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Olhar do observador_Construtivismo

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Curso Dançando com a Sistêmica 
 
 
Por Leila Tibiriçá Ago/2015 
 
 
Olhar do observador: 
o construtivismo e a terapia familiar no séc. XXI 
 
 
A modernidade 
 A verdade por meio da observação 
 Princípios: simplicidade, estabilidade e objetividade 
 Leis a serem descobertas para controlar 
 Lógica mecanicista e reducionista da realidade 
 
A TFS na modernidade 
 Famílias como sistemas cibernéticos a serem decodificados e reprogramados 
 O terapeuta como perito 
 Esquemas estruturais e estratégicos para descobertas dos defeitos a serem consertados 
 
Da ideia de que o observador fotografa a realidade como ela é.... Para a compreensão de que 
nada é percebido diretamente. Tudo é filtrado pela mente do observador! 
 
A pós-modernidade 
Tudo em constante transformação! 
 Globalização: o maior contato entre culturas diferentes proporcionou um reexame das 
crenças.... Além do crescimento do ceticismo – déc. 80 
 A relatividade: outras realidades possíveis? 
 Princípios da complexidade, instabilidade e intersubjetividade. 
 Perspectiva não objetiva, com teorias como lentes temporais. (GRANDESSO, 2009 apud 
OSORIO; DO VALLE, 2009) 
 O movimento feminista desafiaram suposições de gênero que foram consideradas como 
leis da natureza 
 
O Construtivismo 
 Expressão moderna de uma tradição filosófica do séc. XVIII 
 Immanuel kant: o conhecimento como produto da organização da mente. Mente não 
como mero receptáculo das impressões da natureza. 
 O conhecimento é construído ativamente pela experiência individual. 
 A mente como filtro ativo da realidade: processamos, categorizamos e interpretamos – 
constructos que orientam nossas ações. 
 Observador é inserido na realidade! 
 O mundo jamais será conhecido como ele é. Tudo o que conheceremos é a nossa 
experiência subjetiva desse mundo. 
 Não há o certo e sim o que foi possível, a chave que funcionou! (GRANDESSO, 2011) 
Curso Dançando com a Sistêmica 
 
 
Por Leila Tibiriçá Ago/2015 
 
 A interpretação da experiência como uma mediadora do comportamento. 
 Os indivíduos criam a sua própria realidade. 
 A linguagem cria, mais do que reflete a realidade! 
 
“O pensamento não apenas se expressa em palavras: ele adquire existência através delas”. 
(Vygostky) 
 
“O construtivismo foi a alavanca que conseguiu afastar a terapia familiar de sua crença na 
objetividade – a suposição de que aquilo que vemos nas famílias é o que existe nelas. A 
experiência humana é fundamentalmente ambígua. Fragmentos de experiência só são 
compreendidos por um processo que os organiza, seleciona o que é proeminente e atribui 
significado e importância. ” (NICHOLS; SCHWARTZ, 2007: 286) 
 
O construtivismo e a psicologia pós-moderna 
 Base epistemológica para o desenvolvimento da Cibernética de 2ª Ordem ou sistemas 
observantes. 
 Oposição ao conhecimento universal e essencialista de self, sustentado na realidade 
intrapsíquica. 
 Concepção mais pluralista e relacional! 
 Exploração e reavaliação das perspectivas que os problemas têm em relação a eles. 
 Os significados como principal alvo! 
 Foco na exploração das suposições que as pessoas têm sobre seus problemas. 
 Delimitação das metas e revisão metodológica para alcançá-las. 
 O poder da interação, de forma mais igualitária, na Terapia Familiar. 
 Cuidar mais do que curar! Desafio ao modelo médico. 
 Objetivo da terapia: descobrir novas perspectivas em sua vida por meio do processo 
libertador do dialogo. Não mais interrupção de padrões problemáticos! 
 
