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EDUCAÇÃO AMBIENTAL.
AULAS 01 À 05 – Livro proprietário.
AULA 06 – Indicadores Ambientais.
Introdução. 
Nos estudos ambientais, o meio ambiente é tratado como um sistema, isto é, o conjunto das partes que se integram, direta ou indiretamente, de modo que de cada uma delas dependa o comportamento das demais. Os fenômenos no interior do sistema processam-se por meio de fluxos de matéria e energia que resultam em conexões e relações de dependência entre suas partes (Philippi Júnior e Maglio, 2008).
O ecossistema, unidade funcional da ecologia, é um sistema aberto, integrado por todos os organismos vivos e os elementos físicos presentes em uma determinada área, cujas propriedades de funcionamento e de autorregulação derivam das relações entre eles (Branco, 1989).
Um sistema ambiental inclui todos os processos e as interações que compõem o ambiente, os fatores físicos e bióticos e os fatores de natureza socioeconômica, política e institucional (Moreira, 1991 apud Philippi Júnior e Maglio, 2008).
Segundo Philippi Júnior e Maglio (2008), o planejamento ambiental que utiliza esses conceitos em seu processo de trabalho, é um processo de planejamento de caráter multidisciplinar e interdisciplinar, uma vez que o estudo dos sistemas ambientais, cujos elementos estão em permanente interação, exige como ferramenta a interação do conhecimento de várias disciplinas, para que cada uma delas, interagindo com as demais leve a resultados e interpretações que permitam conhecer o sistema a ser estudado.
Dessa forma, os métodos e as técnicas de análise ambiental devem absorver a interdisciplinaridade como um pressuposto. Do ponto de vista dos participantes dos estudos, tal análise requer profissionais de várias especialidades atuando em conjunto, em equipe multidisciplinar.
Fica claro que os indicadores ambientais têm de abordar a forma mais ampla e complexa dos ecossistemas, para que assim possamos pensar na melhor forma de protegê-lo e preservá-lo.
Meio ambiente integrado.
Os conceitos de sustentabilidade e crescimento econômico constituem tema emergente. Uni-los é uma tarefa árdua para economistas, políticos, empresários, ecologistas e população, visto que a preocupação das elites que governam o país ou aqueles que estão à frente de grandes empresas com o meio ambiente é mínima ou nenhuma, inclusive falta conscientização por parte da população (Oliveira Neto, 2008).
Segundo ainda o mesmo autor, na atualidade o problema principal é que essas discussões parecem míopes, pois o conceito de sustentabilidade é muito mais abrangente do que apenas tratar do desmatamento, do derretimento das geleiras ou das fontes alternativas de energia, pois a produção de bens e serviços, o consumo e a qualidade ambiental estão hoje estreitamente ligados. 
Cada vez mais, há tendência à valorização e apreciação do meio ambiente como bem a integrar a produção e o consumo de bens e serviços (Funiber, 2009).
Segundo Granato e Oddone (2007 apud Funiber, 2009), ao aumentar o preço do meio ambiente, por exemplo, pela via da aplicação de um imposto, a conduta de produtores e consumidores mudará “produzindo-se um uso socialmente ideal dos recursos naturais”.
Segundo Granato e Oddone (2007 apud Funiber, 2009), ao aumentar o preço do meio ambiente, por exemplo, pela via da aplicação de um imposto, a conduta de produtores e consumidores mudará “produzindo-se um uso socialmente ideal dos recursos naturais”.
Conforme Funiber (2009), tendo em conta que a sustentabilidade está especialmente relacionada ao consumo de bens ambientais capazes de satisfazer as necessidades das atuais gerações sem prejudicar o direito ao consumo e à satisfação de necessidades das gerações vindouras, cabe se perguntar como se traduzem em termos econômicos esta preocupação e, em particular, “os direitos das futuras gerações”.  É aqui que reside uma fundamental contraposição entre a economia ambiental e a denominada economia do bem-estar.
Indicadores.
Para que possamos começar a pensar numa reversão de valores para que efetivamente façamos ações em prol da sustentabilidade, é necessário que indicadores nos forneçam informações do meio natural e socioeconômico para a análise, que deve ser sistemática e relevante, no planejamento de um sistema de gestão ambiental.
Um indicador é uma informação processada, geralmente de caráter quantitativo, que gera uma noção clara e acessível sobre um fenômeno complexo e sua evolução, de modo a dar uma ideia da situação em que ele se encontra, podendo-se estabelecer, então, qual a diferença existente entre seu estado em relação à ideal situação (Comissão Nacional de Meio Ambiente, 1999).
Por exemplo, no âmbito econômico, o PIB é um indicador de evolução da economia de um país, reunindo informação sobre processos produtivos, riqueza, empregos, etc.
Os indicadores são instrumentos auxiliares na avaliação e no acompanhamento de um projeto no decorrer do tempo. Por exemplo, indica o grau de conservação de uma região, a qualidade ambiental de uma área urbana (Funiber, 2009).
A seguir, alguns indicadores muito úteis nos planos de ação da gestão do meio ambiente e dos espaços naturais em diversas escalas de gestão territorial, segundo Funiber (2009):
Programa de monitoramento de planos de ação específicos - Permitem o acompanhamento de um plano de proteção, de recuperação e de introdução de espécies da flora e fauna, de um plano de educação e de sensibilização ambiental e de outros planos de ação que façam parte dos planos de gestão. Neste caso são escolhidos os parâmetros de diversas índoles que detectem mudanças ocorridas, sistematiza-se o acompanhamento desses parâmetros, identificando-se as causas provocadoras da mudança, modificando-se e complementando-se assim as propostas de gestão.
Programas de acompanhamento biológico - Têm como principal objetivo o monitoramento do estado em que se encontram as populações de fauna e flora de uma determinada área natural, num período de tempo o mais dilatado possível, e sob uma metodologia padronizada. Mediante sua implementação pode-se manter atualizada uma base de dados (sobre as mudanças na abundância dos seres vivos e as mudanças na estrutura e na composição das populações), identificar as alterações nos parâmetros estudados, e determinar em que fase do ciclo vital das espécies de organismos vivos estudados ocorrem as mudanças.
Programas de acompanhamento socioeconômico - Visam monitoramento das características apresentadas pela população humana na área natural, ou em suas proximidades, num dilatado período de tempo e sob uma metodologia padronizada. Contemplam o acompanhamento de parâmetros relacionados com a situação socioeconômica da população, com a mudança de usos do solo e com o aproveitamento de recursos naturais (atividades cinergéticas, piscícolas, de coleta, de lazer e de visita, entre tantas outras).
Programas de controle de impacto - Buscam como objetivo destacar mudanças de parâmetros biológicos e ambientais, produzidos geralmente por problemas de origem ou indução humana em escala global (diminuição do ozônio na estratosfera, chuva ácida) e em âmbito local e regional (contaminação de um rio, erosão de uma bacia hidrológica etc). São também úteis na gestão de espaços naturais, mas apresentam maior importância em nível suprarregional, ajudando na coordenação de políticas e de planos de gestão em âmbito nacional e internacional.
O uso de indicadores como instrumentos para a gestão e para a tomada de decisões políticas é uma prática habitual em setores como o da economia, da sociologia, da educação, etc. 
No terreno ambiental e no âmbito dos países da União Europeia, o desenvolvimento de planos nacionais de política ambiental teve início nos anos 80, momento em que surgiu a necessidade de se por em prática a utilização de instrumentos que avaliassem a situação do meio ambiente (Funiber, 2009).
Segundo ainda o mesmo autor, a história do desenvolvimento de indicadores ambientais teve início oficial na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Natural e Desenvolvimento, quandose produziu um consenso geral a respeito da necessidade de avançar para a implementação de um desenvolvimento sustentável.
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA).
O processo de avaliação de impacto ambiental (AIA) foi introduzido mundialmente no final da década de 1960, inicialmente nos EUA a partir de 1969 (National Environmental Policy Act) e na Europa pela França, sendo gradativamente adotados pelos demais países, ampliando as preocupações mundiais existentes com a questão ambiental, com a introdução do conceito de impacto ambiental na avaliação de projetos de desenvolvimento (Philippi Júnior e Maglio, 2008).
