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Continuacao Efeitos da Posse (parte 2)2015.02

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EFEITOS DA POSSE
	Os efeitos da posse estão previstos nos artigos 1.210 a 1.222 e 1.238 CC, são eles: proteção possessória (autodefesa e invocação dos interditos), percepção dos frutos, responsabilidade pela perda e deterioração da coisa, indenização pelas benfeitorias e o direito de retenção, e usucapião (a posse é a causa principal).
PROTEÇÃO POSSESSÓRIA
	 A proteção da posse por legítima defesa ocorre antes da perda da posse e a proteção da posse pelo desforço imediato ocorre depois de perder a posse por meio da autotutela, autodefesa ou defesa indireta, sem a ajuda de terceiros (polícia, ordem judicial, autoridades, dentre outros) e sem extrapolar os limites aceitáveis para exercer esta defesa, devendo agir dentro do que é tolerável pelo homem médio; a reação deve ser rápida, o quanto antes, não necessariamente imediata, mas, se passar algum tempo, é melhor ingressar com ação possessória, além disto, a reação não pode ser excessiva, pois poderá ensejar indenização. O detentor pode realizar esta defesa em nome do possuidor.
	Para ingressar com a ação possessória deve ser comprovada a condição de possuidor, o que inclui o herdeiro (artigos 926 CPC e1.207 CC), bem como os possuidores direto e indireto (artigo 1.197 CC). Quanto à legitimação passiva, o herdeiro também poderá ser réu e, com relação ao incapaz que turbou ou esbulhou, será representado ou assistido por seu responsável legal, o que também ocorrerá se for autor, vítima do esbulho ou da turbação.
O Poder Público poderá ser réu na ação possessória, sendo que a reação do particular em acioná-lo deverá ser rápida, sob pena de ser caracterizada como sendo uma desapropriação indireta.
Com relação ao possuidor de boa-fé, sem a existência de vícios, não há ação possessória, mas sim ação petitória, conforme artigo 1.212 CC.
O possuidor pode ingressar com ação possessória cumulada com pedido de perdas e danos contra o réu, conforme artigo 921, I CPC); se este pedido for com relação à perda da coisa, deverá ser feito na petição inicial; caso a coisa se perca depois do ingresso da ação possessória, deverá ingressar com outra ação judicial.
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS ou DOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS ou PRINCÍPIO DA CONVERSIBILIDADE
	Este princípio está previsto no artigo 920 CPC, permitindo que o juízo reconheça um pedido em detrimento do outro, pois o que importa é evitar ações indevidas contra o direito possessório, já que o pedido sempre será a proteção possessória, o que muda é a intensidade do dano, não se trata de pedido “extra petita”, normalmente,a mudança do pedido ocorre pelo aumento da intensidade da lesão.
POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE PEDIDOS NAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
	Conforme artigo 921 CPC, além de pleitear a proteção possessória, o autor poderá pedir perdas e danos, multa e/ou desfazimento da construção ou plantação; isto é facultativo e não interfere no rito da ação possessória; os pedidos devem ser expressos e não implícitos, sob pena de julgamensto “extra petita”. Os danos deverão ser comprovados.
	Haverá mudança do rito da ação possessória se existirem outros pedidos, diversos do previsto no artigo acima, tais como: rescisão contratual, demarcação, reconhecimento de vínculo, dentre outros.
CARÁTER DÚPLICE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
	Há a possibilidade do réu formular pedidos, além de se defender, sem que tenha que apresentar reconvenção, posto que os sujeitos deste tipo de ação, autor e réu, podem ingressar com ação um contra o outro, como também ocorre na ação de prestação de contas, ação de divisão, ação de demarcação, etc.
	O juízo pode reconhecer a posse para o réu se requerida na contestação e for comprovado que é o possuidor legítimo, conforme artigo 922 CPC, podendo ter outras pretensões, desde que as alegue e comprove, podendo formular os pedidos previstos no artigo 921 CPC, resguardando o princípio da isonomia.
	O réu DEVERÁ elaborar os seus pedidos expressamente na contestação, pois a improcedência do pedido do auto na ação possessória NÃO PRESSUPÕE a posse para o réu; poderá o réu apresentar reconvenção se alegar posse de outro bem ou a posse de outra parte do bem; caso o réu alegue a posse, não poderá ocorrer o julgamento antecipado da lide.
 
JUÍZO POSSESSÓRIO DIFERENTE DO JUÍZO PETITÓRIO
As questões de posse e propriedade não se confundem, enquanto tramita a ação possessória, autor e réu não podem ingressar com a ação petitória ou ação reivindicatória, desde que a discussão da posse estiver restrita à discussão de justo título que enseja a posse, nos termos do artigo 923 CPC; contudo, se a discussão da posse for de atos concretos a ela, nada impede que uma das partes ingresse com ação petitória para discutir o domínio.
AÇÃO DE FORÇA NOVA E AÇÃO DE FORÇA VELHA
 	O artigo 924 CPC prevê um procedimento especial para as ações de manutenção na posse e de reintegraçõ de posse, desde que a turbação e o esbulho tenham ocorrido há menos de um ano e um dia, permitindo o pedido de liminar, pois, do contrário, passado o referido prazo, o procedimento será o ordinário, não havendo pedido liminar.
	A liminar poderá ser concedida sem ouvir as partes, “inaudita altera parte”, ou após a realização da audiência de justificação prévia, momento em que se averigua a posse, com a oitiva do autor, antes de citar o réu.
	Passado o prazo de um ano e um dia, se o possuidor for proprietário, melhor será ingressar com uma ação reivindicatória.
	 
CAUÇÃO
	Conforme artigo 925 CPC, é possível o réu requerer que o autor caucione, pois pode ocorrer a concessão da liminar e, no final do processo, ela seja revogada, resguardando prejuízos que o réu possa ter, mas, para tanto, deve ser demonstrada a falta de idoneidade financeira do autor para arcar com eventual perdas e danos pleiteada, devidamente comprovada pelo réu, ou pelo autor se a liminar for concedida para o réu, havendo o direito de defesa da outra parte; a caução pode ser real (bens móveis e/ou bens imóveis) ou ser fidejussória (carta de fiança). 
	O autor terá direito ao contraditório e à ampla defesa, podendo a caução ser requerida a qualquer tempo, mesmo estando o processo em segunda ou terceira instância e, nestes casos, o requerimento da caução deve ser feito ao juízo de primeiro grau, desde que sejam demonstrados os requsitos descritos no parágrafo anterior.
	Com o intuito de evitar arbitrariedades, impedindo o autor de exercer o seu direito possessório, pelo fato de não ter condições de caucionar, poderá o juiz nomear um depositário da coisa, resguardando-a, ou nomear como depositário uma das partes, até o fim da demanda.
	Por outro lado, não pemitir a caução, poderá trazer risco para o réu, até mesmo pela conduta protelatória do autor, especialmente se tiver a concessão da liminar em seu favor.
	A concessão da caução está vinculada ao poder discricionário do juiz, admitindo recurso da decisão que a deferiu ou a indeferiu.

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