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1ª aula de Direito das Coisas
Diferença entre Direito das Coisas e direitos Reais:
	- Direito das Coisas: representa um complexo de normas que regulamenta as relações dominiais existentes entre a pessoa humana e coisas apropriáveis. Sendo que essas coisas não é humana. 
	- Direitos Reais: conjunto de categorias jurídicas relacionadas a propriedade, descritas inicialmente no art. 1.225, CC.
Obs. Existem livros com codinomes Direitos Reais ex: Silvio de Salvo Venosa, Caio Mario da Siva Pereira, Orlando Gomes. E também como Direito das Coisas ex: Silvio Rodrigues, Washington de Barros, Maria Helenas Diniz. 
Obs: preferimos a segunda opção pois o próprio Código Civil colo no livro correspondente em que são abordados a posse e os direitos reais.
- POSSE
	- Conceito
		- é o execicio, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes a propriedade (art. 1196 CC) ex: locatário. 
	- Teorias 
		1ª Subjetiva : idealizador (Friedrich Carl Von Savigny)
			- posse como o poder direto que a pessoa tem de dispor fisicamente de um bem com a intenção de te-lo para si e de defende-lo contra a intervenção ou agressão de quem quer que seja. Dividi-se em dois elementos (corpus: a posse é constituída pelo poder físico da coisa ou disponibilidade da coisa. Animus domini: a posse pode ser caracterizada pela intenção de ter a coisa para si, de exercer sobre ela o direito de propriedade. ( diante do segundo elemento para essa teoria, o locatário não é possuidor, pois não há qualquer possibilidade de se tornarem proprietário. A teoria subjetiva da posse somente ganha relevância na usucapião.
		2ª Objetiva: idealizador (Rodolfo Von Ihering)
			- para a constituição da posse basta que a pessoa disponha fisicamente da coisa. Esta corrente dispensa a intenção de ser dono , e sim apenas o elemento, o corpus, que é a intenção de explorar a coisa. (esta é a teoria adotada pela CC/2002)
- Detenção 
		- é aquela situação em que alguem conserva a posse em nome de outro e em cumprimento as suas ordens e instruções. Ex: caseiro e motorista. Comentar da primeira parte do art. 1.208, essas pessoas não podem invocar em nome próprio as ações possessórias.
	-Classificação da Posse
		- quanto a existência de vicio objetivo art. 1.200 do CC
			- 1ª Posse justa: é aquela não obtida de forma violenta, clandestina (na calada da noite, um movimento invade uma propriedade rural produtiva, que esta sendo utilizada pelo proprietário) ou precária (locatário de um bem móvel que não devolve o veiculo ao final do contrato).
			- 2ª Posse Injusta: apresenta os vícios, pois foi adquirida por meio de ato de violência, ato clandestino ou de precariedade.
					- posse violenta: é obtida por meio de esbulho, por força física ou violência moral. A doutrina tem costume de associa-la ao crime de roubo.
					- posse clandestina: é obtida as escondidas. Assemelha ao crime de furto.
					- posse precária: é obtida com abuso de confiança. Tem forma assemelhada ao crime de estelionato ou a apropriação indébita.
Obs: basta a presença de apenas um dos critérios acima para caracterizar a posse injusta.
Obs: a posse injusta cessa com aquisição da coisa.
Obs: a posse so e injusta em relação ao anterior dono.
Obs: esse possuidor não pode se beneficiar da usucapião
AULA 02
		- Quando a existência de vicio subjetivo art. 1.201 CC
			- 1ª Posse de boa-fé: o possuidor ignora os vícios ou os obstáculos que lhe impedem a aquisição da coisa ou quando possui o justo titulo que fundamente sua posse. (essa presunção ocorre quando o possuidor de boa-fé tem o justo titulo, que é aquele hábil a transferir, se proviesse do verdadeiro possuidor/dono)(ex: esse possuidor tem titulo falso da terra )
			- 2ª Posse de má-fé: o possuidor sabe do vicio que se encontra a coisa, mas mesmo assim pretende exercer o domínio sobre esta. (obs: o possuidor de má-fé terá direito também de ajuizar ação possessória para proteger de ataque de terceiros.)
Obs: a posse de boa-fé pode se transmudar em de má-fé, com a ciência do vicio. Ex: citação da reintegração de posse.
		- Quanto a presença de titulo
			- 1ª Posse com Titulo: há uma causa representativa da transmissão da posse, caso de um documento escrito. Ex: contrato de locação.
			- 2ª Posse sem Titulo: não há uma causa de representativa, da transmissão do domínio. Ex: alguém acha um tesouro, sem intenção.
		- Quanto ao tempo:
			- 1ª Posse nova: é a que conta com menos de um ano e um dia, ou seja, ate um ano.
			- 2ª Posse velha: é a que conta com pelo menos um ano e um dia, ou seja, mais de um ano. 
Obs: essas classificações so terão fundamento na parte processual relativos as ações possessórias conforme enuncia o art. 924 do CPC, so poderão utilizar os procedimentos de manutenção de posse e reeintegração de posse aqueles que intentarem dentro do prazo menor de um ano e dia nos casos da turbação e do esbulho.
		- Efeitos da posse art. 1.210 a 1.222 CC
			- são direitos ou obrigações do possuidor que tiver perdido a posse:
				- a) indenização por benfeitorias
					- boa-fé: possuidor será indenizado pelas benfeitorias necessárias e uteis (valor atual); e poderá levantar a voluptuárias.
					- má-fé: possuidor só será ressarcido pelas benfeitorias necessárias.
				-b) direito de retenção da coisa enquanto não indenizado por benfeitorias: só o possuidor de boa-fé tem esse direito, ate ser indenizado.
 				-c) direitos aos frutos
					- boa-fé: possuidor tem direito aos frutos percebidos no momento certo, enquanto de boa-fé
					- má-fé: possuidor indenizará os frutos percebidos e os que deixou de perceber por sua culpa; mas tem direito as despesas de produção.
				-d) responsabilidade por deterioração da coisa: possuidor de boa-fé não responde; mas o de má-fé sim, salvo se demonstrar que o fato ocorreria de qualquer maneira.
				- e) direito a usucapião: a posse por usucapião deve ser mansa, pacífica, duradoura por lapso temporal previsto em lei, ininterrupta e com intenção de dono, alem disso deve ter os requisitos do justo titulo e da boa-fé.
				-f) direito a proteção possessória: a poderão ser defendidas por ações possessórias. Ex: tanto o locador como o locatário podem defender a posse de turbação ou de esbulho praticado por terceiros.
