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Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
PRÁTICA JURÍDICA II
Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória
 
 	 
1. Recursos em espécie 
	1.1 	Apelação 
CPC, Art. 513. Da sentença caberá apelação (arts. 267 e 269). 
A apelação é o recurso utilizado para impugnar sentença, seja ela de mérito ou não. 
Algumas situações, porém, sinalizam que nem sempre será a apelação o recurso apto a impugnar a sentença. Existe a possibilidade de a sentença de primeiro grau ser impugnada por agravo de instrumento. 
Primeira hipótese é o caso da sentença que decreta falência. 
A matéria falimentar não é processada na justiça federal (motivo pelo qual não será analisada detidamente essa hipótese). A partir da decretação da falência por meio de sentença surge a massa falida e uma série de providências devem ser observadas. Assim, por exemplo, ao se decretar a falência é necessário arrecadar os bens do falido, são publicados editais dando ciência dessa circunstância para que os credores se habilitem. Em razão disso, o processo não vai ao tribunal. 
A sentença que decreta falência não comporta apelação. Isso porque a apelação, em regra, não tem efeito suspensivo. Se o processo levar meses para ser julgado, nesse meio tempo o falido teria ainda mais dilapidado seu patrimônio. Por isso, há longa data, não apenas pela lei 11.101/05, mas até mesmo pelo antigo diploma (Dec. 7661/45), ao se decretar a falência, o recurso cabível é o agravo de instrumento, pois com a interposição do agravo, o processo fica fisicamente em primeiro grau, a arrecadação pode ser realizada e o tribunal julga com base nas cópias. 
No caso de improcedência do pedido de falência, o ato do juiz será também uma sentença, mas o recurso cabível será de apelação. 
Embora seja um tema que a justiça federal não aprecia (CRFB, art. 109), ainda assim deve-se buscar conhecer a respeito do tema, pois é possível que haja crédito favorável à União, o que deverá ser informado no processo falimentar. 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
- as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
Segunda hipótese é a situação prevista no art. 109, II, da CRFB. 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
- as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; 
Em uma demanda como essa, qualquer que seja o ocupante do polo ativo ou passivo acaba sendo da justiça federal de primeiro grau, que proferirá sentença. 
Essa sentença não desafia apelação ao TRF, mas desafia recurso ordinário (RO) ao STJ. O RO é interposto em primeiro grau, as contrarrazões são colhidas, é feita a admissibilidade, e depois o processo vai ao STJ para julgamento. 
As decisões interlocutórias nesse mesmo processo permitem agravo de instrumento ao STJ. Essa é uma leitura realizada à luz do art. 540 do CPC/73. Mas, o novo CPC deixa explícito que cabe agravo de instrumento ao STJ nesses casos. 
Art. 540. Aos recursos mencionados no artigo anterior aplica-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento no juízo de origem, o disposto nos Capítulos II e III deste Título, observando-se, no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, o disposto nos seus regimentos internos. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 
Terceira hipótese, na execução fiscal de alçada (até 50 ORTNs), da sentença não cabe apelação (art. 34 da Lei 6.830/80 – lei específica que prevalece sobre o CPC), mas embargos infringentes ao mesmo órgão prolator da decisão (efeito regressivo). 
 Art. 34 - Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, só se admitirão embargos infringentes e de declaração. 
Ainda que o novo CPC elimine os embargos infringentes, esse recurso irá permanecer, pois ele não tem nada em relação aos embargos do CPC/73, apenas o nome. As hipóteses de cabimento são completamente diferentes. 
Por fim, a quarta hipótese de não cabimento de apelação é contra sentença de juizado especial. O recurso utilizado é o recurso inominado (a lei não nomina o recurso). 
 
1.1.1 Processamento da apelação 
O recurso de apelação é interposto no mesmo órgão prolator da decisão. 
Assim, prolatada a sentença pelo juiz, o interessado em recorrer (autor, réu, MP ou terceiro) irá interpor recurso de apelação no mesmo órgão jurisdicional no prazo de quinze dias. Esse prazo será mantido no novo CPC, com a diferença de que será contado em dias úteis. 
Eventualmente, o prazo pode ser maior: a fazenda pública tem prazo em dobro, assim como litisconsortes com diferentes procuradores (tais hipóteses serão mantidas no novo CPC). 
Há também a hipótese de o prazo da apelação ser menor. Ocorre nos procedimentos regulados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), cujo prazo é de apenas 10 (dez) dias para interposição da apelação. Essa lei não é de comum aplicação na justiça federal, mas é possível ocorrer. Nessas hipóteses o prazo será de apenas dez dias, mesmo se o recurso for interposto pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública (não há prazo diferenciado). 
A justiça federal pode julgar caso em que se discute guarda de menor, em situações de violação a tratado internacional (CRFB, art. 109, III). 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; 
Além da tempestividade, há a necessidade do preparo. É possível que o preparo seja regularizado em primeiro grau se for insuficiente (art. 511 do CPC). 
Art. 511. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
§ 1º São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelos Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. (Parágra único renumerado pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
§ 2º A insuficiência no valor do preparo implicará deserção, se o recorrente, intimado, não vier a supri-lo no prazo de cinco dias. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
A petição de interposição, dirigida ao órgão de primeiro grau, deve ter a qualificação das partes, o fundamento (porque discorda da decisão) e o requerimento para que o recurso seja acolhido e provido (CPC, art. 514). 
Art. 514. A apelação, interposta por petição dirigida ao juiz, conterá: 
I - os nomes e a qualificação das partes; II - os fundamentos de fato e de direito; III - o pedido de nova decisão. 
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 
O juiz de primeiro grau pode inadmitir a apelação por vários fundamentos. Por exemplo, pela intempestividade, pela existência de súmula impeditiva de recurso (art. 518, §1º). 
