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Projeto terapeutico singular

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Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio (FALS)
Curso de Graduação em Psicologia
Aspectos Psicossomáticos do Comportamento
Janete Felix de Oliveira
Jessica Fernandes de Freitas
Lucas da Silva Santos
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS)
Juazeiro do Norte - Ceará
2015
Janete Felix de Oliveira
Jessica Fernandes de Freitas
Lucas da Silva Santos
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS)
Trabalho apresentado à disciplina de Aspectos Psicossomáticos do Comportamento da Faculdade Leão Sampaio afim de obtenção de nota complementar de 2º Avaliação – AV2.
 Prof. Ms. Raul Max Lucas da Costa
Juazeiro do Norte
2014
IDENTIFICAÇÃO COMPLETA
Nome: M.M
Idade: 64 anos
Endereço: Cidade de Horizonte, bairro não especificado de abrangência da equipe.
Número de cadastro:
LOCALIZAÇÃO TERRITORIAL E ELEMENTOS DO TERRITÓRIO RELEVANTES
Dona M.M. morava com seu filho e sua nora em Horizonte e devido a problemas com sua nora, o filho alugou uma casa para a mãe morar sozinha, devido a uma discussão onde estão sem se falar. Dona M.M mora sozinha nesta casa a três anos. Suas relações sociais são bastante restritas, só se relaciona amigavelmente com uma das vizinhas, já tendo discutido com a outra devido o marido vender churrasquinho na calçada e a fumaça ir toda para dentro de casa. Relata que o vizinho reclama do barulho da rede, tendo batido na parede, chegando a rachá-la.
Fica subentendido através dos poucos relatos trazidos pelo caso, que Dona M.M. possivelmente vive em condições precárias de moradia, e possivelmente apresenta dificuldades para limpar a sua casa, devido a queixas de dores articulares. Péssimas condições de higiene, demonstrados pelo fato de se apresentar com a pele ressecada. Sua condição financeira é pequena, se sustenta apenas com o dinheiro mandado pelo filho, que é insuficiente para suas despesas, alimentação e higiene.
ARRANJO FAMILIAR/REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
QUEIXA/SITUAÇÃO/DEMANDA COM HISTÓRICO RELEVANTE RESUMIDO
Dona M.M. relata que na adolescência descobriu que não era filha biológica da atual esposa de seu pai, passando a entender que na sua infância recebeu tratamento diferente dos seus irmãos, por sua então madrasta, quando esta descobriu que ela era fruto de uma relação extraconjugal de seu pai.
Na sua adolescência conheceu seu primeiro marido, com quem teve três filhos. Relata que seu marido era muito possessivo, o qual a agredia e não a deixava exercer trabalho algum, o que ocasionou a separação. Dona M.M. relatou que seu marido sempre colocou seus filhos contra ela, afirmando que ela os abandonara, iniciando assim uma relação distante com os filhos. 
Após o fim do casamento, Dona M.M. foi morar em Recife, onde conseguiu um emprego como cuidadora de idosos. Daí então conheceu seu segundo marido. Em seu novo relacionamento, sempre tentou manter contato com seus filhos, porém estes não a correspondiam. Porém seu segundo casamento não durou muito. Após o fim deste foi morar com sua filha mais próxima, porém esta casou-se e a deixou na esperança que um dia retornaria para busca-la, mas não aconteceu. Posteriormente seu filho casou e foi morar em Horizonte levando-a com ele, mais teve problemas com sua nora e ele alugou uma casa para ela morar arcando com mínimas despesas. Sua ex-nora tentou entrar com um pedido de aposentadoria, mas até então negado. 
Sua queixa inicial trazida pela Agente Comunitária de Saúde é sobre a má utilização do dinheiro, pois gasta uma grande parte com um gato e para economizar só faz uma refeição por dia, ao final da tarde, e ao longo desse período fica se mantendo com bolachas e café.
Relata que a muito tempo anda esquecida das coisas, tem medo de sair de casa e não saber voltar. Vale ressaltar que seu medo da morte está ligado ao fato de não querer deixar seu gato sozinho, já teve vontade de cometer suicídio e o que impediu foi o gato. Apresentou ainda queixa de dores articulares, pele ressecada, e relatou apresentar uma hérnia anal que algum tempo apresenta sangramento.
AÇÕES CLINICAS JÁ REALIZADAS
A única ação realizada até então, foi em cima da queixa inicial trazida pela Agente Comunitária de Saúde de seu bairro, solicitando uma visita domiciliar da assistente social para a avaliação de benefício de aposentadoria e devido à má utilização do dinheiro enviado mensalmente pelo seu filho.
AVALIAÇÃO DAS VULNERABILIDADES:
1.Elementos predominantemente de Vulnerabilidade Individual:
a) Variáveis de Risco:
Fortes: Idade 64 anos; portadora de uma hérnia anal hemorrágica, dores articulares, pele ressecada, episódios de esquecimento, ideações suicidas, relatando também ouvir vozes;
Sombra: M.M. queixa-se de dores, e relata ter medo de morrer, porém não pede ajuda e mostra resistência quando alguém tenta lhe ajudar.
b) Variáveis de Proteção:
Fortes: M.M. não apresenta problemas crônicos de saúde, apesar da idade, não apresentando complicações maiores de suas queixas e patologias já existentes, é cautelosa ao andar sozinha, devido ao esquecimento e apesar das vozes e ideações suicidas nuca tentou suicídio, devido ao seu gato representar muito em sua vida.
