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Licenciamento Ambiental - Modulo 1

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Prévia do material em texto

Documento não controlado - AN03FREV001 
1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CURSO LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CURSO LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
3 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
1 INTRODUÇÃO 
2 INSTRUMENTO DE GESTÃO URBANA 
2.1 LEI DO PERÍMETRO URBANO 
2.2 LEI DE PARCELAMENTO DO SOLO URBANO 
2.3 LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 
2.4 ZONAS DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL – ZEIS 
3 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO E IMPACTO AMBIENTAL 
3.1 TIPOS DE LICENÇAS AMBIENTAIS (ABORDAGEM NO ÂMBITO FEDERAL) 
3.2 OUTROS TIPOS DE LICENÇAS AMBIENTAIS 
3.3 LEIS FEDERAIS QUE REGULARIZAM O LICENCIAMENTO DAS 
ATIVIDADES 
 
 
MÓDULO II 
4 ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
5 PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
5.1 DOCUMENTOS TÉCNICOS 
5.2 GASTOS DO EMPREENDEDOR 
5.3 SOBRE OS PRAZOS DE ANÁLISE DAS LICENÇAS 
5.4 MODIFICAÇÃO, SUSPENSÃO E CANCELAMENTO DAS LICENÇAS 
6 RESPONSABILIDADE E PENALIDADES AO EMPREENDEDOR 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
4 
 
MÓDULO I 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de 
qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ou degradadora do 
meio ambiente e possui como uma de suas mais expressivas características a 
participação social na tomada de decisão, por meio da realização de Audiências 
Públicas como parte do processo. 
Essa obrigação é compartilhada pelos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente 
e pelo IBAMA, como partes integrantes do SISNAMA (Sistema Nacional de Meio 
Ambiente). O IBAMA atua, principalmente, no licenciamento de grandes projetos de 
infraestrutura que envolvam impactos em mais de um estado e nas atividades do 
setor de petróleo e gás na plataforma continental. 
Durante o procedimento de licenciamento o 
IBAMA consulta os Órgãos Ambientais do Estado 
(OEMAs) envolvidos no licenciamento e outros órgãos 
competentes em diferentes áreas: Gestão do 
Patrimônio Histórico (IPHAN), das Comunidades 
Indígenas (FUNAI), de Comunidades Quilombolas 
(Fundação Palmares), de controle de endemias 
(FUNASA), entre outros (Bastos & Almeida, 1999). 
As principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental estão 
expressas na Lei 6.938/81 e nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97. Além 
dessas, o Ministério do Meio Ambiente emitiu recentemente o Parecer nº 312, que 
discorre sobre a competência estadual e federal para o licenciamento, tendo como 
fundamento a abrangência do impacto. 
 
 
 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
5 
 
2 INSTRUMENTO DE GESTÃO URBANA 
 
 
 O licenciamento ambiental pode ser considerado um instrumento de gestão 
urbana, uma vez que por meio deste processo serão controladas as implantações de 
todos os empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental, 
conforme determinado pela resolução 001/1986 do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA). Muitas cidades no Brasil ainda hoje demonstram falta total de 
planejamento urbano, o que em grande parte decorre da inexistência de um plano 
de gestão urbana que tem como seu instrumento o Plano Diretor (Figura 1). 
 
 
FIGURA 1 - FALTA DE PLANEJAMENTO URBANO NA BAHIA 
 
FONTE: Disponível em: <www.sedur.ba.gov.br>. Acesso em: 16 mar. 2010. 
 
 
 Segundo o Estatuto das Cidades, estabelecido por meio da Lei 10.257/2001, 
a gestão urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções 
sociais da cidade e da propriedade urbana mediante as seguintes diretrizes gerais: 
 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
6 
I - garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra 
urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte 
e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras 
gerações; 
 
II - gestão democrática por meio da participação da população e de associações 
representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e 
acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; 
 
III - cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da 
sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social; 
 
IV - planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da 
população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de 
influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus 
efeitos negativos sobre o meio ambiente; 
 
V - oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos 
adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais; 
 
VI - ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: 
 
a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; 
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; 
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em 
relação à infraestrutura urbana; 
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como 
polos geradores de tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente; 
e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou 
não utilização; 
f) a deterioração das áreas urbanizadas; 
g) a poluição e a degradação ambiental; 
 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
7 
VII - integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em 
vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de 
influência; 
 
VIII - adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão 
urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e 
econômica do Município e do território sob sua área de influência; 
 
IX - justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de 
urbanização; 
 
X - adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos 
gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os 
investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes 
segmentos sociais; 
 
XI - recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a 
valorização de imóveis urbanos; 
 
XII - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do 
patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico; 
 
XIII - audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos 
processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos 
potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o conforto 
ou a segurança da população; 
 
XIV - regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de 
baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e 
ocupação do solo eedificação, consideradas a situação socioeconômica da 
população e as normas ambientais; 
 
XV - simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
8 
normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta 
dos lotes e unidades habitacionais; 
 
XVI - isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de 
empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o 
interesse social. 
 
Art. 3º Compete à União, entre outras atribuições de interesse da política urbana: 
I - legislar sobre normas gerais de direito urbanístico; 
II - legislar sobre normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios em relação à política urbana, tendo em vista o equilíbrio do 
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional; 
III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios, programas de construção de moradias e a melhoria das condições 
habitacionais e de saneamento básico; 
IV - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, 
saneamento básico e transportes urbanos; 
V - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de 
desenvolvimento econômico e social. 
 
 
2.1 LEI DO PERÍMETRO URBANO 
 
 
 Todo município deve possuir a sua 
própria lei do perímetro urbano. Esta lei 
promove a divisão do município em zonas 
rurais e urbanas, de forma a auxiliar o 
direcionamento das políticas públicas. A 
propriedade urbana cumpre sua função 
quando atende as exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no 
plano diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à 
qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
9 
(Lei 10.257/2001, artigo 39). 
 Segundo os artigos 40, 41 e 42 da Lei 10.257/2001, cabem ainda as 
seguintes considerações: 
O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de 
desenvolvimento e expansão urbana. 
§ 1º O plano diretor é parte integrante do processo de planejamento municipal, 
devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual 
incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas. 
§ 2º O plano diretor deverá englobar o território do Município como um todo. 
§ 3º A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez 
anos. 
§ 4º No processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua 
implementação, os Poderes Legislativo e Executivo municipais garantirão: 
I - a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população e 
de associações representativas dos vários segmentos da comunidade; 
II - a publicidade quanto aos documentos e informações produzidos; 
III - o acesso de qualquer interessado aos documentos e informações produzidos. 
§ 5º (VETADO) 
Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades: 
I - com mais de vinte mil habitantes; 
II - integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas; 
III - onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no 
§ 4º do art. 182 da Constituição Federal; 
IV - integrantes de áreas de especial interesse turístico; 
V - inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com 
significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. 
§ 1º No caso da realização de empreendimentos ou atividades enquadrados no 
inciso V do caput, os recursos técnicos e financeiros para a elaboração do plano 
diretor estarão inseridos entre as medidas de compensação adotadas. 
§ 2º No caso de cidades com mais de quinhentos mil habitantes, deverá ser 
elaborado um plano de transporte urbano integrado, compatível com o plano diretor 
ou nele inserido. 
Art. 42. O plano diretor deverá conter no mínimo: 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
10 
I - a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser aplicado o parcelamento, 
edificação ou utilização compulsórios, considerando a existência de infraestrutura e 
de demanda para utilização, na forma do art. 5º desta Lei; 
II - disposições requeridas pelos arts. 25, 28, 29, 32 e 35 desta Lei; 
III - sistema de acompanhamento e controle. 
 
