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Caderno - Paz e Segurança Internacional

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29/10/2012
A Visão Brasileira da Segurança Internacional
A visão brasileira: multipolaridade benigna:
Múltiplos polos de poder e suas perspectivas;
Maior número de atores em processos decisórios e aumento da representatividade: democratização do sistema internacional e inclusão social;
A necessidade de normas com poder efetivo de constrangimento das ações dos Estados;
Agenda internacional de segurança não prefixada.
	O aumento do número de atores envolvidos no processo decisório visa à globalização – em termos de abrangência de temas, e não necessariamente em termos geográficos – das agendas de segurança. 
	A ampliação da agenda internacional e de segurança, no que tange aos agentes decisórios, leva à inclusão de novos temas, muitas vezes únicos/originais para determinados atores, rompendo então com o antigo modelo (modelo clássico), o qual dividia os temas da agenda internacional em high politics e low politics, de modo que apenas os primeiros eram classificados como temas de segurança internacional.
	
A delegação do uso da força e a responsabilidade das Nações Unidas;
A força como último recurso e instrumento de segurança coletiva, e não de legítima defesa.
	A ONU consubstancia o ideal de segurança coletiva, em que há uma delegação do uso da força pelos Estados em prol de uma organização internacional, a qual , por sua vez, pauta a sua atuação no Direito Internacional (compliance), em especial nos princípios da responsabilidade de proteger, da responsabilidade do protetor e da legítima defesa (este último, a partir da década de 1970, muda de um contexto de soberania territorial para um de defesa dos direitos humanos).
A ascensão de novos polos de poder (China, Índia, Rússia), o declínio das velhas potências (EUA e Europa) e a desconcentração do poder mundial. A ameaça de não aceitação do declínio. (“The West and the Rest”)
A posição brasileira:
	“Três dados básicos caracterizam a situação estratégica do Brasil. Por um lado, constitui um vasto espaço continental. Por outro, detém um amplo espaço marítimo. Além disso, compartilha fronteiras terrestres com dez países. É essa a escala de nossos desafios de segurança.”
	Nesse trecho, o autor utiliza as noções de “defesa” e de “segurança” como sinônimas. No entanto, deve-se atentar para o fato de que a última não se restringe à primeira, de caráter basicamente militar.
	“(...) Nossa estratégia é essencialmente cooperativa em relação à América só Sul, mas tem que ter necessariamente um forte componente de dissuasão em relação ao resto do mundo. O Brasil deseja aprofundar a cooperação em defesa com todos os seus vizinhos (…). A dissuasão deve, portanto, aplicar-se a ameaças oriundas de fora da América do Sul.”
	Unasul� e Conselho de Defesa Sul-Americano: Tratados de Legítima Defesa e Mecanismos de Segurança Coletiva.
	“(...) Para evitar agressões, devemos tornar altamente custosa qualquer tentativa de emprego da força contra nosso território, população e nossos interesses fundamentais.”
	Não é por ser pacífico que o Brasil deve deixar sucatear suas Forças Armadas; o Brasil deve realizar investimentos militares, não para fins bélicos, mas para defender-se e não ficar vulnerável a invasões. Argumenta-se, porém, que este posicionamento leva ao “dilema de segurança”, em que, com o intuito de reforçar sua segurança interna através do (re)armamento, um país acaba gerando uma corrida armamentista em sua região.
O uso estritamente pacífico da tecnologia nuclear e os problemas quanto ao desarmamento: “ é inaceitável que a redução quantitativa de arsenais atômicos seja acompanhada pelo concomitante aprimoramento qualitativo das armas remanescentes. (…) Na multipolaridade benigna que desejamos construir, as armas nucleares não tem lugar.”
Parte da literatura defende que esperar que todos os países comprometam-se com o desarmamento – e que de fato o façam – é utopia. Neste sentido, defende-se a proliferação dos armamentos nucleares, de modo a caracterizar, em um mundo multipolar, o fenômeno do Mutually Assured Destruction (MAD).
A participação do Brasil em operações da ONU:
2500 brasileiros, entre soldados e policiais, estão presentes em oito operações de manutenção da paz das Nações Unidas;
O Haiti: o mandato multidimensional baseado em segurança, desenvolvimento e direitos humanos e a redução do papel militar da missão. 
