Prévia do material em texto
Aula 01 – 11.02.2025 Matriz de Eisenhower – Importante e urgente – faça agora Importante, mas não urgente – agende e faça logo Urgente, mas não é importante - delegue Não é urgente, nem importante – delete O princípio de Pareto afirma que, para muitos trabalhos, 80% dos resultados resultam de 20% das causas. Técnica Pomodoro. PROVAS – QUESTÕES OBJETIVAS – 20 DATAS CERTAS CONFORME CALENDÁRIO SUBSTITUTIVAS – DATA CERTA, CONFORME CALENDÁRIO EXAME FINAL – IDEM. ‘direito penal e suas velocidades 1. Primeira Velocidade do Direito Penal: o Essa velocidade está mais ligada aos direitos e garantias constitucionais. Aqui, o Estado é mais lento em disciplinar a condenação dos crimes, com maior extensão do julgamento e aplicação rígida de penas privativas de liberdade. É marcada pela aplicação clássica da pena de prisão, ao mesmo tempo em que garante os direitos fundamentais do indivíduo1. 2. Segunda Velocidade do Direito Penal: https://www.bing.com/aclick?ld=e82T0sKXjfasbsS26TesJVRDVUCUwrh5aGaIBt7rJFdT84NBLpl-5lpUDVqyEl4uM-uJxC1YRSZ0D00J0X-H-Tk7NZe6DlaVxUVymojZidiJorNk_k2hcL9zMxguc8rXPY_yehNHDsIp1hocS_FqKXCkrFxm35IYm8Fp7yHkmVCMxAzCHo&u=aHR0cHMlM2ElMmYlMmZ3d3cuanVzYnJhc2lsLmNvbS5iciUyZmp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTJmYnVzY2ElM2ZxJTNkRGlyZWl0byUyYlBlbmFsJTJiZGFzJTJidmVsb2NpZGFkZXMlMjZ1dG1fc291cmNlJTNkYmluZyUyNnV0bV9tZWRpdW0lM2RjcGMlMjZ1dG1fY2FtcGFpZ24lM2Rscl9kc2FfanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fdGVybSUzZCUyNTJGanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fY29udGVudCUzZGp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTI2Y2FtcGFpZ24lM2R0cnVlJTI2bXNjbGtpZCUzZDAwZThkZTQyYmRlZjFiNTQ5Y2QxYjhmYTUwMmUzZWJk&rlid=00e8de42bdef1b549cd1b8fa502e3ebd https://www.bing.com/aclick?ld=e82T0sKXjfasbsS26TesJVRDVUCUwrh5aGaIBt7rJFdT84NBLpl-5lpUDVqyEl4uM-uJxC1YRSZ0D00J0X-H-Tk7NZe6DlaVxUVymojZidiJorNk_k2hcL9zMxguc8rXPY_yehNHDsIp1hocS_FqKXCkrFxm35IYm8Fp7yHkmVCMxAzCHo&u=aHR0cHMlM2ElMmYlMmZ3d3cuanVzYnJhc2lsLmNvbS5iciUyZmp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTJmYnVzY2ElM2ZxJTNkRGlyZWl0byUyYlBlbmFsJTJiZGFzJTJidmVsb2NpZGFkZXMlMjZ1dG1fc291cmNlJTNkYmluZyUyNnV0bV9tZWRpdW0lM2RjcGMlMjZ1dG1fY2FtcGFpZ24lM2Rscl9kc2FfanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fdGVybSUzZCUyNTJGanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fY29udGVudCUzZGp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTI2Y2FtcGFpZ24lM2R0cnVlJTI2bXNjbGtpZCUzZDAwZThkZTQyYmRlZjFiNTQ5Y2QxYjhmYTUwMmUzZWJk&rlid=00e8de42bdef1b549cd1b8fa502e3ebd https://www.bing.com/aclick?ld=e82T0sKXjfasbsS26TesJVRDVUCUwrh5aGaIBt7rJFdT84NBLpl-5lpUDVqyEl4uM-uJxC1YRSZ0D00J0X-H-Tk7NZe6DlaVxUVymojZidiJorNk_k2hcL9zMxguc8rXPY_yehNHDsIp1hocS_FqKXCkrFxm35IYm8Fp7yHkmVCMxAzCHo&u=aHR0cHMlM2ElMmYlMmZ3d3cuanVzYnJhc2lsLmNvbS5iciUyZmp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTJmYnVzY2ElM2ZxJTNkRGlyZWl0byUyYlBlbmFsJTJiZGFzJTJidmVsb2NpZGFkZXMlMjZ1dG1fc291cmNlJTNkYmluZyUyNnV0bV9tZWRpdW0lM2RjcGMlMjZ1dG1fY2FtcGFpZ24lM2Rscl9kc2FfanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fdGVybSUzZCUyNTJGanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fY29udGVudCUzZGp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTI2Y2FtcGFpZ24lM2R0cnVlJTI2bXNjbGtpZCUzZDAwZThkZTQyYmRlZjFiNTQ5Y2QxYjhmYTUwMmUzZWJk&rlid=00e8de42bdef1b549cd1b8fa502e3ebd https://www.bing.com/aclick?ld=e82T0sKXjfasbsS26TesJVRDVUCUwrh5aGaIBt7rJFdT84NBLpl-5lpUDVqyEl4uM-uJxC1YRSZ0D00J0X-H-Tk7NZe6DlaVxUVymojZidiJorNk_k2hcL9zMxguc8rXPY_yehNHDsIp1hocS_FqKXCkrFxm35IYm8Fp7yHkmVCMxAzCHo&u=aHR0cHMlM2ElMmYlMmZ3d3cuanVzYnJhc2lsLmNvbS5iciUyZmp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTJmYnVzY2ElM2ZxJTNkRGlyZWl0byUyYlBlbmFsJTJiZGFzJTJidmVsb2NpZGFkZXMlMjZ1dG1fc291cmNlJTNkYmluZyUyNnV0bV9tZWRpdW0lM2RjcGMlMjZ1dG1fY2FtcGFpZ24lM2Rscl9kc2FfanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fdGVybSUzZCUyNTJGanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fY29udGVudCUzZGp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTI2Y2FtcGFpZ24lM2R0cnVlJTI2bXNjbGtpZCUzZDAwZThkZTQyYmRlZjFiNTQ5Y2QxYjhmYTUwMmUzZWJk&rlid=00e8de42bdef1b549cd1b8fa502e3ebd https://jus.com.br/artigos/63624/um-resumo-sobre-as-velocidades-do-direito-penal o Nessa velocidade, ocorre uma flexibilização do sistema penal. Não há necessidade de privação de liberdade do agente; em vez disso, aplicam-se medidas alternativas que cumprem a função sancionadora. Exemplos incluem os Juizados Especiais Criminais, onde prevalecem a oralidade, simplicidade e celeridade1. 3. Terceira Velocidade ou Teoria do Direito Penal do Inimigo: o Proposta por Günther Jakobs, essa velocidade é considerada um direito de exceção. O “inimigo” é aquele que não aceita se submeter às regras básicas da convivência social. Aqui, a punição é mais intensa e menos garantista1. Atos terroristas – Ticking bomb scenario theory. Tortura (mecanismo preventivo para evitar males maiores.) CADUCIDADE – terrorista perde direitos humanos porque pratica atos desumanos. o o A Quarta Velocidade - Tribunal Penal Internacional o Tal velocidade está intimamente ligada ao Direito Penal Internacional e à resolução mundial de conflitos. Aqui tem-se a figura do Tribunal Penal Internacional (TPI). o Criado pelo Estatuto de Roma, em 1998, com sede em Haia, na Holanda, é formado por 18 juízes, com 9 anos de mandato, vedada a recondução, sendo que são 6 juízes para a investigação, 6 para julgar e 6 para o segundo grau, se houver. Julgam os crimes de lesa humanidade, como o genocídio, o crime de guerra, entre outros. o No Brasil o Tratado de adesão ao TPI iniciou sua vigência em 2002, com a assinatura do Decreto 4388/02, sendo posteriormente incorporação na Constituição Federal pela Emenda 45/2004 (Art.5º [...] §4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão). o Nessa velocidade, tem-se um aumento do poderio repressor do Estado, inclusive de forma mais arbitrária e abusiva que o Direito Penal do Inimigo (MASSON, 2017 ,p.117). Por ser de âmbito Penal Internacional, encontra-se muito ligado a política e a https://www.bing.com/aclick?ld=e82T0sKXjfasbsS26TesJVRDVUCUwrh5aGaIBt7rJFdT84NBLpl-5lpUDVqyEl4uM-uJxC1YRSZ0D00J0X-H-Tk7NZe6DlaVxUVymojZidiJorNk_k2hcL9zMxguc8rXPY_yehNHDsIp1hocS_FqKXCkrFxm35IYm8Fp7yHkmVCMxAzCHo&u=aHR0cHMlM2ElMmYlMmZ3d3cuanVzYnJhc2lsLmNvbS5iciUyZmp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTJmYnVzY2ElM2ZxJTNkRGlyZWl0byUyYlBlbmFsJTJiZGFzJTJidmVsb2NpZGFkZXMlMjZ1dG1fc291cmNlJTNkYmluZyUyNnV0bV9tZWRpdW0lM2RjcGMlMjZ1dG1fY2FtcGFpZ24lM2Rscl9kc2FfanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fdGVybSUzZCUyNTJGanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fY29udGVudCUzZGp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTI2Y2FtcGFpZ24lM2R0cnVlJTI2bXNjbGtpZCUzZDAwZThkZTQyYmRlZjFiNTQ5Y2QxYjhmYTUwMmUzZWJk&rlid=00e8de42bdef1b549cd1b8fa502e3ebd https://www.bing.com/aclick?ld=e82T0sKXjfasbsS26TesJVRDVUCUwrh5aGaIBt7rJFdT84NBLpl-5lpUDVqyEl4uM-uJxC1YRSZ0D00J0X-H-Tk7NZe6DlaVxUVymojZidiJorNk_k2hcL9zMxguc8rXPY_yehNHDsIp1hocS_FqKXCkrFxm35IYm8Fp7yHkmVCMxAzCHo&u=aHR0cHMlM2ElMmYlMmZ3d3cuanVzYnJhc2lsLmNvbS5iciUyZmp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTJmYnVzY2ElM2ZxJTNkRGlyZWl0byUyYlBlbmFsJTJiZGFzJTJidmVsb2NpZGFkZXMlMjZ1dG1fc291cmNlJTNkYmluZyUyNnV0bV9tZWRpdW0lM2RjcGMlMjZ1dG1fY2FtcGFpZ24lM2Rscl9kc2FfanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fdGVybSUzZCUyNTJGanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fY29udGVudCUzZGp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTI2Y2FtcGFpZ24lM2R0cnVlJTI2bXNjbGtpZCUzZDAwZThkZTQyYmRlZjFiNTQ5Y2QxYjhmYTUwMmUzZWJk&rlid=00e8de42bdef1b549cd1b8fa502e3ebd https://www.bing.com/aclick?ld=e82T0sKXjfasbsS26TesJVRDVUCUwrh5aGaIBt7rJFdT84NBLpl-5lpUDVqyEl4uM-uJxC1YRSZ0D00J0X-H-Tk7NZe6DlaVxUVymojZidiJorNk_k2hcL9zMxguc8rXPY_yehNHDsIp1hocS_FqKXCkrFxm35IYm8Fp7yHkmVCMxAzCHo&u=aHR0cHMlM2ElMmYlMmZ3d3cuanVzYnJhc2lsLmNvbS5iciUyZmp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTJmYnVzY2ElM2ZxJTNkRGlyZWl0byUyYlBlbmFsJTJiZGFzJTJidmVsb2NpZGFkZXMlMjZ1dG1fc291cmNlJTNkYmluZyUyNnV0bV9tZWRpdW0lM2RjcGMlMjZ1dG1fY2FtcGFpZ24lM2Rscl9kc2FfanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fdGVybSUzZCUyNTJGanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fY29udGVudCUzZGp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTI2Y2FtcGFpZ24lM2R0cnVlJTI2bXNjbGtpZCUzZDAwZThkZTQyYmRlZjFiNTQ5Y2QxYjhmYTUwMmUzZWJk&rlid=00e8de42bdef1b549cd1b8fa502e3ebd https://jus.com.br/artigos/63624/um-resumo-sobre-as-velocidades-do-direito-penal https://www.bing.com/aclick?ld=e82T0sKXjfasbsS26TesJVRDVUCUwrh5aGaIBt7rJFdT84NBLpl-5lpUDVqyEl4uM-uJxC1YRSZ0D00J0X-H-Tk7NZe6DlaVxUVymojZidiJorNk_k2hcL9zMxguc8rXPY_yehNHDsIp1hocS_FqKXCkrFxm35IYm8Fp7yHkmVCMxAzCHo&u=aHR0cHMlM2ElMmYlMmZ3d3cuanVzYnJhc2lsLmNvbS5iciUyZmp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTJmYnVzY2ElM2ZxJTNkRGlyZWl0byUyYlBlbmFsJTJiZGFzJTJidmVsb2NpZGFkZXMlMjZ1dG1fc291cmNlJTNkYmluZyUyNnV0bV9tZWRpdW0lM2RjcGMlMjZ1dG1fY2FtcGFpZ24lM2Rscl9kc2FfanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fdGVybSUzZCUyNTJGanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fY29udGVudCUzZGp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTI2Y2FtcGFpZ24lM2R0cnVlJTI2bXNjbGtpZCUzZDAwZThkZTQyYmRlZjFiNTQ5Y2QxYjhmYTUwMmUzZWJk&rlid=00e8de42bdef1b549cd1b8fa502e3ebdQuadrilha ou bando atualmente chamado de - Associação Criminosa (3 ou mais agentes – artigo 288 CP). Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. O artigo 29 é importante para os crimes unissubjetivos. Dele decorrem alguns conceitos importantes: TIPICIDADE DERIVADA – NORMA DE EXTENSÃO – TIPICIDADE MEDIATA EX: art. 157, caput, cc art. 29 do Código Penal. Organização criminosa – não precisa colocar o artigo 29, pois já é praticado em grupo. Quem de qualquer modo concorre para o crime incide nas penas, na medida de sua culpabilidade É preciso lembrar que em alguns casos, o simples concurso de agentes foi considerado como causa de aumento de pena. Exemplo: art. 157, § 2º, inciso II: § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; Ou como qualificadora: - Furto qualificado § 4º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido: IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. TEORIA UNITÁRIA OU MONISTA, MONÍSTICA – PLURALIDADE DE AGENTES, DIVERSIDADE DE CONDUTAS COM ÚNICO RESULTADO – 5 assaltam o roubo – temos 1 roubo com pluralidade de agentes e não cinco roubos. TEORIA PLURALISTA – seriam 5 roubos. EXCEÇÃO – art. 124 x 126 CP. CHAMADA EXCEÇÃO PLURALISTA À TEORIA MONISTA. No Brasil adotou-se a teoria monista moderada, ou seja, com algumas exceções legais. - Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: Vide ADPF nº 54, que declara inconstitucional a interpretação de a interrupção da gravidez de feto anencéfalo ser conduta tipificada neste artigo. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS: PLURALIDADE DE AGENTES – É REQUISITO. DUAS PESSOAS BASTAM. UNIDADE DE CRIMES – OS CRIMES TÊM QUE SER OS MESMOS. CONDUTAS RELEVANTES – empregada que deixa a porta da frente aberta, mas os agentes usam as portas dos fundos. UNIDADE DE DESÍGNIOS- VÍNCULO SUBJETIVO – LIAME PSICOLÓGICO. ACORDO PRÉVIO É NECESSÁRIO? NÃO. GERALMENTE ESTÁ PRESENTE, MAS BASTA MERA ADESÃO. LIAME CONCOMITANTE. COAUTORIA X AUTORIA COLATERAL – SÃO COISAS DISTINTAS. TÍCIO E MÉVIO QUEREM MATAR FULANO, MAS NÃO SE CONHECEM. FAZEM UMA EMBOSCADA E EM PONTOS DISTINTOS DISPARAM EM FULADO SIMULTANEAMENTE. SE NÃO FOR IDENTIFICADO QUAL DISPARO MATOU FULANO – TÍCIO E MÉVIO RESPONDEM POR TENTATIVA. DÚVIDA FAVORÁVEL AOS RÉUS. SE FOR IDENTIFICADO QUAL PROJÉTIL MATOU FULANO – O AUTOR DO DISPARO FATAL RESPONDE PELO HOMICÍDIO E O OUTRO AUTOR COLATERAL RESPONDE PELA TENTATIVA. PEGADINHA – UNIDADE DE AGENTES E PLURALIDADE DE CRIMES – ERRADO. Quis o legislador colocar maior gravidade em quem pratica efetivamente os atos abortivos e menor gravidade para a gestante. TERCEIRA TEORIA – PLURALIDADE DE AGENTES, DIVERSIDADE DE CONDUTAS E PLURALIDADE DE RESULTADOS – NÃO TEMOS EXEMPLOS NO BRASIL TEORIA QUE DIFERENCIAM OU NÃO COAUTOR, PARTÍCIPE. TEORIA SUBJETIVA (CONCEITO SUBJETIVO) – AUTOR E PARTÍCIPE – NÃO HÁ DISTINÇÃO. BASTA O ANIMO DE PRATICAR A CONDUTA CRIMINOSA. TEORIA OBJETIVO FORMAL – objetiva, restritiva ou dualista – autor é quem realiza o NÚCLEO do tipo. Partícipe concorre, sem realizar o verbo – núcleo. Esta é a teoria adotada, complementada por outras subteorias. Exemplo – autoria mediata – crime cometido por interposta pessoa. Médico que quer matar paciente e manda enfermeiro aplicar medicação letal sem que o enfermeiro saiba. COAUTOR é o agente principal, enquanto o partícipe é o agente acessório, secundário. Abandonada por identificar-se injustiças – exemplo dos mandantes que não eram considerados coautores e sim meros partícipes, quando na verdade eles eram os maiores responsáveis. TEORIA OBJETIVO MATERIAL – autor é quem contribui de forma mais relevante. Menos relevante é o partícipe. Há quem diga, nesta teoria, que todos são coautores. TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO – OBJETIVO- SUBJETIVA. AUTOR é quem tem o controle do fato, ou seja, se o crime vai ou não ocorrer. FOI ACOLHIDA no Brasil no julgamento do mensalão – AP 470 STF. DOUTRINA MAJORITÁRIA E JURISPRUDÊNCIA – DIFERENÇA ENTRE AUTOR E PARTÍCIPE – TEORIA OBJETIVA – FORMAL - ADOTADA – PARTÍCIPE TERÁ DIMINUIÇÃO DE PENA AUTOR É QUEM PRATICA O TIPO PENAL DE ALGUM MODO. PARTÍCIPE ESTÁ CORRENDO POR FORA DE ALGUM MODO – EXEMPLO: 4 PESSOAS – 2 ENTRAM NO BANCO E APONTAM AS ARMAS E TIRAM O DINHEIRO – 2 FICAM NA PORTA E 1 FICA NO CARRO PARA FUGA. SÓ OS QUE PRATICAM OS NÚCLEOS DO TIPO SÃO AUTORES – 2 AUTORES E 3 PARTICIPES. NA MEDIDA DE SUA CULPABILIDADE – ESTA CULPABILIDADE É NO CENÁRIO DA PENA E NÃO NO CENÁRIO DO CRIME. TRATA-SE DO GRAU DE REPROVAÇÃO DO QUE O SUJEITO FEZ . EXEMPLO: VÁRIOS INDIVIDUOS ENTRAM NUMA CASA. 3 AGRIDEM, BATEM E AMEAÇAM. 3 DIZEM PARA AS VÍTIMAS FICAREM CALMAS, QUE NADA DE PIOR OCORRERIA... AUTOR X PARTÍCIPE – PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. PARÁGRAFO SEGUNDO DO ART. 29 SÓ APLICA AO PARTÍCIPE – PARTICIPAÇÃO MORAL OU MATERIAL. MORAL ou INTELECTUAL – INSTIGA (estimula a ideia pré-existente ou INDUZ (cria a ideia). Há casos em que a Lei pune diretamente aquele que instiga ou induz: Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. O que induz ou instiga, neste caso, não será partícipe ou coautor. Será autor. MATERIAL – FORNECE AUXILIO MATERIAL - auxilio VIGIA DE RUA QUE DIZ O HORÁRIO QUE MORADORES ENTRAM E SAEM DA CASA – É PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. OUTRAS PESSOAS PODERIAM OBSERVAR A MOVIMENTAÇÃO DA CASA E TER ACESSO A MESMA INFORMAÇÃO QUE NÃO É DETERMINANTE O partícipe somente responderá se o autor da conduta principal praticar a conduta, ao menos na modalidade tentada. NÃO EXISTE PARTICIPAÇÃO CULPOSA EM CRIME DOLOSO – exemplo – Pedro empresta arma para Paulo caçar. Paulo resolve matar João com a arma, sem que Pedro saiba. Pedro não pode ser acusado por negligência – culpa in vigilando ou in eligendo - COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA OU DESVIO SUBJETIVO DA CONDUTA – PARÁGRAFO SEGUNDO DO CÓDIGO PENAL – DOLOS DIFERENTES. EXEMPLO – ROUBO DE SUPERMERCADO. ALGUM ASSALTANTE RESOLVE MATAR ALGUÉM. ESTE RESPONDE POR LATROCÍNIO. NÃO NECESSARIAMENTE OS DEMAIS ASSALTANTES. PREVISIBILIDADE – TODOS ESTÃO COM ARMAS NAS MÃOS. AGORA IMAGINEM A IMPREVISIBILIDADE – NEM TODOS ESTÃO ARMADOS E EXATAMENTE UM DOS DESARMADOS RESOLVE MATAR ALGUÉM ENFORCADO. AUTORIA MEDIATA E IMEDIATA – NÃO SE FALA EM COAUTORIA. AQUI ESTAMOS TRATANDO DE AUTORES AUTOR MEDIATO – INDUZ A PRATICAR O DELITO. AUTORIA INDIRETA. O AUTOR VALE-SE DE TERCEIRO PARA A PRÁTICA DE UM DETERMINADO CRIME. 4 hipóteses: Coação moral irresistível – gerente de banco Obediência hierárquica - ordem Inimputável – vale-se de um menor, por exemplo Induz em erro: João pede para Paulo pegar a mochila de Márcio, dizendo que a mochila é sua. Paulo pega a mochila, sem dolo. Joãonão subtraiu, mas é o autor mediato. AUTOR IMEDIATO – É O QUE EFETIVAMENTE PRATICA O TIPO PENAL. EXEMPLO : COAÇÃO DE GERENTE DE BANCO – FAMÍLIA REFÉM GERENTE DE BANCO VAI NO BANCO E RETIRA O DINHEIRO. ELE É AUTOR IMEDIATO, PORQUE ELE É QUEM PEGOU A COISA ALHEIA MÓVEL. CLARO QUE A VONTADE – DOLO – DO GERENTE- NÃO EXISTE. PORTANTO, ELE NÃO É COAUTOR OU PARTÍCIPE. SUPERIOR QUE SE VALE DO SUBORDINADO PARA A PRÁTICA DE CRIME. INDUÇÃO EM ERRO. AQUI INGRESSA A IDEIA DO DOMÍNIO DO FATO: CHEFES DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. ELE É QUEM DETERMINA, ORDENA, ATOS IMPORTANTES. É AUTOR MEDIATO. MAS, DOMINA O FATO. CONIVÊNCIA OU CRIMEN SILENTI: conivência não é coatoria. Exemplo: pai que sabe que filho está traficando em casa, mas não auxilia em nada, não se envolve. Comunicabilidade das circunstâncias elementares – artigo 30. Sujeito mata ascendente. Se isso não for elementar do crime, o coautor não responde por este fato. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA ISENTA DE PENA? NÃO. É CAUSA GERAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA. PARTICIPAÇAO DOLOSAMENTE DISTINTA – MESMA PENA? NÃO. COMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES – SIM. ARTIGO 30. PARA PUNIR POR CONCURSO DE PESSOAS NÃO É PRECISO IDENTIFICAR OS COAUTORES? CORRETO. Basta que a prova evidencie que a conduta foi praticada por duas ou mais pessoas. Multidão delinquente – 65, III, “e” CP – ATENUANTE Efeito manada e psicologia das multidões - intelectual e escritor francês Gustave Le Bon . Segundo ele, em uma aglomeração de pessoas, desaparece a personalidade individual e surge uma mente coletiva incontrolável. Geralmente, nesses crimes de multidão, ocorre para efeitos do processo penal a conexão intersubjetiva por simultaneidade (artigo 76, I, CPP), pode incidir o que chamamos de autoria colateral, quando ocorrem infrações, praticadas ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, sem que as pessoas envolvidas estejam previamente acordadas. Ao contrário, haverá conexão intersubjetiva concursal, quando essas várias pessoas estiverem previamente acordadas embora diversos o tempo e o lugar. Organizador – é agravante - Organizador, como se lê do artigo 62, I, do Código Penal, é aquele que promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes. Temos aqui, uma hipótese de coautoria, fundada no domínio funcional do fato, dentro de uma divisão de trabalho. Coautoria e crime próprio – crime próprio é aquele que exige uma condição especial do sujeito ativo – exemplo – funcionário público. É possível coautoria. Exemplo: dois funcionários públicos cometem peculato ou um particular auxilia o funcionário púbico na prática do peculato. Coautoria e crime de mão própria- é aquele que além de exigir uma condição especial não pode ser cometido por outra pessoa senão o próprio agente. Exemplo – falso testemunho. Coautoria em regra não é admitida. Exceção – falsa perícia cometida por dois peritos. Coautoria sucessiva – o crime começa com um único agente, mas enquanto está sendo praticado há adesão de outro agente. Executor de reserva – sujeito que permanece à disposição para assegurar que o resultado criminoso seja obtido. Se não chega a intervir para a prática do núcleo do tipo será considerado partícipe. Concurso entre maior e menor – há vezes em que o menor não é mero instrumento do adulto para a prática do crime – autoria mediata e imediata. Quando o menor efetivamente coopera com o adulto para o crime ocorre colaboração, concurso impropriamente dito, pseudoconcurso ou concurso aparente. Um é imputável e o outro inimputável. INSTIGAÇÃO X INDUZIMENTO – INSTIGA REFORÇA A IDEIA. INDUZIMENTO – CRIA A IDEIA. TEORIAS SOBRE A PARTICIPAÇÃO – Acessoriedade mínima – basta a prática de fato típico pelo autor para que possa ser punido o partícipe. Não é aceita, pois se o autor pratica o fato amparado por excludente de ilicitude não se pode punir o partícipe. Acessoriedade média ou limitada – a punição do partícipe pressupõe a prática de ato típico e ilícito pelo autor. O autor não precisa ser culpável. É a mais aceita. Exemplo: pune-se o