Sombra: M.M impõe sua vontade, mostra resistência e autonomia apesar de ser idosa, morar sozinha, queixar-se de dores e ser acometida por uma hérnia anal em estado avançado;
2.Elementos de Vulnerabilidade Social e Político/Programática:
a) Variáveis de Risco:
Forte: Ambiente domiciliar desfavorável, possivelmente com más condições de financeiras, de higiene e alimentação, aumentando a possibilidade de contrair novos problemas ou agravar o seu estado atual.
Sombra: A filha mais velha era a mais próxima à dona M.M. porém, ela foi embora e a abandonou não mantendo mais contato. A filha do meio não é explicitada na maior parte do caso porém possivelmente não mantém contato com a mãe já que esta mora sozinha e é ajudada financeiramente somente pelo filho mais novo. O filho mais novo não mantém relações com Dona M.M. A única pessoa que a ajuda indiretamente é sua ex-nora levando a ajuda financeira do filho e por ter dado entrada em sua aposentadoria pelo INCRA. Possui carência de recursos no serviço em saúde. O caso não se enquadra nos programas tradicionais do serviço de saúde local.
Variáveis de Proteção:
Fortes: Ajuda financeira do filho, que paga suas despesas básicas
Sombra: Embora dona M.M. mostra-se resistente, a ACS não desiste de ajuda-la; Com a visita da assistente social, Dona M.M. pode requerer, frente ao Estatuto do Idoso seus direitos básicos assegurados por lei, assim como responsabilizar os filhos e procurar meios que possam ajudar a mesma.
PACTUAÇÃO DOS OBJETIVOS NO CASO
Juntamente com a assistente social, Dona M.M. e sua ex-nora, devem procurar contatar os filhos ou outros familiares para comunicar, caso estes não saibam da atual situação de Dona M.M. ou reafirmar suas necessidades perante eles. Procurar garantir o seu auxílio financeiro, visando uma melhor condição de vida social e pessoal, garantindo assim um melhor e maior bem-estar. 
Elaborar um plano de intervenção médico para Dona M.M. procurando garanti uma melhora significativa dos seus problemas já existentes e prevenindo para que problemas futuros não apareçam.
Encaminhar dona M.M. para um tratamento conjunto entre psicólogo e psiquiatra, focando em suas queixas, como as vozes que escuta, seu medo de sair, tentativas de suicídio e a representação emocional da figura do gato em sua vida subjetiva.
Procurar reestabelecer os vínculos familiares visando um acolhimento e que Dona M.M. não se sinta demasiadamente abandonada, reestabelecendo assim, um vínculo tão necessário que é o contexto familiar. 
Em meio a essas intervenções, sempre buscar o desenvolvimento da autonomia da dona M.M. seu bem-estar a nível geral, prevenindo agravos futuros e melhorando sua qualidade de vida. Juntamente com o psicólogo, a assistente social e a família, em meio a essas ações, desenvolver a tomada de consciência do papelfundamental de Dona M.M. nesse processo.
PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO COM CRONOGRAMA E RESPONSÁVEIS
O profissional médico nesse caso, viabilizaria o tratamento médico-farmacológico para as necessidades mais intermitentes de Dona M.M. que são as dores reumáticas, hérnia anal hemorrágica e ressecamento de pele. O psiquiatra interviria nesse caso, a partir do tratamento médico-farmacológico para as queixas de vozes que a Dona M.M. escuta. O profissional Psicólogo executaria sua intervenção através das sessões de psicoterapia, abarcando as queixas de Dona M.M. como suas ideações suicidas, medo de sair de casa e a representatividade subjetiva do gato em sua vida. Por fim o Assistente Social nesse caso, atuaria nas necessidades sociais de Dona M.M. como por exemplo, seu benefício social, e garantia de execução dos seus direitos constituídos pelo Estatuto do Idoso.
DEFINIÇÃO DO PROFISSIONAL DE REFERÊNCIA DO CASO
Para um melhor desenvolvimento das estratégias estabelecidas para o caso da Dona M.M. os profissionais que melhor se adequariam para o seu caso seriam o Assistente Comunitário de Saúde (ACS) e o Assistente Social. O ACS, por ter um contato mais frequente no dia-a-dia do indivíduo, fiscalizaria o andamento das estratégias de intervenção garantindo o seu melhor funcionamento sendo também o primeiro que buscou ajuda para Dona M.M. Já o Assistente social entraria para questões mais específicas, quando alguma estratégia porventura não fosse executada ou se aplicasse de maneira irregular, articulando com a equipe multiprofissional ações a serem desenvolvidas no PTS.
Ambos são imprescindíveis e necessários para a realização efetiva do PTS, que atenda às necessidades de Dona M.M. garantindo assim uma melhor forma para a qualidade de vida de dona M.M.
DEFINIÇÃO DE PERIODICIDADE DE REAVALIAÇÕES DO CASO 
Pelas demandas até aqui colhidas, e pela vulnerabilidade do caso de Dona M.M. estima-se que a equipe multiprofissional elabore e execute as intervenções que mostrem resultados de uma forma eficaz em curto e médio prazo. As reuniões para avaliação dos resultados devem ocorrer periodicamente na mesma proporção das ações a serem desenvolvidas, visto que a falta das ações apresenta um risco físico, mental e social para Dona M.M.
Uma vez que toda a equipe não possa estar reunida alguns profissionais de referência no caso precisam estar presentes para o acompanhamento do planejamento de ações, que são eles o ACS e o Assistente social, por eles estarem diretamente ligados a execução das ações planejadas atribuindo sempre uma visão de conjunto das ações. 
Entre os profissionais de referência do caso, esperam-se reuniões semanais, para verificar o andamento das estratégias, Para os demais profissionais, se faz necessário reuniões quinzenais ou mensais para o acompanhamento das estratégias e ações a serem desenvolvidas e seus resultados, e se necessário, novas reformulações ou adaptação das ações já estabelecidas.

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