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Vício de Consentimento e Vício Social

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FACULDADES INTEGRADAS CURITIBA
FACULDADE DE DIREITO DE CURITIBA
VÍCIOS DO CONSENTIMENTO E VÍCIOS SOCIAIS
CURITIBA
2004
HELENO DA COSTA ROHN
KARLA ALVES RODRIGUES DE JESUS
LUIZ EDUARDO BALLIN
MÁRCIA CRISTINA SILVA DE ARAUJO
VÍCIOS DO CONSENTIMENTO E VÍCIOS SOCIAIS
Trabalho de graduação apresentado à disciplina Direito Civil II do curso de Direito das Faculdades Integradas Curitiba. 
Orientador: Prof. Luciano Marchesini
CURITIBA
2004
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
2 O PROCESSO HISTÓRICO DOS DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS..........2
3 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES...............................................................................3
4 VÍCIOS DO CONSENTIMENTO.......................................................................................4
4.1 ERRO....................................................................................................................................4
4.2 DOLO...................................................................................................................................6
4.3 COAÇÃO.............................................................................................................................8
4.4 ESTADO DE PERIGO......................................................................................................10
4.5 LESÂO................................................................................................................................11
5 VÍCIOS SOCIAIS................................................................................................................11
5.1 SIMULAÇÃO.....................................................................................................................11
5.2 FRAUDE CONTRA CREDORES....................................................................................12
6 CONCLUSÃO......................................................................................................................15
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................18
 
1 INTRODUÇÃO
	A peça acadêmica elaborada proporcionou atualizada informação jurisprudencial e bibliográfica, contribuindo para o entendimento do processo de renovação científica por que passa o direito civil contemporâneo. O estudo e a análise das noções, categorias e princípios estruturais que integram a doutrina dos defeitos dos negócios jurídicos, resultaram no conhecimento das possibilidades de ocorrência, dos efeitos geradores e das prerrogativas de invalidade e nulidade desses institutos no mundo jurídico.
	Representando uma necessidade de inovação há muito requerida pelos operadores do direito e pala sociedade, por força das transformações econômicas e sociais, o Novo Código Civil Brasileiro apresenta em seu conteúdo evidente progresso, acolhendo expressamente a figura do negócio jurídico como matéria geral compreensiva das declarações de vontade destinadas à criação, modificação e extinção das relações jurídicas. Sob esta perspectiva a legislação atual afastou-se da concepção unitária do ato jurídico adotada pelo Código Civil de 1916. Assim é que a doutrina converge para a constatação de que, para ser juridicamente eficaz o negócio jurídico, deve despir-se de defeitos na sua origem e expressão – obstando-se divergência entre o que o agente quer e o que efetivamente declara.
	Resultando o direito de um processo de institucionalização de práticas, de órgãos e critérios de decisão que a sociedade e o Estado estabelecem, para o fim de dirimirem conflitos de interesses, apresenta-se como um produto histórico e cultural. Os modelos jurídicos estabelecidos pela nova ordem civil constituem-se em elementos que, ofertando diretivas para estabelecerem meios de conduta, regulam a ocorrência dos vícios sociais e dos vícios do consentimento, atribuindo às relações negociais imperfeitas, degradadas ou adulteradas pela inobservância do princípio da autonomia da vontade, a sanção prevista no sistema legal, qual seja, a invalidade e, conseqüentemente, a ineficácia.
2 O PROCESSO HISTÓRICO DOS DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
	Fundamentalmente no que concerne aos vícios da vontade, a construção teórica dos defeitos do negócio jurídico advém de um processo histórico ideológico que acompanhou a origem e evolução do princípio da autonomia da vontade.
	O formalismo imperante no direito romano tinha como essencialidade o predomínio da forma sobre a vontade, ou seja, a validade de certos atos dependia da forma juridicamente reconhecida, pressuposto para a validade e eficácia do ato e independia da vontade do agente. Contudo, o deperecimento do formalismo provocou o surgimento do consensualismo, no início da época clássica, revelando-se os primeiros contratos que se formavam sem a necessidade de forma especial.