partícipe que instiga menor a cometer um crime (ato infracional). Acessoriedade máxima – só se pune o partícipe se o autor praticou fato típico, ilícito e seja culpável. Hiperacessoriedade – além de fato típico, ilícito, culpável o autor tem que ser efetivamente punível para que o partícipe receba alguma sanção. Coautoria em crime culposo? É possível. Exemplo: dois pedreiros que seguram uma trave de madeira e arremessam na rua sem olhar se há pessoas, ferindo ou matando um transeunte. Coautoria em crime omissivo – próprio – setor da doutrina admite (majoritário). Exemplo: dois indivíduos deixam de prestar socorro a uma pessoa ferida, mediante consenso. Outro setor reputa que haveria omissão autônoma. Participação em crime omissivo – possível. Exemplo: alguém induz um médico a deixar de efetuar notificação compulsória de doença. Coautoria em crime omissivo impróprio – possível. Basta imaginar vários garantes que juntos decidem descumprir o dever jurídico de evitar um resultado. Ex: 3 bombeiros salva-vidas que resolvem deixar um banhista afogar-se. Participação em crime omissivo impróprio – cabível. Exemplo: João instiga Pedro a deixar de alimentar o filho José até que ele morra. Pedro cometerá homicídio por omissão imprópria (dever legal de sustentar, alimentar) e João será o partícipe por instigação. Lembrem-se que participação de menor importância não se confunde com participação inócua ou irrelevante. Esta é impunível; aquela é causa geral de diminuição de pena. Artigo 30 – circunstâncias, condições e elementares. Circunstancias – estão no entorno dos fatos. Agregam dados que podem gerar aumento ou diminuição de pena. Objetivas – dizem respeito ao fato – exemplo – furto mediante rompimento de obstáculo. Subjetivas – dizem respeito ao animo ou qualidade do sujeito – exemplo – motivo fútil ou a qualidade de servidor público. O motivo fútil existente para um dos agentes não se comunica aos demais, exceto se todos agem pelo mesmo motivo fútil. Mediante paga ou promessa de recompensa – um agente pode receber e outro não. O que não recebe e não sabe do pagamento não pode responder pela qualificadora. § 1º do art. 168 – não se comunica aos demais. Apenas àquele que recebeu a coisa em razão do emprego, ofício. Concurso de pessoas no infanticídio – polêmica. Majoritário – há coautoria, pois o estado puerperal é elementar. Condições existem independentemente do fato. Menoridade relativa, reincidência, relações de parentesco. Elementares – representam a própria figura criminosa. Como diferenciar uma elementar de uma circunstância? Se tirar a elementar a conduta torna-se atípica ou amolda-se a outro tipo. Exemplo: furto de coisa própria – atípico. Furto praticado por funcionário público sem se valer da facilidade que lhe proporciona o cargo público. Não será peculato, mas será furto comum. Agora no crime de falsificação de selo ou sinal público se o agente é funcionário público há uma circunstância majorante. Se não é pratica o mesmo crime. Portanto, é uma circunstancia e não uma elementar. Entendendo o artigo 30 – se o agente é reincidente, tem uma circunstância subjetiva, pessoal. Mesmo que os coautores saibam eles não têm a pena agravada pela reincidência do comparsa. As condições de caráter objetivo SEMPRE se comunicam, desde que os demais coautores saibam. Tício, Mévio e Caio combinam um roubo. Apenas Tício está armado, mas todos sabem. Todos responderão pela majorantedo uso de arma de fogo. As ELEMENTARES SEMPRE se comunicam, quer sejam de caráter objetivo ou subjetivo, desde que os coautores saibam. Exemplo: 1 servidor público decide cometer um crime de subtração de bens de uma repartição publica e é auxiliado por 3 particulares. Todos responderão por crime de peculato, porque o exercício da função pública é elementar do crime de peculato e é conhecida dos demais. PARTICIPAÇÃO IMPUNÍVEL – ART. 3 1 – João combina com Tício e Mévio um furto no local onde trabalha como vigilante. Ele se compromete a não acionar o alarme e deixar a única entrada aberta. Tício e Mévio planejam o crime, mas não iniciam atos executórios. João não será punido.https://www.bing.com/aclick?ld=e82T0sKXjfasbsS26TesJVRDVUCUwrh5aGaIBt7rJFdT84NBLpl-5lpUDVqyEl4uM-uJxC1YRSZ0D00J0X-H-Tk7NZe6DlaVxUVymojZidiJorNk_k2hcL9zMxguc8rXPY_yehNHDsIp1hocS_FqKXCkrFxm35IYm8Fp7yHkmVCMxAzCHo&u=aHR0cHMlM2ElMmYlMmZ3d3cuanVzYnJhc2lsLmNvbS5iciUyZmp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTJmYnVzY2ElM2ZxJTNkRGlyZWl0byUyYlBlbmFsJTJiZGFzJTJidmVsb2NpZGFkZXMlMjZ1dG1fc291cmNlJTNkYmluZyUyNnV0bV9tZWRpdW0lM2RjcGMlMjZ1dG1fY2FtcGFpZ24lM2Rscl9kc2FfanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fdGVybSUzZCUyNTJGanVyaXNwcnVkZW5jaWElMjZ1dG1fY29udGVudCUzZGp1cmlzcHJ1ZGVuY2lhJTI2Y2FtcGFpZ24lM2R0cnVlJTI2bXNjbGtpZCUzZDAwZThkZTQyYmRlZjFiNTQ5Y2QxYjhmYTUwMmUzZWJk&rlid=00e8de42bdef1b549cd1b8fa502e3ebd https://jus.com.br/artigos/63624/um-resumo-sobre-as-velocidades-do-direito-penal movimentos de seletividade, desrespeitando certas regras, deixando de lado, inclusive, garantias materiais e processuais dos acusados. o GENOCÍDIO – LEI 2886/1956 – humanidade, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. • Holocausto: • Estimativa de mortes: 5,7 a 6 milhões de pessoas. • Período: 1941 a 1945. Genocídio Armênio: • Estimativa de mortes: Cerca de 1,5 milhão de armênios. • Período: Iniciou-se em 1915. • O Império Otomano (atual Turquia) cometeu atrocidades contra a população armênia durante a Primeira Guerra Mundial, resultando em deportações forçadas, fome e massacres. Trinta e dois países, incluindo o Brasil e os Estados Unidos, reconhecem formalmente esse genocídio Genocídio em Ruanda: • Estimativa de mortes: Cerca de 800 mil pessoas. • Período: 1994. • Durante o conflito entre hutus e tutsis, ocorreu um genocídio brutal em Ruanda Direito Penal de quinta velocidade, o qual trata de uma sociedade com maior assiduidade do controle policial, no cenário onde o Direito Penal tem o escopo de responsabilizar os autores, diante da agressividade presente em nossa sociedade de relações complexas e, muitas vezes, (in) compreensíveis. NOÇOES SOBRE NORMAS = PRINCÍPIOS E REGRAS PRINCÍPIOS NA DEFINIÇÃO DE DWORKIN – STANDARDS JURIDICAMENTE RELEVANTES RADICADOS NOS IDEAIS DE JUSTIÇA. DIMENSÃO VALORATIVA OU AXIOLÓGICA. NÃO SE SUBMETEM À LÓGICA DO TUDO OU NADA. REGRAS – MENOR GRAU DE ABSTRAÇÃO. SUBMETEM-SE À LÓGICA DO TUDO OU NADA. CRIME – TEORIA BIBARTIDA – TÍPICO E ANTIJURÍDICO – CULPABILIDADE FICA DE FORA https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2021/05/conheca-os-5-maiores-genocidios-da-historia-da-humanidade.html https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2021/05/conheca-os-5-maiores-genocidios-da-historia-da-humanidade.html https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2021/05/conheca-os-5-maiores-genocidios-da-historia-da-humanidade.html https://www.jusbrasil.com.br/artigos/crime-de-genocidio-entenda-o-que-e-e-como-funciona/2187160244 https://www.jusbrasil.com.br/artigos/crime-de-genocidio-entenda-o-que-e-e-como-funciona/2187160244 TEORIA TRIPARTIDA - adotada TÍPICO – ANTIJURÍDICO E CULPÁVEL TIPO PENAL – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PENAL E CRIMINAL – RESERVA DE LEI Legalidade é gênero – art. 5º II - II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; A legalidade penal é, na verdade, princípio da RESERVA LEGAL : Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. ART. 5º XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Feurbach – escola clássica – nulla poena sine lege, nulla poena sine crimine, nullum crimen sine poena legali. LEX SCRIPTA. Positivada. Costume não é fonte de norma penal incriminadora. LEX POPULI – PARLAMENTO. RESERVA DE LEI. Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; MEDIDA PROVISÓRIA NÃO PODE INCRIMINAR, mas pode favorecer. Crime provisório? Crime sob condição resolutiva? Mas, é o DL 3.688/1941? Foi RECEPCIONADO com status de lei ordinária – quando publicado o ordenamento jurídico admitia. LEX CERTA – PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE – EVITAR EXPRESSÕES VAGAS. LEX CLARA – compreensível LEX STRICTA – a interpretação deve ser restritiva. Vedada analogia in malam partem. LEX DETERMINATA – fatos comprováveis. NULLA LEX SINE INIURIA – PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE . LEX PRAEVIA – ANTERIORIDADE PENAL. PARTE GERAL /X PARTE ESPECIAL LEI PENAL INCRIMINADORA – PARTE ESPECIAL – TIPOS BÁSICOS, QUALIFICADOS E MAJORADOS. TIPOS PRIVILEGIADOS E MINORADOS LEI PENAL NÃO INCRIMINADORA – PERMISSIVA – EXCLUDENTES ou JUSTIFICATIVAS; EXCULPANTES OU DIRIMENTES – EXPLICATIVAS. EX. O PRÓPRIO ART. 1º LEI PENAL X NORMA PENAL – lei penal é a fonte da norma penal. A norma penal é o que se extrai da lei penal. Matar alguém é a lei penal. A norma penal é “não matar alguém”. A lei é descritiva. A norma é que impõe um comportamento NORMA DE CONDUTA – PRIMÁRIA – pode ser proibitiva (não matar) ou mandamental (omissão de socorro – (preste socorro). ITEM 12 da exposição de motivos do Código penal. INTERPRETAÇÃO DOUTRINÁRIA. Quanto ao sujeito: Autêntica ou legislativa: é aquela feita pelo próprio legislador, como no caso do art. 327 do CP, que conceitua o termo "funcionário público". Pode ser contextual, isto é, feita na própria lei, ou posterior, quando feita ulteriormente, por meio de outra norma. Doutrinária ou científica: é aquela interpretação realizada pelos estudiosos do direito. Judicial ou jurisprudencial: é aquela realizada pelos membros do Poder Judiciário, no exercício da atividade jurisdicional; em regra, não tem força obrigatória, salvo quando realizada no caso concreto (coisa julgada material) ou na constituição de súmula vinculante. Quanto aos métodos: Gramatical, literal ou sintática: é aquela que se limita à interpretação literal das palavras da lei. Lógica ou teleológica: é aquela realizada com a vontade de desvendar o espírito da lei. Histórica: busca interpretar a lei com base no momento histórico de sua criação ou interpretação. Comparativa: interpreta-se a lei com base no tratamento dado à matéria em legislações de outros países. Sistemática: análise da lei em compasso com o sistema jurídico em geral. Quanto ao resultado: Declaratória: há sintonia entre o texto da lei e o resultado que dela se espera. Extensiva: a lei diz menos do que deveria, é preciso estendê-la. Restritiva: a lei diz mais do que deveria, é preciso restringi-la. Analógica: a lei dá uma fórmula casuística seguida de uma fórmula genérica, como ocorre no art. 121, § 2.