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Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro de Ciências Exatas e das Tecnologias – CCET Relatórios de Física Geral e Experimental IV – Semestre Letivo 2015.1 INTERFERÊNCIA POR FENDA DUPLA Autor: Ítalo Anderson R. Martins Curso: Bacharelado em Física Data: 18/12/2015 Um experimento que visa mostrar a figura de interferência de ondas eletromagnéticas causadas por duas fendas de largura equiparável com o comprimento de onda é apresentado neste trabalho. E partindo de teorias já conhecidas sobre o comportamento ondulatório, uma forma de calcular os comprimentos de ondas de feixes de luz monocromática também é apresentado e discutido neste trabalho. Introdução O experimento da fenda dupla apresenta um estudo sobre a interferência de ondas eletromagnéticas e é apresentado nos livros didáticos como o Experimento de Young. Este experimento trata das franjas de interferência observadas em um feixe de lux monocromática e em fase, após passar por duas fendas de larguras equiparáveis a do comprimento de onda da luz incidente. Por volta do sec. XIX, a teoria de que a luz era composta de minúsculas partículas, era muito bem aceita por maioria dos físicos da época e tinha como importante adepto, o físico Isaac Newton. O experimento proposto por Thomas Young, um físico britânico que viveu entre 1773 e 1829, trouxe evidencias experimentais do comportamento ondulatório da luz. O experimento proposto por Young foi realizado e anunciado em 1800 pela Royal Society de Londres. Neste trabalho é apresentado um modelo experimental para reproduzir o resultado obtido por Young, e o método para a quantificação do comprimento de onda da luz incidente. Modelo Teórico A figura 1 mostra, de forma esquemática, como seria a propagação da luz quando pensada como sendo uma onda. Desta forma, os conceitos já estabelecidos sobre o comportamento ondulatório serão usados para descrever o fenômeno da interferencia de ondas eletromagnéticas. Figura 1- Comportamento ondulatório da luz ao passar por fendas. A imagem acima esta fora de escala, para facilitar o entendimento do fenômeno. As linhas escuras são os pontos de mínimo de intensidade de luz, onde o vale das ondas produzidas por uma das fendas coincide com a crista de uma onda produzida na outra fenda. Sendo assim um fenômeno de interferência destrutiva. Os pontos luminosos representão todas as outras possíveis situações, sendo o meio de uma linha luminosa, o ponto onde os máximos coincidem. Figura 2 – A diferença de fase das ondas no ponto P. No esquema apresentado na figura 2, pode-se prever os pontos de máximo e mínimo de acordo com o ângulo formado entre o ponto P e a reta que passa pelo ponto central entre as duas fendas na direção da propagação das frentes de onda. É fácil notar que a diferença de fase pode ser descrito como 𝑑 sin 𝜃. A inteferência sera construtiva quando essa diferença for um mutiplo inteiro do comprimento de onda λ. Para os pontos de mínimo, esta diferença deve se múltiplos inteiros de meio comprimento de onda, ou seja: Para pontos de máximo: 𝜆 = 𝑑 sin 𝜃 Para pontos de mínimo: 𝜆 2 = 𝑑 sin 𝜃 Outro importante principio a ser discutido neste trabalho, é o Principio de Huygens, que descreve cada ponto de uma frente de onda como uma nova fonte de ondas elementares com a mesma frequência. Este principio é importante porque propõe uma forma fácil de conseguir feixes de luz coerentes, ou seja, luz em faze constante. Nas figuras 1 e 2 esse é o motivo da primeira fenda. Tornar luz não incoerente, como é o caso de Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro de Ciências Exatas e das Tecnologias – CCET Relatórios de Física Geral e Experimental IV – Semestre Letivo 2015.1 uma lâmpada qualquer, em luz coerente, que é o caso necessário para se observar os efeitos de interferência. Experimento Para a realização deste experimento é necessário uma fonte luminosa, uma fenda única e uma fenda dupla. Neste experimento é usado uma caixa de luz com uma lâmpada halogênea ligada a uma fonte de potencia, 0...12V DC/6V 12 V AC. Para a primeira fenda é usado uma fenda ajustável que fica presa a um suporte para diafragma fixável, acoplado a uma montagem com escala em cavalete, posicionados logo à frente da caixa de luz. Tanto a caixa de luz quanto os equipamentos que sustentam a fenda ajustável, estão sobre um trilho óptico. Para a dupla fenda é utilizando um blende mit 4 drble slits, onde foi isolado a fenda dupla. Estas fendas foram colocadas sobre um suporte preso a um cavalete para banco óptico que encaixava todo o conjunto ao trilho óptico. O anteparo utilizado foi uma lupa com escala milimetrda preso a um suporte encaixado em um cavalete para banco óptico também colocado sobre o trilho óptico. Para uma melhor nitidez da medida, foram utilizados dois trilhos ópticos, sendo que quanto mais distante estiver a fenda dupla do anteparo, mais espaçados ficam os pontos de máximos e mínimos. Figura 3 – Montagem do experimento. Visão lateral. Figura 4 – Montagem do experimento. Visão frontal. As figuras 3 e 4 mostram como o experimento ficou após a montagem completa do experimento. Para a obtenção de medidas, foram colocadas filtros ópticos acoplados à caixa de luz. Apesar de 5 filtros terem sido testados, apenas 2 puderam apresentar um resultado observacional satisfatório. Isso porque os filtros amarelo e verde não tinham boa qualidade, tornando a medida muito imprecisa. Outro problema é havia no material disponível, dois filtros azuis de tonalidades muito próximas, tornando as medidas praticamente idênticas. Resultados As figuras 5 e 6 mostram os resultados obtidos. Sendo estes trabalhados com a ajuda de uma câmera digital, pois a medida direta neste experimento é demasiadamente difícil e passível de muito erro, sendo que exige muito da capacidade visual do experimentador. Figura 5 – Medidas feitas usando o filtro azul. Figura 6 – Medidas feitas usando o filtro vermelho. A pesar destes experimento se tratar de um padrão de interferência, observa-se pelas imagens acima que o padrão obtido caracteriza uma figura de difração, tendo uma linha luminosa central com maior intensidade luminosa e as demais linhas decrescem em intensidade conforme se distanciam da linha central. No entanto, a analise quantitativa para os pontos de máximos e mínimos permanece a mesma. A tabela abaixo mostra os dados coletados com essas medidas coletadas no experimento. Como a montagem do experimento foi a mesma para todos os filtros usados, a distancia entre o anteparo e a fenda dupla permanece a mesma para todas as medidas. Azul Fendas-Anteparo (±0,5mm) Minimos (±0,05mm) 500,0mm 1,14 Vermelho Fendas-Anteparo Minimos 500,0mm 1,43 Tabela 1 – Dados coletados. Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro de Ciências Exatas e das Tecnologias – CCET Relatórios de Física Geral e Experimental IV – Semestre Letivo 2015.1 Para a quantificação dos comprimentos de onda das cores utilizadas neste experimento, é necessário saber também que a fenda dupla utilizada neste trabalho tem comprimento d=0,1mm, sendo d a distancia entre as duas fendas, como é mostrado na figura 2. O material usado não expõe o erro desta medida. Com estes dados, pode-se calcular o comprimento de onda usando as equações já apresentadas neste trabalho, para os pontos de máximo ou de mínimo. Pelo fatode as linhas escuras serem mais estreitas, fica mais fácil de serem usadas para esta medida. Portanto aplicando os valores da tabela 1 na equação que descreve os pontos de mínimo, são calculados os valores dos comprimentos de onda, apresentados na tabela 2. Azul λ Teorico λ Experimental ~ 440-485 nm 456 nm Vermelho λ Teorico λ Experimental ~ 625-740 nm 572 nm Tabela 2 – comprimentos segundo a bibliografia e comprimentos de onda calculados no experimento apresentado. Junto ao calculo dos valores de λ, também foi feito uma a analise do erro da medida. A primeira unidade calculada, é o valor de θ, que por aproximações para pequenos ângulos é o cateto oposto (distância entre mínimos e ponto central, da figura de interferência), sobre a distância entre a fenda e o anteparo. O erro desta medida pode ser calculado usando a seguinte expressão: ( ∆𝜃 𝜃 ) 2 = ( ∆𝑎 𝑎 ) 2 + ( ∆𝑑 𝑑 ) 2 Onde ∆𝜃, ∆𝑎, ∆𝑑 são os erros das medidas de 𝜃, distancia entre fenda e anteparo e distancia entre fendas, respectivamente. 𝜃, 𝑎 e 𝑑, são os valores obtidos para 𝜃, distancia entre a fenda e o anteparo e distancia entre fendas. Os valores obtidos para o erro destas medidas fora, para o azul ∆𝜃 = 1,233.10−4 e para o vermelho ∆𝜃 = 10−4. Para o calculo do erro da medida do comprimento de onda, foi utilizado a seguinte equação: 𝜇 𝜆 = √( 𝜕𝜆 𝜕𝜃 ) 2 𝜇 𝜃 + ( 𝜕𝜆 𝜕𝑑 ) 2 𝜇 𝑑 Onde 𝜆 = 2𝑑 sin 𝜃, 𝜇 𝜃 e 𝜇 𝑑 , são os erros de 𝜃 e da distancia entre as fendas, respectivamente. Aplicando esta formula aos dados correspondentes a cada uma das medidas, obteve-se 𝜇 𝜆 = 3,1622.10−5, para a cor azul e 𝜇 𝜆 = 1,6.10−9 para a cor vermelha. Conclusão O experimento mostrou de forma muito plausível o aspecto visual da interferência de ondas eletromagnéticas, tornando claro para o experimentado o caráter ondulatório da luz. No entanto, a quantificação do comprimento de onda não foi completamente satisfatória, sendo que segundo a teoria, apenas uma das medidas apresento resultados satisfatórios, o comprimento de onda azul. Mesmo incluindo o erro experimental na medida da comprimento de onda vermelho, não é obtido um valor satisfatório. Para a medida do comprimento de onda azul, o experimento apresentou um resultado altamente satisfatório, condizendo muito bem com a teoria. Certamente a insatisfação da medida para o comprimento de onda de cor vermelha se deve, provavelmente, a erros de acuracia. Referências NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica– vol. 4, Editora Edgard Blucher, 1° edição. São Paulo, 1998. RESNICK, H. Fundamentos de Física – Vol. 4, LTC-Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 8° edição. Rio de Janeiro, 2009.
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