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Anatomia Humana - Portugues

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Anatomia Humana A 
 
 Página 1 
Capítulo I - Instrumentação Cirúrgica 
1. Definição 
A Instrumentação Cirúrgica é, no 
Brasil, uma profissão de nível técnico e hoje, 
imprescindível ao nosso país. O instrumentador 
cirúrgico tem a função de ajudar a equipe 
cirúrgica no ato cirúrgico, o qual abrange 
desde a preparação dos instrumentos até o 
término da cirurgia com a retirada dos 
pérfuro-cortantes. Para tal ofício exige-se 
não apenas uma formação adequada e rigorosa, 
como também uma prática segura, ágil e hábil, 
em apoio à equipe cirúrgica, de tal forma que a prática da cirurgia não prescinde 
de sua participação. 
 
 
2. História 
A instrumentação cirúrgica nasce no Século XIX com forte influência de Jean 
Henry Dunant, considerado o pai histórico da Instrumentação Cirúrgica em razão de 
sua atuação como auxiliar instrumentador dos cirurgiões militares durante a Batalha 
de Solferino (1859), ainda que não se reconhecesse tal atividade como uma 
profissão. 
Henry Dunant - um cidadão suíço - assistiu 
à sangrenta Batalha de Solferino, travada no 
norte de Itália, entre o exército imperial 
austríaco e as forças aliadas da França e da 
Sardenha e da qual resultaram 40 mil vítimas 
fatais. Dunant rapidamente reuniu mulheres das 
aldeias mais próximas para que prestassem 
auxílio humanitário às vítimas da guerra. 
Em 1862, Dunant publicou "Recordação de 
Solferino", no qual, além de escrever as suas 
memórias da batalha, propôs algumas soluções 
políticas e lançou o desafio para a criação de 
sociedades nacionais de auxílio humanitário e de regras mínimas a serem respeitadas 
em tempos de guerra. Assim, ficaria traçado o caminho para as futuras Convenções de 
Genebra. 
Em Fevereiro de 1863, quatro cidadãos juntaram-se a Dunant para levar a cabo 
um projeto de constituição do "Comitê Internacional de Socorro a Feridos", que, 
mais tarde viria a ser designado "Comitê Internacional da Cruz Vermelha". 
Em resposta ao convite do Comitê, especialistas de 16 países reuniram-se em 
Genebra, em Outubro de 1863, para adotar as 10 Resoluções que formaram a Carta da 
Cruz Vermelha. Estavam, pois, definidas as funções e os métodos de trabalho para 
socorro a feridos. A partir desse momento, a Cruz Vermelha tornou-se uma realidade. 
Anatomia Humana A 
 
 Página 2 
Foi nesse contexto que se escolheu o dia e mês de nascimento de Jean Henry 
Dunant - 06 de maio de cada ano – para a comemoração do dia do Instrumentador 
Cirúrgico em demonstração do reconhecimento, pelo Estado Brasileiro, da importância 
do desse profissional para o desenvolvimento da Cirurgia e a melhoria da saúde do 
nosso povo. 
No Século XX aconteceu o período de maior desenvolvimento das cirurgias e 
conseqüentemente crescimento do papel do instrumentador cirúrgico. Sendo assim, 
tornaram-se necessários profissionais mais qualificados o que impulsionou o 
surgimento de escolas formadoras desses profissionais. 
As primeiras instituições de ensino 
para Técnicos em Instrumentais Cirúrgicos 
surgiram em Nice na França, datado em 1954 
com o objetivo de preparar os profissionais 
para a evolução cirúrgica, isto é, tempos 
cirúrgicos, materiais para cada 
especialidade entre outras atividades 
cirúrgicas. 
O profissional em Instrumentação 
Cirúrgica tem uma função de extrema importância para o bom desempenho do ato 
cirúrgico. Fica sobre os seus cuidados todo o instrumental utilizado antes, durante 
e após a cirurgia. 
Ele é responsável por facilitar a cirurgia ordenando, controlando e 
fornecendo o instrumental e material cirúrgicos ao cirurgião e aos seus auxiliares. 
Dessa forma ele auxilia o trabalho do cirurgião e beneficia o paciente ao reduzir o 
tempo cirúrgico, diminuindo assim, os índices de contaminação e de infecção pós-
operatórias. 
Com a evolução das intervenções cirúrgicas, exige-se concomitantemente o 
aumento também do conhecimento de aparelhos e instrumentos modernos, além do 
conhecimento básico das técnicas usualmente empregadas em atos operatórios, noções 
de anatomia, assepsia, biossegurança, células e tecidos, ética profissional, 
fisiologia, higiene e microbiologia. 
O profissional de Instrumentação Cirúrgica é peça fundamental no bom 
transcorrer do ato operatório. Sua função primordial é fornecer o instrumental 
cirúrgico adequado ao cirurgião e ao auxiliar, sendo possível realizar as funções 
de segundo auxiliar quando o primeiro estiver ocupado, resguardando-se às 
atividades regidas pela legislação vigente à sua categoria. Ele deverá conhecer a 
técnica empregada no ato operatório e estar atento à manutenção da antissepsia e 
assepsia de toda a equipe cirúrgica e tudo que envolve a sala cirúrgica. 
Conhecer os instrumentos por seus nomes, apelidos e gestos, entregar o 
instrumento com presteza ao sinal ou pedido verbal do cirurgião, colocando-o em sua 
mão de forma precisa e exata para uso imediato, não se distrair em nenhum momento 
do decorrer da cirurgia, pois a antecipação às requisições do cirurgião depende 
disso, e sempre antes da cirurgia certificar-se que tudo está em ordem, desde os 
fios e agulhas, até os instrumentos especiais, também são funções importantes de um 
instrumentador. 
Anatomia Humana A 
 
 Página 3 
Portanto, dentre as inerentes funções do Instrumentador Cirúrgico a sua maior 
responsabilidade é com os instrumentais cirúrgicos. Seu objetivo maior, assim como 
de toda a equipe cirúrgica, é a qualidade e segurança do procedimento cirúrgico, 
atendendo ao cliente com maior eficácia e eficiência. 
Observação: O acréscimo no material didático ficará a 
critério do professor. 
 
 
 
Capítulo II: A História da Anatomia Humana 
1. Conceito 
A Anatomia (anã = em partes + tomein = cortar) 
estuda macroscopicamente a constituição dos seres, 
identificando órgãos e sistemas. Por ser antiga, é 
considerada uma ciência-mãe, uma vez que dá suporte para 
as demais ciências biológicas, o que permite a 
identificação e o estabelecimento conceitual dos sistemas 
orgânicos. 
Vários anos foram necessários para que uma 
linguagem padrão fosse estabelecida pelos anatomistas. A 
nomenclatura anatômica, como foi chamada essa linguagem 
universal, tornou possível a padronização nominal das estruturas do corpo, 
diminuindo o vasto dicionário de termos anatômicos existentes, além de constituir 
um avanço no campo conciliatório entre os anatomistas do mundo inteiro. 
2. Breve Histórico da Anatomia Humana 
O conhecimento anatômico do corpo humano data de quinhentos anos antes de 
Cristo no sul da Itália com Alcméon de Crotona, que realizou dissecações em 
animais. Pouco tempo depois, um texto clínico da escola hipocrática descobriu a 
anatomia do ombro conforme havia sido estudada com a dissecação. Aristóteles 
mencionou as ilustrações anatômicas quando se referiu aos paradigmata, que 
provavelmente eram figuras baseadas na dissecação animal. 
No século III A.C., o estudo da anatomia avançou consideravelmente na 
Alexandria. Muitas descobertas lá realizadas podem ser atribuídas a Herófilo e 
Erasístrato, os primeiros que realizaram dissecações humanas de modo sistemático. 
A partir do ano 150 A.C. a 
dissecação humana foi de novo proibida por 
razões éticas e religiosas. O conhecimento 
anatômico sobre o corpo humano continuou no 
mundo helenístico, porém só se conhecia 
através das dissecações em animais. 
Parece que o estudo da anatomia 
humana recomeçou mais por razões práticas 
que intelectuais.A guerra não era um 
assunto local e se fez necessário dispor de 
Anatomia Humana A 
 