º, III, do CP; nesse caso, é importante observar que interpretação analógica é diferente de analogia: esta é espécie de integração da norma, aquela é espécie de interpretação. A norma de conduta contém um aspecto VALORATIVO – BEM JURÍDICO TUTELADO BENS JURÍDICOS COMO SUBSTRATO DA NORMA PENAL e DANO EFETIVO. CRIMES DE PERIGO ABTRATO – (IN) CONSTITUCIONALIDADE? STF – CONSTITUCIONALIDADE PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO E PRECAUÇÃO – MEIO AMBIENTE – ART. 225 PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO PRECOCE – ECA – ART. 100, VI EMBRIAGUEZ AO VOLANTE E um aspecto imperativo – de preservação do mesmo bem jurídico. Este aspecto imperativo é que fundamenta um dos elementos da CULPABILIDADE – EXIGIBILIDADE DE CONDUTA NORMA DE SANÇÃO – SECUNDÁRIA LEI PENAL ou TIPO LEGAL X TIPO PENAL – a lei penal é a parte descritiva do tipo. Tipo legalé a descrição de uma forma de ofensa a um bem jurídico penal. O tipo é um plus. Exige o elemento subjetivo, a imputação objetiva do resultado e resultado juridicamente relevante – ofensa a bem jurídico PENAL. É um TIPO DE INJUSTO PENAL. MATAR ALGUÉM é o TIPO LEGAL. Não está escrito MATAR ALGUÉM DOLOSAMENTE (SERIA O TIPO PENAL). TIPICIDADE – BELING – 1906 - É SUBSUNÇÃO AO TIPO PENAL e não meramente ao TIPO LEGAL. Adequação à descrição fática + dimensão axiológica. A subsunção ao tipo legal é a TIPICIDADE FORMAL. A subsunção ao tipo penal é a TIPICIDADE MATERIAL. TIPICIDADE CONGLOBANTE – FORMAL + MATERIAL + ANTINORMATIVIDADE Ex: penhora por oficial de justiça não é furto. Lesões em luta de boxe. Lesão em jogo de futebol – risco tolerado. JULGADOR FAZ UM JUÍZO DE TIPICIDADE PARA VERIFICAR SE ESTÁ PRESENTE O PRIMEIRO REQUISITO DOGMÁTICO PARA A CONFIGURAÇÃO DO CRIME. TIPICIDADE IMEDIATA OU DIRETA – é necessário apenas um dispositivo para colmatar a adequação típica do fato à norma. ELEMENTOS OBJETIVOS DESCRITIVOS (SEM JUÍZO DE VALOR) – ELEMENTOS OBJETIVOS NORMATIVOS (COM JUÍZO DE VALOR) ELEMENTOS OBJETIVOS CIENTÍFICOS (EX – EMBRIÃO). ELEMENTOS SUB JETIVOS : POSITIVOS – FINALIDADE QUE ORIENTA O AGENTE NEGATIVOS – FINALIDADE QUE NÃO ORIENTA – EX. § 3º DO ART. 33 DA LEI DE DROGAS – SEM OBJETIVO DE LUCRO ELEMENTOS MODAIS – LOGO DEPOIS, LOGO APÓS, ESTADO PUERPUERAL. TIPICIDADE MEDIATA OU INDIRETA – NORMAS DE EXTENSAO – NECESSITAMOS DE DOIS OU MAIS DISPOSITIVOS PARA ENQUADRAMENTO TÍPICO DO FATO. EX. ART. 29, ART. 14, II, ART. 13, § 2º - TIPO CONGRUENTE X TIPO INCONGRUENTE INCONGRUENTE – ELEMENTO SUBJETIVO E OBJETIVO DIVERGENTE – INCONGRUÊNCIA FORMAL – EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO – O AGENTE QUER O RESGASTE, MAS A TIPICIDADE APERFEIÇOA-SE COM A VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA. CRIME TENTADO É INCONGRUENTE– SUBJETIVAMENTE COMPLETO, OBJETIVAMENTE INCOMPLETO. CRIME PRETERDOLOSO É INCONGRUENTE– DOLO NO ANTECEDENTE, CULPA NO CONSEQUENTE – lesão corporal seguida de morte. TIPO NORMAL – SÓ ELEMENTOS OBJETIVOS. DECORRE DA TEORIA CAUSALISTA DA CONDUTA – BELING, LISTZ E RADBRUCH – FINAL DO SECULO XIX – CONDUTA COMO PROCESSO CAUSAL PERCEPTÍVEL PELOS SENTIDOS – LEIS DA FÍSICA. EXPLICAÇÕES FÍSICO-CIENTÍFICAS DOLO E CULPA SÃO ANALISADOS NA CULPABILIDADE E NÃO NA CONDUTA, OU SEJA, NÃO NA TIPICIDADE. DOLO É PURAMENTE PSICOLÓGICO – BASTANDO CONSCIÊNCIA E VONTADE. A POTENCIAL CONSCIÊNCIA A ILICITUDE FICARÁ PARA A CULPABILIDADE E NÃO PARA A CONDUTA. TIPO ANORMAL – ELEMENTOS OBJETIVOS + SUBJETIVOS – TODOS OS TIPOS NA TEORIA FINALISTA. BRASIL TIPO SIMPLES – 1 NÚCLEO TIPO MISTO (mais de um núcleo) – ALTERNATIVO – tráfico. Não gera concurso material – art.33 da lei de drogas. CUMULATIVO – art. 198 – gera concurso material. Art. 329, § 2º TIPO FECHADO – ART. 121 TIPO ABERTO – ART. 121, § 3º. DEPENDE DE ANÁLISE – CULPA. NÃO É NORMA PENAL EM BRANCO. A ANÁLISE É INTERPRETATIVA. NA NORMA PENAL EM BRANCO É NORMATIVA. NORMA PENAL EM BRANCO - CORPOS ERRANTES À PROCURA DE ALMA – pelo menos dois textos normativos (não é preciso duas leis). Uma lei e outro texto normativo. NORMA PENAL EM BRANCO HOMOGÊNEA ou IMPRÓPRIA– o complemento vem do próprio legislador penal. EX . ART. 327 cp NORMA PENAL EM BRANCO HETEROGÊNEA ou PRÓPRIA – o complemento vem de outro órgão – exemplo – portaria da lei de drogas. Se a norma penal em branco não tiver complemento – ATIPICO. Ex: art. 7º, III, da Lei 7.492/86: Art. 7º Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou valores mobiliários: III - sem lastro ou garantia suficientes, nos termos da legislação; Não houve tal regulamentação. PORTE DE ARMA BRANCA – TEMA 857 STF – julgado em 04.10.2024 O artigo 19 da Lei de Contravenções Penais permanece válido e é aplicável ao porte de arma branca, cuja potencialidade lesiva deve ser aferida com base nas circunstâncias do caso concreto, tendo em conta, inclusive, o elemento subjetivo do agente.” FORMAS DE CONDUTA – QUANTO À VOLUNTARIEDADE (DOLOSA OU CULPOSA) DOLO – TEORIA DA VONTADE – vontade consciente de cometer o crime. TEORIA DA REPRESENTAÇÃO – previsão do resultado como possível e decide prosseguir com a conduta. TEORIA DO CONSENTIMENTO OU ASSENTIMENTO – previsão do resultado como possível, decide prosseguir e assume o risco de produzir. Adotamos a teoria da vontade no dolo direito e a do assentimento para o dolo eventual. TEORIA DA CEGUEIRA DELIBERADA – WILLFULL BLINDNESS OR DELIBERATE IGNORANCE – imputabilidade do resultado ao agente que provocou o desconhecimento por ação ou omissão. Pode se confundir com responsabilidade penal objetiva. Caso do assalto ao banco central – compraram todas as caminhonetes – 980.000 em notas de 50. Gerente da concessionária foi denunciado por lavagem de dinheiro. Condenado em primeiro grau e absolvido em segundo grau. DOLEIROS na operação lava jato – o doleiro remete dinheiro para contas bancárias no exterior por canais alternativos. Parlamentar que pede para o doleiro mandar dinheiro oriundo de recursos públicos para o exterior e o doleiro faz isso. Ignora de propósito a origem... DOLO NATURAL OU NEUTRO – CONSCIÊNCIA E VONTADE. CORRENTE FINALISTA. DOLO ESTÁ NO FATO TÍPICO. NORMATIVO OU HÍBRIDO, COLORIDO, DOLUS MALUS – CONSCIÊNCIA, VONTADE E CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE – integra a culpabilidade. TEORIA NEOKANTISTA. Teoria Finalista, onde o dolo é um elemento subjetivo do tipo penal, diretamente ligado à conduta do agente, sendo composto por vontade e consciência. Nas palavras de Rogério Greco, “o dolo é formado por um elemento intelectual e um elemento volitivo”, ou seja, a vontade e a consciência dirigidas a realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador. Para a teoria finalista este é o chamado DOLO NATURAL, sendo desnecessária a análise da “consciência de ilicitude do agente”, pois esta faria parte da culpabilidade e o dolo faz parte da tipicidade do delito. Já o DOLO COLORIDO, por sua vez, faz parte da Teoria Neokantista, sendo também chamado de dolo hibrido ou normativo, onde entende-se que o dolo é formado pela consciência, vontade e o discernimento da ilicitude do ato (elemento normativo), considerando que o agente possui a consciência e o objetivo de alcançar um resultado que sabe ser ilícito. Nessa teoria o dolo não integra elemento da tipicidade do fato e sim da culpabilidade do agente, ou seja, o crime doloso nao é um tipo de delito, pois o dolo será considerado tão somente para analise da culpabilidade do agente. O dolo colorido não se trata de espécie de delito ou um pressuposto de aplicação da pena, é apenas um mero elemento de valoração da culpa do agente. Atualmente a potencial consciência da ilicitude integra a culpabilidade e não a tipicidade. DIRETO, DETERMINADO OU INTENCIONAL, IMEDIATO OU INCONDICIONADO – prevê o resultado e dirige sua conduta para este resultado. INDIRETO OU INDETERMINADO – NÃO BUSCA RESULTADO CERTO E DETERMINADO. PODE SER ALTERNATIVO – PREVÊ PLURALIDADE DE RESULTADOS E AGE PARA CAUSAR QUALQUER UM DELES. QUER FERIR OU MATAR, TANTO FAZ. RESPONDERÁ PELO MAIS GRAVE. PODE SER EVENTUAL – prevê pluralidade de resultados, quer um deles, mas assume risco de produzir outro. Fórmula de “REINHART – seja como for, dê no que der, em qualquer caso não deixo de agir.” Exemplo – receptação. CASO LEDERRIEMENFALL – ALEMANHA 1955 – CASO DA CINTA DE COURO. LADRÕES QUE COLOCAM CINTA DE COURO NO PESCOÇO DA VÍTIMA.ASSUMIRAM O RISCO DE MATÁ-LA. HOMICÍDIO EM RACHA AUTOMOBILÍSTICO? ATUALMENTE é crime preterdoloso. Art. 308 CTB Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada: Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. § 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. HOMICÍDIO COM EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Parágrafo 3º acrescido pela Lei nº 13.546, de 19.12.2017, DOU de 20.12.2017, e DOLO CUMULATIVO – PROGRESSÃO CRIMINOSA – PRIMEIRO QUER LESIONAR, NA SEQUÊNCIA RESOLVE MATAR. DIFERENÇA ENTRE CRIME PROGRESSIVO E PROGRESSÃO CRIMINOSA – CRIME PROGRESSIVO – CONSUNÇÃO. ÚNICO DOLO – QUER MATAR. PARA MATAR, PRIMEIRO TEM QUE LESIONAR. PROGRESSÃO CRIMINOSA – SUCESSÃO DE DOLO – QUER LESIONAR E DEPOIS RESOLVE MATAR – TAMBÉM APLICA-SE A CONSUNÇÃO. Artigo 13 do CÓDIGO PENAL - Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. § 2º omissivos O crime omissivo próprio é aquele em que o agente viola o que está escrito no tipo penal por meio de uma conduta omissiva expressamente prevista na norma como proibida, ou seja, existe uma previsão expressa de punição para um NÃO FAZER, como acontece no crime de omissão de socorro, previsto no artigo 135 do Código Penal, que será consumado