	No primeiro século a. C., com a exceptio doli e a exceptio metus, o pretor romano concedia ao contratante, vítima de dolo ou de violência, a recusa ao cumprimento contratual, podendo, ainda, no caso de já o ter cumprido, lograr a restitutio in integrum.�
	O consensualismo em sua plenitude verificou-se com o influxo do Cristianismo e com o desenvolvimento do comércio medieval, vindo-se a admitir progressivamente o poder obrigatório dos contratos, formados pelo mero acordo de vontades. No entanto, as práticas consensuais levavam à preocupação e à investigação da interferência do erro ou da coação sobre a vontade exteriorizada.A vontade como elemento dorsal do ato jurídico exigia-lhe fosse livre e consciente, sob pena de serem anuláveis os atos dotados de erro ou violência. Por outro lado, a interposição da justiça comutativa, pela qual cada um deveria receber o equivalente ao que dava, acarreada pelas recomendações canônicas dominantes no direito contratual, conduziam à iminência de ser resguardada a parte que, sem agir com negligência, fosse vítima de sua fraqueza ou ignorância, e de sofrerem punição os contratantes desleais, fatos revigorados pelos princípios da boa-fé e da responsabilidade.
	A partir do século XVIII, com o surgimento do racionalismo, inicia-se a formação da teoria dos vícios da vontade, vindo a ser concretizada em dispositivos do Código Civil Francês – com maior incidência da concepção subjetiva do ato jurídico – e do Código Civil Alemão – assumindo um resultado das teorias da vontade e da declaração, conjuntamente. 
	O código Civil Brasileiro de 1916 sofreu influência, no que diz respeito a essa matéria, das codificações civis francesa, portuguesa e alemã.
3 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
O negócio jurídico é a manifestação da vontade tendente a criar, modificar ou extinguir um direito. A vontade é, pois, base e fundamento, a razão de ser e a alma do negócio jurídico. Exercendo papel preponderante no negócio jurídico, sendo um de seus elementos fundamentais, a vontade, manifestando-se corretamente por meio de sua declaração, produz os efeitos jurídicos almejados pelas partes.
	Toda a doutrina é unânime em salientar que a declaração da vontade é elemento essencial do negócio jurídico. Tanto isso é verdade que se a vontade for inexistente o negócio jurídico existe apenas de fato na aparência, mas não no mundo jurídico, pois será nulo.
 	Quando excluídas a consciência e a vontade, ocorre incapacidade para consentir. Se, entretanto, existe a vontade, porém sem correspondência com aquela que o agente quer exteriorizar, o negócio jurídico será viciado ou deturpado, tornando-se anulável se no prazo decadencial de 4 anos for movida ação de anulação (CC, art. 178). É o caso em que se têm os vícios do consentimento,como o erro, o dolo, a coação, o estado de perigo e a lesão, que se fundam no desequilíbrio da atuação volitiva relativamente à sua declaração. Ensina Clóvis Beviláqua que "esses vícios aderem à vontade, penetram-na, aparecem sob forma de motivos, forçam a deliberação e estabelecem divergência entre a vontade real, ou não permitem que esta se forme". Há desavença entre a vontade real e a declarada.
 	Por fim, há casos em que a vontade, por parte do declarante, é real e verdadeira, havendo perfeita correspondência entre a vontade interna e sua manifestação, entretanto, ela desvia-se da lei, ou da boa fé, infringindo o direito e prejudicando terceiros, sendo, por isso, o negócio jurídico suscetível de invalidação. Trata-se dos vícios sociais, como a simulação, que o tornará nulo (CC, art. 167, caput) e a fraude contra credores, que o tornará anulável (CC, art. 171, II; 178, II), que comprometem a ordem jurídica pela afronta à lisura e à honestidade. Não são vícios puramente psíquicos, afirma ainda Clóvis Beviláqua, não estabelecem desarmonia entre o que se passa no recesso da alma e o que se exterioriza; são vícios sociais que contaminam a vontade manifestada contra as exigências da ordem legal, tornando o elemento volitivo juridicamente inoperante.
4 VÍCIOS DO CONSENTIMENTO
	As imperfeições decorrentes de anomalias na formação da vontade, ou seja, o comportamento do agente, sob influências atuantes de modo anormal sobre seu psiquismo, difere daquele a que sua vontade livre e consciente o conduziria são caracterizadas como vícios do consentimento. São representados por figuras típicas como o erro e ignorância, dolo, coação ou violência, estado de perigo e lesão.
4.1 ERRO 
 	Tema regulado pelos artigos 138 a 144 do CC, o erro, para viciar a vontade e tornar anulável o negócio, deve ser substancial, escusável e real, no sentido de que há de ter por fundamento uma razão plausível, ou, ser de tal maneira que qualquer pessoa inteligente e de atenção ordinária seja capaz de cometê-lo. Uma das partes não pode se beneficiar com o erro de outra, devendo ser palpável e reconhecível pela outra parte, importando efetivo prejuízo para o interessado.