Colaboradores 
 Harlene Anderson e Harry Goolishian (trabalhos de 1980-1990): democratização da 
relação terapeuta-cliente. 
 O psiquiatra norueguês Tom Andersen, criador da equipe reflexiva, em 1991. 
 Lyn Hoffman e outros formaram um grupo de terapeutas narrativos: defendiam que o 
principal objetivo da terapia pós-moderna é o cuidar. 
 O psicólogo social Knneth Gergen (1985) reforçou o poder das interações sociais na 
criação dos significados das pessoas. 
 Os terapeutas colaborativos se baseiam em Gergen ao explicar o self como um fenômeno 
socialmente construído. 
 
Postura do Terapeuta 
“...O terapeuta só é responsável por criar um espaço em que possa ocorrer a conversa dialógica” 
(ANDERSON; GOOLISHIAN, 1988 apud NICHOLS; SCHWARTZ, 2007:107). 
Curso Dançando com a Sistêmica 
 
 
Por Leila Tibiriçá Ago/2015 
 
 
 Legítima posição do não saber (não ter a verdade que os clientes tanto pedem) 
 Procurar desenvolver genuína curiosidade pelos processos familiares. 
 Visão mais cooperativa e horizontal do papel do terapeuta: com os clientes e não para 
eles! 
 Olhar para além do comportamento... para a maneira de perceber, interpretar e construir 
a nossa experiência. 
 
“Todo e qualquer conhecimento resultam de nossa reflexão e abstração, a partir do que 
percebemos e concebemos. O conhecimento como possibilidade de construção de uma 
correspondência com uma realidade existente independente, uma verdade ontológica, é uma 
ilusão. As imagens que construímos a partir de nossas experiências, se viáveis, servem de guias 
para nossas ações e pensamentos posteriores.” (GRANDESSO, 2011: 84) 
 
Perspectiva hermenêutica: o que o terapeuta sabe não é apenas descoberto por um processo de 
associação livre e análise, pois é organizado, construído e montado pelo terapeuta sozinho, ou 
na colaboração com a família. 
Entrelaçamento entre teoria e prática, como um processo reflexivo. 
 
“...um terapeuta pode tornar-se míope, vendo o que a teoria propõe ou usando os mesmos 
recursos de sua prática para todas as famílias, portanto obscurecendo a singularidade das 
famílias e pessoas, a idiossincrasia de suas palavras e organizações.” (ANDERSON, 2007 apud 
GRANDESSO, 2009) 
 
Exemplos de intervenções 
 Técnica estratégica de reenquadramento 
 Reclassificar comportamentos para modificar a reação da família a eles. 
 O rótulo ou classificação que família aplica a seus problemas leva a estratégias 
(in)eficazes 
 As metáforas sistêmicas 
 
Equipe reflexiva 
 Uso consensual do modelo colaborativo 
 "Esse processo cria um ambiente aberto em que a família se sente parte da equipe, e os 
terapeutas sentem mais empatia pela família". (NICHOLS; SCHWARTZ, 2007: 287) 
 Observadores saem detrás do espelho para discutir as suas impressões com o terapeuta 
e a família. 
 Objetivo: Proporcionar os familiares refletirem sobre algum assunto, considerado 
significativo pela equipe, que não ficou claro, ou não foi muito explorado, ou apenas 
silenciado... 
 A função da equipe reflexiva é principalmente tocar os clientes naqueles significados que 
são essenciais a uma melhor compreensão dos sentimentos, pensamentos, vivências... 
Curso Dançando com a Sistêmica 
 
 
Por Leila Tibiriçá Ago/2015 
 
Referências 
 
GRANDESSO, Marilene. Sobre a reconstrução do significado: uma análise epistemológica e 
hermenêutica da prática clínica. 3ª ed. SP: Casa do Psicólogo, 2011. 
 
 NICHOLS, Michael P.; SCHWARTZ, Richard C. Terapia Familiar: conceitos e métodos. Porto 
Alegre: Artmed, 1998. 
 
 OSORIO, Luiz C.; DO VALLE, Elizabeth P. (Org.) Manual de Terapia Familiar. Porto Alegre: 
Artmed, 2009.

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