pela simples ausência de socorro. Crime Omissivo Impróprio Crime omissivo impróprio ocorre quando o dever de agir é para evitar um resultado concreto, ou seja, nos crimes omissivos impróprios o indivíduo que se encontra na posição de garantidor responde como se houvesse praticado o crime. Paulo Queiroz diz em sua obra: "Na omissão imprópria, portanto, a omissão equivale jurídico- penalmente à ação, desde que o agente/garante não aja de modo a evitar um resultado concretamente evitável. Note-se que, para a caracterização de um crime omisso impróprio, é necessário que, além de um dever de agir, o agente tenha o dever de evitar o resultado, nos termos do art. 13 § 2º do Código, por garantidor". (Queiroz, Paulo, Curso de Direito Penal parte Geral 11ºedição, revista, ampliada e atualizada, Editora JusPODIVM, pág.410.) https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623219/artigo-135-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91614/codigo-penal-decreto-lei-2848-40 CAUSA está no mundo fático. IMPUTAÇÃO está no mundo axiológico ou VALORATIVO. Conceitos complementares, porém distintos. A análise da imputação somente ocorrerá se for positiva a análise da causalidade. Sem o nexo causal entre a conduta e o resultado, não há necessidade de análise da imputação, pois já não haverá tipicidade. Resultado pode ser naturalístico ou jurídico. Crimes Formais Crimes formais são aqueles em que o resultado naturalístico até pode ocorrer, mas não é necessário para que o crime se consuma. EX.: Extorsão A obtenção da vantagem ilícita é apenas uma consequência da conduta do agente, bastando o constrangimento da vítima, mediante violência ou grave ameaça, para que o crime esteja consumado. No entanto, nos crimes de mera conduta a lei não prevê um resultado, bastando, assim, a mera conduta. EX.: Porte ilegal de arma Se um indivíduo está portando ilegalmente uma arma de fogo, não é preciso que ele atire ou aponte para alguém para o crime se consumar, pois o simples fato de portar a arma já enquadra o agente na conduta criminosa. Teoria da equivalência dos antecedentes ou das condições – conditio sine qua non – Julius Glaser Processo de eliminação hipotética de Thyrén - sueco Limites – concausas Imputação objetiva – risco relevante Imputação subjetiva – dolo e culpa Rompimento do nexo causal – caso do atropelamento do amigo no trevo. O que é causado no âmbito de um risco permitido não pode ser imputado. Portanto, não é fato materialmente típico – exemplo : lesões cirúrgicas, esportivas. ELEMENTOS DA CONDUTA – VOLUNTARIEDADE EXTERIORIZAÇÃO DA VONTADE CONDUTA DOLOSA – VOLUNTARIEDADE PARA LESAR OU COLOCAR EM PERIGO UM BEM JURÍDICO. CONDUTA CULPOSA – ADOÇÃO DE UM COMPORTAMENTO CUJO RESULTADO PODE CAUSAR LESÃO A BEM JURÍDICO. EXCLUSÃO DA CONDUTA – CASO FORTUITO (EVENTO NÃO IDENTIFICADO) X FORÇA MAIOR (EVENTO CONHECIDO – NATURAL). No crime de dano, por exemplo. Queda de muro por excesso de chuvas. Não há conduta. INVOLUNTARIEDADE – Estado de inconsciência completa - SONAMBULISMO, HIPNOSE Movimentos reflexos – reação automática do organismo a um estímulo externo. Exemplo : toma um susto e levanta os braços atingindo o rosto de alguém. Cuidado! Ações em curto- circuito não excluem a conduta: movimento relâmpago, mas acompanhado de vontade. Multidão que invade partida de futebol e começa a agir violentamente. Gera o chamado - crime explosivo, de ímpeto ou de vontade instantânea, uma vez que não ocorre qualquer planejamento. Ex.: excitação em torcida organizada. • Um revide imediato em caso de injúria Exatamente pelo fato de o agente poder evitar a prática da ação a partir do autocontrole, mantendo, assim, a sua vontade — em uma espécie de actio libera in causa (ação livre na origem) —, a doutrina majoritária entende que ele pode responder criminalmente pelos atos que praticar, a depender da ilicitude das condutas perpetradas. Ou seja, se a mulher em estado puerperal percebe um fio exposto e resolve voluntariamente levar um choque para derrubar e causar a morte de seu bebe. Ela responderá pelo infanticídio consumado na modalidade dolosa, pois sua ação foi em curto- circuito (houve um movimento reflexo, precedido de dolo e vontade em que o resultado fosse produzido - "vou tomar um choque, para derrubar meu bebe e levá-lo a morte). A vontade está presente, logo ela responde pelo resultado. COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL – Agente fica impossibilitado de praticar movimentos de acordo com a sua vontade. Se irresistível – exclui a conduta. Exemplo: bombeiro que é amarrado e impedido de salvar um afogamento. COAÇÃO MORAL – é outra coisa. Não exclui a conduta. Exclui a culpabilidade, se irresistível. CRIME CULPOSO: CULPA é elemento normativo do tipo. Não se tratade punir pela periculosidade e sim pela proteção a bens jurídicos contra condutas descuidadas. Há conduta e ela se direciona a um fim lícito, diverso daquele que efetivamente produz. Violação de dever objetivo de cuidado – previsibilidade objetiva. Homem médio. Exemplo – atropelamento noturno na Washington Luís – caso de Ribeirão Bonito. Lancha em alto mar que atropela náufrago. Previsibilidade subjetiva – não é a partir do homem médio, mas sim a partir do sujeito ativo. Imprudência – violação ativa. Forma positiva da culpa. Ex: imprimir velocidade excessiva Negligência – ausência de precaução. Dirigir com pneus gastos. Freios em mau funcionamento. Imperícia – falta de aptidão técnica. Podem coexistir modalidades de culpa em um mesmo crime? Sim. Pneus gastos + excesso de velocidade. Em regra, a conduta culposa gera um resultado involuntário. Excepcionalmente, pune-se a conduta culposa independentemente do resultado – art. 38 da Lei de Drogas. (Não importa se o paciente fez ou não uso do medicamento). EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO – DANO. TIPO PENAL ABERTO – depende de complementação pelo juiz. Viola o princípio da legalidade? Não. Embora não seja a forma ideal de tipificar condutas há a previsão da conduta culposa, o que basta. Art. 180, § 3º - Situação em que o próprio legislador definiu a forma de culpa Culpa consciente ou ex lascívia – PREVÊ O RESULTADO, MAS ESPERA QUE ELE NÃO OCORRA. Culpa inconsciente ou ex ignorantia – o agente não prevê o resultado que era previsível. Culpa própria – não quer o resultado, mas acaba lhe dando causa. Culpa imprópria, por equiparação ou assimilação ou extensão – o agente, por erro evitável, imagina certa situação que se real tornaria legítima a conduta. DESCRIMINANTE PUTATIVA. ART. 20, § 1º PARTE Final § 1º É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Exemplo - Desafeto no beco... NÃO HÁ COMPENSAÇÃO DE CULPAS NO DIREITO PENAL. O comportamento da vítima todavia pode atenuar a pena pela análise do art. 59 DOLO DE DANO – QUER LESÃO O BEM JURÍDICO DOLO DE PERIGO – QUER RISCO AO BEM JURÍDICO. Artigo 130 CP – perigo de contágio venéreo Artigo 132 CP – condutas imprudentes que são punidas antes da ocorrência do resultado que seria imputado a título de culpa. Artigo 251 – crime de explosão DOLO ESPECÍFICO – A FINALIDADE ESPECÍFICA É ELEMENTAR DO TIPO PENAL. Exemplo – artigo 159 . “com o fim de obter”. LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE: 13.869/2019 Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. § 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. § 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade. DOLO DE PRIMEIRO GRAU – é o dolo direto. DOLO DE SEGUNDO GRAU ou de CONSEQUÊNCIA NECESSÁRIAS – o agente almeja um resultado e admite causar os efeitos colaterais mesmo não desejados para alcançar o resultado. Exemplo – Pablo Escobar – avião. Pablo Escobar foi declarado culpado pela explosão de um avião e a morte de 107 pessoas na Colômbia. O avião, um Boeing 727, fazia um voo doméstico do Aeroporto Internacional El Dorado, na capital da Colômbia, até o Aeroporto Internacional Alfonso Bonilla Aragón, para a cidade de Cali1 em 27 de novembro de 1989, o principal objetivo era matar o candidato à presidência da Colômbia, César Gaviria, CASO THOMAS – ALEMANHA – 1875 – ALEXSANDER TIFF – Navio da Alemanha – explosivos – acidente em alto mar. DOLO DE PRIMEIRO GRAU – ESTELIONATO Ao transportar o barril com os explosivos que seriam embarcados, ele caiu, explodiu e matou muitas pessoas. FRAUDE A SEGURO QUE CAUSA MORTE DE PESSOAS - RESPONDEU POR DOLO DE SEGUNDO GRAU porque de qualquer forma ele também previu e consentiu com as mortes em alto mar, sendo indiferente que tenham ocorrido em terra. Alguns falam em dolo de terceiro grau – consequência da consequência – exemplo – grávida dentro do avião. Não é admitido, pois gera responsabilidade penal objetiva. Se souber da gravidez da passageira e do aborto, houve dolo de segundo grau. https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/pablo-escobar-derrubou-um-aviao-para-matar-um-inimigo-que-nao-embarcou.phtml https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/pablo-escobar-derrubou-um-aviao-para-matar-um-inimigo-que-nao-embarcou.phtml https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/pablo-escobar-derrubou-um-aviao-para-matar-um-inimigo-que-nao-embarcou.phtml https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/pablo-escobar-derrubou-um-aviao-para-matar-um-inimigo-que-nao-embarcou.phtml https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/pablo-escobar-derrubou-um-aviao-para-matar-um-inimigo-que-nao-embarcou.phtml https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/pablo-escobar-derrubou-um-aviao-para-matar-um-inimigo-que-nao-embarcou.phtml https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/pablo-escobar-derrubou-um-aviao-para-matar-um-inimigo-que-nao-embarcou.phtml DOLO ANTECEDENTE, CONCOMITANTE E SUBSEQUENTE: ANTECEDENTE é anterior à conduta. Cogitação. Indiferente ao direito penal. SUBSEQUENTE – é posterior à conduta. Também é indiferente CONCOMITANTE – presente no momento da conduta. NUCCI – quero matar alguém no domingo. Na segunda, acidentalmente, atropelo esta pessoa e ela