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Prévia do material em texto

Ana Catarina Gomes; Rui Cerqueira
Histologia
25/09/2009 (aula 2)
 Tecido conjuntivo
O tecido conjuntivo é um tecido que existe na maioria dos órgãos e sistemas do nosso organismo. Tem origem na mesoderme, onde vai constituir o mesênquima, que é o tecido conjuntivo embrionário (existem até dois tipos de mesênquima, a saber: o intra-embrionário, que pertence ao próprio embrião, e o extra-embrionário, que pertence aos anexos embrionários).
Contrariamente ao tecido epitelial, o tecido conjuntivo possui uma matriz extra-celular muito abundante, sendo essa a sua principal característica, pois é partilhada pelos vários tipos de tecidos conjuntivos.
A principal função do tecido conjuntivo é a de suporte, sobretudo suporte estrutural, dado que são os tecidos conjuntivos que constituem, por exemplo, os ossos e as cartilagens. Além disso, possui uma função de suporte metabólico. Dentro da sua função de suporte, há que salientar o facto de preencherem os interstícios, isto é, os espaços vazios que existem nos órgãos, fazendo o acondicionamento dos tecidos e dos próprios órgãos. 
Os tecidos conjuntivos têm também funções de protecção e defesa do organismo, através dos mecanismos do sistema imunológico, o qual faz parte dos tecidos conjuntivos. Participam na regeneração dos tecidos e dos órgãos, sendo muito importantes nos mecanismos de cicatrização. 
O tecido adiposo, que é também um tecido conjuntivo, tem como função primordial o armazenamento de lipídeos.
Pelo tecido conjuntivo, são ainda produzidos factores de crescimento e de diferenciação celular.
Os Tecidos Conjuntivos Moles
Os componentes dos tecidos conjuntivos são a matriz extra-celular e as células.
Dentro da matriz extra-celular distinguem-se dois constituintes, nomeadamente uma substância intersticial amorfa (sem grande estrutura) e um componente estrutural que são as fibras. Antigamente, consideravam-se três tipos de fibras, a saber as fibras de colagénio, as elásticas e as reticulares. Porém, actualmente sabe-se que as fibras reticulares não são mais do que um subtipo de fibras de colagénio. Portanto, distinguem-se apenas dois tipos fundamentais de fibras – as fibras de colagénio e as fibras elásticas, podendo cada um desses tipos ser subdividido.
Na substância intersticial amorfa encontra-se água (cuja quantidade varia conforme o tipo de tecido conjuntivo), glicosaminoglicanos, proteoglicanos e glicoproteínas estruturais (como proteínas adesivas). Além disso, possui sais e outros componentes presentes no plasma sanguíneo, o qual apresenta uma composição muito semelhante à sua, sendo apenas as proteínas de maior peso molecular exclusivas do plasma.
As células podem ser também de dois tipos, designadamente células fixas (que permanecem sempre no tecido conjuntivo, como os fibroblastos e os adipócitos) e células móveis (que têm origem na medula óssea e podem ser células sanguíneas, como os linfócitos, os eosinófilos, basófilos, os monócitos, os células derivadas dessas células sanguíneas, como os plasmócitos e os macrófagos; os mastócitos também se formam a partir de células precursoras presentes na medula óssea, mas passam rapidamente para o tecido conjuntivo sem constituírem nenhum dos elementos do sangue periférico).
De acordo com o predomínio de cada um dos componentes referidos, os tecidos conjuntivos podem ser classificados do seguinte modo:
Tecido conjuntivo embrionário: mesênquima
Tecido conjuntivo adulto:
Laxo e Denso – não há predomínio de nenhum dos componentes, embora o componente que se destaque sejam as fibras de colagénio, que são pouco abundantes no tecido conjuntivo laxo, por oposição ao denso, onde já são mais numerosas. Essas fibras de colagénio apresentam uma organização regular, encontrando-se dispostas paralelamente, no tecido tendinoso. Se pelo contrário, as fibras de colagénio têm uma disposição irregular, trata-se de tecido conjuntivo denso irregular (como acontece no tecido conjuntivo profundo da derme, na cápsula da maioria dos órgãos e na dura mater). O tecido conjuntivo laxo, em que há menos fibras de colagénio e, portanto, existe uma menor consistência estrutural, está presente nas mucosas, subjacente aos epitélios (por exemplo, na derme que possui uma camada de tecido conjuntivo denso mais profunda, mas logo abaixo da epiderme (isto é, do epitélio) apresenta uma camada de tecido conjuntivo laxo; entre as fibras dos músculos; nas adventícias dos vasos…)
Elástico – há um predomínio das fibras elásticas. Aparece nos ligamentos amarelos e nas paredes das artérias de maior calibre, embora aí seja mais laxo do que nos ligamentos atrás referidos. 