QUESTAO
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA
DETENÇÃO É O EXERCICIO, EM NOME PROPRIO, DE PODERES INERENTES A PROPRIEDADE;ERRADA É POSSUIDOR E NÃO DETENTOR
POSSE JUSTA É AQUELA EM QUE O POSSUIDOR IGNORA O VICIO OU OBSTACULO PARA SUA AQUISIÇÃO; ERRADA POSSE DE BOA-FÉ
O POSSUIDOR DE MÁ-FÉ NÃO TEM DIREITO AO RESSARCIMENTO DE BENFEITORIAS QUE TIVER FEITO NA COISA; ERRADA TEM DIREITO AS BENFEITORIAS NECESSARIAS
O POSSUIDOR DE MÁ-FÉ TEM DIREITO AS DESPESAS DE PRODUÇÃO RELATIVAS AOS FRUTOS QUE TIVER QUE INDENIZAR. CERTA 
AULA 03
-Proteção Possessória
	- conceito: direito do possuidor de defender sua posse contra ameaças ou intervenções provocadas por terceiros.
	-Espécies:
		- autoproteção ou legitima defesa art. 1.210, §1º do CC: promovida pelo próprio possuidor independentemente de ação judicial;
			- legitima defesa da posse: em caso de perturbação ou agressões de terceiro através de turbação. 
			- desforço imediato: em caso de esbulho, nesse caso o prejudicado deve “agir logo”, ou seja, fazê-lo no calor dos acontecimentos, se ausente deve fazê-lo logo que tomar conhecimento.
Obs: o possuidor não poderá praticar esta autodefesa, após um ano e dia pois não será considerada como imediata, não cabendo assim utilizar do instituto de proteção própria. Ex: o possuidor deixa que o esbulhador construa uma cerca divisória, pelo menos aparentemente, não tomou medidas imediatas que lhe cabiam.
Obs: as medidas de autotutela não pode ir alem do indispensável para a recuperação de sua posse. Deve agir nos limites do exercício regular de seu direito, servindo de parâmetro o art. 187 do CC.
	- Espécies de interditos possessórios 
		- interdito proibitório: ação cominatório para impedir agressões ou perigo iminentes, ação preventiva.
			- o juiz poderá fixapena para o caso de descumprimento da ordem.
		- manutenção de posse: ação destinada a reprimir turbação da posse, visando a preservação da posse.
			- turbação: todo ato que embaraça o livre exercício da posse; o vizinho colhe seus frutos ou implementa marcos.
			- o juiz ira expedir mandado para a manutenção da posse.
		- reintegração de posse: ação destinada a expelir o esbulho, almejando sua devolução.
			-regras a serem observadas
				- requisitos: prova da posse, do esbulho, da data do esbulho e da perda da posse;
				- legitimidade ativa: do possuidor, que pode agir sozinho, se houver outros possuidores, não se exige autorização do cônjuge;
				- legitimidade passiva: é o autor do esbulho, se trata de terceiro que não sabe do esbulho melhor é a reivindicatória (domínio)
				- ordem judicial: de reintegração, outras ordens dependem de pedido especifico (pena, perdas e danos)
				- liminar: se ação for promovida dentro de ano e dia do esbulho, o rito é especial e o juiz da liminar; se após ano e dia o rito é ordinário e cabe tutela antecipada.
	- Características dos interditos possessórios
		- fungibilidade art. 920 do CPC: uma ação possessória pode ser convertida em outra livremente.
		- cumulação de pedidos art 921 do CPC: consagra a possibilidade de cumulação ao pedido possessório, de: 1º ) condenação em perdas e danos; 2º) cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho; 3º) desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse.
		- impossibilidade de discussão de domínio: ganha a ação quem provar que detinha a posse anteriormente;
		- exceção: quando ambos discutem a posse sob a alegação de domínio. Sumula 487 do STF. “será deferida a posse a quem evidentemente tiver o domínio, se com base neste for disputada”.
- Reivindicatória
	- conceito: ação de natureza real promovida pelo proprietário da coisa para retoma-la de quem injustamente a possua.
	- Pressupostos:
		- titularidade de domínio: há de existir registro na matricula; compromissário comprador so pode ajuizar se mostrar que compromisso era irrevogável e que pagou tudo;
		- individuação da coisa: descrição atualizada do bem (limites e confrontações)
		- demonstração de posse injusta do réu: não é necessário demonstrar esbulho; basta demonstrar posse sem causa jurídica;
		- impossibilidade de ser movida na Constancia de ação possessória
DIFERENÇA ENTRE IMISSAO NA POSSE E REINVIDICATORIA
-imissão na posse: o proprietário quer a posse que nunca teve. É proposta contra o alienante. Não perdeu o domínio nem a posse. Ex: a pesso que adquire seu corro em leilão e possuía acarta de adjudicaçã. Também tem decididos que o herdeiro, cuja o formal de partilha ainda não esteja transcrito, tem contudo, qualidade para requerer a imissão na posse..
- reivindicatória: tem o domínio e quer a posse também , na qual nunca entrou.
Questao
A proteção da posse, no caso em que o possuidor sofra turbação, materializa-se por intermédio:
Da ação reivindicatória
Do interdito proibitório
Da ação de reintegração de posse
Da manutenção de posse correta 
A proteção preventiva da posse diante da ameaça de atos turbativos ou esbulhadores opera-se mediante o interdito proibitório. Correto art. 932
Assinale a alternativa correta:
O interdito proibitório é o gênero, cujas espécies são reintegração de posse e manutenção de posse;
A reintegração de posse deve ser promovida por todos os possuidores, em litisconsórcio passivo necessário;
É cabível tutela de urgência mesmo quando se ingressa com reintegração de posse após ano e dia do esbulho; correta
É cabível ação reivindicatória na Constancia de ação possessória, vez que a primeira é prejudicial em relação a segunda.
 - Posse “ pro labore” (“desapropriação privada”)
	-Conceito
		- direito do possuidor de extensa área de adquirir compulsoriamente a coisa, pagando justa indenização ao proprietário do imóvel.
	- requisitos:
		1º - posse ininterrupta por mais de 5 anos;
		2º - boa-fé do possuidor
		3º - extensa área
		4º - considerável numero de possuidores
		5º - realização de obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante
Obs: diferentemente da usucapião coletiva, não requer moradia, mas a boa-fé e pagamento de justa indenização.
	- forma de demonstrar em juízo
		- por ocasião da reivindicação da coisa, interessados devem requerer ao juiz fixação de justa indenização ao proprietário, que paga ensejará registro da sentença no Registro de Imóveis, para o fim de atribuir a propriedade aos possuidores. (art.1228 CC)
PROPRIEDADE
Momento Historico
	- a propriedade, ao contrario da posse, não tem a mesma facilidade intuitiva de percepção. A posse, sendo preexistente ao direito, como fato natural, converte-se em fato jurídico, e assim é protegido.
	- a historia da propriedade é decorrência direta da organização política.