 	O erro apresenta-se sob várias modalidades, recebendo diferentes classificações na doutrina. Segundo Washington de Barros Monteiro, são tipos de erros: substancial, acidental, de fato e de direito.
 Num sentido amplo erro é uma noção inexata, não verdadeira, sobre alguma coisa, objeto ou pessoa, que influencia a formação da vontade. Influindo na vontade do declarante, impede que se forme em consonância com sua verdadeira motivação. O agente é levado a praticar o negócio jurídico que não praticaria por certo, ou que praticaria em circunstâncias diversas, se tivesse conhecimento exato e completo.
	Embora apresentem seus efeitos equiparados pelo legislador, pois possuem a mesma importância sobre a declaração de vontade, a ignorância e o erro diferem em sua composição: o primeiro – localizado especificamente nos artigos 443, 850 e 1.974 do Código Civil – corresponde a completa ausência de conhecimento acerca de um objeto, já o segundo – regulado pelos artigos 138 a 144 do mesmo código – é a falsa noção que o agente tem de qualquer dos elementos do negócio jurídico.
	O erro, considerado o mais comum e o maior de todos os vícios, estratifica-se, de acordo com seu grau de influência sobre o direito, sob várias modalidades. Francisco Amaral inicia sua análise com a distinção entre o erro vício (ou erro motivo) e o erro obstáculo (ou erro na declaração da vontade).
	O erro vício traduz-se numa manifestação inexata ou na ignorância de qualquer circunstância de fato ou de direito que foi determinante na decisão de efetuar o negócio�, trata-se, portanto, de erro nos motivos determinantes da vontade. A divergência existente nesses casos não é entre a vontade real e a declaração, mas entre a vontade real, que coincide com a declaração, e a vontade hipotética, isto é, a vontade que se teria tido se a representação não fosse inexata. Já o erro obstáculo é um óbice impeditivo da manifestação da vontade�, não constituindo-se exatamente num vício de consentimento.
	Outra forma de organizar o erro é dividindo-o em erro de fato, que recai sobre qualquer circunstância ou elemento do negócio, e erro de direito, que é o falso conhecimento ou ignorância da respectiva norma jurídica, supondo-se, por exemplo, que uma norma está em vigor quando já foi revogada.
	O erro também pode ser dividido em erro essencial, ou substancial (artigo 138) e acidental (artigo 142). Erro essencial é aquele que tem papel decisivo na determinação da vontade do declarante, dando causa ao negócio (causam dans), de modo que, se este conhecesse o verdadeiro estado das coisas, não manifestaria vontade de concluir o negócio. 
Este erro aplica-se, segundo o artigo 139, a qualidades essenciais da pessoa a quem se refira a declaração do agente (error in persona); ao objeto principal da declaração (error in ipso corpore rei) ou a alguma de suas qualidades essenciais (error in substantia) ou, ainda, à própria natureza do ato (error in negotium). É de fundamental importância explicitar que o Código Civil de 2002 incluiu, como erro substancial, o erro de direito que tenha sido razão principal ou única do negócio.
O erro acidental, ou sanável, recai sobre motivos ou qualidades secundárias do objeto ou da pessoa, podendo incidir sobre a qualidade ou quantidade, porém, não sendo passível de alterações na validade do negócio. O erro acidental encontra-se fundamentado nos artigos 142 e 1.903 do Código Civil de 2002. 
	O erro sobre os motivos, instituído no artigo 140, ocorre quando representações psíquicas internas ou razões de ordem subjetiva antecedentes a realização do negócio têm relevância jurídica por terem sido construídas como motivo determinante, sendo integradas como parte do negócio.
	A transmissão errônea da vontade, disposta no artigo 141, pode ocorrer quando verifica-se a falta de concordância entre a vontade e a declaração feita por instrumento mecânico (correio, telégrafo, internet, telefone) ou por pessoa intermediária (mensageiro), pois estes não transmitiram fielmente a real vontade.
	Na existência de um erro de cálculo facilmente perceptível (artigo 143), não há vício no negócio jurídico, pois trata-se de erro acidental, sendo apenas necessária a correção da manifestação de vontade.
	A aceitação da manifestação de vontade errônea pelo destinatário (artigo 144) não prejudica a validade do negócio jurídico, pois o declaratário está disposto a executar de acordo com a vontade real do declarante.
	Cabe ressaltar que o erro, segundo Dernburg, deve ser justificável, verdadeiro, palpável e importar em verdadeiro prejuízo ao declarante para propiciar a anulação de um negócio jurídico.
