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LEI DA REFLEXÃO E LEI DA REFRAÇÃO Autor(es): Ítalo Anderson Rodrigues Martins Curso: Física Baixarelado Data: 27/11/15 Visando propor alguns experimentos nos quais é possível averiguar a lei da reflexão, Lei de Snell, esse relatório apresenta dois modelos experimentais que, pelos dados coletados, mostram ser eficazes para a demonstração destas leis. Também é apresentada uma discussão qualitativa sobre os fenômenos observados. Introdução A luz, quando refletida por uma superfície ou quando muda sua inclinação após mudar o meio no qual se propaga, apresenta uma série de propriedade que são estudadas desde a antiguidade. O fenômeno da reflexão foi bem discutido na Grécia Antiga, onde recebeu um primeiro formalismo matemático que descreve o comportamento da luz com relação aos ângulos que o feixe incidente e o feixe refletido fazem com a normal do plano refletor, de forma que o ângulo de incidência é igual ao angulo de reflexão. A descrição quantitativa do fenômeno da refração levou mais tempo para ser desenvolvida, pois a inclinação sofrida pelo feixe de luz está relacionada com a diferença da velocidade da luz nos diferentes meios por onde se propaga. Perceber isso necessitou de melhores condições experimentais e maior conhecimento teórico sobre a natureza da luz. Os primeiros a descrever matematicamente, com êxito, esse fenômeno foram Snell e Descartes, que relacionaram o ângulo de incidência com o ângulo de refração, ambos em relação á normal do plano de refração, de forma que o produto do seno do ângulo de incidência pelo incide de refração no meio onde se propaga, é igual ao produto do ângulo de refração com o índice de refração nesse outro meio por onde passa se propagar. Sendo o índice de refração, a relação entre a velocidade da luz no vácuo com a velocidade da luz no meio. Modelo Teórico A figura 1 mostra um feixe de luz sendo refletido e refratado após entrar em contato com a uma superfície refletora e com índice de refração diferente. Ela será o referencial para uma discussão mais qualitativa do problema. A lei da reflexão pode ser escrita da seguinte forma: 𝜃1 = 𝜃1 ′ (1) A equação que descreve a lei de Snell-Dscartes, pode ser enunciada da seguinte forma: 𝑛1 sin 𝜃1 = 𝑛2 sin 𝜃2 (2) Sendo n o índice de refração do meio e representa a relação entre a velocidade da luz no vácuo com a velocidade da luz no meio. Essa equação pode ser deduzida da seguinte forma: Sendo a velocidade da luz diferente para os dois meios, 1 e 2, e sabendo que a distancia percorrida pela luz em um determinado tempo 𝑡, no meio 1, é a mesma no meio 2, para a componente paralela ao plano de refração, temos: 𝑣1𝑡 = 𝑣2𝑡 (3) Esse mesmo espaço pode ser calculado usando a função trigonométrica, 𝑣1 sin 𝜃1 = 𝑣2 sin 𝜃2 (4) Sabendo que o índice de refração do meio é descrito como: 𝑛 = 𝑣 𝑐 (5) Dividindo os dois lados da equação (4) pela velocidade da luz, c, obtemos a lei de Snell-Descartes, equação (2). O experimento feito para discutir este fenômeno pode ser muito similar ao experimento da reflexão, bastando substituir o espelho por um meio refrator. Neste trabalho o meio refrator usado é um bloco de acrílico semicircular de raio 30mm. Figura 1 – A luz ao incidir um uma superfície refletora e refratora, forma ângulos em relação à normal, que podem ser calculados usando a Lei da Reflexão e a Lei de Snell. Experimento Para demonstrar a lei da reflexão, usou-se um espelho em bloco, de 50mm x 20mm, sobre um disco óptico. A luz foi emitida por uma caixa de luz com uma lâmpada alogênia, equipado com um orifício de fenda única, alimentado por uma fonte de 0,..., 12V DC / 6V, 12V AC. O espelho foi