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Curso Teórico de Direito Administrativo para o TRT GO 
Profº. Cyonil Borges – aula 11 
Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 81 
 
AULA 11: LICITAÇÕES PÚBLICAS 
E aí Pessoal, 
As organizadoras são previsíveis quanto o tema é licitações. E o nível das 
atuais provas exige-nos certa preocupação. Parece-nos um exagero, 
especialmente porque nem sempre o servidor vai trabalhar 
diuturnamente, em sua vida prática, com as licitações. Os Analistas e 
Técnicos do TRT nem sempre trabalharão com Licitações. 
Portanto, a lógica, talvez, é que por ser assunto com um pouco mais 
detalhes, a ilustre banca considere a maior chance de insucesso (melhor 
seleção) dos candidatos, o que não deixa de ser uma premissa em parte 
verdadeira. 
A Lei 8.666, de 1993, não é Lei do Capeta como dizem por aí. Se por um 
lado é rica em detalhes; por outro, os mesmos detalhes são findáveis, e, 
pelo número de questões disponíveis, sempre batidos em provas de FCC, 
de tal sorte que, ao cabo das aulas, alcançaremos 100% das possíveis 
cobranças. Vocês verão! 
Mãos à obra! 
Cyonil Borges. 
Observação: será postado arquivo complementar com muitas questões 
de FCC (e todas comentadas!). Isso, no entanto, depois de estudarmos 
o tal Pregão e a parte, inteirinha, de Contratos Administrativos. 
 
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Sumário 
1. Conceito de Licitação ................................................................. 3 
2. Princípios Regentes das Licitações Públicas ................................. 15 
3. Modalidades de Licitação .......................................................... 28 
4. Tipos de Licitação (Critérios de Julgamento) ............................... 47 
5. Fases ou Etapas da Licitação .................................................... 53 
6. Alienação de Bens ................................................................... 70 
7. Contratação Direta: Dispensas e Inexigibilidade de Licitação ........ 73 
 
 
 
 
Curso Teórico de Direito Administrativo para o TRT GO 
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1. Conceito de Licitação 
Inicialmente, vejamos o que diz o art. 3º da Lei 8.666/1993: 
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do 
princípio constitucional da isonomia a seleção da 
proposta mais vantajosa para a administração e a 
promoção do desenvolvimento nacional sustentável, e 
será processada e julgada em estrita conformidade com os 
princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da 
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade 
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do 
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 
Dos trechos negritados, podemos extrair o conceito de licitações, a partir 
de três pontos: 
I) A licitação é um procedimento [“será processada (...)”]: 
deixando de lado a discussão a respeito de procedimentos ou 
processos administrativos, pode-se dizer que um processo ou 
procedimento administrativo é um conjunto de atos 
encadeados que caminham para um resultado final. 
Resumidamente, o procedimento significa ser uma série de 
atos, os quais acabam se interligando. No caso das licitações, 
tais atos acabaram se dividindo em duas grandes fases da 
licitação; 
II) As licitações destinam-se à seleção da proposta mais 
vantajosa aos interesses públicos. Claro que a proposta mais 
vantajosa não coincide sempre com a de menor preço. Como se 
diz: “o barato pode sair caro”. O objetivo das licitações não é a 
proposta mais barata, mas sim a mais vantajosa aos 
interesses públicos. Como se sabe, por vezes é melhor pagar 
mais, contratando algo mais adequado (com mais qualidade), do 
que pagar menos, contratando-se de maneira menos útil. Então, 
cuidado com esse objetivo do processo licitatório: é a melhor 
proposta (não a mais barata!). 
III) Há um segundo objetivo para o processo licitatório: a 
isonomia constitucional. Releia o art. 3º ali acima. Perceba 
que ele diz que as licitações destinam-se ao cumprimento do 
princípio constitucional da isonomia, à seleção da proposta 
mais vantajosa à Administração, e ao desenvolvimento nacional 
sustentável. Assim, não adianta a Administração contratar 
diretamente por preços abaixo de mercado a empresa da 
esposa, do primo, p. ex., do Presidente da Entidade, sem realizar 
o devido processo licitatório. De fato, assim procedendo, o 
agente público responsável, apesar de selecionar a “melhor 
proposta”, acabaria por promover grave ofensa ao princípio 
da isonomia. Ainda neste sentido: de que vale garantir a 
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isonomia entre os interessados, se os preços pactuados estão 
frontalmente muito acima dos praticados pelo mercado? Daí 
a questão do “segundo objetivo”; 
IV) Item de Prova: com a Lei 12.349, de 2010, acrescentou-se um 
terceiro objetivo às licitações: a promoção do 
desenvolvimento nacional sustentável (por isso que está 
destacado em vermelho no art. 3º). Esse terceiro objetivo vem 
a atender uma “velha reclamação” da doutrina: as licitações 
devem servir como instrumento de estímulo ao desenvolvimento 
do país. 
 
Fixação 
(2013/CESPE/DPE-RR/Defensor) Os objetivos do procedimento 
licitatório incluem a isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para 
a administração pública e a promoção do desenvolvimento nacional 
sustentável. 
Comentários: 
É o que nos informa o caput do art. 3º da Lei 8.666/1993. 
Gabarito: CERTO. 
Fixação 
A licitação, regulada pela Lei n. 8.666/93, destina-se a garantir observância do 
princípio constitucional da isonomia e a selecionar propostas de preços mais baratos, 
para a Administração contratar compras, obras e serviços, devendo ser processada e 
julgada com observância da impessoalidade, igualdade e publicidade, entre outros. 
a) Correta a assertiva. 
b) Incorreta a assertiva, porque a licitação destina-se a selecionar proposta mais 
vantajosa para a Administração, ainda que eventualmente não seja a mais barata. 
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c) Incorreta, porque o sigilo da licitação afasta a observância do princípio da 
publicidade. 
d) Incorreta, porque a exigência de habilitação prévia afasta a observância do 
princípio da impessoalidade. 
e) Incorreta, porque a exigência de condições passíveis de valorar propostas afasta a 
incidência do princípio da igualdade. 
Comentários: 
Como sobredito, a Lei de Licitações – o Estatuto Geral das Licitações – objetiva a 
seleção da proposta mais vantajosa. No entanto, a proposta mais vantajosa não 
é, necessariamente, a de valor menor entre as propostas, afinal, ao lado do 
preço, a Administração deve cotejar a qualidade do que adquire. 
Gabarito: alternativa B. 
A seguir, façamos algumas considerações sobre os dispositivos da Lei 
8.666, de 1993, alusivos ao objetivo do desenvolvimento nacional 
sustentável. Para o cumprimento deste objetivo, a Lei previu, por 
exemplo, o estabelecimento de uma margem de preferência para a 
aquisição de produtos manufaturados e para serviços nacionais,assim definidos, nos termos dos incisos XVII e XVIII do art. 6º da Lei de 
Licitações: 
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos 
manufaturados, produzidos no território nacional de acordo com o 
processo produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas 
pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) 
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas 
condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela 
Lei nº 12.349, de 2010) 
Abre-se um parêntese para esclarecer que, para o emprego da margem 
de preferência, alguns requisitos devem ser observados, a saber: 
- a capacidade de produção ou prestação no País não pode 
ser inferior à quantidade a ser adquirida ou contratada, ou, 
ainda, inferior ao quantitativo mínimo para preservar a 
economia de escala (§7º do art. 23), nos termos do art. 3º, §9º, I 
e II, da Lei de Licitações; 
- as margens de preferência por produto, serviço, grupo de 
produtos ou serviços nacionais, não podem ultrapassar o 
montante de 25% sobre o preço dos produtos 
manufaturados e serviços estrangeiros; 
- a margem de preferência poderá ser estendida, total ou 
parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes 
do Mercado Comum do Sul – Mercosul; 
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- a aplicação da margem de preferência deve estar fundamentada 
em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 
cinco anos, que considerem, em todo caso: 
I - geração de emprego e renda; 
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e 
municipais; 
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; 
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e 
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. 
 