	- antes da época romana, nas sociedades primitivas, somente existia propriedade para as coisas móveis, exclusivamente para objetos de uso pessoal, como peças de vestuários, utensílios, de caça e pesca. O solo pertencia a toda a coletividade, todos os membros da tribo. 
	- os povos primitivos que ainda hoje sobrevivem, distantes do contato com o homem civilizado, mantêm a mesma organização.
	- no curso da historia, a permanente utilização da mesma terra pelo mesmo povo, pela mesma tribo e pala mesma família passa a ligar então o homem à terra que usa e habita, surgindo daí, primeiramente, a concepção de propriedade coletiva e, posteriormente individual.
	- apenas na época clássica o Direito Romano admite a existência de uso abusivo do direito de propriedade e sua reprimenda.
	- a propriedade privada estava ligada ao lar da família, lugar de culto, tem íntima relação com a propriedade do solo onde assenta e onde habitam também os deuses.
	- foi portanto, a religião que garantiu primeiramente a propriedade.
	- o direito Canônico incute a idéia de que o homem está legitimada a adquirir bens, pois a propriedade privada é garantia de liberdade individual. No entanto, por influência de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, que a propriedade privada é imanente à própria natureza do homem que, no entanto, deve fazer justo uso dela.
	- a partir do século XVII, a escola do direito natural passa a reclamar leis que definam a propriedade.
	- o Código de Napoleão traça a conhecida concepção extremamente individualista do instituto no art. 544 “a propriedade é o direito de gozar e dispor das coisas do modo mais absoluto, desde que não se faça uso proibido pelas leis ou regulamentos”. Como sabido, esse código as idéias da Revolução repercutiram em todos os ordenamentos que se modelaram no Código Civil Françês, incluindo-se a grande maioria dos códigos latino-americano.
	- esse exagerado individualismo perde força no século XIX, com a revolução e o desenvolvimento industrial. Passa a ser buscado um sentido social na propriedade.
CONCEITO DE PROPRIEDADE
	 - por CAIO MARIO DA SILVA PEREIRA: a propriedade é o direito de usar, gozar e dispor da coisa, e reivindicá-la de quem injustamente a detenha.
	- por MARIA HELENA DINIZ: o direito que a pessoa física ou jurídica tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar, dispor de um bem corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o detenha.
	- por JOSÉ FERNANDO SIMÃO: a propriedade é o direito que alguém possui em relação, a um bem determinado. Trata-se de um direito fundamental, protegido pelo artigo 5º, inc. XXII, da CF (Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;), sempre atender uma função social, em prol de toda a coletividade. A propriedade é preenchida a partir dos atributos que constam do CC (art. 1.228),sem perder de vista outros direitos, sobretudo aqueles com substrato constitucional.
ATRIBUTOS DA PROPRIEDADE 
- A propriedade está relacionada a QUATRO ATRIBUTOS, previstos no caput do art. 1.228 do CC:
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
		1º- faculdade de gozar ou fruir das coisa: faculdade de retirar os frutos da coisa, que podem ser naturais, industriais ou civis (os frutos civis são os rendimentos). EXEMPLO: O PROPRIETARIO DE IMOVÉ URBANO PODERÁ LOCÁ-LO A QUEM BEM ENTENDER, OQUE REPRESENTA EXERCÍCIOS DIRETO DA PROPRIEDADE.
		2º- direito de reivindicar a coisa contra quem injustamente a possua ou a detenha - esse direito será exercido por meio de ação petitória ação reivindicatória, principal ação. Nessa demanda, o autor deve provar o registro e descrevendo o imóvel com suas confrontações. A ação petitória não se confunde com as ações possessórias, pois se discute a propriedade mas sua posse. O caput do art. 1.228 do CC possibilita expressamente que a ação reivindicatória seja proposta contra quem injustamente possua ou detenha a coisa. EXEMPLO: A AÇÃO PROPOSTA CONTRA UM CASEIRO, QUE OCUPA O IMOVEL EM NOME DE UM INVASOR (INJUSTO POSSUIDOR)
		3º- faculdade de usar a coisa: consiste na faculdade de o dono servir-se da coisa e de utilizá-la da maneira que entender mais conveniente, sem no entanto alterar-lhe a substância. A utilização deve ser feita, porém, nos limites legais e de acordo com a função social da propriedade. Conforme art. 1.228, § 1º e art. 5º, inc. XXIII, da CF: (Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. - § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.) (Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;)
		4º- faculdade de dispor da coisa: seja por atos inter vivos ou mortis causa – EXEMPLO: COMPRA E VENDA, A DOAÇÃO E O TESTAMENTO.
- A propriedade pode ser entendida como um recipiente cilindro, como uma garrafa, a ser preenchido por quatro camadas, são os atributos de GOZAR, REAVER, USAR, DISPOR. São quatro atributos que estão presos ou aderidos à propriedade, para facilitar podemos gravar a seguinte simbologia GRUD. Fazer o desenho no quadro:
- Nota-se pela simbologia que determinada pessoa tiver todos os atributos relativos à propriedade, terá a propriedade plena (G + R + U + D). Se tiver pelo menos um dos atributos, haverá posse. 
CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE
	- Propriedade Plena ou Alodial: o proprietário tem consigo os atributos de gozar, usar, reaver e dispor da coisa. Todas essas características estão em suas mãos de forma unitária, sem que terceiros tenham qualquer direito sobre a coisa.
	- Propriedade Limitada ou Restrita: recai sobre a propriedade algum ônus, EXEMPLOS: HIPOTECA, USUFRUTO; a propriedade for resolúvel, dependente de condição ou termo art. 1.359 CC (Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha.). EXEMPLO: CONTRATO DE COMPRA E VENDA COM CLÁUSULA DE RETROVENDA, EM QUE O VENDEDOR TEM A POSSIBILIDADE DE REAVER A COISA NO PRAZO MÁXIMO DE TRES ANOS (ART. 505 A 508 DO CC). Até esse prazo, a propriedade do comprador é meramente resolúvel.
		- Nua-propriedade – corresponde a titularidade do domínio, ao fato de ser proprietário e de ter o bem em seu nome, lembrando que esse proprietário não possui o atributo de usar. EXEMPLO: TEM A ESCRITURAÇÃO REGISTRADA EM CARTORIO DE REGISTRO DE IMOVEIS EM SEU NOME.
		- Domínio útil – corresponde aos atributos de usar, gozar e dispor da coisa. A pessoa que o detém recebe uma denominação diferente: superficiário, usufrutuário, usuário, habitante, promitente comprador etc. Uma pessoa pode ser o titular (o proprietário) tendo o bem registrado em seu nome ao mesmo tempo em que outra pessoa possui os atributos de usar, gozar e até dispor daquele bem em virtude de um negócio jurídico, ocorre o usufruto, na superfície, na servidão, no uso, no direito real de habitação, no direito do promitente comprador. 