O conceito de impacto ambiental incorporou o controle e a mitigação dos efeitos negativos da poluição, mas incluiu também a aferição das alterações ambientais significativas, geradas pelas atividades de desenvolvimento, tais como as perdas de recursos naturais, os efeitos sociais e econômicos sobre as populações, a perda de espécies e da biodiversidade em geral, entre outros (Philippi Júnior e Maglio, 2008).
Como um instrumento de política e gestão ambiental de projetos de empreendimentos, o processo de avaliação de impacto ambiental caracteriza-se por procedimentos capazes de assegurar, desde o início do processo de planejamento, que se faça um exame sistemático dos impactos ambientais de uma proposta (projeto, programa, plano ou política) e de suas alternativas, e que os resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão, e por eles considerados (Moreira, 1997).  
No Brasil, a AIA, como um instrumento de gestão ambiental, foi introduzida por meio da Lei Federal 6.938 de 31 de agosto de 1981, que estabeleceu a política ambiental e dos demais procedimentos técnicos de gestão ambiental. Esses instrumentos foram regulamentados um a um por meio de Resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente, órgão superior do Sisnama.
No caso da AIA, sua regulamentação em nível nacional deu-se a partir da Resolução 001/86 do Conama, que estabeleceu as definições, os critérios básicos e as diretrizes para a sua introdução no país, formalizando o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto de Meio Ambiente (RIMA), como condicionantes para o licenciamento ambiental de empreendimentos causadores de impactos ao meio ambiente.
Posteriormente, a Constituição da República de 1988, em seu capítulo de meio ambiente (art. 225), consagrou o Estudo Prévio de Impacto Ambiental, como exigência para a implantação de obra ou atividades causadoras de significativa degradação do meio ambiente (parágrafo 10, inc. IV apud Philippi Júnior e Maglio, 2008).
Conhecendo um EIA/RIMA (texto baseado em Genebaldo Freire Dias, 2004).
Conforme a Resolução 001/86 do Conama, para o licenciamento de uma atividade modificadora do ambiente, o interessado deverá, após apreciação preliminar do projeto e da sua localização – fase da Licença Prévia (LP) – apresentar ao órgão de meio ambiente respectivo, os Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e o seu respectivo Relatório de Impacto de Meio Ambiente (RIMA).
Os EIAs, além de atender à legislação e aos objetivos da PNMA, deverão conter as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade, e definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, entre outros.
Devem, também, apresentar um diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, com a descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental local, antes da implantação do projeto, considerando o meio físico, o meio biológico e o meio socioeconômico (artigos 5º e 6º).
Dadas estas características, não é difícil concluir que os EIAs são documentos volumosos, detalhados, exaustivos, e possivelmente complexos demais para a compreensão dos leigos, dos representantes comunitários. Pensando nisso, a mesma Resolução estabeleceu o RIMA que é no fundo, um resumo dos EIAs, apresentando de forma objetiva, em linguagem acessível, ilustrado por várias técnicas de comunicação visual, de modo que se possa entender as vantagens e desvantagens do projeto e todas as possíveis consequências ambientais de sua implantação.
O RIMA fica no órgão de meio ambiente à disposição do público (e os EIAs também) para conhecimento e como fonte de informações que podem permitir a participação da comunidade quando da realização das audiências públicas (quando for o caso), no “julgamento” do projeto. Ou seja, a lei ambiental brasileira tem esse importante mecanismo de participação comunitária na gestão ambiental.
Ocorre que dada à restrita divulgação da mesma, a população não tem acorrido às audiências públicas para usufruir dos seus direitos e, com isso, alguns projetos polêmicos têm sido homologados sem grandes restrições.
Conclusão.
Percebemos ao longo da aula, que já dispomos da maioria dos dispositivos legais necessários para a consolidação de nossa Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA). Entretanto a participação popular, a despeito de todo o respaldo legal que a abriga e contempla, tem sido restrita, desarticulada e insuficiente.
AULA 07 – Projetos em educação ambiental.
Introdução.
A nossa vida é fugaz. Muitas vezes, passamos o tempo todo ocupados com coisas urgentes, em detrimento das coisas fundamentais. Precisamos de vez em quando, dar uma parada para reflexões. Isso deveria ser institucionalizado. Dessa forma, acredita-se que os erros seriam menos frequentes e menos graves também (Dias, 2004).
Segundo o mesmo autor, avaliar para replanejar, reordenar prioridades e proceder ajustamentos e redirecionar ações são procedimentos absolutamente fundamentais para se atingir a eficiência. 
Para o desenvolvimento dessa tarefa, o planejamento, a construção e avaliação de projetos em educação ambiental, são extremamente importantes.
O Tratado de educação ambiental para as sociedades sustentáveis e responsabilidade global, consignado no Fórum Internacional de Organizações Não Governamentais (ONGs) e Movimentos Sociais, por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992 (Rio-92), propôs princípios para o desenvolvimento de um roteiro básico para o planejamento e avaliação de projetos em educação ambiental.
De acordo com as diretrizes desse documento, o planejamento de projetos em educação ambiental se apresenta com as seguintes características: 
• Ter enfoque interdisciplinar e holístico. 
• Ser um ato político.
• Facilitar a cooperação mútua e equitativa nos processos de decisão. 
• Potencializar o poder das diversas populações na condução de seus próprios destinos e na resolução de conflitos de maneira justa e humana. 
• Deve ainda estimular a adoção de projetos que formem sociedades socialmente justas, sustentáveis e ecologicamente equilibradas (Malzyner, Silveira e Arai, 2009).
Planejamento.
Todo processo de planejamento deve ter necessariamente cinco etapas: 
1 – Conhecimento da realidade. 
2 – Concepção de um plano.
3 – Execução do plano.
4 – Acompanhamento, o monitoramento.
5 - Avaliação das ações. 
Na prática essa sequência é um ciclo continuado. As etapas se integram, envolvem-se e ocorrem simultaneamente. O conhecimento da realidade é um processo permanente. Segundo os autores Malzyner, Silveira e Arai (2009).
Etapa 1 – Conhecimento da realidade.
Esta etapa é permanente. De um ponto de vista didático, esta etapa pode ser subdividida nas seguintes subetapas:
- Delimitação e apreensão do objetivo – Definição da área geográfica que será objeto do planejamento ou grupo/comunidade que será envolvido.
- Diagnóstico – Análise do processo de evolução recente da realidade, síntese da história referente à área/público envolvido e os fatores (endógenos e exógenos) que explicam a situação atual.
- Definição de prioridades – Escolha de prioridades entre os problemas ou potencialidades paraa elaboração de planos, projetos ou programas.
- Prognóstico – Exercício de antecipação de futuros possíveis, prováveis e desejáveis (o que pode acontecer, o que vai acontecer e o que gostaríamos que acontecesse) em função de valores e prioridades. 
Durante a formulação do plano e sua execução, podem ocorrer imprevistos. O prognóstico serve para que os imprevistos possam ser previstos, caso seja feita uma análise mais criteriosa da realidade, Afinal, planejar significa também prever os imprevistos.
Etapa 2 – Concepção de um plano.
Nesse momento cabe reforçar a importância da participação de todos os atores sociais envolvidos (grupo beneficiário, instituições implementadoras e colaboradoras) na formulação do plano. O grau de vínculo dos participantes com o plano definirá o grau de acatamento e implementação das suas ações.
Os principais elementos da etapa de concepção de um plano são: objetivos, resultados, atividades, recursos necessários, prazos, responsáveis e avaliação.  
Etapas 3 e 4 – Execução, Monitoramento e controle.
A execução é a prática do projeto.
Monitoramento e controle é um processo sistemático – que ocorre no contexto de um programa ou da implementação de um projeto com o objetivo de produzir informações a respeito dos progressos obtidos para: 
• Ajudar a tomar decisões, especialmente em curto prazo, de modo a aumentar a eficácia do projeto.
• Assegurar o controle de todos os níveis da hierarquia do projeto , desde a comunidade local até a agência financiadora,  especialmente no que diz respeito a questões financeiras.
Avaliação.
É um conjunto de procedimentos para apreciar os méritos de um programa e fornecer informações a respeito do alcance de seus objetivos, atividades, resultados, impacto custo-benefício. É a parte mais importante de um projeto.