Registre-se que, ao lado da referida preferência, poderá ser estabelecido 
margem de preferência adicional, tratando-se de produtos 
manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e 
inovação tecnológica realizados no País. 
A justificativa de margem adicional de preferência para tais produtos 
e serviços de tecnologia pode ser percebida, também, a partir da leitura 
do §12 do art. 3º da Lei. Fixou-se que a licitação poderá ser restrita a 
bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos 
de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei 10.176, 
de 11 de janeiro de 2001, nas contratações destinadas à implantação, à 
manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de 
informação e comunicação, sistemas considerados estratégicos em ato 
do Poder Executivo federal. 
Por fim, é previsto que os editais de licitação para a contratação de bens, 
serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade 
competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou 
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entidade integrante da administração pública ou daqueles por ela 
indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação 
comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições 
vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma 
estabelecida pelo Poder Executivo federal. 
Não se esqueça deste último objetivo, ok? É que ele está “cheirando 
a leite”, e se tem uma regra básica em prova de concurso é: Se é Novo, 
Vai Cair! Então, atenção na prova. 
Será que, afinal, não vão apresentar um conceito para licitações? Esse 
conceito já tá “na mão”! Suficiente juntar os quatro pontos já expostos. 
Vejamos: PROCEDIMENTO, MELHOR PROPOSTA, ISONOMIA, 
DESENVOLVIMENTO NACIONAL SUSTENTÁVEL. 
Olha só como é que fica. Licitação é: 
O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO mediante o qual a 
Administração Pública, visando à seleção da PROPOSTA MAIS 
VANTAJOSA AOS INTERESSES PÚBLICOS, dá necessário 
cumprimento ao princípio constitucional da ISONOMIA, dentre 
outros, assim como estimula, dentro do possível, o 
DESENVOLVIMENTO NACIONAL SUSTENTÁVEL. 
É melhor fazer assim, entender, do que ficar decorando o tempo todo, 
não é? Então, é só guardar os quatro pontos: PROCEDIMENTO, 
MELHOR PROPOSTA, ISONOMIA, DESENVOLVIMENTO NACIONAL 
SUSTENTÁVEL, que a gente consegue conceituar licitação, em qualquer 
questão dissertativa, por exemplo, além de gabaritar as provas objetivas. 
Bom, esclarecido o conceito, vamos partir para outros pontos 
importantes. 
Primeiramente, é bom deixar claro que o dever de licitar é GERAL para 
a Administração Pública, em todos os níveis da federação, em razão 
do que estabelece a Constituição Federal de 1988. Olha só o que diz o art. 
37, inc. XXI, do nosso texto constitucional: 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as 
obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante 
processo de licitação pública que assegure igualdade de 
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que 
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as 
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à 
garantia do cumprimento das obrigações. 
Nota o trecho destacado que nos informa “ressalvados os casos 
especificados na legislação”. Pois é, isso vai ser importante para 
decifrarmos as contratações diretas, ou seja, a dispensa e 
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inexigibilidade de licitação, que são situações que permitem ao poder 
público contratar sem a modalidade prévia de licitação. 
 
Anote-se que licitações e contratos são coisas bem distintas. De fato, 
enquanto a primeira é uma série de atos (um procedimento), o último é 
o vínculo decorrente, o resultado, de regra, naturalístico da licitação, 
ou seja, a consequência costumeiramente natural do processo licitatório. 
A licitação, então, é o antecedente, e o contrato o consequente, não 
podendo ser confundidos, sendo que, em alguns casos, para a 
celebração do contrato dispensa-se ou se inexige a modalidade 
própria de licitação, isto é, há casos de contratação direta, sem 
modalidade de licitação utilizada. Isso não quer dizer, entretanto, que a 
contratação direta não vá ser formalizada ou ter documentação. Não é 
isso. O que acontecerá, aliás, o que não acontecerá, é apenas a 
modalidade, mas a formalização será feita. 
Então, ao fim, pode-se dizer que: o dever de licitar é uma regra para 
as contratações da Administração Pública. Contudo tal regra 
encontrará exceções. 
Outra coisa importante é deixar bem clara a competência da União 
para legislar a respeito de licitações e contratos. Vejamos o art. 22, 
inc. XXVII, da Constituição Federal, para tanto: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
(...) 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas 
as modalidades, para as administrações públicas diretas, 
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autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos 
termos do art. 173, § 1°,III; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
A União tem competência, então, para legislar, em grau de norma 
geral, sobre todas as modalidades. Portanto, a Lei 8.666/1993 tem a 
natureza de Lei federal Geral (ou nacional, como preferem alguns 
doutrinadores), em razão do que estabelece o XXVII do art. 22 da 
CF/1988. 
Ficamos assim. A tal Lei “Nacional” é aquela editada pela União, mas 
com força suficiente para alcançar todos os demais entes políticos. 
Apesar da crítica de parte da doutrina à rigidez, e ao fato, ao menos 
aparente, de a Lei 8.666/1993 invadir a competência de os Estados se 
auto-organizarem, a Lei alcança a estes e também aos Municípios e ao 
Distrito Federal. 
Curiosidade de fundo “concursístico”. O art. 22 da CF delineia a 
competência privativa da União, ou seja, apesar de ser apontado 
como um problema de geografia constitucional, a Lei 8.666/1993 não 
é, para efeito de concurso, considerada legislação concorrente. 
Algumas ilustres organizadoras já foram nesta ferida, afinal é 
costumeiro o concursando ouvir falar em norma geral e pensar no art. 24 
da CF, que trata de legislação concorrente. 
Professor, então quer dizer que toda a Lei de Licitações cuida de 
normas gerais? 
Não! Nem toda a Lei 8.666/1993 é norma geral. Contudo a 
separação de quais são ou não normas gerais é tarefa das mais árduas, 
considerando o volume de artigos que contém a Lei. Mesmo diante da 
dificuldade em distinguir as normas gerais das não gerais, o Supremo 
Tribunal Federal – STF parece ter sinalizado para a existência de 
normas aplicáveis apenas à União, logo, não gerais. Na ADIN 927-3, 
o STF suspendeu cautelarmente, até decisão final de mérito, a alínea “b” 
do inc. I do art. 17, bem como a eficácia do §1º do dispositivo, a seguir 
reproduzido: 
Art. 17 (...) 
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para 
órgãos da administração direta e entidades autárquicas e 
fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, 
dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de 
concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: 
(...) 
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b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade 
da Administração Pública, de qualquer esfera de governo; 
(...) 
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste 
artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão 
ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação 
pelo beneficiário. 
Em síntese: 
- Os Estados, Distrito Federal e Municípios podem legislar 
suplementarmente sobre a matéria no que tange ao interesse 
peculiar de suas administrações. Mas não podem contradizer a 
Lei 8.666/1993, naquilo que ela seja Lei Geral; e, 
- nem toda a Lei 8.666/1993 é norma geral, pois existem 
dispositivos aplicáveis apenas à União, por exemplo, a 
contratação direta para regular os preços e abastecimento. 
Poxa, agora já não basta ter de estudar a Lei 
8.666/1993, vou ter de decorar as partes em que ela é 
lei geral, e em que não é, nossa! 
Calma aí, gente! O “lance” é só saber que nem toda Lei 8.666/1993 é 
Lei Geral. Mas decorar todos esses detalhes não é muito viável, não! 
Dificilmente, “pra” não dizer raramente, o examinador tem abordado esse 
assunto em prova. 
Professor, esse dever de licitar é só das pessoas de Direito Público 
ou alcança as pessoas de Direito Privado interventoras no domínio 
econômico? 
Excelente questão! 
O inc. III do §1º do art. 173 da Constituição Federal dispõe que lei 
estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de 
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade 
econômica de produção ou comercialização de bens ou de 
prestação de serviços, dispondo, dentre outras matérias, de licitação e 
contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os 
princípios da administração pública. 
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Então as referidas entidades, atuantes no domínio econômico, 
estão dispensadas de licitar, segundo as normas de Lei 
8.666/1993? 
Calma! Não é bem assim. Com a colaboração do Direito Constitucional, 
informe-se que a norma no art. 173, §1º, III, é de eficácia limitada. De 
outra forma, enquanto não sobrevier Lei própria que estabeleça o 
regramento para as licitações das entidades estatais que explorem 
atividades econômicas, estas deverão seguir o regime da Lei 
8.666/1993. Como a lei “que estabelecerá” ainda não foi editada, as 
empresas governamentais, atuantes na atividade econômica, continuam 
presas, vinculadas, a seguir a Lei 8.666/1993. 
 