morre. Não responderei pelo homicídio doloso, pois meu dolo era antecedente. DOLO DE PROPÓSITO – premeditação. Há intervalo entre a fase de cogitação e de execução. DOLO DE IMPETO – repentino. Sem intervalo entre a fase de cogitação e de execução do crime. DOLO ABANDONADO – DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ. DOLO GLOBAL OU UNITÁRIO – plano alcança toda a cadeia de crimes. É o que ocorre no crime continuado. Crime Continuado e estupro de vulnerável - Súmula 711 STF - A Súmula 711 do Supremo Tribunal Federal (STF) estabelece que a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência Tema repetitivo 1202 STJ: No crime de estupro de vulnerável, é possível a aplicação da fração máxima de majoração prevista no art. 71, caput, do Código Penal, ainda que não haja a delimitação precisa do número de atos sexuais praticados, desde que o longo período de tempo e a recorrência das condutas permita concluir que houve 7 (sete) ou mais repetições. Súmula 659 STJ - A Súmula 659 do STJ estabelece que a fração de aumento da pena em razão da prática de crime continuado deve ser fixada de acordo com o número de delitos cometidos. Por exemplo, 1/6 pela prática de duas infrações, 1/5 para três, 1/4 para quatro, 1/3 para cinco, 1/2 para seis e 2/3 para sete ou mais infrações DOLO GERAL – DOLUS GENERALIS OU ERRO SUCESSIVO – age para produzir o resultado e depois age para encobrir o resultado que, no entanto, só é produzido nesta segunda conduta. FACADA E JOGA DA PONTE. NÃO MORREU PELA FACADA, MAS PELO AFOGAMENTO. HOMICÍDIO TENTADO DOLOSO E CONSUMADO CULPOSO? NÃO. CONSUMADO DOLOSO E QUALIFICADO PELO AFOGAMENTO. TIPICIDADEE ILICITUDE – TIPICIDADE E ANTIJURIDICIDADE – 1ª FASE – BELING – 1906 – TEORIA DO TIPO AVALORADO OU ACROMÁTICO. Tipicidade e antijuridicidade são coisas distintas. O tipo é formal. A antijuridicidade não tem relação com o fato típico, ou seja, mesmo que uma conduta esteja prevista num tipo penal não significa que ela é antijurídica. RESUMO - AUTONOMIA – BELING – TIPO E ILICITUDE SÃO DIFERENTES 2ª fase – teoria do tipo valorado – cromático - tipicidade não é neutra é ratio cognoscendi – teoria do tipo indiciário – MAYER A realização de uma conduta prevista num tipo penal é indício de antijuridicidade. O fato é a princípio antijurídico, exceto se for comprovada alguma excludente de ilicitude. RESUMO: TIPO INDICIÁRIO OU RATIO COGNOSCENDI – MAYER – TIPO É INDÍCIO DE ILICITUDE 3ª fase – NEOKATISMO – MEZGER A TIPICIDADE faz parte da antijuridicidade. Ou seja, há o universo mais amplo de tudo que é antijurídico e os tipos estão dentro deste universo. O tipo não é neutro. É um espelho de um injusto. E para se saber se algo é injusto é porque ele foi VALORADO pelo legislador. Então aqui a tipicidade não é meramente indiciária. É ratio essendi. RATIO ESSENDI – MEZGER - ADOTADA NO BRASIL – TIPO DEPENDE DA ILICITUDE – TEORIA DO TIPO TOTAL – ELEMENTOS POSITIVOS E NEGATIVOS – EX. MATAR ALGUÉM, DESDE QUE NÃO SEJA EM LEGÍTIMA DEFESA OU OUTRA EXCLUDENTE 4ª fase – TEORIA dos elementos negativos do tipo – ANTIJURIDICIDADE é que faz parte da tipicidade. O tipo somente será crime se não houve um elemento negativo. A doutrina majoritária é no sentido de que um fato acobertado por uma justificativa continua sendo típico. Ele não é antijurídico. Na teoria dos elementos negativos é a tipicidade que contém a antijuridicidade. O contrário do neokantismo. Daqui deriva a teoria do TIPO TOTAL DE INJUSTO. Assim a tipicidade deve ser entendida por exemplo, ‘matar alguém, salvo em legítima defesa”. 5ª fase – Finalismo de WELZEL – a tipicidade volta a ser indício de antijuridicidade, mas reconhece-se que há elementos subjetivos no tipo (dolo, dolo específico)... 6ª fase – teoria constitucionalista – a tipicidade é mais do que indício de antijuridicidade. Revela um juízo de antijuridicidade provisória até que se comprove uma justificativa. Mas, há situações em que a antijuridicidade já vem expressa na própria descrição típica – exemplo: indevidamente, sem justa causa, sem autorização legal. Nestes casos será RATIO ESSENDI da antijuridicidade. TEORIA SOCIAL DA AÇÃO – A CONDUTA É COMPORTAMENTO HUMANO DIRIGIDO A UM FIM SOCIALMENTE RELEVANTE. CRÍTICA – VAGUEZA. NOÇÃO AMPLA EM DEMASIA. MIMETIZAÇÃO DE DIREITO E MORAL – A AVALIAÇÃO MORAL JÁ FOI FEITA PELO LEGISLADOR. TEORIAS CAUSALISTAS E FINALISTAS a ideia fundante do direito penal é a CONDUTA. São identificadas condutas capazes de violar bens jurídicos. FUNCIONALISMO – define a conduta a partir de dados normativos. A ideia fundamental é a FUNÇÃO do direito penal. Os crimes são definidos a partir das perspectivas das funções do direito penal como mecanismo de controle social. FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO, DUALISTA, MODERADO OU DE POLÍTICA CRIMINAL Claus Roxin. As interpretações possíveis da realidade dependem de considerações axiológicas que digam respeito à eficácia e a legitimidade da atuação do direito penal. Função do direito penal é a proteção subsidiária de bens jurídicos. Conduta criminal tem que causar relevante e intolerável lesão a bem jurídico tutelado por norma penal. Admite aplicação do princípio da insignificância FATO TÍPICO – ANTIJURÍDICO – REPROVABILIDADE A CULPABILIDADE É FUNCIONAL, ou seja, entendida como limite à aplicação de pena. FUNCIONALISMO RADICAL, SISTÊMICO OU MONISTA Gunter Jakobs A missão do direito penal é assegurar a vigência do sistema de normas. Norma estabiliza condutas. Pena estabiliza as normas Não admite a insignificância, mas sim a adequação social. Direito penal do inimigo – criminoso rompe as expectativas sociais de observância das normas e é tratado como inimigo a ser neutralizado. Tipificação de atos preparatórios Tipos de mera conduta e perigo abstrato Restrição de garantias penais e processuais – direito penal de terceira velocidade. Conduta criminal é comportamento humano voluntário violador do sistema. TEORIA DA AÇÃO SIGNIFICATIVA Vives Antón – A ação é o que SIGNIFICA o que as pessoas fazem. A ação só existe em razão da norma. Sem uma norma pré-estabelecida não haveria significado para a ação. Exemplo – xeque-mate; impedimento. TEORIA ADOTADA PELO CP – FINALISTA CÓDIGO PENAL MILITAR – CAUSALISTA (dolo e culpa estão na culpabilidade). DOUTRINA MODERNA – funcionalismo de Roxin. EVOLUÇÃO DA TIPICIDADE 1ª FASE – CAUSALISMO – BELING E Von Liszt – tipo penal era apenas objetivo ou formal. Dolo e culpa estavam na culpabilidade. Conduta Resultado Nexo de causalidade também chamado de nexo etiológico (Teoria da equivalência dos antecedentes- regressum ad infinitium Processo de eliminação hipotética de Thyrén Imputação objetiva Adequação típica 2ª FASE – NEOKANTISMO – tipicidade objetiva e valorativa. Frank, Mayer, Radbruch, Sauer, Mezger. Dolo e culpa também estavam na culpabilidade. SURGE O DOLO NORMATIVO. NA TEORIA CAUSALISTA O DOLO ERA PSICOLÓGICO. 3ª FASE – FINALISMO – Welzel – Dolo e culpa vêm para o tipo. Analisa-se o desvalor da conduta e a conduta é analisada a partir do elemento subjetivo – VONTADE do agente ou INOBSERVÂNCIA DE DEVER DE CUIDADO. Art. 20 do código penal – por isso diz-se que foi a teoria adotada no Brasil. Crítica – a culpa é normativa. Não é psicológica. PERCEBEU-SE QUE TODA CONDUTA É FRUTO DE UMA VONTADE E SÃO ARTIFICIAIS AS TEORIAS QUE TENTAM AFASTAR A VONTADE DA CONDUTA COMO CAUSA DE DELITO. ARISTÓTELES – TUDO SE DIRIGE A UM DETERMINADO FIM WELZEL -- AÇÃO É EXERCÍCIO DA ATIVIDADE FINALISTA. O CAUSALISMO, ABANDONADO, POIS CONSIDERADO “CEGO”. A CONDUTA CAUSALISTA NÃO SE DESTINA A UM FIM, PORTANTO, NÃO ENXERGA NADA. Tipo com duas dimensões – objetiva (conduta, resultado, nexo e adequação típica) e subjetiva (dolo ou culpa). Dolo é natural. Não é normativo. A potencial consciência da ilicitude fica na culpabilidade. Teoria cibernética de Welzel para explicar a culpa. A conduta culposa ela é lícita, mas acaba gerando um resultado ilícito pelos meios empregados pelo agente – negligente, imprudente ou imperito. 4ª fase – FUNCIONALISMO – Jakobs – Roxin – imputação objetiva. A causa tem que ser relevante para criar ou incrementar risco ao bem jurídico. TIPICIDADE NORMATIVA. Quem cria risco permitido não é alcançado pela tipicidade – exemplo – comerciante que vende a faca e que depois é usada para homicídio. A conduta do comerciante está dentro de um risco socialmente admitido. CDs piratas – São Carlos. Adequação social? Súmula 502 do E. STJ. Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, §2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas. 5ª fase – TIPICIDADE CONSTITUCIONALISTA – ofensa relevante a bem jurídico. TIPICIDADE FORMAL + TIPICIDADE MATERIAL + TIPICIDADE SUBJETIVA. Princípio da ofensividade e princípio da lesividade Imputação objetiva da conduta + imputação objetiva do resultado. O resultado passa a ser importante na análise da tipicidade. Tipicidade formal-objetiva é a primeira análise. Superada esta faz-se a análise da tipicidade-material – que é normativa, ou seja, depende de interpretação e valoração pelo julgador.CONCAUSAS – Absolutamente independentes – Não guardam relação direta com a conduta criminosa. Preexistentes – Maria serve veneno para João, seu marido, no jantar – 20 horas. Por volta de 00:00, ainda sem efeito do veneno, João sofre disparo de arma de fogo praticado por Pedro e é socorrido. Morre no hospital, na madrugada, por conta do veneno. MARIA responde pelo homicídio consumado e PEDRO por homicídio tentado. Eliminando o disparo, João morreria do mesmo jeito. Concomitantes - Maria serve veneno para João, seu marido, no jantar – 20 horas. Na mesma hora, ainda sem efeito do veneno, João sofre disparo de arma de fogo praticado por Pedro e morre por causa do disparo. MARIA responde por tentativa e PEDRO por homicídio consumado. Supervenientes - Maria serve veneno para João, seu marido, no jantar – 20 horas. Ainda sem efeito do veneno, João cai da escada e morre pelo traumatismo craniano, mas a perícia demonstra o envenenamento. Maria responde por tentativa de homicídio, pois