Súmula impeditiva de recurso não é o mesmo de súmula vinculante. A súmula vinculante é só para o STF, apenas ele cria a súmula vinculante através de procedimento específico. A súmula vinculante versa apenas de matéria constitucional. É obrigatória a observância da súmula vinculante.Tanto que, quando o juiz deixa da aplica-la, além do recurso próprio, a parte poderá apresentar diretamente ao STF uma Reclamação. 
A súmula impeditiva de recurso é qualquer súmula comum do STF e do STJ. Essas súmulas não são obrigatórias, mas tem caráter persuasivo. O juiz, nos fundamentos, deve indicar a súmula que embasa sua decisão. Se o recurso for contrário à súmula do STF ou STJ, o juiz não conhecerá da apelação, mencionando que sua decisão está amparada por súmula do STF ou STJ. 
A súmula impeditiva de recurso foi criada para prestigiar as decisões dos Tribunais Superiores, porque com isso se teria uma sumarização do processamento do recurso (Para que encaminhar o recurso ao TRF se já existe súmula do STF ou do STJ?). Foi criada com a melhor das intenções, mas, revelou-se inócua, pois quando o juiz deixa de receber a apelação, essa decisão interlocutória comporta outro recurso. 
Qualquer decisão que não conhece a apelação, seja pela intempestividade, pela ausência do preparo, pela súmula impeditiva de recurso, é uma decisão interlocutória, sendo cabível o agravo de instrumento, art. 522 do CPC/73. 
Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005) Parágrafo único. O agravo retido independe de preparo. 
O relator, verificando a existência da súmula, pode monocraticamente negar provimento ao agravo de instrumento. Essa decisão monocrática comporta outro recurso, o agravo interno, recurso este que é julgado pelo órgão colegiado, que também irá desprover o recurso, mantendo a súmula. Não obstante, a parte ainda pode manejar recurso especial, recurso extraordinário, embargos de divergência. 
A tentativa da súmula impeditiva de recurso é sumarizar o processamento do, mas nem sempre a parte concorda com o fundamento da decisão e da súmula, e a parte continua podendo manejar todos os recursos possíveis. 
Portanto, o nome “súmula impeditiva de recurso” não é adequado, pois não impede o recurso. 
A súmula impeditiva de recurso em primeiro grau não encontra previsão no novo CPC, porque a admissibilidade dos recursos será feita no Tribunal, não mais no juízo de primeiro grau. Não obstante, os juízes e desembargadores devem continuar observando as súmulas. 
Os Tribunais deverão ficar um pouco congestionados, pois o novo código deixa claro que não será possível inadmitir o recurso de plano, deve-se conferir à parte prazo para corrigir vício sanável. Assim, se faltar ou for insuficiente o preparo, a parte deverá ser intimada para regularizar. 
O art. 520 trata dos efeitos em que a apelação é recebida. 
Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) 
- homologar a divisão ou a demarcação; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) 
- condenar à prestação de alimentos; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) 
- (Revogado pela Lei nº 11.232, de 2005) 
- decidir o processo cautelar; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 
- julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. (Incluído pela Lei nº 9.307, de 23.9.1996) 
- confirmar a antecipação dos efeitos da tutela;(Incluído pela Lei nº 10.352, de 
26.12.2001) 
A apelação sujeita ao duplo efeito foi mantida no novo CPC. 
Nos incisos do art. 520 há as hipóteses em que a apelação só será recebida no efeito devolutivo. Esse rol não é exaustivo, mas exemplificativo, pois pode haver outras hipóteses pulverizadas no CPC/73, a exemplo do art. 1.198, que versa sobre a decisão que decreta interdição. 
Art. 1.198. Cessando as funções do tutor ou curador pelo decurso do prazo em que era obrigado a servir, ser-lhe-á lícito requerer a exoneração do encargo; não o fazendo dentro dos 10 (dez) dias seguintes à expiração do termo, entender-se-á reconduzido, salvo se o juiz o dispensar. 
Às vezes, o juiz, ao receber o recurso, pode se retratar. A regra, no entanto, é que o juiz encerre sua jurisdição com a publicação da sentença, alterando-a apenas por erro material, erro de cálculo, ou se forem opostos embargos de declaração (art. 463). 
Art. 463. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) 
- para Ihe corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais, ou Ihe retificar erros de cálculo; 
- por meio de embargos de declaração. 
Há casos em que a lei permite o juízo de retratação; o juiz analisa o que foi alegado na apelação e, em vez de remeter os autos ao Tribunal, pode analisar o mérito do recurso e retratar-se da sentença que proferiu. Pela dinâmica do CPC/73, isso é algo excepcional. 
O primeiro caso que o CPC prevê a possibilidade de retratação é o art. 296, que versa sobre o indeferimento da petição inicial (O indeferimento ocorre em razão de vício. Não se resolve o mérito). Essa hipótese será mantida no novo CPC. 
Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) 
Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) O segundo caso é o do art. 285-A, §1º, que trata da resolução liminar do mérito. 
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada. (Incluído pela Lei nº 11.277, de 2006) 
§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação. (Incluído pela Lei nº 11.277, de 2006) 
O novo CPC corrige um erro, deslocando a prescrição e decadência que são casos de indeferimento para improcedência liminar do mérito. 
No novo CPC, a hipótese de indeferimento está prevista nos artigos 330 e 331; a improcedência liminar do pedido está prevista no art. 332. 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
- for inepta; 
- a parte for manifestamente ilegítima; 
- o autor carecer de interesse processual; 
- não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando: 
- lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
- o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; 
- da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados. 
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. 
§ 1o Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. § 2o Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334. 
§ 3o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. 
	CAPÍTULO 	III 
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINARDO PEDIDO 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
- entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
- enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241. 
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. 