Entendi Professor. Então quer dizer que sempre tais entidades de 
Direito Privado deverão seguir a Lei 8.666, de 1993? 
Opa! Não é bom usar do advérbio “sempre”, especialmente em matéria 
de Direito Administrativo [o Direito das exceções]. É que o dever de 
licitar por parte das entidades estatais exploradoras de atividade 
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econômica foi mitigada, isto é, afastada parcialmente, pela 
jurisprudência do Tribunal de Contas da União (TCU), contando com 
sólidas e fundamentadas opiniões no mesmo sentido por parte da 
doutrina. 
Há entendimento de ser possível contratação direta (sem aplicação de 
qualquer modalidade de licitação) de bens, de serviços e de produtos 
atinentes, referentes às atividades finalísticas das entidades da 
Administração que explorem atividades econômicas, ou seja, aqueles 
decorrentes de procedimentos usuais de mercado em que atua e 
indispensáveis ao desenvolvimento de sua atividade normal. 
Ressalte-se que raciocínio é oposto para atividade-meio, na qual a 
entidade estatal que explora atividade econômica deve licitar 
normalmente, a não ser, obviamente, que a licitação mais uma vez 
acarrete obstáculo ao regular curso da atividade-fim. Vejamos, 
abaixo, decisão paradigmática do TCU: 
Acórdão 121/1998 – TCU/Plenário 
Exclui a PETROBRÁS Distribuidora - BR da 
obrigatoriedade de realizar processo licitatório para as 
contratações de transportes que sejam atividade-fim da 
empresa, como a de transporte de produtos, 
permanecendo esta obrigatoriedade para atividades-
meio. 
Só um detalhe! Das empresas governamentais, a Petrobras é um caso à 
parte (especialíssimo), isso porque segue o Decreto 2.745/98 em suas 
contratações. O TCU, em inúmeras decisões, fixou o entendimento pela 
inconstitucionalidade de tal normativo, recebendo voto favorável pela 
ilegalidade no Superior Tribunal de Justiça. 
No entanto, no ACO 1193 QO-MC/RJ e outras decisões mais recentes, o 
STF, em processo da relatoria do Min. Gilmar Mendes, concedeu liminares 
para garantir aplicabilidade do citado Decreto até decisão final de mérito. 
Em suma: enquanto não sobrevier decisão de mérito acerca da 
legalidade/constitucionalidade do referenciado Decreto, a Petrobras pode 
continuar o utilizando, ante o respaldo dado pelo STF. 
Muito bem. Passando para outro assunto, os amigos devem ter 
acompanhado esse imbróglio todo com Belo Monte, a Mega Usina (será 3ª 
maior hidrelétrica do mundo!) no meio da Amazônia. Pois é, é uma 
concessão de serviço público. E daí? Daí que tem uma questão 
interessantepor detrás: afinal licitações para concessões e permissões de 
serviço público são regidas pela Lei 8.666/1993? Viu como a questão é 
boa? Vejamos só o que diz o art. 124 da Lei 8.666/1993: 
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Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para 
permissão ou concessão de serviços públicos os 
dispositivos desta Lei que não conflitem com a legislação 
específica sobre o assunto. 
Vamos à interpretação do dispositivo. 
A Lei 8.987/1995 trata de concessões e permissões de serviços públicos, 
e, portanto, será esta norma que regerá, de regra, a matéria. Quanto à 
Usina de Belo Monte, tem uma norma ainda mais específica para o 
assunto, a Lei 9.074/1995. Mas, em prova, tem de ter atenção para a 
seguinte afirmativa do examinador: licitações de concessão ou 
permissão de serviços públicos podem ser regidas pela Lei 
8.666/1993. E aí, tá certo? SIM, pois, a despeito de não ser a norma 
principal, a Lei 8.666 alcança, ainda que 
subsidiariamente/supletivamente, licitações para concessões e 
permissões de serviços públicos. 
Por fim, a questão curiosa do Terceiro Setor, mais especificamente, duas 
situações específicas: Serviços Sociais Autônomos e as entidades 
que, de modo geral, recebem transferências voluntárias da União, em 
que os convênios são as mais conhecidos. 
Há uma decisão do TCU, de 1997, na qual foi tratada a questão dos 
Serviços Sociais Autônomos, vulgarmente conhecidos como ‘Sistema S’. 
Então. Será que o chamado ‘Sistema S’, formado por pessoas 
jurídicas de Direito Privado (SESC, SEBRAE, SENAT, SENAR, SESI, 
APEX, ABDI, e outros), obriga-se a licitar conforme a Lei 
8.666/1993? 
As entidades do ‘Sistema S’ são entidades de natureza privada, não 
integrantes da Administração Pública (as entidades do sistema “S” 
são paraestatais), sem fins lucrativos, que administram verbas públicas, 
advindas de dotações orçamentárias ou de contribuições parafiscais. 
O entendimento do Tribunal de Contas da União (Decisão Plenária 
907/1997) é de que, embora devam licitar, estão dispensadas do 
procedimento previsto na Lei 8.666/1993. Logo podem editar seus 
próprios regulamentos de licitação, em obediência apenas aos 
princípios da Administração Pública. 
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Outra importante colocação é a que envolve as entidades que, de modo 
geral, recebem transferências voluntárias da União, de regra, como 
dito, por meio de convênios. 
O primeiro registro é que convênio é “uma coisa”, e contrato outra 
“coisa”. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa! 
Nos convênios há o interesse mútuo, ou seja, um interesse comum 
(convergente), sem qualquer tipo de antagonismo. Exemplo: a 
União precisa de uma entidade que faça o trabalho de reintrodução de ex-
detentos no mercado de trabalho. Tem uma “ONG” que faz isso. A União 
pode repassar dinheiro para essa ONG cuidar disso. Essa transferência 
pode ser efetuada por convênio, pois não há oposição nenhuma de 
interesses, isso porque a União e a ONG desejam que ex-detento volte a 
trabalhar. 
Nos contratos, como o nome já informa (CONTRA-ATO) há uma espécie 
de oposição, ou, como nas palavras da Lei, obrigações recíprocas. Por 
exemplo: a União contrata uma empresa para que lhe forneça serviços de 
manutenção predial. Daí nascerá um CONTRATO e não um convênio, 
pois, de um lado, a União quer os serviços e entregará o dinheiro para 
tanto; de outro, a empresa quer o dinheiro, e entregará os serviços. O 
que uma, a União, quer, é exatamente o CONTRÁRIO do que quer a 
outra, a empresa. 
Pois bem. Então falemos da seguinte situação: a União transfere 
dinheiro para uma entidade do terceiro setor por convênio. E aí, de 
que “jeito” a entidade pode utilizar esse dinheiro? Tem que licitar? 
Olha só o que diz o art. 11 do Decreto 6.170, de 2007: 
Art. 11. Para efeito do disposto no art. 116 da Lei nº 8.666, 
de 21 de junho de 1993, a aquisição de produtos e a 
contratação de serviços com recursos da União transferidos a 
entidades privadas sem fins lucrativos deverão observar os 
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princípios da impessoalidade, moralidade e economicidade, 
sendo necessária, no mínimo, a realização de cotação 
prévia de preços no mercado antes da celebração do 
contrato. 
O art. 116, citado no Decreto Federal, é o que tangencia os convênios. A 
conclusão é simples: pelo Decreto, as entidades que recebem recursos 
voluntários por meio de convênios federais não estão obrigadas a 
licitar para o emprego regular de tais recursos, sendo suficiente a 
cotação prévia de preços. 
2. Princípios Regentes das Licitações Públicas 
Como sobredito, em regra os contratos administrativos são precedidos de 
licitações públicas, tendo por finalidade a obtenção da proposta mais 
vantajosa, assegurada a isonomia de tratamento aos interessados, 
e proporcionado o desenvolvimento nacional sustentável. 
Todo ato administrativo deve ser cercado de cautelas legais, morais e 
éticas. A licitação, como conjunto encadeado de atos, não poderia ser 
diferente. Não pode ser realizada “de qualquer jeito”. Ao contrário disso. 
A licitação se sujeita a um conjunto significativo de princípios e de 
normas jurídicas, e, com isso, são evitados ou reduzidos desvios, 
favorecimentos, além de permitir a utilização boa, regular, adequada, dos 
escassos dinheiros públicos. Não há dúvidas em afirmar que a 
observância das formalidades inerentes à licitação acarretará a mais 
aprimorada e satisfatória realização dos fins buscados pelo Direito. 
Exatamente na busca pela regular aplicação das verbas públicas, os 
princípios da licitação ganham destaque. Funcionam como vetores de 
orientação na interpretação das diversas normas regulamentadoras da 
matéria, e, ainda, possuem função de preenchimento de lacunas, sempre 
frequentes no dia a dia dos aplicadores do direito (gestores públicos, 
licitantes, empresários, membros dos órgãos de controle). 
Vencida a apresentação teórica dos princípios, como norte, diretrizes, 
vetores básicos, para a conduta do administrador público, cumpre-
nos realçar a classificação doutrinária dos princípios da licitação em 
explícitos e implícitos ou reconhecidos doutrinariamente. 
Os primeiros, como o próprio nome já informa, são aqueles 
expressamente contidos no rol não exaustivo [exemplificativo] do art. 
3° da Lei 8.666/1993: 
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do 
princípio constitucional da isonomia a seleção da proposta 
mais vantajosa para a administração e a promoção do 
desenvolvimento nacional, e será processada e julgada em 
estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, 
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da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da 
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação 
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e 
dos que lhes são correlatos. 
 