eliminando seu comportamento a morte ocorreria de qualquer forma. MACETE: em se tratando de causa absolutamente independente, o comportamento paralelo sempre será punido na forma tentada. Relativamente independentes – Guardam relação com a conduta praticada. Preexistentes - João, hemofílico, é vítima de um golpe de faca desferido por Pedro que queria matar João. A facada, no entanto, não atingiu parte letal e foi superficial. No entanto, em virtude do sangramento, João morre. Pedro responderá por homicídio consumado. A doença de João era pré-existente, mas não fosse a facada não haveria a hemorragia. Concomitante – Antônio, com intenção de matar João, dispara arma de fogo contra ele. João não é atingido, mas pelo susto sofre ataque cardíaco e morre. Antônio responderá pelo homicídio consumado, pois eliminando seu comportamento, João não morreria. Superveniente – art. 13, § 1º CP: Causalidade adequada. Superveniente que “não por si só” PRODUZ o resultado – João sofre disparo de arma de fogo efetuado por Antônio que age com intenção de matar. Levado ao hospital, João morre por erro médico durante a cirurgia. Antônio responde por homicídio consumado. O médico por homicídio culposo. A cirurgia está na mesma linha de desdobramento causal NORMAL do disparo. Foi o disparo que gerou a necessidade da cirurgia. Superveniente que “por si só” PRODUZ – Antônio quer matar João e dispara contra ele. João vai para o hospital e fica internado. Uma semana depois, prestes a ter alta, o hospital pega fogo e João morre queimado. O incêndio no hospital é fato que está fora da linha de desdobramento NORMAL do disparo. MACETE: Analisar se está na mesma linha de desdobramento...se seria previsível, normal como decorrência da conduta principal. IMPUTAÇÃO OBJETIVA – CRIAÇAO OU INCREMENTO DE UM RISCO PROIBIDO. Correção da conditio sine qua non que poderia gerar soluções injustas diante do regressum ad infinitum. Juízo de PROGNOSE PÓSTUMA OBJETIVA. ***** CRIME PRETERDOLOSO – dolo no antecedente; culpa no consequente. Crime qualificado pelo resultado. O resultado mais grave que advém de caso fortuito ou força maior não pode ser imputado ao agente. Exemplos de exclusão da culpa no consequente – Taquaritinga – réu tuberculoso – homicídio. Briga na praia – um cai e debaixo da areia havia uma pedra. Só lesão corporal. Questão sobre a reincidência – sursis – art. 77. Deve ser considerado reincidente em crime doloso ERRO DE TIPO – art. 20 CP: O erro recai sobre elementares, circunstâncias ou quaisquer dados da figura típica. Exemplos – furto de bolsa de colega, parecida com a sua. Companheiros de caça – camuflagem de urso. ERRO DE TIPO X ERRO DE PROIBIÇÃO – erro de tipo o agente não sabe o que faz; no erro de proibição o agente sabe o que faz, mas não sabe que é crime. Erro de tipo – agente pega o guarda-chuva de outra pessoa pensando que é seu. Erro de proibição – agente pega um guarda-chuva na rua deixado por alguém e não devolve porque pensa que “achado não é roubado”. ERRO DE TIPO ESSENCIAL E ERRO DE TIPO ACIDENTAL ESSENCIAL – EVITÁVEL E INEVITÁVEL INEVITÁVEL – EXCLUI DOLO E CULPA EVITÁVEL – EXCLUI APENAS O DOLO INEVITÁVEL – CAÇADOR EM FLORESTA DENSA QUE FOI CAÇAR SOZINHO, LONGE DE QUALQUER OCUPAÇÃO HUMANA. EVITÁVEL – CAÇADOR EM MATA, CAÇANDO EM GRUPO DE PESSOAS, PERTO DE VILAREJOS. PODE OCORRER DE ERRO DE TIPO NÃO GERAR ATIPICIDADE, MAS SIM DESCLASSIFICAÇÃO – EXEMPLO: XINGAR FUNCIONÁRIO PÚBLICO, SEM SABER QUE É SERVIDOR PÚBLICO. RESPONDERÁ POR CRIME CONTRA A HONRA E NÃO POR DESACATO. ACIDENTAL – SOBRE O OBJETO, A PESSOA, NA EXECUÇÃO, RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO E SOBRE O NEXO CAUSAL. Recai sobre dados secundários. ERRO SOBRE O OBJETO (error in objecto)– Não tem previsão legal. Apenas na doutrina. Quer furtar um relógio de ouro, mas furta um relógio dourado. Responderá por furto da mesma forma. Mas, pode gerar diminuição de pena ou até desclassificação para forma privilegiada, por exemplo. Relógio de ouro cusaria mais de um salário-mínimo; relógio dourado – menos de um salário mínimo. Furto privilegiado do relógio apenas dourado. ERRO SOBRE A PESSOA – ERROR IN PERSONA – art. 20, § 3º CP. Quer matar o pai (parricídio) e mata o tio que entra na casa. TEORIA DA EQUIVALÊNCIA (ADOTADA) – responde de acordo com o alvo visado. TEORIA DA CONCRETIZAÇÃO (DESCARTADA NO BRASIL). Responde de acordo com o alvo atingido. ERRO DE TIPO ACIDENTAL NA EXECUÇÃO – ABERRATIO ICTUS – artigo 73 CP. ERRO SOBRE A PESSOA ERRO DE EXECUÇÃO Há equívoco sobre a identidade da vítima Não há equívoco sobre a identidade da vítima que é claramente representada A execução é correta – não há falha operacional A execução é incorreta – falha operacional A pessoa visada não corre perigo – foi confundida A pessoa visada corre perigo, não foi confundida “Chico” quer atingir sua esposa, mas por erro de pontaria atinge um vizinho que passava do outro lado da rua. Vai responder como se tivesse atingido sua esposa. Feminicídio ou tentativa de feminicídio. Em ambos os casos leva-se em conta a vítima virtual. Aberractio ictus de resultado único – responde considerando as qualidades da vítima desejada. Aberractio ictus de resultado duplo ou unidade complexa – será punido pelos dois crimes em concurso formal. QUER MATAR O PAI E ATINGE UM VIZINHO: A - Mata o pai e o vizinho – 1 homicídio doloso contra ascendente – 1 homicídio culposo. Concurso formal próprio B - Lesiona o pai e o vizinho – 1 lesão dolosa contra ascendente – 1 lesão culposa. Concurso formal próprio C - Mata o pai e lesiona o vizinho – 1 homicídio doloso contra o pai – 1 lesão culposa vizinho. Concurso formal próprio D - Lesiona o pai e mata o vizinho – DIVERGÊNCIA. 1ª homicídio doloso do vizinho e lesões no pai – concurso formal. 2ª tentativa de homicídio do pai e homicídio culposo do vizinho – concurso formal 3ª homicídio doloso do vizinho e tentativa de homicídio doloso do pai. Aberractio criminis – ATINGE BEM JURÍDICO DIVERSO DO PRETENDIDO – artigo 74 CP. Aqui a relação é pessoa – coisa. “A” quer danificar o carro de “B”, mas por erro na execução atinge e mata “B”. Responderá por homicídio culposo, ficando absorvido o crime de dano. O artigo 74 será aplicado se o resultado produzido for um crime mais grave do que o resultado almejado. “A” atira em “B” para mata-lo e por erro acerta uma planta. Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquermodo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Claro que a tentativa de homicídio não poderá ser absorvida pela destruição culposa da planta. DELITO PUTATIVO POR ERRO DE TIPO – aqui o agente quer cometer um crime, mas não consegue por erro. Exemplo: Querendo matar alguém atira em uma estátua de cera em um museu. Pratica um crime imaginário. Deixa de cometer o crime, sem querer. CONSEQUÊNCIA – CRIME IMPOSSÍVEL – ARTIGO 17 CP. ERRO PROVOCADO POR TERCEIRO – art. 20, § 2º CP. Erro induzido. 2 personagens – agente provocador e o agente provocado. Ex: médico quer matar o paciente e induz a enfermeira a ministrar dose letal de medicação. Médico responde por homicídio doloso. Enfermeira, em regra, isenta de pena. Mas, se atuou com culpa (imperícia – deveria saber que a dose era letal), pode responder por homicídio culposo. Artigo 23 – NÃO HÁ CRIME ILICITUDE – segundo substrato do conceito analítico de crime, conforme a teoria tripartida. ILICITUDE OU ANTIJURIDICADE SÃO SINÔNIMOS. SÃO CHAMADAS DE EXCLUDENTES DE ILICITUDE OU JUSTIFICATIVAS. Não confundir com excludentes de culpabilidade ou dirimentes, matéria das próximas aulas. Presentes as excludentes de ilicitude, bastando uma delas, não haverá crime. É preciso, no entanto, ter em mente que o MONOPÓLIO da força é do ESTADO. O uso das excludentes é excepcional e somente é legitimado se inviável o auxílio do Estado. Por exemplo: ladrão no quintal da minha casa. O certo é chamar a polícia e não sair atirando no ladrão. PRIMEIRO vamos analisar as técnicas legislativas entre tipos penais incriminadores e os tipos penais permissivos. Exercício em classe. Excludentes GERAIS: 1. ESTADO DE NECESSIDADE 2. LEGÍTIMA DEFESA 3. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO 4. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL Exagero no exercício das excludentes – CONFIGURA EXCESSO DOLOSO OU CULPOSO que será PUNIDO. Teoria da autonomia – excludentes e tipicidade não têm qualquer correlação. Teoria da indiciariedade ou ratio cognoscendi – essa é a mais aceita. O fato típico é presumidamente ilícito, mas são analisados de forma distinta. Teoria da dependência ou ratio essendi – tipicidade e antijuridicidade são analisados juntos. Tem relação com a teoria dos elementos negativos do tipo. A segunda é a mais aceita, pois na prática, se o juiz verifica que nem há tipicidade, não há necessidade de analisar se há ou não ilicitude. Portanto, a análise da ilicitude realmente ocorre em momento distinto. Há excludentes de ilicitude especiais - HOTELEIRO QUE VENDE BAGAGEM DE HÓSPEDE – ART. 168 cp X 1470 cc/2002. Artigo 128 CP. Mas, essas serão estudadas quando vocês estudarem a parte especial. ESTADO DE NECESSIDADE – PERIGO ATUAL – (LEGITIMA DEFESA É INJUSTA AGRESSÃO). Se o perigo não está acontecendo, não cabe. Se o agente provocou o perigo, não cabe. O sacrifício não era necessário exigir. TEORIA UNITÁRIA (adotada pelo CP). Há um bem protegido e um bem prejudicado. O bem protegido tem que ser de valor igual ou maior ao bem prejudicado. Exemplo: Jack e Rosie no Titanic – vida por vida. Estado de necessidade. Se o bem protegido for de menor valor não se aplica o estado de necessidade. Se para proteger o patrimônio eu atinjo a vida, não está legitimado o estado de necessidade. Mas, pode acontecer a diminuição de pena prevista no § 2º do art. 24 (LER). Pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever de enfrentar o perigo? NÃO - § 1º do art. 24 do CP. LEGÍTIMA DEFESA – elementos diferentes do estado de necessidade – Requisitos referentes à conduta: INJUSTA AGRESSÃO (NÃO PERIGO ATUAL). LEIA-SE INJUSTO COMO ILÍCITO. O conceito