A avaliação faz parte integrante de qualquer planejamento. Consiste em analisar o desempenho das atividades planejadas. Especificamente, ela procura determinar se os objetivos e metas propostos no planejamento foram de fato alcançados. Assim o seu objetivo direto consiste em determinar a defasagem entre o planejado e os resultados alcançados. Além disso, ela visa analisar o próprio processo de ações, para verificar a eficiência delas.
Os principais instrumentos mais utilizados em avaliação são:
• Ex post facto: avaliação posterior ao fato;
• Antes e depois: antes (dois grupos: experimental e controle) e depois (dois grupos: experimental e controle);
• Estudo de caso: história de vida; questionários abertos ou fechados; observação estruturada/não estruturado; entrevista estruturada/semiestruturada/aberta.
A adoção de procedimentos avaliatórios pode ser justificada de inúmeras maneiras, como: 
- testar propostas inovadoras;
- pretender replicar uma proposta;
- determinar quanto um programa/projeto precisa ser modificado;
- conseguir maior participação dos atores/parceiros, e apoio das autoridades.
A adoção de procedimentos avaliatórios pode ser justificada de inúmeras maneiras, como: 
- testar propostas inovadoras;
- pretender replicar uma proposta;
- determinar quanto um programa/projeto precisa ser modificado;
- conseguir maior participação dos atores/parceiros, e apoio das autoridades.
Ambos devem atender às seguintes condições: 
• válidos: são capazes de medir o que se pretende.
• fidedignos: produzem resultados similares quando uma mesma situação é avaliada repetidas vezes.
• objetivos: produzem os mesmos resultados quando a medida de uma mesma realidade é feita por pessoas diferentes.
• específicos: referem-se exclusivamente a mudanças ocorridas na situação em estudo.
• viáveis: de fácil medição e custo economicamente factível.
É deste confronto entre parâmetros e indicadores que se tornam mais explícitas as diversas dimensões do impacto das ações executadas e o desempenho dos atores e agentes responsáveis.
O acompanhamento constante de um plano desde seu início e as avaliações periódicas possibilita a montagem de um sistema de informações e percepções que serve de base para a análise e as decisões relacionadas com o aperfeiçoamento ou com a reformulação do processo.
Conclusão.
Os projetos surgem das mais variadas formas, mas o empenho pessoal de educadores nem sempre é suficiente para poder desenvolvê-los em sua plenitude. Daí ser importante pensar no desenvolvimento deles inseridos em organizações que legitimem, divulguem, viabilizem sua execução.
Nesse sentido, podem ser pensadas as relações existentes entre instituições governamentais e não governamentais no desenvolvimento de projetos de intervenção educacional, em particular aqueles de educação ambiental, e os vários segmentos da população que, de uma forma ou de outra, necessitam de projetos educacionais (Silveira, 2009).
Aqui cabe a citação de George Bernard Shaw (1856-1950), que fala que “os seres humanos nascem ignorantes, mas são necessários anos de escolaridade para torná-los estúpidos”. Será que poderemos reverter essa situação com os projetos de educação ambiental num futuro próximo? Que tal tentarmos?
Atividade proposta.
Todo processo de planejamento deve ter necessariamente algumas etapas. Essas etapas se integram, envolvem-se e ocorrem simultaneamente. As subetapas citadas a baixo são relacionadas a permanência e fazem parte de qual etapa do planejamento:
Delimitação e apreensão do objetivo: definição da área geográfica que será objeto do planejamento (uma região, um município, um bairro etc) ou grupo/comunidade que será envolvido;
Diagnóstico: análise do processo de evolução recente da realidade, que sintetiza a história referente à área e ao público que será envolvido e os fatores – endógenos (de origem interna) e exógenos (de origem externa) – que explicam a situação atual;
Definição de prioridades: escolha de prioridades entre os problemas ou potencialidades para a elaboração de planos, projetos ou programas;
Prognóstico: exercício de antecipação de futuros possíveis, prováveis e desejáveis (ou seja, futuro que pode acontecer, futuro que provavelmente acontecerá e futuro que desejamos que aconteça em função de valores e prioridades).
Reposta: Etapa 1 - conhecimento da realidade.
AULA 08 – Interdisciplinaridade x pedagogia.
Introdução. 
Na concepção de Severino (2006, apud Terossi e Santana, 2010), a educação é considerada “um investimento formativo do humano, seja na particularidade da relação pedagógica pessoal, seja no âmbito da relação social coletiva” (SEVERINO, 2006, p. 621).
Já, Rodrigues (2001 apud Terossi e Santana, 2010) ressalta que a educação, além da aquisição de habilidades e conhecimentos, deve ser formadora do ser humano integral. De acordo com este autor “[...] a educação é o processo integral de formação humana, pois cada ser humano ao nascer necessita receber uma nova condição para poder existir no mundo da cultura” (p. 1).
Também podemos dizer que a educação é uma ação social, pois se educa em contato com o outro nas relações com os demais indivíduos da sociedade. É também uma ação política, intencional e não é neutra (SANTANA, 2005; TOZONI-REIS, 2004).
Destacando o caráter político da educação, entende-se que o fazer e o pensar educativo apresentam diferentes posicionamentos, que possibilitam variadas concepções com referenciais epistemológicos, filosóficos, políticos e pedagógicos que precisam ser explicitados para a compreensão das práticas pedagógicas (SANTANA, 2005; TOZONIREIS, 2004). Em outros termos, “diferentes visões do processo educativo engendram propostas educativas com características próprias” (CARVALHO, 2006, p.21).
A partir disso, que tal conhecermos essas concepções para podermos discutir criticamente a educação ambiental como fator interdisciplinar pedagógico?
Para entendermos a interdisciplinaridade da educação ambiental, precisamos voltar às concepções da educação em sua origem, além de reconhecermos suas bases teóricas. Para isso, vamos acompanhar o texto de Pelicioni (2009):
Desde a antiguidade, a educação tem sido influenciada por diferentes fatos históricos,por diferentes momentos socioeconômicos e políticos, produzindo assim diferentes concepções: o pensamento pedagógico oriental, o grego, o romano, o medieval, o renascentista, até chegar ao pensamento pedagógico moderno. 
Em cada um desses períodos, destacaram-se escolas significativas de pensamento, citadas por ordem cronológica e analisadas por Gadotti em:
- História das ideias pedagógicas, segundo o qual, seguiram o pensamento pedagógico iluminista (Russeau, Pestalozzi, Herbart); 
- O pedagógico positivista (Spencer, Durkheim, Whitehead), que reforça a educação tradicional; o socialista (Marx, Lenin, Makarenco, Gramsci); 
- O pedagógico da Escola Nova (Dewey, Montessori, Claparède, Piaget); 
- O pedagógico fenomenológico-existencialista (Buber, Korczak, Gusdorf, Pantillon); 
- O pedagógico antiautoritário (Freinet, Rogers, Lobrot);
- O pedagógico crítico (Bordieu-Passeron, Baudelot – Establet, Giroux).
O pensamento pedagógico do terceiro mundo tem representantes na África (Cabral, Nyerere, Faundez) e na América Latina (Gutiérrez, Torres, Nidelcoff, Emília Ferrero e Tedesco).
O pensamento pedagógico brasileiro pode ainda ser subdividido em liberal (Fernando Azevedo, Lourenço Filho, Anísio Teixeira, Maciel de Barros) e progressista (Paschoal Lemme, Vieira Pinto, Paulo Freire, Rubem Alves, Mauricio Tragtenberg e Demerval Saviani, Moacir Gadotti).
Resultante dessas formas de pensar o homem, o mundo, a cultura, a sociedade e a escola no Brasil, as teorias mais utilizadas foram, segundo Mizukami, a teoria ou abordagem tradicional (Durkheim, Chartier), a teoria comportamentalista ou behaviorista (Skinner), a teoria humanista (Neill, Rogers), a teoria cognitivista (Piaget, Bruner, Aebli, Furth) e a teoria sociocultural (Paulo Freire, Moacir Gadotti). Todas tiveram de alguma maneira, influência sobre as que se seguiram. Algumas perduraram no tempo e são utilizadas até hoje, principalmente a abordagem tradicional. Para Morin: ‘as sociedades domesticam os indivíduos por meio de mitos e ideias que, por sua vez, domesticam as sociedades e os indivíduos, mas os indivíduos poderiam reciprocamente domesticar as ideias ao mesmo tempo que poderiam controlar a sociedade que os controla [...] uma ideia ou teoria não deveria ser simplesmente instrumentalizada, nem impor seu veredicto de modo autoritário; deveria ser relativizada e domesticada. Uma teoria deve ajudar e orientar estratégias cognitivas que são dirigidas por sujeitos humanos [...]. 
