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CURSO EM PDF - DIREITO CONSTITUCIONAL PARA ANALISTA 
DO INSS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
Prof. Jean Claude O`Donnell 
 
www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 1
APRESENTAÇÃO 
 
Olá! 
É com grande satisfação que iniciamos este curso de Direito 
Constitucional pelo Canal dos Concursos. Tenho certeza de que você 
fez uma ótima escolha, ao decidir lutar por uma vaga em um cargo 
de excelência no serviço público federal, que é o de Analista do 
Seguro Social do INSS. 
Inicialmente, vou me apresentar. 
Meu nome é Jean Claude O`Donnell e, atualmente, ocupo o 
cargo de Auditor Federal de Controle Externo no TCU, para o qual 
obtive a 10ª colocação no concurso de 2008. 
No momento, exerço funções na Segunda Secretaria de 
Controle Externo do Tribunal. 
Antes do Tribunal de Contas, exerci as funções de AFC na CGU 
(11º colocado em 2008), de taquígrafo no Tribunal Superior do 
Trabalho e de analista de mercado no Banco do Brasil. 
Lembre-se de que você não irá competir com 20 mil ou 30 mil 
candidatos, mas sim com aquele grupo de elite que irá disputar pra 
valer uma vaga. Lembre-se da corrida de São Silvestre. Largam 
mais de 10 mil corredores, mas logo se destaca um pelotão de elite 
que representa os mais preparados. Assim, nosso objetivo é fazer 
você chegar nesse pelotão de elite, competindo com um número 
bem menor de concurseiros. A partir daí, para que você seja 
classificado dentro do número de vagas, é a sua parte no esforço!! 
Este curso foi preparado com a finalidade de prepará-lo para 
quaisquer concursos elaborados pela Banca Cespe/Unb, cobrindo toda 
a matéria de Direito Constitucional. 
Dentro deste nosso propósito de auxiliá-lo na caminhada rumo 
à conquista de um excelente cargo público, na disciplina Direito 
Constitucional, é que formulamos este curso no formato de teoria + 
questões do CESPE, o que o torna especialmente atraente para o 
concursando que já possui algumas noções dessa disciplina e 
pretende aprofundar e consolidar o seu conhecimento. 
Várias questões serão comentadas, para facilitar a sua 
assimilação do conteúdo, enquanto estuda a teoria. Ao final de cada, 
uma lista de exercícios de fixação complementa a bateria de 
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DO INSS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
Prof. Jean Claude O`Donnell 
 
www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 2
exercícios. Nesta primeira aula demonstrativa, fizemos comentários 
de todos os exercícios, para que você se familiarize com a 
metodologia. 
E aqui vai uma dica de ouro: perceba que em todas as provas 
de concurso, os examinadores acabam utilizando de 70% a 80% de 
questões que já caíram em certames anteriores, com alguma 
diferença de redação aqui e acolá. Por quê isso acontece? 
Simplesmente porque o examinador não pode “reinventar a roda”, ou 
estará fadado a ter a sua questão anulada pela banca examinadora. 
Os outros 30% a 20% de questões são relativos a jurisprudência 
inédita dos tribunais ou uma tentativa falha do examinador de querer 
inventar o que não deve, e o que acontece nesse caso é a troca de 
gabarito ou anulação do quesito! Portanto, quanto mais questões 
de concurso você resolver, mais perto você estará do pelotão de elite 
que disputará as concorridas vagas. 
Ao todo, nosso curso constará de 5 aulas, incluindo esta 
Aula Demonstrativa, uma a cada semana, cuja programação será a 
seguinte: 
 
Aula 
Demonstrativa 
Direitos e deveres fundamentais: direitos e deveres 
individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade; direitos 
sociais; nacionalidade; cidadania e direitos 
políticos; partidos políticos; garantias 
constitucionais individuais; garantias dos direitos 
coletivos, sociais e políticos. PARTE I 
Aula 1 
Direitos e deveres fundamentais: direitos e deveres 
individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade; direitos 
sociais; nacionalidade; cidadania e direitos 
políticos; partidos políticos; garantias 
constitucionais individuais; garantias dos direitos 
coletivos, sociais e políticos. PARTE II 
Aula 2 
2 Poder Legislativo: fundamento, atribuições e 
garantias de independência. 3 Processo legislativo: 
fundamento e garantias de independência, 
conceito, objetos, atos e procedimentos. 
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Aula 3 
Poder Executivo: forma e sistema de governo; 
chefia de Estado e chefia de Governo; atribuições e 
responsabilidades do Presidente da República. 
Poder Judiciário: disposições gerais; Supremo 
Tribunal Federal; Superior Tribunal de Justiça; 
tribunais regionais federais e juízes federais; 
tribunais e juízes dos estados. 
Aula 4 
Ordem social: base e objetivos da ordem social; 
seguridade social; educação, cultura e desporto; 
ciência e tecnologia; comunicação social; meio 
ambiente; família, criança, adolescente e idoso. 
Nesta aula inaugural, iniciaremos o estudo dos Direitos e 
Garantias Fundamentais, um assunto que não tem fim! 
Para você ter uma idéia, o art. 5º da Constituição Federal, que 
consagra apenas os direitos e deveres individuais e coletivos – uma 
das cinco classes de direitos e garantias fundamentais -, possui 
setenta e oito incisos. Cada um deles com inúmeras orientações 
jurisprudenciais e doutrinárias, atualizadas diuturnamente pelo 
Supremo Tribunal Federal e com grande cobrança em todo e qualquer 
concurso. 
Em função disso, iremos, neste tópico, carregar na quantidade 
de exercícios e nos comentários respectivos, já que neste assunto, 
quanto mais exercícios forem apresentados melhor para o candidato, 
até porque várias questões se repetem de um concurso para outro. E 
isso é estatístico. Já dissemos que a maior parte das questões de 
concurso são simples repetições de exercícios já cobrados em outras 
provas, com algumas inversões ou modificações de forma. E traga 
suas dúvidas para o fórum! 
Bom, esta aula é dividida em duas etapas. Na primeira etapa, 
examinaremos todo o artigo 5º, à exceção dos remédios 
constitucionais. Na segunda etapa, estudaremos os remédios bem 
como os direitos sociais, direitos políticos e os direitos de 
Nacionalidade. 
Com isso, procuraremos abranger um número maior de direitos 
fundamentais, aumentando a chance de abordarmos tópicos que 
certamente serão exigidos nos próximos concursos. 
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Outro aspecto é que a apresentação de exercícios 
(aparentemente) repetidos tem por finalidade, exatamente, 
demonstrar que o assunto é recorrente nos concursos do CESPE. 
Assim, é possível que no início você ache cansativo, entretanto, como 
disse um pensador, “a disciplina precede a espontaneidade”, e, na 
hora de fazer a prova, você vai “passear” nas questões. 
Lida a aula, feitos os exercícios não deixe de complementar 
com a leitura do próprio art. 5° da Constituição, ok? 
Então, vamos ao conteúdo da aula de hoje !!! 
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SUMÁRIO DA AULA 
 
1 – Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais 
2 – Direitos e Garantias Fundamentais na Espécie 
2.1 – Princípio da Razoabilidade/Proporcionalidade 
2.2 - Princípio da Igualdade/Isonomia 
2.3 - Princípio da Legalidade x Reserva Legal 
2.4 – Inviolabilidade das correspondências e comunicações 
2.5 – Liberdade de Expressão 
2.6 – Liberdade de crença religiosa e convicção política e filosófica 
2.7 – Inviolabilidade da intimidade, da vida privada,da honra e da 
imagem das pessoas 
2.8 – Inviolabilidade domiciliar 
2.9 – Liberdade do exercício de ofício ou profissão 
2.10 – Liberdade de Reunião 
2.11 – Liberdade de Associação 
2.12 – Representação processual versus substituição processual 
2.13 – Direito de Propriedade 
2.14 – Direitos de Petição e de Certidão 
2.15 – Principio da inafastabilidade da jurisdição 
2.16 – Proteção ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato 
jurídico perfeito 
2.17 – Principio do Juiz Natural 
2.18 – Júri Popular 
2.19 – Princípio da presunção de inocência ou não culpabilidade 
2.20 – Impossibilidade da prisão civil por dívida 
2.21 Crimes constitucionalizados 
2.22 Proteção aos hipossuficientes e em condição de 
vulnerabilidade social 
2.23 Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa 
 