 
2.2 LEI DE PARCELAMENTO DO SOLO URBANO 
 
 
 A lei de parcelamento do uso do solo 
dispõe sobre o parcelamento do solo 
urbano, conforme segue abaixo na íntegra: 
Lei do Parcelamento do Solo Urbano 
(Loteamentos) 
 
LEI N° 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979 
Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: 
 
Art. 1º - O parcelamento do solo para fins urbanos será regido por esta lei. 
Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer 
normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar 
o previsto nesta lei às peculiaridades regionais e locais. 
 
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
CAPÍTULO II - DOS REQUISITOS URBANÍSTICOS PARA LOTEAMENTO 
CAPÍTULO III - DO PROJETO DE LOTEAMENTO 
CAPÍTULO IV - DO PROJETO DE DESMEMBRAMENTO 
CAPÍTULO V - DA APROVAÇÃO DO PROJETO DE LOTEAMENTO E 
DESMEMBRAMENTO 
CAPÍTULO VI - DO REGISTRO DO LOTEAMENTO E DESMEMBRAMENTO 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
11 
CAPÍTULO VII - DOS CONTRATOS 
CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES GERAIS 
CAPÍTULO IX - DISPOSIÇÕES PENAIS 
CAPÍTULO X - DISPOSIÇÕES FINAIS 
 
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
Art. 2º - O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou 
desmembramento, observadas as disposições desta lei e a das legislações 
estaduais e municipais pertinentes. 
§ 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados à 
edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou 
prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. 
§ 2º - Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados à 
edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique 
na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, 
modificação ou ampliação dos já existentes. 
Art. 3º - Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbano em zonas 
urbanas ou expansão urbana, assim definidas por lei municipal. Parágrafo único. 
Não será permitido o parcelamento do solo: 
I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as 
providências para assegurar o escoamento das águas; 
II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, 
sem que sejam previamente saneados; 
III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se 
a entendidas exigências específicas das autoridades competentes; 
IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; 
V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça 
condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. 
 
 
 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
12 
CAPÍTULO II - DOS REQUISITOS URBANÍSTICOS PARA LOTEAMENTO 
 
Art. 4º - Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: 
I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento 
urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão 
proporcionais à densidade de ocupação prevista para gleba, ressalvado o disposto 
no §1º - deste artigo; 
II -os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e 
frente mínima de 5m (cinco) metros, salvo quando a legislação estadual ou 
municipal determinar maiores exigências, ou quando o loteamento se destinar a 
urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, 
previamente aprovados órgãos públicos competentes; 
III - ao longo das águas correntes e dormentes das faixas de domínio público das 
rodovias, ferrovias e dutos, será obrigatória a reserva de uma faixa “non aedificandi” 
de 15m (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação 
específica; 
IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, 
existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local. 
§ 1º - A porcentagem de áreas públicas prevista no inciso I deste artigo não poderá 
ser inferior a 35% (trinta e cinco por cento) da gleba, salvo nos loteamentos 
destinados ao uso industrial cujos lotes forem maiores do que 15.000m² (quinze mil 
metros quadrados), caso em que a porcentagem poderá ser reduzida. 
§ 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, 
saúde, lazer e similares. 
Art. 5º - O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada 
loteamento, a reserva de faixa “non aedificandi” destinada a equipamentos urbanos. 
Parágrafo único: Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de 
abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de água 
pluviais, rede telefônica e gás canalizado. 
 
 
 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
13 
CAPÍTULO III - DO PROJETO DE LOTEAMENTO 
 
Art. 6º - Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar 
à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as 
diretrizes para o uso do solo, traçados dos lotes, do sistema viário, dos espaços 
livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário, 
apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel contendo, pelo menos: 
I - as divisas da gleba a ser loteada; 
II - as curvas de nível a distância adequada, quando exigidas por lei estadual ou 
municipal; 
III - a localização dos cursos d'água, bosque e construções existentes; 
IV - a indicação dos arruamentos contíguos em todo o perímetro, a localização das 
vias de comunicação, das áreas livres, dos escapamentos urbanos e comunitários 
existentes no local ou em suas adjacências, com as respectivas distâncias da área a 
ser loteada; 
V - o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina; 
VI - as características, dimensões e localização das zonas de uso contíguas. 
Art. 7º - A Prefeitura, ou Distrito Federal quando for o caso, indicará, nas plantas 
apresentadas junto com a riqueza, de acordo com as diretrizes de planejamento 
estadual e municipal: 
I - as ruas ou estradas existentes ou projetadas que compõem os sistemas viários 
da cidade e do município, relacionadas com o loteamento pretendido a serem 
respeitadas; 
II - o traçado básico do sistema viário principal; 
III - a localização aproximada dos terrenos destinados a equipamento urbano e 
comunitário e das áreas livres de uso público; 
IV - as faixas sanitárias do terreno necessárias ao escoamento das águas pluviais e 
as faixas não edificáveis; 
V - a zona ou as zonas de uso predominante da área, com indicação dos usos 
compatíveis. Parágrafo único. As diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo 
de 2 (dos) anos. 
Art.8º - O Município de menos de 50.000 (cinquenta mil) habitantes poderá 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
14 
dispensar, por lei, a fase de fixação das diretrizes previstas nos arts. 6º e 7º desta 
lei, para a aprovação do loteamento. 
Art. 9º - Orientado pelo traçado e diretrizes oficiais, quando houve, o projeto, 
contendo desenhos e memorial descritivo, será apresentado à Prefeitura Municipal, 
ou ao Distrito Federal quando for o caso, acompanhado do título de propriedade, 
certidão de ônus reais e certidão negativa de tributos municipais, todos relativos ao 
imóvel. 
§ 1º - Os desenhos conterão pelo menos: 
I - subdivisão das quadras em lotes, com as respectivas dimensões e numeração; 
II - o sistema de via com a respectiva hierarquia; 
III - as dimensões lineares e angulares do projeto, com raios, cordas, arcos, pontos 
de tangência e ângulos centrais das vias. 
IV - os perfis longitudinais e transversais de todas as vias de circulação e praça; 
V - a indicação dos marcos de alinhamento e nivelamento localizados nos ângulos 
de curvas e vias projetadas; 
VI - a indicação em planta e perfis de todas as linhas de escoamento das águas 
pluviais. 
§ 2º - O memorial descritivo deverá conter, obrigatoriamente, pelo menos: 
I - a descrição sucinta do loteamento, com as suas características e a fixação da 
zona ou zonas de uso predominantes; 
II - as condições urbanísticas do loteamento e as limitações que incidem sobre os 
lotes e suas construções, além daquelas constantes das diretrizes fixadas; 
III - a indicação das áreas públicas que passarão ao domínio do município no ato do 
registro do loteamento; 
IV - a enumeração dos equipamentos urbanos, comunitários e dos serviços públicos 
ou de utilidade pública já existentes no loteamento e adjacências. 
 
