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6-ORIENTACAO e VIVENCIA DO TEMPO E ESPACO

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A capacidade de situar-se quanto a si mesmo e ao ambiente é o elemento básico da atividade mental.
A avaliação da orientação é um instrumento valioso para a verificação das perturbações do nível de consciência.
Muitas vezes verifica-se que a consciência está turva, levemente rebaixada, ao se investigar a orientação do indivíduo.
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ORIENTAÇÃO AUTOPSÍQUICA
ORIENTAÇÃO ALOPSÍQUICA:
 
 orientação temporal
 orientação espacial
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 Trata-se da orientação do indivíduo em relação a si mesmo. Revela se o paciente sabe quem é, como se chama, que idade tem, qual sua nacionalidade, profissão, estado civil, religião etc.
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 Tipo de orientação que diz respeito à capacidade de orientar-se em relação ao mundo, isto é, quanto ao tempo (orientação temporal) e quanto ao espaço (orientação espacial). Subdivide-se em:
 1. Temporal
 2. Espacial 
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 É um tipo de orientação mais sofisticada que a espacial e a autopsíquica. A orientação temporal indica se o paciente sabe em que momento cronológico estamos vivendo, a hora do dia, se é manhã, tarde ou noite, o dia da semana, o dia do mês, a estação do ano e o ano em que estamos.
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A orientação temporal é adquirida mais tardiamente do que a espacial na evolução psicológica da criança. É uma função que exige um desenvolvimento maior do indivíduo, exige a integração de estímulos ambientais de forma mais elaborada. Por isso, a orientação temporal é mais fácil e rapidamente prejudicada pelos transtornos mentais, particularmente pelos transtornos da consciência.
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 É investigada perguntando-se ao paciente o lugar onde ele se encontra, a instituição em que estamos, o andar do prédio, o bairro, a cidade, o estado e o país. Também pode-se investigar se o paciente consegue identificar a distância entre o hospital e a sua residência.
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Transtornos de orientação são muito frequentes em pacientes com lesões cerebrais. Exemplos:
 doença de Alzheimer
 delirium
 lesões cerebrais bilaterais
 Síndrome de Korsakoff
 patologias que afetam o tronco cerebral 
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Lesões retrorolândicas bilaterais ou unilaterais à direita (orientação topográfica e geográfica)
Lesões em estruturas corticais do hemisfério direito (avaliação de direção e distância)
Lesões no córtex parietoccipital (localização adequada de pontos no espaço)
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Lesões nas estruturas dos circuitos hipocampais límbicos, do córtex frontal associativa e algumas de suas conexões, participam intimamente da percepção e orientação temporal
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 Distinguem-se vários tipos de desorientação, de acordo com a alteração de base que a condiciona. Deve-se lembrar que, geralmente, a desorientação ocorre primeiramente quanto ao tempo, e só após o agravamento do transtorno é que o indivíduo desorienta-se quanto ao espaço e quanto a si mesmo
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DESORIENTAÇÃO POR REDUÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA
DESORIENTAÇÃO POR DÉFICIT DE MEMÓRIA DE FIXAÇÃO
DESORIENTAÇÃO POR APATIA/ABULIA
DESORIENTAÇÃO DELIRANTE
DESORIENTAÇÃO OLIGOFRÊNICA
DESORIENTAÇÃO HISTÉRICA
DESORIENTAÇÃO POR DESAGREGAÇÃO
DESORIENTAÇÃO QUANTO À PRÓPRIA IDADE
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É aquela na qual o indivíduo está desorientado por turvação da consciência
A turvação produz uma alteração da atenção, da concentração e da capacidade de integração de estímulos ambientais, impedindo que o indivíduo apreenda a realidade de forma clara e precisa, perceba e integre a cronologia dos fatos
É a forma mais comum de desorientação
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O indivíduo não consegue fixar em sua memória as informações ambientais básicas
Não conseguindo fixar as informações, perde a noção do fluir do tempo, do deslocamento do espaço, passando a ficar desorientado temporo-espacialmente
A desorientação amnéstica é típica da Síndrome de Korsakoff
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O indivíduo torna-se desorientado devido a uma marcante alteração do humor e volição
Por falta de motivação e interesse, o indivíduo, via de regra gravemente deprimido, não investe sua energia no mundo, não se atém aos estímulos ambientais, e, portanto, torna-se desorientado
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Ocorre em indivíduos que estão imersos em um profundo estado delirante, vivenciando idéias delirantes muito intensas, pelas quais crêem com convicção plena que estão habitando o lugar de seus delírios
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Ocorre em indivíduos com graves déficits intelectuais, por incapacidade ou dificuldade em compreender o ambiente e de reconhecer e interpretar as normas sociais que padronizam a orientação do indivíduo no mundo
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Ocorre em quadros histéricos graves, geralmente acompanhada de alterações da identidade pessoal (fenômeno de possessão histérica ou desdobramento da personalidade), bem como por alterações da consciência secundárias à dissociação histérica
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Ocorre em pacientes psicóticos, geralmente esquizofrênicos em estado crônico e avançado da doença, quando esse indivíduo, por uma desagregação profunda do pensamento, apresenta toda a atividade mental gravemente desorganizada, o qual impede de se orientar no ambiente e quanto a si mesmo 
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É definida como uma discrepância de 5 anos ou mais entre a idade real e aquela que o paciente relata, tem sido descrita em alguns pacientes esquizofrênicos
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 As vivências do tempo e do espaço constituem dimensões fundamentais de todas as experiências humanas. O ser, de modo geral, só é possível nas dimensões reais e objetivas do espaço e do tempo. Portanto, o tempo e o espaço são, ao mesmo tempo, condicionantes fundamentais do universo e estruturantes básicos da experiência humana
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É inquestionável que a vida psíquica, além de ocorrer e se configurar no tempo, tem ela mesma um aspecto especificamente temporal e por isso é legítima a distinção do tempo em:
 tempo subjetivo interior (interior, pessoal)
 tempo objetivo (exterior, cronológico, mensurável)
 