05/11/2012
O Brasil e as Operações de Paz da ONU
Objetivos do Brasil:
Projeção internacional como potência global;
Enfatizar o multilateralismo no sistema internacional.
Posição tradicional em relação às operações de paz:
Operações consensuais (capítulo VI da Carta das Nações Unidas);
Estabelecidas em caráter multilateral e multidimensional;
Garantia de motivos justos para o seu estabelecimento.
	Os capítulos da Carta das Nações Unidas que tratam sobre intervenções militares são o VI e o VII. No entanto, o Brasil fundamenta suas operações de paz apenas no capt. VI, uma vez que somente neste é exigido o consenso entre os países envolvidos para a sua implementação.
	O caráter multidimensional das operações começou a desenvolver-se principalmente a partir da década de 1990, com a adoção pelo Conselho de Segurança da doutrina da “responsabilidade de proteger”, a qual deu ênfase às missões voltadas para a manutenção da paz, consolidação da paz, reconciliação e reconstrução. O caráter multilateral, por sua vez, diz respeito à participação de um número tal de países nas operações de paz, a fim de que não haja uma predominância do interesse de determinado Estado sobre os demais.
	Quando se fala em “motivos justos”, deve-se levar em consideração toda a ideologia por trás das justificativas que dão ensejo às operações militares da ONU.
	A participação do Brasil nas operações das Nações Unidas tem como objetivo a projeçao do país como uma potência global, inclusive na seara militar. Esta necessidade de afirmação é uma consequência direta das críticas levantadas contra o Brasil de que ele não possui Forças Armadas significativas, quando da sua petição para tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
A participação brasileira no Timor Leste e no Haiti:
Engajamento pela necessidade de projeção;
Aproximação cultural e linguística;
Projeção de outros interesses: “solidariedade” na América Latina e intensificação das relações Sul-Sul.
	O Brasil, mediante sua participação na MINUSTAH, procurou desmistificar a ideia defendida por muitos de que suas relações com os demais países da América Latina tem fundamentalmente um caráter imperialista. Daí falar-se em “solidariedade” entre os países latino-americanos. Em relação ao Timor Leste, a participação brasileira insere-se mais no contexto das relações Sul-Sul.
19/11/2012
Novos Atores de Segurança Internacional
	A entrada de novos atores no cenário internacional implicou necessariamente na ampliação da agenda internacional de segurança, uma vez que trazem consigo novos interesses e fazem surgir novas relações entre atores internacionais.
	Destacam-se, neste contexto, o crime organizado internacional e as Organizaçoes Humanitárias Não Governamentais.
	Quanto ao primeiro, a doutrina costuma denominá-lo como “crime organizado transnacional”, dado que envolve agentes de diversos países; ou “crime organizado internacional”, na medida em que muitas vezes resta comprovado o envolvimento de entidades estatais na atuação desses atores.
Tradição acadêmica: globalização, soberania, cooperação internacional e a completa eliminação da ameaça.
	O crime organizado teria surgido no cenário internacional como consequência da intensificação do fenômeno da globalização e a decorrente flexibilização da soberania estatal (o autor do texto defende, contudo, que a globalização não é a causa do surgimento, mas fenômeno catalisador do crime organizado internacional); o único meio de combatê-lo seria através de sua completa eliminação.- Uma das formas de conceituação do crime organizado é a partir de sua caracterizaçao como crime economicamente motivado e de danos difusos (no que diferem dos grupos insurgentes); outro ponto característico é a permanência e regularidade da organização. O fato desse ator estar comumente relacionado a entidades governamentais faz com que sua eliminação por completo torne-se improvável (sob o ponto de vista do autor), de modo que se deveria privilegiar medidas paliativas – tanto preventivas como repressivas.
	- Relação crime organizado e Estado: qual o impacto sobre a legitimidade do Estado enquanto unidade política?
	A legitimidade do Estado baseia-se nos seus três pilares: território, governo (às vezes concebido como sinônimo de soberania) e população. No caso do crime organizado, a afronta à legitimidade dá-se justamente na medida em que a sua existência pressupoes a flexibilização da soberania estatal.