CAPÍTULO IV - DO PROJETO DE DESMEMBRAMENTO 
 
Art. 10. Para aprovação do projeto de desmembramento, o interessado apresentará 
requerimento à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, 
acompanhado do título de propriedade e de planta do imóvel a ser desmembrado 
contendo: 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
15 
I - a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos; 
II - a indicação do tipo de uso predominante no local; 
III - a indicação da divisão de lotes pretendida na área. 
Art. 11. Aplicam-se ao desmembramento, no que couber, as disposições 
urbanísticas exigidas para o loteamento, em especial o inciso II do art. 4º e o art. 5º 
desta lei. Parágrafo único: O Município ou o Distrito Federal, quando for o caso, 
fixará os requisitos exigíveis para a aprovação de desmembramento de lotes 
decorrentes de loteamento cuja destinação da área pública tenha sido inferior à 
mínima prevista no §1º do art. 4º desta lei. 
 
CAPÍTULO V - DA APROVAÇÃO DO PROJETO DE LOTEAMENTO E 
DESMEMBRAMENTO 
 
Art. 12. O projeto de loteamento desmembramento deverá ser aprovado pela 
Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal, quando for o caso, a quem compete 
também a fixação das diretrizes a que aludem os arts. 6º e 7º desta lei, salvo a 
exceção prevista no artigo seguinte. 
Art. 13. Caberão aos Estados o exame e a anuência prévia para a aprovação, pelos 
Municípios, de loteamento e desmembramento nas seguintes condições: 
I - quando localizados em áreas de interesse especial, tais como as de proteção aos 
mananciais ou patrimônio cultura, histórico, paisagístico e arqueológico, assim 
definidas por legislação estadual ou federal; 
II - quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do 
município ou que pertença a mais de um município, nas regiões metropolitanas ou 
em aglomerações urbanas, definidas em lei estadual ou federal; 
III - quando o loteamento abranger área superior a 1.000.000m² (um milhão de 
metros quadrados). Parágrafo único. No caso de loteamento ou desmembramento 
localizado em área de município integrante de região metropolitana, o exame e a 
anuência prévia à aprovação do projeto caberão à autoridade metropolitana. 
Art. 14. Os estados definirão, por decreto, as áreas de proteção especial, prevista no 
inciso I do artigo anterior. 
Art. 15. Os Estadosestabelecerão, por decreto, as normas a que deverão submeter- 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
16 
se os projetos de loteamento e desmembramento nas áreas previstas no art.13, 
observadas as disposições dessa lei. 
Parágrafo único. Na regulamentação das normas previstas neste artigo, o Estado 
procurará atender às exigências urbanísticas do planejamento municipal. 
Art. 16. A lei municipal definirá o número de dias em que um projeto de loteamento, 
uma vez apresentado com todos os seus elementos, deve ser aprovado ou rejeitado. 
Art. 17. Os espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas a 
edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do 
memorial descritivo, não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, desde a 
provação do loteamento, salvo as hipóteses de caducidade da aliança ou 
desistência do loteador, sendo, neste caso, observadas as exigências do art.23 
desta lei. 
 
CAPÍTULO VI - DO REGISTRO DO LOTEAMENTO E DESMEMBRAMENTO 
 
Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador 
deverá submetê-lo ao registro imobiliário dentro de 180(cento e oitenta) dias, sob 
pena de caducidade da aprovação, acompanhando dos seguintes documentos: 
I - título de propriedade do imóvel; 
II - histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vinte) 
anos, acompanhados dos respectivos comprovantes; 
III - certidões negativas; 
a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o imóvel; 
b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos; 
c) de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a 
administração pública; 
IV - certidões: 
a) dos cartórios de protestos de títulos, em nome do loteamento, pelo período de 10 
(dez) anos; 
b) de ações pessoais relativas ao loteador, pelo período de 10 (dez) anos; 
c) de ônus reais relativos ao imóvel; 
d) de ações penais contra o loteador, pelo período de 10 (dez) anos; 
 
 
Documento não controlado - AN03FREV001 
17 
V - cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de verificação 
pela Prefeitura da execução das obras exigidas por legislação municipal, que 
incluirão, no mínimo, a execução das vias de circulação do loteamento, demarcação 
dos lotes, quadras e logradouros e das obras de escoamento das águas pluviais ou 
da aprovação de um cronograma, como a duração máxima de 2 (dois) anos, 
acompanhado de competente instrumento de garantia para a execução das obras; 
VI - exemplar do contrato-padrão de promessa de cessão, do qual constarão 
obrigatoriamente as indicações previstas no art. 26 desta lei; 
VII - declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do 
loteamento. 
§ 1º - Os períodos referidos nos incisos III, alínea "b", e IV alíneas "a", "b" e "d", 
tomarão por base a data do pedido de registro do loteamento, devendo todas elas 
ser extraídas em nome daqueles que, nos mencionados períodos, tenham sido 
titulares de direitos reais sobre o imóvel. 
§ 2º - A existência de protestos, de ações penais, exceto as referentes a crime 
contra o patrimônio e contra a administração, não impedirá o registro do loteamento 
se o requerente comprovar que esses protestos ou ações não poderão prejudicar os 
adquirentes dos lotes. Se o oficial do registro de imóveis julgar insuficiente a 
comprovação feita, suscitará a dúvida perante o juiz complete. 
§ 3º - A declaração a que se refere o inciso VII deste artigo não dispensará o 
consentimento do declarante para os atos de alienação ou promessa de alienação 
de lotes, ou de direitos a eles relativos, que venham a ser praticados pelo seu 
cônjuge. 
Art. 19. Examinada a documentação e encontrada em ordem o oficial do registro de 
imóveis encaminhará comunicação a Prefeitura e fará publicar, em resumo e com 
pequeno desenho de localização da área, edital do pedido de registro em 3 (três) 
dias consecutivos, podendo este ser impugnado no prazo de 15 (quinze) dias 
contados da data da última publicação. 
§ 1º - Findo o prazo sem impugnação, será feito imediatamente o registro. Se houver 
impugnação de terceiros, o oficial do registro de imóvel intimará o requerente e a 
Prefeitura Municipal, ou Distrito Federal quando for o caso, para que sobre ela se 
manifestem no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de arquivamento do processo. Com 
tais manifestações o processo será enviado ao juiz competente para decisão. 
 