Reticular – é o tipo de tecido onde se dizia estarem presentes as fibras de reticulina. Essas fibras de reticulina não são mais que fibras de colagénio do tipo III, que aparecem no estroma dos órgãos hematopoiéticos, como o baço, a medula óssea e os gânglios linfáticos. Aí formam como que uma rede, onde as células hematopoiéticas estão dispersas e apoiadas. No fígado, também existe tecido reticular, apesar de não ser propriamente um órgão hematopoiético.
Mucoso – é um tecido conjuntivo onde há poucas fibras e que possui uma consistência gelatinosa. Existe no núcleo pulposo do disco intervertebral, na polpa dentária (sobretudo dos jovens) e na chamada geleia de Vater do cordão umbilical.
Lameloso – está presente nos corpúsculos de Vater-Paccini, os quais são corpúsculos sensitivos que existem na pele e são sensíveis à pressão. São muito característicos porque existem lamelas concêntricas de células e fibras do tecido conjuntivo, que em corte transversal parecem uma cebola.
Tecidos conjuntivos “especiais” (mais diferenciados):
Adiposo
Ósseo
Cartilagíneo
Hematopoiético (presente na medula óssea)
Sangue
Componentes do Tecido Conjuntivo
Água
A água do tecido conjuntivo resulta da extravasão dos vasos sanguíneos, devido à existência de uma pressão hidrostática que tende a forçar a água a sair. Porém, essa pressão é contrariada pela pressão osmótica (muito devida à presença das proteínas plasmáticas), que leva a água a entrar no vaso sanguíneo. Há, portanto, um equilíbrio de entrada e saída de água do tecido conjuntivo. A água também é, em parte, reabsorvida pelos capilares linfáticos. Quando obstrução da circulação normal da água, essa acumula-se na matriz extra-celular do tecido conjuntivo, provocando um edema.
Para além da água, passam do plasma para a matriz todos os componentes de baixo peso molecular, incluindo algumas proteínas (uma grande quantidade de proteínas plasmáticas encontra-se no tecido conjuntivo).
Glicosaminoglicanos
Os glicosaminoglicanos são cadeias lineares de polissacarídeos, constituídos por subunidades de dissacarídeos. Têm como característica importante a sua carga negativa, que faz com que retenham o sódio, o que, por sua vez, vai levar a que retenham água. Portanto, são muito hidrofílicos.
Além disso, estabelecem ligações covalentes com proteínas, formando os proteoglicanos (excepto o ácido hialurónico, que não participa na formação de proteoglicanos, embora também se ligue aos proteoglicanos através de ligações hidrostáticas, não covalentes).
Desempenham uma função estrutural de suporte e também de filtragem, na difusão das partículas. Em conjunto com os proteoglicanos, atraem a água, formando uma espécie de um gel na matriz extra-celular.
Os principais glicosaminoglicanos são os seguintes: ácido hialurónico, sulfato de condroitina, sulfato de heparano e heparina, sulfato de dermatano e sulfato de queratano.
(quadro…)
Proteoglicanos
Os proteoglicanos resultam da associação dos glicosaminoglicanos com um eixo proteico. São também componentes estruturais da matriz extra-celular e retêm a água, à semelhança dos glicosaminoglicanos. Os principais proteoglicanos são os seguintes:
(quadro…)
Os proteoglicanos podem encontrar-se na superfície celular, com o “core” proteico inserido na membrana e uma pequena porção intra-citoplasmática,a qual interactua com proteínas do citosqueleto da célula. No domínio extra-celular encontram-se as cadeias com os glicosaminoglicanos.
Em microscopia electrónica, usando técnicas especiais de preparação e coloração dos tecidos, é possível observar os proteoglicanos da matriz extra-celular. 