Teoria Tradicional ou Clássica.
Também chamada de educação bancária por Paulo Freire, tem como característica depositar no aluno conhecimentos, informações, dados e fatos que são acumulados como um produto. Ela propicia a formação de hábitos e reações estereotipadas, isto é, aplicáveis apenas a situações idênticas às vivenciadas anteriormente. O passado é visto sempre como um modelo para conservar a sociedade e manter o status quo. É centrada na transmissão, na passagem de conhecimento do educador para os educandos, historicamente acumulado por meio da memorização. A relação entre professor é vertical, autoritária e não há intenção de reflexão sobre as informações recebidas. O professor expõe conteúdo, os alunos memorizam e reproduzem por meio da expressão verbal escrita e oral a sua fala ou a temática apresentada em livro-texto. As atividades intelectuais são privilegiadas e a experiência prática desconsiderada.
Preferencialmente são utilizadas a aula expositiva e a palestra. A avaliação é feita por meio de exames do conteúdo do currículo transmitido pelo professor, que é organizado em disciplinas separadas.
Teoria Crítica.
Vai contra os conceitos da escola tradicional e se baseia em algumas ideias humanistas e cognitivas de Giroux, de Piaget e na fenomenologia-existencialista de Buber e Pantillon; no socialismo de Marx e principalmente nas ideias socioculturais de Paulo Freire, representando uma síntese de todas elas. 
A abordagem sociocultural de Paulo Freire é interacionista e situa o ser humano no tempo e no espaço, inserido num contexto socioeconômico, político e cultural que o influencia. Enquanto sujeito da educação, reflete criticamente sobre seu ambiente concreto e sobre sua realidade, tornando-se gradualmente consciente e comprometido. Assim, torna-se capaz de intervir e transformar o mundo.
Para esse autor, o ser humano possui raízes, está no mundo e com o mundo. É um ser de práxis, entendida como ação e reflexão sobre o mundo com o objetivo de transformá-lo. Ao refletir, criticar e criar a cultura, responde aos desafios que encontra, estabelece relações com os outros homens e enfrenta as estruturas sociais. Cultura. Segundo Freire, é o resultado do esforço criador e recriador da atividade humana, de seu trabalho por transformar e estabelecer relações dialogais com outros homens. 
A história é feita, então, a partir das respostas dadas pelo ser humano à natureza, aos outros seres humanos e às estruturas sociais. É feita por uma cadeia contínua de épocas, caracterizada por valores, aspirações, necessidades e motivos. 
A educação se faz pela aproximação, pelo desvelamento crítico e contínuo da realidade e, portanto, pelo processo de conscientização. Assim, “é preciso que se faça desta tomada de consciência o objetivo principal de toda a educação: provocar e criar condições para que se desenvolva uma atitude de reflexão crítica, comprometida com a ação”.
A educação crítica e problematizadora têm de ser forjada com o oprimido e não para o oprimido. E a pedagogia do oprimido, base da teoria sociocultural, faz da opressão e de suas causas o objeto de sua reflexão, possibilitando ao ser humano lutar por sua libertação e superar a relação opressor-oprimido por meio de uma situação de ensino-aprendizagem que desenvolva a consciência crítica e a liberdade, isto é, que possa transformar a situação concreta que gera a opressão.
A relação educador-educando é dialógica e horizontal. O educador engajado em uma prática transformadora busca desmistificar a cultura dominante, as mensagens dos meios de comunicação de propriedade de grupos oligárquicos, busca analisar as contradições da sociedade, preparar os educandos para uma reflexão crítica, cooperação e organização para solucionar problemas comuns, trabalhando em grupo. A educação não se restringe às instituições formais, mas realiza-se também entre os diferentes grupos da sociedade, de maneira informal.
Agora que conhecemos as teorias pedagógicas que possibilitaram a visão de educação atual, podemos entender a interdisciplinaridade da educação ambiental. O texto de Pelicioni e Philippi Junior (2009) irá nos ajudar a compreender melhor esses novos conceitos:
A educação ambiental exige um conhecimento aprofundado de filosofia, da teoria e história da educação, de seus objetivos e princípios, já que nada mais é do que a educação aplicada às questões de meio ambiente. Sua base conceitual é fundamentalmente a Educação e, complementarmente, as Ciências Ambientais, a História, as Ciências Sociais, a Economia, a Física, as Ciências da Saúde, entre outras.
As causas socioeconômicas, políticas e culturais, geradoras dos problemas ambientais, só serão identificadas com a contribuição dessas ciências. No entanto, a educação ambiental não pode ser confundida com elas. Assim, educação ambiental não é ecologia, mas utilizará os conhecimentos ecológicos sempre que for preciso. 
É impossível mudar a realidade sem conhecê-la objetivamente. Dessa forma, o desenvolvimento de um processo de educação ambiental implica que se realize logo de início um diagnóstico situacional, a partir do qual deverão ser estabelecidos os objetivos educativos a serem alcançados. 
Não se trata apenas de entender e atuar sobre a problemática ecológica e na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas como ocorreu, historicamente, até a década de 1970. Trata-se, isso sim, de estabelecer relação de causa e efeito dos processos de degradação com a dinâmica dos sistemas sociais.
A Ecologia, desde seu surgimento, só se ocupou do equilíbrio entre osecossistemas, do meio ambiente natural e do estudo das relações entre os seres vivos e não vivos, sem estabelecer relação entre esses e o sistema socioeconômico. Embora reconhecesse os resultados da ação antrópica, havia a preocupação com os efeitos, mas não com os fatores que o causaram, nem com a identificação de estratégias para mudança, prevalecendo, portanto, uma visão extremamente reducionista. 
A educação conservacionista, ideia que antecedeu à educação ambiental, tem como foco o manejo dos recursos naturais. Seu conteúdo baseia-se nas ciências biológicas e na crença de que a tecnologia tem potencial para solucionar os problemas aí gerados, indicando como causas a falta de conhecimento e de comportamento adequados. Ela persiste e até hoje é utilizada por alguns educadores para desenvolver atividades pontuais. 
Aos poucos, foi ficando claro que a Ecologia por si só não dá conta de reverter, de impedir ou de minimizar os agravos ambientais, os quais dependem de formação ou mudanças de valores individuais e sociais, que devem expressar-se em ações que levem à transformação da sociedade por meio da educação da população. 
A educação ambiental, por conseguinte, utiliza subsídios da Ecologia e de diferentes áreas como Geografia, História, Psicologia, Sociologia, entre outras, mas tem como base a Educação e a Pedagogia na identificação dos métodos de trabalho. 
Essa visão contextualizadora vem superar a fragmentação do conhecimento decorrente das especialidades que tiveram origem no pensamento de Descartes e Bacon. 
Para terminar nosso assunto de hoje, leia o texto de Terossi e Santana (2010).
Conclusão.
A Educação Ambiental não deve ser apontada como a solução para todos os problemas ambientais, como se a esperança atribuída à educação, por si só, fosse capaz de proporcionar transformações na sociedade, como uma “panaceia” (SANTANA, 2005). A EA deve ser entendida como uma das possibilidades importantes entre as diversas outras existentes na sociedade (Terossi e Santana, 2010).
Percebemos também que, para pregar a educação ambiental e praticá-la, não nos basta conhecer ecologia, mas também reconhecer o que é educação.
Atividade proposta.
Explique o porquê da importância do aspecto ético na educação ambiental para a formação do cidadão.
A importância do aspecto ético nas atividades de educação ambiental para a formação do cidadão é necessária devido ao processo de construção de uma sociedade sustentável, onde podemos apontar alguns valores ambientalmente desejáveis identificados no “Tratado de educação global para sociedades sustentáveis e responsabilidade global”, apresentado na ECO-92 pela sociedade civil, tais como: o respeito e a valorização da biodiversidade; a valorização da comunidade de seres vivos de maneira ampla, incluindo os seres humanos, seus aspectos naturais e culturais; o desenvolvimento de valores como a responsabilidade, solidariedade, cooperação e diálogo, promovendo a participação de todos na construção de uma vida participativa.