4.2 DOLO
O dolo, inserido entre os vícios da vontade é, segundo a clássica definição de Clóvis Beviláqua, o artifício ou expediente astucioso empregado para induzir alguém à prática de um ato que o prejudica, aproveitando ao autor do dolo ou a terceiro, isto é, são atos ou uma série de atos, sugestões ou artifícios que, quando empregados, induzem ou mantém em erro o declarante de uma vontade. Consiste nas práticas ou manobras maliciosamente levadas a efeito por uma parte, a fim de conseguir da outra uma remissão de vontade que lhe traga proveito, ou a terceiro.
O dolo é semelhante ao erro, porém com uma diferença fundamental: o agente é induzido ao erro por obra de alguém que tem a intenção clara de enganá-lo e obter vantagem em seu desfavor (para si ou terceiro), o que poderá ensejar na nulidade do ato. Enquanto no erro o engano é espontâneo, no dolo é provocado. 
Várias são as espécies de dolo, como principal, acidental, positivo, negativo, dentre outros elementos, de acordo com a doutrina abordada.
	São requisitos do dolo como vício de consentimento, baseados na lição de Eduardo Espínola, para Washington de Barros Monteiro e Serpa Lopes: 
intençãode induzir o declarante a praticar o ato jurídico; 
que os artifícios fraudulentos sejam graves; 
que esses artifícios sejam a causa determinante da declaração de vontade; 
procedam do outro contratante, ou sejam destes desconhecidos, se procedentes de terceiro.
O dolo pode ser apresentado sob várias espécies, como o dolo positivo – consistente em expedientes enganatórios, verbais ou de outra natureza que perfazem uma conduta – e o dolo negativo – traduzido em uma omissão, na ausência maliciosa de ação para impor falsa idéia ao declaratário, quando o dever era de elucidar o erro do agente. Nestes casos, o silêncio intencional de um dos contraentes deve ser de fundamental importância, pois, na sua ausência, o ato não seria celebrado (artigo 147).
	Pode ser organizado de acordo com sua intensidade em dolus bonus (menos intenso), práticas usuais ou normais de comércio, e dolus malus (mais grave), manifestação da vontade de iludir, com a intenção de prejudicar. Porém, a principal diferenciação está entre o dolo principal ou determinante (dolus causam dans contractui) e o dolo incidental ou acidental (dolus incidens): o primeiro é verificado quando é determinante do ato, tornando o ato anulável; já o segundo não é razão determinante do ato, sendo, simplesmente, um ato ilícito que gera para o culpado a responsabilidade por indenização em perdas e danos (artigo 146).
 	Quando o dolo for bilateral, isto é, se ambas as partes procederam com dolo, nenhuma delas poderá alegar que a outra o fez, como forma de anular o negócio ou reclamar indenização (artigo 150).
 Se o dolo principal for do representante legal de uma das partes, o representado é por ele responsável até o limite do proveito que teve, porém, se o dolo for de representante convencional, onde existe a vontade do representante na escolha do representado, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos, pois, ao assim agir, criou um risco para si (artigo 149).
Nos dolos de terceiro (artigo 148), de acordo com Carvalho Santos, três são as hipóteses de ocorrência: a) o dolo é desse terceiro, mas praticado com a cumplicidade da parte; b) o dolo é de terceiro, a parte o conhecia mas não teve participação; c) o dolo de terceiro é completamente ignorado pela parte beneficiada. Nos dois primeiros casos o ato é anulável, entretanto, o último é viável, respondendo o terceiro por perdas e danos.
4.3 COAÇÃO
Coação é toda a pressão, quer seja física ou moral, exercida sobre um indivíduo para determiná-lo a concordar com a prática de um negócio jurídico. A pressão física é o constrangimento corporal que retira toda a capacidade de querer, implicando ausência total de consentimento, o que acarreta a nulidade do ato. A moral atua sobre a vontade da vítima, sem aniquilar-lhe o consentimento, pois conserva ela uma relativa liberdade, podendo optar entre a realização do negócio que lhe é exigido e o dano com que é ameaçada. A coação moral é modalidade de vício de consentimento, pois permite que o coato emita uma vontade, embora maculada, acarretando a anulabilidade do negócio por ele realizado.
 	São requisitos da coação (CC, art. 151): a ameaça como causa determinante do ato; um temor de dano à pessoa, à família ou aos bens do coato; que esse temor seja fundado e injusto;
A coação, na concepção de Washington de Barros Monteiro, é o mais profundo vício porque atinge a base do negócio jurídico:, qual seja a vontade do agente. Define-se como a pressão física ou moral exercida sobre alguém para induzi-lo à prática de um ato jurídico�. Segundo Clóvis Beviláqua, a coação moral é um estado de espírito em que o agente, perdendo a energia moral e a espontaneidade do querer, realiza o ato, que lhe é exigido.