- O Nu-proprietário mantém os atributos de dispor e reaver a coisa; o Domínio útil - enquanto que o usufrutuário tem atributos de usar e gozar da coisa. 
CARACTERISTICAS DO DIREITO DE PROPRIEDADE
 - o direito de propriedade possuem as seguintes características:
	- Direito absoluto, em regra, mas que deve ser relativizado em algumas situações: a propriedade é o mais completo dos direitos reais. Possui um caráter erga omnes, ou seja contra todos, a propriedade é um direito absoluto. Sentido de certo absolutismo, o proprietário pode desfrutar da coisa como bem entender. Porém existem claras limitações dispostas no interesse coletivo, função social e socioambiemtal da propriedade (art. 1.228, §1º, do CC). Pode se dizer que a propriedade é um direito absoluto, regra geral, mas que pode ser relativizado em muitas situações. EXEMPLO: A MÁ UTILIZAÇÃO DO IMOVEL COMO PLANTAÇÃO DE MACONHA NO QUINTAL DA CASA.
	- Direito Exclusivo: determinada coisa não pode pertencer a mais de uma pessoa, salvo os casos de condomínio ou copropriedade, hipótese que também não retira o seu caráter de exclusividade. Conforme dispõe o art. 1.231 do CC (Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.) com isso a propriedade se presume plena e exclusiva, salvo prova em contrario. Correto afirmar que, apesar de ser um direito exclusivo, a propriedade envolve interesses indiretos de outras pessoas, até de toda a sociedade, que almejam à sua função social.
	- Direito perpétuo: o direito de propriedade permanece independentemente do seu exercício, enquanto não houver causa modificativa ou extintiva, sejam elas de origem legal ou convencional. A propriedade pode ser comparada a um motor em constante funcionamento, que não para em regra, a não ser surja um fato novo que interrompa o seu funcionamento. EXEMPLO: AS DESAPROPRIAÇÕES QUE IRAO OCORRER NA COPA DO MUNDO. 
	- Direito elástico: a propriedade pode ser distendida ou contraída quanto ao seu exercício, conforme sejam adicionados ou retirados os atributos que são destacáveis. Essa redução pode ser caracterizadas nos direitos reais do gozo. EXEMPLO: O ARRENDAMENTO POIS O PROPRIETARIO NÃO ESTÁ GOZANDO DE SUA PROPRIEDADE MAS É O LEGÍTIMA PROPRIETARIO.
	- Direito complexo: a propriedade é um direito por demais complexo, particularmente pela relação com os quatro atributos constantes no caput, do art. 1.228, CC, que são GRUD (GOZAR, REAVER, USAR, DISPOR).
	- Direito fundamental: a propriedade é um direito fundamental, conforme preconiza o art. 5º, XXII e XXIII, da CF, a proteção do direito de propriedade e a correspondente função social sejam aplicadas de forma imediata nas relações entre particulares, pelo art. 5º, §1º, da CF (Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.)
A FUNÇÃO SOCIAL E SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE
-Este tópico está transcrito no art. 1.228, §1º, do CC, (Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. ) . A norma civil passa a consagrar expressamente a função social, como principio orientador da propriedade, representar a principal limitação a esse direito.
 	- o doutrinador ORLANDO GOMES: no mundo moderno, o direito individual sobre as coisas impõe deveres em proveito da sociedade. A propriedade deve ser entendida como função social tanto em relação aos bens imóveis como em relação aos bens moveis.
	- a propriedade deve sempre atender aos interesses sociais, ao que almeja o bem comum.
	- Cumpre destacar que o art. 186, da CF (Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.). Esses são os requisitos que servem para a propriedade rural.
	- O CC foi alem de tratar a função social, pois ainda consagra a FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE.
	- a preocupação com o ambiente natural (fauna, flora, equilíbrio ecológico, belezas naturais, ar e águas), também o ambiente cultural (patrimônio culturais e artísticos).
	- EXEMPLO: O PROPRIETARIO DE UMA FAZENDA NO EXERCICIO DO DOMINIO, DEVE TER CUIDADO PARA NÃO QUEIMAR UMA FLORESTA E TAMBEM PARA NÃO DESTRUIR UM SÍTIO ARQUEOLOGICO.
	- EXEMPLO: O PROPRIETARIO DE UM IMOVEL EM OURO PRETO, MINAS GERAIS, DEVE TER A DEVIDA DILIGENCIA PARA NÃO CAUSAR DANOS A UM PREDIO VIZINHO QUE SEJA TOMBADO, SOBRE O QUAL HÁ INTERESSE DE TODA A HUMANIDADE.
	- A aplicação da função socioambiental da propriedade, o STJ, TEM ENTENDIDO QUE O NOVO PROPRIETÁRIO DE UM IMOVÉL É OBRIGADO A FAZER SUA RECUPERAÇÃO AMBIENTAL, MESMO NÃO SENDO O CAUSADOR DOS DANOS.
	- COMENTAR SOBRE A FAVELA PULLMAN EM SP.
Direitos Reais.
 a) O possuidor com justo título tem por si a presunção absoluta de boa-fé.
 b) O possuidor de má-fé detém o direito de ressarcimento pelas benfeitorias necessárias e de levantamento das benfeitorias voluptuárias.
 c) Não é cabível a constituição de usufruto que recaia em bens móveis e em um patrimônio inteiro.
 d) O contrato de promessa de compra e venda, desde que escrito, confere ao seu titular direito real à aquisição do imóvel.
 e) Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência.
A resposta certa é a letra E art. 1.359 do CC (Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha.)
A apresentação de documento de propriedade de imóvel sem o devido registro em cartório de registro de imóveis implica a invalidação do instrumento de prova, o que invalida qualquer outro tipo de negócio que envolva alienação onerosa do imóvel.
 Certo       Errado
A resposta certa é a errada art. 215 e 108 do CC (Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena.) (Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.)
Considerando o estudo do direito das coisas, assinale a afirmativa INCORRETA.
 a) No usufruto, o dono fica apenas com o direito abstrato de propriedade, sendo chamado de nu-proprietário.
 b) O direito real se caracteriza por ser oponível a todos, erga omnes.
 c) Qualquer possuidor turbado poderá ingressar com ação de reintegração de posse.
 d) Usucapião é uma das formas de aquisição da propriedade de bens imóveis públicos.
A resposta correta é a D art. 102 do CC (Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.)
AÇÃO REINVIDICATÓRIA
	- CONCEITO
	- Autor Silvo de Salvo Venosa: Ação Reivindicatória é a ação petitória por excelência. É direito elementar e fundamental do proprietário, ir buscar a coisa onde se encontra e em poder de quem se encontra. Deflui daí a faculdade de o proprietário recuperar a coisa. No direito de propriedade para reinvidicar a coisa do possuidor não proprietário, que a detem indevidamente.
