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Metapsicologia Freudiana - Recalque

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Recalque
Freud, Ob. Comp. Vol. XIV. 
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Recalque
A respeito da tradução.
Verdrangung – em alemão. Colocado para baixo. 
Tradução da Standard - repressão (conceito associado à educação).
Galicismo (afrancesamento) – Recalque. 
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Recalque 
Sobre a importância do conceito – Frase de Freud (A História do Movimento Psicanalítico):
A teoria da repressão é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanálise. É a parte mais essencial dela e todavia nada mais é senão a formulação teórica de um fenômeno que pode ser observado quantas vezes se desejar se se empreende a análise de um neurótico sem recorrer a hipnose. 
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Recalque
Primeira aproximação do conceito – a essência da repressão consiste simplesmente em afastar determinada coisa do consciente, mantendo-a à distância. 
Mecanismo de defesa e de estruturação psíquica das neuroses.
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No processo de recalcamento ocorre a separação da catexia (ligação entre a representação psíquica e a quantidade de pulsão não representada Rp +).
A representação psíquica fica recalcada e a carga de energia, tornada livre vai ter destinos que determinarão as modalidades clínicas da neurose. 
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Quando a carga investe uma parte do corpo, formando sintomas conversivos – histeria.
Quando a carga investe outras representações psíquicas – neurose obsessivo-compulsiva.
Quando a carga investe um objeto – fobia.
Quando a carga (parte dela) fica livre – angústia.
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Fases do processo de recalque.
1ª Fase – recalque primevo, recalque primário: Temos motivos suficientes para supor que existe uma repressão primeva, uma primeira fase de repressão, que consiste em negar entrada no consciente ao representante psíquico (ideacional) do instinto. Com isso, estabelece-se uma fixação; a partir de então, o representante em questão continua inalterado, e o instinto permanece ligado a ele. Isso se deve às propriedades dos processos inconscientes.
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2ª Fase – A segunda fase da repressão, a repressão propriamente dita, afeta os derivados mentais do representante reprimido, ou sucessões de pensamento que, originando-se em outra parte, tenham entrado em ligação associativa com ele. Por causa dessa associação, essas idéias sofrem o mesmo destino daquilo que foi primevamente reprimido. Na realidade, portanto, a repressão propriamente dita é uma pressão posterior.
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Recalque
Sob a influência do estudo das psiconeuroses, que coloca diante de nós os importantes efeitos da repressão, inclinamo-nos a supervalorizar sua dimensão psicológica e a esquecer, demasiado depressa, o fato de que a repressão não impede que o representante instintual continue a existir no inconsciente, se organize ainda mais, dê origem a derivados, e estabeleça ligações.
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3ª Fase – Retorno do recalcado. Através de ligações intermediárias pode ocorrer o retorno do recalcado. Na consciência eles surgem quando há um afrouxamento do recalque sob forma de: sonhos, chistes, atos falhos, chistes e sintomas. 
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Ao executarmos a técnica da psicanálise, continuamos exigindo que o paciente produza, de tal forma, derivados do reprimido, que, em conseqüência de sua distância no tempo, ou de sua distorção, eles possam passar pela censura do consciente. Na realidade, as associações que exigimos que o paciente faça sem sofrer a influência de qualquer idéia intencional consciente ou de qualquer crítica, e a partir das quais reconstituímos uma tradução consciente do representante reprimido — essas associações nada mais são do que derivados remotos e distorcidos desse tipo.
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Recalque
O processo de repressão não deve ser encarado como um fato que acontece uma vez, produzindo resultados permanentes, tal como, por exemplo, se mata um ser vivo que, a partir de então, está morto; a repressão exige um dispêndio persistente de força, e se esta viesse a cessar, o êxito da repressão correria perigo, tornando necessário um novo ato de repressão.
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Podemos supor que o reprimido exerce uma pressão contínua em direção ao consciente, de forma que essa pressão pode ser equilibrada por uma contrapressão incessante. Assim, a manutenção de uma repressão acarreta ininterrupto dispêndio de força, ao passo que sua eliminação, encarada de um ponto de vista econômico, resulta numa poupança. 
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Recalque
Como se dá o processo nas palavras de Freud.
Até esse momento, em nosso exame, tratamos da repressão de um representante instintual, entendendo por este último uma idéia, ou grupo de idéias, catexizadas com uma quota definida de energia psíquica (libido ou interesse) proveniente de um instinto.
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Agora, a observação clínica nos obriga a dividir aquilo que até o presente consideramos como sendo uma entidade única, de uma vez que essa observação nos indica que, além da idéia, outro elemento representativo do instinto tem de ser levado em consideração, e que esse outro elemento passa por vicissitudes de repressão que podem ser bem diferentes das experimentadas pela idéia. 
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Recalque
Geralmente, a expressão quota de afeto tem sido adotada para designar esse outro elemento do representante psíquico. Corresponde ao instinto na medida em que este se afasta da idéia e encontra expressão, proporcional à sua quantidade, em processos que são sentidos como afetos. A partir desse ponto, ao descrevermos um caso de repressão, teremos de acompanhar separadamente aquilo que acontece à idéia como resultado da repressão e aquilo que acontece à energia instintual vinculada a ela.
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Recalque
Gostaríamos de fazer algumas afirmações genéricas a respeito das vicissitudes de ambos, coisa que, depois de nos situarmos, será efetivamente possível. A idéia que representa o instinto passa por uma vicissitude geral que consiste em desaparecer do consciente, caso fosse previamente consciente, ou em ser afastada da consciência, caso estivesse prestes a se tornar consciente. 
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Recalque
O fator quantitativo do representante instintual possui três vicissitudes possíveis, tal como podemos verificar pelo breve exame das observações feitas pela psicanálise: ou o instinto é inteiramente suprimido, de modo que não se encontra qualquer vestígio dele, ou aparece como um afeto que de uma maneira ou de outra é qualitativamente colorido, ou transformado em ansiedade.
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Recalque
Além disso, restringindo-me às três formas mais conhecidas da psiconeurose, mostrarei por meio de alguns exemplos como os conceitos aqui introduzidos se aplicam ao estudo da repressão.
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Recalque
No campo da histeria da ansiedade escolherei um exemplo bem analisado de uma fobia animal. Aqui, o impulso instintual sujeito à repressão é uma atitude libidinal para com o pai, aliado ao medo dele. 
O objeto fóbico pode ser tanto animado, como ser elementos da natureza, como objetos inanimados.
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Recalque
Somos obrigados a adotar um conceito inteiramente distinto a respeito do processo de repressão, quando consideramos o quadro de uma verdadeira histeria de conversão. Aqui, o ponto relevante reside em que é possível provocar um desaparecimento total da quota de afeto. Quando isso ocorre, o paciente exibe, em relação a seus sintomas, aquilo que Charcot denominava de ‘la belle indifférence des hystériques‘. 
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Recalque
Um quadro totalmente diferente da repressão se revela, mais uma vez, na terceira perturbação, que consideraremos para os propósitos de nossa ilustração — na neurose obsessiva. 
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Recalque
 De início, a repressão é inteiramente cercada de êxito; o conteúdo ideacional é rejeitado, fazendo com que o afeto desapareça. Como formação substitutiva, surge no ego uma alteração sob a forma de maior consciência. 
Cavilações mentais – tortura de pensamento.
Rituais.
Proibições.

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