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1 – Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais 
Você deve ter em mente que os direitos fundamentais 
originaram-se a partir da necessidade de se garantir uma esfera 
irredutível de liberdades aos indivíduos em geral frente ao Poder 
estatal. 
Boa parte dos autores considera o marco fundamental dos 
direitos fundamentais a Carta Magna de 1215, de João Sem-Terra, 
Rei Inglês que se viu acuado pelos barões, que não mais aceitavam 
os impostos exorbitantes e exigiam a limitação do poder real. Não 
era, portanto, um documento que visava garantir uma esfera de 
liberdades aos indivíduos em geral frente ao Estado. 
Modernamente, tem-se que os direitos fundamentais foram 
positivados a partir da Revolução Francesa, com a Declaração dos 
Direitos do Homem e do Cidadão (1789) bem como do Ato das 
Confederações (Bill of Rights) de 1776 das treze colônias 
americanas que declararam independência da Coroa Britânica. A 
partir daí, surgiram as Constituições liberais dos séculos XVIII e XIX. 
Tais direitos de índole liberal podem também ser chamados de 
direitos negativos, a exemplo do direito à vida, à liberdade, à 
propriedade, à liberdade de expressão dentre outros, também 
chamados direitos de primeira geração ou primeira dimensão. 
Somente no século XX, com o surgimento do Estado Social, 
passa-se a exigir uma atitude comissiva do Estado, uma atuação 
estatal em favor do bem-estar do indivíduo. 
Com isso, podemos classificar os direitos fundamentais em três 
dimensões (ou gerações). 
Na primeira geração, consolidada no final do séc. XVIII, 
temos os direitos ligados aos ideais do Estado liberal, de natureza 
negativa (obrigações de não-fazer do Estado) com foco na liberdade 
individual frente ao Estado (direitos civis e políticos). 
Na segunda dimensão ou geração, surgida no início do séc. 
XX, temos os direitos ligados aos ideais do Estado social, de natureza 
positiva (prestações positivas do Estado) com foco na igualdade 
entre os homens (direitos sociais, culturais e econômicos). 
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Há ainda a terceira dimensão, também reconhecida no séc. 
XX, em que temos os direitos de índole coletiva e difusa 
(pertencentes a um grupo indeterminável de pessoas), com foco na 
fraternidade entre os povos (direito ao meio ambiente, à paz, ao 
progresso etc.). 
Alguns autores chegam mesmo a reconhecer uma quarta 
geração de direitos fundamentais e até mesmo quinta geração; 
entretanto, não há consenso na doutrina quanto aos bens protegidos 
por essas novas gerações. 
Se você prestar atenção ao preâmbulo da Constituição, verá 
que as três gerações de direitos estão lá representadas. Preste 
atenção nas palavras grifadas abaixo e tente correlacionar cada uma 
delas a uma das gerações de direitos, acima citadas: 
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em 
Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado 
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos 
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como 
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e 
sem preconceitos, fundada na harmonia social e 
comprometida, na ordem interna e internacional, com a 
solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a 
proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.” 
 
 A tabela a seguir resume o assunto: 
GERAÇÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS 
1ª GERAÇÃO Direitos Negativos, foco na liberdade individual 
2ª GERAÇÃO 
Direitos Positivos, foco na igualdade material, por 
intermédio de prestações positivas pelo Estado. 
3ª GERAÇÃO 
Direitos coletivos e difusos, com foco na 
fraternidade, na paz, no progresso, no meio 
ambiente salutar. 
 
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Isto posto, vamos fazer uma varredura suscinta de outros 
pontos importantes ligados à teoria dos direitos fundamentais: 
1 – As expressões direitos e garantias não se confundem. Enquanto 
os direitos são os bens em si mesmo considerados (principal), as 
garantias são instrumentos de preservação desses bens (acessório). 
2 – Se inicialmente os direitos fundamentais surgiram tendo como 
titulares as pessoas naturais, pessoas físicas, hoje já se reconhecem 
direitos fundamentais em favor das pessoas jurídicas ou mesmo em 
favor do Estado. 
3 – Embora originalmente visassem regular a relação indivíduo-
Estado (relações verticais), atualmente os direitos fundamentais 
devem ser respeitados mesmo nas relações privadas, entre os 
próprios indivíduos (relações horizontais). 
4 – Não existem direitos fundamentais de natureza absoluta, já que 
encontram limites nos demais direitos previstos na Constituição. 
Assim, por exemplo, o direito de propriedade se submeterá ao 
atendimento de sua função social; a garantia da inviolabilidade das 
correspondências não será oponível ante a prática de atividades 
ilícitas; a liberdade de pensamento não pode conduzir ao racismo – e 
assim por diante. 
5 – Não há real conflito entre direitos fundamentais, entretanto, no 
caso concreto poderá haver colisão entre diversos direitos (por 
exemplo, liberdade de comunicações x inviolabilidade da intimidade). 
O intérprete deverá então realizar uma harmonização entre esses 
direitos, tendo em vista a inexistência de hierarquia e subordinação 
entre eles, evitando o sacrifício total de um perante o outro. 
6 – Não se admite a renúncia total por parte do indivíduo de um 
direito fundamental. Ou seja, é característica deles serem 
irrenunciáveis. Todavia, modernamente, admite-se que deixem de ser 
exercidos pelos seus titulares temporariamente em determinadas 
situações. 
Vamos dar uma olhada, ainda, como a Constituição Federal de 
1988 disciplinou os direitos e garantias fundamentais. 
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Os direitos e garantias fundamentais estão catalogados no 
Título II (arts. 5º a 17), por isso denominado “catálogo dos direitos 
fundamentais”. Nesse Título II, os direitos e garantias fundamentais 
foram divididos em cinco grupos, a saber: 
 
Mas, nem todos os direitos e garantias fundamentais presentes 
na nossa Constituição estão enumerados nesse catálogo próprio. Há, 
também, diversos direitos fundamentais presentes em outros 
dispositivos da nossa Constituição, que são, por esse motivo, 
denominados “direitos fundamentais não-catalogados” (fora do 
catálogo próprio). 
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,por 
exemplo, é um direito fundamental de terceira geração não-
catalogado, pois está previsto no art. 225 da Constituição Federal. As 
limitações ao poder de tributar (art. 150, CF/88) constituem uma 
garantia e também um direito, tanto do particular, quanto das 
próprias Unidades da Federação (direito fundamental do Estado). 
Nesse sentido, o constituinte foi expresso (art. 5º, § 2º): 
“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem 
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou 
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte.” 
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Guarde também estas dicas... 
I) Os direitos e garantias fundamentais estão sujeitos a restrição, 
com base em autorização do próprio texto constitucional: (“na forma 
da lei”) ou (“nos termos da lei”). Entretanto, isso não pode implicar 
numa ilimitada restrição o que configura a chamada teoria dos 
limites dos limites, que refere-se à imposição de limites ao 
estabelecimento de limitações legais que possam vir a atingir o 
núcleo essencial daqueles direitos. 
II) Em situações excepcionais (estado de defesa – art. 136 e estado 
de sítio – art. 139), são admitidas restrições e até mesmo 
suspensões de diversos direitos e garantias fundamentais, sem 
autorização do Poder Judiciário. 
III) Nem todos os direitos e garantias fundamentais foram 
expressamente gravados como cláusula pétrea. Nos termos da 
CF/88, só são cláusulas pétreas “os direitos e garantais individuais” 
(CF, art. 60, § 4º, I), constantes do art. 5º e outros dispersos na 
Constituição, como, por exemplo, a garantia da anterioridade 
tributária (uma das limitações ao poder de tributar do art. 150). 
IV) As normas que consagram os direitos e garantias fundamentais 
têm, em regra, aplicação imediata (CF, art. 5º, § 1º). Entretanto, 
há exceções: direitos fundamentais consagrados em normas de 
eficácia limitada (dependentes de regulamentação). 
V) Os direitos e garantias fundamentais fundamentam-se no princípio 
da igualdade perante a lei, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Entenda-se 
estrangeiro residente como todo e qualquer estrangeiro que 
esteja permanentemente ou de passagem pelo território 
nacional. 
 
