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7-SENSOPERCEPCAO E SUAS ALTERACOES

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DEFINIÇÕES BÁSICAS
SENSAÇÃO: fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados,originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os. Os estímulos sensoriais fornecem a “alimentação sensorial” aos sistemas de informação do organismo. As diferentes formas de sensação são geradas por estímulos específicos, como os visuais, táteis, auditivos, olfativos, gustativos,proprioceptivos e cenestésicos 
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As sensações podem ser externas ou internas:
Externas:correspondem as sensações que refletem as propriedades e aspectos isolados das coisas e fenômenos que se encontram no mundo exterior; incluem-se as sensações visuais, auditivas, gustativas, olfativas e táteis
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Internas: correspondem as sensações internas, que refletem os movimentos de partes isoladas do nosso corpo e o estado dos órgãos internos
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PERCEPÇÃO: tomada de consciência, pelo indivíduo, do estímulo sensorial.
 Pierón (1996) define percepção como a tomada de conhecimento sensorial de objetos ou de fatos exteriores mais ou menos complexos. Toda percepção fornece ao indivíduo um percepto, mais ou menos definido
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A percepção não é uma cópia, uma fotografia dos objetos do mundo exterior, ou o reflexo determinado mecanicamente pelo indivíduo. No processo da percepção da realidade, acrescentamos aos dados fornecidos pelos órgãos dos sentidos, elementos da memória e do raciocínio
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IMAGEM
O elemento básico do processo de sensopercepção é a imagem perceptiva real, ou simplesmente imagem
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NITIDEZ: a imagem é nítida, seus contornos são precisos
CORPOREIDADE: a imagem é viva, corpórea, tem brilho, luz e cores vivas
ESTABILIDADE: imagem estável, não muda de um momento para outro
EXTROJEÇÃO: a imagem provinda do espaço externo, é também percebida nesse espaço externo
ININFLUENCIABILIDADE VOLUNTÁRIA: o indivíduo não consegue alterar voluntariamente a imagem percebida
COMPLETITUDE: imagem tem desenho completo, com detalhes
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REPRESENTAÇÃO
Caracteriza-se por ser apenas uma revivescência de uma imagem sensorial determinada (imagem mnêmica), sem que esteja presente o objeto original que a produziu
REPRESENTAÇÃO é a “re-apresentação” de uma imagem na consciência, sem a presença real, externa, do objeto que num primeiro momento gerou uma imagem sensorial
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POUCA NITIDEZ: os contornos são esfumados
POUCA CORPOREIDADE: a representação não tem a vida de uma imagem real
INSTABILIDADE: aparece e desaparece facilmente do campo da consciência
INTROJEÇÃO: é percebida no espaço interno
INCOMPLETUDE: a representação tem um desenho indeterminado, apresentando-se a nós geralmente incompleta e apenas com alguns detalhes
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SUBTIPOS DE REPRESENTAÇÃO
IMAGEM EIDÉTICA – EIDETISMO
PAREIDOLIAS
Imaginação e Fantasia
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IMAGEM EIDÉTICA
É a evocação de uma imagem guardada na memória, ou seja, de uma representação, de forma muito precisa, com características semelhantes a uma percepção. A imagem eidética é experimentada por alguns indivíduos que, por uma capacidade excepcional, consegue “ver” com muita nitidez e clareza um objeto. A evocação de uma imagem eidética é voluntária e não representa necessariamente sintoma de doença mental 
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PAREIDOLIAS
São imagens visualizadas voluntariamente a partir de estímulos imprecisos do ambiente
A criança ao olhar uma nuvem e poder ver nela um gato ou elefante está experimentando o que se denomina pareidolia
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IMAGINAÇÃO
Trata-se de uma atividade psíquica, geralmente voluntária, que consiste na evocação de imagens percebidas no passado (imagem mnêmica) ou na criação de novas imagens (imagem criada)
A imaginação, ou processo de produção de imagens, ocorre via de regra na ausência de estímulos sensoriais
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FANTASIA
É uma produção imaginativa, um produto minimamente organizado da imaginação
No sentido psicanalítico, a fantasia pode ser consciente ou inconsciente. Ela se origina de desejos, temores ou conflitos, igualmente consciente ou inconsciente
Às vezes dominante em determinados tipos de personalidade, como nas personalidades histéricas 
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A produção de fantasias é muito frequente em crianças e tem uma importante função psicológica, no sentido de ajudar o indivíduo a lidar com frustrações, com o desconhecido e, de modo geral, com seus conflitos
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ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
QUANTITATIVAS: 
 HIPERESTESIAS
 HIPOESTESIA 
 QUALITATIVAS: 
 ILUSÃO
 ALUCINAÇÃO
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HIPERESTESIAS: condição na qual as percepções estão anormalmente aumentadas. Os sons são ouvidos de forma muito amplificada, um ruído parece um estrondo, as imagens visuais, as cores, tornam-se mais vivas e intensas
Ocorrem nas intoxicações por alucinógenos, em algumas formas de epilepsias, na enxaqueca, no hipertiroidismo, na esquizofrenia aguda e em alguns quadros maníacos