Os segundos são os chamados princípios implícitos. São aqueles 
inferidos, depreendidos, reconhecidos no próprio ordenamentojurídico, 
sem serem denominados expressamente de princípios pela Lei 
8.666/1993. Apenas para exemplificar, podem-se citar alguns: 
razoabilidade, padronização, celeridade, economicidade, e adjudicação 
compulsória. 
 
Vamos tratar dos princípios, sem usar muito tempo com os princípios 
mais tradicionais, por serem de conhecimento mediano. Vamos começar 
pelo grupo dos princípios explícitos. 
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O primeiro princípio explícito e do qual se fala bastante é o da 
Legalidade. Por este princípio, a Administração só pode fazer aquilo 
que a lei determina ou autoriza. Da mesma forma nas licitações. É 
necessário obediência às normas. 
 
Em razão da impessoalidade a Administração Pública não pode fazer 
escolhas pautando-se tão nas “qualidades” dos envolvidos na licitação. 
Com outras palavras, não importa os envolvidos, mas sim os OBJETIVOS 
a serem alcançados pela Administração nas licitações, qual seja, a 
seleção da proposta mais vantajosa e o cumprimento do princípio 
constitucional da isonomia. 
Vamos falar um pouco mais a respeito da moralidade, a qual, aliás, 
pode-se tratar logo junto com o princípio da probidade. 
Em razão desses dois princípios, não basta à Administração agir, tão-
somente em conformidade com a lei, em sentido estrito. De outra forma, 
a Administração, de acordo com os princípios da 
moralidade/probidade, deve atuar conforme princípios éticos, com 
boa-fé, honestidade. Desse modo, pode-se dizer que a Administração 
tem o dever de cumprir não só com a Lei, em sentido estrito, mas 
com o “espírito” desta, ou seja, toda sua conduta deve estar atrelada à 
legalidade em sentido amplo. 
Importante: 
O art. 9º da Lei de Licitações e Contratos é uma das 
aplicações dos princípios da moralidade, da 
isonomia, da impessoalidade, ao vedar que as 
pessoas físicas ou jurídicas que tenham elaborado o 
projeto básico venham a participar, direta ou 
indiretamente, da licitação ou da execução da obra 
ou serviço e do fornecimento. 
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De acordo com o art. 9º, § 3º, a participação indireta 
é percebida, p. ex., quando da “existência de qualquer 
vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, 
financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, 
pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável 
pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os 
fornecimentos de bens e serviços a estes necessários”. 
Todavia, o mesmo art. 9º, em seu § 1º, admite a 
participação do autor ou da empresa, conforme o 
caso, como consultores, desde que exclusivamente a 
serviços da Administração licitante. 
Pelo princípio da publicidade, a Administração Pública tem o dever de 
tornar públicos os seus atos, na forma da lei. Detalhe: o princípio é 
da publicidade e não da publicação. 
De fato, a publicidade, enquanto princípio, não se resume às 
publicações na Imprensa Oficial e nos jornais diários de grande 
circulação, conforme previsão na Lei 8.666/1993 (art. 5°, caput; art. 15, 
§ 2°, art. 21, caput; art. 26, caput; art. 61, parágrafo único; art. 109, § 
1°). 
Muita cautela, portanto: ainda que a PUBLICAÇÃO corresponda 
necessariamente ao efeito de dar PUBLICIDADE, com esta última não 
se confunde. Por exemplo, na modalidade convite, fica dispensada a 
publicação do instrumento convocatório, mas não a publicidade nos 
quadros de aviso do órgão público. Deste modo, vale o registro: É 
POSSÍVEL QUE SE DÊ PUBLICIDADE A DETERMINADO ATO EM 
PROCESSO LICITATÓRIO, MESMO QUE NÃO HAJA PUBLICAÇÃO DESTE. 
Mais coisa importante! 
- A publicidade é elemento de formação dos atos da 
licitação? 
R: Os elementos de formação dos atos administrativos são: 
sujeito (competência); finalidade; forma; motivo; e objeto, logo, 
publicidade não é elemento de formação de um ato 
administrativo, mas sim requisito de eficácia deste. Ou seja: 
para sua regular produção de efeitos, uma licitação, na forma da 
lei, deve ter seus atos publicados. 
- A publicidade se resume às publicações na Imprensa 
Oficial e nos Jornais de Grande Circulação, conforme 
previsão na Lei n° 8.666/93 (art. 5°, caput; art. 15, § 2°, 
art. 21, caput; art. 26, caput; art. 61, parágrafo único; art. 
109, § 1°)? 
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R: Além destas formas, a publicidade engloba a possibilidade 
de qualquer cidadão obter da Administração Pública acesso à 
informação pertinente aos procedimentos de licitação. 
- Segundo determinação legal, existe momento de sigilo 
na condução do certame licitatório? Em positivo, qual a 
consequência de devassar tal sigilo? (Leitura dos artigos 
art. 3º, § 3º; art. 44, § 1º; art. 94, todos da Lei). 
R: Vale ressalvar que, segundo determinação legal, o conteúdo 
das propostas será sigiloso até a sessão pública de sua 
abertura. Sobre esse tópico, o art. 94, da Lei 8.666/1993 
define como crime a seguinte conduta: "devassar o sigilo de 
proposta apresentada em procedimento licitatório, ou 
proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo”. Dessa forma, é 
possível afirmar que DETERMINADOS ATOS/FASES em 
processos licitatórios serão resguardados pelo sigilo: AS 
PROPOSTAS, até o momento de abertura destas, quando 
passarão também a ser do conhecimento de todos, ou seja, 
públicas. 
O princípio da igualdade é relativizado pela isonomia, que é um dos 
próprios objetivos da licitação. De fato, a igualdade, enquanto princípio, 
não se trata de uma mera "igualdade formal”, pois a lei admite algumas 
formas de distinção entre licitantes. Afinal, a fase de habilitação 
dos interessados não deixa de ser uma forma de diferenciá-los, pois 
serão julgadas apenas as propostas daqueles que preencham os 
requisitos de qualificação jurídica, técnica, fiscal e financeira contidos no 
instrumento convocatório. 
Outras vezes, a lei esclarece alguns critérios que não podem ser usados 
como formas de distinção entre os licitantes: naturalidade, sede ou 
domicílio, conforme se observa do art. 3°, § 1°, I, da Lei: 
"Art. 3° (...) § 1° É vedado aos agentes públicos: 
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de 
convocação, cláusulas ou condições que comprometam, 
restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e 
estabeleçam preferências ou distinções em razão da 
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de 
qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante 
para o específico objeto do contrato". 
Professor, como aplicação do princípio da igualdade, o Estatuto de 
Licitações estabelece alguns parâmetros para a resolução de 
casos de empate entre os licitantes? 
 
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Sim! No §2º do art. 3º da Lei, previu-se a seguinte sequência: 
I – produzidos no País; 
II – produzidos ou prestados por empresas brasileiras. 
III – produzidos ou prestados por empresas que invistam em 
pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. 
Por exemplo. Duas empresas que foram selecionadas e se encontram 
em igualdade de condições, sendo a primeira caracterizada apenascomo empresa brasileira, e seus bens produzidos no exterior; e a 
segunda produzindo no Brasil, embora de origem estrangeira. 
Nesse caso, será a preferência legalmente assegurada à empresa 
estrangeira, nos termos do inciso II do § 2º do art. 3º da Lei. Isso 
ocorre por que a aplicação dos critérios de desempate é SUCESSIVA, 
ou seja, um após o outro. Por isso, no exemplo dado, o desempate a 
favor da empresa estrangeira, dado que esta produz no Brasil. 
Item de Prova! Foi suprimido, com a edição da Lei 12.349, de 2010, o 
critério de desempate em favor das empresas “brasileiras de 
capital nacional”. O critério, duramente criticado por boa parte da 
doutrina, não existe mais, portanto. Isso tem sido objeto de provas! 
Professor, e se depois da sequência, permanecer o 
empate? 
Deve a Administração proceder a um sorteio público, vedado, nos 
termos do art. 45, § 2º, qualquer outro processo. 
 
