Buscar

Contrato Individual de Trabalho

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Direito do Trabalho e legislação social
Contrato Individual de Trabalho
Conceito:
 Contrato de trabalho é o negócio jurídico expresso ou tácito mediante o qual uma pessoa natural (física) obriga-se perante pessoa natural, jurídica ou ente despersonificado a uma prestação pessoal, não eventual, subordinada e onerosa de serviços.
 Art. 442/CLT. Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.
Características Contrato Individual de Trabalho
Intuito personae: 
 Trata-se de característica que envolve uma única parte contratual, o empregado, sendo estranha ao outro ente pactuante (no que tange ao empregador predomina, como se sabe, a impessoalidade). 
Infungível quanto ao empregado e Fungível quanto ao empregador:
O empregador pode ser substituído, o empregado não.
De trato sucessivo:
O trabalho e a contraprestação das verbas sucedem-se continuamente no tempo. Princípio da Continuidade da relação de emprego.
Oneroso:
Cada parte contribui com uma ou mais obrigações economicamente mensuráveis. Salário x Força de Trabalho.
Características Contrato Individual de Trabalho
 Alteridade:
 É mais que uma característica, chega a ser um princípio.
 Significa que o risco da prestação de serviços e a seu resultado, além dos riscos do próprio empreendimento empresarial são alheios à figura do empregado.
Pode ser expresso ou tácito:
Contrato expresso é aquele feito por escrito, reconhecido expressamente tanto pelo empregado, quanto pelo empregador.
Tácito é aquele que não foi escrito, mas existe e é confirmado diariamente pelas partes. Ex: Emprego sem CTPS assinada.
Individuais ou plúrimos:
Individual é o contrato individual de trabalho e plúrimo é o contrato de equipe.
Características Contrato Individual de Trabalho
 Indeterminabilidade:
 A regra é que os contratos de trabalho sejam pactuados por tempo indeterminado. 
 Assim, contratos a termo são uma exceção no Direito do Trabalho e só terão validade se forem estipulados por escrito.
 Logo, há presunção de indeterminabilidade do pacto:
Súmula Nº 212/TST. Despedimento. Ônus da prova.
O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.
Elementos essenciais do Contrato de Trabalho
Art. 104/CC. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Elementos essenciais do Contrato de Trabalho
 1) Capacidade das partes:
 É a aptidão para o exercício dos atos da vida laborativa;
A CLT considera maior, aquele que tiver 18 anos ou mais:
Art. 402/CLT. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos. 
 Entre 14 e 16 anos só é permitido o trabalho na condição de Menor Aprendiz (Decreto 5598/2005).
Entre 16 e 18 anos, a trabalho é permitido mas sofre restrições como:
Restrições ao Trabalho do menor 
16 a 18 anos
Proibido o trabalho noturno, insalubre, perigoso ou em locais que coloque em risco a saúde física e psicológica do adolescente.
O Menor poderá assinar recibos de pagamento sem assistência do responsável, mas o contrato de trabalho e o TRCT, assim como o requerimento para expedição de CTPS, necessariamente, precisam ter a assinatura conjunta do representante legal.
Art. 439/CLT. É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida.
Art. 440/CLT. Contra os menores de 18 anos não corre nenhum prazo de prescrição.
Art. 793/CLT. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo.
Elementos essenciais do Contrato de Trabalho
 2) Objeto Lícito:
 Somente será válido o contrato de trabalho que tiver por objeto da prestação de serviços algo que seja lícito.
 São ilícitos: Substâncias entorpecentes, Prostituição, jogos de azar, Rifas, etc.
 Ilícito x Irregular: Ilícito é o que é contrário ao ordenamento jurídico. Nesse caso o contrato é nulo. Irregular é o que é feito de forma errada, embora o objeto da prestação seja lícito. Nesse o caso o contrato é válido, mas se não puder ser regularizado será extinto. Ex: Trabalho noturno do menor.
Elementos essenciais do Contrato de Trabalho
 3) Forma Prescrita ou não defesa em Lei:
 A princípio, não existe formalidade no contrato de trabalho, que pode ser escrito ou verbal.
 No entanto, a CTPS é documento obrigatório e cujo registro deverá ser feito em 48 horas no máximo (30 dias onde não houver posto autorizado).
 O empregador deverá anotar, obrigatoriamente, na CTPS do obreiro as seguintes informações: a data de admissão, a remuneração e as condições especiais (salário utilidade, gorjetas, funções externas), se houver. 
Sobre anotação da CTPS
Art. 13/CLT. A Carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por conta própria de atividade profissional remunerada.
Art. 29/CLT. A Carteira do Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente apresentada, contra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de quarenta e oito horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, sendo facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.
Sobre anotação da CTPS
Art. 29/CLT. 
§ 1º As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário, qualquer que seja sua forma de pagamento, seja ele em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta. 
§ 2º As anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social serão feitas:
a) na data-base;
b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador;
c) no caso de rescisão contratual; ou
d) necessidade de comprovação perante a Previdência Social. 
§ 3º A falta de cumprimento pelo empregador do disposto neste artigo acarretará a lavratura do auto de infração, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá, de ofício, comunicar a falta de anotação ao órgão competente, para o fim de instaurar o processo de anotação. 
Sobre anotação da CTPS
Art. 29/CLT. 
§ 4º É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social. 
§ 5º O descumprimento do disposto no § 4º deste artigo submeterá o empregador ao pagamento de multa prevista no art. 52 deste Capítulo. 
Sobre anotação da CTPS
Art. 30/CLT. Os acidentes do trabalho serão obrigatoriamente anotados pelo Instituto Nacional do Seguro Social na carteira do acidentado. 
Art. 33/CLT. As anotações nas fichas de declaração e nas Carteiras de Trabalho e Previdência Social serão feitas seguidamente sem abreviaturas, ressalvando-se no fim de cada assentamento as emendas, entrelinhas quaisquer circunstâncias que possam ocasionar dúvidas. 
Sobre Anotação da CTPS
 Princípio da Primazia da Realidade:
 Cumpre ressaltar que as anotações da CTPS são prova apenas relativas do contrato de trabalho, já que vige o princípio da primazia da realidade. Nesse sentido, as Súmulas 12, do TST e 225 do STF:
Súmula nº 12/TST. Carteira profissional. As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum".
Súmula nº 225/STF. Não é absoluto o valor probatório das anotações da carteira profissional.
Nulidades
 Nulidade é a invalidação da existência e/ou dos efeitos jurídicos de
um ato ou seu componente em virtude de se chocar com regra jurídica imperativa. É a consequência jurídica prevista para o ato praticado em desconformidade com a lei que o rege. 
 É o que se passa com simulação e fraudes trabalhistas, como por exemplo, contratar autêntico empregado vendedor e entabular com ele contrato de representação comercial (sem vínculo), ainda que existente a subordinação.
 Nesse sentido, o artigo 9.°, da CLT:
Art. 9º/CLT: Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.
Um princípio que ampara a teoria das nulidades é o da Primazia da Realidade sobre a forma.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais

Perguntas Recentes