colocado sobre o disco óptico, alinhado com o a reta que liga os pontos de 90° do disco. O feixe de luz foi inicialmente posicionado de forma a ficar perpendicular com o espelho. Por estar perpendicular ao espelho, a principio não se observa nenhuma diferença de percurso entre o feixe incidente e o feixe refletido. A cada variação angular do disco óptico, observa-se um valor diferente pra o ângulo de incidência e ângulo de reflexão. As medidas são coletadas a cada variação de 5°, sendo necessária a condição de adotar um sentido para a rotação do disco, que será utilizada durante todo o experimento. As medidas se encerram, quando o feixe incidente estiver em paralelo com o espelho ou quando por alguma limitação do espelho não for mais possível fazer a luz incidir sobre o espelho. O experimento montado é mostrado na figura 2. A montagem do experimento para demonstrar a lei de Snell-Descartes é análoga. Substituindo somente o espelho Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro de Ciências Exatas e das Tecnologias – CCET Relatórios de Física Geral e Experimental IV – Semestre Letivo 2015.1 por um bloco de acrílico semicircular de raio 30mm, por onde passar o feixe de luz proveniente da caixa de luz. O experimento inicia-se com a parte reta do bloco alinhada de forma perpendicular com o deixe de luz. Onde será observado que a luz refratada não terá diferença angular do eixo incidente. As medidas são coletadas o cada variação de 5°, feitos entre o feixe de luz incidente com a superfície reta do bloco de acrílico. As medidas se encerram quando a superfície do bloco estiver em paralelo com o feixe de luz ou quando por alguma limitação dos equipamentos não for mais possível fazer medidas. O experimento montado é mostrado na figura 3. Figura 2 – Experimento para a demonstração da Lei da Reflexão. Figura 3 – Experimento para a demonstração da Lei da Refração, Lei de Snell-Descartes. Resultados Os dados coletados para o experimento da lei da reflexão, é apresentado na tabela 1, onde θ1 é o ângulo de incidencia e θ1 ′ é o ângulo de reflexão, como mostrado na figura 1. Lei da Reflexão Medida 𝜽𝟏 𝜽𝟏 ′ ±2 1 0 0 2 5 5 3 10 10 4 15 15 5 20 20 6 25 25 7 30 30 8 35 35 9 40 40 10 45 45 11 50 50 12 55 55 13 60 60 14 65 65 15 70 70 16 75 75 17 80 80 18 85 -- Tabela 1 – Dados coletados no experimento da Lei da Reflexão. Para demonstrar a lei da reflexão, é necessário que o resultado obtido obedeça a equação (1), que relaciona o ângulo de incidência com o ângulo de reflexão de forma a garantir que sejam iguais em relação à normal. É fácil notar que essa lei é muito bem observada neste experimento, sendo que não se nota nenhuma medida que contradiga a equação (1). É importante notar que a margem de erro ±2, se deve ao espalhamento do feixe luminoso, sendo que este se torna mais largo quanto mais distante esteja da fonte de luz. Sendo sempre a mesma percorrida pela luz sobre o disco óptico, a variação da espessura do feixe de luz, será sempre a mesma. Fazendo sempre uma variação de 5°, só é possível realizar 17 medidas, sendo que a partir dessa medida, o feixe de luz não pode mais alcançar o espelho devido o suporte que segura a superfície refletora e impede que feixes de luz muito rasantes atinjam a superfície refletora. Gráfico 1 – Distribuição dos dados da tabela 1. O gráfico 1, mostra o comportamento linear dos dados dispostos na tabela 1, como eraprevisto pela equação (1). O valor 𝑅2 = 1, garante 100% de coerencia dos dados com a reta pontilhada, que representa uma uma equação perfeitamente linear. A tabela 2 mostra os dados coletados no experimento montado para demonstrar a lei da refração. Medida 𝜽𝟏 𝜽𝟐 𝐬𝐢𝐧 𝜽𝟏 𝐬𝐢𝐧 𝜽𝟐 1 0 0,0 