Como corolário (decorrência) da existência dos direitos e 
garantias como limites à atuação do Estado, dentro de uma relação 
assimétrica entre indivíduo e governante e como forma de proteção 
das liberdades individuais, é que temos a chamada teoria da 
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eficácia vertical dos direitos e garantias fundamentais, ligada aos 
direitos de primeira geração. 
De outro lado, está a chamada eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais, que diz respeito à incidência desses direitos nas 
relações entre particulares, pessoas físicas ou jurídicas. 
A jurisprudência do nosso STF tem se firmado no sentido de 
assegurar a eficácia horizontal dos direitos fundamentais, e nesse 
sentido temos, por exemplo, a proibição da revista íntima de 
mulheres em fábricas de lingerie (STF/RE 160.222-8); a vedação da 
exclusão de associado de cooperativa sem o exercício do direito de 
defesa (STF/RE 158.215-4); a discriminação de empregado brasileiro 
em relação ao francês na empresa "Air France", mesmo realizando 
atividades análogas ou idênticas (STF/RE 161.243-6); a necessária 
observância do devido processo legal, da ampla defesa e do 
contraditório no caso de exclusão de associados de uma sociedade 
civil (STF/ RE n. 201.819). 
Por fim, lembre-se de que a enumeração constitucional dos 
direitos e garantias fundamentais é aberta, não limitativa ou 
taxativa, haja vista que outros poderão ser reconhecidos 
ulteriormente, seja por meio de futuras emendas constitucionais (EC) 
ou mesmo mediante normas infraconstitucionais, como os tratados e 
convenções internacionais celebrados pelo Brasil (art. 5º, § 2º). 
Vamos treinar um pouco agora? Veja algumas questões do 
CESPE sobre os assuntos vistos nesta introdução. 
1. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/EXECUÇÃO DE 
MANDADOS/STM/2011) Os direitos fundamentais, em que 
pese possuírem hierarquia constitucional, não são 
absolutos, podendo ser limitados por expressa disposição 
constitucional ou mediante lei promulgada com fundamento 
imediato na própria CF. 
Conforme estudamos, os direitos e garantais fundamentais não 
gozam de natureza absoluta, podendo ser relativizados pela própria 
Constituição ou por norma infraconstitucional exigida por ela, assim 
como tratados e convenções internacionais celebrados pelo Brasil. 
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O que não pode ocorrer é a supressão desses direitos, a 
modificação do núcleo essencial que descaracterize o objetivo da 
norma do legislador constituinte. 
Item certo. 
 
2. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO / CONHECIMENTOS 
BÁSICOS/STM/2011) As liberdades individuais garantidas 
na Constituição Federal de 1988 não possuem caráter 
absoluto. 
Já vimos que os direitos e garantias fundamentais, incluídas aí 
as liberdades individuais, não possuem caráter absoluto e, portanto, 
podem sofrer limitação, ou dentro da própria Constituição, ou por lei 
por ela autorizada ou por tratado internacional. 
Perceba como as questões se repetem. 
Item certo. 
 
3. (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) As violações a 
direitos fundamentais ocorrem somente no âmbito das 
relações entre o cidadão e o Estado, inexistindo nas 
relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de 
direito privado. Assim, os direitos fundamentais 
assegurados pela CF vinculam diretamente os poderes 
públicos, estando direcionados apenas de forma indireta à 
proteção dos particulares em face dos poderes privados. 
Vimos que o STF admite expressamente a eficácia vertical e 
horizontal dos direitos fundamentais, informando tanto as relações 
entre Estado e particular (vertical) e entre particulares (horizontal), 
incluídas aqui as relações entre pessoas físicas, entre essas e as 
pessoas jurídicas e entre estas. 
E essa vinculação é direta, ou seja, não necessita de intermediação 
do legislador para surtir efeito nas relações privadas. 
Item errado. 
 
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4. (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) No 
constitucionalismo, a existência de discriminações positivas 
iguala materialmente os desiguais. 
Uma das maneiras de concretizar a igualdade material é a adoção 
das chamadas políticas afirmativas ou ações afirmativas, como por 
exemplo, as quotas em universidades públicas para certas minorias 
tradicionalmente em situação de vulnerabilidade social. 
A proteção do mercado de trabalho da mulher (art. 7º, inciso XX) é 
outro exemplo de discriminação positiva da CF/88. 
Item certo. 
 
5. (CESPE/ANALISTA JURÍDICO/CBMDF/2007) Enquanto os 
direitos de primeira geração (civis e políticos) — que 
compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais 
— realçam o princípio da liberdade, os direitos de segunda 
geração (econômicos, sociais e culturais) — que se 
identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas 
— acentuam o princípio da igualdade. 
Os direitos de primeira geração, também denominados de 
“negativos”, protegem o indivíduo contraa interferência indevida do 
Estado na esfera privada, além de exigirem dos governos a proteção 
à liberdade, à propriedade e à vida. Os direitos de segunda geração, 
ditos “positivos” exigem uma atuação comissiva do Estado de ordem 
a assegurar uma igualdade material entre os cidadãos. 
Cuidado! O Cespe já cobrou essa mesma questão apenas invertendo 
os termos “igualdade” e “liberdade”, o que tornaria a assertiva, é 
claro, incorreta. 
Item correto. 
 
6. (CESPE/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/DIREITO/ABIN/2010) 
Embora se saliente, nas garantias fundamentais, o caráter 
instrumental de proteção a direitos, tais garantias também 
são direitos, pois se revelam na faculdade dos cidadãos de 
exigir dos poderes públicos a proteção de outros direitos, 
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ou no reconhecimento dos meios processuais adequados a 
essa finalidade. 
Questão bastante doutrinária, típica do Cespe. As garantias 
constitucionais são direitos assecuratórios dos direitos individuais e 
coletivos fundamentais, catalogados ou não no capítulo próprio da 
Constituição. 
Assim, o Mandado de segurança individual e coletivo, o mandado de 
injunção individual e coletivo, o habeas data, o habeas corpus, 
constituem todos garantias ou “direitos” ou meios processuais 
destinados a assegurar o reconhecimento de um direito fundamental 
legítimo. 
Item certo. 
 
7. (CESPE/ADVOGADO/CESAN/2005) O processo de 
afirmação dos direitos fundamentais de segunda geração 
iniciou-se no século XIX e intensificou-se no século XX por 
meio da positivação dos direitos coletivos e sociais. O papel 
do Estado, agora, é o de garantir e implementar esses 
direitos, interferindo, se necessário, no domínio econômico. 
Esse é o tipo de questão doutrinária que não se altera 
substancialmente com o tempo ou com a jurisprudência. Portanto, 
você pode resolver questões mais antigas sem maiores receios. 
Diversos dispositivos constitucionais prevêem a possibilidade de 
intervenção do Estado no domínio econômico, como forma de 
assegurar a defesa do interesse público e dos direitos fundamentais 
de segunda geração, sociais, de atuação positiva. Dentre eles, as 
restrições ao direito de propriedade, a desapropriação, a 
requisição de bens, a ocupação provisória e o confisco. 
Item certo. 
 
8. (CESPE/ANALISTA JURÍDICO/CMBDF/2007) Há, no sistema 
constitucional brasileiro, direitos e garantias que se 
revestem de caráter absoluto, e que não estão sujeitos a 
medidas restritivas por parte dos órgãos estatais, ainda que 
respeitados os termos estabelecidos pela própria 
Constituição. 
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Conforme vimos, não existem direitos e garantias de caráter 
absoluto, podendo todos serem relativizados de acordo com a 
ponderação dos bens jurídicos em disputa e os princípios de 
interpretação constitucional. 
Item errado. 
 
9. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) Todos os 
direitos e garantias fundamentais previstos na CF foram 
inseridos no rol das cláusulas pétreas. 
Vimos que apenas os direitos e garantias individuais, constantes do 
art. 5º, bem como outros dispersos no texto constitucional, é que 
estão cobertos pelo manto de cláusula pétrea. 
Item errado. 
 
10. (CESPE/CONTROLE INTERNO/TJDFT/2008) Os direitos e 
garantias individuais são arrolados como cláusula pétrea, 
de forma que não se admitirá proposta de emenda que 
possa, de qualquer forma, limitar esses direitos. 
Apesar de estarem cobertos pela proteção de cláusulas pétreas os 
direitos e garantias individuais podem sim sofrer restrições. Essas 
restrições, entretanto, não poderão descaracterizá-los a ponto de 
constituírem-se em verdadeiras revogações de tais direitos. Esse 
aspecto relaciona-se à teoria dos limites dos limites, que pode ser 
assim resumida: 
I) não existem direitos e garantias fundamentais de natureza 
absoluta; 
II) logo, o legislador ordinário pode impor limites ao exercício desses 
direitos e garantias; 
III) todavia, o poder de a lei impor limites ao exercício de direitos e 
garantias constitucionais não é ilimitado, pois deverá ser respeitado o 
núcleo essencial desses institutos, em conformidade ainda com o 
princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade - que exige 
necessidade, adequação e proporcionalidade estrita da restrição 
imposta. 
Item errado. 
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11. (CESPE/ADMINISTRADOR/TJDFT/2008) Os direitos e 
garantias fundamentais previstos na Constituição Federal 
de 1988 não comportam qualquer grau de restrição, já que 
são considerados cláusulas pétreas. 
Não estão todos os direitos e garantias fundamentais imunizados com 
o rótulo de cláusulas pétreas, apenas os de índole individual. 
De outra sorte, mesmo estes poderão sofrer restrições por parte do 
constituinte derivado ou mesmo por parte do legislador ordinário. 
Perceba, nesta sequência, como as questões se repetem com 
pequenas alterações de forma ou de ordem dos conteúdos 
apresentados. Mais uma vez, reforçamos a importância de você 
resolver o maior número possível de questões de provas anteriores. 
Item errado. 
 