 
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Fixação 
TRT/MA - Contador - (7/2005) - Considere que, em uma licitação, 
duas empresas foram selecionadas e se encontram em igualdade de 
condições: a primeira foi caracterizada apenas como empresa brasileira, 
mas os bens são produzidos no exterior; a segunda produz no Brasil, mas 
é estrangeira. Nesse caso, a preferência será legalmente assegurada à 
empresa estrangeira. 
Comentários: 
Para resolver o item, releia o que diz o art. 3º, § 2º, Lei 8.666/1993: 
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada 
preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: II - produzidos no País; III - 
produzidos ou prestados por empresas brasileiras; IV - produzidos ou prestados 
por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no 
País. 
Vejam que, no item, aplicando-se o primeiro critério de desempate (bens 
produzidos no país), vencerá a empresa estrangeira. Daí, a CORREÇÃO da 
assertiva. 
Por oportuno, duas observações podem ser feitas: 
i) há critérios próprios de desempate em favor de microempresas e empresas de 
pequeno porte (ver art. 44 da LC 123/2006). Mas como o item não cuida disso, 
não precisa ser analisado sob este aspecto; e, 
ii) não deixa de notar que o inc. I do § 2º do art. 3º da Lei de Licitações não se 
encontra mais lá, pois foi revogado. Assim, não se aplica mais o critério de 
desempate em favor da empresa brasileira de capital nacional. 
Gabarito: CERTO. 
Agora, vamos conversar um ‘cadinho’ sobre um princípio muito próprio 
das licitações: a vinculação ao instrumento convocatório. 
Já se viu que a licitação é um procedimento administrativo, diga-se de 
passagem, essencialmente vinculado, restando pequena margem de 
liberdade ao administrador concentrada em poucos pontos, como, por 
exemplo, na elaboração do instrumento convocatório (Edital ou Carta-
convite). 
Assim, uma vez elaborado este instrumento (verdadeira lei interna da 
Licitação), a Administração encontra-se plenamente vinculada aos seus 
termos, não podendo deles se afastar (art. 41 da Lei 8.666/1993). Da 
mesma forma, ficam vinculados os licitantes interessados, até porque 
serão desabilitados ou desclassificados, conforme o caso, se 
descumprirem os termos do instrumento de convocação. 
O princípio da vinculação ao instrumento convocatório inibe a criação de 
novas regras ou critérios, depois da expedição do Edital ou da Carta-
convite, de maneira a surpreender os licitantes. 
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Contudo, isso não significa dizer que a Administração não possa alterar os 
termos do Edital. Claro que pode. O fato de a Administração encontrar-se 
vinculada ao instrumento convocatório, não significa, então, 
transformar o Edital em algo imutável. Nos termos do §4º do art. 21 
da Lei: 
Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma 
forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo 
inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a 
alteração não afetar a formulação das propostas. 
Assim, o edital pode ser alterado, mas caso a alteração seja 
significativa, gerando a necessidade de alteração das propostas por 
parte dos licitantes, deverão ser observados os procedimentos listados 
pela Lei: 
I) divulgação do instrumento de convocação, da mesma 
maneira que anteriormente fora divulgado; 
II) reabertura dos prazos, a partir da nova divulgação, para a 
realização do restante dos eventos pendentes. 
 
Enfim, a despeito de estar vinculada ao instrumento convocatório, que 
são o Edital ou a carta-convite, conforme o caso, nada impede que 
Administração Pública altere o instrumento convocatório, desde que, é 
claro, cumpra o que diz a lei. 
Fixação 
(2012/CESPE/TCU/TÉCNICO) Dado que o instrumento convocatório da 
licitação não é imutável, pode haver modificações no edital, entretanto, de 
acordo com a referida lei, duas condições nunca podem ser alteradas: a 
de que a divulgação ocorra pela mesma forma que se deu o texto original, 
e a de que o prazo inicialmente estabelecido seja reaberto. 
Comentários: 
Como sobredito, se a alteração no edital não implicar alteração na formulação das 
propostas, desnecessário que se reabra prazo para apresentação de novas 
propostas. Exemplo: a documentação/proposta do licitante deveria ser entregue 
na sala “A” da instituição promovedora da licitação. Só que as salas mudaram sua 
indicação. O que era “A”, tornou-se sala “1”, isso, evidentemente, deve ser 
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indicado, para que o licitante apresente sua proposição no local correto. Mas não 
implicará qualquer alteração na proposta. Por isso, em situações como a descrita, 
não será necessária a republicação do edital, com a reabertura de prazo. Com 
isso, o item está ERRADO. 
Gabarito: ERRADO. 
Por fim, o último dos princípios explícitos, o do julgamento objetivo, o 
qual guarda estreita ligação com os princípios da impessoalidade e, 
sobretudo, da vinculação ao instrumento convocatório. De acordo 
com tal postulado, a Administração deve pautar toda a condução do 
certame em critérios objetivos previamente definidos no instrumento 
convocatório. 
De acordo com esse princípio, a margem de apreciação subjetiva deve 
ser mínima (e, na melhor hipótese, não deve existir) na condução dos 
procedimentos da licitação, sendo vedada a utilização de qualquer 
elemento, critério ou fator sigiloso; secreto; subjetivo, ou reservado 
que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade 
entre os licitantes, nos termos do §1º do art. 44 da Lei. 
O caput do art. 44 da Lei 8.666/1993 expressa com clareza essa ideia: 
No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração 
os critérios objetivos definidos no edital ou no convite, os 
quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos 
por esta lei. 
Em congruência com o princípio do julgamento objetivo, parte da doutrina 
afirma que a utilização do tipo de licitação MENOR PREÇO é a regra, 
constituindo a melhor técnica e a técnica e preço critérios de 
julgamento por EXCEÇÃO. 
Ressalte-se que o TCU tem incorporado essa posição: o uso dos tipos 
técnica e técnica e preço devem ser devidamente motivados. 
Aliás, aproveitando queo assunto surgiu, registra-se que os tipos de 
licitação, de acordo com a Lei 8.666/1993 são (incisos I a IV do §1º do 
art. 45 da Lei): 
I – a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta 
mais vantajosa para a Administração determinar que será 
vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as 
especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; 
II – a de melhor técnica; 
III – a de técnica e preço; 
IV – a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de 
bens ou concessão de direito real de uso. 
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Veja que, ao fim, o que determina o vencedor é o tipo de licitação, o 
que é ao menos curioso: TIPO, na lei de licitações, não é sinônimo de 
ESPÉCIE; TIPO quer dizer CRITÉRIO BÁSICO DE JULGAMENTO, ou 
seja, julga-se com base no TIPO. Na Lei 8.666/1993, espécie diz respeito 
às Modalidades, estas previstas no art. 22 da Lei. 
 