 
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18 
§ 2º - Ouvido o Ministério Público no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz decidirá de plano 
ou após instrução sumária, devendo remeter ao interessado as vias ordinárias caso 
a matéria exija maior indagação. 
§ 3º - Nas capitais, a publicação do edital se fará no Diário Oficial do Estado e num 
dos jornais de circulação diária. Nos demais Municípios, a publicação se fará apenas 
num dos jornais locais, se houver, ou, não havendo, em jornal da região. 
§ 4º - Oficial do registro de imóveis que efetuar o registro em desacordo com as 
exigências desta lei ficará sujeito a multa equivalente a 10 (dez) vezes os 
emolumentos regimentais fixados para o registro, na época em que for aplicada a 
penalidade pelo juiz corregedor do cartório, sem prejuízo das sanções penais e 
administrativas cabíveis. 
§ 5º - Registrado o loteamento, o oficial de registro comunicará, por certidão, o seu 
registro à Prefeitura. 
Art. 20. O registro do loteamento será feito, por extrato, no livro próprio. Parágrafo 
único: No registro de imóveis far-se-ão o registro do loteamento, com uma indicação 
para cada lote, a averbação das alterações, a abertura de ruas e praças e as áreas 
destinadas a espaços livres ou a equipamentos urbanos. 
Art. 21. Quando a área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição 
imobiliária, o registro será requerido primeiramente perante aquela em que estiver 
localizada a maior parte da área loteada. Procedido ao registro nessa circunscrição, 
o interessado requererá sucessivamente o registro do loteamento em cada uma das 
demais, comprovando perante cada qual o registro efetuado na anterior, até que o 
loteamento seja registrado em todas. Denegado o registro em qualquer das 
circunscrições, essa decisão será comunicada, pelo oficial do registro de imóveis, às 
demais para efeito de cancelamento dos registros feitos, salvo se ocorrer a hipótese 
prevista no § 4º deste artigo. 
§ 1º - Nenhum lote poderá situar-se em mais de uma circunscrição. 
§ 2º - É defeso ao interessado processar simultaneamente, perante diferentes 
circunscrições, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os atos 
praticados com infração a esta norma. 
§ 3º - Enquanto não procedidos todos os registros de que se trata esse artigo, 
considerar-se-á o loteamento como não registrado para os efeitos desta lei. 
§ 4º - O indeferimento do registro do loteamento em uma circunscrição não 
 
 
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19 
determinará o cancelamento do registro procedido em outra, se o motivo do 
indeferimento naquela não se estender à área situada sob a competência desta, e 
desde que o interessado requeira a manutenção do registro obtido, submetido o 
remanescente do loteamento a uma aprovação prévia perante a Prefeitura 
Municipal, ou Distrito Federal quando for o caso. 
Art. 22. Desde a data do registro do loteamento passam a integrar o domínio do 
Município as vias e praças, os espaços livres e as áreas destinadas a edifícios 
públicos e outros equipamentos urbanos, constante do projeto e do memorial 
descrito. 
Art. 23. O registro do loteamento só poderá ser cancelado: 
I - Por decisão judicial; 
II - A requerimentodo loteador, com anuência da Prefeitura, ou Distrito Federal 
quando for o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato; 
III - A requerimento conjunto do loteador e de todos os adquirentes de lotes, com 
anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, e do Estado. 
§ 1º - A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento se disto resulta 
inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se tiver 
realizado qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências. 
§ 2º - Nas hipóteses dos incisos II e III, o oficial do registro de imóveis fará publicar, 
em resumo, edital do pedido de cancelamento, podendo este ser impugnado no 
prazo de 30 (trinta) dias contados da data da última publicação. Findo esse prazo, 
com ou sem impugnação, o processo será remetido ao juiz competente para 
homologação do pedido de cancelamento ouvido o Ministério Público. 
§ 3º - A homologação de que trata o parágrafo anterior será precedida de vistoria 
destinada a comprovar a inexistência de adquirentes instalados na área loteada. 
Art. 24. O processo do loteamento e os contratos depositados em cartório poderão 
ser examinados por qualquer pessoa, a qualquer tempo, independentemente do 
pagamento de custas ou emolumentos, ainda que a título de busca. 
 
CAPÍTULO VII - DOS CONTRATOS 
 
Art. 25. São irretratáveis os compromisso de compra e venda, cessão, os que 
 
 
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20 
atribuam direito a adjudicação compulsória e, estando registrados, confiram direito 
real oponível a terceiros. 
Art. 26. Os compromissos de compra e venda, as cessões ou promessas de cessão 
poderão ser feitos por escritura pública ou por instrumento particular, de acordo com 
o modelo depositado na forma do inciso VI do art.18 e conterão, pelo menos, as 
seguintes indicações: 
I - nome, registro civil, cadastro fiscal no Ministério da Fazenda, nacionalidade, 
estado civil e residência dos contratantes; 
II - denominação e situação do loteamento, número e data da inscrição; 
III - descrição do lote ou dos lotes que forem objeto de compromissos, 
confrontações, área e outras características; 
IV - preço, prazo, forma e local de pagamento bem como a importância do sinal; 
V - taxa de juros incidentes sobre o débito em aberto e sobre as prestações 
vencidas e não pagas, bem como a cláusula pena, nunca excedente a 10% (dez por 
cento) do débito e só exigível nos casos de intervenção judicial ou de mora superior 
a 3 (três) meses; 
VI - indicação sobre a quem incumbe o pagamento dos impostos e taxas incidentes 
sobre o lote compromissado; 
VII - declaração das restrições urbanísticas convencionais do loteamento, supletivas 
da legislação, pertinente. 
§ 1º - O contrato deverá ser afirmado em 3 (três) vias ou extraídas em 3 (três) 
traslado, sendo um para cada parte e o terceiro para arquivo no registro imobiliário, 
após o registro e anotações devidas, 
§ 2º - Quando o contrato houver sido formado por procurador de qualquer das 
partes, será obrigatório o arquivamento da procuração do registro imobiliário. 
Art. 27. Se aquele que se obrigou a concluir contrato de promessa de venda ou de 
cessão não cumprir a obrigação, o credor poderá notificar o devedor para outorga do 
contrato ou oferecimento de impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de 
proceder-se ao registro do pré-contrato, passando as relações entre as partes a 
serem regidas pelo contrato-padrão. 
§ 1º - Para fins deste artigo, terão o mesmo valor de pré-contrato, a promessa de 
cessão, a proposta de compra, a reserva de lote ou qualquer outro instrumento do 
qual conste a manifestação da vontade das partes, a indicação do lote, o preço e o 
 