 
2 – Direitos Fundamentais na espécie 
Diversos princípios informam os direitos e garantias 
fundamentais especificados na Constituição. Iremos aqui abordar os 
de maior controvérsia e por isso mesmo mais cobrados em concurso, 
alguns deles inclusive já discutidos anteriormente. 
 
2.1 – Princípio da Razoabilidade/Proporcionalidade 
Além de ser, como vimos na aula inaugural, um princípio de 
interpretação da Constituição Federal e instrumento de controle de 
constitucionalidade, o princípio da razoabilidade está implícito no 
texto constitucional. 
O inciso LXXVIII do art. 5º, traz a palavra “razoável”, mas não 
no sentido de razoabilidade e sim no de celeridade processual, 
relativa à razoável duração do processo, seja judicial, seja 
administrativo. 
Comentamos logo acima a respeito da teoria dos limites dos 
limites, a qual preconiza que leis restritivas de direitos constitucionais 
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enfrentam uma barreira, que é justamente o princípio da 
razoabilidade. 
Mesmo sendo um princípio implícito, necessita, como condição 
para sua aplicação, de respaldo da Constituição Federal. E, nesse 
sentido, o STF firmou entendimento de que sua guarida está no inciso 
LIV do Art. 5º da CF, que estabelece o princípio do devido processo 
legal, em seu sentido material ou substantivo (ninguém será 
privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal). 
Entretanto, não basta a observância aos procedimentos 
estabelecidos na Constituição e nas leis processuais respectivas, as 
limitações impostas aos direitos fundamentais devem ser razoáveis 
e não podem ferir o núcleo essencial do direito em foco. 
 Atenção: O princípio da razoabilidade exige das leis restritivas 
de direito: 
Î Respeito ao núcleo essencial do Direito Constitucional; 
Î Necessidade; 
Î Adequação; 
Î Proporcionalidade estrita. 
É muito comum, em questões de concurso, aparecer o termo 
proporcionalidade como sendo o princípio da razoabilidade, sendo 
que na verdade, aquela é um requisito desta. 
Com relação ao princípio do devido processo legal, em suas 
dimensões material e formal, é conveniente apresentarmos um mapa 
mental resumidoque utilizo em minhas aulas presenciais: 
 
Vamos resolver, agora, algumas questões do CESPE. 
12. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE MT/2010) A O 
direito à duração razoável do processo, tanto no âmbito 
judicial quanto no âmbito administrativo, é um direito 
fundamental previsto expressamente na CF. 
Como vimos, o princípio da razoabilidade/proporcionalidade, apesar 
de não explícito na Constituição, manifesta-se por intermédio de 
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outros princípios e garantias, como essa, da razoável duração do 
processo, previsto no art. 5º, LXXVIII. 
Item certo. 
 
13. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) Os 
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade estão 
previstos de forma expressa na CF. 
Tais princípios estão previstos implicitamente na Constituição Federal, 
conforme expusemos. O conceito de razoável duração do processo, 
constante do inciso LXXVIII do art. 5º, diz respeito ao princípio da 
celeridade processual. Entretanto, tais princípios estão previstos de 
forma expressa na Lei nº 9.784/99. 
Item errado. 
 
14. (CESPE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/SGA/AC/2008) O uso de 
algemas, apesar de não estar expressamente previsto na 
Constituição ou em lei, tem como balizamento jurídico os 
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. 
Decidiu o STF que, em honra aos princípios da razoabilidade e 
proporcionalidade, o uso de algemas nos presos, mormente em 
situações de exposição na mídia e quando o acusado não oferecer 
perigo iminente deverá ser restrito. 
Item certo. 
 
2.2 – Princípio da Igualdade/Isonomia 
Está previsto expressamente no art. 5º, caput e inciso I. A 
igualdade é a base fundamental do princípio republicano e do Estado 
Democrático de Direito. Dele decorrem inúmeros outros princípios e 
preceitos constitucionais, tais como: 
a) Proibição ao racismo (art. 5º inciso XLII); 
b) Proibição de diferença de salários, exercício de funções e 
critérios de admissão por motivo de sexo, cor ou estado civil 
(art. 7º, XXX); 
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c) Exigência de prévia aprovação em concurso público 
para investidura em cargo ou emprego público (art. 37, II); 
d) Princípio da isonomia tributária (art. 150, II). 
Importante entendimento do STF a respeito da aplicação desse 
princípio, diz respeito ao seu alcance: primeiramente atinge o 
legislador (igualdade na lei), que ao fixar normas gerais abstratas, 
ao inovar no mundo jurídico, não poderá elaborar leis desarrazoadas. 
Posteriormente, o princípio da igualdade obriga o aplicador da 
lei (igualdade perante a lei), ou seja, o Estado-Juiz e o Estado-
Administrador, que ao aplicar as normas aos casos concretos, não 
poderão estabelecer tratamento anti isonômico. 
Em terceiro lugar, o princípio da igualdade alcança igualmente 
os particulares (igualdade nas relações horizontais), em seus 
negócios privados. 
Outro entendimento do STF preconiza que o princípio da 
isonomia não autoriza o Poder Judiciário a estender vantagem a 
indivíduos não contemplados pela lei. Por exemplo, uma lei concede 
uma certa vantagem a uma categoria X de servidores; se a lei não 
outorgou essa vantagem à categoria Y, ainda que tais servidores 
estejam em isonomia com os da categoria X (em termos de regime 
jurídico, funções e cargos) não poderá o Judiciário estendê-la apenas 
por considerar esse tratamento mais isonômico. 
Uma terceira corrente jurisprudencial do nosso Supremo 
Tribunal afirma que distinções de sexo, idade ou altura para exercício 
de cargos públicos são perfeitamente constitucionais, desde que 
previstas em lei e não em edital, e desde que haja razoabilidade no 
estabelecimento de requisitos para a investidura nesses cargos. 
Exemplos são o de restrições para o sexo masculino para cargos de 
agentes de penitenciárias femininas, limite de idade para ingresso em 
força policial ou bombeiros. 
Veja estas questões do CESPE sobre o princípio da igualdade: 
15. (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) A jurisprudência 
do STF firmou entendimento no sentido de que não afronta 
o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para 
a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino 
da Aeronáutica. 
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De fato, o STF assentou orientação no sentido de que a previsão de 
critérios de promoção diferenciados para militares dos sexo masculino 
e feminino não ofende o postulado constitucional da isonomia, 
observadas as atribuições e natureza de cada cargo (AR 2033/2006). 
Item certo. 
 
16. (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) A jurisprudência 
do STF firmou-se no sentido de que a norma constitucional 
que proíbe tratamento normativo discriminatório, em razão 
da idade, para efeito de ingresso no serviço público, se 
reveste de caráter absoluto, sendo ilegítima, em 
consequência, a estipulação de exigência de ordem etária, 
ainda quando esta decorrer da natureza e do conteúdo 
ocupacional do cargo público a ser provido. 
Ao contrário, o STF entende perfeitamente legítima a distinção em 
razão da idade, para efeito de ingresso no serviço público, desde que 
tal diferenciação decorra da natureza e do conteúdo ocupacional do 
cargo público a ser provido. 
Item errado. 
 
2.3 – Princípio da Legalidade x Reserva Legal 
O princípio da legalidade, também chamado de legalidade 
ampla, não se confunde com o princípio da legalidade para o setor 
público, tampouco com o princípio da reserva legal ou legalidade 
estrita. 
O princípio da legalidade ampla, enunciado em sua versão 
mais genérica no art. 5º, II, prescreve que ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Lei 
aqui entenda-se tanto a lei em sentido formal, aprovada pelo 
processo legislativo das leis, como atos com força de lei e atos 
administrativos expedidos nos limites da lei (resoluções, portarias, 
decretos). Lei aqui está no sentido lato senso, de norma jurídica. 
Já o princípio da reserva legal exige a edição de lei em sentido 
estrito, como por exemplo, a exigência de lei para estabelecimento 
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das hipóteses de interceptação telefônica para fins de investigação 
criminal ou instrução processual penal (art. 5º, XII); a exigência de 
lei para fixação da remuneração dos servidores do poder executivo 
(art. 37, X). 
O princípio da legalidade para o setor público assume uma 
outra conotação, na medida em que, se para o particular é permitido 
fazer tudo o que a lei não proíba, para o administrador público é 
defeso (proibido) agir sem respaldo expresso da lei. 
Tratando agora das nomenclaturas comumente presentes em 
concursos, o princípio da legalidade ou legalidade ampla abrange um 
número maior de matérias constitucionais, possuindo, portanto, uma 
maior abrangência. Já o princípio da legalidade estrita ou reserva 
legal abrange um menor número de matérias, mas com maior 
conteúdo, importância, maior garantia frente ao Estado, sendo 
pacífico considerar que este princípio possui uma maior densidade. 
Em resumo, temos as seguintes características para os 
princípios da legalidade e da reserva legal: 
LEGALIDADE RESERVA LEGAL 
O vocábulo “Lei” é empregado 
em sentido “amplo” (norma 
jurídica) 
O vocábulo “Lei” é empregado em 
sentido “estrito” (estrito senso) 
Admite leie também atos 
administrativos expedidos nos 
limites desta 
Só admite lei ou ato com força de 
lei (exemplo: medida provisória) 
Alcance mais amplo Alcance menos amplo 
Menor densidade (garantia) Maior densidade (garantia) 
 