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VIVÊNCIA DO TEMPO E RITMO PSÍQUICO NAS SÍNDROMES DEPRESSIVAS E MANÍACAS
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De modo geral, a passagem do tempo é percebida como lenta e vagarosa nos estados depressivas, e rápida e acelerada nos estados maníacos
O ritmo psíquico é também oposto nestas duas síndromes: há na mania um taquipsiquismo geral, com a aceleração de todas as funções psíquicas, e na depressão, um bradipsiquismo, com lentificação de todas as atividades mentais
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É a deformação acentuada da percepção da duração temporal. Ocorre sobre tudo nas intoxicações por alucinógenos ou psicoestimulantes, nas fases agudas e iniciais das psicoses e em situações emocionais e intensas
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Vivemos no tempo presente, em um agora que se vincula intimamente aos acontecimentos passados e às possibilidades de porvir. A alteração ou falta dessa experiência subjetiva “natural” de fluir temporal, decorrente da perda ou enfraquecimento de ambas as margens do tempo (passado e futuro), produz uma redução quase puntiforme ou atomizante do tempo, fazendo-o parecer uma sucessão de pontos presentes que não se articulam entre si 
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O indivíduo não consegue se inserir naturalmente na continuidade do devir, adere a momentos quase descontínuos. Tal fenômeno ocorre nos estados de exaltação e agitação maníaca, geralmente acompanhados da chamada fuga de idéias e de distraibilidade 
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A anormalidade da sensação do fluir do tempo corresponde à falta da sensação do “avançar subjetivo” do tempo, na qual o sujeito perde o sincronismo entre o passar do tempo objetivo, cronológico, e o fluir de seu tempo interno
Ocorre em síndromes depressivas graves. Certos pacientes depressivos expressam a sua vivência do tempo dizendo que o tempo “encolheu”, que “não passa”, deixou de fluir, ou que está passando muito mais devagar que o normal
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No estado de êxtase há uma perda das fronteiras entre o eu e o mundo externo. Nesse caso (que pode também ser classificado como transtorno da consciência do eu), o sujeito sente-se como que fundido ao mundo exterior
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A vivência do espaço no indivíduo em estado maníaco é a de um espaço extremamente
dilatado e amplo, que invade o espaço das outras pessoas
O maníaco desconhece as fronteiras espaciais e vive como se todo o espaço externo fosse seu. O espaço externo não oferece resistência ao seu eu
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Nos quadros depressivos o espaço externo pode ser vivenciado como muito encolhido, contraído, escuro e pouco penetrável pelo indivíduo e pelos outros 
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O indivíduo em quadro paranóide vivencia o seu espaço interno como invadido por aspectos ameaçadores, perigosos e hostis do mundo. O espaço externo é, em princípio, invasivo, fonte de mil perigos e ameaças
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