Em relação aos termos utilizados, tanto o Código Civil de 1916 como o Código de 2002 abordaram esse defeito do negócio jurídico como sinônimo de violência (vis), situação adversa a ocorrida no direito romano, que não as admitia como sinônimos, pois é o temor (metus) inspirado pela coação que cria o vício de consentimento. 
É possível distinguir a coação absoluta (física), que é o constrangimento corporal que reduz a vítima a instrumento passivo do ato, e a relativa (moral), quando a vontade do agente não é completamente aniquilada, conservando o coato relativa liberdade, pois poderá escolher entre a realização do ato exigível - vontade real condizente com a vontade declarada - ou expor-se ao mal imposto. Na primeira, há total ausência de vontade, portanto, não ocorre vício de consentimento, reduzindo-se o negócio jurídico a caso de inexistência ou nulidade. Porém, na segunda, quando configurados todos os seus requisitos legais, é causa de anulabilidade do negócio jurídico (artigo 171, II ).
Para que a coação se delineie como vício de consentimento são necessários alguns requisitos, estabelecidos no artigo 151: “a coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal, que incuta ao paciente fundado temor de dano eminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens”. Sílvio Venosa, a partir deste artigo, elenca sete requisitos da coação:
essencialidade da coação;
intenção de coagir;
gravidade do mal cominado;
injustiça ou ilicitude da cominação;
dano atual ou iminente;
justo receio de prejuízo, igual, pelo menos, ao decorrente do dano extorquido;
tal prejuízo deve recair sobre a pessoa ou bens do paciente, ou pessoas de sua família.
No parágrafo único deste mesmo artigo, analisa-se a possibilidade da ameaça recair sobre pessoa que não seja da família do coato, mas, que, por possuir vínculo afetivo intenso, justifica a coação como instrumento viciador da vontade. Nestas hipóteses cabe ao julgador, em cada caso concreto, examinar as circunstâncias para chegar a uma correta decisão.
Em oposição ao direito romano, que somente considerava um temor justificável quando fosse capaz de vencer a resistência de um homem diligente, o direito moderno findou por humanizar o rigor relativo a intensidade do temor cominado, adotando elementos objetivos e subjetivos – critério subjetivo concreto - para examinar a prevalência do vício. Diz o artigo 152: “No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias, que possam influir na gravidade dela”. 
São causas de exclusão da coação, em conformidade com o artigo 153, a ameaça do exercício normal de um direito e o temor reverencial. A ameaça do exercício normal de um direito é a coação justa, embora com alteração do consentimento. Já o temor reverencial, na concepção de Clóvis Beviláqua, é o receito de desgostar o pai, a mãe ou outras pessoas, a quem se deve obediência e respeito. 
Na coação emanada por terceiro, disposta nos artigos 154 e 155, duas situações podem ocorrer:
a) a parte a quem aproveita tem ou deveria ter conhecimento da coação: o negócio é anulável, com responsabilidade solidária pelas perdas e danos do terceiro e da parte a quem aproveitou;
a parte beneficiada não tem conhecimento da coação: o negócio subsiste, com
responsabilidade exclusiva do terceiro pelas perdas e danos ao coato.
4.4 ESTADO DE PERIGO 
O Novo Código Civil evoluiu grandemente na esfera dos defeitos do negócio jurídico introduzindo, no direito positivo, novas e relevantes figuras caracterizadoras do vício de consentimento, como a lesão (art. 157) e o estado de perigo (art. 156), atendendo, dessa maneira, a notórios anseios sociais. 
No estado de perigo haverá temor de grave dano moral ou material à pessoa ou a algum parente seu que compele o declarante a concluir contrato, mediante prestação exorbitante. A pessoa em estado de perigo assume comportamento que não teria conscientemente. Em conclusão, estado de perigo é "o fato necessário que compele à conclusão de negócio jurídico, mediante prestação exorbitante". (Moacir de Oliveira) 
O negócio jurídico concluído em estado de perigo é anulável porque não atende, em princípio, à função econômico-socialdo contrato (CC, art. 421). Segundo o artigo 156 do Código Civil, consolida-se estado de perigo quando alguém, premido pela necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. E, em se tratando de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá pela ocorrência, ou não, do estado de perigo, segundo as circunstâncias e seu bom senso. 