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AULA 09 – O papel da escola frente ao meio ambiente.
A crescente preocupação com o meio ambiente, e o desenvolvimento de ações voltadas para a sua proteção e recuperação, tem levado à necessidade da atuação cada vez maior de profissionais de diferentes áreas (Mota, 2008).
Segundo Barcelos (1991 apud Motta, 2008), a conscientização dos processos interativos homem e ambiente em um país de dimensão continental, das diferenças sociais e principalmente culturais como as do Brasil, representa um processo lento de realização e da necessidade de formação de profissionais com preparação multidisciplinar.
Isso ocorre na escola. Desde nossa entrada no ambiente escolar temos contato com as várias possibilidades de caminhos que podemos seguir pelo mundo afora.
A escola também é nossa orientação em saúde e bem-estar no meio que vivemos e não somente representa a aquisição de conteúdos didáticos.
Que tal começarmos, a partir de agora, a ver a escola como promotora da efetividade da vida inserida no meio ambiente?
Enquanto a medicina preocupa-se de maneira geral com a saúde do indivíduo, a saúde pública tem como meta lidar com a saúde coletiva ou das populações.
A vida no planeta é altamente organizada e obedece a um espectro biológico.
Do mais simples ao mais complexo, e de forma bastante significativa, temos:
- Nessa escala hierárquica os organismos representariam as unidades com maior nível de organização.
- Mas os organismos não vivem sós, pois necessitam uns dos outros e em conjunto compõem uma população.
- Populações de diferentes espécies se inter-relacionam e formam as comunidades.  
- Estas, porém, não estão livres no espaço, pois ocupam um lugar representado pelo ambiente.
Quando se estudam as inter-relações do ambiente com as comunidades, e vice-versa, reporta-se ao ecossistema.
Uma vez mais no globo terrestre, os ecossistemas não estão isolados, pois uns se relacionam e até mesmo trocam materiais com os outros.
Não é difícil acreditar que a Terra é coberta por um mosaico de ecossistemas.
O somatório de todos os ecossistemas que envolvem o planeta constitui o conceito de biosfera.
Esta nada mais é que os espaços no ambiente terrestre nos quais a vida é possível (Natal, 2009).
A saúde pública é bastante antropocêntrica, pois se preocupa com a condição humana. Assim considerando, contentar-se com uma abordagem focada na população humana e concluir que isso é suficiente, e que não necessitaria de uma visão mais complexa, seria comprometedor.
Mesmo que a preocupação central seja a saúde humana, no relacionamento desta espécie com outras (conceito de comunidade) podem surgir muitos agravos, como zoonoses, parasitoses, doenças transmitidas por vetores, acidentes com animais peçonhentos, entre outros.
Quando o homem e outras espécies se relacionam com o ambiente (conceito de ecossistema), uma série de fatores pode atuar como determinante da saúde ou da doença como o clima, topografia, posição geográfica, insolação, terremotos, furacões, entre outros.
Até mesmo uma preocupação geral com a biosfera torna-se cada vez mais importante, à medida que se compreende que o homem como gerador de poluição e de outras agressões pode provocar mudanças na paisagem superficial terrestre (Natal, 2009).
Mas, o que é epidemiologia?
Segundo o mesmo autor, o leigo compreende que epidemiologia é o estudo das epidemias.
Em certa extensão, esse entendimento decorrente da interpretação errônea da etimologia, estaria correto, pois de fato essa ciência também trabalha com as epidemias.
Porém, a epidemiologia é mais abrangente. Pode-se muito bem abordar agravos não epidêmicos pela óptica epidemiológica.
Além do mais, na epidemiologia não se investigam apenas os efeitos representados pelas doenças, mas volta-se à busca ou definição de seus determinantes.
O desdobramento dos componentes da palavra, derivados do grego (epi-demio-logia), esclarece melhor o conceito:
• Epi significa sobre (entende-se a ocorrência de algum processo sobre a população).
• Demio corresponde à população afetada por algum processo mórbido, e o último radical significa estudo.
Nesse sentido, epidemiologia seria o estudo de algum processo que ocorre sobre a população. Este processo pode ser interpretado como as doenças que incidem ou como fatores determinantes que agem.
Na educação ambiental, discutimos a importância da Epidemiologia vista como disciplina que debate o processo de geração da doença por meio da atuação de fatores.
Observa-se a infinidade de novos fatores que estão somando-se aos antigos aos quais o homem moderno está exposto.
Depreende-se que, dada a capacidade criativa ou imaginativa do homem, com o avanço científico e tecnológico, as ações humanas muitas vezes impactam inadvertidamente o ambiente.
Grande parte dos fatores ambientais que afetam a saúde humana é de natureza antrópica, ou seja, é desencadeada pelo próprio homem (Natal, Taipe-Lagos e Rosa, 2009).
Segundo os mesmosautores, destaca-se no contexto a importância da Epidemiologia Ambiental cuja ênfase está na discussão dos fatores do meio que atuam na geração de doenças.
Se grande parte desses fatores é potencializado pela ação ou pelo comportamento humano, então a educação ambiental, com base no conhecimento gerado pelos estudos epidemiológicos, poderá priorizar a conquista de comportamentos saudáveis, protetores da saúde e, ao mesmo tempo, atuar na reversão de comportamentos de risco.
Portanto, a educação ambiental necessita da Epidemiologia como base científica multidisciplinar para auxiliá-la na interpretação de fatores determinantes que agravam a qualidade de vida humana.
Para conhecermos um pouco da discussão da escola como promotora de preservação ambiental e da saúde, vamos ler o texto de Pelicioni (2009):
O movimento município/cidade saudável não pode prescindir da participação das instituições educativas, reconhecidos espaços de mobilização da comunidade para atingir os objetivos a que se propõe realizar. A promoção da saúde no âmbito escolar parte de uma visão integral e multidisciplinar do ser humano, que considera as pessoas em seu contexto familiar, comunitário e social. Procura desenvolver conhecimentos, habilidades e destrezas para o cuidado com a saúde e a prevenção das condutas de risco em todas as oportunidades educativas. Fomenta uma análise crítica e reflexiva sobre os valores, condutas, condições sociais e estilos de vida, buscando fortalecer tudo aquilo que contribui para a melhoria da saúde, da qualidade ambiental e do desenvolvimento humano. Facilita a participação de todos os integrantes da comunidade educativa na tomada de decisões, colabora na promoção de relações socialmente igualitárias entre as pessoas, na construção da cidadania e democracia, e reforça a solidariedade, o espírito de comunidade e os direitos humanos.
Durante algum tempo, a educação na escola centrou sua ação nas individualidades, tentando mudar comportamentos e atitudes sem, muitas vezes, levar em conta as inúmeras influências provenientes da realidade socioeconômica, política e cultural na qual as crianças estavam inseridas.
É necessário compreender a variedade de fatores que podem afetar a saúde, o meio ambiente e, consequentemente, a qualidade de vida das pessoas. Essas devem ser as bases para que a educação e a promoção da saúde sejam colocadas em prática (Ministério da Educação, 1995).
O princípio da OMS (Organização Mundial da Saúde) de pensar globalmente e agir localmente passou também a adequar-se à escola promotora da saúde, levando à adoção de ações necessárias para a promoção da saúde no ambiente escolar e ações de proteção, conservação e recuperação do meio ambiente que a circunda, ou seja, do bairro, da comunidade, da cidade em que está localizada.
A motivação das crianças e jovens pelos temas ambientais tem se mostrado importante para que o conceito de escola saudável seja implementado, incluindo o geral e não tratando a saúde como uma questão unicamente individual, mas como resultante de um meio ambiente saudável, nos seus aspectos biofísicos e sociais.
Cada vez mais tem sido aceito que crianças saudáveis aprendem melhor e que professores saudáveis ensinam melhor.
No entanto, a escola promotora da saúde não pode ser vista apenas como um sistema eficiente do ponto de vista educacional, mas também como uma comunidade humana que se preocupa com a saúde de todos os seus membros: professores, alunos e pessoal não docente, incluindo aí todos os que se relacionam com a comunidade escolar e com a qualidade do meio em que vivem. Dessa forma, todas as escolas podem potencialmente promover a saúde e a proteção do meio ambiente.