 
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21 
modo de pagamento, e a promessa do contrato. 
§ 2º - O registro que retrata este artigo não será procedido se a parte que o requer 
não comprovar haver cumprido a sua prestação, nem a oferecer na forma devida, 
salvo se ainda não exigível. 
§ 3º - Havendo impugnação daquele que se comprometeu a concluir o contrato, 
observar-se-á o disposto nos arts. 639 e 640 do código de Processo Civil. 
Art. 28. Qualquer alteração ou cancelamento parcial do loteamento registrado 
dependerá de acordo entre o loteador e os que adquirentes de lotes atingidos pela 
alteração, bem como da aprovação pela Prefeitura Municipal, ou do Distrito Federal 
quando for o caso, devendo ser depositada no registro de imóveis, em complemento 
ao projeto original, com a devida averbação. 
Art. 29. Aquele que adquirir a propriedade loteada mediante ato “intervivos”, ou por 
sucessão “causa mortis”, sucederá o transmitente em todos os seus direitos e 
obrigações, ficando obrigado a respeitar os compromissos de compra e venda ou as 
promessas de cessão, em todas as suas cláusulas, sendo nula qualquer disposição 
em contrário, ressalvado o direito do herdeiro ou legatário de renunciar à herança ou 
ao legado. 
Art. 30. A sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes 
não rescindirá os contratos de compromisso de compra e venda ou de promessa de 
cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. Se a falência ou 
insolvência for do proprietário da área loteada ou do titular de direito sobre ela, 
incumbirá ao síndico ou ao administrador dar cumprimento aos referidos contratos; 
se adquirente do lote, seus direitos serão levados à praça. 
Art. 31. O contrato particular pode ser transferido por simples trespasse, lançado no 
verso das vias em poder das partes, ou por instrumento em separado, declarando-se 
o número do registro do loteamento, o valor da cessão e a qualificação do 
cessionário para devido registro. 
§ 1º - A cessão independe da anuência do loteador, mas, em relação a este, seus 
efeitos só se produzem depois de cientificado, por escrito, pelas partes ou quando 
registrada a cessão. 
§ 2º - Uma vez registrada a cessão, feita sem anuência do loteador, o oficial do 
registro dar-lhe-á ciência, por escrito, dentro de 10 (dez) dias. 
Art. 32. Vencida e não paga a prestação, o contrato será considerado rescindido 
 
 
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30(trinta) dias depois de constituído em mora o devedor. 
§ 1º - Para fins deste artigo o devedor-adquirente será intimado, por requerimento do 
credor, pelo oficial do registro de imóveis, a satisfazer as prestações vencidas até a 
data do pagamento os juros convencionados e as custas de intimação; 
§ 2º - Purgada a mora, convalescerá o contrato. 
§ 3º - Com a certidão de não haver sido feito o pagamento em cartório, o vendedor 
requererá o oficial do registro o cancelamento da averbação. 
Art. 33. Se o credor das prestações se recusa a recebê-las ou furtar-se ao seu 
recebimento, será constituído em mora mediante notificação do oficial do registro de 
imóveis para vir receber as importâncias depositadas pelo devedor no próprio 
registro de imóveis. Decorridos 15 (quinze) dias após o recebimento da intimação, 
considerar-se-á efetuado o pagamento, a menos que o credor impugne o depósito e 
alegando inadimplemento do devedor, requeira a intimação deste para os fins do 
disposto no Art. 32 desta lei. 
Art. 34. Em qualquer caso de rescisão por inadimplemento do adquirente, as 
benfeitorias necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no imóvel deverão ser 
indenizadas, sendo de nenhum efeito qualquer disposição contratual em contrário. 
Parágrafo único. Não serão indenizadas as benfeitoras feitas em desconformidade 
com o contrato ou com a lei. 
Art. 35. Ocorrendo o cancelamento do registro por inadimplemento do contrato e 
tendo havido o pagamento de mais 1/3 (um terço) do preço ajustado, o oficialdo 
registro de imóveis mencionará este fato no ato do cancelamento e a quantia paga; 
somente será efetuado novo registro relativo ao mesmo lote, se for comprovada a 
restituição do valor pago pelo vendedor ao titular do registro cancelado, ou mediante 
depósito em dinheiro à sua disposição junto ao registro de imóveis. 
§ 1º - Ocorrendo o depósito a que se refere este artigo, o oficial do registro de 
imóveis emitirá o interesse para vir recebê-lo no prazo de 10(dez) dias, sob pena de 
ser devolvido ao depositante. 
§ 2º - No caso de não ser encontrado o interessado, o oficial do registro de imóveis 
depositará a quantia em estabelecimento de crédito, segundo a ordem prevista no 
inciso I do art. 666 do código do Processo Civil, em conta com incidência de juros e 
correção monetária. 
Art. 36. O registro de compromisso, cessão ou promessa de cessão só poderá ser 
 
 
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23 
cancelado: 
I - por decisão judicial; 
II - a requerimento conjunto das partes contratantes; 
III - quando houver rescisão comprovada do contrato. 
 
CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 37. É vedado vender ou prometer vender parcela de loteamento e 
desmembramento não registrado. 
Art. 38. Verificado que o loteamento ou desmembramento não se acha registrado ou 
regularmente executado ou notificado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito 
Federal quando for o caso, deverá o adquirente do lote suspender o pagamento das 
prestações restantes e notificar o loteador para suprir a falta. 
§ 1º - Ocorrendo a suspensão do pagamento das prestações restantes, na forma do 
"caput" deste artigo, o adquirente efetuará o depósito das prestações devidas junto 
ao registro de imóveis competente, que as depositará em estabelecimento de 
crédito, segundo a ordem prevista no inciso I do art. 666 do Código de Processo 
Civil, em conta com incidência de juros e correção monetária, cuja movimentação 
dependerá da prévia autorização judicial. 
§ 2º - A Prefeitura Municipal, ou Distrito Federal quando for o caso, ou Ministério 
Público, poderá promover a notificação do loteador prevista no caput deste artigo. 
§ 3º - Regularizado o loteamento pelo loteador, este promoverá judicialmente a 
autorização para levantar as prestações depositadas, com os acréscimos de 
correção monetária e juros, sendo necessária a citação da Prefeitura, ou do Distrito 
Federal quando for o caso, para integrar o processo judicial aqui previsto, bem como 
audiência do Ministério Público. 
§ 4º - Após o reconhecimento judicial de regularidade do loteamento, o loteador 
notificará os adquirentes dos lotes, por intermédio do registro de imóveis 
competente, para que passem a pagar diretamente as prestações restantes, a 
contar da data da notificação. 
§ 5º - No caso de o loteador deixar de atender à notificação até o vencimento do 
prazo contratual, ou quando o loteamento ou desmembramento for regularizado pela 
 
 
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24 
Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, nos termos do art. 
40 desta lei, o loteador não poderá, a qualquer título, exigir o recebimento das 
prestações depositadas. 
Art. 39. Será nula de pleno direito a cláusula de rescisão de contrato por 
inadimplemento do adquirente, quando o loteamento não estiver regularmente 
inscrito. 
Art. 40. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, se 
desatendida pelo loteador a notificação, poderá regularizar loteamento ou 
desmembramento não autorizado ou executado sem observância das 
determinações do ato administrativo de licença, para evitar lesão aos seus padrões 
de desenvolvimento urbano e na defesa dos adquirentes de lotes. 
§ 1º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, que promover 
a regularização, na forma deste artigo, obterá judicialmente o levantamento das 
prestações depositadas, com os respectivos acréscimos de correção monetária e 
juros, nos termos do §1º do art. 38 desta lei, a título de ressarcimento das 
importâncias despendidas com equipamentos urbanos ou expropriações 
necessárias para regularizar o loteamento ou desmembramento. 
§ 2º - As importâncias despendidas pela Prefeitura Municipal, pelo distrito Federal 
quando for o caso, para regularizar o loteamento ou desmembramento, caso não 
sejam integralmente ressarcidas conforme o disposto no parágrafo anterior, serão 
exigidas, na parte faltante, do loteador, aplicando-se o disposto no art. 47 desta lei. 
§ 3º - No caso do loteador não cumprir o estabelecido no parágrafo anterior, a 
Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, poderá receber as 
prestações dos adquirentes, até o valor devido. 
§ 4º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para assegurar 
a regularização do loteamento ou desmembramento, bem como o ressarcimento 
integral de importâncias despendidas, ou a despender, poderá promover 
judicialmente os procedimentos cautelares necessários aos fins colimados. 
Art. 41. Regularizado o loteamento ou desmembramento pela Prefeitura Municipal, 
ou pelo Distrito Federal quando for o caso, o adquirente do lote, comprovando o 
depósito de todas as prestações do preço avançado, poderá obter o registro de 
propriedade do lote adquirido, valendo para tanto o compromisso de venda e compra 
devidamente firmado. 
 