Francisco Amaral elenca cinco requisitos para o reconhecimento do estado de perigo:
agente, ou pessoa de sua família, encontra-se prestes a sofrer grave dano;
dano deve ser imediato e grave;
dano provém de terceiro ou de outra parte, que dele tem conhecimento;
dano é mais oneroso que a obrigação assumida;
a obrigação assumida é extremamente onerosa, e disso a vítima tem conhecimento.
4.5 LESÂO
A lesão é o prejuízo econômico que resulta da desproporção entre as prestações de um contrato, sob o qual uma das partes recebe menos do que dá. Este instituto visa proteger o contratante, que se encontra em posição de inferioridade, ante o prejuízo por ele sofrido na conclusão do contrato comutativo, devido à considerável desproporção existente, entre as prestações das duas partes.
 	Decorre do abuso praticado em situação de desigualdade volitiva para contratar, punindo o aproveitamento indevido na realização do ato negocial. O Código Civil, a este respeito, em seu art. 157, caput, institui que ocorrerá lesão quando alguém, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obrigar a uma prestação manifestadamente desproporcional ao valor da prestação proposta. 
Esta desproporção deverá ser apreciada segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico pela técnica pericial e avaliada pelo juiz. Se a desproporcionalidade for superveniente à formação do contrato, será irrelevante juridicamente. Não haverá decretação da anulação desse ato negocial se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. Como o negócio celebrado com lesão é anulável, pode ser objeto de confirmação pelas partes (CC, art. 172).
5 VÍCIOS SOCIAIS
5.1 SIMULAÇÃO
 	 Consiste a simulação em celebrar-se um ato, que tenha aparência normal, mas que, em verdade, não visa ao efeito que juridicamente devia produzir. Simulação é a declaração enganosa da vontade, visando a produzir efeito diverso do ostensivamente indicado. Procura-se com a simulação iludir alguém por meio de falsa aparência que encobre a verdadeira feição do negócio jurídico.
 A aparente e enganosa declaração representa o resultado de uma deliberação consciente, segundo Silvio Rogrigues. Em regra é exercida através de um ato bilateral de vontade, subsistindo-se o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. Outras de suas características são a não correspondência com a intenção das partes e a realização no sentido de iludir terceiros
Caracteriza-se, segundo Washington de Barros Monteiro, pelo "intencional desacordo entre a vontade interna e a declarada, no sentido de criar, aparentemente, o negócio jurídico, que, de fato, não existe, ou então oculta, sob determinada aparência, o negócio realmente querido". 
 A simulação provoca falsa crença no estado não real, querendo enganar sobre a existência de uma situação não verdadeira, tornando nulo o negócio (CC, art. 167, 1ª parte). A intencionalidade da divergência entre a vontade interna e a declarada é a característica fundamental do negócio simulado. Reconhecida a simulação, os efeitos desse reconhecimento são retroativos à data da realização do negócio jurídico simulado (eficácia ex tunc).
O Código Civil de 1916 incluía a simulação entre os defeitos dos negócios jurídicos, quando praticada com a intenção de burlar a lei, ou de prejudicar terceiros. A sanção era a anulabilidade do negócio jurídico, nas mesmas condições em que o anulavam o erro, a coação, o dolo e a fraude. O Código de 2002 reservou-lhe tratamento diferenciado, colocando a simulação como causa de nulidade dos negócios jurídicos.
 A doutrina distingue duas espécies de simulação, a absoluta – quando a declaração de vontade exprime aparentemente um negócio jurídico, não sendo, em verdade intenção das partes efetuar negócio algum – e a relativa – quando efetivamente há a intenção de realizar algum negócio jurídico, mas este: a) é de natureza diversa daquele que se pretende ultimar (as partes realizam negócio jurídico diverso do que soam as palavras); b) não é efetuado entre as próprias partes, sendo “eleito” um terceiro para agir como figura que desempenhará o negócio; c) não contém elementos verdadeiros (seus dados são inexatos).
 A simulação não é o mesmo que a dissimulação. A primeira mostra o que não existe
e a segunda oculta o que é verdade. Um negócio simulado sempre envolve a dissimulação e uma vez reconhecida esta simulação, relativa ou absoluta, o negócio será nulo, mantendo-se aquele negócio dissimulado, se válido na substância e na forma, como anteriormente explicitado.
5.2 FRAUDE CONTRA CREDORES
 	 Constitui fraude contra credores a prática maliciosa, pelo devedor, de atos que desfalcam o seu patrimônio, com o escopo de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos direitos creditórios alheios. Estará presente o propósito de levar aos credores um prejuízo, em benefício próprio ou alheio, furtando-lhes a garantia geral que devem encontrar no patrimônio do devedor. Segundo Caio Mário da Silva Pereira, não se exige que o devedor traga a intenção deliberada de causar prejuízo; basta que tenha a consciência de produzir o dano. Na fraude o ato é real, a declaração de vontade está na conformidade do querer íntimo do agente, ocasionando como efeito o resultado prejudicial a terceiro.