	- Autor Caio Mario: ser sujeito da relação jurídica dominial e reunir na sua titularidades seu quesitos se não lhe fosse dado reave-la de alguém que a possuísse, injustamente, ou a detivesse sem título. Por um tempo o proprietariovai buscar a coisa nas mãos alheias vai retoma-la do possuidor vai recupera-la do detentor. Não de qualquer possuidor ou detentor, porem daquele que a conserva sem causa jurídica,ou a possui injustamente. 
	- NATUREZA JURIDICA E PRESSUPOSTOS
		- Na ação reivindicatória o autor deve provar o seu domínio oferecendo prova inconcussa da propriedade, com o respectivo registro, e descrevendo o imóvel com suas confrontações, bem como demonstrar que a coisa reivindicatória se encontra na posse do réu.
		- Três, portanto os pressupostos de admissibilidade de tal ação:
			1º- a titularidade do domínio, pelo autor, da área reivindicada;
			2º- a individuação da coisa
			3º- posse injusta do réu.
		- tem a jurisprudência proclamado, o registro imobiliário é suficiente para demonstrar a titularidade do domínio, “sem necessidade de ser complementada essa prova com filiação dos títulos de domínio anteriores. Somente quando há títulos de domínio em favor de ambas as partes é que se aprecia a filiação anterior para se saber qual a transcrição que deve prevalecer”. RT 354/206.
		- Pressuposto essencial a propositura da ação é a descrição atualizada do bem com os corretos limites e confrontações, de modo a possibilitar a sua exata localização. Deve o autor , mencionar “todos os elementos que tornem o imóvel conhecido, que o individuem, que lhe permitam exata localização, como extensão superficial, acidentes geográficos, limites e confrontações, afim de diferencia-la de outras propriedade.
		- Sem observância dessa formalidade não pode ser julgada procedente uma reivindicatória, pela impossibilidade de executar-se ulteriormente a sentença.
		- A pretensão reivindicatória é imperceptível.
		- A ação que lhe corresponde versa sobre o domínio, que é perpétuo e somente se extingue nos casos expressos em lei (usucapião, desapropriação etc.), não se extinguindo pelo não uso. Se no entanto, a coisa foi usucapita pelo possuidor não mais pode ser proposto a reivindicatória pelo antigo proprietário. Esbarra na usucapião, que pode ser alegada pelo possuidor, em defesa, contra o antigo proprietário para elidir o pedido conforme Súmula 237 do STF, “o usucapião pode ser argüido em defesa”.
	- FUNDAMENTO LEGAL DA AÇÃO REIVINDICATORIA
		- Segunda parte do art. 1.228, do CPC 
	- OBJETO DA AÇÃO REINVIDICATORIA 
		- São objetos de serem reivindicatos mediante a esta ação são: todos os bens que são abjetos de propriedade, todas as coisas corpóreas que se acham no comercio, sejam moveis e imóveis, singulares e coletivos, simples ou compostas, mesmo as universalidade de fato, como um rebanho, por exemplo.
		- Exemplo: a ação de reivindicatória, basta que o autorprove que o rebanho considerado no seu conjunto, ou seja, a maior parte das cabeças que o compõem é da sua propriedade. E uma vez feita essa prova o réu é obrigado a restituir o rebanho, excetuados as cabeças que provar, de modo direto, serem suas.”
OBS: NÃO SÃO REIVINDICÁVEIS AS COISAS FUTURAS, COMO AQUELAS COISAS QUE AINDA VAO SE SEPARAR DO IMOVÉL, OS FRUTOS PENDENTES, MADEIRAS, TERRA ETC.
- LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA 
		- Legitimidade ativa
			- é o proprietário, tenda a propriedade plena ou limitada
		- Legitimidade passiva
			- toda pessoa que está na posse ou detém a coisa sem título ou suporte técnico. A boa-fé não impede a caracterização da injusta posse da injustiça da posse, para fins de reivindicatória.
OBS: O TITULAR DO COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA A JURISPRUDENCIA TEM ENTENDIDO QUE O TITULAR DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA IRRETRATAVEL QUE PAGOU TODAS AS PARCELAS OU PRESTAÇOES POSSUI TODOS OS DIREITOS ELEMENTARES DO PROPRIETARIO PODENDO USAR, GOZAR E DISPOR DA COISA.
- O STJ “ Ação Reivindicatoria. Pedido embasado em promessa de compra e venda irretratável e irrevogável. Admissibilidade, pois tal titulo transfere ao promitente comprador os direitos inerentes ao exercício do dominio 
- AÇÃO DECLARATORIA
	- Fundamento legal art. 4º, I, do CPC. Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;
	-CONCEITO
		- O direito da propriedade não pode ser excluído do âmbito da ação declaratória essa ação servirá para declarar a validade de seu título.
		- Difere da declaração de propriedade na ação de usucapião, cujo registro da sentença apenas regulariza propriedade já preexistente.
	- JURISPRUDENCIA DO STF – RE 64481
		- Ação Declaratória. Direito de propriedade. I Odireito de propriedade não pode ser excluído do âmbito da ação declaratória. II – Caso peculiar em que os autores da ação declaratória encontram-se na posse das terras, na conformidade de títulos de domínio, devidamente formalizados, não podendo, por isso, reivindica-las, inobstante terem o seu domínio contestado. Recurso extraordinário desprovido.”
- AÇÃO NEGATÓRIA 
	- Fundamento Legal art. 1.231, do CC Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.
	- CONCEITO
		- A Ação Negatória tem lugar todas as vezes que se visa a repelir uma pretensão restritiva ao direito de propriedade, eliminando a possibilidade de ser reconhecida a existência de ônus real, assim como para solucionar conflitos de vizinhança, sendo exercitável contra poder público ou particular. Nessa ação não se pesquisa a culpa nem a existência de dano. 
	- JURISPRUDENCIA 
		- Servidão de Passagem – Extinção desta em razão de desapropriação de estrada, possibilitando acesso direto das terras dos recorrentes, sem ter que passar pela fazenda dos recorridos – Admissibilidade”.
- ARTIGO 1.230 : 
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais.
Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial.
	- Comentar este art. Juntamente com o art. 1.392, §2º do CC: Art. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. § 2o  Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. 
- ARTIGO 1.232
	- Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, couberem a outrem.
		- Frutos e Produtos: frutos: reputam-se frutos os bens produzidos de modo habitual pela coisa, sem modificação na sua substancia neste momento falar dos art. 1214 a 1216. Produtos: por sua fez caracterizam-se pela produção periódica, mas com conseqüente diminuição da substancia da coisa ou mesmo seu esgotamento, EXEMPLO: dos minérios, dos cereais e da lenha.
