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Teníase e Cisticercose Profª Giovanna Platelmintos São achatados. Hermafroditas Corpo segmentado em anéis denominados proglotes. Não possuem sistema digestório. Os cestódeos mais frequentemente encontrados em humanos pertencem à família Taenidae, na qual são destacadas Taenia solium e Taenia saginata. Popularmente conhecidas como solitárias. Teníase e Cisticercose Complexo teníase-cisticercose: conjunto de alterações patológicas causadas pelas formas adultas e larvares dos hospedeiros. Sério problema de saúde pública Prejuízos econômicos em áreas de produção de gado. Teníase e Cisticercose São duas entidades distintas. Causadas pela mesma espécie, porém em fases de vida diferentes. A teníase é causada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da T. saginata no intestino delgado do hospedeiro definitivo, os humanos. A cisticercose é provocada pela presença da larva (canjiquinha) nos tecidos de hospedeiros intermediários, suínos e bovinos. Cisticercose Olho de porco Epidemiologia No Brasil, a cisticercose é endêmica, principalmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A letalidade gira em torno de 15%. Na população psiquiátrica a incidência de neurocisticercose é 5 vezes maior do que na população em geral. Proglotes Subdivididas em jovens, maduras e grávidas. Possuem individualidade reprodutiva. Possuem órgãos sexuais masculinos e femininos. Proglotes grávidas – são maiores, repletas de ovos. Se desprendem, sendo eliminadas nas fezes. Na T. saginata as proglotes se deslocam ativamente, podendo contaminar a roupa íntima do hospedeiro. ovos Esféricos, com casca protetora, que confere resistência ao ambiente. Internamente encontra-se o embrião hexacanto ou oncosfera. Ovos Habitat As tênias vivem no intestino delgado humano. O cisticerco da T. solium é encontrado no tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral e no olho de suínos e acidentalmente em humanos e cães. O cisticerco da T. saginata é encontrado nos tecidos dos bovinos. Ciclo Biológico Os humanos parasitados eliminam as proglotes grávidas cheias de ovos para o exterior. As proglotes se rompem no meio externo, liberando milhares de ovos no solo. Os ovos tem grande longevidade, mantendo-se infectantes por meses. Um hospedeiro intermediário próprio (suíno para T. solium e bovino para T. saginata) ingere os ovos, os embrióforos. Uma vez ativadas as oncosferas liberam-se do embrióforo. Ciclo biológico Penetram nas veias e são transportados a todos os órgãos e tecidos até atingirem o local de implantação. As oncosferas desenvolvem-se em cisticercos em qualquer tecido mole (pele, músculos esqueléticos e cardíacos, olhos, cérebro), mas preferem os músculos de maior movimentação e movimentação. No interior dos tecidos cada oncosfera transforma-se em um pequeno cisticerco. Ciclo Biológico A infecção humana ocorre pela ingestão de carne crua ou malcozida de porco ou boi infectados. O cisticerco ingerido fixa-se na mucosa do intestino delgado, transformando-se em tênia adulta, que pode atingir até 8 metros em alguns meses. 3 meses após a ingestão do cisticerco, inicia-se a eliminação de proglotes grávidas. Oncosfera se desenvolve em cisticerco no músculo do porco Ingestão de ovos embrionados ou proglotes grávidas Oncosfera liberada penetra na parede intestinal – circulação - musculatura Ingestão de ovos embrionados Escolex fixa-se no intestino Adultos no intestino delgado Estágio infectivo Estágio diagnóstico Ovos ou proglotes eliminados no meio ambiente Humanos infectados através de carne contaminada Cisticercose Liberação da oncosfera – penetração na parede intestinal – circulação – musculatura Cisticerco desenvolve- se em qualquer órgão: tecido subcutâneo, cérebro e olhos Transmissão Teníase: o hospedeiro definitivo (humanos) infecta-se ao ingerir carne suína ou bovina crua ou malcozida, infectada pelo cisticerco. A cisticercose humana é adquirida pela ingestão acidental de ovos viáveis da T. solium que foram eliminados nas fezes dos portadores de teníase. Patogenia Teníase Toxicidade alérgica Hemorragias pela fixação na mucosa Inflamações. Desnutrição Apetite excessivo Alargamento do abdômen Dores Perda de peso Obstrução intestinal Diagnóstico Pesquisa de proglotes nas fezes Neurocisticercose A cisticercose é a parasitose mais comum do sistema nervoso central e representa um grande problema de saúde pública na América Latina, China, Índia, África e sudeste da Ásia. No Brasil é uma causa muito comum de epilepsia, hidrocefalia. O homem pode ingerir os ovos através dos seguintes meios de transmissão: Ingestão de água e alimentos contaminados por ovos Manipulação de alimentos por pessoas portadoras de tênias Auto-infecção por via fecal-oral Neurocisticercose O embrião atinge o cérebro e após cerca de 2 meses transforma-se em cisticerco. O parasita está muito bem adaptado a essa forma de parasitismo e inclusive é capaz de inibir as reações imunológicas do hospedeiro. O cisticerco morre espontaneamente após um período variável de 2 a 5 anos. Há uma grande reação inflamatória e edema (inchação) no cérebro O cisticerco morto passa por um processo gradual de calcificação, tornando-se um grânulo calcificado que representa uma cicatriz. Esse grânulo calcificado permanece presente para o resto da vida do hospedeiro, caracterizando a forma calcificada da neurocisticercose. Neurocisticercose Nas formas parenquimatosas os cisticercos estão no interior do tecido cerebral. Os sintomas podem variar com a região do cérebro acometida. Os sintomas podem ser convulsões, fraqueza muscular de um lado do corpo, perda de parte do campo visual, alterações de sensibilidade, alterações de linguagem, de memória, de raciocínio e de equilíbrio. A arterite (inflamação das artérias), favorece a ocorrência de um infarto cerebral. A neurocisticercose é uma das principais causas de epilepsia no Brasil. Neurocisticercose Nas formas meníngeas ocorre uma meningite crônica (meningite cisticercótica) que se manifesta por cefaléia e sinais de irritação das meninges, como por exemplo a rigidez de nuca. A hidrocefalia (acúmulo do líquor) é outra complicação potencialmente grave. Nas localizações intraventriculares os cisticercos obstruem o fluxo do líquor de forma contínua ou intermitente causando hidrocefalia obstrutiva. Diagnóstico A radiografia de crânio pode mostrar cisticercos calcificados mas não mostra os cisticercos vivos. A tomografia computadorizada do crânio evidencia melhor as calcificações e é capaz de mostrar os cisticercos vivos e em degeneração, além da hidrocefalia. A ressonância nuclear magnética pode mostrar os cisticercos vivos com mais nitidez O exame de líquor é essencial para o diagnóstico da meningite cisticercótica. Profilaxia Impedir o contato dos animais com fezes humanas. Passível de erradicação Inspeção de carnes em frigoríficos Tratamento Teníase: Niclosamida Neurocisticercose: albendazol e Praziquantel Cirurgia
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