	Para Silvio Rodrigues, "a fraude contra credores só se caracteriza quando for insolvente o devedor, ou quando se tratar de pessoa que, por atos malsinados, venha a tornar-se insolvente, porque, enquanto solvente o devedor, ampla é sua liberdade de dispor de seus bens, pois a prerrogativa de aliená-los é elementar do direito de propriedade. Entretanto, se ao transferi-los a terceiros já se encontrava insolvente o devedor, permite a lei que torne-se sem
efeito tal alienação, quer pela prova do consilium fraudis, quer pela presunção legal do intuito fraudulento."
 Pode o credor, todavia, por diversos meios, tais como a alienação de bens, remissão de dívidas, renúncia de herança, outorga de direitos preferenciais e outros recursos, desfalcar ou comprometer a garantia ao patrimônio do devedor, em detrimento dos credores. Fornece a lei instrumentos apropriados para invalidar os negócios fraudatórios e reconstituir o desfacelado patrimônio do devedor.
 Disciplinada dos artigos 158 a 165 do Código Civil, a fraude contra credores possui como sanção a anulação do ato celebrado. Seu reconhecimento não está subordinado à preexistência de demanda em relação ao ato considerado fraudulento e sua caracterização pressupõe dois elementos: um objetivo, conhecido como eventus damni, que é o próprio ato prejudicial ao credor, e outro, subjetivo, consilium fraudis, que é a má-fé do devedor, a consciência de prejudicar terceiros.
O Código Civil estabelece as espécies de negócios jurídicos passíveis de fraude nos artigos 158, 159, 162 e 163:
a) atos de transmissão gratuita de bens (doação, renúncia a direitos patrimoniais adquiridos);
b) remissão de dívidas;
c) contratos onerosos;
d) pagamento antecipado de dívidas;
e) concessão de garantias preferenciais.
6 CONCLUSÃO
Com efeito, modernamente, as disposições sobre os institutos na legislação civil vigente, que compõem os defeitos dos negócios jurídicos, alcançam fundamental importância na formação do operador do direito, uma vez que prenunciam a possibilidade de reconhecimento dos vícios sociais e do consentimento que maculam as relações de natureza jurídico-patrimoniais. 
Justificadas mudançasdecorrentes das alterações interpostas no novo Código Civil Brasileiro propiciaram significativa segurança jurídica nos ditames de interesses público e privado, conforme a exposição adiante elucidada, com menção a alguns dispositivos analisados sob a ótica do Código Civil revogado, bem como àqueles mantidos na elaboração da nova ordem jurídica civilista
O capítulo que aborda os defeitos do negócio jurídico foi um dos que mais sofreu alterações numa comparação entre o Código Civil de 1916 e o atual. Merece especial destaque a retirada da simulação de forma isolada, que agora passa a ser parte integrante do capítulo que versa sobre a invalidade do negócio jurídico (art. 167). Guarda alguma semelhança com a simulação de um negócio jurídico a idéia da reserva mental, positivada pelo legislador de 2001 no art. 110, mas já aceita bem anteriormente a promulgação do novo ordenamento no entendimento doutrinário 
Foram acrescentados dois novos institutos abarcados como defeitos do negócio jurídico: o ato praticado em estado de perigo, antes abordado juntamente com a coação, e a lesão, esquecida pelo codificador de 1916. A nova redação do Código Civil veio a confirmar, em seu art. 171, a premissa de que são anuláveis os negócios portadores de vícios, como já disciplinava o art. 147 do Código revogado, observadas as modificações anteriormente referida. 	 	
O Código inovou, pois dispôs inicialmente sobre a espécie negócio jurídico, em todas as suas nuances, e depois previu, num único artigo, o “ato jurídico lícito que não seja negócio jurídico” – ou, doutrinariamente, o ato jurídico strictu sensu – aplicando então a este, no que couber, a disciplina regente do negócio jurídico.
Especificamente quanto aos vícios de consentimento, foram acrescidas duas modalidades atualmente previstas na esfera legislativa civil. Os cinco vícios de consentimento previstos no novo Código são: erro ou ignorância, dolo, coação, estado de perigo e lesão.