	Quanto ao uso da força pelo Estado (muitos defendem que a soberania pressupoe o monopólio do uso da força), o crime organizado pode gerar dois efeitos: 1) positivo, em que o crime é tido pela sociedade como uma ameaça, justificando-se, assim, o uso da força pelo Estado; 2) negativo, em que o crime organizado é tido como consequência da fraqueza do Estado, suprindo, portanto, as lacunas da atuação deste.
	Crime organizado e grupos insurgentes, em que pesem suas diferenças, podem transformar-se um no outro, a depender de seus objetivos e motivações. Os dois visam à manutenção da soberania, embora o primeiro mais que o segundo, na medida em que sua sobrevivência depende da conservação da soberania estatal; os movimentos insurgentes podem ser concebidos como uma ameaça à soberania quando esta é identificada como governo.
Como combater o crime organizado?
	a) Dissuasão: inabilitação e força policial;
	b) Legislação adequada, monitoramento/fiscalização, inteligência, ações policiais, investigação criminal, controle de armamentos.
O Humanitarismo e as ONGs
Tratado de Otawa, de 1997: o banimento das minas terrestres
O uso por grupos não estatais – insurgentes e criminosos
	Argumenta-se que, não obstante muitos Estados tenham se utilizado de minas terrestres em conflitos armados, essa utilização decorreu de um mapeamento prévio das áreas escolhidas; deste modo, conclui-se que as minas terrestres que continuam a causar mutilações nos povos de diversos países são provenientes de grupos não estatais, insurgentes ou criminosos.
Mutilações vs Mortes: o impacto socioeconômico.
	As minas terrestres causam um grave prejuízo socioeconômico, uma vez que geram mais mutilações do que mortes, recaindo sobre o Estado os custos de sustentação uma população economicamente improdutiva, e dependente de atenções especiais. Além disso, o fato de não se ter conhecimento dos locais exatos em que foram implantadas essas minas torna o trabalho de reconstrução da infraestrutura desses países muito mais lento e custoso.
A ação de programas de assistência às vítimas de conflitos, organizações não governamentais e grupos humanitários;
Articulação de ONGS no mundo inteiro;
Apoio de celebridades e do governo canadense;
Uso eficaz de instrumentos de mídia na divulgação dos perigos e de maneira educativa.
�	“A UNASUL tem como objetivo construir, de maneira participativa e consensual, um espaço de articulação no âmbito cultural, social, econômico e político entre seus povos. Prioriza o diálogo político, as políticas sociais, a educação, a energia, a infraestrutura, o financiamento e o meio ambiente, entre outros, com vistas a criar a paz e a segurança, eliminar a desigualdade socioeconômica, alcançar a inclusão social e a participação cidadã, fortalecer a democracia e reduzir as assimetrias no marco do fortalecimento da soberania e independência dos Estados. 
	(…)
	UNASUL tem-se revelado um instrumento particularmente útil para a solução pacífica de controvérsias regionais e para o fortalecimento da proteção da democracia na América do Sul. Pouco após sua criação, a organização desempenhou importante papel mediador na solução da crise separatista do Pando, na Bolívia, em 2008. Em resposta à crise institucional ocorrida no Equador, em setembro de 2010, os Chefes de Estado da UNASUL decidiram incorporar um Protocolo Adicional ao Tratado Constitutivo, no qual foram estabelecidas medidas concretas a serem adotadas pelos Estados Membros da UNASUL em situações de ruptura da ordem constitucional. O Protocolo foi adotado na Cúpula de Georgetown, em novembro de 2010.
	O estabelecimento de um mecanismo de Medidas de Fomento da Confiança e da Segurança pelo Conselho de Defesa Sul-Americano também foi um instrumento valioso para o fortalecimento da estabilidade, paz e cooperação na América do Sul. Como resultado de duas reuniões de Ministros das Relações Exteriores e da Defesa, realizadas em setembro e novembro de 2009, no Equador, foi adotado um conjunto de medidas nas áreas de intercâmbio de informação e transparência (sistemas de defesa e gastos de defesa), atividades militares intra e extrarregionais, medidas no âmbito da segurança, garantias, cumprimento e verificação.”
	Disponível em: <� HYPERLINK "http://www.itamaraty.gov.br/temas/america-do-sul-e-integracao-regional/unasul"��http://www.itamaraty.gov.br/temas/america-do-sul-e-integracao-regional/unasul�>. Acesso em: 24 novembro, 2012.

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