 
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25 
Art. 42. Nas desapropriações não serão considerados como loteados ou loteáveis, 
para fins de indenização, os terrenos ainda não vendidos ou compromissados, 
objeto de loteamento ou desmembramento não registrado. 
Art. 43. Ocorrendo a execução de loteamento não aprovado, a destinação de áreas 
públicas exigidas no inciso I do art.4 desta lei não se poderá alterar, sem prejuízo 
das aplicações das sanções administrativas, civis, criminais previstas. 
Art. 44. O Município, o Distrito Federal e o Estado poderão expropriar áreas urbanas 
ou de expansão urbana para reloteamento, demolição, reconstrução e incorporação, 
ressalvada a preferência dos expropriados para a aquisição de novas unidades. 
Art. 45. O loteador, ainda que já tenha vendido todos os lotes, ou os vizinhos, são 
partes legítimas para promover ação destinada a impedir construção em desacordo 
com restrições legais ou contratuais. 
Art. 46. O loteador não poderá fundamentar qualquer ação ou defesa na presente lei 
sem apresentação dos registros e contratos a que ela se refere. 
Art. 47. Se o loteador integrar grupo econômico ou financeiro, qualquer pessoa física 
ou jurídica desse grupo, beneficiária de qualquer forma de loteamento ou 
desmembramento irregular, será solidariamente responsável pelos prejuízos por ele 
causados aos compradores de lotes e ao Poder Público. 
Art. 48. O foro competente para os procedimentos judiciais previsto nesta lei será 
sempre o da comarca da situação do lote. 
Art. 49. As intimações e notificações previstas nesta lei deverão ser feitas 
pessoalmente ao intimado ou notificado, que assinará o comprovante do 
recebimento, o padrão igualmente ser promovidas por meio dos cartórios de registro 
de títulos e documentos da situação da comarca da situação do imóvel ou do 
domicílio de quem deva recebê-las. 
§ 1º - Se o destinatário se recusar a dar recibo ou se furtar ao recebimento, ou se 
forem desconhecidos o seu paradeiro, o funcionário incumbido da diligência 
informará esta circunstância ao oficial competente que a certificará, sob sua 
responsabilidade. 
§ 2º - Certificada a ocorrência dos fatos mencionados no parágrafo anterior, a 
intimação ou notificação será feita por edital na forma desta lei, começando o prazo 
a ocorrer 10 (dez) dias apósa última publicação. 
 
 
 
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CAPÍTULO IX - DISPOSIÇÕES PENAIS 
 
Art. 50. Constitui crime contra a administração pública: 
I - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo 
para fins urbanos, sem autorização do órgão público competente, ou em desacordo 
com as disposições desta lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados 
e Municípios; 
II - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo 
para fins urbanos sem observância das determinações constantes do ato 
administrativo de licença; 
III - fazer, ou veicular em proposta, prospecto ou comunicação ao público ou a 
interessados, afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou 
desmembramento do solo para fins urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele 
relativo. Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 
(cinquenta) vezes o maior salário-mínimo vigente no país. Parágrafo único: O crime 
definido neste artigo é qualificado, se cometido: 
I - por meio de venda, promessa de venda, reserva de lotes ou quaisquer outros 
instrumentos que manifestem a intenção de vender lote em loteamento ou 
desmembramento não registrado no registro de imóveis competente; 
II - com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou 
desmembrado, ou com omissão fraudulenta de fato a ele relativo, se o fato não 
constituir crime mais grave. Pena: reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de 
10 (dez) a 100(cem) vezes o maior salário mínimo vigente no país. 
Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra para a prática dos crimes previstos no 
artigo anterior desta lei incide nas penas a estes cominadas, consideradas em 
especial os atos praticados na qualidade de mandatário de loteador, diretor ou 
gerente de sociedade. 
Art. 52. Registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos 
competentes, registrar o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa 
de cessão de direitos, ou efetuar registro de contrato de venda de loteamento ou 
desmembramento não registrado. Pena: detenção, de 1 (um) a 2(dois) anos, e multa 
 
 
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de 5 (cinco) a 50 (cinquenta)vezes o maior salário-mínimo vigente no país, sem 
prejuízo das sanções administrativas cabíveis. 
CAPÍTULO X - DISPOSIÇÕES FINAIS 
 
Art. 53. Todas as alterações de uso do solo rural para fins urbanos dependerão de 
prévia audiência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, 
do órgão metropolitano, se houver, onde se localiza o Município, e da aprovação da 
Prefeitura Municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso, segundo as 
exigências da legislação pertinente. 
Art. 54. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. 
Art. 55. Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, em 19 de dezembro de 1979; 158º da Independência e 91º da República 
JOÃO FIGUEIREDO 
 
 
2.3 LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 
 
 
 A lei de uso e ocupação do solo deve ser implementada por cada município, 
devendo ter como principais objetivos: 
I - disciplinar a localização de atividades no Município, prevalecendo o interesse 
coletivo sobre o particular e observados os padrões de segurança, higiene e bem-
estar da vizinhança; 
II - regulamentar a implantação das edificações nos lotes e a relação destas com o 
seu entorno; 
III - estabelecer padrões adequados de densidade na ocupação do território; 
IV - ordenar o espaço construído, para assegurar a qualidade morfológica da 
paisagem urbana. 
 
 A localização de quaisquer usos e atividades no Município dependerá de 
licença prévia, sendo esta a primeira etapa do processo de licenciamento ambiental. 
 
 
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2.4 ZONAS DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL – ZEIS 
 
 
De acordo com o Plano Diretor as ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE 
SOCIAL – ZEIS são porções do território destinadas, prioritariamente, à recuperação 
urbanística, à regularização fundiária e produção de Habitações de Interesse Social - 
HIS ou do Mercado Popular - HMP, incluindo a recuperação de imóveis degradados, 
a provisão de equipamentos sociais e culturais, espaços públicos, serviço e 
comércio de caráter local. 
Delimitar estas zonas tem como principais objetivos: 
 Incorporar a cidade clandestina à cidade legal; 
 Reconhecer a diversidade local no processo de desenvolvimento urbano (x 
padronização dos critérios e intervenções); 
 Estender o direito à cidade e à cidadania; 
 Associar de desenvolvimento urbano à gestão participativa; 
 Estimular a produção de Habitação de Interesse Social; 
 Estimular a regularização fundiária; 
 Estimular ampliação da oferta de serviços e equipamentos urbanos. 
 