 Página 4 
meios para repatriar os corpos dos mortos em combate. O embalsamento era suficiente 
para trajetos curtos, mas as distâncias maiores como as Cruzadas introduziram a 
prática de “cocção dos ossos”. 
O motivo mais importante para a dissecação humana, foi o desejo de saber a 
causa da morte por razões essencialmente médico-legais, de averiguar o que havia 
matado uma pessoa importante ou elucidar a natureza da peste ou outra enfermidade 
infecciosa. O verbo “dissecar” era usado também para descrever a operação cesariana 
cada vez mais freqüente. 
A tradição manuscrita do período medieval não se baseou no mundo natural. As 
ilustrações anteriores eram aceitas e copiadas. Em geral, a capacidade dos 
escritores era limitada e ao examinar a realidade natural, introduziram pelo menos 
alguns erros tanto de conceito como de técnica. As coisas “eram vistas” tal qual os 
antigos e as ilustrações realistas eram consideradas como um curto-circuito do 
próprio método de estudo. 
A anatomia não era uma disciplina independente, mas um auxiliar da cirurgia, 
que nessa época era relativamente grosseira e reunia sobre todo conhecer os pontos 
apropriados para a sangria. Durante todo o tempo que a anatomia ostentou essa 
qualidade oposta à prática, as figuras não-realistas 
e esquemáticas foram suficientes. 
Uma das primeiras e mais acertada solução para 
uma reprodução perfeita das representações gráficas 
foi encontrada nas ilustrações publicadas nos 
tratados anatômicos de Andrés Vesálio (1514-1564), 
que culminou com seu De humanis corpori fabrica em 
1453, um dos livros mais importantes da história do 
homem. 
Vesálio nasceu em Bruxelas em 1514, no seio de 
uma família muito relacionada com a casa de Borgonha 
e a corte do Imperador da Alemanha. Sua primeira 
formação médica foi na Universidade de Paris (onde 
esteve com mestres como Jacques du Bois e Guinter de 
Andernach), e foi interrompida pela guerra entre França e o Sacro Império Romano. 
Vesálio completou seus estudos na renomada escola médica de Pádua, no norte da 
Itália. Após seu término começou a estudar cirurgia e anatomia. Após alguns 
trabalhos preliminares, em 1543, com a idade de 28 anos, publicou seu opus magnun, 
que revolucionou não só a anatomia como também o ensino científico em geral. 
As ilustrações da Fabrica destacam-se precisamente pela sua estreita relação 
com o texto, já que ajudam no entendimento do que este expressa com dificuldade. 
Supera a pauta expositiva usada por Mondino, e cada um dos sistemas principais 
(ossos, músculos, vasos sangüíneos, nervos e órgãos internos) é representado e 
estudado separadamente. As partes de cada sistema orgânico são expostas tanto em 
conjunto como individualmente e mesmo assim são consideradas todas as relações 
entre essas estruturas. Vesálio comprovou também que não são 
iguais em todos os indivíduos 
 
Anatomia Humana A 
 
 Página 5 
 No século XVII foram efetuadas notáveis descobertas no campo da anatomia e 
da fisiologia humana. Francis Glisson (1597-1677) descreveu em detalhes o fígado, o 
estômago e o intestino. Apesar de seus pontos de vista sobre a biologia serem 
basicamente aristotélicos, teve também concepções modernas, como a que se refere 
aos impulsos nervosos responsáveis pelo esvaziamento da vesícula biliar. 
 
 
 Thomas Wharton (1614-1673) deu um grande passo ao ultrapassar a velha 
e comum idéia de que o cérebro era uma glândula que secretava muco (sem 
dúvida, continuou acreditando que as lágrimas se originavam ali). Wharton 
descreveu as características diferenciais das glândulas digestivas, linfáticas 
e sexuais. O conduto de evacuação da glândula salivar submandibular conhece-se 
como conduto de Wharton. Uma importante contribuição foi distinguir entre 
glândulas de secreção interna (chamadas hoje endócrinas), cujo produto cai no 
sangue, e as glândulas de secreção externa (exócrinas), que descarregam nas 
cavidades. Niels Steenson em 1611 estabeleceu a diferença entre esse tipo de 
glândula e os nódulos linfáticos ( que recebiam o nome de glândula apesar de 
não formar parte do sistema). Considerava que as lágrimas provinham do cérebro. 
A nova concepção dos sistemas de 
transporte do organismo que se obteve graças 
às contribuições de muitos investigadores 
ajudou a resolver os erros da fisiologia 
galênica referentes à produção de sangue. 
Gasparo Aselli (1581-1626) descobriu 
que após a ingestão abundante de comida o 
peritônio e o intestino de um cachorro se 
cobriam de umas fibras brancas que, ao serem 
seccionadas, extravasavam um líquido 
esbranquiçado. Tratava-se dos capilares 
quilíferos. Até a época de Harvey se pensava 
que a respiração estimulava o coração para 
produzir espíritos vitais no ventrículo 
direito. Harvey, porém, demonstrou que o 
sangue nos pulmões mudava de venoso para 
arterial, mas desconhecia as bases desta 
transformação. 
A explicação da função respiratória 
levou muitos anos, mas durante o século XVII 
foram dados passos importantes para seu esclarecimento. Robert Hook (1635-1703) 
demonstrou que um animal podia sobreviver também sem movimento pulmonar se 
inflássemos ar nos pulmões. Richard Lower (1631-1691) foi o primeiro a realizar 
transfusão direta de sangue, demonstrando a diferença de cor entre o sangue 
arterial e o venoso, a qual se devia ao contato com o ar dos pulmões. John Mayow 
(1640-1679) afirmou que a vermelhidão do sangue venoso se devia à extração de 
alguma substância do ar. Chegou à conclusão de que o processo respiratório não era 
Anatomia Humana A 
 
 Página 6 
mais que um intercâmbio de gases do ar e do sangue; este cedia o espírito 
nitroaéreo e ganhava os vapores produzidos pelo sangue. 
 Em 1664 Thomas Willis 
(1621-1675) publicou De Anatomi 
Cerebri (ilustrado por Christopher 
Wren e Richard Lower), sem dúvida o 
compêndio mais detalhado sobre o 
sistema nervoso. Seus estudos 
anatômicos ligaram seu nome ao 
círculo das artérias da base do cérebro, ao décimo primeiro par 
craniano e também a um determinado tipo de surdez. Contudo, sua obsessão em 
localizar no nível anatômico os processos mentais o fez chegar a conclusões 
equívocas; entre elas, que o cérebro controlava os movimentos do coração, pulmões, 
estômago e intestinos e que o corpo caloso era assunto da imaginação. 
 
2. Episódio Macabro no Ensino da Anatomia 
 No século XVIII, 
Edinburgh, na Grã-Bretanha, era 
um grande centro de estudos 
anatômicos. Na Universidade, a 
cátedra de Anatomia foi ocupada 
pela dinastia dos Monro por 
três gerações. O primeiro 
deles, Alexander Monro primus 
lecionou de 1720 a 1758, tendo 
sido substituído por seu filho 
Alexander Monro secundus, que 
se destacou como autor de 
quatro importantes obras de 
Anatomia, numa das quais, publicada em 1797, descreveu o chamado "buraco de Monro". 
Sucedeu-lhe seu filho, Alexander Monro tertius, que não possuía as qualidades do 
pai, e o ensino de Anatomia na Universidade entrou em declínio. 
Na época, era permitido o ensino paralelo em escolas e cursos privados. Para 
o ensino de anatomia destacava-se o curso extracurricular dirigido por John 
Barclay, anatomista de grande renome e prestígio internacional. Barclay convidou 
para ser seu assistente ao Dr. Robert Knox, que se tornou 
um dos personagens do episódio que vamos narrar. Antes, 
precisamos saber quemera Robert Knox. 
 Robert Knox (1791-1862) era natural de Edinburgh, 
onde foi educado. No colégio fora um aluno brilhante, 
tendo sido premiado por seu desempenho nos estudos e 
conduta exemplar. Graduou-se em medicina em 1814, 
ingressando no ano seguinte no Exército como cirurgião-
auxiliar. Uma de suas primeiras atuações foi a de atender 
feridos da batalha de Waterloo. Em 1815 foi promovido a 
Anatomia Humana A 
 
 Página 7 
cirurgião-assistente, indo servir na África do Sul, onde permaneceu durante três 
anos. Durante sua estada na África do Sul interessou-se por estudos de anatomia 
comparada, antropologia e características étnicas dos povos africanos. 
Retornando a Edinburgh em 1821 licenciou-se do Exército e foi estagiar em 
Paris com Cuvier, um dos grandes anatomistas da época. De volta a Edinburgh aceitou 
o convite de Barclay para ser seu assistente no curso de anatomia. 
Entre 1821 e 1823 Knox publicou vários trabalhos científicos no Edinburgh 
Medical Journal e em dezembro de 1823 foi eleito membro da Royal Society. 
Barclay possuía uma grande coleção de peças anatômicas, que ele doou ao Royal 
College of Surgeons de Edinburgh para instalação de um museu de anatomia e, em 
1825, Knox foi indicado para Conservador do museu. Este museu foi enriquecido com 
outra grande coleção de anatomia e anatomia patológica adquirida pelo Colégio, em 
Londres, de Charles Bell. Knox encarregou-se de organizar o museu, catalogando 
todas as peças. 
 Paralelamente a essas 
atividades, Knox firmou-se como 
professor de anatomia na escola de 
Barclay. Suas aulas eram muito 
apreciadas pelos alunos por seu 
conteúdo, exposição didática e, 
sobretudo, pelas demonstrações 
práticas em dissecções de cadáveres. 
Em agosto de 1826 Barclay 
faleceu e Knox assumiu a direção da 
escola, que contava, naquele ano, com 
300 alunos matriculados. 
Na ocasião, o ensino prático 
de anatomia era dificultado pela 
falta de cadáveres para dissecção. A 
dissecção só era legalmente permitida 
em corpos dos criminosos condenados 
ao patíbulo, pois fazia parte da pena 
de morte negar ao criminoso 
sepultamento digno em terreno 
santificado pela Igreja. 
O número de criminosos 
condenados à morte era insuficiente 
para prover as necessidades do ensino 
de anatomia. Em conseqüência, surgiu o mercado negro de cadáveres, os quais eram 
exumados por ladrões no cemitério, logo após o sepultamento, e vendidos às escolas 
médicas. Os cadáveres deviam ser recentes, pois não havia os métodos de conservação 
atuais. Os ladrões de cadáveres passaram a ser chamados de ressurreccionistas. 
As famílias dos mortos, para se defenderem dos ressurreccionistas, costumavam 
proteger o túmulo com grades ou pagar vigias noturnos. Alguns cemitérios foram 
cercados de muros ou dispunham de torres de observação e policiamento contínuo. 
Mesmo assim, os ladrões de cadáveres conseguiam ludibriar toda a vigilância. 
Anatomia Humana A 
 