A terceira hipótese de juízo de retratação está prevista no art. 198 da lei 8.069/90: 
nas demandas que observam o procedimento do ECA a apelação tem juízo de retratação. 
São essas as três hipóteses de juízo de retratação pelo CPC/73. 
Já pelo novo CPC, a apelação contra qualquer sentença terminativa (NCPC, art. 485) terá juízo de retratação, em nome do princípio da primazia da resolução do mérito, que está enumerado como norma fundamental do NCPC no art. 4º. 
O NCPC traz uma contradição. O processo civil é algo sistemático, pontual. Pelo regime atual, o juiz não pode se retratar de ofício. Deve haver interposição de recurso, o qual deve ser admitido. Somente nessa hipótese o juiz pode se retratar. Mas, no NCPC, a admissibilidade não é feita mais no primeiro grau, ela é feita diretamente no Tribunal. Imagine-se que a apelação seja interposta no 16º dia. O juiz de primeiro grau não faz a admissibilidade, mas pode se retratar. É curioso o magistrado poder se retratar de um recurso que é manifestamente inadmissível. Pelo código atual, primeiro o magistrado recebe o recurso, somente se ele receber o recurso é que poderá se retratar nas hipóteses previstas em lei. O NCPC cria essa contradição: transfere a admissibilidade para o Tribunal e permite que o juiz faça a retratação antes da admissibilidade. 
Há polêmica no seio doutrinário sobre o tema, e doutrinadores já têm defendido uma posição intermediária no sentido de que, no caso de recurso manifestamente inadmissível, o juiz deve decidir nestes termos: “Não compete ao juiz de primeiro grau fazer admissibilidade do recurso, mas parece que o recurso é inadmissível, motivo pelo qual deixo de me retratar e encaminho o processo ao Tribunal”. 
Não sendo caso de juízo de retratação, intima-se a parte contrária para apresentar contrarrazões, no prazo de quinze dias, mesmo que seja Fazenda Pública, não há prazo diferenciado. O art. 188 do CPC diz: 
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. 
Pelo NCPC, a Fazenda Pública terá prazo em dobro para tudo, seja para recorrer, contestar, contra-arrazoar, exceto quando o prazo for próprio para a Fazenda Pública, caso em que não há dobra do prazo. Todos os prazos serão contados em dias úteis. 
Após as contrarrazões, o magistrado faz uma segunda admissibilidade. Se não for admitido o recurso, caberá agravo de instrumento, mas se for recebido, é determinada a remessa dos autos ao Tribunal. 
Ao chegar no Tribunal, o recurso é distribuído (CPC, art. 547) para uma turma ou câmara, e também ao relator. 
Pelo regime atual, a regra é que a apelação será julgada por três desembargadores, sendo uma delas o relator, outra o revisor, e ainda o vogal. Quando há o sorteio do relator, o que for abaixo dele em termos de antiguidade será o revisor, e o que vier depois deste na antiguidade será o vogal. 
Pelo NCPC, a única diferença é que o revisor desaparece, havendo um relator e dois vogais. 
O relator, com o processo em mãos, realiza novo exame de admissibilidade, podendo aplicar o art. 557 do CPC/73. 
Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
§ 1o-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
§ 1o Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento.(Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
§ 2o Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
A expressão “negar seguimento” é ampla, podendo se referir à admissibilidade ou ao mérito do recurso. 
O relator pode ainda admitir e dar provimento ao recurso (§1º-A). Para tanto, a decisão do Desembargador deve estar lastreada por súmula ou jurisprudência dominante. 
Da decisão monocrática do relator caberá agravo interno (§1º). 
O NCPC trata do tema no art. 932, com redação mais técnica, dizendo quando o relator pode inadmitir, quando pode dar provimento ou negar provimento. 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
- dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; 
- apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; 
- não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; IV - negar provimento a recurso que for contrário a: 
súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
- depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: 
súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
- decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; 
- determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; 
- exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. 
Não sendo caso de decisão monocrática, pelo CPC/73, o relator faz seu relato, o processo é enviado ao revisor, e após, o processo irá para o Presidente do órgão colegiado para ser designado um dia e hora para sessão. No dia da sessão, após a exposição do relator, o advogado tem direito à sustentação oral (o que será mantido pelo NCPC). 
Além de manter a sustentação oral em apelação, o NCPC admitirá também a sustentação oral em algunscasos de agravo de instrumento. 
Depois da sustentação oral, iniciam-se os votos dos desembargadores. O desembargador que teve o primeiro voto vencedor fica responsável pela elaboração do acórdão. 
Quando o julgamento não for unânime, em apelação, o CPC/73 prevê, em alguns casos, embargos infringentes (art. 530 a 534). 
Art. 530. Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência. (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
Art. 531. Interpostos os embargos, abrir-se-á vista ao recorrido para contra-razões; após, o relator do acórdão embargado apreciará a admissibilidade do recurso.(Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
Art. 532. Da decisão que não admitir os embargos caberá agravo, em 5 (cinco) dias, para o órgão competente para o julgamento do recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 
Art. 533. Admitidos os embargos, serão processados e julgados conforme dispuser o regimento do tribunal. (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
Art. 534. Caso a norma regimental determine a escolha de novo relator, esta recairá, se possível, em juiz que não haja participado do julgamento anterior. (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
Atenção: não é qualquer em caso de apelação que cabem embargos infringentes. A apelação deve ser provida, reformando sentença de mérito. 
O NCPC elimina os embargos infringentes como recurso e cria uma técnica de processamento do recurso prevista no art. 942 do novel código. De acordo com essa técnica, qualquer caso em que no julgamento da apelação tenha 2 votos a 1 (não apenas quando 
houver reforma de sentença de mérito), o órgão fracionário do tribunal terá de convocar desembargadores tabelares para complementar o julgamento. É muito semelhante aos embargos infringentes, mas embargos infringentes são recurso. No caso do julgamento por 2 votos a 1, devem ser convocados mais dois desembargadores, que é o quórum necessário para se reverter o resultado. 