 
3 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO E IMPACTO AMBIENTAL 
 
 
De acordo com o art. 225 da Constituição Federal “todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” Ou seja, o meio 
ambiente é um direito de todo o cidadão e cabe a nós o dever de protegê-lo. 
A Política Nacional de Meio Ambiente de 1981, por meio da Lei Federal nº 
6.938/81 cria o instrumento de Avaliação de Impacto Ambiental, com o intuito de 
legalizar e controlar atividades que utilizam recursos naturais (Figura 2). Uma das 
ferramentas utilizadas para a Avaliação de Impacto Ambiental de empreendimento é 
 
 
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29 
o licenciamento ambiental. Desde a criação desta lei, nenhuma atividade 
potencialmente poluidora pode atuar sem passar pelo licenciamento ambiental. 
Empreendimentos que iniciarem suas atividades sem o licenciamento ambiental 
estarão sujeitos a penalidades de acordo com a Lei de Crimes Ambientais (1998). 
O artigo 10 da Lei nº 6.938/81 define as atividades e os empreendimentos 
que dependerão de prévio licenciamento: 
 
“Art. 10: A construção, instalação, ampliação e funcionamento de 
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, 
considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como capazes, sob 
qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio 
licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema 
Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos naturais Renováveis – IBAMA, em caráter 
supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis”. (Art. 10 da Lei nº 
6.938/81). 
 
 
FIGURA 2 - VISTA PANORÂMICA DA ÁREA APÓS A DEGRADAÇÃO PELO 
GARIMPO EM POCONÉ-MT 
 
FONTE: Disponível em: <www.ana.gov.br>. Acesso em: 16 mar. 2010. 
 
 
Veja a seguir os órgãos ambientais responsáveis pelo processo de 
licenciamento e em que situações eles atuam: 
 
 
 
 
 
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30 
 
 
 
 
No entanto, de acordo com a Resolução CONAMA 237/97, esses órgãos 
podem delegar esta competência ao município, quando as atividades tiverem 
impactos locais. O art. 1º da Resolução CONAMA nº 237/97, dá as seguintes 
definições: 
 
 
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Licenciamento Ambiental – procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais. Considerados 
efetiva ou potencialmente poluidores ou daquelas que, sob qualquer forma, possam 
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e 
as normas técnicas aoacaso. 
Licença Ambiental – ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente 
estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser 
obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica. Para localizar, instalar, 
ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer 
forma, possam causar degradação ambiental. 
Estudos Ambientais – todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais 
que se relacionam à sua localização, instalação, operação e ampliação de uma 
atividade ou empreendimento, que apresenta como subsídio para a análise da licença 
requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, 
relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de 
recuperação da área degradada e análise preliminar de risco. 
Impacto Ambiental Regional – todo e qualquer impacto que afete diretamente a Área 
de Influência Direta do Projeto (AID), no todo ou em parte, o território de dois ou mais 
Estados. 
FONTE: Conama, 1997. 
 
 
Lembrando que a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) prevê em seu art. 
60 a detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente 
quando “construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte 
do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores 
sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as 
normas legais e regulamentares pertinentes.” 
 
 
 
 
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3.1 TIPOS DE LICENÇAS AMBIENTAIS (ABORDAGEM NO ÂMBITO FEDERAL) 
 
 
As licenças ambientais são o documento legal resultante do licenciamento. A 
partir da concessão da licença ambiental, o empreendedor deverá cumprir todos os 
requisitos impostos pelo órgão ambiental. O Poder Público, no exercício de sua 
competência de controle, expedirá as seguintes licenças, conforme o Art. 19, do 
Decreto Federal nº. 99.274/90: 
 
 Licença Prévia (LP) – na fase preliminar do planejamento de atividade, 
contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação 
e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo. 
A LP tem validade de até cinco anos. 
 Licença de Instalação (LI) – autorizando o início da implantação, de 
acordo com as especificações constantes do Projeto Executivo aprovado. A LI tem 
validade de até seis anos, sendo que qualquer alteração do projeto de instalação 
previsto na LI deverá ser informada ao órgão ambiental competente que irá realizar 
uma avaliação preliminar. 
 Licença de Operação (LO) - autorizando, após as verificações 
necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus 
equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto na Licença Prévia e 
de Instalação. A LO tem prazo de validade de 4 a 10 anos e condicionantes para a 
continuidade da operação (p. ex., apresentação de resultados obtidos na 
implementação de planos de monitoramento ambiental). A renovação pode ser 
concebida quando: vencido seu prazo de validade, necessidade de ampliação da 
área de intervenção; reformulação em seu processo produtivo; alteração da natureza 
de seus insumos básicos, reequipamento. No entanto, LO só será concedida após 
vistoria do órgão ambiental. 
 
“A LP e a LI poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde que não 
ultrapassem os prazos máximos estabelecidos na tabela anterior. No caso 
da LO, deve-se requerer a renovação até 120 dias antes do término da 
validade dessa Licença” (FIRJAN, 2004). 
 
 
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Lembrando que dependendo do tipo de recurso natural a ser utilizado pelo 
empreendimento serão exigidas autorizações especiais como, por exemplo (Brasil, 
2007): 
 Outorga de direito de uso de recursos hídrico (Lei 9.433/97); 
 Concessão de licença de instalação para atividades que incluam 
desmatamento depende também de autorização específica do órgão 
ambiental (Código Florestal, Lei 4.771/65, art. 19 e Resolução Conama 
378/06); 
 Autorização para supressão de área de preservação permanente para a 
execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou 
interesse social (Código Florestal, Lei 4.771/65, art. 3º, § 1º e art. 4º); 
 Licença para transportar e comercializar produtos florestais (Lei 4.771/65, 
art. 26, alíneas “h” e “i”, Portaria MMA 253/06 e Instrução Normativa do 
IBAMA 112/06, que dispõem sobre o Documento de Origem Florestal - DOF); 
 Licença para construção e autorização para operação de instalações 
nucleares e transferência da propriedade ou da posse de instalações 
nucleares e comércio de materiais nucleares (Lei 6.189/74, art. 7º a 11); 
 Autorização para queimada controlada em práticas agropastoris e 
florestais (Lei 4.771/65, art. 27 e Decreto 2.661/98); 
 Concessões das agências reguladoras, como por exemplo autorização 
para exploração de centrais hidrelétricas até 30MW (Resolução ANEEL 
395/98) e autorização para implantação, ampliação ou repotenciação de 
centrais geradoras termelétricas, eólicas e de outras fontes alternativas de 
energia (Resolução ANEEL 112/99). 
 
 
3.2 OUTROS TIPOS DE LICENÇAS AMBIENTAIS 
 
 
Alguns órgãos de meio ambiente incluíram em seu sistema de licenciamento 
outros tipos de licenças, com vistas a adequar esse processo às suas necessidades 
específicas. No IBAMA, por exemplo, foi criada a licença de pré-operação para a 
fase de teste dos equipamentos de controle de poluição, de curto prazo, concedida 
 
 
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de acordo com as características do projeto. 
 