 Página 8 
Curiosamente, os ressurreccionistas, quando acusados, não eram condenados, 
por falta de amparo legal, pois não havia lei prevendo este tipo de crime e a 
violação da sepultura não se enquadrava como roubo, já que o cadáver não é 
propriedade de ninguém. 
 Foi nesse ambiente que ocorreu o episódio 
macabro que abalou a opinião pública, não somente na 
Inglaterra, como em todo o mundo. Dois irlandeses, 
William Hare e William Burke, que residiam em 
Edinburgh, cometeram uma série de assassinatos com o 
fim de vender os corpos das vítimas para dissecção nas 
aulas de anatomia. 
William Hare residia em uma pensão, cujo 
proprietário, Mr. Log, veio a falecer. Hare casou-se com a viúva, Margaret, 
passando da condição de hóspede a dono da pensão. William Burke e sua amante, Helen 
Mc Douglas, foram residir na referida pensão como inquilinos. 
Hare e Burke costumavam beber juntos e tornaram-se amigos. Em 29 de novembro 
de 1827, um dos pensionistas, de nome Donald, aposentado que vivia só, morreu 
subitamente, deixando uma dívida para com a pensão. Hare teve a idéia de vender o 
cadáver para dissecção, com o fim de se ressarcir do prejuízo. Com a ajuda de Burke 
simulou o sepultamento, colocando no caixão um peso equivalente ao de uma pessoa. 
Hare tencionava vender o corpo para Alexander Monro, na Universidade, porém 
foi informado por um estudante que a escola de anatomia do Dr. Knox pagaria um 
preço melhor. O corpo foi vendido para o Dr. Knox por 7.1 libras. 
Encorajados com o sucesso da operação, perceberam ambos que a venda de 
cadáveres era um negócio muito lucrativo. Em lugar de violar sepulturas no 
cemitério, o que era trabalhoso e arriscado, idealizaram um processo mais fácil de 
obter o cadáver, que puseram em prática. A estratégia consistia em atrair para a 
pensão pessoas desamparadas, pedintes de rua, cuja morte não seria notada pela 
comunidade, passando despercebida. 
 A vítima era embriagada com 
whisky e, a seguir, morta por 
asfixia, comprimindo-se com um 
travesseiro ou almofada seu rosto, 
impedindo-a de respirar. Esse método 
não deixava vestígio da causa da 
morte. Burke se encarregava da 
execução e Hare de negociar a venda 
do corpo. 
Os estudantes do curso de 
Anatomia do Dr. Knox passaram a 
desconfiar de que algo estranho 
estaria ocorrendo, dada a quantidade de corpos disponíveis para dissecção, todos em 
bom estado, ao contrário da escassez habitual. 
Dois corpos chegaram a ser identificados por alguns estudantes: o de uma 
prostituta, de nome Mary Paterson, e de um homem popular conhecido por Daft Jamie. 
Anatomia Humana A 
 
 Página 9 
Comunicaram o fato ao Dr. Knox, que não o levou em consideração, e os corpos foram 
imediatamente dissecados. 
 Durante o ano de 1828 pelo menos 16 
corpos foram vendidos à escola de anatomia 
do Dr. Knox. A última vítima foi de uma 
irlandesa de nome Mary Docherty, que 
desapareceu da pensão de um dia para outro, 
levantando suspeitas entre os demais 
hóspedes, especialmente do casal Gray, que 
encontrou o corpo debaixo de uma cama. A 
polícia foi avisada, porém quando chegou à 
pensão já o corpo não se encontrava no 
local. Alguns vizinhos, contudo, relataram 
ter visto dois homens carregando uma grande caixa de madeira. A polícia, já ciente 
da suspeita que pairava na escola de anatomia do Dr. Knox, para lá se dirigiu, onde 
encontrou e identificou o corpo da vítima. 
Em 24 de dezembro de 1828 foram presos Hare e sua mulher e Burke com sua 
amante. Na impossibilidade de obter uma prova concreta de que se tratava de 
assassinato, visto que não havia ferimentos ou sinais de violência no corpo da 
vítima, a polícia propôs a Hare que, se ele confessasse, somente Burke seria 
julgado pelo assassinato de Mary Docherty. 
Hare contou toda a verdade e foi posto em liberdade juntamente com sua 
mulher. Burke foi julgado e condenado à forca. Sua amante, Helen Mc Donald, acusada 
de cumplicidade, foi absolvida por falta de provas. 
Antes de sua morte, Burke confirmou que havia matado, ao todo, 16 pessoas, 
porém negou que jamais houvesse violado uma sepultura para roubo de cadáver. 
Sua execução, na forca, ocorreu no dia 28 de janeiro de 1829 e foi assistida 
por uma multidão de milhares de pessoas, de todas as classes sociais, que se 
acotovelavam para ver de perto o criminoso. Fazia parte da sentença que o seu corpo 
fosse publicamente dissecado pelo Prof. Alexander Monro tertius, o que foi feito. 
Durante a dissecção, em presença de estudantes ede curiosos, houve um 
tumulto e a maior parte da pele do criminoso, que já havia sido retirada, 
desapareceu. Tempos depois apareceram à venda, livros encadernados com a pele 
curtida de Burke. Um de tais livros pode ser visto no museu da Universidade, assim 
como o esqueleto de Burke. 
Dr. Knox foi apontado como receptador dos corpos das vítimas assassinadas e 
levantou-se contra ele a suspeita de que teria conhecimento da procedência dos 
cadáveres. Como não se comprovou sua culpabilidade, ele não foi processado, porém 
caiu em desgraça perante a opinião pública. O seu curso de anatomia, que chegou a 
ter 504 alunos matriculados nos anos de 1827 e 1828, esvaziou-se progressivamente. 
Em 1831, sentindo-se constrangido e alvo de desconfiança e de ataques, Knox 
deixou o cargo de Conservador do museu e em 1842 mudou-se definitivamente para 
Londres, onde viveu os últimos anos de sua vida. 
Hare fugiu para Londres, onde terminou seus dias como indigente. Ignora-se o 
destino de Margaret Hare e Helen McDouglas. 
Anatomia Humana A 
 
 Página 10 
Os fatos ocorridos em Edinburgh repercutiram intensamente no Parlamento 
britânico, que promulgou, em 1832, o Anatomy Act, segundo o qual passou a ser 
permitido o uso de cadáveres não reclamados por familiares para o ensino de 
anatomia. Com isto extinguiu-se na Grã Bretanha o mercado negro de cadáveres e a 
prática de roubo de corpos nos cemitérios. 
Este macabro episódio ficou marcado na história da língua inglesa pela 
criação do neologismo burkism e do verbo to burk, com o sentido de sufocar, matar 
alguém para venda do cadáver, assassinar sem deixar vestígio. 
 
 
"Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, 
lembra-te que este corpo nasceu do 
amor de duas almas, 
cresceu embalado pela fé e pela 
esperança daquela que em seu seio o 
agasalhou. 
Sorriu e sonhou os mesmos sonhos 
das crianças e dos jovens. 
Por certo amou e foi amado, esperou 
e acalentou um amanhã feliz e 
sentiu saudades dos outros que 
partiram. 
Agora jaz na fria lousa, sem que 
por ele se tivesse derramado uma 
lágrima sequer, 
sem que tivesse uma só prece. 
Seu nome, só Deus sabe. 
Mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade. 
A humanidade que por ele passou indiferente"(Rokitansky, 1876) 
 
Observação: O acréscimo no material didático ficará a 
critério do professor. 
 
 
 
Capítulo III - Introdução ao Estudo da Anatomia 
1. Conceito de anatomia 
Anatomia Humana A 
 
 Página 11 
Anatomia é a ciência que estuda, 
macro e microscopicamente, a constituição e 
o desenvolvimento dos seres organizados. Um 
excelente e amplo conceito de anatomia foi 
proposto em 1981 pela american association 
of anatomists: anatomia é a análise da 
estrutura biológica, sua correlação com a 
função e com as modulações de estrutura em 
resposta a fatores temporais, genéticos e 
ambientais. Tem como metas principais a 
compreensão dos princípios arquitetônicos 
da construção dos organismos vivos, a 
descoberta da base estrutural do 
funcionamento das várias partes e a 
compreensão dos mecanismos formativos 
envolvidos no desenvolvimento destas. A 
amplitude da anatomia compreende, em termos 
temporais, desde o estudo das mudanças a 
longo prazo da estrutura, no curso de 
evolução, passando pelas das mudanças de 
duração intermediária em desenvolvimento, 
crescimento e envelhecimento; até as 
mudanças de curto prazo, associadas com 
fases diferentes de atividade funcional 
normal. Em termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema 
biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelas 
celulares e macromoléculas. A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = 
através de; tome = corte). Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = 
cortar) e é equivalente etimologicamente a anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia 
é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência. 
Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da 
civilização humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela 
manipulação dos corpos, expandiu-se, ao longo do tempo, graças a aquisição de 
tecnologias inovadoras. 
Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: 
 Anatomia macroscópica 
 Anatomia microscópica e 
 Anatomia do desenvolvimento. 
A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, 
utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a 
Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a 
olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios 
ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e 
Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de 
órgãos). 
Anatomia Humana A 
 
 Página 12 
A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir 
do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do 
desenvolvimento até o nascimento. 
Embora não sejam estanques, a complexidade destes grupos torna necessária a 
existência de estudos específicos. 
 