Por fim, bom esclarecer que o TIPO é critério BÁSICO, porém não 
exclusivo de julgamento. Tanto assim que o art. 45 da Lei prevê, com 
destaques: 
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo 
a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo 
em conformidade com os tipos de licitação, os critérios 
previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo 
com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a 
possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. 
Veja que o edital fixará o TIPO, bem como FATORES para serem 
utilizados no julgamento de uma licitação, tal como, por exemplo, 
garantia do item, prazo de garantia. Então, ficamos assim: o tipo é 
critério básico, porém, não único, para fins de julgamento. 
Pois bem. Finalizados os princípios que são expressos, vejamos alguns 
que são reconhecidos [implícitos] pela doutrina, como sendo aplicáveis às 
licitações. Porém, por desnecessário, serão tratados apenas dos mais 
relevantes, para efeito de concurso público. 
Vamos começar com o princípio da COMPETIVIDADE, que apesar de ser 
implícito, é muito próprio às licitações. 
Em razão do princípio da competitividade ou da oposição, a 
Administração Pública, quando da licitação, não deve adotar providências 
ou criar regras que comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter de 
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competição, de igualdade da licitação. O presente princípio nos faz 
lembrar o princípio da igualdade. Mas isso é natural, pois é bem difícil 
dizer até onde vai um princípio e começa outro. Como todos são valores 
da Administração, o que acontece é os princípios andam “em gangue”, ou 
seja, onde tem um, tem vários envolvidos. Descumprir um, 
consequentemente, é descumprir muitos! 
Outro importante princípio implícito é o da adjudicação compulsória. 
Da leitura dos artigos 50 e 64 da Lei, percebe-se que a Administração 
fica impedida, concluído o procedimento licitatório, de atribuir o objeto 
a outro que não o legítimo vencedor. 
Como destaca a doutrina a adjudicação ao vencedor é obrigatória, enfim, 
a entrega simbólica do objeto da licitação é obrigatória, salvo se houver 
desistência expressa do vencedor ou se este não firmar o contrato no 
prazo prefixado. 
A adjudicação é, portanto, um ato declaratório, uma promessa, na 
qual a Administração, mais ou menos, afirma o seguinte: licitante 
interessada no procedimento de licitação, meus parabéns! A partir de 
agora, proclamo-a vencedora, e se eu Administração desejar contratar 
alguém, será você. 
Percebeu? A adjudicação do processo licitatório gera algo próximo ao 
que o sentimento de aprovação em concurso público já gerou: uma 
expectativa de direito. Só que no caso de concursos públicos para 
seleção de servidores o direito é de ser nomeado, enquanto na 
adjudicação de um processo licitatório, o direito é de futura 
contratação, a qual, ser for feita, terá que ser realizada com o 
“adjudicatário”, que é o vencedor do certame. E outra coisa: como muitos 
já devem saber, as coisas mudaram nos concursos. Se o sujeito for 
aprovado EM VAGAS PREVISTAS NO EDITAL, passa a ter direito de ser 
nomeado. 
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Os ensinamentos acima caminham lado a lado com a visão do STF: não 
se confunde o direito à adjudicação do vencedor do certame com 
eventual direito de contratar (Recurso Extraordinário 107.552). A 
adjudicação gera mera expectativa de direito, a Administração, em tese, 
pode deixar fruir o prazo de validade das propostas e refazer o 
procedimento de licitação. Assim, anota: 
A adjudicação NÃO corresponde à celebração de contrato. A 
adjudicação é ATO DECLARATÓRIO, que gera em favor do 
adjudicatário uma expectativa de direito quanto à contratação 
futura. 
Fixação 
IEMA/ES - Contador - (10/2007) - O direito do vencedor aplica-se à 
adjudicação, à atribuição do objeto da licitação, e, não, ao contrato 
imediato, mas a administração não pode contratar com outro enquanto 
válida a adjudicação. 
Comentários: 
Excelente item para fixarmos o que vimos. 
Mas, aproveitando a oportunidade, vamos conhecer um tanto da jurisprudência 
de Tribunais Superiores. Nesse quadro, veja-se como decidiu o Tribunal de 
Contas da União, na ocasião em que proferiu o Acórdão 868/2006–2ª Câmara: 
"(...) o fato de o objeto de um dado certame ter sido adjudicado a uma empresa 
não implica direito subjetivo da mesma em obter a contratação. O direito do 
adjudicatário é o de ser convocado em primeiro lugar caso a Administração decida 
celebrá-lo, conforme vastamente pacificado pela jurisprudência e pela doutrina." 
Então, a primeira parte, está CERTA. 
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E a segunda parte, também, conforme a doutrina. 
De fato, não faz nenhum sentido que, com a adjudicação ainda válida, a 
Administração contrate outra empresa, que não o vencedor do certame. Nesse 
contexto, o reforço do art. 50 da Lei 8.666/1993: “A Administração não poderá 
celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou 
com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade”. 
Enfim, adjudicado o objeto do certame, declarado em favor do vencedor que ele 
será o contratado, não pode a Administração, enquanto válida a adjudicação, 
contratar com outro, que não o adjudicatário. 
Gabarito: CERTO. 
Mais um princípio reconhecido é o do sigilo das propostas, o qual tem 
ligação estreita com os princípios da probidade administrativa e da 
igualdade. 
Em razão do princípio em referência (o do sigilo das propostas), a 
documentação pertinente à HABILITAÇÃO e às PROPOSTAS 
(documento que obriga quem o formaliza) deve vir lacrada e só pode ser 
divulgada em sessão pública previamente marcada, com ata 
circunstanciada (elaborada em detalhes) e assinada pelos licitantes e pela 
Comissão de Licitação. Nesse contexto, de que as propostas são 
garantidas com sigilo, a Lei 8.666, de 1993, estabelece que um dos 
crimes contra a Lei de Licitações é exatamente a violação do sigilo das 
propostas (art. 94 da Lei). 
Aproveitandoa oportunidade, olha só o que diz o § 3º do art. 3º da Lei 
8.666/1993: 
§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e 
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo 
quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva 
abertura. 
Assim, estaria ERRADA uma afirmativa que dissesse que TODOS os atos 
da licitação são públicos. Não são, pois as propostas são sigilosas, até 
a abertura. 
Fixação 
Os procedimentos licitatórios destinam-se a garantir a observância do 
princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais 
vantajosa para a Administração Pública. São princípios básicos a serem 
observados no julgamento das licitações, exceto: 
a) vinculação ao instrumento convocatório. 
b) confidencialidade do procedimento. 
c) julgamento objetivo. 
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d) probidade administrativa. 
e) impessoalidade. 
Comentários: 
O princípio que vigora na licitação é do da publicidade. Os atos são públicos, 
havendo sigilo das propostas, até o momento de sua abertura. Por isso, não há, 
na Lei, o princípio da confidencialidade. 
Gabarito: alternativa B. 
Por fim, vejamos o princípio do procedimento formal. 
Como sobredito, a licitação é um procedimento administrativo. Logo, tem-
se a ideia de uma série de atos encadeados, que juntos caminham 
para um resultado final, qual seja, a seleção da proposta mais vantajosa 
ao interesse público. 
Dessa forma, fácil perceber que as regras da licitação devem seguir o rito 
previsto em lei, não sendo cabível aos administradores, a seu bel-prazer 
(discricionariamente), sua inversão. A rigidez do procedimento de 
licitação funciona como mecanismo de igualdade de tratamento entre os 
licitantes, logo não pode a licitação prescindir do formalismo. 
Não sei se reparou, mas como dito, o “fim” não é, exatamente, o fim. Pois 
é. Não é mesmo. É que temos muitos princípios reconhecidos. Mas como 
a intenção é tão só concurso público (ser aprovado, claro), ficamos com 
os já expostos, para esse negócio aqui não ficar muito enfadonho. E 
também porque, em prova, os princípios já trabalhados são suficientes 
para um desempenho excelente. 
Passemos ao estudo das modalidades de licitação. 
3. Modalidades de Licitação 
A Lei 8.666/1993 prevê cinco modalidades de licitação, conforme 
estabelece os §§ 1º ao 5º do art. 22 da Lei: concorrência; tomada de 
preços; convite; concurso; e leilão. Ocorre que o §8º do art. 22 da Lei 
proíbe a criação de novas modalidades de licitação, bem assim de 
combinação de modalidades. 
De imediato, o(a) amigo(a) então se questiona: mas o Pregão não é uma 
nova modalidade?! Como foi criado, então, ante a proibição constante da 
Lei 8.666/1993? 
Na realidade, o legislador pretendeu dizer é que leis estritamente locais 
não podem criar uma nova modalidade, ou seja, sendo a Lei do 
Pregão uma Lei Nacional (inc. XXVII do art. 22 da CF), não houve 
qualquer inconstitucionalidade em sua criação, afinal a Lei 
8.666/1993 não é cláusula pétrea! Em síntese: não é possível por 
Decretos ou Leis específicas a criação de outras modalidades de 
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licitação. A criação de novas modalidades só é cabível mediante LEI de 
caráter nacional. 
Ressalta-se que existe outra modalidade de licitação, no entanto, menos 
conhecida: a consulta (Lei 9.472/1997), criada, inicialmente, no âmbito 
da Agência Nacional de Telecomunicações, e, atualmente, aplicável às 
demais Agências Reguladoras. 
 