Glicoproteínas
A diferença fundamental entre as glicoproteínas e os proteoglicanos é o facto de que nas glicoproteínas o “core” proteico é globular, ao contrário dos proteoglicanos em que o eixo proteico tem estrutura linear; as cadeias glicídicas são ramificadas e constituídas por monossacarídeos nas glicoproteínas, enquanto os proteoglicanos apresentam cadeias lineares e formadas por unidades de dissacarídeos.
As glicoproteínas estabelecem as ligações entre os vários componentes do tecido conjuntivo, sendo, por isso, designadas por glicoproteínas adesivas, sobretudo a fibronectina, a laminina e a entactina.
A fibrilina é uma glicoproteína que participa nas ligações entre fibras elásticas; a fibronectina estabelece a ligação entre as fibras de colagénio e as células; a laminina faz a ligação entre as células e a lâmina basal; a entactina também está presente na lâmina basal, ligando o colagénio de tipo IV e a laminina; a tenescina parece ser importante sobretudo no desenvolvimento embrionário e na formação das células do tecido nervoso. A fibrilina e a fibronectina formam fibrilas, ao contrário das restantes glicoproteínas.
A fibronectina é formada por um dímero, cujos componentes se encontram ligados por pontes de enxofre (-S-). Possui locais de ligação quer para o colagénio, quer para componentes das células (nomeadamente, as integrinas), quer para proteoglicanos (heparano).
A laminina é constituída por três cadeias – uma cadeia α e duas cadeias β. Também possui locais de ligação para as células, o heparano e o colagénio (sobretudo o do tipo IV que está presente na lâmina basal).
Em microscopia de luz, recorrendo a métodos imunocitoquímicos podem observar-se a fibronectina e a laminina.
Integrinas
As integrinas não são propriamente proteínas do tecido conjuntivo, mas sim proteínas integrais da membrana plasmática. Constituem os chamados “receptores de matriz extra-celular”, pois ligam-se a diversos componentes dessa mesma matriz. 
No domínio intra-celular, as integrinas interactuam com proteínas que, por sua vez, se vão ligar a elementos do citosqueleto, nomeadamente à actina. No domínio extra-celular, possuem locais de ligação para componentes da matriz extra-celular, designadamente a fibronectina, o colagénio e a laminina. Essa ligação depende do cálcio ou do magnésio e é pouco estável, o que faz com que as células possam destacar-se e migrar ao longo do tecido conjuntivo, estabelecendo ligações ora num local ora noutro.
Com técnicas de imunocitoquímica podem também identificar-se as integrinas, principalmente na porção mais apical das células. 
Colagénios
Existem vinte e oito subtipos de colagénios.
(quadro…)
Os colagénios podem ser divididos em quatro grupos, nomeadamente:
Os colagénios que formam fibras. 
O mais abundante é o colagénio do tipo I, tendo sido o primeiro a ser descoberto e descrito. É um colagénio que apresenta grande resistência à tensão.
O colagénio do tipo II é mais resistente à pressão, sendo típico do tecido cartilagíneo.
Os colagénios do tipo III e do tipo V aparecem muitas vezes associados ao colagénio de tipo I, possuindo funções semelhantes a esse.
O colagénio do tipo XI é muito semelhante ao do tipo II e está também presente na cartilagem.
Os colagénios que se associam a fibrilas (FACITs).
O colagénio do tipo IX associa-se ao do tipo II e o colagénio do tipo XII ao dotipo I.
O colagénio do tipo XIV existe sobretudo no feto, mas também está presente no tendão associado ao colagénio do tipo I.
Os colagénios que formam fibrilas de ancoragem.
O colagénio do tipo VII participa na ancoragem das células à lâmina basal.
O colagénio do tipo IV constitui as lâminas basais.
O colagénio do tipo III forma fibras reticulares, que são fibras mais finas organizadas em rede. Têm a característica particular de serem impregnáveis com sais de prata, o que as torna visíveis em cortes de microscopia de luz.
A Síntese do Colagénio
(figura…)
As fibras de colagénio não são sintetizadas como fibras. Começa por se formar uma molécula de pré-procolagénio, que possui peptídeos nas extremidades (os peptídeos de registo) e ainda não é hidroxilado nos resíduos de prolina e lisina. A hidroxilação desses resíduos de aminoácidos depende da vitamina C, pelo que a sua carência se traduz na formação de colagénios anormais, que levam ao desenvolvimento de escorbuto.