2. Normal e Variação Anatômica 
Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou seja, o que é 
encontrado na maioria dos casos. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem 
prejuízo da função. Assim, a artéria braquial mais comumente divide-se na fossa 
cubital. Este é o padrão. Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao 
nível da axila. Como não existe perda funcional esta é uma variação. Quando ocorre 
prejuízo funcional trata-se de uma anomalia e não de uma variação. Se a anomalia 
for tão acentuada que deforme profundamente a construção do corpo, sendo, em geral, 
incompatível com a vida, é uma monstruosidade. 
 
 
 
3. Nomenclatura 
Anatômica 
Como toda 
ciência, a Anatomia tem 
Anatomia Humana A 
 
 Página 13 
sua linguagem própria. Ao conjunto de termos empregados para designar e descrever o 
organismo ou suas partes dá-se o nome de Nomenclatura Anatômica. Com o 
extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século passado, graças aos 
trabalhos de importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, 
Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam denominações 
diferentes nestes centros de estudos e pesquisas. Em razão desta falta de 
metodologia e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos 
chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira 
tentativa de uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica internacional ocorreu 
em 1895. Em sucessivos congressos de Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas 
revisões e finalmente em 1955, em Paris, foi aprovada oficialmente a Nomenclatura 
Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris Nomina Anatomica). Revisões 
subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a nomenclatura anatômica 
tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e modificada, desde que haja 
razões suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em Congressos 
Internacionais de Anatomia . A língua oficialmente adotada é o latim (por ser 
“língua morta”), porém cada país pode traduzi-la paraseu próprio vernáculo. Ao 
designar uma estrutura do organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não 
sejam apenas sinais para a memória, mas traga também alguma informação ou descrição 
sobre a referida estrutura. Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos 
(nome de pessoas para designar coisas) e os termos indicam: a forma (músculo 
trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano); o seu trajeto (artéria 
circunflexa da escápula); as suas conexões ou inter-relações (ligamento 
sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto (artéria radial); sua função (m. 
levantador da escápula); critério misto (m. flexor superficial dos dedos – função e 
situação). Entretanto, há nomes impróprios ou não muito lógicos que foram 
conservados, porque estão consagrados pelo uso. 
 
4. Posição Anatômica 
Para evitar o uso de termos 
diferentes nas descrições anatômicas, 
considerando-se que a posição pode ser 
variável, optou-se por uma posição 
padrão, denominada posição de 
descrição anatômica (posição 
anatômica). Deste modo, os 
anatomistas, quando escrevem seus 
textos, referem-se ao objeto de 
descrição considerando o indivíduo 
como se estivesse sempre na posição 
padronizada. 
Nela o indivíduo está em 
posição ereta (em pé, posição 
ortostática ou bípede), com a face 
voltada para a frente, o olhar 
Anatomia Humana A 
 
 Página 14 
dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao tronco e com 
as palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés 
dirigidas para frente. 
 
 
5. Divisão do Corpo Humano 
O corpo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça 
corresponde à extremidade superior do corpo estando unida ao tronco por uma porção 
estreitada, o pescoço. O tronco compreende o tórax e o abdome com as respectivas 
cavidades torácica e abdominal; a cavidade abdominal prolonga-se inferiormente na 
cavidade pélvica. Dos membros, dois são superiores ou torácicos e dois inferiores 
ou pélvicos. Cada membro apresenta uma raiz, pela qual está ligada ao tronco, e uma 
parte livre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Planos de Delimitação e Secção do Corpo Humano 
 
CORPO HUMANO 
TRONCO PESCOÇO CABEÇA MEMBROS 
TÓRAX ABDOME SUPERIORES INFERIORE
S 
COXA 
PERNA 
PÉ 
BRAÇO 
ANTEBRAÇO 
MÃO 
Anatomia Humana A 
 
 Página 15 
 A. Plano Sagital Mediano (ou, simplesmente, mediano): plano vertical que 
passa longitudinalmente através do corpo, dividindo-o em dois antímeros direito e 
esquerdo. 
Nota 1: chama-se, genericamente, de planos sagitais aos planos verticais que passam 
através do corpo, paralelos ao plano mediano. Qualquer plano paralelo ao plano 
mediano é sagital, por definição. 
Nota 2: os planos tangentes ao corpo e paralelo aos sagitais são denominados 
laterais direito e esquerdo. 
 B. Plano Frontal Médio: plano vertical, que passa através do corpo em ângulo 
reto com o plano mediano, dividindo-o em dois paquímeros ventral e dorsal. 
Nota 1: denomina-se planos frontais (ou coronais) à quaisquer planos paralelos ao 
frontal mediano e que dividem o corpo em partes anterior (frente) e posterior (de 
trás). 
Nota 2: os planos tangentes ao corpo e paralelos aos frontais são denominados 
ventral (ou anterior) e dorsal (ou posterior). 
 C. Planos Transversais (transversos): são planos horizontais, 
perpendiculares aos planos sagitais e frontais, que dividem o corpo em metâmeros. 
Nota 1: Ao plano paralelo aos transversais que tangencia a cabeça denomina-se 
cranial ou superior; e ao que tangencia os pés é chamado de inferior ou podálico. 
Nota 2: O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano que passa pelo 
vértice do cóccix, o plano caudal. 
 
7. Termos de Posição e Direção 
A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos 
planos de delimitação e secção. 
Assim, duas estruturas dispostas em um plano frontal serão chamadas de medial 
e lateral conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano 
mediano do corpo. 
Duas estruturas localizadas em um plano sagital serão chamadas de anterior 
(ou ventral) e posterior (ou dorsal) conforme estejam, respectivamente, mais 
próxima ou mais distante do plano anterior. 
Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superior (ou 
cranial) para a mais próxima ao plano cranial e inferior (ou caudal) para a mais 
distante deste plano. 
Para estruturas dispostas longitudinalmente nos membros emprega-se, 
comumente, os termos proximal e distal referindo-se às estruturas respectivamente 
mais próxima e mais distante da raiz do membro. Para o tubo digestivo emprega-se os 
termos oral e aboral, referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e 
mais distante da boca. 
Uma terceira estrutura situada entre uma lateral e outra medial é chamada de 
intermédia. Nos outros casos (terceira estrutura situada entre uma anterior e outra 
posterior, ou entre uma superior e outra inferior, ou entre uma proximal e outra 
distal ou ainda uma oral e outra aboral) é denominada de média. 
Estruturas situadas ao longo do plano mediano são denominadas de medianas, 
sendo este um conceito absoluto, ou seja, uma estrutura mediana será sempre 
Anatomia Humana A 
 
 Página 16 
mediana, enquanto os outros termos de posição e direção são relativos, pois 
baseiam-se na comparação do seu posicionamento. 
 
 
 
 
Anatomia Humana A 
 
 Página 17 
 
 
 
 
8. Termos De Movimento 
Na análise de movimento realizado, a determinação do eixo de movimento 
realizado é feita obedecendo a regra, segundo a qual, a direção do eixo de 
movimento é sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento. Assim, 
todo movimento é realizado em um plano determinado e o seu eixo de movimento é 
perpendicular àquele plano. 
MOVIMENTOS ANGULARES 
Nestes movimentos há uma diminuição ou aumento do ângulo existente entre o 
segmento que se desloca e aquele que permanece fixo. 
Flexão e Extensão 
 Flexão: É a diminuição do ângulo de uma articulação ou aproximação de duas 
estrutura ósseas. 
 Extensão: É o aumento do ângulo de uma articulação ou afastar duas estruturas 
ósseas. 
Adução e Abdução 
São movimentos nos quais o segmento é deslocado, respectivamente, em 
direção ao plano mediano (adução) ou em direção oposta, isto é, afastando-se 
dele (abdução). 
Circundação 
 Em alguns segmentos do corpo, especialmente nos membros, o movimento 
combinatório que inclui adução, extensão, abdução e flexão resulta na 
circundação. Neste tipo de movimento, a extremidade distal do segmento descreve 
Anatomia Humana A 
 
 Página 18 
um círculo e o corpo do segmento, um cone, cujo vértice é representado pela 
articulação que se movimenta. 
Rotação 
É o movimento em que o segmento gira em torno de um eixo longitudinal 
(vertical). Assim, nos membros, pode-se reconhecer uma rotação medial, quando a 
face anterior do membro gira em direção ao plano mediano do corpo, e uma rotação 
lateral, no movimento oposto. 
Mão: 
Rotação medial do antebraço = 
pronação. 
Rotação lateral do antebraço = 
supinação. 
Pé: 
Adução + Supinação (rotação 
medial) = inversão (do calcâneo) 
Abdução + Pronação (rotação lateral)= eversão (do calcâneo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. Divisão do 
Estudo da Anatomia 
 Osteologia: parte da anatomia que estuda 
os ossos. 
 Miologia: parte da anatomia que estuda os 
músculos. 
 Sindesmologia ou Artrologia: parte da 
anatomia que estuda as articulações. 
 Angiologia: parte da anatomia que estuda o 
coração e os grande vasos. 
Anatomia Humana A 
 