Portanto, temos sete modalidades de licitação: concorrência; tomada 
de Preços (TP); convite; concurso; leilão; pregão, e consulta. 
Fixação 
(2013/CESPE/TRF-2/JUIZ) São modalidades de licitação 
taxativamente expressas no texto da Lei n.º 8.666/1993 a concorrência, a 
tomada de preços, o convite, o concurso, o leilão e o pregão. 
Comentários: 
Pegadinha! O Pregão não está previsto na Lei 8.666/1993, mas sim na Lei 
10.520/2002. 
Gabarito: ERRADO. 
Fixação 
Qual das seguintes modalidades de licitação não está prevista na Lei 8.666, de 1993? 
a) Convite 
b) Concorrência 
c) Concurso 
d) Consulta 
e) Leilão 
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Comentários: 
A banca muda, mas a maldade continua. A consulta não está prevista na Lei 
8.666/1993, mas sim noutras normas, como a Lei 9.472/1997. 
Gabarito: alternativa D. 
As modalidades concorrência, tomada de preços e convite, são definidas 
em função de valores, nos termos do art. 23 da Lei: 
Perceba que a TP contém o Convite, e a Concorrência contém a TP e 
o Convite. Em outros termos, o Convite é um subconjunto da TP, 
que, por sua vez, está contida na Concorrência. 
 
Tanto isso é verdade que a Lei, em seu art. 23, §4º, dispõe: 
Nos casos em que couber convite, a Administração poderá 
utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a 
concorrência. 
Modalidade 
Obras e Serviços de 
engenharia 
Compras e serviços, 
que não de engenharia 
Convite Até 150 mil Até 80 mil 
TP Até 1500 mil Até 650 mil 
Concorrência Acima de 1500 mil Acima de 650 mil 
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Muitos autores, então, dizem que estas três modalidades são comuns. 
Isso se dá por conta de que no fim as fases destas modalidades serem 
praticamente as mesmas. De fato, o que define o uso delas são os valores 
estimativos. Mas perceba que, apesar de terem fases em comum, cada 
uma das modalidades tem sua identidade, seu procedimento, a se realizar 
em conformidade com a Lei. 
Fixação 
(2011/Cespe – MMA – Área I) Concorrência, tomada de preços e 
convite são modalidades de licitação que apresentam estruturação diversa 
para as fases de divulgação, proposição e habilitação. 
Comentários: 
Apesar de serem entendidas como modalidades comuns, por serem muito 
próximas quanto ao seu rito procedimental, de fato, concorrência, tomada de 
preços e convite possuem diferenças no que se refere a, por exemplo, valores (a 
concorrência é destinada a contratações de valores mais elevados), responsáveis 
pelo julgamento (no convite a comissão pode ser substituída por um só servidor). 
O item está CERTO, portanto. 
Gabarito: CERTO. 
Outro detalhe importante é o que diz respeito aos consórcios públicos. 
Vejamos o que diz a Lei 8.666/1993 [art. 22]: 
§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos 
valores mencionados no caput deste artigo quando formado por 
até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por 
maior número. 
Vamos detalhar um pouco melhor o assunto. 
Esses consórcios públicos são formados exclusivamente por entes 
federativos, com base na Lei 11.107/2005, a qual regulamenta a 
prestação associada de serviços públicos, nos termos do art. 241 da 
CF/1988. 
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Para os consórcios públicos, a “tabelinha” de valores, já referida,tem que 
ser MULTIPLICADA por dois, no caso de consórcios públicos formados 
por até três entes federativos, ou MULTIPLICADA por três, quando 
o consórcio for formado por mais de três entes federativos. Por 
exemplo: o convite, para obras, vai até 150 mil. Para um consórcio 
público formado por até três entes federativos, o convite vai até 300 mil 
(valor do convite*dois). Se o consórcio fosse formado por mais de 
três, o convite iria até 450 mil (valor do convite*três). E, mais 
recentemente, as bancas têm avançado neste item da Lei. 
Modalidade 
Consórcio ATÉ 3 entes 
políticos (*2) 
Consórcio MAIS de 3 
entes políticos (*3) 
Obras e 
Serviços de 
engenharia 
Compras e 
serviços, 
que não de 
engenharia 
Obras e 
Serviços de 
engenharia 
Compras e 
serviços, 
que não de 
engenharia 
Convite Até 300 mil Até 1600 mil Até 450 mil Até 240 mil 
TP Até 3000 mil Até 1300 mil Até 4500 mil Até 1950 mil 
Concorrência 
Acima de 
3000 mil 
Acima de 
1300 mil 
Acima de 
4500 mil 
Acima de 
1950 mil 
Feita essa breve apresentação, passemos ao estudo da modalidade de 
licitação convite, das modalidades ditas “comuns”, a mais simples, pois 
destinada às contratações (de obras, de serviços de engenharia ou não, 
de compras) de menor valor. 
Inicialmente, é válida a leitura do art. 22, §3º, da Lei 8.666/1993: 
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados 
do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, 
escolhidos e convidados em número mínimo de 3 
(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local 
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá 
aos demais cadastrados na correspondente especialidade que 
manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 
(vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. 
E, agora, o § 6o do art. 22. Vejamos: 
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§ 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça 
mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo 
convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é 
obrigatório o convite a, no mínimo, mais um 
interessado, enquanto existirem cadastrados não 
convidados nas últimas licitações. 
Ler dispositivos da Lei 8.666/1993 ainda é fundamental. Por isso, tenham 
sempre a Lei ao seu lado, nessas horas de revisão. 
Mas façamos o estudo em forma de perguntas e de respostas. Nesse 
ponto, fica mais interessante. 
É possível convite com menos de três propostas válidas? 
Como regra não. No entanto, a Lei prevê exceções. Sobre o tema, dispõe 
o §7º do art. 22 da Lei: 
Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse 
dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de 
licitantes exigidos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias 
deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de 
repetição do convite. 
Então, é possível, sim, convite com menos de três participantes, mas 
apenas nas duas situações descritas, e, nesses casos, deverá a 
Administração promover a necessária JUSTIFICATIVA, ou seja, a 
motivação, a explicação das razões de direito e de fato pelas quais não 
obteve o número mínimo de participantes. Caso não existam estas 
justificativas, o convite deveria ser REPETIDO. 
 
O instrumento de convocação deve ser publicado? 
De início, observa-se que o instrumento convocatório de uma licitação na 
modalidade convite denomina-se carta-convite. Então, o convite não 
possui Edital como instrumento convocatório. Anota isso, pois os 
examinadores têm feito muitas questões sobre o assunto. 
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Das modalidades, o convite é a única que prescinde de publicação (e 
não de publicidade, cuidado!), sendo certo que o §3º do art. 22 da Lei 
exige que a unidade administrativa afixe, em lugar apropriado, cópia do 
instrumento convocatório. 
Quer dizer, o instrumento convocatório, no convite, não precisa ser 
publicado, mas a PUBLICIDADE é essencial, como requisito de 
moralidade administrativa. 
Qualquer interessado pode participar? 
Se a modalidade de licitação fosse Tomada de Preços, por exemplo, a 
resposta seria positiva. Seria suficiente que o particular não cadastrado 
promovesse seu efetivo cadastro para que pudesse participar. Já quanto 
ao convite, nosso legislador não foi expresso. 
É até possível a participação de interessados que não tenham sido 
formalmente convidados, mas que sejam do ramo do objeto licitado 
e cadastrados no órgão ou entidade licitadora. E, para tanto, o não 
convidado (desde que cadastrado) deve manifestar interesse de participar 
do certame, com até 24 horas de antecedência mínima (é o que 
consta da parte final do § 3º do art. 22). 
E os não cadastrados e não convidados? 
Pois é. Nesse ponto, há um pequeno problema de definição legal. De 
acordo com a Lei, não há espaço para a participação dos NÃO 
CADASTRADOS E NÃO CONVIDADOS, pois a Lei é clara ao afirmar que 
os interessados cadastrados é que podem solicitar o convite com 
antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas. 
No entanto, no campo doutrinário, há vozes que sustentam a participação 
destes não cadastrados e não convidados. Para isso, socorrem-se, por 
analogia, do prazo de cadastramento da Tomada de Preços. 
Abstraindo-se da posição doutrinária, muitas das vezes importante para o 
concurso, guarda o disposto na Lei, de acordo com a qual podem 
participar do convite: 
I) Os convidados, ainda que não cadastrados; 
II) Os cadastrados, ainda que não convidados, desde que 
manifestassem prévio interesse de participar, com até 24 
horas de antecedência com relação à apresentação das 
propostas por parte dos licitantes. 
Há necessidade de comissão de licitação? 
Aqui é suficiente a leitura do §1º do art. 51 da Lei, que prevê, 
excepcionalmente, a condução por um único servidor da Administração. 
Imagina você lotado(a) em pequena unidade administrativa, com oito 
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servidores. Desejosa em licitar a aquisição de livros, orçados em R$ 
50.000,00, o órgão deverá constituir comissão com, no mínimo, três 
servidores? Não seria “caro” demais, para tão pouca coisa? Assim, no 
caso do convite, a Lei, excepcionalmente, admite a condução do certame 
por um único servidor. Confiram, abaixo, o teor do art. 51: 
§ 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, 
excepcionalmente, nas pequenas unidades 
administrativas e em face da exiguidade de pessoal 
disponível, poderá ser substituída por servidor 
formalmente designado pela autoridade competente. 
 