A escola saudável deve então ser entendida como um espaço vital gerador de autonomia, participação, crítica e criatividade, para que o escolar tenha a possibilidade de desenvolver suas potencialidades físicas, psíquicas, cognitivas e sociais (WHOE, 1995).
Mediante a criação de condições adequadas para a construção do conhecimento, recreação, convivência e segurança e apoiada pela participação da comunidade educativa, poderá favorecer a adoção de estilos de vida saudáveis e condutas de proteção ao meio ambiente, mas, além disso, deve principalmente contribuir para a formação de cidadãos críticos e aptos para lutar pela transformação da sociedade e pela melhoria das condições de vida de todos (Pressione e Torres, 1999).
A ideia de uma escola promotora de saúde é o reconhecimento implícito de que a educação em saúde e a educação ambiental não se fazem somente por meio do currículo explícito, partem do programa escolar, mas com ações pedagógicas, de prevenção e promoção da saúde e de conservação do meio ambiente dirigidas à comunidade, bem como pelo apoio mútuo entre escola, famílias e comunidade com base no conceito ampliado de educação.
No entanto, se o que se ensina não tiver como base os valores e a prática diária das escolas ou da comunidade as mensagens enfraquecem, não alcançando seus objetivos.
Para se levar a proposta da escola promotora da saúde à frente, deve-se dar atenção à forma como se ensina e participa da vida da escola.
Teoricamente, as escolas promotoras da saúde são aquelas que contam com um edifício seguro e confortável, com água potável, instalações sanitárias adequadas e uma atmosfera psicológica positiva para aprendizagem; que possibilitam um desenvolvimento humano saudável estimula relações humanas construtivas e harmônicas e promovem atitudes positivas, conducentes à saúde. Na prática, entretanto, nem sempre isso ocorre.
Uma parte significativa da função dessas escolas é oferecer conhecimentos e destrezas que promovam o cuidado da própria saúde e ajudem a prevenir comportamentos de risco que impeçam a degradação ambiental.
Esse enfoque facilita o trabalho conjunto de todos os integrantes da comunidade educativa, unidos sob um denominador comum: melhorar a saúde e a qualidade de vida das gerações atuais e futuras.
As escolas não podem ser mudadas da noite para o dia, mas é preciso ser constante no trabalho empreendido. As pequenas mudanças vão se somando e, aos poucos, se transformando em grandes mudanças.
A aquisição de conteúdos relativos à saúde e ao meio ambiente, o ensino de procedimentos e a formação de valores essenciais para preparar os alunos para a tomada de decisões racionais e efetivas para a manutenção de uma vida saudável.
Assim, é necessário não apenas oferecer informações verdadeiras, atuais e confiáveis, mas promover um processo de assimilação dessas informações.
Qualquer conhecimento será mais facilmente incorporado se for resultado de discussões sobre questões solucionadas pelos próprios estudantes e sobre as ações por eles sugeridas.
Isso vai permitir que os alunos passem a se responsabilizar e a viver essa experiência.
Por essa razão, é preciso enfatizar os enfoques de ensino que se baseiem na participação dos estudantes como sujeitos ativos da sua aprendizagem, requisito imprescindível para a construção de conhecimentos.
A informação por si só não leva as pessoas a adotar estilos de vida saudáveis, a lutar por melhores condições ambientais e de vida, ou a modificar práticas que conduzam à doença.
A informação é um aspecto imprescindível da educação, porém deve permitir a promoção de aprendizagens significativas para que funcione.
O desafio da educação é propiciar bases para compreensão da realidade a fim de poder transformá-la. Assim sendo, a escola é um espaço de ensino-aprendizagem, convivência e crescimento importante, no qual se adquirem valores vitais fundamentais.
É o lugar ideal para desenvolver programas de promoção e educação em saúde e de educação ambiental, de amplo alcance e repercussão, já que exerce grande influência sobre as crianças e adolescentes nas etapas formativas mais importantes de sua vida.
É nas idades pré-escolar e escolar que as crianças adquirem as bases de seu comportamento e conhecimento, o senso de responsabilidade e a capacidade de observar, pensar e agir.
A implementação da saúdepública, utilizando o método epidemiológico sob a ótica de uma abordagem ecossistêmica, pode ser colocada como um desafio a todos que pretendem amenizar os problemas relativos às doenças, contribuindo para o estabelecimento de um ambiente mais saudável e uma melhor qualidade de vida (Natal, 2009). Isso se inicia na escola.
Cada escola é uma combinação particular de elementos físicos, culturais, emocionais e sociais que lhe outorgam um caráter especial e que definem o processo ensino-aprendizagem a ser desenvolvido, determinando a qualidade da educação que se pretende (Pelicioni e Torres, 1999).
Desse modo, a promoção da saúde no âmbito escolar é uma prioridade impostergável.
Assegurar o direito à saúde, ao meio ambiente saudável e à educação na infância é responsabilidade de todos.
Cada sociedade deve investir de forma a gerar, por meio da capacidade criadora e produtiva dos jovens, um futuro social e humano sustentável (Pelicioni, 2009).
Atividade proposta.
A saúde pública é bastante antropocêntrica. Por quê?
Ela preocupa-se com a condição humana. Assim considerando, contentar-se com uma abordagem focada na população humana, e concluir que isso é suficiente e que não necessitaria de uma visão mais complexa, seria comprometedor.
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Aula 10 – Tópico especial em Educação Ambiental.
Introdução.
A pobreza é definida como a incapacidade de satisfazer as necessidades econômicas básicas. De acordo com um estudo do Banco Mundial, realizado em 2002, metade da população mundial está tentando sobreviver com menos de US$ 2 por dia e um quinto dela está lutando para sobreviver com uma renda aproximada de US$ 1 por dia. Milhões de pessoas nos países em desenvolvimento não possuem moradia e frequentemente têm de dormir nas ruas (Miller Junior, 2007).
Segundo o mesmo autor, a pobreza tem vários efeitos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente e tem sido identificada como uma das cinco maiores causas dos problemas ambientais que enfrentamos. 
De acordo com a maioria dos economistas neoclássicos, uma economia crescente pode ajudar os pobres ao criar mais empregos, permitindo que mais da riqueza gerada pelo crescimento econômico chegue às mãos dos trabalhadores e provê mais receita fiscal que pode ser usada para ajudar os pobres a sua condição.
Poluição.
Para entendermos os conceitos sobre poluição, vamos acompanhar esse pequeno texto de Miller Junior (2007):
A poluição é qualquer acréscimo ao ar, à água, ao solo ou ao alimento que ameace a saúde, a sobrevivência ou as atividades de seres humanos ou de outros organismos vivos. 
Os poluentes podem entrar no meio ambiente de forma natural (erupções vulcânicas) ou por meio de atividades humanas (queima de carvão). 
A maior parte da poluição proveniente das atividades humanas ocorre em áreas urbanas e industriais ou perto delas, onde as fontes de poluição como carros e fábricas se concentram. A agricultura industrializada também é uma grande fonte de poluição. 
Alguns poluentes contaminam a área onde são produzidos e outros são transportados pelo vento ou pela água corrente para outras áreas.
Poluentes.
Poluentes são substâncias químicas encontradas no meio ambiente em níveis altos o suficiente para fazer mal às pessoas ou a outros organismos.
Os poluentes que produzimos vêm de dois tipos de fontes:
- Fontes pontuais de poluentes são fontes únicas e identificáveis. Entre os exemplos estão as chaminés de uma usina de queima de carvão ou de uma indústria, o cano de esgoto de uma fábrica ou o escapamento de um automóvel.
- Fontes não-pontuais de poluentes estão dispersas e, com frequência, são difíceis de identificar. Entre os exemplos estão os pesticidas pulverizados no ar ou levados pelo vento até a atmosfera e o derramamento em córregos e lagos de fertilizantes e pesticidas utilizados em fazendas, gramados e jardins.
É muito mais fácil e barato controlar a poluição de fontes pontuais do que de fontes não pontuais amplamente dispersas.
Os poluentes podem ter três tipos de efeitos indesejados:
- Perturbar ou degradar os sistemas de suporte à vida para os seres humanos e outras espécies. 
- Causar danos à vida selvagem, à saúde humana e à propriedade. 