 Página 19 
 Neuroanatomia: parte da anatomia que estuda o sistema nervoso central e o 
periférico. 
 Estesiologia: parte da anatomia que estuda os órgãos que se destinam à captação 
das sensações. 
 Esplancnologia: parte da anatomia que estuda as vísceras que se agrupam para o 
desempenho de uma determinada função como: fonação, digestão, respiração, 
reprodução e urinária. 
 Endocrinologia: parte da anatomia que estuda as glândulas sem ducto, que segregam 
hormônios, os quais são drenados diretamente na corrente sanguínea. 
 Tegumento comum: parte da anatomia que estuda a pele e os seus anexos. 
Nos próximos capítulos iremos estudar a Anatomia Humana dividida em sistemas 
seguindo a seguinte ordem: Sistema Esquelético, Sistema Articular, Sistema 
Muscular, Sistema Nervoso, Sistema Circulatório, Sistema Respiratório, Sistema 
Digestório, Sistema Urinário, Sistema Reprodutor, Sistema Endócrino, Sistema 
Sensorial e Sistema Tegumentar. 
Observação: O acréscimo no material didático ficará a 
critério do professor. 
 
 
 
Capítulo IV – Sistema Esquelético 
1. Considerações Gerais 
Sistema esquelético (ou esqueleto) humano consiste em um conjunto de ossos, 
cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o arcabouço do corpo e 
desempenhar várias funções, tais como: proteção (para órgãos como o coração, 
pulmões e sistema nervoso central); sustentação e conformação 
do corpo; local de armazenamento de cálcio e fósforo (durante 
a gravidez a calcificação fetal se faz, em grande parte, pela 
reabsorção destes elementos armazenados no organismo 
materno); sistema de alavancas que movimentadas pelos 
músculos permitem os deslocamentos do corpo, no todo ou em 
parte e, finalmente, local de produção de várias células do 
sangue. 
O sistema esquelético pode ser dividido porções: 
 Uma mediana, formando o eixo do corpo, composta pelos 
ossos da cabeça, pescoço e tronco, 
 O esqueleto axial formado pelo trono e cinturas, 
 O esqueleto apendicular. A união entre estas duas porções 
se faz por meio de cinturas: escapular (ou torácica), 
constituída pela escápula e clavícula e pélvica constituída 
pelos ossos do quadril. 
No adulto existem 206 ossos, distribuídos ao longo do corpo. Este número 
varia de acordo com a idade (do nascimento a senilidade há uma redução do número de 
ossos), fatores individuais e critérios de contagem. 
Anatomia Humana A 
 
 Página 20 
 
2. Coluna Vertebral 
No tronco destaca-se a coluna vertebral que é uma haste forte e flexível, 
didaticamente dividida em duas porções: anterior, constituída pelo ligamento 
longitudinal anterior, corpo vertebral, disco intervertebral e ligamento 
longitudinal posterior, e outra, posterior, constituída pelo canal vertebral, 
ligamento amarelo, articulações inter-apofisárias, ligamentos interespinhais e 
supra-espinhais, pedículos, lâminas, processos transversos e espinhosos. A 
flexibilidade é sua principal característica, pois as vértebras apresentam 
mobilidade entre si. A estabilidade é fornecida por sua estrutura ligamentar e 
osteomuscular. 
Entre suas funções, temos: proteção da medula espinhal, movimentação e 
marcha, manutenção da posição ereta, suporte do peso corporal e ligação de todas as 
suas regiões desde a occipital até o sacro. 
Os 33 corpos vertebrais constituem os principais pilares da coluna, todos 
eles com características próprias, sendo: 
• 7 cervicais 
• 12 torácicos 
• 5 lombares 
• 5 sacrais 
• 4 coccígeos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As vértebras são conectadas entre si pelas articulações posteriores entre os 
corpos vertebrais e os arcos neurais. Elas se articulam de modo a conferir 
estabilidade e flexibilidade à coluna, atributos necessários para a mobilidade do 
tronco, postura, equilíbrio e suporte de peso, e em seu interior o canal vertebral, 
eixo central que contém a medula espinhal. 
 
Anatomia Humana A 
 
 Página 21 
3. Classificação dos Ossos 
Há várias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificá-los por 
sua posição topográfica, reconhecendo-se ossos axiais (que pertencem ao esqueleto 
axial) e apendiculares (que fazem parte do esqueleto apendicular). Entretanto, a 
classificação mais difundida é aquela que leva em consideração a forma dos ossos, 
classificando-os segundo a relação entre suas dimensões lineares (comprimento, 
largura ou espessura), em ossos longos, curtos, laminares e irregulares. 
Osso longo 
 
 
 
Seu comprimento é consideravelmente maior que a largura e 
a espessura. Consiste em um corpo ou diáfise e duas extremidades 
ou epífises. A diáfise apresenta, em seu interior, uma cavidade, o 
canal medular, que aloja a medula óssea. Exemplos típicos são os 
ossos do esqueleto apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, 
fíbula, falanges. 
 
 
 
Osso laminar 
 
Seu comprimento e sua largura são equivalentes, 
predominando sobre a espessura. Ossos do crânio, como o parietal, 
frontal, occipital e outros como a escápula e o osso do quadril, 
são exemplos bem demonstrativos. São também chamados 
(impropriamente) de ossos planos. 
 
 
Osso curto 
 
 
Apresenta equivalência das três dimensões. Os ossos do 
carpo e do tarso são excelentes exemplos. 
 
 
 
Osso irregular 
 
Apresenta uma morfologia complexa não encontrando 
correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e 
osso temporal são exemplos marcantes. 
 
 
Anatomia Humana A 
 
 Página 22 
Osso pneumático 
 
Apresenta uma ou mais 
cavidades, de volume variável, 
revestidas de mucosa e contendo ar. 
Estas cavidades recebem o nome de 
sinus ou seio. Os ossos pneumáticos 
estão situados no crânio: frontal, 
maxilar, temporal, etmóide e esfenóide. 
 
 
Osso sesamóide 
 
Que se desenvolve na substância de certos tendões ou da 
cápsula fibrosa que envolve certas articulações. os primeiros são 
chamados intratendíneos e os segundos periarticulares. A patela é 
um exemplo típico de osso sesamóide intratendíneo. 
 
 
 
 
4. Configuração Interna do Osso 
 
 
 
 A análise do osso por microscopia 
revela duas regiões que divergem entre si 
pelo número de espaços livres entre as 
trabéculas ósseas, denominadas substância 
óssea compacta e substância esponjosa. 
Embora os elementos constituintes sejam os 
mesmo nos dois tipos de substâncias ósseas, 
eles dispõem-se diferentemente conforme o 
tipo considerado, e, seu aspecto 
macroscópico também se difere. 
Na substância óssea compacta as 
lamínulas de tecido ósseo encontram-se 
fortemente unidas umas às outras pelas suas 
faces, sem que haja espaço livre interposto. 
Por esta razão, esse tipo é mais denso e 
rígido. 
Na substância óssea esponjosa as 
lamínulas ósseas, mais irregulares em forma 
e tamanho, se arranja de forma a deixar 
entre si espaços ou lacunasque se comunicam 
umas com as outras. 
 
Anatomia Humana A 
 
 Página 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Características Gerais Ósseas 
No vivente e no cadáver o osso se encontra 
sempre revestido por delicada membrana conjuntiva, 
com exceção das superfícies articulares. Esta 
membrana é denominada periósteo e apresenta dois 
folhetos: um superficial e outro profundo, este em 
contato direto com a superfície óssea. A camada 
profunda é chamada osteogênica pelo fato de suas 
células se transformarem em células ósseas, que são 
incorporadas à superfície do osso, promovendo assim 
o seu espessamento. 
Os ossos são altamente vascularizados. As 
artérias do periósteo penetram no osso, irrigando-o 
e distribuindo-se na medula óssea. Por esta razão, desprovido do seu periósteo o 
osso deixa de ser nutrido e morre. 
 
 
 
Observação: O acréscimo no material didático ficará a 
critério do professor. 
Capítulo V - Sistema Articular 
1. Definição 
 
 
Os ossos unem-se uns aos outros para constituir o 
esqueleto. Esta união não tem a finalidade exclusiva de colocar os 
ossos em contato, mas também de permitir mobilidade e elasticidade 
ao esqueleto. Esta união não se faz da mesma maneira entre todos 
os ossos, assim, uma maior ou uma menos possibilidade de movimento 
varia de acordo com o tipo de união. 
 
