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O CONCEITO DE ANÁLISE FUNCIONAL Prof. Paula Cordeiro “As variáveis externas das quais o comportamento é função dão margem ao que se pode ser chamado de análise causal ou funcional. Tentamos prever e controlar o comportamento de um organismo individual. Esta é a nossa “variável dependente”- o efeito para o qual procuramos a causa. Nossas “variáveis independentes”- as causas do comportamento – são as condições externas das quais o comportamento é função. Relações entre as duas – as relações de “causa e efeito” no comportamento – são as leis de uma ciência. Skinner (1974) “Uma formulação adequada da interação entre um organismo e seu ambiente deve sempre especificar três coisas: (1) a ocasião em que a resposta ocorre, (2) a própria resposta, e (3) as consequências reforçadoras. As inter-relações entre elas são as contingências de reforço.” Skinner (1974) Contingência Relação condicional entre resposta e consequência. “Se... Então...” Relação de dependência entre eventos. Múltiplas contingências operando. Contingência Contiguidade Relação entre eventos Justaposição de eventos no tempo e/ou espaço. Instrumento básico do analista do comportamento. Identificar as contingências que estão operando e inferir as que ocorreram no passado. Propor, criar ou estabelecer relações de contingência para desenvolver ou instalar comportamentos, alterar padrões, assim como reduzir, enfraquecer ou eliminar comportamentos dos repertórios dos indivíduos. Mudanças no comportamento só ocorrem quando há mudanças nas contingências. Prever e controlar. Modelo clínico difere do experimental. Na clínica não há controle de variáveis como há no laboratório. O comportamento humano é o mais difícil de ser estudado pelos métodos científicos, mas a complexidade não justifica seu não estudo. Dificuldade na identificação da unidade de análise, ou na definição de classes de respostas O comportamento não pode ser facilmente retido para observação. Não há fracionamento. Não há ações iguais. Conceituação. Não existe um instrumento que forneça uma unidade de análise abrangente e relevante. Queixas não indicam necessariamente os comportamentos a serem alterados. Testes e inventários são úteis, mas não descrevem a função do operante. Não são instrumentos de predição e controle do comportamento. Pensamentos desagradáveis servem de guia, mas não fornecem unidades de análise. A classe de comportamentos com a qual lidar na terapia é constituída durante o próprio processo terapêutico. Atenção: Topografia do comportamento Função Regularidade dos antecedentes Definir o comportamento Microanálise Macroanálise Análise da contingência Levantamento geral Dificuldade na definição de classes de eventos antecendentes e de eventos consequentes Podem ser características funcionais, não topográficas. Vários antecedentes. Várias consequencias. A identificação da classe de estímulos antecedentes, da classes de respostas e da classe de estímulos consequentes não abarca todas as informações que necessitamos para entender o caso (para a predição e controle do comportamento) História de vida é essencial para compreender o comportamento atual. Um estímulo só é discriminativo porque houve história de condicionamento. Reforçadores universais vs. aprendidos. Na contingência não há espaço para a história. Também não há para as condições sociais e econômicas. EMBORA SEJAM RELEVANTES Operação estabelecedora Contingências de três, quatro e cinco termos. Mais informações Dificuldades se referem à multiplicidade dos dados e não à base teórica do behaviorismo. Exemplo de análise funcional De-Farias, A. K. C. R. & col. (2010). Análise comportamental clínica - aspectos teóricos e estudos de caso Dados da cliente Identificação: Florinda (nome fictício), 30 anos, sexo feminino, negra, ensino médio completo, nível socioeconômico baixo, noiva e católica praticante. Queixa: No processo de triagem, a cliente relatou as seguintes queixas: choro frequente, tristeza, crises depressivas recorrentes, dificuldades financeiras e histórico de abuso sexual. No decorrer dos atendimentos iniciais, explicitou mais algumas queixas, como a falta de autoconhecimento – “Quero entender por que eu choro tanto”, “Por que as pessoas têm pena de mim?”, “Eu não entendo porque eu não impedi que eles fizessem isso (abuso sexual) comigo” – e inassertividade – “Eu não sei dizer não para as pessoas... Meus irmãos e cunhados sempre pedem dinheiro para mim e não pagam. Quando digo que não tenho ou não posso, as pessoas parecem que sabem que estou mentindo, aí eu acabo emprestando mesmo”. Objetivos da Cliente: Entender as “causas” do choro e “ficar boa da depressão”. Demandas: A partir das queixas apresentadas pela cliente, identificou-se a necessidade de desenvolver repertórios de autoconhecimento. O interesse pelo desenvolvimento da assertividade ocorreu, também, por notar-se, logo nas primeiras sessões, que a cliente era passiva, inassertiva e emitia mandos disfarçados, e não diretos, com bastante frequência.
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