Essa técnica criada em substituição aos embargos infringentes também deverá ser observada nos casos de ação rescisória, em caso de procedência, bem como para agravo de instrumento, em alguns casos. 
 
	1.2 	Agravos contra decisão interlocutória 
O recurso de agravo pode ser interposto contra decisão interlocutória e decisão monocrática. 
Primeiro será abordado acerca do agravo para impugnar decisão interlocutória. 
1.2.1 Agravo de instrumento e agravo retido 
Pelo CPC/73, há dois tipos de agravo para impugnar decisão interlocutória: o agravo de instrumento e o agravo retido. 
O agravo de instrumento é aquele em que a parte necessita levar o tema imediatamente ao Tribunal. A parte instrui o recurso com cópias do processo e o interpõe diretamente no Tribunal. 
O agravo retido, como o nome diz, fica retido. Se for o caso, quando houver apelação, a parte deve reiterar o agravo retido. Quando o processo chegar ao Tribunal, há o julgamento tanto do agravo retido quanto da apelação. 
Quando o CPC/73 foi criado, havia a possibilidade de escolha entre o agravo de instrumento e o retido. Diante dessa possibilidade, a maioria das pessoas escolhia o agravo de instrumento, causando um volume muito grande de recursos nos tribunais inferiores, que por sua vez tem menos julgadores e servidores do que a primeira instância. Diante desse quadro, editou-se a lei 11.187/04 alterando o CPC/73 e acabando com a opcionalidade entre o agravo retido e de instrumento. A regra que vigora hoje é que, de decisão interlocutória cabe agravo retido. 
Não se discute a decisão interlocutória na apelação, pois este recurso somente deve ser manejado para impugnar sentença. Para atacar decisão interlocutória deve-se interpor agravo retido. O agravo retido tem a finalidade de evitar a preclusão da matéria decidida por decisão interlocutória (CPC, art. 473). Depois, a parte deve reiterar na apelação ou contrarrazões. 
Art. 473. É defeso à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito se operou a preclusão. 
O agravo retido não tem preparo e deve ser interposto no prazo de dez dias. Há casos em que o agravo retido deve ser oral e imediatamente. Trata-se da hipótese em que a decisão interlocutória é proferida em AIJ (art. 523, §3º). 
Art. 523. Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o tribunal dele conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995) 
§ 3o Das decisões interlocutórias proferidas na audiência de instrução e julgamento caberá agravo na forma retida, devendo ser interposto oral e imediatamente, bem como constar do respectivo termo (art. 457), nele expostas sucintamente as razões do agravante.(Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005) 
Exceto nesses casos em que o recurso deve ser interposto de maneira imediata, o prazo é de dez dias. Na sequencia, o juiz deve intimar a parte contrária para apresentar contrarrazões, e o juiz profere a decisão, dizendo se vai retratar-se ou manter a decisão (“recebo o recurso e mantenho a decisão pelos próprios fundamentos”). 
No novo CPC essa decisão (“mantenho pelos próprios fundamentos”) não é possível, pois isso seria decisão não fundamentada. 
Se o juiz mantiver a decisão, ao menos se evitou a preclusão e, no momento em que a parte for apelar, ou contra-arrazoar a apelação, ela deve reiterar o (s) agravo (s) retido (s). 
Pelo novo CPC, o agravo retido acaba. A apelação da sentença permite ao Tribunal conhecer de todas as decisões interlocutórias. Na apelação, a parte pode questionar a sentença e as decisões interlocutórias. 
Enquanto não entrar em vigor o novo CPC, a regra é a interposição de agravo retido. O agravo de instrumento só pode ser interposto quando a lei autorizar. O CPC/73 prevê essa possibilidade em apenas cinco casos (art. 522, 475-H e 475-M, §3º). Além disso, leis especiais podem prever a utilização do agravo de instrumento. 
Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005) 
 
Art. 475-H. Da decisão de liquidação caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) 
 
Art. 475-M. A impugnação não terá efeito suspensivo, podendo o juiz atribuir-lhe tal efeito desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) 
§ 3o A decisão que resolver a impugnação é recorrível mediante agravo de instrumento, salvo quando importar extinção da execução, caso em que caberá apelação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) 
O primeiro caso de possibilidade de agravo de instrumento é a necessidade de tutela de urgência. A definição de urgência é deveras subjetiva, de sorte que, se o desembargador não concordar que a situação é urgente, poderá converter o agravo de instrumento em retido (art. 527, II). Essa decisão é irrecorrível (parágrafo único). 
Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribuído incontinenti, o relator: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
II - converterá o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, mandando remeter os autos ao juiz da causa; (Redação dada pela Lei nº 
11.187, de 2005) 
Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III docaput deste artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a reconsiderar. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005) 
Essa norma não se repetirá no novo CPC, pois não haverá mais agravo retido. 
A segunda e a terceira hipóteses de agravo de instrumento, também previstas no art. 522, tem o mesmo fundamento. São as hipóteses em que o juiz não recebe a apelação e de decisão quanto aos efeitos da apelação. Se fosse cabível agravo retido, esse agravo deveria ser reiterado, mas a apelação já foi interposta, então não haveria como reiterar o recurso. 
O art. 475-H é mantido pelo NCPC. A decisão que julga liquidação de sentença comporta agravo de instrumento. O novo CPC potencializa ainda mais essa norma, ao afirmar que qualquer decisão em liquidação comporta AI, não apenas a que julga. 