2. Classificação das Junturas 
Anatomia Humana A 
 
 Página 24 
As junturas são classificadas em três grandes grupos: fibrosas, 
cartilaginosas e sinoviais, cuja definição é feita de acordo com o elemento 
estrutural encontrado em cada tipo de juntura. 
1. ARTICULAÇÕES FIBROSAS: 
São formadas por tecido conjuntivo fibroso e conferem mais elasticidade do 
que mobilidade; são encontradas principalmente no crânio. É evidente que a 
mobilidade nestas junturas é extremamente reduzida, embora o tecido conjuntivo 
interposto confira uma certa elasticidade ao crânio. Dentro das articulações 
fibrosas, dois subtipos podem ser listados, a saber: suturas e sindesmoses. 
A) Articulações fibrosas suturas: apresentam forma variável e, por isso, podemos 
classificá-las em: planas (união linear, retilínea ou aproximadamente retilínea), 
escamosas (união em forma de bisel) e serreadas (união em “linha dentada”). 
Sutura Plana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sutura Escamosa 
 
 
 
 
 
Sutura Serreada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia Humana A 
 
 Página 25 
 
 
E interessante 
comentar que, na vida 
pré e pós-natal, o 
tamanho das 
articulações que 
separam os ossos do 
crânio é maior em 
alguns pontos pela 
presença de maior 
quantidade de tecido 
conjuntivo fibroso. 
Essas regiões são 
chamadas de fontanelas 
(popularmente 
conhecidas por 
moleiras) e desaparecem após a ossificação completa do crânio. 
 
 
 
B) Articulações fibrosas sindesmoses: apresentam também como tecido interposto 
o conjuntivo fibroso, mas não ocorrem entre os ossos do crânio. Na verdade, só 
há dois registros desse tipo de juntura: sindesmose tíbio-fibular, isto é, a 
que se faz entre as extremidades distais da tíbia e da fíbula e rádio ulnar 
entre as extremidades do rádio e da ulna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS: 
Apresentam também pouca mobilidade, são constituídas por cartilagem que pode 
ser hialina (cartilagem articular que representa a porção do osso que não foi 
invadida pela ossificação) ou fibrosa. Se na articulação o elemento encontrado for 
cartilagem hialina, ela será classificada como articulação cartilaginosa 
sincondrose; se cartilagem fibrosa, articulação cartilaginosa sínfise. 
Anatomia Humana A 
 
 Página 26 
 Sincondrose 
Esternais 
 
 
Cartilaginosa Sínfise 
3. ARTICULAÇÕES SINOVIAIS: 
 Apresentam como elemento 
estrutural a sinóvia, um líquido 
viscoso que permite a mobilidade da 
junção óssea com o mínimo de atrito 
entre as extremidades do osso. Essas 
extremidades ósseas são formadas por 
cartilagem hialina, desprovidas de 
suprimento sanguíneo e nervoso, o que 
torna lento e difícil a regeneração do 
tecido, em caso de lesões. 
Além disso, encontramos nesse 
tipo de articulação uma cápsula 
articular, que envolve a articulação, 
e uma cavidade articular onde se 
encontra o liquido sinovial. Dessa 
forma, a cápsula articular, a cavidade 
articular e o líquido sinovial são 
características das articulações 
sinoviais. 
 Em várias junturas sinoviais, interpostas às superfícies articulares, 
encontram-se formações fibro-cartilagíneas, os discos e meniscos intra-articulares, 
de função discutida: serviriam à melhor adaptação das superfícies que se articulam 
ou seriam destinadas a receber violentas pressões, agindo como amortecedores. 
Meniscos, com sua forma de meia lua são encontrados na articulação do joelho e 
disco intra articular nas articulações esternoclavicular e têmporomandibular. 
Anatomia Humana A 
 
 Página 27 
 
 
Os critérios utilizados para classificar as articulações sinoviais são: a 
forma das superfícies ósseas que entram em contato e o movimento realizado por 
elas, de forma que as articulações sinoviais podem ser classificadas em: plana, 
gínglimo, trocóide, condilar, em sela e esferóide. 
 Plana: As superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, 
permitindo deslizamento de uma superfície sobre a outra em qualquer direção. 
Exemplo: articulação sacro-ilíaca. 
 Gínglimo: Denominado também de dobradiça refere-se muito mais ao movimento do 
que à forma das superfícies articulares: realizam flexão e extensão. Exemplo: 
articulação do cotovelo. 
 Trocóide: Permite rotação. Exemplo: articulação rádio-ulnar proximal 
responsável pelos movimentos de pronação e supinação do antebraço. Na pronação 
ocorre uma rotação medial do rádio e na supinação, rotação lateral. 
 Condilar: As superfícies articulares são elípticas. Permitem flexão, 
extensão, abdução e adução, mas não permitem a rotação. Exemplo: articulação 
rádio-cárpica (ou do punho), articulação têmporomandibular. 
 Em sela: A superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de sela, 
apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro, e se encaixa numa 
segunda peça onde convexidade e concavidade apresentam-se no sentido inverso da 
primeira. Permite flexão, extensão, abdução, adução e rotação (consequentemente 
circundação). Exemplo: articulação carpo-metacárpica do polegar. 
 Esferóide: As superfícies articulares são segmentos de esferas e se encaixam 
em receptáculos ocos. Permitem movimentos de flexão, extensão, adução, abdução, 
rotação e circundação. Exemplo: articulação do ombro (entre úmero e escápula) e 
do quadril (entre o osso do quadril e o fêmur). 
 
Observação: O acréscimo no material didático ficará a 
critério do professor. 
Anatomia Humana A 
 
 Página 28 
 
 
 
 
Capítulo VI – Sistema Muscular 
1. Conceito 
 
 
 
O músculo é a unidade contrátil do ser vivo, que 
obedece aos comandos do sistema nervoso central. 
São estruturas que movem os segmentos do corpo por 
encurtamento da distância que existe entre suas 
extremidades fixadas, ou seja,por contração, estes 
últimos são os elementos ativos do movimento. Além de 
tornar possível o movimento, a musculatura também mantém 
unidas – as 
 
 
A literatura relata que os músculos podem ser classificados em: 
 
 Músculos estriado esquelético: 
músculos do esqueleto humano. 
 Músculos estriado cardíaco: 
presente no coração. 
 Músculo liso: presentes em 
órgãos viscerais. 
O ser vivo é disposto de uma 
variedade de músculos que estão 
fixados em regiões posterior, 
anterior, lateral e medial no corpo 
humano. 
 
 
2. Funções Dos Músculos 
Entre ao vários tipos de musculos existentes ao longo de nosso corpo, tanato 
os músculos esqueléticos, quanto cardíaco e lisos realizam atividades específicas, 
tais como: 
 Contração 
muscular 
 Locomoção 
 Sutentação 
 Proteção 
 Regulaçao de 
temperatura 
 Respiração 
 Elasticidade 
 Flexibilidade 
Anatomia Humana A 
 
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3. Mecanismo de Contração Muscular 
A contração do ventre muscular vai produzir 
um trabalho mecânico, em geral representado pelo 
deslocamento de um segmento do corpo. Ao contrair-
se o ventre muscular, há um encurtamento do 
comprimento do músculo e conseqüente deslocamento 
da peça esquelética. 
O trabalho realizado por um músculo depende 
da potência do músculo e da amplitude de contração 
do mesmo. A amplitude de contração depende do 
comprimento das fibras musculares. Assim, um 
músculo longo tem o mais alto grau de 
encurtamento. A potência (ou força) é função do 
número de fibras que se contraem e número de 
fibras contido em uma secção transversal do 
músculo, o que é medido em ângulo reto com o eixo maior dos fascículos musculares e 
não com o eixo maior do músculo como um todo. 
Desta forma, o que um músculo penado perde em amplitude de contração, ganha 
em força. 
Como foi anteriormente dito, o trabalho do músculo se manifesta pelo 
deslocamento de um (ou mais) osso(s). Os músculos agem sobre os ossos como 
potências sobre braços de alavancas. No caso da musculatura cardíaca e dos músculos 
lisos, geralmente situadas nas paredes de vísceras ocas ou tubulares, também se 
produz um trabalho: a contração da musculatura destes órgãos reduz seu volume ou 
seu diâmetro e desta forma vai expelir ou impulsionar seu conteúdo. 
A célula muscular obedece a chamada lei do tudo ou nada, ou seja, ou está 
completamente contraída ou está totalmente relaxada. Assim, a quantidade de fibras 
musculares que vai estar envolvida com o trabalho de um músculo, ao mesmo tempo, 
vai depender de quantas unidades motoras ele possua. Denomina-se unidade motora ao 
conjunto de fibras de um músculo supridas pelo mesmo neurônio. Desta forma um 
músculo com poucas unidades motoras é um músculo de movimentos mais grosseiros, 
enquanto aquele que possui muitas unidades motoras é capaz de movimentos de alta 
precisão e delicadeza. 
Outra forma de classificar os músculos é observando o trabalho que eles 
realizam, ou seja, sua função. Assim, quando o músculo executa um movimento, ele é 
denominado agonista; quando se opõe ao movimento do agonista, ele é denominado 
antagonista; ainda, quando potencializa a ação do agonista, ele é denominado 
sinergista. 
 
 
Observação: O acréscimo no material didático ficará a 
critério do professor. 
 
 
Anatomia Humana A 
 
 Página 30 
 
Capítulo VII - Sistema Nervoso 
1. Considerações Gerais 
 
 
O sistema nervoso é dividido em duas partes 
principais: 
 sistema nervoso central, composto de cérebro 
e medula espinhal 
 sistema nervoso periférico, composto de 
nervos cranianos e espinhais e seus gânglios 
associados. 
 