O pré-procolagénio dá origem a moléculas de procolagénio, ocorrendo a seriação de três moléculas que formam uma tripla hélice. Esse procolagénio segue a via de secreção, passando pelo RER e pelo complexo de Golgi, para ser depois libertado no espaço extra-celular. Só aí é que se dá a clivagem dos peptídeos de registo presentes nas extremidades, graças à acção de peptidases do colagénio, tornando-se o procolagénio insolúvel, o que conduz à sua deposição no espaço extra-celular. As moléculas de tropocolagénio assim formadas associam-se a outras moléculas de tropocolagénio, num arranjo típico do colagénio do tipo I, ou seja, as moléculas associam-se topo-a-topo, mas deixando um espaço, e lateralmente. Deste modo, constituem as fibrilas de colagénio, que, por sua vez, se associam, originando as fibras de colagénio.
Uma das características do colagénio do tipo I é a estriação transversal, existindo alternadamente faixas claras e faixas escuras. Essa alternância tem a ver com a organização das moléculas de tropocolagénio nas fibrilas, já que essas se associam lateralmente, mas existe entre si um espaço – o espaço lacunar – e um outro espaço em que se sobrepõem. Assim, no espaço lacunar existem zonas mais escuras e o espaço de sobreposição zonas mais claras, havendo uma periodicidade de 64 nm na alternância entre as faixas.
Portanto, as moléculas de tropocolagénio organizam-se em fibrilas de colagénio, que, por sua vez, se associam em fibras de colagénio, sendo que nos tecidos existem mesmo feixes de fibras de colagénio. Esses feixes podem apresentar uma organização regular, no caso do tecido conjuntivo denso regular, ou então podem estar associados de forma mais irregular. Entre as fibras de colagénio encontram-se os fibroblastos, que são as células do tecido conjuntivo responsáveis pela sua síntese. 
Fibras elásticas
As fibras elásticas visualizam-se em microscopia de luz através do método de Weigert e podem ser subdivididas em três grupos distintos:
As fibras elásticas propriamente ditas, que são formadas por um componente fibrilar – a fibrilina – e por uma massa mais amorfa de outra glicoproteína – a elastina;
As fibras elaunínicas, em que a elastina forma um agregado disperso entre as fibras de fibrilina;
As fibras oxitalâmicas, que são constituídas apenas por fibras de fibrilina.
Pensa-se que estes três tipos de fibras possam coexistir ou então que sejam passos intermediários durante a formação das fibras elásticas propriamente ditas. Assim, primeiro surgiriam as fibras de fibrilina (oxitalâmicas), que se associariam; depois apareceriam depósitos de elastina entre as fibras de fibrilina (elaunínicas); finalmente, formar-se-iam as fibras elásticas “maduras”, com uma grande massa de elastina e as fibras de fibrilina na periferia (elásticas).
A característica principal das fibras elásticas é, tal como o seu nome indica, a sua elasticidade, isto é, as fibras elásticas podem aumentar o seu comprimento, quando sujeitas a forças de tracção, voltando ao seu estado retraído quando essas mesmas forças cessam.
Células do Tecido Conjuntivo
As células do tecido conjuntivo derivam das células mesenquimatosas embrionárias e podem ser fixas ou móveis. Essas células mesenquimatosas dão também origem às células dos miócitos.
Dentro dascélulas fixas, encontram-se os fibroblastos, os lipoblastos (que dão origem aos fibrócitos e aos adipócitos, respectivamente) e as células dos tecidos conjuntivos duros. As células móveis incluem os plasmócitos (derivados dos linfócitos B sanguíneos), os macrófagos (derivados dos monócitos do sangue), os eosinófilos e os mastócitos (derivados directamente de precursores presentes na medula óssea).
(esquema…)
Fibroblastos
Os fibroblastos são células que existem em todos os tecidos conjuntivos moles. Possuem prolongamentos no citoplasma e um núcleo claro e com núcleolos bem evidentes; o seu retículo endoplasmático é relativamente abundante, dado que são as células responsáveis pela síntese do colagénio e de grande parte das glicoproteínas; apresentam os organelos comuns a todos os tipos de células; quando estão inactivas, transformam-se em fibrócitos.