A última hipótese é a do art. 475-M, II. Se a impugnação ao cumprimento de sentença for acolhida e proferida sentença extinguindo o processo, cabe apelação. A impugnação não é como os embargos, não é ação. Se a impugnação for rejeitada e a execução continuar, se está diante de decisão interlocutória, e caberá AI. 
Pelo NCPC o tema é disciplinado no art. 1.015 que, originariamente, tinha 13 incisos, mas um deles foi corretamente vetado, assim como o art. 333, que falava da possibilidade de se converter uma ação individual em ação coletiva. Esse artigo excluía a possibilidade que se tem hoje de o indivíduo fugir do processo coletivo (right to opt out). O referido inciso do art. 1.015 tratava justamente da possibilidade de interposição de agravo de instrumento contra decisão do juiz que trata da conversão da ação individual em coletiva cabe agravo de instrumento. 
Assim, a rigor, há 12 incisos tratando dos casos de agravo de instrumento no NCPC. Além disso, há os casos das leis especiais, como o da lei de falência, e o parágrafo único do art. 1.015 que dispõe ser cabível AI para todas as decisões interlocutórias (em liquidação, em execução, etc). 
Portanto, no modelo atual, o AI tem cinco casos, no novo modelo, o AI será potencializado. 
O prazo do AI atualmente é de 10 dias; no NCPC passa a ser de 15 dias úteis, com a possibilidade de dobrar o prazo. 
O AI é interposto diretamente no tribunal com a apresentação obrigatória de cópias de algumas peças do processo (art. 525). 
Art. 525. A petição de agravo de instrumento será instruída: (Redação dada pela Lei nº 
9.139, de 30.11.1995) 
- obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;(Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995) 
- facultativamente, com outras peças que o agravante entender úteis. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995) 
§ 1o Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela que será publicada pelos 
tribunais. (Incluído pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995) 
§ 2o No prazo do recurso, a petição será protocolada no tribunal, ou postada no correio sob registro com aviso de recebimento, ou, ainda, interposta por outra forma prevista na lei local. (Incluído pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995) 
Quando uma dessas peças está ausente, o AI não é conhecido pelo Tribunal. 
O NCPC traz a obrigatoriedade de apresentação de mais peças, como petição inicial e contestação. Há, no entanto, uma ressalva: se o processo for eletrônico, não há necessidade de nenhuma peça. 
O NCPC determina ainda que, se houver algum vício (como ausência de peça obrigatória), o Tribunal deve permitir a regularização. 
O NCPC inova positivamente mudando a forma de interposição do recurso. Na justiça federal, em regiões como a primeira, o advogado que atua em Juiz de Fora que pretende interpor agravo de instrumento no TRF1, em Brasília, encontra hoje dificuldade diante da grande extensão territorial dessa região. O NCPC permite que o AI seja interposto na própria localidade. O AI é dirigido ao Tribunal, protocolado na vara de origem que encaminhará o processo ao Tribunal. 
Após a interposição do AI, há uma providência a ser realizada: o agravante deve juntar cópia do AI em 3 dias no juízo de primeiro grau. A razão de ser dessa obrigatoriedade é que a intimação do advogado para contra-arrazoar o AI se dá pelo diário oficial, obviamente sem cópia das peças. Isso gerava uma dificuldade para o advogado que não atua no mesmo estado do Tribunal (como no caso supra citado, em que o advogado em Juiz de Fora tem de responder a um AI interposto no TRF1, em Brasília). A apresentação das peças na vara de origem facilita o acesso ao advogado da parte contrária. Se não forem apresentadas as peças na vara de origem no prazo legal, o agravado poderá requerer certidão à secretaria da vara para provar o descumprimento da determinação legal, pois nesse caso o agravo não será conhecido. A juntada de cópia do agravo pode ser utilizada para o juiz se retratar, mas é usada principalmente para o agravado ter ciência da peça, tirando um serviço que seria do judiciário e transferindo para a parte agravante. 
Essa obrigatoriedade será mantida no NCPC, que só dispensa no caso de o processo ser eletrônico. 
Uma vez interposto o recurso, ele é distribuído livremente para uma das turmas ou câmaras e relator. Caso o recurso não seja inédito, ou seja, se o recurso não for o primeiro agravo daquele processo, haverá prevenção em relação ao órgão colegiado que recebeu o primeiro agravo. 
O relator tem os poderes do art. 527, do CPC. 
Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribuído incontinenti, o relator: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
- negar-lhe-á seguimento, liminarmente, nos casos do art. 557; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
- converterá o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, mandando remeter os autos ao juiz da causa; (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005) 
- poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
- poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
- mandará intimar o agravado, na mesma oportunidade, por ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de recebimento, para que responda no prazo de 10 (dez) dias (art. 525, § 2o), facultando-lhe juntar a documentação que entender conveniente, sendo que, nas comarcas sede de tribunal e naquelas em que o expediente forense for divulgado no diário oficial, a intimação far-se-á mediante publicação no órgão oficial; (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005) 
- ultimadas as providências referidas nos incisos III a V do caput deste artigo, mandará ouvir o Ministério Público, se for o caso, para que se pronuncie no prazo de 10 (dez) dias.(Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005) 
Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a reconsiderar. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005) 
O inciso I permite que o relator negue seguimento ao agravo de instrumento. No novo CPC, a diferença é que, antes de negar seguimento, o relator deve conferir o prazo de 5 dias para o agravante (10 dias para a Fazenda Pública) regularizar o vicio. 
Há uma dúvida no CPC/73 poderia fazer não apenas a negativa de seguimento, mas também conhecer o recurso e dar provimento (art. 557, §1º-A). 
Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominantedo respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
§ 1o-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
O grande problema é que, se o relator der provimento imediatamente, o agravado ainda não foi intimado para contra-arrazoar. Há uma polêmica quanto a isso, e, inclusive, há jurisprudência contraditória no STJ, no sentido de que se deve primeiro intimar o agravado para depois o relator admitir e dar provimento. 
