada por Ronaldinho Gaúcho. 
Um esporte em especial foi essencial para o crescimento da marca, o futebol, considerado o esporte número um do mundo. Em 1994, a marca possuía apenas 2% do mercado de equipamentos para futebol. Para derrotar a marca líder do mercado, a Adidas, se concentrou em jogadores de futebol jovens e talentosos. Para atingir esses atletas, assinou contratos de propaganda com astros da Argentina, Grã-Bretanha, Brasil, Portugal, México, China e Japão. 
Também procurou jogadores que expressassem e incorporassem um estilo de futebol mais rápido e centrado no ataque “em contraste com o estilo defensivo e metódico conhecido como futebol alemão”, uma clara provocação a sua rival germânica. Ao associar sua imagem à de estrelas de diferentes esportes, a empresa quer comunicar que todos nós podemos ser atletas, desenvolver aquele espírito competitivo retratado em suas campanhas publicitárias e, quem sabe, chegar lá um dia. 
O gênio por trás da marca 
O cidadão Philip Hampson Knight nasceu no dia 24 de fevereiro de 1938 em Oregon. Era apenas um corredor esforçado, que pertenceu à equipa de atletismo da Universidade de Oregon e que teve como treinador Bill Bowerman. No final do seu MBA, em Stanford, apresentou um relatório de pesquisa baseado na teoria de que os japoneses poderiam fazer no calçado desportivo o mesmo que faziam com as câmaras de vídeo: transformá-lo num produto barato e de qualidade. 
Era o embrião do que seria a NIKE. Ele tinha um sonho. Ele venderia tênis. Ele venderia sonhos. Ele ficaria rico. O resto da história é uma saga envolta em um ideal de vitória. Em 25 de maio de 2004 sofreu seu mais duro golpe quando seu filho, Matthew Hatfield Knight, morreu enquanto praticava mergulho no lago Ilopango, 14 km a oeste de San Salvador. O fundador da NIKE, trigésimo homem mais rico dos Estados Unidos, com fortuna avaliada em US$ 9.8 bilhões, tem como principais hobbys a história asiática, o golfe, o cooper e o tênis. Sua paixão pela empresa é tamanha que tem o logotipo da NIKE tatuado em seu tornozelo. 
Os dados 
● Origem: Estados Unidos 
● Fundação: 1972 
● Fundador: Phill Knight e Bill Bowerman 
● Sede mundial: Beaverton, Oregon 
● Proprietário da marca: Nike Inc. 
● Capital aberto: Sim (1980) 
● Chairman: Phill Knight 
● Presidente & CEO: Mark Parker 
● Faturamento: US$ 16.3 bilhões (2007) 
● Lucro: US$ 1.5 bilhões (2007) 
● Valor de mercado: US$ 27.4 bilhões (2007) 
● Valor da marca: US$ 12 bilhões (2007) 
● Lojas: + 200 (Niketown, Nike Women e Nike Factory Outlets) 
● Fábricas: + 700 (empregando indiretamente 650 mil pessoas) 
● Presença global: 200 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Maiores mercados: Estados Unidos e Japão 
● Funcionários: 28.800 
● Segmento: Vestuário esportivo 
● Principais produtos: Calçados esportivos, relógios, óculos, roupas e acessórios 
● Outros negócios: Converse All-Star, Umbro, Bauer, Hurley e Cole Haan 
● Ícones: Swoosh, Michael Jordan, Nike Air, Phill Knight, o slogan “Just Do It” 
● Slogan: Just do it. 
● Website: www.nike.com 
O valor 
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca NIKE está avaliada em US$ 12 bilhões, ocupando a posição de número 29 no ranking das marcas mais valiosas do mundo, além de ocupar a posição de número 18 no ranking das marca mais influentes do mundo. A empresa também ocupa a posição de número 158 no ranking da revista FORTUNE 500 (empresas de maior faturamento no mercado americano). 
A marca no mundo 
A empresa tem cerca de 28.000 funcionários no mundo, operando 200 outlets próprios (Nike Factory Outlets), além das lojas Niketown e NikeWomen, tendo seus produtos vendidos em mais de 180 países. Os produtos direcionados ao público feminino atualmente geram um faturamento de quase US$ 3 bilhões, 20% das vendas totais da marca. Os 250 milhões de pares de tênis vendidos por ano garantem um faturamento de US$ 16.3 bilhões. 
Curiosidade 
● A NIKE, líder mundial em vendas de material esportivo, só é a número 2 do mercado na Europa perdendo apenas para a Adidas em países como França, Espanha e Alemanha e na Inglaterra onde a marca Umbro, agora de sua propriedade, é líder de mercado.

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