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HIPOESTESIA: observada em alguns pacientes depressivos, nos quais o mundo circundante é percebido como mais escuro, as cores tornam-se mais pálidas, sem brilho, os alimentos não têm mais sabor, os odores perdem sua intensidade, ou seja, as imagens perceptivas têm uma intensidade anormal, diminuída
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São as alterações mais importantes da psicopatologia
Compreendem: ilusões
 alucinações
 alucinose
 pseudo-alucinação 
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ILUSÕES
O fenômeno descrito como ilusões caracteriza-se por uma percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente
Há sempre um objeto real externo, gerador do processo de sensopercepção
As percepções são alteradas, deformadas
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PRINCIPAIS TIPOS
Visuais : o paciente vê monstros, bichos, pessoas, geralmente por estímulos próximos (móveis, objetos etc)
Auditivas
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Nos estados de rebaixamento de nível da consciência, quando por turvação da consciência a percepção torna-se imprecisa, tendendo os estímulos a serem percebidos de forma deformada
Nos estados de fadiga grave ou de inatenção marcante podem ocorrer ilusões transitórias e sem importância clínica
Em determinados estados afetivos graves, pela acentuada intensidade, o afeto deforma o processo de sensopercepção
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ALUCINAÇÕES
Define-se alucinações como a vivência de percepção de um objeto, sem que este esteja presente; sem o estímulo real respectivo
Alucinação é a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença do objeto estimulante real
Alguns autores denominam alucinações verdadeiras àquelas que têm todas as características de uma imagem perceptiva real
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Esquirol (1838) “Um homem que tem a convicção íntima de uma sensação atualmente percebida, quando nenhum objeto exterior próprio para excitar esta sensação é levado a seus sentidos, está em estado de alucinação: é um visionário”
“A convicção dos alucinados é completa, e, por isso, raciocinam, julgam e se determinam em consequência de suas alucinações; eles coordenam a esse fenômeno psíquico primário os seus pensamentos, seus desejos, sua vontade e suas ações
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TIPOS
AUDITIVAS
VISUAIS
OLFATIVAS 
GUSTATIVAS
CINESTÉSICAS E CENESTÉSICAS
TÁTIES
FUNCIONAIS
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Auditivas
Mais frequente
Geralmente alucinação audioverbal, na qual o paciente escuta vozes sem qualquer estímulo
Quase sempre o conteúdo é depreciativo e/ou de perseguição
Existem conteúdos de comentário e comando
São frequentes na esquizofrenia, depressões graves e crises maniformes importantes
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Sonorização do próprio pensamento – ouvir o próprio pensamento
Sonorização do próprio pensamento – vivência alucinatório-delirante
Publicação do pensamento
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ALUCINAÇÕES MUSICAIS
É descrita como a audição de tons musicais e melodias sem o correspondente estímulo externo
Manifestação rara e incomum
Associada
a déficits auditivos, doença neurológica e transtornos psiquiátricos
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ALUCINAÇÕES VISUAIS
São visões nítidas que o paciente experimenta, sem a presença de estímulos visuais
Dividem-se em: simples FOTOPSIAS
 complexas CENOGRÁFICAS
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Fotopsias: cores, bolas, pontos brilhantes etc
Cenográficas: figuras complexas e definidas, sem estímulos externos
 (figuras liliputianas)
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ALUCINAÇÕES TÁTEIS
O paciente sente espetadas, choques, insetos ou pequenos animais correndo sobre sua pele
Comum no Delirium Tremens e intoxicações por cocaína
Síndrome de Ekbom
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ALUCINAÇÕES OLFATIVAS E GUSTATIVAS
Relativamente raras
Geralmente ocorrem concomitante
Fazem parte de interpretações delirantes complexas
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ALUCINAÇÕES CENESTÉSICAS E CINESTÉSICAS
Cenestésicas: sensações incomuns e claramente anormais em diferentes partes do corpo como sentir o cérebro encolhendo,o fígado se despedaçando etc
Cinestésica: sensações alteradas de movimentos das partes do corpo; pernas encolhendo, braços aumentando etc
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ALUCINAÇÕES FISIOLÓGICAS
HIPNOPÔMPICAS: ocorrem na fase em que o indivíduo está despertando
HIPNAGÓGICAS: ocorrem na fase em que o indivíduo está adormecendo
São fenômenos normais
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ALUCINAÇÕES FUNCIONAIS
Alucinações desencadeadas por outros fenômenos:
Ex: torneira – lavar as mãos - alucinações
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ALUCINOSE
Fenômeno pelo qual o paciente percebe tal alucinação como estranha à sua pessoa. Na alucinose, embora o doente veja a imagem ou ouça a voz ou ruído, falta a crença de que comumente o alucinado tem em sua alucinação
Alucinose é um fenômeno “periférico ao eu” e não “central ao eu”
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Exemplo mais comum: alucinose alcoólica
 (alucinações auditivas na terceira pessoa)
Ocorre com nível de preservada e, no mais das vezes, o paciente tem boa crítica do que está ocorrendo 
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PSEUDO-ALUCINAÇÃO
Trata-se de um fenômeno que, embora se pareça com a alucinação, dela se afasta por não apresentar aspectos vivos e corpóreos de uma perceptiva real
Vozes pouco nítidas, contornos imprecisos e sem corporeidade
Kandinski: as imagens carecem de “objetividade” e corporeidade e se diferenciam por estarem localizadas dentro da cabeça ou na parte interna do corpo 
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