Pois, se o relator negar seguimento sem intimar o agravado, não haveria prejuízo para o agravado. Porém, se ele recebe e dá provimento, há prejuízo para o agravado e, por isso, deve haver contraditório prévio. 
O novo CPC é no sentido de prestigiar o contraditório prévio, que é uma das normas fundamentais do novo CPC. 
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
- à tutela provisória de urgência; 
- às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701. 
A segunda providência que o relator poderá adotar, se entender não ser o caso de agravo de instrumento, é converter o AI em agravo retido. Essa decisão é irrecorrível. 
A terceira hipótese é o relator conferir o efeito suspensivo ao agravo, quando a regra é o efeito devolutivo. O relator pode suspender a eficácia da decisão agravada, ou ainda conferir o efeito ativo (que é a tutela antecipada do mérito recursal). O efeito ativo é buscado quando a decisão agravada é de cunho negativo (quando o juiz nega o pedido da parte). 
A decisão do relator que dá ou nega efeito suspensivo ou efeito ativo é irrecorrível (CPC, art. 527, p.u.). 
Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a reconsiderar. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005) 
Pelo Novo CPC, cabe agravo interno no prazo de quinze dias (ou 30 dias para a Fazenda) da decisão que concede ou nega efeito suspensivo ou ativo. 
Por fim, de acordo com os incisos IV, V e VI, o relator intima o agravado para responder, pede informações ao juiz (se for o caso) e intima o MP quando este tiver de atuar como fiscal da lei. 
Alguns desembargadores pedem ao juízo a quo informações pormenorizadas, inclusive se a parte agravante cumpriu o disposto no art. 526 (juntada de cópia do agravo em 3 dias). De acordo com a interpretação literal, esse pedido é equivocado, pois quem deve provar o descumprimento do art. 526 é o agravado, que deve alegar e provar (parágrafo único do art. 526). 
Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995) 
Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que argüido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
Cumpridas essas providências, o agravo é julgado em sessão. E, de acordo com o CPC atual, o AI não tem sustentação oral (art. 554). 
Art. 554. Na sessão de julgamento, depois de feita a exposição da causa pelo relator, o presidente, se o recurso não for de embargos declaratórios ou de agravo de instrumento, dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente e ao recorrido, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem as razões do recurso. 
Pelo Novo CPC (art. 937), o advogado poderá fazer sustentação oral nos casos de agravo de instrumento de tutela de urgência. 
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021: 
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência; 
Isso tornará a sessão mais morosa, inclusive porque, quando a decisão for não unânime, devem-se convocar os desembargadores tabelares, convocar uma nova sessão ou prosseguir imediatamente (NCPC, art. 942). 
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. 
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado. 
§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento. 
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em: 
- ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno; 
- agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. 
§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: 
- do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas; 
- da remessa necessária; 
- não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. 
 
	1.3 	Agravo para impugnar decisão monocrática 
Decisão monocrática existe há muito tempo e hoje é fundamentada no art. 557, do CPC. Ela comporta agravo que não tem nome, no prazo de cinco dias. 
Esse agravo não era claro no CPC/39. Naquele período, os próprios tribunais, por meio de regimento, poderiam criar recurso, tratar de matéria processual. Com isso, passou a existir os chamados agravos regimentais. 
Com a chegada do CPC/73, houve a regulamentação dos agravos regimentais no próprio código de processo em várias hipóteses: art. 557, §1º, 120, p.u., 545, 532. 
Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
§ 1o Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento.(Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
 
Art. 120. Poderá o relator, de ofício, ou a requerimento de qualquer das partes, determinar, quando o conflito for positivo, seja sobrestado o processo, mas, neste caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos juízes para resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes. 
Parágrafo único. Havendo jurisprudência dominante do tribunal sobre a questão suscitada, o relator poderá decidir de plano o conflito de competência, cabendo agravo, no prazo de cinco dias, contado da intimação da decisão às partes, para o órgão recursal competente. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
 
Art. 545. Da decisão do relator que não conhecer do agravo, negar-lhe provimento ou decidir, desde logo, o recurso não admitido na origem, caberá agravo, no prazo de 5 (cinco) dias, ao órgão competente,observado o disposto nos §§ 1o e 2odo art. 557. (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010) 
 
Art. 532. Da decisão que não admitir os embargos caberá agravo, em 5 (cinco) dias, para o órgão competente para o julgamento do recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 
O termo “agravo regimental” deve ser utilizado para o agravo previsto no regimento. Mas, muitas vezes, o agravo regimental ficou inócuo, pois já existe previsão normativa para esse recurso. 
Não é apenas o CPC/73 que prevê agravo de decisão monocrática. Há diversas leis específicas. Quando o juiz dá uma tutela de urgência em desfavor da Fazenda Pública, em uma situação não permitida. O advogado público, na defesa da União, pode tomar três providências, inclusive de maneira cumulativa: É uma decisão interlocutória que não observa entendimento vinculante do STF (ADC 4) e, nesse caso, pode interpor Agravo de Instrumento no TRF; pode ainda ajuizar Reclamação diretamente ao STF; por fim, pode apresentar requerimento de suspensão de tutela antecipada ou de suspensão de segurança perante o Presidente do Tribunal local (TRF). A decisão do presidente do TRF desafia um agravo em 5 dias, agravo esse que está previsto na lei 8437/92, art. 4º. 
Art. 4° Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso, suspender, em despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas. 
§ 1° Aplica-se o disposto neste artigo à sentença proferida em processo de ação cautelar inominada, no processo de ação popular e na ação civil pública, enquanto não transitada em julgado. 