- Criar incômodos como ruídos e odores, sabores e visões desagradáveis.  
Podemos tentar evitar a produção de poluentes ou limpá-los após terem sido produzidos. Utilizamos duas abordagens básicas para lidar com a poluição: 
- A prevenção da poluição ou controle de entrada da poluição, que reduz ou elimina a produção de poluentes.
- A limpeza da poluição ou controle de saída da poluição, que envolve a limpeza ou diluição dos poluentes após terem sido gerados. 
Os cientistas ambientais identificaram três problemas relacionados principalmente à limpeza da poluição:
- Primeiro, trata-se apenas de um curativo temporário, caso os níveis de população e consumo crescerem sem as melhorias tecnológicas para controle da poluição. Por exemplo, o acréscimo de catalisadores aos sistemas de escapamento de veículos reduziu algumas formas de poluição do ar. Ao mesmo tempo, o aumento do número de carros e da distância total que percorrem reduziu a eficácia dessa abordagem de limpeza.
- Segundo, a limpeza frequentemente retira um poluente de uma parte do meio ambiente, mas causa poluição a outra. Por exemplo, podemos coletar lixo, mas a seguir ele é queimado (podendo causar poluição do ar e deixando cinza tóxica que deve ser colocada em algum lugar), despejado em córregos, lagos e oceanos (podendo causar poluição da água) ou enterrado (podendo causar poluição do solo e das águas subterrâneas).
- Terceiro, uma vez que os poluentes se dispersam no meio ambiente em níveis nocivos, fica caro demais reduzi-los a níveis aceitáveis. A prevenção da poluição (início do processo) e a limpeza da poluição (fim do processo) são necessárias. Os cientistas ambientais e alguns economistas recomendam que coloquemos mais ênfase na prevenção, pois ela funciona melhor e é mais barata que a limpeza.  
Controle ambiental de resíduo (texto de Tenório e Espinosa, 2004).
Em linhas gerais, na cadeia alimentar o ciclo de vida está fechado, ou seja, a transmissão de matéria e de energia passa de um nível para outro de forma harmônica e, teoricamente, sem perdas. 
Aparentemente, o homem seria o único agente gerador de resíduos causados pelos padrões de consumo da sociedade atual. Ora, essa formulação é bastante simplista, mas serve como ponto de partida para uma pequena reflexão.
Na verdade, o conceito de cadeia alimentar não é tão fechado nem tão perfeitamente sustentável assim. O que efetivamente acontece é que, mesmo em espécies mais simples, ocorrem perdas e geração de resíduos e esses não seriam contabilizados. Portanto, o sistema não é tão perfeito quanto se imaginaria no início. 
Verifica-se que esses eventuais desequilíbrios são sempre muito pequenos, uma vez que as populações são quase sempre pequenas. Muitas vezes, fenômenos naturais localizados são suficientes para desfazer a harmonia local, causando mudanças nos ciclos e nas cadeias alimentares. Entretanto, em muitos casos, o sistema tem mecanismos para estabilizar o eventual desequilíbrio local a médio e longo prazos. 
Desse modo, o ser humano não é o único agente causador de desequilíbrio localizado. Contudo, o homem tem uma capacidade que o torna único dentro desse quadro, uma vez que é capaz de transformar em larga escala os materiais e tornar estáveis substâncias e produtos. O homem coloca produtos em formas que o meio naturalmente não conhece e não tem capacidade de absorção nem mesmo em longo prazo.
Ainda assim, o homem não seria capaz de gerar uma instabilidade tão grande a ponto de comprometer sua existência, mas a capacidade do homem de efetivamente transformar a matéria-prima natural, por meio de processos de larga escala, não deve ser desprezada.
O agravamento só fica claro quando se une a essa capacidade o fenômeno do crescimento populacional observado nas últimas gerações.Adicione, ainda, o fato de o crescimento da população ter ficado concentrado principalmente nas cidades. Portanto, os problemas associados ao crescimento da população ficam restritos a pequenas regiões.
Consumo – crescimento sustentável.
Os progressos da humanidade aumentaram a qualidade e a duração da vida. A contrapartida é um padrão de consumo que demanda matérias-primas, o que de certa forma pode comprometer a qualidade de vida das gerações futuras. 
Esse compromisso com as gerações futuras é o princípio do que se denomina crescimento sustentável. Assim, espera-se que esta geração e as futuras usem a capacidade que o homem possui de transformar as matérias, porém de forma sustentável.
Resíduo e lixo.
Os conceitos de resíduos e lixo são bastante próximos e, muitas vezes, entende-se que ambos sejam sinônimos. Em um dicionário da língua portuguesa encontram-se:
Resíduos - Remanescente; aquilo que resta de qualquer substância; resto; o resíduo que sofreu alteração de qualquer agente exterior, por processos químicos, físicos etc.
Lixo - Aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua e se joga fora; entulho; tudo o que não presta e se joga fora; sujidade, sujeira, imundice; coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor.
A semelhança está clara e é quase impossível perceber as diferenças, segundo esses conceitos. Todavia, do ponto de vista ambiental, existem três grandes diferenças de poluição: a poluição atmosférica, a contaminação das águas e os resíduos sólidos. Assim, as palavras resíduo e sólido possuem um significado técnico, específico e definido por norma técnica.  
Segundo a NBR 10004/1987, define-se resíduo sólido como:
Resíduos no estado sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade, de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. 
Consideram também resíduos sólidos os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como de determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.
Destaca-se que a norma classifica resíduos no estado líquido como resíduos sólidos, o que é bem compreensível quando se pensa na divisão da poluição em três categorias. 
O conceito de resíduo tem sempre embutido o aspecto de serventia e de valor econômico para seu possuidor.
Para uma determinada pessoa a embalagem passa a perder seu valor a partir do momento que seu conteúdo foi totalmente consumido, passando a ser um resíduo ou um problema para seu possuidor. Por outro lado, esse problema ou resíduo pode ter valor para um terceiro.
Limpeza pública.
Segundo a Constituição Federal de 1988, no artigo 30, cabe ao poder público local a competência pelos serviços de limpeza pública, incluindo-se a coleta e a destinação dos resíduos sólidos urbanos.
Portanto, cabe ao município legislar, gerenciar e definir o sistema de saneamento básico local, bem como a instituição e arrecadação de tributos de sua competência. Além disso, segundo o artigo 182 da Constituição Federal, o município deve estabelecer as políticas de desenvolvimento urbano, ordenando o pleno desenvolvimento das funções sociais e garantindo o bem-estar de seus habitantes.
A taxa de limpeza pública é um instrumento legal que estabelece o suporte financeiro para a execução dessas metas. A Constituição Federal, no artigo 145, inciso II, estabelece as taxas como forma de tributo possível para a execução de serviços públicos prestados ou postos a disposição do contribuinte. A taxa de limpeza pública normalmente está vinculada ao imposto territorial, que tem como base de cálculo a área da edificação.
Em grande parte dos municípios brasileiros, os recursos oriundos da taxa de limpeza pública não cobrem as despesas necessárias à prestação do serviço. Assim, o restante dos recursos necessários deve vir de outras fontes de arrecadação. 
Fica claro que a gestão de serviços de limpeza pública está, de maneira intransferível, a cargo de órgãos públicos, cabendo a estes a opção de executar os serviços diretamente ou terceirizá-los em contratos específicos.
Durante muitos anos o descarte de resíduos em aterros sanitários foi o único procedimento adotado. Mesmo a incineração era vista apenas como um método de redução de volume dos resíduos, com a única função de aumentar a capacidade desses aterros.
O descarte indiscriminado de resíduos tóxicos por anos seguidos provocou episódios lamentáveis do ponto de vista ambiental. Um dos casos mais conhecidos é o de Love Canal, nos Estados Unidos, que ficou marcado como um símbolo de contaminação ambiental por resíduos tóxicos.
A região de Love Canal foi usada na década de 40, principalmente pela Hoover Chemical Co., como local para o descarte indiscriminado de resíduos industriais perigosos. A partir da década de 1960, o local onde estava localizado o antigo depósito começou a ser urbanizado, com a construção de centenas de casas na comunidade.
Na década de 1970, um odor forte começou a assolar a região. Esse odor causava náuseas e ardência nos olhos dos moradores. Pesquisas na região mostraram que pelo menos centenas de tipos de enfermidades atacavam os moradores daquela comunidade, principalmente as crianças. A dioxina foi identificada como o principal contaminador. 