		- Frutos Pendentes: os frutos que ainda se integram a coisa principal, e percebidos são aqueles já colhidos.
		Frutos separados: é o não pendente. É o que já foi percebido (fruto civil ou industrial) ou colhido (natural). 
-Poderá verificar os art.: 1214 a 1216 e 1254 a 1256
	- Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
- Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões.
Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua.
- DA DESCOBERTA 
	- Se deve por ser a descoberta forma de aquisição da propriedade imóvel apenas quando da hipótese do CC 1.237, parágrafo único.
		- Art. 1.233 a 1.237 do CC
		- Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor.
 - Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente.
 - Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la.
 - Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, considerar-se-á o esforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo possuidor, as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a situação econômica de ambos.
			-- A coisa abandonada, se achada, dá direito à recompensa para aquele que restituir. O abandono não se presume. Ele resulta de manifesta intenção de o proprietário se desfazer delas. Não é renuncia com intenção de beneficiar outrem, pois se assim o fosse, seria o caso de doação, e não de abandono. As coisas sem dono podem ser objeto de acupação (art. 1.263 CC), que é modo originário de adquirir coisa móvel.
 - Art. 1.235. O descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprietário ou possuidor legítimo, quando tiver procedido com dolo.
 - Art. 1.236. A autoridade competente dará conhecimento da descoberta através da imprensa e outros meios de informação, somente expedindo editais se o seu valor os comportar.
 - Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da divulgaçãoda notícia pela imprensa, ou do edital, não se apresentando quem comprove a propriedade sobre a coisa, será esta vendida em hasta pública e, deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa do descobridor, pertencerá o remanescente ao Município em cuja circunscrição se deparou o objeto perdido.
 - Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a coisa em favor de quem a achou.
- FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMOVEL
	- A propriedade admite-se formas de aquisição originarias e derivadas.
		- formas originárias – há um contato direto da pessoa com a coisa, sem qualquer intermediação pessoal. A pessoa que adquire a propriedade o faz sem que esta tenha as características anteriores, do anterior proprietário. A propriedade começa do zero. Exemplo: ocorre na usucapião. (SÃO AS ACESSÕES – ILHAS, ALUVIÃO, AVULSÃO, ÁLVEO ABANDONADO, PLANTAÇÕES E CONSTRUÇOES / USUCAPIÃO.)
		- formas derivadas – há um sentido de continuidade da propriedade anterior. Exemplo: a compra e venda. (REGISTROS IMOBILIARIOS E SUCESSÃO HEREDITARIA)
			- QUESTAO TRIBUTARIA:
				- a propriedade que é adquirida de forma originaria caso da usucapião, o novo proprietário não é responsável pelos tributos que recaiam sobre o imóvel, entendimento adotado pelo STF. Exemplo: um imóvel gravado por este direito real de garantia for adquirido por usucapião, ela estará extinta, uma vez que a aquisição é originaria.
				- na forma derivada como por exemplo na compra e venda o adquirente é responsável pelos tributos anteriores.
	- USUCAPIAO DE BENS IMÓVEIS 
		- Conceito
			- O novo CC grafou a usucapião no feminino. Constitui uma situação de aquisição do domínio, ou mesmo de outro direito real, pela posse prolongada. A usucapião garante a estabilidade da propriedade, fixando um prazo, além do qual não se podem mais levantar dúvidas a respeito da ausência ou vícios do título de posse.
		- Função Social
			- A função social da propriedade é atendida por meio da usucapião.
		- Da Alegação da Usucapião
			- Não é possível alegar usucapião na vigência de um contrato em que a posse é transmitida, caso da locação e do comodato.
			- Temos hoje em dia entendimento do STJ que há possibilidade de alegação da usucapião de bem comum do condomínio se for aplicado de boa fé. Exemplo: o não exercício da propriedade por vinte anos afastou o direito do condomínio pleitear a coisa de volta. Indiretamente, acabou-se por reconhecer a usucapião em favor daqueles que detinham o bem, pois a eles foi destinada a posse permanente dessa parte do corredor de acesso aos apartamentos.
		- As principais características da usucapião
			- 1ª – Posse com intenção de dono: se destina em um locatário está no imóvel há cerca de trinta anos, não pagando os alugueis há cerca de vinte anos, tendo o locador desaparecido. A jurisprudência tem reconhecido a usucapião em casos semelhantes.
			- 2ª – Posse mansa e pacifica: sem qualquer manifestação em contrario de quem tenha legitimo interesse, ou seja, sem a oposição do proprietário do bem. Se em algum momento houver contestado dessa posse pelo proprietário, desaparece o requisido da mansidão.
			- 3ª – Posse continua e duradoura: posse sem intervalos, sem interrupção. Exceções: art.1.243 (Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.), admite a soma de posses sucessivas. Quanto à duração, há prazos estabelecidos em lei, de acordo com a correspondente modalidade de usucapião.
			- 4ª – Posse justa: a posse usucapível de se apresentar sem vícios, sem violência, a clandestinidade ou a precariedade. Se for adquirida por meio de atos violentos ou clandestinos, não induzirá posse, enquanto não cessar a violência ou a clandestinidade, (Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.)
			- 5ª – Posse de boa-fé e com justo título: a usucapião ordinária, seja de bem imóvel ou móvel, exige a boa-fé e o justo título (Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade.)
		- Contagem de tempo conforme art. 1.243 (Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.)
			- O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.) todas sejam continuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242 (Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.), com justo título e boa-fé. Exemplo: em caso de sucessão de empresa, uma pode somar a sua posse à da outra para usucapir um imóvel. Um herdeiro pode continuar a posse do de cujus para fim de usucapião.
	- Casos que suspendem e interrompem a prescrição no usucapião art. 1.244 do CC, e art. 197 a 202 do CC
		- Não correrão prazos de usucapião entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
- Não haverá usucapião entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar, em regra, até quando o menor completar dezoito anos.
- Não correrão também os prazos entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
- Os prazos de usucapião não correm contra os absolutamente incapazes de que trata o art. 3o do CC (menores de 16 anos, enfermos e doentes mentais sem discernimentos para pratica de atos da vida civil e pessoas que mesmo por causa transitório não puderem exprimir vontade).
- Os prazos não são contados contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
- Os prazos de usucapião não contam contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
- Pendendo condição suspensiva, não se adquire um bem por usucapião. A titulo de Exemplo: se a propriedade do bem estiver sendo discutida em sede de ação reivindicatória, não haverá inicio do prazo.
- Não se adquire por usucapião não estando vencido o prazo para aquisição do direito.