Atente para estas questões do CESPE: 
17. (CESPE/OFICIAL DE INTELIG./DIREITO/ABIN/2010) 
preceito constitucional que estabelece que ninguém é 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei veicula a noção genérica do princípio da 
legalidade. 
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Aqui, o vocábulo “lei” está empregado em sentido amplo ou 
genérico, com alcance maior e densidade menor. Difere da legalidade 
aplicada aos agentes públicos (Administração Pública) e daquela 
incidente sobre matérias para as quais a Constituição exige o 
emprego de lei em sentido estrito (legalidade estrita). 
Trata-se, portanto, da idéia de legalidade em sentido amplo, 
prevista no art. 5º, II, da CF/88. 
Item certo. 
 
18. (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) O princípio 
da reserva legal equivale ao princípio da legalidade na 
medida em que qualquer comando jurídico que obrigue 
determinada conduta deve provir de uma das espécies 
previstas no processo legislativo. 
Item errado. Conforme vimos, a doutrina distingue o princípio 
da legalidade (mais amplo e menos denso) do princípio da reserva 
legal (mais estrito e de maior densidade). Quando a Constituição 
estabelece que certa matéria submete-se ao princípio da legalidade, 
significa que poderá ser disciplinada em lei ou atos administrativos 
expedidos com fundamento na lei (decretos, por exemplo). 
Estabelece-se, assim, que o princípio da legalidade está materializado 
no inciso II do art. 5º, o qual estabelece que “ninguém será obrigado 
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, lei 
aqui empregada em sentido amplo. Por isso se diz que o princípio da 
legalidade tem maior alcance (abrange uma maior número de 
matérias constitucionais) e menor densidade (pois pode ser satisfeito 
não somente por lei, mas também pela expedição de atos 
administrativos). 
Por oportuno, cabe aqui também fazer uma distinção entre lei 
em sentido formal e lei em sentido material. 
O princípio da reserva legal exige a edição de lei em sentido 
formal, ou seja, a norma que obedeceu ao processo legislativo de 
elaboração das leis ordinárias, medidas provisórias, leis 
delegadas ou leis complementares e que assumiu a forma dessas 
espécies legislativas. 
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Entretanto, pode acontecer que a matéria tratada nessa lei não 
tenha caráter material, que pode ser resumido na expressão do 
quadro: 
GIA – Geral, Impessoal e Abstrata: 
Geral: vale para todas as situações abrangidas pela lei; 
Impessoal: vale para todos, que deverão se submeter ao comando 
legal; 
Abstrata: caráter de abstração, não para um caso concreto 
específico e vale para sempre, até que outra lei a revogue. 
Ora, determinadas matérias, por não atenderem a esses 
requisitos, não possuem esse caráter GIA, no entender do Supremo 
Tribunal Federal, constituindo-se em verdadeiros atos 
administrativos, não sendo, portanto, lei em sentido material. Qual 
a relevância dessa distinção? Essas leis, por exemplo, não poderão 
ser atacadas pela via de ação de inconstitucionalidade, mas sim por 
mandado de segurança. 
 Então: 
Î Lei em sentido formal: que passou pelo devido processo 
legislativo; 
Î Lei em sentido material: que possui as características de 
generalidade, impessoalidade e abstração, independentemente 
de ter sido formulada no âmbito do processo legislativo 
ordinário. 
 
2.4 – Inviolabilidade das correspondências e comunicações 
(art. 5º, XII) 
Trata-se de um inciso muito valorizado pelas bancas, cobrado 
bastante pelo CESPE e com farta jurisprudência recente. Prescreve o 
inciso ser inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no 
último caso (das comunicações telefônicas) por ordem judicial, 
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal. 
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Poderíamos ser forçados a acreditar que o sigilo das 
correspondências teria natureza absoluta. Como vimos, não existem 
diretos e garantias fundamentais de natureza absoluta. Entretanto, 
vimos que a própria Constituição Federal prevê limitações, além de 
outras, do sigilo de correspondência, em caso de Estado de Defesa 
(art. 136) e Estado de Sítio (art. 139), por parte da própria 
autoridade administrativa. 
Bom, a Constituição previu expressamente apenas a 
possibilidade da violação das comunicações telefônicas, pois são as 
únicas que não deixam rastro, registros. Não existe mais a 
possibilidade jurídica de gravação e armanezamento desse tipo de 
comunicação por parte das operadoras de telefonia. As demais 
deixam registros – cartas, e-mails. 
Existem mecanismos legais, hoje, que possibilitam a 
interceptação das comunicações telefônicas ou telemáticas (telex, 
fax). O requisito básico para quebra de sigilo telefônico é a ordem 
judicial, sendo matéria sujeita à chamada reserva de jurisdição. 
Outro requisito são as hipóteses e a forma autorizadas em lei, 
no caso, a Lei 9.296/96, que regulamenta a matéria. Só pode ser 
utilizada para processos cujo desfecho culmine em pena privativa de 
liberdade na modalidade de reclusão, e quando a medida mostrar-se 
indispensável à investigação. 
Não é albergada, pois, a interceptação das comunicações 
telefônicas, no âmbito de processos administrativos ou cíveis. 
Não há possibilidade, por exemplo, que num curso de procedimento 
de separação judicial ou divórcio, um dos cônjuges solicite ao 
magistrado a autorização para escuta telefônica do consorte, com o 
intuito de comprovar de infidelidade conjugal. 
Entretanto, isso não impede o uso emprestado de provas, ou 
seja, se no curso da investigação penal surja fato envolvendo 
servidor público, as provas ligadas à interceptação telefônica poderão 
ser utilizadas para punição do servidor, no âmbito de processo 
administrativo disciplinar, ou, ainda, no âmbito de processo civil de 
improbidade administrativa, mas apenas como prova emprestada, 
nunca como fonte ou prova autônoma em processo civil ou 
administrativo. Ou seja, deve haver conexão entre as instâncias. 
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Agora, atenção! A jurisprudência do STF assentou 
entendimento no sentido de que presentes situações excludentes da 
antijuridicidade (tais como legítima defesa, estado de necessidade), 
a gravação poderá ser realizada validamente sem necessidade de 
autorização judicial. 
Exemplo típico é a chamada gravação de conversa, inclusive 
ambiental, por um dos interlocutores, sem o consentimento ou 
conhecimento por parte do outro. Em regra essa gravação é ilícita, 
por ofensa à privacidade ou à intimidade (Art. 5º, X). Entretanto, a 
gravação constituirá prova lícita se um dos comunicantes estiver em 
situação de legítima defesa (ameaça, chantagem, coação). 
Também possível, nesse caso, a gravação de conversa realizada 
por terceiro, também apenas se for utilizada em legítima defesa de 
um dos interlocutores, que poderá estar sendo vítima de uma 
investida criminosa. 
Valelembrar também que Comissão Parlamentar de 
Inquérito (CPI) não tem competência para determinar a 
interceptação telefônica, mas apenas e tão somente a quebra dos 
registros telefônicos – quem ligou para quem, duração das chamadas, 
data e hora. 
Caso ocorra, no curso da investigação criminal, a descoberta 
fortuita (acidental) de crime punível com detenção, a utilização da 
prova decorrente de interceptação dependerá da conexão daquele 
crime com outro, punível com pena de reclusão. 
É importante lembrar que a inviolabilidade das comunicações 
refere-se ao trânsito, à comunicação em si e não aos dados 
armazenados. Assim, pode ser autorizado, no âmbito de processo 
cível, por exemplo, mandado de busca e apreensão de computadores 
e fax contendo informações passíveis de utilização como prova de 
ilícitos 
Quanto às prorrogações do prazo de interceptação, a Lei 
9.296/96 só permitia que o magistrado autorizasse por 15 dias 
prorrogáveis por mais 15 dias. Entretanto, o STF autorizou 
prorrogações sucessivas, desde fundamentadas e solicitadas ao juízo 
competente. 
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Todas as interceptações deverão ser obrigatoriamente 
degravadas e reduzidas a termo (transcritas), e somente aquelas 
partes ou trechos imprescindíveis à investigação. Conversas 
familiares, íntimas ou que não digam respeito ao processo não 
deverão constar das degravações e não serão consideradas como 
evidências no processo. 
Dê uma olhada nestas questões do CESPE: 
 
19. (CESPE/JUIZ DO TRABALHO/TRT 1ª REGIÃO/2011) 
Embora a CF admita a decretação, pela autoridade judicial, 
da interceptação telefônica para fins de investigação 
criminal ou instrução processual penal, é possível a 
utilização das gravações no processo civil ou 
administrativo, como prova emprestada. 
A interceptação telefônica não poderá ser determinada judicialmente 
no âmbito de processos cíveis ou administrativos, mas a utilização 
das degravações efetuadas poderá ser utilizada como “prova 
emprestada”, havendo conexão entre o processo criminal que deu 
origem à interceptação e os demais processos . 
Item certo. 
 
