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Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro de Ciências Exatas e das Tecnologias – CCET Relatórios de Física Geral e Experimental IV – Semestre Letivo 2015.1 FORMAÇÃO DE IMAGEM Autor(es): Ítalo Anderson R. Martins Curso: Física Data: 07/12/2015 Usando uma lente delgada uma fonte de luz e um anteparo, este trabalho apresenta um estudo sobre a formação de imagem e suas propriedades, com base na óptica geométrica. Um modelo experimental e a analise dos dados colhidos neste experimento são mostrados e analisados neste texto. Introdução Lentes já são usadas a muito tempo com o objetivo de formar imagens em anteparos e estudos sobre o comportamento da luz quando transmitida por estes meios já foi motivo de grandes discussões ao longo do tempo. Uma lente pode ser definida como um corpo transparente limitado por duas superfícies refratoras com um eixo centram em comum. Quando a lente esta imersa no ar, a luz é refratada ao penetrar na lente, atravessa a lente, e refrata uma segunda vez e volta a se propagar no ar. As duas refrações podem mudar a direção dos raios luminosos Uma lente que faz com raios luminosos inicialmente paralelos ao eixo central se aproxime do eixo, é chamada de lente convergente; uma lente que faz com que os raios se afastem do eixo central, é chamada de lente divergente. Quando um objeto é colocado diante de uma lente convergente ou divergente, as difrações dos raios luminosos pela lente podem produzir uma imagem do objeto. A imagem produzida por uma lente pode ser de duas formas: Imagem real ou imagem virtual. Estas podem ser definidas conhecendo-se o ponto focal da lente. Para objetos depois do ponto foca (distancia entre o objeto e o vertice da lente >f), a imagem formada é real e invertida. Imagens formadas por objetos situados entre o ponto focal e a lente são do tipo virtual e direita, e para objetos situados sobre o foco, a imagem é dita imprópria. A distância focal, a distância do objeto para a lente e a distância da imagem para a lente se relacionam e podem ser descrita pela formula: 1 𝑓 = 1 𝑝 + 1 𝑞 (1) Sendo f a distancia focal, p a distancia objeto-lente e q a distancia lente-imagem. Existe também uma importante relação chamada de “ampliação”, que é designada pela letra m. Este valor também se relaciona com os valores de p e de q, da seguinte forma: 𝑚 = 𝑦′ 𝑦 = − 𝑝 𝑞 (2) Modelo Teórico O experimento que será apresentado neste trabalho, trata da imagem formada por uma lente delgada. As imagens 1 e 2 darão a base para o entendimento dos fenômenos envolvidos no processo de formação de imagem. O Principio de Fermat diz: de todos os caminhos possíveis para ir de um ponto a outro, a luz segue aquele que é percorrido no tempo mínimo. Este principio será usado para uma melhor interpretação e solução deste problema físico. Figura 1 – Lente delgada. A imagem a cima esta em proporções exageradas, sendo deque a distancia 𝑃𝑄̅̅ ̅̅ é muito grande em relação à espeçora da lente. Pelo principio de Fermat, o caminho óptico 𝑃𝐴𝑄̅̅ ̅̅ ̅ é igual ao caminho optioc 𝑃𝑂𝑄̅̅ ̅̅ ̅̅ . Ou seja: 𝑃𝑂𝑄̅̅ ̅̅ ̅̅ − 𝑃𝐴𝑄̅̅ ̅̅ ̅ = 0 𝑛1(𝑑1 + 𝑑2) − (𝑛1 − 𝑛2)(𝑡1 + 𝑡2) = 0 Para os triângulos AOP e AOQ, pode-se observar que: 𝑑1 =̃ ℎ2 2𝑝 𝑑2 =̃ ℎ2 2𝑞 Para os triângolos AOC1 e 𝐴𝑂𝐶2: 𝑡1 =̃ ℎ2 2𝑅1 e 𝑡2 =̃ ℎ2 2𝑅2 Com isso pode-se chegar à formula: 1 𝑝 + 1 𝑞 = (𝑛12 − 1) ( 1 𝑅1 − 1 𝑅2 ) = 1 𝑓 = 1 𝑓′ (3) Que é a equação básica das lentes delgadas, na forma Gaussiana. Figura 2 – Aumento lateral Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro de Ciências Exatas e das Tecnologias – CCET Relatórios de Física Geral e Experimental IV – Semestre Letivo 2015.1 A figura 2 fornece o diagrama dos feixes de luz ao atravessarem uma lente delgada. O estudo deste diagrama permite analisar quanto a imagem é ampliada em relação ao objeto. Analisando os triângulos da figura 2, é fácil perceber a relação, 𝑚 = 𝑦′ 𝑦 = − 𝑞 𝑝 (4) que relaciona a altura da imagem com as distancias entre imagem e lente, objeto e lente e altura do objeto. Experimento Para demonstrar as relações já apresentadas, neste trabalho é apresentado um modelo experimental montado sobre um trilho óptico, onde é colocada uma fonte luminosa junto a um objeto que será projetado em um anteparo de 150mmx150mm. Entre o objeto e o anteparo foi colocado uma lente biconvexa de foco f=100mm. Todos estes equipamentos são da marca Phywe. O trilho óptico usado neste experimento tem 58cm e um suporte fixo para a caixa de luz. A caixa de luz foi equipada com três placas translúcidas colocada em suas laterais e no fundo da caixa com o intuito de diminuir a luminosidade do ambiente. A luz usada é do tipo halogênea 12V/20W e foi conectada a um transformador 0...12VAC. Uma lente biconvexa de foco f=+100mm foi colocado no meio do trilho óptico e a depender da posição do anteparo, a lente é ajustada de modo a estar em uma posição que permita