Os fibrócitos possuem um núcleo muito mais denso, pois, dado estarem inactivos, a sua cromatina encontra-se muito mais condensada. O seu citoplasma possui menos prolongamentos e a própria célula encontra-se muitas vezes achatada, devido às fibras do tecido conjuntivo (por exemplo, no tecido tendinoso). Em termos metabólicos, os fibrócitos, ao contrário dos fibroblastos, são células pouco activas.
Os fibroblastos são muito importantes nos mecanismos de cicatrização, onde vão sintetizar diversos factores de crescimento essenciais para o processo de cicatrização, sendo eles próprios alvos de outros factores.
Macrófagos 
Há dois tipos de macrófagos, nomeadamente os macrófagos móveis e os macrófagos fixos ou histiócitos. Todos os macrófagos têm origem num mesmo precursor na medula óssea. Existe um precursor comum para os neutrófilos e os monócitos, sendo depois a partir dos monócitos que se formam os macrófagos.
A função dos macrófagos é a manutenção dos tecidos, dado serem células com grande capacidade fagocítica. Participam na defesa do organismo contra agentes infecciosos e partículas estranhas. Essa defesa pode ser directa, através da fagocitose dessas mesmas partículas (quer em macrófagos isolados, quer em macrófagos gigantes), ou indirecta, mediante mecanismos imunológicos, nomeadamente a apresentação de antigénios às células imunológicas ou a síntese de interleucinas e de citoquinas, que vão activar outras células do sistema imunológico. Os macrófagos possuem receptores à superfície para imunoglobulinas e também para o sistema de complemento do sangue. No conjunto, considera-se que existe um sistema fagocítico mononuclear, que é formado pelos vários tipos de macrófagos, que partilham a mesma origem na medula óssea, a mesma função (fagocitose), as mesmas propriedades citoquímicas e os mesmos receptores da membrana. Além dos macrófagos, pertencem ao sistema fagocítico mononuclear os monócitos do sangue e os macrófagos dos tecidos, nomeadamente os histiócitos, como as células de Kuppfer, os macrófagos alveolares, os osteoclastos.
Os macrófagos são células ovais, cujo núcleo se encontra, habitualmente, numa posição excêntrica. Possuem prolongamentos que participam na fagocitose das partículas, as quais são posteriormente digeridas pelas enzimas contidas nos lisossomas, muito abundantes no citoplasma dos macrófagos. 
Plasmócitos
Os plasmocitos derivam dos linfócitos B e são os responsáveis pela síntese das imunoglobulinas, pelo que possuem um retículo endoplasmático rugoso muito abundante. Do mesmo modo, o complexo de Golgi é bastante evidente.
Uma característica particular, visível em microscopia electrónica, é o facto de a cromatina do núcleo se dispor em grumos que fazem lembrar a “roda de um carro”.
Mastócitos
Os mastócitos são células que têm uns grânulos metacromáticos, ou seja, que alteram a cor dos corantes que lhes são aplicados. Esses grânulos contêm heparina, histamina, proteoglicanos e o factor quimiotáctico dos eosinófilos, que participa nas reacções de anafilaxia. Os mastócitos são muito importantes nas reacções alérgicas, pois possuem receptores para as imunoglobulinas do tipo E (IgE). As IgE produzidas durante o primeiro contacto com os antigénios ligam-se aos receptores. Quando ocorre uma segunda exposição, as IgE vão desencadear uma série de mecanismos intra-celulares de activação de segundos mensageiros, como a cíclase do adenilato e cascatas de fosforilação de proteínas, que em última instância vão provocar a fusão dos grânulos com a membrana e a extrusão do conteúdo desses grânulos para o meio extra-celular. 
Em microscopia de luz ou electrónica, conseguem observar-se os monócitos preenchidos com os grânulos metacromáticos.
Embora sejam parecidos com os basófilos do sangue, a sua origem é distinta.
Tecidos Conjuntivos “Especiais”
Na pele, logo subjacente ao epitélio, encontra-se uma camada de tecido conjuntivo laxo com aspecto mais claro. Existe ainda uma outra camada de tecido conjuntivo denso não ordenado, na parte mais profunda da derme. Nesse tecido conjuntivo denso não ordenado, as fibras de colagénio não se encontram alinhadas em nenhuma direcção preferencial. Pelo contrário, no tecido conjuntivo denso ordenado, as fibras de colagénio são paralelas entre si, encontrando-se os fibroblastos alinhados paralelamente às fibras. Este tipo de tecido está presente, por exemplo, no tendão, em que as células se encontram como que “espalmadas” entre as fibras de colagénio paralelamente alinhadas. 