A United States Environmental Protection Agency (USEPA) condenou a região para fins habitacionais e até hoje ela passa por um processo de descontaminação.
Isso levou à revisão da política de descartes de resíduos em aterros, com um aumento rigoroso na classificação do tipo de resíduo que pode ser descartado diretamente.
A incineração também não apresenta uma solução definitiva, já que os resíduos tratados por este método sofrem, principalmente, uma redução de volume pela destruição da parte orgânica e evaporação da água. 
Além disso, há a geração de cinzas no processo, que representa a parte inorgânica do resíduo formada basicamente por metais. Esses são oxidados durante a combustão formando um resíduo que, de uma forma geral, deve ser descartado com cuidado, pois houve a concentração de elementos antes diluídos.
Grupos ambientais principais e populares.
Os grupos ambientais monitoram as atividades ambientais, trabalham para aprovar e fortalecer leis ambientais e trabalhar com as corporações a fim de encontrar soluções para os problemas ambientais.
A liderança da conservação global e do movimento ambiental consiste em mais de 100 mil ONGs sem fins lucrativos, que trabalham nos níveis local, estadual, nacional e internacional – provenientes de cerca de dois mil grupos existentes desde 1970. A influência crescente dessas organizações é uma das mudanças mais importantes relacionadas a decisões e políticas ambientais.
As ONGs vão desde grupos populares, que têm apenas alguns membros, a organizações globais, como o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), com cinco milhões de membros e escritórios em 48 países. Outros grupos internacionais com grande quantidade de membros incluem o Green Peace, World Wildlife Fund, a Nature Conservancy, o Grameen Bank e o Conservation International.
Nos Estados Unidos, mais de oito milhões de cidadãos pertencem a mais de 30 mil ONGs que lidam com os problemas ambientais. Elas vão de pequenos grupos populares a grandes grupos que recebem pesados investimentos, constituídos por experientes advogados, cientistas e economistas.
Os grandes grupos tornaram-se poderosas e importantes forças dentro do sistema político. Eles persuadiram o Congresso dos EUA a aprovar, fortalecer leis ambientais e a trabalhar para lutar contra as tentativas de enfraquecer ou banir tais leis. 
Algumas indústrias e grupos ambientais estão trabalhando juntos para encontrar soluções para os problemas relacionados ao meio ambiente. Por exemplo, o Envirommental Defense eliminar as embalagens plásticas dos hambúrgueres e com a GeneralMotors para banir os carros poluentes das estradas.
A base do movimento ambiental nos Estados Unidos e ao redor do mundo é constituída por milhares de grupos de cidadãos comuns organizados para melhorar a qualidade ambiental, geralmente nas áreas próximas. De acordo com o analista político Konrad von Moltke, “não há nenhum governo no mundo que teria feito alguma coisa pelo meio ambiente se não fosse pelos grupos de cidadãos”.
Uma rede mundial de ONGs populares conectadas e trabalhando em conjunto por mudanças políticas, sociais e econômicas, de baixo para cima, pode ser vista como um movimento de sustentabilidade global emergente com bases nos cidadãos.
A internet está informando e conectando uma comunidade global de cidadãos na medida em que as pessoas começam a colaborar para atingir a mudança ambiental, social e econômica. 
O controle de cima para baixo, feito por corporações e governos, está enfraquecendo. Segundo o educador ambiental David W. Orr, “não é possível organizar nossos negócios durante muito tempo em torno da ganância, ilusão e inimizade”.
Esses grupos trabalharam com indivíduos e comunidades para se opor a projetos prejudiciais como aterros, incineradores de resíduos, acúmulo de resíduos nucleares, desmatamento de florestas, poluição gerada por fábricas, refinarias e uma variedade de projetos de desenvolvimento. Eles também tomaram medidas contra a injustiça ambiental.
Alguns grupos ambientais populares usam táticas não violentas e não destrutivas como marchas de protesto, moradia em árvores e outros meios, a fim de gerar publicidade para ajudar a educar e influenciar a população para que se oponha a várias atividades que prejudicam o meio ambiente. 
Muito mais controversos são os grupos ambientais militantes, que usam meios violentos para atingir seus objetivos. 
A maioria dos ambientalistas se opõe a estas ações.
Os grupos populares formaram trustes de terra e outras organizações locais para salvar do desenvolvimento áreas úmidas, florestas, terras cultivadas e de criação de animais, assim como ajudaram a recuperar florestas, rios degradados e áreas úmidas.
Gestão ambiental.
Em seus primórdios, o setor produtivo considerava a questão ambiental como um fator de incremento de custos. Não imputava a devida importância e se limitava a adotar as medidas necessárias para não incorrer em multas pelo não cumprimento da legislação ambiental. Somente os departamentos de marketing percebiam a questão como uma grande oportunidade para a empresa (Lima Barata, 2005).
Os acidentes ambientais ocorridos nas últimas décadas com empresas do setor químico foram notabilizados publicamente por alguns exemplos: a explosão química na Hoffman-LaRoche, em Seveso (Itália, 1976); o vazamento de pesticidas em Bhopal (Índia), pela Union Carbide (1984), e o vazamento de óleo no Alaska, pela Exxon (1989), implicaram na necessidade de pagamento de elevadas indenizações e em uma má imagem para o setor que apresentou baixo índice de aceitação pública em 1989, conforme o mesmo autor afirma.
Segundo ainda Lima Barata (2005), com a ocorrência dos acidentes ambientais, os setores de maior potencial poluidor ficaram com sua imagem abalada junto à sociedade dos países desenvolvidos e afetados. 
Acabaram sendo pressionados por empresas, seguradoras, legislações mais restritivas, investidores e acionistas a adotar medidas que resultassem em maior controle sobre os potenciais riscos de degradação ambiental em todo o seu segmento produtivo instalado pelo mundo. As auditorias ambientais foram inicialmente adotadas com este propósito.
Em um segundo momento, segmentos empresariais dos setores cuja imagem fora mais abalada incorporaram e integraram o conceito de gestão ambiental em todos os níveis de gestão nas respectivas empresas. A incorporação da variável ambiental na sua gestão é acompanhada de estímulo a que este seja um fator de incremento de competitividade para estas empresas, mas isto só ocorrerá se este for um diferencial solicitado pelo cliente ou se os regulamentos referentes à variável em questão tiverem um rigor capaz de impedir a atuação de empresas que não os atendam ou se possibilitar redução nos custos da empresa e, consequentemente, dos preços de seus produtos (Lima Barata, 2005).
Segundo Porter (1991, apud Lima Barata, 2005), a vantagem competitiva da empresa pode ser alcançada mediante liderança em custo ou estratégia de diferenciação. 
Assim, ao integrar os aspectos da qualidade total do seu processo produtivo, a empresa permite que o gerenciamento ambiental torne-se parte da estratégia da corporação, onde os ganhos obtidos nos processos produtivos e na qualidade dos produtos, resultantes da inserção da variável ambiental no sistema de gestão da empresa, podem trazer vantagem competitiva que compense o maior custo financeiro.
Para finalizar a questão da gestão ambiental, Lima Barata (2005) coloca que a vantagem competitiva das empresas “ambientalmente corretas” é alcançada na medida em que as empresas aplicam-se em conseguir que os consumidores/clientes de seus produtos demandem este elemento diferencial, através de um amplo trabalho de “marketing”, “brenchmarketing”, dentre outros e que atuem junto a entidades do governo, pesquisadores e a sociedade civil organizada, fomentando e auxiliando na criação de mecanismos e padrões para a obtenção de melhoria na qualidade do ambiente.
Conclusão.
Percebemos que a relação da sociedade com o meio na questão de poluição, incluindo os resíduos, é efetiva. A poluição é dos homens para os homens, pois nem todos os organismos possuem os mesmos índices de potabilidade de água e de qualidade de ar que os nossos. Muitos animais sobrevivem da interação com o nosso lixo e esgoto (exemplo disso são os muitos insetos e alguns mamíferos, como os ratos).
Basta notarmos a harmonia entre os processos da natureza e tentar não rompê-los ou alterá-los com nosso consumismo, superpovoamento e ganância em explorar os recursos naturais.

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