- Não haverá contagem para o prazo de usucapião pendendo ação de evicção (ação do adquirente de coisa certa de exigir do alienante o preço, a indenização e as justas despesas ou somente a importância proporcional ao desfalque por ele sofrido, quando, após adquirir a coisa, dela se viu privado, no seu todo ou em parte, por sentença que atribui a outrem essa coisa) (EVICÇÃO perda total ou parcial da coisa adquirida em razão de decisão judicial). 
- Não se contam os prazos de usucapião quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
- Haverá interrupção do prazo de usucapião no caso despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual. Essa ação em que há a citação pode ser justamente aquela em que se discute o domínio da coisa.
- O prazo prescricional para a usucapião se interrompe pelo protesto judicial ou até mesmo por eventual protesto cambial, se assim se pode imaginar.
- Interromperá o prazo prescricional para usucapião a apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores.- Qualquer ato judicial que constitua em mora o possuidor interrompe o prazo para a usucapião.
- Por fim, por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito alheio por parte do possuidor, tem o condão de interromper o prazo para a usucapião.
 
 
- ESPECIE DE USUCAPIÃO
	- a) Usucapião constitucional Urbano: art. 183 da CF (Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.) 
		- Esta espécie de usucapião estabeleceu um rígido critério social, não autorizando uma pessoa que já tenha propriedade ou que já tenha usucapida a ver sua posse transformar – se em propriedade.
		- O art. Também utiliza a expressão “ sua moradia ou de sua família “, restringiu o usucapião constitucional para pessoas físicas, visto não possuírem as pessoas jurídicas moradia, e sim domicílio.
	- b) Usucapião Constitucional Rural: art. 191 da CF (Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.)
		- Toda área situada fora do perímetro urbano é possível de usucapião rural. Outra observação importante está no fato de que o possuidor, além de residir na área só ou com sua família, deve produzir nela. É uma posse produtiva, portanto, o que implica que a parte de sustento deve ser extraído da atividade agrária desenvolvida na área.
		- PERGUNTA: PODE OCORRER DESMEMBRAMENTO DAS AREAS URBANAS OU RURAIS PARA SE BENEFICIAR DE USUCAPIAO CONSTITUCIONAL URBANO OU RURAL? Como o usucapião constitucional urbano e rural não podem sofrer desmembramento de área afim de atingir o limite Maximo, a melhor orientação está no sentido de que compete ao juiz aferir a possibilidade de desmembramento de área, junto ao registro de imóveis, para fins de concessão do direito e usucapião, dando real cumprimento à função social da propriedade.
	- c) Usucapião Extraordinário: art. 1.238 do CC
		- Existem duas modalidades de usucapião extraordinário: comum e social.
			- Usucapião extraordinário comum: está no caput do art. 1.238, que reduziu o prazo de posse de vinte para quinze anos, impondo apenas o cumprimento dos pressupostos, sem qualquer limitação de metragem, nem exigindo do possuidor moradia ou que seja o seu único imóvel. Ademais, o fato de ter posse por quinze anos já gera presunção de título e boa-fé.
			- Usucapião extraordinário social: está presente no parágrafo único do art. 1.238 do CC, a redução do prazo de quinze anos para dez anos se o possuidor houver estabelecido moradia habitual ou se tiver realizado no imóvel obras ou serviços de caráter produtivo. Trata-se de estímulo ao cumprimento da função social.
	- d) Usucapião Ordinário: art. 1.242 do CC
 		- Usucapião ordinário se divide em duas hipóteses: comum e social.
			. Usucapião ordinário comum: aquele que esteve na posse todo tempo na forma mansa, pacífica e ininterrupta por mais de 10 anos.
			- Usucapião ordinário social: cumpriu o principio da função social da propriedade, exigindo do possuidor além do justo título, apresente boa-fé. 
				- O justo título, é citado no enunciado n. 86 do CJF/STJ, aprovado na I jornada de direito civil, prevendo que a expressão abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, independentimente de registro. Deve ser considerado justo titulo para a usucapião ordinária o instrumento particular de compromisso de compra e venda, independentimente do seu registro ou não no Cartório de Registro de Imoveis (jurisprudência do STJ, REsp 171.204/GO) 
				- Outra hipótese é quando a pessoa adquirir onerosamente um imóvel que aparente aos olhos de todos estar regular, gere registro válido no Cartório de Registro de Imoveis, que, por fato superveniente, venha a ser cancelado, e, por ter o possuidor moradia, terá direito de requerer o registro via usucapião. EXEMPLO: O MINISTERIO PUBLICO INTENTAR AÇÃO CIVIL PUBLICA PARA CANCELAR LOTEAMENTO IRREGULAR DE PESSOAS QUE JÁ TERIAM REGISTRO DEFINITIVO DA PROPRIEDADE.
				- São requisitos para essa modalidade:
					- posse por cinco anos 
					- aquisição onerosa (compra e venda ou troca)
					- imóvel registrado com escritura e registro
					- registro cancelado por fato superveniente
					- investimento de interesse social ou econômico (benfeitorias e acessões no imóvel), para fins de moradia ou para realizar algum negocio civil ou mercantil.
	- e) Usucapião coletivo: art. 10 da Lei n. 10.257/2001.
		- Trata-se do usucapião de um conjunto de pessoas em conjunto d pessoas em condomínio, especial e indivisível, em que se atribui a cada uma delas fração de área igual às das demais, independentemente da que efetivamente ocupe, só podendo ser extinto após a regularização urbana, somada ao consenso das pessoas.
		- Essa espécie de usucapião traz a faculdade do usucapião em áreas de favela ou cortiço, possibilitando que uma determinada coletividade regularize uma ocupação de área.
		- Obs: o usucapião individual sempre prevalece sobre o coletivo, por melhor resguardar a dignidade da pessoa humana, de forma que, se dentro de uma favela algumas pessoas já houverem usucapido individualmente, suas áreas serão excluídas do usucapião coletivo.
		- Os principais requisitos dessa modalidade são:
			- posse por população cuja renda familiar não ultrapasse três salários mínimos
			- todas as pessoas exerçam moradia na área por mais de cinco anos
			- não exista sobre a área ação de reintegração de posse ou outro fato que demonstre oposição
			- não identificação dos terrenos, ou seja, impossibilidade de individualização de cada um, quer por não haver uma fração minimamente considerada, quer por não existir saída própria para logradouro público, numeração própria e serviços públicos individualizados.
	- Direito intertemporal
		- Quando o usucapião ordinário ou extraordinário, o possuidor cumpriu parte de sua posse sob a vigência do CC anterior e parte sob a vigência do novo Codigo. Hoje já está pacificado que a partir de 1º de dezembro de 2003, todas as pessoas que houverem completado o prazo de 15 anos terão direito ao usucapião extraordinário e, se houverem completados 10 anos, terão direito ao usucapião ordinário, por força da vigência imediata da norma civil.