Na Bahia, por exemplo, o órgão estadual do meio ambiente criou as 
seguintes licenças (Asby et al., 1995): 
 Licença Precária de Operação (L.P.O.) – concedida pelo prazo de 90 
(noventa) dias, para que a empresa possa testar os controles adotados, 
podendo ser prorrogada por igual prazo; 
 Licença de Ampliação (L.A.) - para os casos em que o empreendedor 
apresenta proposta de ampliação do projeto original; 
 Licença de Reformulação de Processo (L.R.P.) - quando o empreendedor 
deseja fazer adequações no seu projeto; 
 Licença de Reequipamento (L.R.Q.) - quando o empreendedor pretende 
adquirir novos equipamentos de controle não previstos no projeto original. 
As licenças ambientais também podem variar em nível municipal, como é o 
exemplo da Prefeitura Municipal de Parnamirim/RN que, além das três licenças de 
nível federal (LP, LI e LO), inclui outras licenças ambientais no seu processo de 
licenciamento: 
 Licença Simplificada (LS): concedida para a localização, instalação, 
implantação e operação de empreendimentos e atividades que, na 
oportunidade do licenciamento, possam ser enquadrados na categoria de 
pequeno e médio potencial poluidor e degradador e de micro ou pequeno 
porte. A critério do interessado, esta licença poderá ser expedida em duas 
etapas, sendo a primeira para análise da localização do empreendimento 
(Licença Simplificada Prévia – LSP) e a segunda para análise das 
respectivas instalação, implantação e operação (Licença Simplificada de 
Instalação e Operação – LSIO); 
 Licença de Regularização de Operação (LRO): de caráter corretivo e 
transitório, destinada a disciplinar, durante o processo de licenciamento 
ambiental, o funcionamento de empreendimentos e atividades em operação 
e ainda não licenciados, sem prejuízo da responsabilidade administrativa 
cabível; 
 
 
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 Licença de Alteração (LA): para alteração, ampliaçãoou modificação do 
empreendimento ou atividade regularmente existente; 
 Licença de Instalação e Operação (LIO): concedida para 
empreendimentos cuja instalação e operação ocorram simultaneamente; 
 Licença Diária (LDI): concedida para atividades de caráter temporário ou 
que não impliquem em instalações permanentes. 
 
 
3.3 LEIS FEDERAIS QUE REGULARIZAM O LICENCIAMENTO DAS 
ATIVIDADES 
 
 
Os requisitos legais para o licenciamento dos empreendimentos que utilizam 
recursos naturais são enquadrados em diferentes leis, decretos e resoluções 
federais. Veja a seguir os principais documentos legais que regularizam o 
procedimento de licenciamento ambiental: 
 Lei 6.938/81 – cria o SISNAMA e a Política Nacional do Meio Ambiente, 
como instrumento de AIA, e dá outras providências. 
 Resolução CONAMA 001/86 – dispõe sobre a obrigatoriedade de Estudo de 
Impacto Ambiental - EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental - 
RIMA no processo de AIA; 
 Resolução CONAMA 006/86 – dispõe sobre os modelos de publicação de 
pedidos de licenciamento, a renovação e a respectiva concessão de licença; 
 Resolução CONAMA 011/86 - altera e acrescenta incisos no artigo 2º, da 
Resolução 001/86; 
 Resolução CONAMA 006/87 – dispõe de regras gerais para o licenciamento 
ambiental de obras de grande porte de interesse da União; 
 Resolução CONAMA 010/87 - estabelece como medida compensatória de 
empreendimentos a implantação de Estação Ecológica pelo empreendedor 
e o investimento de no mínimo 0,5% dos gastos totais envolvidos com o 
empreendimento; 
 Resolução CONAMA 005/88 - dispõe sobre licenciamento das obras de 
saneamento sujeitas a efeitos significativos no ambiente; 
 
 
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 Resolução CONAMA 008/88 - dispõe sobre licenciamento de atividade 
mineral, o uso do mercúrio metálico e do cianeto em áreas de extração de 
ouro; 
 Constituição Federal de 1988 – reforça o vínculo entre o EIA e a licença (ver 
artigo 225 da constituição); 
 Decreto 99.274/90, Capítulo IV – dispõe sobre o licenciamento ambiental de 
atividades consideradas potencialmente poluidoras do ambiente; 
 Resolução CONAMA 009/90 - estabelece normas específicas para o 
Licenciamento Ambiental de Extração Mineral; 
 Resolução CONAMA 010/90 - estabelece critérios específicos para o 
licenciamento ambiental de extração mineral da classe II. 
 Resolução CONAMA 013/90 – dispõe sobre a obrigatoriedade de 
licenciamento de qualquer atividade que possa afetar a biota, caso se situe 
em um raio de 10 km de uma unidade de conservação. 
 Resolução CONAMA 023/94 – dispõe sobre licenciamento de atividades de 
exploração, perfuração e produção de petróleo e gás natural. 
 Resolução CONAMA 237/97 - Dispõe sobre os procedimentos e critérios 
utilizados no licenciamento ambiental e no exercício da competência, bem 
como as atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento 
ambiental. 
 Resolução CONAMA 264/00 – dispõe sobre licenciamento para o 
coprocessamento de resíduos em fornos rotativos de petróleo e gás natural. 
 Resolução CONAMA 273/00 - estabelece diretrizes para o licenciamento 
ambiental de empreendimentos que envolvam a instalação e sistemas de 
armazenamento de derivados de petróleo e outros combustíveis. 
 Resolução CONAMA 279/01 – estabelece procedimento simplificado para o 
licenciamento de empreendimentos de geração e transmissão de energia 
elétrica com pequeno potencial de impacto ambiental. 
 Resolução CONAMA 284/01 – dispõe sobre o licenciamento de 
empreendimentos de irrigação e os classifica em rês categorias. 
 Resolução CONAMA 286/01 – obriga a realização de estudos 
epidemiológicos para o licenciamento de empreendimentos cujas atividades 
potencializem os fatores de risco para a ocorrência de malária em regiões 
 
 
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epidêmicas. 
 Resolução CONAMA 289/01 - Estabelece diretrizes para o Licenciamento 
Ambiental de Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária. 
 Resolução CONAMA 334/03 – estabelece procedimentos de licenciamento 
de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de 
agrotóxicos. 
 Resolução CONAMA 335/03 – dispõe sobre o licenciamento de cemitérios. 
 Resolução CONAMA 349/04 – dispõe sobre o licenciamento de 
empreendimentos ferroviários de pequeno potencial de impacto ambiental e 
a regularização dos empreendimentos em operação. 
 Resolução CONAMA 350/04 – dispõe sobre o licenciamento específico das 
atividades de aquisição de dados sísmicos marítimos e em zonas de 
transição. 
 Resolução CONAMA 377/06 - Dispõe sobre licenciamento ambiental 
simplificado de Sistemas de Esgotamento Sanitário. 
 Resolução CONAMA 404/08 - Estabelece critérios e diretrizes para o 
licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos 
sólidos urbanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
------------------------FIM DO MÓDULO I------------------------

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