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Efeitos da posse (parte 1 e 2)

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CONTINUAÇÃO DOS EFEITOS DA POSSE (segunda parte)
PERCEPÇÃO DOS FRUTOS
	Os acessórios seguem o principal, conforme artigo 92 CC, mas esta regra não é aplicada para o possuidor de boa-fé; o proprietário que reivindica o bem, perde os frutos do trabalho do possuidor como forma de lhe punir por ter sido inerte e/ou culpado, nos termos do artigo 1.214 CC.
	Quem reivindica a posse, caso não seja o proprietário, deve demonstrar que possui o justo título, valorizando seu direito, com aparência de proprietário.
	Os frutos podem ser produtos que diminuem a coisa principal, em quantidade, ou os frutos propriamente dito, que não diminuem a coisa principal, nascem e renascem, sendo estes naturais, industriais ou civis.
 	O possuidor de boa-fé é obrigado a indenizar os produtos, pelo valor real, ou devolvê-los e ser indenizado pelos frutos que possibilitou nascer e renascer, desde que sejam frutos percebidos ou colhidos, já separados, não tendo direito aos frutos pendentes, ainda unidos à coisa, nem aos colhidos antecipadamente, desde que comprovada a má-fé, evitando o enriquecimento sem causa; a boa-fé cessa com a citação na ação principal.
	Havendo caso fortuito ou de força maior, que acarretem a separação dos frutos, não será o possuidor de boa-fé obrigado a indenizá-los, conforme artigo 1.216 CC, o possuidor de má-fé somente terá direito às despesas da produção e do custeio.
RESPONSABILIDADE PELA PERDA OU DETERIORAÇÃO DA COISA
	Neste caso, a coisa se deteriorou, foi danificada ou foi destruída; o possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, desde que não tenha dado causa para tanto, nos termos do artigo 1.217 CC, ou seja, não pode ter agido com dolo ou culpa.
	Caso seja alegado pelo reivindicante a má-fé do possuidor, este deve provar que as perdas ocorreriam estando a coisa com ele ou não, mesmo havendo força maior, havendo culpa do possuidor ao levar a coisa até determinado local, responderá por isto.
INDENIZAÇÃO POR BENFEITORIAS E O DIREITO DE RETENÇÃO
	Neste caso, a coisa foi melhorada pelo possuidor, tendo este gastos com a sua conservação, podendo ter construído e/ou plantado. Esta situação é mais comum de acontecer, pois, normalmente, o possuidor de boa-fé faz melhorias na coisa, sendo uma conduta esperada, natural. Realizar benfeitoria gera despesa.
	Há melhorias que envolvem benfeitorias necessárias (conservação, evitando a deterioração ou perda, conservar juridicamente ou possibilitar sua exploração), benfeitorias úteis (aumentam ou facilitam o uso da coisa) e benfeitorias voluptuárias ou luxuosas (não melhoram o uso da coisa, sendo de mero deleite ou recreio, mera vontade de tornar agradável ou aumentar o valor); estas últimas não são acessões industriais que são as construções e/ou plantações feitas, pois criam algo novo, diferente das benfeitorias que são feitas na própria coisa.
	A indenização por benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ocorrerá se forem necessárias ou úteis e, se forem voluptuárias, poderá levantá-las se não estragar a coisa e se aquele que reivindica a coisa não quiser ficar com ela e, neste caso, a indenize.
	Com relação ao possuidor de má-fé, este deve ser ressarcido do valor das benfeitorias necessárias, bem como dos frutos e rendimentos, não tendo direito de ressarcimento pelas benfeitorias úteis e voluptuárias, além de não ter o direito de retenção.
 	O direito de retenção do possuidor de boa-fé refere-se às benfeitorias necessárias, como também às acessões industriais, conforme artigos 1.219 e 1.220 CC; não tem este direito de reter se fizer benfeitorias úteis, nem se fizer benfeitorias voluptuárias. 
O possuidor de boa-fé, conforme artigo 1.217 CC, responderá pela deterioração a que der causa.
DIREITO DE RETENÇÃO
	O credor continua a deter a coisa, mantendo-a até ser indenizado pelas benfeitorias e/ou acessões realizadas, como nos casos de empreitada, locação, prestação de serviços, etc..
	Este direito visa manter o princípio da igualdade, evitando, até mesmo, o enriquecimento ilícito, mas, mesmo entregando a coisa, ainda há o direito de pleitear a indenização, sendo uma das hipóteses do artigo 476 CC (“exceptio non adimpleti contractus”.
	O direito de retenção é um direito real, oponível “erga omnes” e, para exercê-lo, exige os seguintes requisitos: a detenção deve ser legítima, existência de um crédito exigível, ser o direito conexo com a exigência feita, inexistência de exclusões estipuladas pelas partes ou previstas em contrato.
	Nas ações possessórias, o direito de retenção deverá ser alegado na contestação.

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