§ 2o O Presidente do Tribunal poderá ouvir o autor e o Ministério Público, em setenta e duas horas. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001) 
§ 3o Do despacho que conceder ou negar a suspensão, caberá agravo, no prazo de cinco dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte a sua interposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001) 
§ 4o Se do julgamento do agravo de que trata o § 3o resultar a manutenção ou o restabelecimento da decisão que se pretende suspender, caberá novo pedido de suspensão ao Presidente do Tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001) § 5o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 4o, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001) 
§ 6o A interposição do agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o Poder Público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001) 
§ 7o O Presidente do Tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar, se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001) 
§ 8o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o Presidente do Tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001) 
§ 9o A suspensão deferida pelo Presidente do Tribunal vigorará até o trânsito em julgado da decisão de mérito na ação principal. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001) 
É curioso que o agravo regimental não deveria mais ser permitido, pois regimento não pode tratar de matéria processual, somente o Congresso Nacional. Mas, a jurisprudência do STF e do STJ vem entendendo, há longa data, que o agravo regimental é possível porque não é recurso, é uma forma de integrar a vontade do órgão colegiado. Pelo agravo regimental, o mesmo recurso interposto anteriormente, decidido monocraticamente, é remetido ao colegiado. 
O Novo CPC disciplina esse agravo em apenas um artigo, nominando-o de agravo interno (art. 1.021). 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. 
§ 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. 
§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. 
§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. 
§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. 
§ 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. 
Deve-se atentar para o fato de que, no novo CPC, todos os recursos, à exceção dos embargos de declaração, terão prazo de quinze dias úteis, inclusive o agravo interno e suas contrarrazões. 
Os agravos internos que já existem hoje previstos em leis especiais e os agravos regimentais não continuarão com seus prazos de cinco dias, mas obedecerão ao disposto no NCPC, art. 1.070: 
Art. 1.070. É de 15 (quinze) dias o prazo para a interposição de qualquer agravo, previsto em lei ou em regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal. 
Essa é a principal mudança trazida pelo NCPC. Os prazos passam a ser de quinze dias. Basta haver uma decisão monocrática (em apelação, em reexame necessário, em AI...) no Tribunal Inferior ou Superior. 
O processamento do agravo interno será da seguinte forma. Após a apresentação das contrarrazões, o Desembargador Relator pode se retratar ou manter a decisão. Em caso de ausência de retratação, o órgão colegiado se reúne para julgar o agravo. 
De acordo com o art. 1.021, §3º, quando houver manutenção da decisão monocrática, é vedada a reprodução dos seus fundamentos (v.g., “mantenho a decisão pelos seus próprios fundamentos”). 
 
	1.4 	Agravo de instrumento do art. 544, do CPC 
O recurso especial e o extraordinário são interpostos no Tribunal inferior, que faz a admissibilidade do recurso. Quando houver negativa de seguimento ao especial ou extraordinário, cabe o agravo de instrumento do art. 544 do CPC/73. 
Art. 544. Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo nos próprios autos, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010) 
§ 1o O agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido. (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010) 
§ 2o A petição de agravo será dirigida à presidência do tribunal de origem, não dependendo do pagamento de custas e despesas postais. O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta, podendo instruí-la com cópias das peças que entender conveniente. Em seguida, subirá o agravo ao tribunal superior, onde será processado na forma regimental. (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
§ 3o O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta. Em seguida, os autos serão remetidos à superior instância, observando-se o disposto no art. 543 deste Códigoe, no que couber, na Lei no 11.672, de 8 de maio de 2008. (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010) 
§ 4o No Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, o julgamento do agravo obedecerá ao disposto no respectivo regimento interno, podendo o relator: (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010) 
- não conhecer do agravo manifestamente inadmissível ou que não tenha atacado especificamente os fundamentos da decisão agravada; (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) 
- conhecer do agravo para: (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) 
negar-lhe provimento, se correta a decisão que não admitiu o recurso; (incluído pela 
Lei nº 12.322, de 2010) 
negar seguimento ao recurso manifestamente inadmissível, prejudicado ou em confronto com súmula ou jurisprudência dominante no tribunal; (incluído pela Lei nº 
12.322, de 2010) 
dar provimento ao recurso, se o acórdão recorrido estiver em confronto com súmula ou jurisprudência dominante no tribunal. (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) 
Esse agravo é interposto no Tribunal Inferior que recebe as razões, intima o agravado para responder e envia o agravo para o STF ou STJ, não realizando a admissibilidade do recurso de agravo (STF, súmula 727). O processo físico fica no Tribunal Inferior. 
SÚMULA 727 
NÃO PODE O MAGISTRADO DEIXAR DE ENCAMINHAR AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
O AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO DA DECISÃO QUE NÃO ADMITE RECURSO EXTRAORDINÁRIO, AINDA QUE REFERENTE A CAUSA INSTAURADA NO ÂMBITO DOS JUIZADOS ESPECIAIS. 
De acordo com a atual redação do art. 544, o recurso cabível não é mais agravo de instrumento, mas simplesmente agravo nos próprios autos, o processo vai inteiro para o STF/STJ. Isso porque, se o agravo for provido, na própria sessão pode ser julgado o mérito do especial ou do extraordinário. 
Essa súmula 727 está certa em parte, e deve ser riscada a expressão “de instrumento” para ser aproveitada. 
O NCPC muda a questão do juízo de admissibilidade. O tribunal inferior não faz mais de juízo de admissibilidade. Por isso fala-se em extinção do recurso do art. 544. 
Mas, em alguns casos, o recurso do art. 544 irá continuar. Pois, em alguns casos o Tribunal inferior continua com os processos. Mas, o nome será alterado para Agravo em Recurso Especial ou Agravo em Recurso Extraordinário (NCPC, art. 1.042). 
