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Aula 2 - A Reforma Psiquiátrica Brasileira

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A Reforma Psiquiátrica Brasileira
Prof. Paula Cordeiro
• A Reforma Psiquiátrica não é um processo 
(tentativa) tão recente.
▫ Vide o período da Revolução Francesa, que 
delegou a Pinel a tarefa de humanizar os hospitais 
que abrigavam os loucos.
• Ao longo do século XIX buscaram orientar 
cientificamente os estabelecimentos 
especializados.
▫ Nova forma de tratamento.
• No século XX conclui-se que aquelas instituições 
são a priori insuficientes, e que o espaço de 
tratamento dos loucos precisava ser repensado.
• O que o século XXI traz de novo?
▫ Condenação de pressupostos da psiquiatria: 
normatização e controle.
▫ Indícios de abandono do modelo médico.
• O que então podemos chamar de Reforma Psiquiátrica 
Brasileira?
▫ Está sendo considerada reforma psiquiátrica o processo 
histórico de formulação crítica e prática que tem como 
objetivos e estratégias o questionamento e a elaboração de 
propostas de transformação do modelo clássico e do 
paradigma da psiquiatria. No Brasil, a reforma psiquiátrica 
é um processo que surge mais concreta e principalmente a 
partir da conjuntura da redemocratização, em fins da 
década de 1970, fundado não apenas na crítica conjuntural 
ao subsistema nacional de saúde mental, mas também, e 
principalmente, na crítica estrutural ao saber e às 
instituições psiquiátricas clássicas, no bojo de toda a 
movimentação políticosocial que caracteriza esta mesma 
conjuntura de redemocratização (Amarante, 1995, p. 91)*.
*Concordância com a Escola Nacional de Saúde Pública
• Modelos anteriores à reforma:
▫ Comunidades Terapêuticas: tentativa de construir 
a partir de uma visão psicanalítica de um novo 
modelo de ações hospitalares. Não apenas os 
loucos eram analisados, mas os funcionários e 
médicos. Linha tênue entre loucura e sanidade. 
Apesar de nobre e revolucionária, a tentativa foi 
engolida por hospitais particulares e usada apenas 
como marketing. A aproximação do paciente e a 
investigação do sintoma foram legados positivos.
▫ Movimento da Psiquiatria Comunitária: Promoção 
de saúde mental, para evitar o adoecimento, 
estado crítico e a necessidade de internação. 
Identificação na comunidade as causas das 
doenças e razões de saúde. Noção agora de Saúde 
Mental. Propostas de evitar a normalização da 
sociedade, permitindo a convivência daquele que é 
conhecido como “doente mental”.
• Década de 70: denúncias dos excessos da 
psiquiatria e dos maus tratos e negligência nos 
hospícios e asilos do país.
• 1978 é criado o Movimento dos Trabalhadores 
em Saúde Mental (MTSM)  reivindicações 
trabalhistas e um discurso mais humanitário.
• Década de 80: mudança no cenário político. 
Oposição ao governo ganha forças e novas 
iniciativas são fortalecidas: racionalização, 
humanização e moralização do asilo; criação de 
alternativas à internação.
▫ Alternativas pouco lucrativas, não foram 
efetivadas devido a ineficiência do sistema de 
saúde do país.
• Pontos de virada da Reforma Psiquiátrica (já 
chamada assim) – Ano de 1987:
▫ I Conferência Nacional de Saúde Mental: fim da 
trajetória sanitarista e o início da 
desinstitucionalização;
▫ II Encontro Nacional dos Trabalhadores em Saúde 
Mental  “Por uma sociedade sem manicômios”.
• Dia 18 de Maio é instituído como Dia Nacional 
da Luta Antimanicomial.
• 1989: Reforma Legislativa
▫ Não seriam mais criados hospícios/asilos;
▫ Os recursos seriam direcionados para tratamentos 
alternativos;
▫ As internações compulsórias deveriam passar pela 
justiça.
• Início de uma discussão aberta e ampla sobre o 
tema.
• Programa de Saúde Mental de Santos – Do 
crítico ao exemplar;
• Centro de Atenção Psicosocial – Caps Professor 
Luiz da Rocha Cerqueira.  Um exemplo de 
reformulação que deu certo.
• Não sofreram mudanças apenas na 
conceitualização de tratamento, mas seguiram 
novos planos práticos e objetivos.
• 1990: a década de consolidação.
▫ Nessa década, reformas legislativas e mesmo 
acadêmicas começaram a consolidar uma nova 
forma de ver e viver a loucura e seu tratamento.
▫ Ainda longe do ideal, mas com mais abertura para 
sua discussão, para novas possibilidades e novas 
práticas.
• Um exemplo: a reforma psiquiátrica no Rio de 
Janeiro
▫ Controle da entrada de internos em hospitais;
▫ Diminuição do número de leitos para “doentes 
mentais”;
▫ Pesquisas que proviam dados quantitativos que 
mostraram de forma objetiva a ineficácia do 
modelo hospital-ambulatório. 
▫ Escancarou-se a deficiência dos serviços 
oferecidos, e quais as reais necessidades de cada 
unidade de tratamento  onde deveria haver uma 
equipe multidisciplinar, só haviam consultas 
psiquiátricas.
▫ Assim, buscou-se fortalecer a instauração dos 
Caps que devem oferecer condições que inexistem 
nos ambulatórios: atenção diária e integral, ser 
regionalizado e oferecer um tratamento 
comunitário.
▫ Primeiro Caps no Rio de Janeiro: 1996.
▫ Novos dados quantitativos vem sendo coletados e 
analisados: até o presente momento, as iniciativas 
são consideradas bem sucedidas.
• Mais uma novidade para o possível tratamento: 
Serviços Residenciais Terapêuticos
▫ Casas inseridas preferencialmente na comunidade 
destinadas a cuidar e servir de moradia para 
pacientes “egressos de internações psiquiátricas 
de longa permanência, que não possuam suporte 
social e laços familiares”.
▫ Ter uma casa fora do hospital, mas com a atenção 
que será necessária para sua reabilitação 
psicosocial.
▫ Instrumento efetivo de substituição asilar: Cada 
paciente psiquiátrico transferido de um hospital 
para uma residência terapêutica, um leito 
psiquiátrico daquele hospital era fechado.
▫ Serviço exclusivamente de natureza pública.
• Os problemas que ainda encontramos: 
▫ Crescimento de internações. Ainda está presente 
na nossa cultura que o louco deve ser isolado.
• Para que tenhamos uma extinção efetiva do 
sistema manicômio/hospital:
▫ Criação de alternativas consistentes (competentes 
e duradouras);
▫ Desconstrução da ideia de que somos dependentes 
de manicômios.
• Texto Referência:
• Tenório, f. A reforma psiquiátrica brasileira, da 
década de 1980 aos dias atuais: história e 
conceitos. História, Ciências e Saúde. v. 9 (1). p. 
25-59. Rio de Janeiro.

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