O sistema nervoso central é composto de grande número de células nervosas e suas 
ramificações, mantidas por tecido especializado denominado neuróglia. Neurônio é o 
nome dado à célula nervosa e todas as suas 
ramificações. As ramificações longas de uma 
célula nervosa são denominadas axônios, ou 
fibras nervosas. 
O interior do sistema nervoso central é 
organizado em substância branca e cinzenta. 
 A substância cinzenta consiste em células 
nervosas e das porções proximais; de suas 
ramificações, encerradas em neuróglia. 
 A substância branca consiste em fibras nervosas encerradas em neuróglia. 
Na dissecção do sistema nervoso periférico, observa-se que os nervos cranianos e 
espinhais são cordões de coloração branco-acinzentada. São constituídos de feixes 
de fibras nervosas mantidos por fino tecido areolar. 
Existem 12 pares de nervos cranianos que partem do cérebro e passam através 
de forâmens do crânio. Existem 31 pares de nervos espinhais que partem da medula 
espinhal e passam através de forâmens intervertebrais na coluna vertebral. 
 
2. Funções do Sistema Nervoso 
O sistema nervoso é um dos principais órgão do organismo vivo que desempenha as 
seguintes funções: 
 Controlar 
 Comandar 
 Executar 
 Produzir 
 Conduzir 
 Direcionar 
 Ordenar 
 Liberar 
Todos os tipos de comandos para que o seu vivo possa realizar as tarefas com todas 
as suas integridades 
 
3. Subdivisões do Sistema Nervoso 
Anatomia Humana A 
 
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3.1 Sistema Nervoso Periférico 
O sistema nervoso periférico é composto por terminações nervosas, gânglios e 
nervos. Estes são cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por 
tecido conjuntivo e que têm por função levar (ou trazer) impulsos ao (do) SNC. As 
fibras que levam impulsos ao SNC são chamadas de aferentes ou sensitivas, enquanto 
que as que trazem impulsos do SNC são as aferentes ou motoras. Os nervos são 
divididos em dois grupos: nervos cranianos e nervos espinhais. 
 
3.2 Sistema Nervoso Autônomo 
Tanto o SN somático quanto o SN visceral possuem uma parte aferente e outra 
eferente. Denomina-se sistema nervoso autônomo (SNA) a parte eferente do SN 
visceral. O SNA por sua vez é dividido em duas partes: o sistema simpático e o 
sistema parassimpático. O simpático estimula as atividades que ocorrem em situações 
de emergência ou tensão, enquanto o parassimpático é mais ativo nas condições 
comuns da vida, estimulando atividades que restauram e conservam a energia 
corporal. O simpático tem origens nas regiões torácica e lombar da medula espinhal, 
enquanto o parassimpático as tem porções no tronco encefálico e nos segmentos 
sacrais da medula espinhal. Ambos possuem fibras pré-ganglionares que fazem 
conexões com gânglios (acúmulo de neurônios fora do SNC) e dos quais partem fibras 
pós-ganglionares que vão até os órgãos efetuadores; contudo as fibras pré-
ganglionares simpáticas são curtas e as pós-ganglionares são longas, enquanto no 
parassimpático ocorre o contrário. Existem várias outras diferenças, como no tipo 
dos mediadores químicos, que fogem ao objetivo deste tópico. 
 
 
Anatomia Humana A 
 
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4. Condução de Informações nos Sistema Nervoso 
As informações que são transmitidas pelo sistema nervoso, são chamadas de 
impulsos elétricos ou potenciais de ação que trafegam por estruturas chamadas de 
nervos ou fibras, que na verdade é um conjunto de axônios unidos para realizar esta 
função. 
Podendo então classificar este nervos em: 
 Fibras aferentes: levam todas as informações sensitivas ao sistema nervoso 
central. 
 Fibras efetoras: trazem as informações do sistema nervoso central para a 
realizaçãodos movimentos. 
 
5. Estruturas Gerais do Sistema Nervoso 
5.1 Meninges 
A proteção ao SNC dada 
pelo crânio e pela coluna é 
acentuada reforçada pela presença 
de lâminas de tecido conjuntivo, 
as meninges, que são, de fora 
para dentro: dura-máter, 
aracnóide e pia-máter. 
A dura-máter é a mais 
espessa delas. No crânio está 
associada ao periósteo da face 
interna dos ossos, enquanto entre 
ela e a coluna vertebral existe um espaço, o espaço extradural (ou epidural). A 
pia-máter é a mais fina e está intimamente aplicada ao encéfalo e à medula 
espinhal. Entre a dura e a pia-máter está a aracnóide, da qual partem fibras 
delicadas que vão a pia-máter, formando uma rede semelhante a uma teia de aranha. A 
aracnóide é separada da dura-máter por um espaço virtual, o espaço subdural e da 
pia-máter pelo espaço subaracnóideo, real, onde circula o líquido cérebro-espinhal 
ou líquor, o qual funciona como absorvente de choques. 
O líquido cérebro-espinhal, incolor, é constantemente produzido nos 
ventrículos do encéfalo e constantemente deixa o espaço subaracnóideo para entrar 
no sistema venoso. Atua na nutrição do SNC e como amortecedor, protegendo o SNC de 
movimentos súbitos. 
O SNC é heterogêneo quanto à distribuição dos corpos dos neurônios e de seus 
prolongamentos. As regiões onde predominam os corpos neuronais são chamadas de 
substância cinzenta. Outras regiões contêm, predominantemente, prolongamentos 
neuronais (em especial seus axônios). Estes prolongamentos são, muitas vezes, 
revestidos por mielina, o que lhes dá coloração mais pálida, daí a denominação de 
substância branca. 
No cérebro e no cerebelo a estrutura geral é a mesma: uma massa de substância 
branca, revestida externamente por uma fina camada de substância cinzenta e tendo 
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no centro massas de substância cinzenta constituindo os núcleos (acúmulos de corpos 
neuronais dentro do SNC). Na medula, a substância cinzenta forma um eixo central 
contínuo envolvido por substância branca, enquanto no tronco encefálico a 
substância cinzenta central não é contínua, apresentando-se fragmentada, formando 
núcleos. 
 
5.2 Cérebro 
O cérebro responde pelas 
funções nervosas mais elevadas, 
contendo centros para 
interpretação de estímulos bem 
como centros que iniciam 
movimentos musculares. Ele 
armazena informações e é 
responsável também por processos 
psíquicos altamente elaborados, 
determinando a inteligência e a 
personalidade. 
Ele é constituído pelos 
hemisférios cerebrais e pelo 
diencéfalo. Os hemisférios 
cerebrais são duas massas unidas por uma ponte de fibras nervosas, o corpo caloso e 
separadas por uma lâmina de dura-máter, a foice do cérebro. Cada hemisfério é 
dividido em cinco lobos, quatro dos quais vistos na superfície do cérebro e 
correspondendo cada um aos ossos do crânio com que guardam relações, os lobos 
frontal, parietal, temporal e occipital. O quinto lobo, a insula, fica coberto por 
partes dos lobos temporal, frontal e parietal. 
Os hemisférios são formados por uma camada externa de substância cinzenta, o 
córtex cerebral - convoluto, formando giros e sulcos - e por uma massa interna de 
substância branca, na qual estão enterrados diversos grupos de núcleos, os núcleos 
da base, que fazem parte do sistema motor, participando do controle dos movimentos, 
facilitando e sustentando os movimentos em curso e inibindo movimentos indesejados. 
A cavidade dos hemisférios cerebrais forma os ventrículos laterais e a parte 
rostral do terceiro ventrículo 
O diencéfalo fica quase totalmente circundado pelos hemisférios cerebrais; 
sua cavidade forma a maior parte do terceiro ventrículo. Constituído pelo tálamo, 
pelo hipotálamo e pelo epitálamo. 
O tálamo é centro de retransmissão de todos os impulsos sensitivos (exceto 
olfato) para o córtex cerebral. O hipotálamo é local de regulação de atividades 
viscerais (cardiovascular, temperatura corporal, do equilíbrio hidro-eletrolítico, 
da atividade gastrintestinal e fome e das funções endócrinas), do sono e da 
vigília, da resposta sexual e das emoções. O epitálamo é formado principalmente 
pela glândula pineal, implicada no controle dos ritmos circadianos e na regulação 
do início da puberdade. É produtora do hormônio melatonina. 
 
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5.3 Tronco encefálico e cerebelo 
O tronco encefálico apresenta é 
formado por substância branca contendo 
núcleos no seu interior. Divide-se em 
mesencéfalo, ponte e bulbo. 
O mesencéfalo é responsável pelos 
reflexos visuais e auditivos (colículos 
superior e inferior); seus núcleos e os 
pedúnculos cerebrais participam do 
controle da postura e dos movimentos. 
A ponte é centro de retransmissão 
de impulsos; contém núcleos de vários 
nervos cranianos (III – VII); e 
controla o ritmo e força da respiração. 
O bulbo é centro de retransmissão de impulsos; contém núcleos de vários 
nervos cranianos (VIII-XII); e é centro autônomo visceral (respiração, ritmo 
cardíaco, vasoconstrição). 
O cerebelo tem estrutura geral parecida com a do cérebro (substância cinzenta 
externa e substância branca interna) e atua na coordenação motora e no equilíbrio. 
 