O tecido adiposo
O tecido adiposo tem origem, como todos os tecidos conjuntivos, nas células mesenquimatosas. A partir dessas células formam-se os lipoblastos, que depois vão dar origem aos dois tipos de células adiposas, nomeadamente os adipócitos multiloculares e os adipócitos uniloculares.
Os adipócitos multiloculares vão constituir a gordura castanha, enquanto os adipócitos uniloculares vão formar a gordura branca (embora a tonalidade mais branca ou mais amarela esteja dependente da quantidade de carotenos que esses adipócitos acumulam).
	
Quais as diferenças entre a gordura branca e a gordura castanha?
Em termos citológicos, nos adipócitos uniloculares os lipídeos formam uma grande gotícula, que ocupa uma porção significativa do citoplasma, empurrando o restante citoplasma e o núcleo para a periferia da célula; ao invés, nos adipócitos multiloculares, as gotículas lipídicas (desprovidas de membrana em ambos os casos) estão dispersas no citoplasma.
Em microscopia de luz, como se utiliza o xilol para proceder à desidratação das células e os lipídeos são solúveis em xilol, as gotículas constituem espaços vazios. Portanto, quando se observam adipócitos uniloculares, para se corarem esses espaços, é preciso usar métodos especiais, como o Negro de Sudão, que cora o tecido adiposo branco. Os núcleos das células são dificilmente visualizáveis, já que se encontram encostados à periferia. No tecido adiposo castanho, é possível observar o citoplasma corado e os núcleos são arredondados, podendo dispor-se no centro da célula ou então ocupar uma posição mais excêntrica, sem contudo se encontrarem à periferia pressionados contra a membrana plasmática, como no caso dos adipócitos uniloculares. O citoplasma apresenta umas estruturas com aspecto de vesículas, que são as gotículas lipídicas.
O tecido adiposo branco é bastante irrigado, tal como o tecido adiposo castanho. A sua principal função é a acumulação de lipídeos que vão constituir reservas energéticas. Localiza-se sobretudo no tecido celular subcutâneo. A distribuição ao nascimento da fanícula adiposa subcutânea é mais ou menos homogénea; porém, devido às influências hormonais decorrentes do crescimento e envelhecimento, o tecido adiposo vai localizar-se preferencialmente em determinadas regiões, diferentes no homem e na mulher.
Em microscopia electrónica, no tecido adiposo branco, observam-se células com uma grande gotícula lipídica e algumas gotículas lipídicas mais pequenas a coalescerem com essa gotícula maior. 
Além da função de acumulação lipídica, o tecido adiposo branco produz hormonas, principalmente leptina e resistina.A leptina inibe o apetite, actuando sobre o hipotálamo; regula o metabolismo dos glicídeos e dos lipídeos; e estimula o sistema imunitário e o crescimento de capilares sanguíneos no tecido adiposo. A resistina provoca resistência à actuação da insulina.
O tecido adiposo castanho é muito irrigado, o que se relaciona com a sua função. Além de conter muitas gotículas lipídicas dispersas no citoplasma, possui numerosas mitocôndrias. Estas são ricas na proteína termogenina, que vai fazer com que a degradação dos lipídeos provoque a produção de calor e não a formação de ATP. Esse calor vai-se depois dissipar para os capilares sanguíneos, que são abundantes no tecido adiposo castanho. Por isso, este tipo de tecido adiposo está presente em grande quantidade nos animais que hibernam, ou seja, uma das funções do tecido adiposo castanho é proceder ao aquecimento do sangue durante a fase de despertar do período de hibernação.
No homem, o tecido adiposo castanho praticamente não existe no adulto. Contudo, no recém-nascido, que tem menor capacidade de protecção contra os choques térmicos do que os adultos, por ainda não estarem totalmente desenvolvidos todos os mecanismos de regulação térmica presentes nos adultos, existe tecido adiposo castanho que participa nessa regulação térmica e se encontra preferencialmente no pescoço e na cavidade abdominal. 
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