Seção III 
Do Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão de presidente ou de vice-presidente do tribunal que: 
- indeferir pedido formulado com base no art. 1.035, § 6o, ou no art. 1.036, § 2o, de inadmissão de recurso especial ou extraordinário intempestivo; 
- inadmitir, com base no art. 1.040, inciso I, recurso especial ou extraordinário sob o fundamento de que o acórdão recorrido coincide com a orientação do tribunal superior; III - inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, § 8o, ou no art. 1.039, parágrafo único, sob o fundamento de que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida. 
§ 1o Sob pena de não conhecimento do agravo, incumbirá ao agravante demonstrar, de forma expressa: 
- a intempestividade do recurso especial ou extraordinário sobrestado, quando o recurso fundar-se na hipótese do inciso I do caput deste artigo; 
- a existência de distinção entre o caso em análise e o precedente invocado, quando a inadmissão do recurso: 
especial ou extraordinário fundar-se em entendimento firmado em julgamento de recurso repetitivo por tribunal superior; 
extraordinário fundar-se em decisão anterior do Supremo Tribunal Federal de inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida. 
§ 2o A petição de agravo será dirigida ao presidente ou vice-presidente do tribunal de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais. 
§ 3o O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 4o Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal superior competente. 
§ 5o O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso especial ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, ainda, o disposto no regimento interno do tribunal respectivo. 
§ 6o Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial, o agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido. 
§ 7o Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal competente, e, havendo interposição conjunta, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça. § 8o Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça e, se for o caso, do recurso especial, independentemente de pedido, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele dirigido, salvo se estiver prejudicado. 
 
	1.5 	Embargos de declaração 
CPC, art. 535/538. 
É o recurso cabível para impugnar decisão judicial, assim entendidas as decisões interlocutórias, sentenças, decisões monocráticas e acórdãos. 
Os embargos de declaração são usados quando há omissão, contradição e obscuridade. O NCPC acrescenta mais uma hipótese de uso dos embargos de declaração, que o professor entende desnecessária: correção de erro material. Desnecessário porque o erro material pode ser corrigido pelo juiz a qualquer momento, podendo ser alegado por simples petição. 
Art. 535. Cabem embargos de declaração quando:(Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 
- houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 
- for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 
Art. 536. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando sujeitos a preparo. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 
Art. 537. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias; nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subseqüente, proferindo voto. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 
Art. 538. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 
Parágrafo único. Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de 1% (um por cento) sobre o valor da causa. Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até 10% (dez por cento), ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do valor respectivo.(Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 
Os embargos de declaração serão opostos no prazo de cinco dias. Pelo NCPC o prazo será mantido. 
Observação: Todos os recursos do novo CPC, à exceção dos embargos de declaração, terão prazo de quinze dias. Todos os agravos, inclusive não previstos no novo CPC, também terão prazo de quinze dias. Mas, os recursos previstos em leis específicas, tais como o recurso inominado dos juizados, permanecerão com o prazo estabelecido na respectiva lei de regência. 
Quando os embargos de declaração são opostos, podem gerar o efeito interruptivo ou o suspensivo. 
Quando o recurso tem efeito interruptivo, o prazo do outro recurso volta a correr integralmente. 
No caso dos embargos de declaração do CPC, o efeito é interruptivo (CPC/73, art. 538), para ambas as partes. 
Nos juizados especiais, os embargos de declaração suspendem o prazo do recurso inominado (Lei 9.099/95, art. 50). 
Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para recurso. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) 
Por essa regra, se forem opostos embargos de declaração no terceiro dia do prazo para o recurso inominado, após a decisão dos embargos haverá prazo de sete dias para interposiçãodo recurso inominado, e não mais dez dias. 
Há uma dicotomia: efeito interruptivo no juízo federal, no juízo fazendário, numa vara cível, previdenciária, que aplica o CPC de maneira subsidiária, na vara de execução fiscal, mas no sistema dos juizados, o efeito é suspensivo. 
Com o NCPC, acaba essa regra do juizado especial, pois todos os embargos de declaração terão efeito interruptivo (Art. 1.065 do NCPC, que altera a lei 9099). 
Art. 1.065. O art. 50 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, passa a vigorar com a seguinte redação: (Vigência) 
“Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.” (NR) 
Isso afetará a celeridade, inclusive nos juizados especiais, em que, pelo NCPC, o recurso inominado passa a ter o prazo de dez dias úteis. 
O professor chama à atenção o fato de que o novo CPC não é integralmente sistemático, contendo regras espalhadas em seu bojo. Importante iniciar a leitura do novo código pelos extremos: normas fundamentais (art. 1º ao 12) e disposições finais (arts. 1.046 ao 1.072). 
Os embargos de declaração independem de preparo. 
A admissibilidade do recurso atém-se à tempestividade. 
Se o juiz perceber que irá acolher os embargos e dar-lhe provimento, modificando o conteúdo da decisão (efeito modificativo ou infringente), a doutrina defende que o juiz deve intimar previamente o embargado para apresentar contrarrazões. O NCPC passa a prever isso expressamente. 
Após as contrarrazões, o processo vai concluso para o magistrado. 
 Existe identidade física do juiz para julgar embargos de declaração? 
É recomendável que sim. Mas, o CPC/73 não prevê essa obrigatoriedade, nem o NCPC. Não há vinculação pessoal do juiz que proferiu a decisão para analisar o mérito dos ED. 
O NCPC também acaba com a identidade física do juiz, que está prevista no CPC/73, art. 132. 
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar. 
A decisão dos embargos de declaração pode ser proferida por outro juiz, desde que ele esteja lotado naquele juízo, que ele seja o tabelar, por exemplo. 
Se os embargos de declaração forem protelatórios, o embargante será multado em 1% sobre o valor da causa (aumentada para 2% pelo NCPC), e se for reiterado, aumenta-se a multa para 10%. 
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