Sobre o erro ou ignorância, as principais modificações consistem em:
a) foi incluída na previsão normativa, acompanhando unânime assertiva doutrinária, a
figura do hominus medius (“pessoa de diligência normal”, art. 138), como padrão normal de comportamento para averiguação da escusabilidade do equívoco, e conseqüente habilidade anulatória; 
b) foi admitido o controvertido error in juris como causa de anulabilidade do negócio
jurídico (art. 139, III), desde que sua alegação não implique recusa à aplicação da lei e que tenha sido o engano sobre a existência, vigência ou interpretação de normas legais o único ou principal motivo da realização do negócio.
Relativamente ao dolo, a novidade inserida no novo ordenamento é a distinção, em termos de responsabilidade civil, entre o dolo praticado por representante legal (pai/filho, tutor/tutelado, curador/curatelado, dentre outros) e o dolo praticado por representante convencional (advogado/cliente, corretor/proprietário, dentre outros). No regime atual, parte da doutrina entende que se o representado, qualquer que seja o tipo de representação, não tinha conhecimento da ação dolosa de seu representante, só responderá até o limite do proveito que ele, representado, obteve do negócio, devendo a vítima cobrar o sobejante do representante. O representado em representação convencional responderá solidariamente com seu representante pela integralidade das perdas e danos da vítima (art. 149), mesmo que não tenha tido conhecimento da ação dolosa de seu representante, sendo fundamento dessa mudança o reconhecimento de culpa in eligendo do representado, uma vez que, presumidamente, escolhera mal o seu interlocutor.
Sobre a coação, o novo Código autoriza a sua alegação mesmo que o dano ameaçado não se tenha referido a pessoa da família do coato (art. 151, parágrafo único), devendo o juiz analisar caso a caso a presença de relações afetivas suficientemente justificadoras, para fins de caracterização do vício volitivo. Outra modificação diz respeito à coação exercida por terceiro, que atualmente enseja sempre a anulação do negócio jurídico - por atingir sua base fulcral, qual seja, a liberdade volitiva, mas passará a ensejar anulação somente quando a parte beneficiada tivesse ou devesse ter conhecimento da ação do coator (art. 155). Obviamente que, em caso de negócio jurídico unilateral (como por exemplo, o testamento e a promessa de recompensa), a coação de terceiro continuará ensejando sempre a anulação, uma vez que ali não existem “partes”, mas sim agente e terceiros a quem se dirige a declaração de vontade.
Finalmente, sobre o instituto da lesão, hoje legalmente previsto em relações consumeiristas e jurisprudencialmente acatado em relações civis, sua introdução no novo Código Civil significa evidente evolução, visando a repelir o chamado dolo de aproveitamento, ou seja, a maldade perpetrada por maliciosos negociantes, que laboram auferindo lucro sobre a desgraça transitória do próximo.
São essas, claramente, as principais alterações constantes do novo Código Civil, no tocante especificamente aos vícios de consentimento nos negócios jurídicos, restando delas, sem dúvida, um saldo positivo de excelência, na medida em que, em sua maioria, consolidam entendimentos doutrinários que a ciência e o debate jurídico esculpiram ao longo do século vinte.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, F. Direito Civil: introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. 
DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil Brasileiro.19. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. v. 1.
MONTEIRO, W. B. Curso de Direito Civil. 39. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. v. 1.
PEREIRA, C. M. S. Instituições de Direito Civil. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004. v. 1.
VENOSA, S. S. Direito Civil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. v. 1.
NERY JUNIOR, N. , NERY, R. M. A. Código Civil Anotado e Legislação Extravagante. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. 
� Exceptio doli era a defesa oponível ao demandante que tivesse praticado um ato com dolo para o fim de impedir o prosseguimento da ação baseada nesse ato (Gaio 4, 117; J, 4, 13, 9; D, 44, 4). Exceptio metus era a defesa oponível na ação em que o autor exigia o cumprimento de deveres nascidos de um ato praticado com medo pelo réu (G. 4. 117. I, 4, 13, 1; D, 44, 4). Restitutio in integrum, restituição integral, medida jurídica que consistia no cancelamento dos efeitos de um ato, com restabelecimento da situação anterior, como se tal ato não tivesse sido praticado (Paulo, 1, 7; D. 4. 1.). Faustino Gutiérrez-Alviz y Armarino. Diccionario de Derecho Romano, pp. 232, 234 e 604. AMARAL, F. Directo Civil: Introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. p.499.
� PINTO, C. A. M. Teoria Geral do Direito Civil, p. 505.
� VENOSA, S. Direito Civil: parte geral, p. 351.
� Monteiro, W. B. Curso de Direito Civil: parte geral, p. 237.

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