O amigo concursando mais curioso se pergunta: o que são pequenas 
unidades administrativas? O que se entende por exiguidade de 
pessoal? Se alguém souber, por favor, encaminha por e-mail. Na 
Secretaria de Controle Externo do TCU, no Rio de Janeiro, por exemplo, o 
número de servidores ultrapassa 40, e a condução dos convites era 
efetuada por um único servidor. 
Vencida as principais considerações sobre o convite, passemos ao estudo 
da Tomada de Preços (TP). Abaixo a definição legal [art. 22 da Lei]: 
§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre 
interessados devidamente cadastrados ou que atenderem 
a todas ascondições exigidas para cadastramento até o 
terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, 
observada a necessária qualificação. 
Do conceito, podem ser extraídas as seguintes lições. 
A partir da Lei, define-se a TP como a modalidade de licitação realizada 
entre interessados previamente cadastrados, observada a necessária 
habilitação, convocados com a antecedência mínima prevista na lei, por 
aviso publicado na imprensa oficial e em jornal particular, contendo as 
informações essenciais da licitação e o local onde pode ser obtido o edital. 
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O procedimento para a tomada de preços é, praticamente, o mesmo 
previsto para a concorrência, distinguindo-se desta, no essencial, pela 
existência de: 
I - HABILITAÇÃO PRÉVIA: na TP há um cadastro preliminar ao 
edital, mediante o qual a Administração verifica os requisitos de 
habilitação dos licitantes interessados em participar. Decorre daí uma 
diferença significativa da TP com relação às concorrências: enquanto 
nestas a habilitação integra o próprio procedimento, naquelas (TPs) a 
habilitação viria ANTES do processo licitatório em si. 
Detalhe! É INCORRETO afirmar que na TP participam tão só as 
empresas licitantes cadastradas à época do edital. Vejamos, mais 
uma vez, o que informa o §2º do art. 22 da Lei: 
Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados 
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as 
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia 
anterior à data do recebimento das propostas, observada a 
necessária qualificação. 
O destaque não consta do texto original. Veja que se, na data de 
divulgação do edital, o eventual interessado não for cadastrado junto 
à Administração realizadora do certame, poderá tomar as medidas 
necessárias para tanto e participar. 
II - Prazos diferenciados de antecedência na publicação do edital, 
que é de regra 15 dias (inc. III do § 2º do art. 21 da Lei), e de 30 dias 
(quando a tomada de preços for do tipo "melhor técnica" ou "técnica 
e preço"). 
Regra → 15 dias 
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Exceção → 30 dias → Técnica ou Técnica e preço 
III - Limites aplicáveis: 
(a) para obras e serviços de engenharia, até R$ 1.500.000,00 (um 
milhão e quinhentos mil reais), e 
(b) para compras e serviços que não de engenharia, até R$ 
650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais). 
Acrescente-se que o registro cadastral tem seu regramento básico nos 
artigos 34 a 37 da Lei, sendo que deve ser atualizado, no mínimo, 
anualmente, mediante chamamento público publicado na imprensa E 
em jornal diário de grande circulação. 
No âmbito da União, os registros cadastrais fazem parte do SICAF 
(Sistema de Cadastramento de Fornecedores), um sistema informatizado 
que tem por finalidade cadastrar e habilitar parcialmente pessoas físicas 
ou jurídicas, interessadas em participar de licitações realizadas por órgãos 
e entidades do Poder Executivo Federal, bem como acompanhar o 
desempenho dos fornecimentos contratados, facultada sua utilização por 
outros órgãos ou entidades da Administração Pública. 
 
Passemos ao estudo da concorrência. 
A concorrência é a modalidade licitatória genérica destinada, em regra, a 
transações de maior vulto, precedida de ampla publicidade, à qual 
podem concorrer quaisquer interessados que preencham as condições 
estabelecidas no instrumento convocatório (§ 1º do art. 22). 
As bancas examinadoras, invariavelmente, tentam confundir os 
candidatos com o assunto. Por exemplo: 
“Concorrência é a modalidade entre interesses previamente 
cadastrados”; “concorrência é utilizada apenas para transações 
de grande vulto”; “concorrência terá publicidade reduzida”. 
Tudo isso tá errado! 
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Basicamente, com base na doutrina, podemos apontar quatro 
características principais para as concorrências: 
a) UNIVERSALIDADE – quaisquer interessados têm a possibilidade 
de participação de na concorrência, independentemente de registro 
cadastral na Administração que a realiza ou em qualquer órgão público. 
E, por outro caminho, a concorrência tem mais situações de cabimento do 
que as outras duas modalidades comuns, pois onde cabe o convite, 
cabe a concorrência; em que cabe a TP, cabe a concorrência, mas 
tem caso que só cabe a concorrência. Ou seja, das três modalidades 
comuns de licitação, a que cabe no maior número de hipóteses, é a 
concorrência, a qual, também por esse caminho, é mais UNIVERSAL. 
 
Se estiver no limite do que está embaixo, cabe o de cima. Exemplo: 
licitação para uma obra de 100 mil reais. Cabe convite, pois o limite (para 
obras!) vai até 150 mil. Então, cabe TP e concorrência. Obra de 500 mil 
reais. Não cabe mais convite. Mas cabe TP, e, consequentemente, 
concorrência. Obra de dois milhões de reais. Não cabe mais TP. Então, 
só concorrência. Por isso, a concorrência é entendida como a mais 
universal – cabe no maior número de hipóteses. Por curiosidade: é o que 
se extrai da interpretação do art. 23, § 4º, Lei 8.666, de 1993. 
b) AMPLA PUBLICIDADE – essa característica das concorrências é 
relacionada com o princípio da universalidade e significa que, na 
divulgação da abertura da concorrência a Administração poderá usar de 
todos os meios de informação disponíveis e por tantas vezes quantas 
julgar necessário. 
As bancas organizadoras não costumam solicitar do candidato os prazos 
de publicidade dos Editais. No entanto, melhor pecar por excesso, não é 
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verdade? O art. 21, §2º, da Lei estabelece dois prazos aplicáveis à 
concorrência: 
- se a concorrência envolver técnica ou for em regime de empreitada 
integral, o prazo do edital até o recebimento das propostas será de, no 
mínimo, 45 dias corridos; 
- nas demais situações, o prazo do edital será de, no mínimo, 30 dias 
corridos. 
Técnica 
45 dias 
Empreitada Integral 
Demais casos 30 dias 
Destaca-se que, da leitura do dispositivo, fica claro que o prazo de 
publicidade dos editais é MÍNIMO, portanto, poderia ser maior, 
alcançando, por exemplo, 120 dias. Quando você compara a concorrência 
com as demais modalidades, e trata dos prazos e até dos meios de 
divulgação da concorrência, você perceberá que a concorrência é a que 
tem mais publicidade. Daí a característica da ampla publicidade. 
c) HABILITAÇÃO PRELIMINAR – é a fase inicial do processo licitatório, 
realizada logo após a abertura do procedimento; 
Importante 
Vamos antecipar os itens que podem ser exigidos para a 
habilitação dos licitantes: 
I. Habilitação Jurídica (aptidão efetiva de exercer direitos e 
contrair obrigações); 
II. Regularidade Fiscal (atendimento das exigências do 
Fisco); 
III. Qualificação Técnica (conjunto de requisitos 
profissionais); 
IV. Qualificação econômico-financeira (capacidade para 
satisfazer os encargos econômicos decorrentes do contrato); e 
V. Declaração de cumprimento do Art. 7º, XXXIII, da CF, 
c/c Decreto n. 4358/2002.

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