formar sobre o anteparo uma imagem focada. O anteparo que é colocado inicialmente na posição 0,00mm, seguro por uma base de apoio variável, para que a primeira medida aproveite todo o trilho óptico. Depois das medidas feitas para esta posição, o anteparo é aproximado 5,00cm em relação á caixa de luz. Este procedimento se repete até que não seja mais possível focalizar a imagem no anteparo. O objeto usado para ser projetado é uma letra objeto L de miçangas de vidro. Este objeto fica a 3,6cm da luz, o que implica em dizer que o anteparo esta na posição 54,4cm. A figura 3 mostra o equipamento montado. Figura 3 – Montagem do experimento. Resultados Pela equação (3), é fácil perceber que é possível encontrar dois pontos onde a imagem pode ser formada, variando apenas a posição da lente. Desta forma, a tabela 01 mostra as medidas coletadas fazendo este tipo de variação. O experimento baseou-se em quatro configurações, sendo todas elas com a posição da fonte e do anteparo fixas e variando a posição da lente. . Na primeira configuração o objeto e o anteparo estão nos extremos do trilho óptico, na segunda configuração o anteparo é aproximado 50mm em relação ao objeto. O mesmo acontece para as configurações 3 e 4. Configuração 01 Configuração 02 p (mm) ±0,5 q (mm) ±0,5 p (mm) ±0,5 q (mm) ±0,5 135,0 409,0 134,0 360,0 408,0 136,0 347,0 147,0 Configuração 03 Configuração 04 161,0 283,0 203,0 191,0 281,0 163,0 x x Tabela 1 – Dados experimentais. Assim com nas imagens 1 e 2, as letras p e q denotam a posição do objeto e da imagem respectivamente. Para a configuração 04, não foi possível encontrar duas posições onde a imagem ficaria focalizada, devido a aproximação entre todos os equipamentos presentes no trilho óptico. A imagem formada para a única medida apresentada nesta configuração não estava bem focalizada aos olhos do experimentador. Do material usado, já se sabe que a lente usada tem foco f=+100mm, então para avaliar a qualidade das medidas, será calculado o valor do foco da lente usando os dados da tabela 1. Valor experimental para f (mm) Configuração 01 Configuração 02 101,5±0,3 97,7 ±0,3 102,0 ±0,3 103,3 ±0,3 Configuração 03 Configuração 03 102,6 ±0,2 98,4 ±0,2 103,2 ±0,2 x Tabela 2 – Valores experimentais para o foco da lente. Houve uma considerável discrepância entre o valor real do foco (f=100mm), e o valor medido. Parte dessa diferença pode ser justificada pela dificuldade de focalizar a imagem, sendo que a lâmpada usada também pode ser projetada, tornando confuso o ponto de focalização da imagem da letra “L”, pois os dois pontos de focalização, para a lâmpada e para a letra, são muito próximos. O erro apresentado na tabela acima foi calculado usando da formula: 𝜇 𝑓 = √( 𝜕𝑓 𝜕𝑞 ) 2 𝜇 𝑞 + ( 𝜕𝑓 𝜕𝑝 ) 2 𝜇 𝑝 (5) Onde 𝜇 𝑓 é a propagação do erro, 𝜇 𝑞 representa o erro da medida da posição da imagem e 𝜇 𝑝 representa o erro da medida da posição do objeto. Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro de Ciências Exatas e das Tecnologias – CCET Relatórios de Física Geral e Experimental IV – Semestre Letivo 2015.1 Uma medida mais precisa poderia ser obtida se ao invés de usar a letra objeto L, usar a própria imagem da lâmpada como objeto para ser projetado. Além de ela ter trações mais fáceis de identificar quando está focada, também não há o risco de confundir sua imagem com nenhuma outra. Outra forma de avaliar os dados coletados neste experimento é analisando a altura da imagem formada e relaciona-la com a altura do objeto, assim com é proposto pela equação 4. Já sabendo que a altura do objeto é 30mm ±0,5mm, pode-se usar os dados da tabela 3 referente a altura da imagem e calcular a altura do objeto. Altura do objeto e altura da imagem Configuração 01 Configuração 02 Imagem ±0,5mm Objeto Imagem ±0,5mm Objeto 94,0 31,0 ±1,9 72,0 26,8 ±1,5 11,3 33,9 ±0,2 13,0 30,7 ±0,2 Configuração 03 Configuração 04 52,0 29,6 ±0,9 29,0 30,8 ±0,5 19,0 32,8 ±0,3 Tabela 3 –Altura experimentais da imagem e objeto. Sabendo que o valor esperado para a altura do objeto é 30mm, observa-se uma discrepância considerável para cada medida e uma grande variância entre os erros experimentais. A formula usada para calcular o erro destas medidas, é análoga à equação 5. Conclusão Fazendo boa aproximação, é possível sim usar o modelo experimental proposto neste trabalho, para caracterizar imagens formadas por lentes delgadas com base na óptica geométrica. É notória a dificuldade experimental relacionada à precisão das medidas, sendo que para cada imagem formada, o experimento não da ao experimentador uma fácil leitura e focalização. Referências NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica–vol. 4, Editora Edgard Blucher, 1° edição. São Paulo, 1998. RESNICK, H. Fundamentos de Física – Vol. 4, LTC-Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 8° edição. Rio de Janeiro, 2009.
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