20. (CESPE-TFCE-TCU-2009) Admite-se a quebra do sigilo 
das comunicações telefônicas, por decisão judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer, para fins de 
investigação criminal ou administrativa. 
As hipóteses de quebra de sigilo das comunicações telefônicas, por 
decisão judicial, na forma da lei, são as de investigação criminal ou 
instrução processual penal. 
Entretanto, é possível a utilização das degravações lavradas a termo 
nos processos administrativos ou cíveis que possuam conexão com o 
processo criminal (principal), na forma de prova emprestada. 
Entretanto, a questão abrangeu a possibilidade da quebra de sigilo 
em esferas independentes, não especificando as hipóteses, o que a 
torna falsa. 
Item errado. 
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21. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) Apesar 
de a CF afirmar categoricamente que o sigilo da 
correspondência é inviolável, admite-se a sua limitação 
infraconstitucional, quando se abordar outro interesse de 
igual ou maior relevância, do que o previsto na CF. 
Como já assentamos, não existem direitos e garantias de natureza 
absoluta. Dessa forma, tais regalias não podem ser utilizadas para 
acobertar práticas delituosas. 
Há julgados do STF que autorizam, com fundamento em razões de 
segurança pública, de disciplina prisional ou de prevenção da ordem 
jurídica, a interceptação de correspondência remetida pelos 
sentenciados, por parte da administração penitenciária, eis que a 
cláusula da inviolabilidade do sigilo epistolar (de correspondência) 
não pode constituir-se em instrumento de salvaguarda de atividades 
criminosas. 
Item certo. 
 
22. (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ AC/2007) A 
inviolabilidade do sigilo de correspondência, prevista na 
Constituição Federal, alcança, inclusive, a administração 
penitenciária, a qual não pode proceder à interceptação da 
correspondência remetida pelos sentenciados. 
É possível a quebra do sigilo de correspondência quando outros 
direitos fundamentais de igual ou maior magnitude estiverem em 
xeque. 
Assim, o sigilo de correspondência não será oponível à violação de 
correspondência direcionada a presídio com suspeita de conteúdo 
nocivo ou proibido; também poderá ser quebrado sigilo de 
correspondência da família do seqüestrado para o seqüestrador e 
vice-versa. Ou seja, o sigilo de correspondência não poderá ser 
alegado para acobertar atividades ilícitas. 
Item errado. 
 
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2.5 – Liberdade de Expressão (art. 5º, IV, V, IX e XIV) 
Trata-se de um direito não absoluto, previsto no art. 5.°, 
incisos IV, V, IX e XIV, todos relacionados, direta ou indiretamente, 
ao direito de liberdade de pensamento e de expressão. 
Nos termos do inciso IV do art. 5.°, "é livre a manifestação do 
pensamento, sendo vedado o anonimato". Trata-se de regra sem 
destinatários definidos, já que qualquer pessoa, em principio, pode 
manifestar o que pensa, desde que não o faça sob o manto do 
anonimato. 
Trata-se, portanto, como todos os demais direitos e garantias, 
de um direito não absoluto, já que a proibição do anonimato tem por 
objetivo proteger eventuais destinatários da manifestação de juízos 
caluniosos, ofensivos ou depreciativos. 
Como decorrência dessa vedação, não é possível ainda, regra 
geral, o acolhimento de denúncias anônimas, conforme já confirmado 
em arestos do STF. Assentou ainda a Suprema Corte a possibilidade 
de utilização do habeas corpus para trancamento de ação penal, 
por requisição do Ministério Público, fundada unicamente em 
denúncia anônima. 
A justificativa do Supremo para tal entendimento é que os 
documentos apócrifos ofenderiam o princípio da dignidade da pessoa 
humana, impossibilitando o exercício do contraditório e da ampla 
defesa, inviabilizando eventual indenização por danos morais ou 
materiais, contrariando essas garantias previstas nos incisos V e X do 
art. 5º. 
Entretanto, entende a mesma Corte, ser possível a utilização 
dos fatos colhidos na denúncia para a abertura de investigação 
autônoma, seja por parte do Ministério Público, seja no âmbito do 
Tribunal de Contas da União, quando então poderão ser confirmados 
de per si as alegações trazidas pelo denunciante, mas nunca a 
utilização da denúncia ou das provas trazidas diretamente pelo 
denunciante anônimo, sob pena de nulidade do processo. 
Merece ainda comentário o inciso XIV do art. 5º, no qual é 
assegurado, a todos o acesso à informação, resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional. Assim, um 
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repórter jornalístico não está obrigado a informar a fonte de suas 
evidências publicadas, no âmbito de processo criminal investigatório 
de crime contra o patrimônio público, por exemplo. 
Veja esta questão do CESPE sobre o tema: 
 
23. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2010) Conforme 
entendimento do STF, com base no princípio da vedação do 
anonimato, os escritos apócrifos não podem justificar, por 
si sós, desde que isoladamente considerados, a imediata 
instauração da persecutio criminis, salvo quando forem 
produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituíremeles próprios o corpo de delito. 
Escritos apócrifos são os oriundos de denúncia não identificada ou 
anônima. Dessa forma, não poderão eles servir de fundamento para 
iniciar o processo de persecução penal ou a instauração da ação 
penal, a cargo do Ministério Público. A ressalva da questão diz 
respeito aos documentos ou provas produzidas pelo acusado. 
Item certo. 
 
2.6 – Liberdade de crença religiosa e convicção política e 
filosófica (art. 5.°, VI, VII, VIII) 
Solicito sua atenção para nos atermos aqui ao inciso VIII: 
“ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou 
de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se 
de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei”. 
Dessa forma, o dispositivo em comento consagra o direito à 
denominada “escusa de consciência”, sendo que a conseqüência do 
não cumprimento da prestação alternativa, está no art. 15, IV: 
“Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão só se dará nos casos de: 
(...) 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação 
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;” 
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Trata-se de uma norma constitucional de eficácia contida, 
porquanto a escusa de consciência é plenamente exeqüível, sem 
conseqüências para o individuo, até que se edite a lei que estabeleça 
quais as prestações alternativas ao cumprimento de determinadas 
obrigações. 
 
2.7 – Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra 
e da imagem das pessoas (art. 5º, X) 
Prescreve o texto constitucional que "são invioláveis a 
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação”. 
Segundo o STF, para condenações por dano moral, não se exige 
a comprovação de ofensa à reputação do indivíduo, mas a mera 
publicação não consentida de fotografias, escritos ou outros registros 
desabonadores, que gerem desconforto ou constrangimento, geram 
para o lesado o direito à reparação. 
Estão incluídas nessa proteção tanto as pessoas físicas quanto 
jurídicas, e a expressão “ou moral” não é excludente, isto é, poderá 
haver cumulação de condenações. Para condenação em dano 
material, é indispensável a comprovação da ocorrência do dano. 
Em relações às ações civis de investigação de paternidade, o 
STF firmou orientação reconhecendo a impossibilidade de coação do 
pai para realização do exame de DNA, porque essa medida implicaria 
ofensa a garantias constitucionais explicitas e implícitas, como a 
preservação da dignidade humana e da intimidade, além da 
inexecução específica e direta da obrigação de fazer. 
Agora, perceba que o sigilo bancário e fiscal, segundo firme 
entendimento do STF, é espécie do gênero direito à privacidade, 
inerente à personalidade das pessoas físicas e jurídicas, sob o 
albergue, portanto, do inciso X do art. 5º. 
Não obstante, considerando a inexistência de direitos e 
garantias absolutos em nosso ordenamento constitucional, o próprio 
Supremo assentiu com algumas hipóteses de violação do referido 
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sigilo bancário, observados os princípios da razoabilidade e da 
legalidade. 
ATENÇÃO! É possível a quebra do sigilo bancário somente nas 
seguintes hipóteses: 
a) por determinação judicial; 
b) pelo Poder Legislativo, mediante aprovação do Plenário de suas 
Casas, Comissões Parlamentares ou CPI; 
O STF firmou entendimento em dezembro/2010 de que agentes do 
fisco não podem mais solicitar informações bancárias às instituições 
financeiras, mesmo com base na Lei Complementar nº 105/2001; 
também o Ministério Público, ainda que em procedimento 
administrativo visando à defesa do erário, não pode determinar essa 
quebra de sigilo. 
O Supremo asseverou, no julgado (RE 389.808/2010), que estariam 
envolvidas nessas situações a Supremacia da Constituição, o 
primado do Judiciário e a prerrogativa de foro para o Órgão 
judicial competente. 
Note que TCU, autoridades policiais, parlamentares ou o próprio 
ministério público, quando não estiver na tutela de recursos do erário 
não têm competência para determinar a quebra de sigilo bancário. 
Observe estas questões: 
 
24. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE 
BA/2010) Os sigilos bancário e fiscal são consagrados como 
direitos individuais constitucionalmente protegidos que 
podem ser excepcionados por ordem judicial 
fundamentada. Nesse sentido, é válida a quebra de sigilo 
bancário de membros do Congresso Nacional quando 
decretada por um TRE em investigação criminal destinada à 
apuração de crime eleitoral. 
O STF já deixou assente que a competência originária para processar 
e julgar parlamentares federais, em quaisquer delitos abrangidos 
pelo termo “crime comum”, inclusive os eleitorais é do Supremo 
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Tribunal Federal, com fulcro no art. 102, I, “b” da CF, que 
estudaremos mais adiante. 
Dessa forma, a garantia da imunidade formal de parlamentar não 
impede a instauração de inquérito policial contra membro do 
Legislativo, bem como os atos de investigação criminal, desde que as 
medidas persecutórias sejam adotadas no âmbito de procedimento 
investigatório perante o STF. 
Item errado. 
 
25. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/ARACAJU/2007) 
Admite-se a condução coercitiva do réu em ação de 
investigação de paternidade para que seja submetido a 
exame de DNA, a fim de saber se é o pai da criança. 
Conforme vimos acima, a jurisprudência do STF não admite a coação 
do possível pai para realizar o exame de DNA. Tal negativa do 
possível genitor pesará, é certo, em seu desfavor no processo civil de 
investigação, e a Justiça dispõe igualmente de outros meios para 
evidenciar o liame genético ou afetivo entre a criança e o réu. 
Item errado. 
 
2.8 – Inviolabilidade domiciliar (art. 5º, XI) 
Prevê o texto constitucional que "a casa é asilo inviolável do 
indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para 
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial". 
Esta é a regra, e como, sempre, o que vale para o concurso é a 
interpretação do STF para o inciso em comento. Nesse sentido, o 
conceito de “casa” abrange qualquer recinto, seja de natureza 
residencial, seja de natureza profissional, permanente ou temporária. 
Incluem-se aí, apartamentos de hotel, casa de praia, consultório 
médico, escritório de advocacia, inclusive lojas e estabelecimentos 
não franqueados ao público (balcão, suporte, back-office). 
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A relevância deste dispositivo reside na extinção do mandado 
de busca e apreensão determinada por autoridade administrativa – 
policial, fazendária ou fiscal -, sem a devida autorização judicial. 
Assim, não havendo consentimento dos proprietários ou 
possuidores, as autoridades administrativas fiscais, fazendárias, 
trabalhistas, sanitárias, ambientais e congêneres, somente poderão 
adentrar nas dependências dos administrados se munidos de ordem 
judicial autorizativa (mandado judicial de busca e apreensão). 
Ainda que diante de fortes indícios de que, no interior do 
estabelecimento,haja provas comprobatórias da ocorrência de 
ilícitos, se não houver consentimento, não poderá o agente 
administrativo executar a busca e apreensão, sem autorização do 
Poder Judiciário. 
Entendimento recente do STF, que já está sendo cobrado de 
forma recorrente nas provas, diz respeito à possibilidade de ingresso 
em recinto profissional protegido pela inviolabilidade domiciliar para 
instalação de equipamentos de escuta ambiental, durante a noite, 
desde que haja ordem judicial para tanto, no caso concreto. 
É que o STF admitiu provimento judicial (oriundo de Ministro do 
próprio STF) que autorizou o ingresso de autoridade policial em 
recinto profissional durante a noite, para o fim de instalar 
equipamentos de captação acústica (escuta ambiental). 
De início, observou-se que essa instalação de equipamentos de 
escuta não poderia ser realizada com publicidade, certo? Afinal de 
contas, ficaria frustrada sua finalidade. 
No caso concreto, ponderaram-se os bens jurídicos em conflito 
e admitiu-se o procedimento, tendo como de fundo os valores da 
proteção à intimidade, à privacidade e da dignidade da pessoa 
humana. Nesse sentido, a instalação de escuta ambiental em 
escritórios vazios não se sujeitaria estritamente aos mesmos limites 
da busca em domicílios stricto sensu (em que haveria pessoas 
habitando). Diante disso, desde que existente a autorização judicial, 
poderia ser admitida essa atuação do Estado, seja para execução 
durante o dia, seja para execução durante a noite. 
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E o que significa “durante o dia”? Trata-se de um critério 
astronômico e não temporal, motivo pelo qual considera-se dia a 
partir de e enquanto o céu estiver claro. 
Agora preste atenção nestas questões do CESPE, que trataram 
deste assunto. 
 
26. (CESPE/ANALISTA JUD./ÁREA JUDICIÁRIA/STM/2011) 
O Ministério Público pode determinar a violação de um 
domicílio para realização de busca e apreensão de objetos 
que possam servir de prova em um processo. 
O Ministério Público não é legitimado para determinar a perquirição 
domiciliar para busca e apreensão de provas. 
Trata-se de matéria coberta pela chamada “reserva de jurisdição”, 
ou seja, somente o juiz pode determinar a medida invasiva, com 
fulcro no art. 5º, XI da CF, e durante o dia. 
Item errado. 
 
27. (CESPE/TRT 17ª Região/Analista/2009) Caso um 
escritório de advocacia seja invadido, durante a noite, por 
policiais, para nele se instalar escutas ambientais, 
ordenadas pela justiça, já que o advogado que ali trabalha 
estaria envolvido em organização criminosa, a prova obtida 
será ilícita, já que a referida diligência não foi feita durante 
o dia. 
Esta questão e as duas próximas tratam do mesmo julgado do STF, 
que autorizou o ingresso de autoridade policial em recinto profissional 
durante a noite, para o fim de instalar equipamentos de captação 
acústica (escuta ambiental). 
Nesse caso, as provas coletadas oriundas da escuta ambiental, são 
perfeitamente lícitas. 
Perceba como cada decisão do STF provoca uma enxurrada de 
questões no mesmo sentido, em concursos diferentes! 
Item errado. 
 
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28. (CESPE/PROCURADOR/PGE/AL2009) O conceito 
normativo de casa é abrangente; assim, qualquer 
compartimento privado onde alguém exerce profissão ou 
atividade está protegido pela inviolabilidade do domicílio. 
Apesar disso, há a possibilidade de se instalar escuta 
ambiental em escritório de advocacia que seja utilizado 
como reduto para a prática de crimes. 
Vide comentários à questão 18. 
Item certo. 
 
29. (CESPE/ACE/TCE/TO/2009) Um advogado que esteja 
sendo investigado por formação de quadrilha e outros 
crimes não poderá sofrer, em seu escritório, uma escuta 
ambiental captada por gravador instalado por força de 
decisão judicial, já que tal fato viola o princípio de proteção 
do domicílio. 
Vide comentários à questão 18. 
Item errado. 
 
30. (CESPE/OFICIAL DE INTELIG./DIREITO/ABIN/2010) O 
entendimento do direito constitucional relativo à casa 
apresenta maior amplitude que o do direito privado, de 
modo que bares, restaurantes e escritórios, por exemplo, 
são locais assegurados pelo direito à inviolabilidade de 
domicílio. 
Cuidado com a maldade desta questão! Um bar, restaurante ou 
escritório somente serão considerados domicílio para os seus 
proprietários ou sócios! 
Não pense agora que se você estiver tomando sua cerveja no boteco 
estará protegido pela inviolabilidade domiciliar! A extensão do 
conceito de domicílio aplica-se, naturalmente, aos proprietários do 
recinto profissional. Mas a questão, maldosamente, omitiu esse 
“detalhe”, o que tornou a assertiva falsa! 
Item errado. 
 