0 0 2 5 3,5 ±0,5 0,09 0,06 y = x R² = 1 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 -20 0 20 40 60 80 100 A n gu lo d e In ci d en ci a Angulo de Reflexão Lei da Reflexão Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro de Ciências Exatas e das Tecnologias – CCET Relatórios de Física Geral e Experimental IV – Semestre Letivo 2015.1 3 10 6,5 ±0,5 0,17 0,11 4 15 10,3±0,5 0,26 0,18 5 20 13,5 ±0,5 0,34 0,23 6 25 16,5 ±0,5 0,42 0,28 7 30 19,7 ±0,5 0,5 0,34 8 35 22,9 ±0,1 0,57 0,39 9 40 25,6 ±0,4 0,64 0,43 10 45 28,2 ±0,3 0,71 0,46 11 50 31,0 ±0,0 0,77 0,52 12 55 33,2 ±0,0 0,82 0,55 13 60 35,0 ±0,0 0,87 0,57 14 65 37,0 ±0,0 0,91 0,6 15 70 39,0 ±0,0 0,94 0,63 16 75 40,0 ±0,0 0,97 0,64 17 80 41,0 ±0,0 0,98 0,66 Tabela 2 – Dados coletados no experimento da Lei da Refração. A variação no valor do ângulo de reflexão é pelo fato de que a luz que passa pelo bloco de acrílico, tem um ponto focal, que varia conforme o ângulo de incidência da luz. Isso faz com que a luz ora esteja focalizada sobre o disco óptico, ora esta espalhada. Com base na lei de Snell-Descartes, mostrada na equação (2), podemos tirar conclusões a respeito da velocidade da luz nos diferentes meios, usando a equação (5) e também sabendo que o índice de refração da luz no ar, 𝑛1 = 1, é possivel calcular o indice de refração para o meio 2 e consequentemente, a velocidade da luz no meio 2. sin 𝜃1 = 𝑛2 𝑛1 sin 𝜃2 Gráfico 2 – Distribuição dos dados correspondentes a sin 𝜃1 e sin 𝜃2 da tabela 2. Como previsto pela teoria, a relação entre o ângulo de incidência e o ângulo de refração, é uma função linear, que tem como coeficiente angular a o índice de refração do meio 2, 𝑛2 = 1,51, que é caracteristico para o acrílico. Este gráfico mostra também como os dados coletados são confiáveis, apresentando um 𝑅2 = 0,9991, mostrando que os daso realmente se comportam como uma função linear. Usando este valor para o índice de refração da luz para este meio, é possível calcular a velocidade da luz neste meio usando a equação (5), que nos permite descrever esta velocidade como: 𝑣2 = 𝑐 𝑛2 (7) Sendo c a velocidade da luz no vácuo e tendo o valo de 299.792.458 m/s. 𝑣2 = 198.538.052 𝑚/𝑠 Conclusão O experimento realizado apresentou resultados satisfatórios, sendo que os resultados encontrados e discutidos satisfazem os conceitos já conhecidos da óptica geométrica tanto para a reflexão quanto para a refração da luz. Além de resultados satisfatórios, que comprovam importantes resultados físicos que são aceitos a século, é importante apresentar as dificuldades apresentadas neste experimento. O espalhamento do feixe luminoso é outro grande problema. No experimento da Lei da Reflexão, o feixe torna- se cada vez mais largo conforme se propaga, de modo que apresentar um serio problema na medida do raio refletido. Para o experimento da Lei de Snell, pelo fato da lente ser esférica, o raio refratado possui um foco, que faz o feixe luminoso variar de intensidade e largura nos pontos onde se tira a medida, tornando os valores obtidos muito diferentes entre si, com relação ao erro. O alinhamento dos aparelhos é de fundamental importancia. Pequenos desalinhamentos podem comprometer todas as medias e invalidando o experimento. Referências NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica–vol. 4, Editora Edgard Blucher, 1° edição. São Paulo, 1998. RESNICK, H. Fundamentos de Física – Vol. 4, LTC-Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 8° edição. Rio de Janeiro, 2009. y = 1,5107x - 0,0043 R² = 0,9991 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 si n 𝜃 ₁ sinθ₂ Relação angulo de incidencia x refração
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