de justo ou injusto é impreciso. Cada um tem seu senso de justiça e, no Brasil, ele não é apurado... Exemplo: não é possível agir em legítima defesa porque alguém quer furtar, roubar, sua cocaína. FACA X REVÓLVER – ninguém é obrigado a ser esfaqueado. Meio necessário é o meio útil, disponível. ATUAL OU IMINENTE – está acontecendo ou prestes a ocorrer. A vítima precisa agir. Não dá para chamar a polícia. Direito próprio ou de terceiro. REQUISITOS REFERENTES À REPULSA: Uso moderado dos meios necessários e excesso – ATENÇÃO. PRECISA ANALISAR O CASO CONCRETO SEMPRE. Modo atenuado. Não se trata de legitimar agressões. Trata-se de legitimar defesas. PROPORCIONALIDADE – RAZOABILIDADE Adequação Necessidade Proporcionalidade em sentido estrito (valores) É proporcional atirar nas costas de um ladrão que furtou seu celular e correu? É proporcional atirar num assaltante que entra armado na sua casa e coloca a arma na cabeça da sua mãe? É proporcional derrubar o ladrão no chão, retomar o celular e chutar o ladrão até ele desmaiar? Excesso doloso claro. Excesso exculpante e excesso acidental – excesso exculpante – o agente imbuído por medo, pavor, acaba se excedendo na reação e provocando um dano desproporcional. Pode ser absolvido pelo contexto. Seria uma análise da inelegibilidade de conduta diversa, passando ao universo da culpabilidade. Excesso acidental é fortuito, sem querer. Também pode gerar absolvição. Agente passa da conta, sem querer. Não houve dolo no excesso. Aí precisa analisar a culpa e se há previsão para punição culposa do que aconteceu. Ânimo do agente – SABER QUE ESTÁ SE DEFENDENDO. Mas, é controvertido. PAI que mata indivíduo que estaria iniciando abuso contra sua filha. Neste contexto, a ação é tão reprovável (punida como crime hediondo) que a reação paterna, pode ser considerada moderada. É claro que nesta situação se o pai espanca até a morte o estuprador pode ser enquadrado como legítima defesa pura, sem excesso. Caso de Poço Fundo – 3 homicídios x 1 policial civil. PARAGRAFO ÚNICO DO ART. 25 – INTRODUZIDO PELO PACOTE ANTICRIME – LEI 13.964/2019 – INÚTIL “A lei não contém palavras inúteis”, exceto no Brasil. OFENDÍCULOS – controvérsia doutrinária – exercício regular de direito ou legítima defesa pré- ordenada Exemplos : Cacos de vidro no muro, cerca elétrica, cachorro no quintal. Entendem que é exercício regular de direito porque todos podem defender seu patrimônio (propriedade é direito fundamental – está no art. 5º CRFB/88 e inciso II do art. 170 CF/88). E no momento da instalação não há agressão atual ou iminente. Entendem que é legítima defesa porque o ofendículo só age quando há a agressão atual. Iminente não porque o ofendículo é inanimado. Os ofendículos têm que estar explícitos. Se atingirem de surpresa, pode ser configurado excesso. LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA – nasce do excesso. Pedro agride João. João vai se defender. Pedro para, mas João prossegue e passa a agir em excesso. Surge para Pedro o direito de se defender, pois a agressão João passou a ser injusta. LEGÍTIMA DEFESA RECÍPROCA – não existe. Não há possibilidade duas pessoas reagirem a agressões injustas. Uma agressão injusta gera reação justa. LEGÍTIMA DEFESA CONTRA MENOR DE IDADE – possível. MENOR fisicamente maior, mais forte, altamente violento etc... ATAQUE DE ANIMAL – depende. Se o animal é utilizado como arma, instrumento – legitima defesa. Animal que avança sem instigação do dono – estado denecessidade. Perigo atual e não injusta agressão. LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA – possível. Só existe na mente do agente. Acha que está em legítima defesa. Exemplo : encontra o desafeto que vem com uma arma de brinquedo na mão. Atiro nele, sem saber que a arma é de brinquedo. LEGÍTIMA DEFESA REAL CONTRA LEGÍTIMA DEFESA REAL – NÃO CABE. Precisa que a agressão seja injusta. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO e ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. EXRD – CIDADÃO, em geral. PARTICULAR. O CIDADÃO PODE AGIR, DESDE QUE NÃO SEJA PROIBIDO. Pai que usa de meios de correção para educar filho. Faz parte do dever de guarda e educação, decorrentes do poder familiar. Poder-dever. Não pode exceder, obviamente e o excesso, como vimos, é sempre punível. Lutas – é exercício regular de direito. Pratica desportiva, desde que observadas as regras daquele esporte. ECDL – Geralmente, o destinatário da excludente é O AGENTE PÚBLICO QUE SOMENTE VAI AGIR SE A LEI DETERMINA SUA CONDUTA ESPECIFICAMENTE. Exemplo – oficial de justiça cumprindo mandado de busca e apreensão. Estrito cumprimento do dever legal. E se o oficial de justiça entrar no domingo à noite? Houve excesso. Não está amparado pela excludente. Pastor da igreja que manda adentrar na casa de infiel com a finalidade de convertê-lo : pastor não é autoridade competente para determinar ingresso domiciliar. Ainda que a intenção seja boa... A ordem tem que vir de autoridade competente. CRIMES CULPOSOS e estrito cumprimento de dever legal – incompatíveis. Precisa sempre do dolo. CONCURSO DE PESSOAS e extensão das excludentes – a regra é a comunicabilidade da excludente de ilicitude aos demais agentes. Consentimento do ofendido causa supralegal e limitada de exclusão de ilicitude. Há polêmicas. A teoria advém dos princípios da mínima intervenção, subsidiariedade e fragmentariedade do direito penal. Exemplo: furto. Por que é de ação penal pública? Patrimônio é disponível. Tão disponível que basta a vítima não fazer um BO e ninguém saberá do furto. Honra – é disponível? Suponhamos que a vítima, na presença de várias pessoas, é injuriada e diz que não está nem aí. Depois é lícito que ela ofereça queixa-crime no prazo decadencial? Tatuagem ou piercing – lesão corporal? Integridade corporal é disponível? Vide artigo 11 do Código Civil. Caso de médico que respondeu por lesão corporal na década de 70 por cirurgia de transgenitalização. Consentimento do ofendido em homicídio? Posso consentir em morrer? Polêmico no mundo afora. Eutanásia, ortotanálisa, suicídio assistido (admitido na suíça). Suicídio é ilícito porque é punível o induzimento ao suicídio. Eutanasia – pessoa não está desenganada, embora o sofrimento esteja presente. Abreviação da vida Ortotanásia – morte no tempo certo. Cuidados paliativos. Vitima desenganada. Resoluçao 1805/06 – suspender procedimentos médicos meramente paliativos Alívio de sintomas x adiantamento da morte – essa é a grande discussão acerca do limite de qual é a disponibilidade da vida. Dignidade humana x vida (vida útil). Dificuldades sobre certificar o consentimento livre da vítima. É preciso ter capacidade. Uma criança não pode consentir. Stj – súmula 593 do STJ. O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente Não é admitido consentimento presumido (Fulano não ligaria se eu furtasse alguns objetos de sua casa...ele tem seguro). Arquivamento do IP com base em excludente de ilicitude – pode reabrir? Art. 18 CPP e súmula 524 STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. Ônus da prova das excludentes – art. 156 do CPP. In dubio pro societa. Controvérsias atuais. Questões: Quem exerce função de guarda ou segurança privada não pode alegar legítima defesa. ERRADO Quem tem o dever legal de enfrentar o perigo não pode alegar estado de necessidade. CORRETO – LETRA DA LEI Excesso culposo não é punível. ERRADO. Qualquer excesso é punível. Não é possível alegar legítima defesa se houver alternativa mais cômoda. ERRADO. O vigilante que repele injusta agressão atual ou iminente age no estrito cumprimento do dever legal – ERRADO. Isso é legítima defesa. No CP o estado de necessidade afeta apenas a ilicitude e não a culpabilidade. ERRADO. Ora, se não é ilícito a análise da culpabilidade fica prejudicada. Agirá em estado de necessidade o motorista que foge do local do acidente para evitar agressão de outras pessoas, com perigo a sua vida. CORRETO. Márcio é atacado por tiros de arma de fogo de Mévio. Mévio erra os dois primeiros tiros e Márcio saca a própria arma e mata Mévio. A hipótese é de estado de necessidade, porque havia mero perigo. ERRADO. A hipótese é de exercício regular de direito. ERRADO. A hipótese é de arrependimento eficaz. ERRADO. A hipótese é de legítima defesa. CERTO. A legítima defesa é causa de exclusão da ilicitude, mas não é aceita se há a possibilidade de fugir da conduta. ERRADO. O direito não exige a COVARDIA. Mévio vê Tício, seu inimigo capital, aproximando-se com uma arma nas mãos e atira primeiro em Tício. Constata-se que a arma de Tício era de brinquedo. Mévio responde por homicídio CULPOSO. ERRADO. HOUVE LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA – CERTO. O agente não responde se agiu no estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito. Policial, ao cumprir mandado de condução coercitiva expedido pelo Juiz, deixou o réu aguardando em cárcere por tempo excessivo. Mesmo assim, agiu em estrito cumprimento do dever legal? NÃO. Houve excesso. Policial que submete a pessoa a identificação datiloscópica e ao reconhecimento pessoal age no exercício regular de direito. NÃO. AGE NO ECDL. CONCURSO DE PESSOAS – ARTIGOS 29, 30 E 31 COAUTORIA PARTICIPAÇÃO CONCURSO DE AGENTES CUMPLICIDADE São usados como termos sinônimos, mas não são, tecnicamente. PLURALIDADE DE CRIMINOSOS – DUAS OU MAIS PESSOAS SE ENVOLVEM NA PRÁTICA DO CRIME. Como saber quem é autor e quem é partícipe? O que é a participação dolosamente distinta? Como analisar a participação de menor importância? Concurso de pessoas : o crime pode ser cometido por uma só pessoa ou várias pessoas. CRIME UNISSUBJETIVO OU DE CONCURSO EVENTUAL– uma só pessoa ou várias pessoas. Furto pode ser praticado por uma pessoa ou por várias. Homicídio também. CRIME PLURISSUBJETIVO – exige concurso de pessoas necessários. Exemplo: ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. LEI 12.850/2013 - § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO (2 ou mais pessoas). Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.