5.4 Medula espinhal 
Situada no interior do 
canal vertebral, se continua 
rostralmente com o bulbo. Ela 
recebe informações do pescoço, 
do tronco e dos membros e os 
controla, por meio dos trinta e 
um nervos espinhais. A medula 
consiste em uma parte central 
de substância cinzenta e outra 
parte periférica, de substância 
branca. 
A substância cinzenta tem a forma aproximada da letra H. As projeções 
posteriores são os cornos dorsais, os quais tanto contêm neurônios aferentes, 
condutores de impulsos sensoriais periféricos, quanto dão origem às vias 
ascendentes, condutoras de impulsos sensoriais para o encéfalo. As projeções 
anteriores são os cornos ventrais, que contêm os neurônios motores da medula 
espinhal. Nas partes torácica e lombar existem projeções laterais, as colunas 
laterais, que contêm os neurônios pré-ganglionares simpáticos. 
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 A substância branca contém fibras nervosas de trajeto longitudinal (tratos 
ascendentes e tratos descendentes). Os principais tratos ascendentes são: 
 colunas dorsais (fascículos grácil e cuneiforme): tato discriminativo e 
propriocepção 
 trato espinotalâmico: dor, temperatura, pressão e tato grosseiro 
 trato espinocerebelar: informação dos receptores musculares e articulares 
Os principais tratos descendentes são: 
 trato corticoespinhal anterior: contêm as fibras nervosas dos neurônios motores 
corticais que não cruzaram de lado nas pirâmides do bulbo; termina na medula 
torácica. Suas fibras cruzam para o lado oposto pouco antes de fazerem sinapse com 
os neurônios motores medulares 
 tratos corticoespinhal lateral: contêm as fibras nervosas dos neurônios motores 
corticais que cruzaram de lado (decussaram) nas pirâmides do bulbo. Mais importante 
por ter mais fibras está presente ao longo de toda medula 
 tratos rubro-espinhal, vestíbulo-espinhal e retículo-espinhal: origem no tronco 
encefálico; participam do controle motor. 
 
6. Tecido Nervoso 
O tecido nervoso compreende basicamente dois tipos de celulares: os neurônios 
e as células glias. 
Neurônio: é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada 
para a comunicação rápida. Tem a função básicade receber, processar e enviar 
informações. 
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São células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com outras 
células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica. A maioria dos 
neurônios possui três regiões responsáveis por funções especializadas: corpo 
celular, dentritos e axônios. 
 
Corpo celular: é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas 
as proteínas neuronais. A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente 
variáveis, conforme o tipo de neurônio. O corpo celular é também, junto com os 
dendritos, local de recepção de estímulos, através de contatos sinápticos. 
Dendritos: geralmente são curtos e ramificam-se profusamente, a maneira de galhos 
de árvore, em ângulos agudos, originando dendritos de menor diâmetro. São os 
processos ou projeções que transmitem impulsos para os corpos celulares dos 
neurônios ou para os axônios. Em geral os dendritos são não mielinizados. Um 
neurônio pode apresentar milhares de dendritos. Portanto, os dendritos são 
especializados em receber estímulos. 
Axônios: a grande maioria dos neurônios possui um axônio, prolongamento longo e 
fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal. O axônio 
apresenta comprimento muito variável, podendo ser de alguns milímetros como mais de 
um metro. São os processos que transmitem impulsos que deixam os corpos celulares 
dos neurônios, ou dos dendritos. A porção terminal do axônio sofre várias 
ramificações para formar de centenas a milhares de terminais axônicos, no interior 
dos quais são armazenados os neurotransmissores químicos. Portanto, o axônio é 
especializado em gerar e conduzir o potencial de ação. 
 Tipos de Neurônios: 
São três os tipos de neurônios: sensitivo, motor e interneurônio. Um neurônio 
sensitivo conduz a informação da periferia em direção ao SNC, sendo também chamado 
neurônio aferente. Um neurônio motor conduz informação do SNC em direção à 
periferia, sendo conhecido como neurônio eferente. Os neurônios sensitivos e 
motores são encontrados tanto no SNC quanto no SNP. 
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Portanto, o sistema nervoso apresenta três funções básicas: 
 Função Sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio 
interno e externo do corpo e as conduzem ao SNC; 
 Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada 
ou interpretada; 
 Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em 
direção aos músculos e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC. 
 Sinapses: 
Os neurônios, principalmente através de suas terminações axônicas, entram em 
contato com outros neurônios, passando-lhes informações. Os locais de tais contatos 
são denominados sinapses. Ou seja, os neurônios comunicam-se uns aos outros nas 
sinapses – pontos de contato entre neurônios, no qual encontramos as vesículas 
sinápticas, onde estão armazenados os neurotransmissores. A comunicação ocorre por 
meio de neurotransmissores – agentes químicos liberados ou secretados por um 
neurônio. Os neurotransmissores mais comuns são a acetilcolina e a norepinefrina. 
Outros neurotransmissores do SNC incluem a epinefrina, a serotonina, o GABA e as 
endorfinas. 
 Fibras nervosas: 
Uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presente, seu envoltório de 
origem glial. O principal envoltório das fibras nervosas é a bainha de mielina 
(camadas de substâncias de lipídeos e proteína), que funciona como isolamento 
elétrico. Quando envolvidos por bainha de mielina, os axônios são denominados 
fibras nervosas mielínicas. Na ausência de mielina as fibras são denominadas de 
fibras nervosas amielínicas. Ambos os tipos ocorrem no sistema nervoso central e no 
sistema nervoso periférico, sendo a bainha de mielina formada por células de 
Schwann, no periférico e no central por oligodendrócitos. A bainha de mielina 
permite uma condução mais rápida do impulso nervoso e, ao longo dos axônios, a 
condução é do tipo saltatória, ou seja, o potencial de ação só ocorre em estruturas 
chamadas de nódulos de Ranvier. 
Células Glias: compreende as células que ocupam os espaços entre os neurônios e tem 
como função sustentação, revestimento ou isolamento e modulação da atividade 
neural. 
 
7. Divisão Funcional do Sistema Nervoso 
Do ponto de vista funcional, o sistema nervoso (SN) pode ser dividido em SN 
somático e SN visceral. O SN somático é responsável por integrar o indivíduo ao 
meio externo, uma vez que inerva estruturas periféricas, enquanto que o SN visceral 
regula a atividade das vísceras, de forma a controlar a homeostase, ou seja, a 
constância do meio interno. 
A parte aferente do SN somático conduz aos centros nervosos impulsos 
originados em receptores periféricos, informando a estes centros o que se passa no 
ambiente. Por outro lado, a parte eferente do SN somático leva aos músculos 
esqueléticos o comando dos centros nervosos, resultando movimentos que levam a um 
maior relacionamento ou integração com o meio externo. 
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O SN visceral é muito importante para a integração da atividade das vísceras 
no sentido da manutenção da constância do meio interno (homeostase). A parte 
aferente conduz impulsos nervosos originados em receptores das vísceras a áreas 
específicas do SNC. A parte eferente traz impulsos de certos centros nervosos até 
as estruturas viscerais terminando pois em glândulas, músculo liso, músculo 
cardíaco. 
Por definição, denomina-se SN autônomo apenas a parte eferente (componente 
eferente) do SN visceral, que por sua vez divide-se em simpático e parassimpático. 
FIGURA 7: DIVISÃO FUNCIONAL DO SN VISCERAL 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE SN SOMÁTICO EFERENTE E SN VISCERAL EFERENTE OU SN AUTÔNOMO 
Os sistemas nervosos visceral e o somático apresentam algumas diferenças 
anatômicas e funcionais, as quais podem ser listadas: a natureza dos órgãos 
inervados (somático inerva músculo estriado esquelético, enquanto visceral inerva 
músculo estriado cardíaco, músculo liso ou glândulas), número de neurônios que 
inervam o órgão efetor (somático tem um neurônio e visceral tem dois neurônios) – 
no SN visceral dois neurônios ligam o SNC ao órgão efetor, sendo que um desses 
neurônios tem seu corpo localizado dentro do SNC e o outro fora do SNC. 
O neurônio cujo corpo está localizado dentro do SNC é denominado neurônio 
pré-glanglionar e o que está localizado fora do SNC, de neurônio pós-glanglionar. 
Esse agregado de corpos neuronais fora do SNC recebe o nome de glânglio. Já 
no SNC esse mesmo agregado de corpos celulares recebe o nome de núcleo. 
Diferentemente, o somático apresenta somente um neurônio que liga o SNC ao órgão 
efetor, ou seja, ao músculo esquelético, terminando em uma estrutura chamada de 
placa motora. Para fins didáticos, podemos dizer que o SN somático está envolvido 
com ações voluntárias, e o visceral com ações involuntárias. 
 
DIFERENÇAS ENTRE SN AUTÔNOMO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO 
O SN autônomo é dividido em dois ramos, simpático e parassimpático. Esses 
dois ramos apresentam diferenças anatômicas, farmacológicas e fisiológicas. 
a) DIFERENÇAS ANATÔMICAS: 
 Posição dos neurônios pré-ganglionares: Como se sabe, os neurônios pré-
glanglionares têm seus corpos localizados dentro do SNC na medula e tronco 
encefálico. No tronco encefálico, eles se agrupam formando os núcleos de origem de 
alguns nervos cranianos. Na medula eles ocorrem do 1º ao 12º segmentos

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