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31. (CESPE/ACE/TCU/2009) O cumprimento de mandado de 
busca e apreensão, expedido pela autoridade judicial 
competente, poderá ocorrer a qualquer horário do dia, 
inclusive durante o período noturno, mesmo que não haja o 
consentimento do morador, tendo em vista que a CF 
estabelece algumas exceções ao princípio da inviolabilidade 
domiciliar, entre as quais se incluem as determinações do 
Poder Judiciário. 
Evidentemente, o mandado judicial de busca e apreensão só poderá 
ser cumprido durante o dia, independentemente do consentimento 
do morador. 
Entretanto, os agentes do fisco, no exercício de suas atribuições, 
proceder à busca e apreensão de documentos ou informações 
comprobatórias de crime fiscal, ainda que sem ordem judicial, com 
base na Lei Complementar 105/2001, havendo necessidade, 
entretanto, de consentimento do proprietário para adentrar no 
estabelecimento. 
Assim tem entendido o STF, no sentido de que o ingresso no 
domicílio, sempre que necessário vencer a oposição do morador, 
passa a depender de autorização judicial prévia. 
Item errado. 
 
32. (CESPE/ANALISTA JUD./ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE 
ES/2011) Se um indivíduo, depois de assaltar um 
estabelecimento comercial, for perseguido por policiais 
militares e, na tentativa de fuga, entrar em casa de família 
para se esconder, os policiais estão autorizados a entrar na 
residência e efetuar a prisão, independentemente do 
consentimento dos moradores. 
O art. 5º, XI da CF autoriza a entrada domiciliar à revelia do morador 
ou proprietário em caso de flagrante delito. 
Como o flagrante é caracterizado até 24h após o ocorrido, então os 
agentes policiais agiram dentro da lei e da Constituição. 
Item certo. 
 
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2.9 – Liberdade do exercício de ofício ou profissão (art. 5º, 
XIII) 
Prescreve o inciso constitucional que "é livre o exercício de 
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer". 
Trata-se, aqui, de dispositivo de eficácia contida, dotado de 
aplicabilidade imediata, porém sujeito a restrições estabelecidas pela 
lei. Nesse sentido, para que você exerça a profissão de analista de 
sistemas, jornalista, processador de dados ou profissional 
comunicação e marketing não necessita comprovar a graduação em 
curso superior específico ou estar registrado no órgão profissional 
competente. 
Já para exercer o ofício de médico, odontólogo ou advogado, 
não poderá fazê-lo senão após cumprir as exigências legais e as 
normas expedidas pelasautarquias profissionais que regulamentam 
essas profissões. 
 
2.10 – Liberdade de Reunião (art. 5º, XVI) 
Determina o texto constitucional que "todos podem reunir-se 
pacificamente, sem armas, em locais abertos ao publico, 
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas 
exigido prévio aviso à autoridade competente" 
Importante ressaltar que o direito de reunião, no Estado 
brasileiro, não exige autorização prévia, o que não se confunde 
com a comunicação prévia à autoridade competente, no caso a 
polícia militar, sem que haja frustração de outra reunião marcada 
para o mesmo local. 
Essa reunião poderá ser estática ou dinâmica, uma passeata, 
uma reunião, uma manifestação, uma parada gay etc. 
Para combater a frustração ao direito de reunião o remédio 
adequado não é o habeas corpus mas sim o mandado de 
segurança, remédio constitucional que iremos estudar mais adiante. 
Veja esta questão do Cespe: 
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33. (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/SECRETARIA DE 
SEGURANÇA/ES/2009) Independentemente de aviso prévio 
ou autorização do poder público, todos podem reunir-se 
pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
desde que não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local. 
Questão capciosa. A autorização do poder público é dispensável mas 
o aviso à autoridade competente, normalmente a polícia militar, é 
imprescindível para assegurar a segurança ou não frustrar outro 
evento previsto para o mesmo local e horário, conforme mandamento 
do art. 5º, XVI. 
Item errado. 
 
2.11 – Liberdade de Associação (art. 5º, XVII a XX) 
Dispõe a Constituição Federal ser “plena a liberdade de 
associação para fins lícitos, vedadas as de caráter paramilitar” (inciso 
XVII), bem como que “a criação de associações e, na forma da lei, a 
de cooperativas, independem de autorização judicial, sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento” (inciso XVIII). 
Tal liberdade alcança apenas as associações criadas para fins 
lícitos. Não poderão os cidadãos, portanto, criar uma “associação dos 
consumidores de maconha”, ou de “combate armado ao sistema que 
está aí”, sob pena de interferência direta ou dissolução compulsória. 
Aliás, tema recorrente e que confunde os candidatos diz 
respeito à suspensão das atividades da associação e à sua dissolução 
compulsória. Suponha que as torcidas organizadas da “Mancha 
Verde” e da “Gaviões da Fiel” entrem em conflito e provoquem 
perturbação da ordem, agressões e mortes. 
O Ministério Público poderá solicitar e o juiz deferir, a 
suspensão das atividades dessas agremiações, mas a dissolução 
compulsória somente ocorrerá com o trânsito em julgado da decisão 
(art. 5º, XIX). Trânsito em julgado é aquele relativo à decisão da qual 
não caiba mais recurso judicial, a não ser ação rescisória, no prazo de 
dois anos. 
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Além disso, "ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a 
permanecer associado" (inciso XX), o que preconiza o livre direito de 
participar ou aderir, de se desligar ou de se dissolver 
espontaneamente qualquer associação. 
Veja esta questão do Cespe: 
34. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE 
ES/2011) Uma associação já constituída somente poderá 
ser compulsoriamente dissolvida mediante decisão judicial 
transitada em julgado, na hipótese de ter finalidade ilícita. 
É o que se depreende da leitura do art. 5º, inciso XIX, bem como do 
entendimento assente do STF: 
“XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas 
ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no 
primeiro caso, o trânsito em julgado;” 
Item certo. 
 
2.12 – Representação processual versus substituição 
processual (art. 5.°, XXI e LXX; Art. 8.°, III) 
Dispõe o inciso XXI do art. 5º que as “entidades associativas, 
quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para 
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente”. Trata-se, 
aqui, da hipótese de representação judicial, na qual o titular do 
direito tem o direito de outorgar expressamente a terceiros, 
representantes, que o representem perante o Poder Judiciário, na 
defesa dos direitos do representado. 
Em alguns casos, entretanto, a Constituição autoriza a 
determinadas pessoas jurídicas a denominada legitimação ativa 
extraordinária, o que caracteriza a chamada substituição processual. 
Nesses casos, o substituto processual ajuíza a ação em seu nome, 
mas em defesa de um direito alheio, do substituído. Nesta situação, 
não é necessário que o substituído autorize expressamente o 
substituto a ajuizar a ação. 
Pelo inciso XXI, então, para que uma associação represente, 
defenda o interesse de seus associados, é necessária uma 
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autorização expressa. Já pelo inciso LXX, ocorre a hipótese de 
mandado de segurança coletivo impetrado por associação, 
organização sindical ou entidade de classe, obedecidos determinados 
requisitos. Aqui, a Constituição dispensou a autorização expressa 
dos associados, surgindo aqui, então, a hipótese de substituição 
processual, bastando que os estatutos jurídicos das entidades ali 
referidas autorizem a defesa do direito pleiteado pelo substituído. 
O STF firmou posicionamento no sentido de que a associação, 
na defesa de interesses de seus associados, pode se utilizar de duas 
vias: a do mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX) ou 
mediante quaisquer outras ações administrativas ou judiciárias (art. 
5º, XXI). Na via do MS Coletivo, ocorre a chamada substituição 
processual; já na opção de outras vias administrativas ou judiciais, 
estaríamos diante da representação judicial. O quadro abaixo 
resume a distinção. 
 
Representação Judicial (art. 
5º, XXI) 
Substituição Processual (Art. 
5º, LXX) 
Necessidade de autorização 
expressa dos associados 
Desnecessidade de autorização 
expressa dos associados (basta 
autorização genérica nos atos 
constitutivos) 
Defesa do direito dos associados 
em outras ações judiciais (que 
não mediante impetração de 
mandado de segurança coletivo) 
ou recursos administrativos. 
Defesa dos direitos dos 
associados mediante impetração 
de mandado de segurança 
coletivo, nos termos do art. 5º, 
LXX, da Constituição 
 
 
 
2.13 – Direito de Propriedade (art. 5.°, XXII a XXVI e art. 170, 
II e III) 
A propriedade, como manifestação de um direito de primeira 
geração, encontra-se consagrado no caput do art. 5º, ao lado de 
outros direitos individuais elementares, e caracteriza o Brasil como 
estado capitalista. 
Também o inciso II do art. 170 preconiza como princípio 
fundamental da ordem econômica a propriedade privada. Entretanto, 
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diante do direito constitucional contemporâneo, não se concebe mais 
a propriedade como um direito absoluto, característico das 
organizações liberais clássicas. 
O próprio art. 170, no seu inciso III, estabelece que a 
propriedade atenderá à sua função social. Dessa forma, não pode o 
proprietário de terreno urbano mantê-lo não edificado ou 
subutilizado, sob pena de sanções administrativas sucessivas (art. 
182, § 4º); não pode o proprietário de imóvel rural mantê-lo

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