		- a modalidades novas estão regradas, porem, pelo art. 2.029 do CC, que determina a possibilidade jurídica do pedido de usucapião extraordinário social e ordinário social apenas a partir do dia 12 de janeiro de 2005, ou seja, 2 anos após a entrada em vigor do Código.
	- PROCEDIMENTOS
		- Trata-se de ação de eficácia declaratória, apenas reconhece a existência do direito de propriedade. 
		- Procedimento
			- trata-se de procedimento especial 
			- regulamentação nos art. 941 seguintes CPC.
		- Legitimidade
			- ativa: o possuidor
		- Petição Inicial
			- deverá ser observados os art. 282 seg. do CPC
			- deverá conter a planta e descrição minuciosa do imóvel, a fim de garantir a citação de todos os confinantes e um correto registro de matricula, podendo, ainda, ocorrer perícia no transcorrer da ação.
			- deverá ser anexado a certidão do registro de imóveis, positiva ou negativa, para ser citado o titular, caso exista, como grande interessado em impugnar o pedido, tornando a sua citação imprescindível.
		- Ministério Publico
			- é obrigatório a citação do MP se querendo contestar ou requerer pericias ou diligencias nos moldes do art. 944 do CPC 
		- Competência 
			- o foro competente é onde esta situado o imóvel 
			- se houver interesse da União será na Justiça Federal
 OBS: O TITULAR DA POSSE TERA QUE PAGAR AO REGISTRO O MANDADO, TODOS OS TRIBUTOSNÃO PRESCRITOS DO IMOVEL, ESTANDO, POREM, DISPENSADO DE ARCAR COM O IMPOSTO INTER VIVOS, JÁ QUE SUA AQUISIÇÃO É ORIGINARIA.
-DA AQUISIÇÃO POR ACESSÃO
	-Conceito
		- acessão é a forma de aquisição da propriedade imóvel e decorre do principio de que tudo que se acresce, adere, ou se incorpora à propriedade passa a dela fazer parte.
	- Conceito pelo Doutrinador Clóvis Bevilláqua
		- acessão é o modo originário de adquirir, em virtude do qual fica pertencendo ao proprietário tudo quanto se une ou se incorpora ao seu bem.
	- Hipótese de aquisição de propriedade por acessão, art. 1.248 do CC:
		a) pela formação de ilha;
		b) por aluvião;
		c) por avulsão;
		d) por abandono de álveo;
		e) por plantações e construções.
	-DAS ILHAS
		- o CC não define o que sejam ilhas, apenas a quem elas pertencem, dependendo da localização em que surjam.
		-Fundamento jurídico
			- está presente no art. 1.249 do CC.
		- Formação das ilhas
			- as ilhas se formam em correntes comuns ou particulares, elas pertencerão aos proprietários dos terrenos ribeirinhos fronteiriços. 
			- quando as ilhas se formarem no meio de rios, as ilhas pertencerão aos terrenos ribeirinhos fronteiriços. Expor exemplos
 		- Ilhas Fluviais
			- as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países, assim como as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios e Estados, pertencem à União (arts. 20, IV, e 26, II e III, CF).
	-DA ALUVIÃO
		- Conceitos
			- aluvião são os acréscimos formados sucessivamente e ininterruptamente por depósitos e aterros naturais ao longo das margens dos rios (correntes de água), ou pelo desvio (natural) das águas de um rio. O processo de sedimentação, normalmente imperceptível, cujo acúmulo ao longo do tempo promove o acréscimo no terreno.
		- A quem pertence
			- os acréscimos pertencem eles aos proprietários de terrenos marginais, sem que tenham os proprietários de onde os resíduos se desprenderam, direito a qualquer indenização.
		- Fundamento Juridico
			- art. 1.250 do CC
OBS: O TERRENO ALUVIAL QUE SE FORMAR EM FRENTE DE PREDIOS DE PROPRIETARIOS DIFERENTES, A ESTES PERTENCERÃO NA PROPORÇÃO DE SUAS TESTADAS SOBRE A ANTIGA MARGEM. (ART. 1.250, PARAGRAFO ÚNICO)
	- DA AVULSÃO
		- Conceito
			- é o deslocamento de terra de um prédio para outro, por força natural violenta. Diferentemente da aluvião, é abrupto, de grande quantidade de terra, decorrendo de forças naturais violentas. EX: TERREMOTOS, INUNDAÇÕES.
		- Da indenização
			- deve o proprietário do prédio favorecido pela avulsão, indenizar o outro para poder ficar com tais acréscimos. Caso não concorde em indenizá-lo, terá que consentir na retirada das terras acrescidas por avulsão. Mas se o dono do prédio desfalcado, dentro do prazo de 1 ano, nada reclamar, ficará com as terras acrescidas sem pagar nada (art. 1.251, caput e parágrafo único)
	-DO ÁLVEO ABANDONADO
		- Conceito
			- o abando no do álveo (leito do rio ou de qualquer curso de água) ocorre quando as águas de um rio mudam de direção, abandonando seu antigo leito.
		- Fundamento jurídico
			-ar. 1.252 do CC
		- A quem irá pertencer
			- o leito (álveo) passa a pertencer aos proprietários ribeirinhos das duas margens, na proporção de suas testadas e até o meio do álveo. Não terão os proprietários, por onde passaram a correr as águas, nenhum direito à indenização daqueles que tiverem suas terras acrescidas pelo álveo. É melhor ter as águas passando pelas terras do que um pouco mais de terra, mas , sem as águas por perto, face aos benefícios que destas sempre decorrem ( ex: facilidade de irrigação)
	-DAS CONSTRUÇOES E PLANTAÇÕES
		- Conceito
			- Primeiramente diferenciar as benfeitorias das acessões:
				- benfeitorias: são melhoramentos que se fazem em coisa já existente com o propósito de conservá-la, embelezá-la, ou aumentar-lhe a utilidade.
				- acessões: são obras novas, que surgem pela atuação humana, ou naturalmente, acrescendo-se a um bem já existente, em geral a propriedade imóvel.
EX: A CONSTRUÇÃO DE UMA CASA EM UM TERRENO É ACESSÃO E NÃO BENFEITORIA. JÁ A CONSTRUÇÃO DE UMA PISCINA, É BENFEITORIA.
		- Fundamento jurídico de acessão
			- art. 1.253 do CC, é que elas se presumem feitas pelo proprietário e a sua custa, até prova em contrario, face a regra de direito de que o principal segue o acessório.
		- Art. 1.254 primeira parte
			- comentar pois o proprietário terá que indenizar o dono das sementes e dos materiais que utilizou, se agiu de boa-fé. Para evitar o enriquecimento sem causa. 
		- Art. 1.254 segunda parte
			- se agiu de má-fé este irá responder, também por perdas e danos que causar ao dono dos materiais e sementes..
		 - Art. 1.255
			- aquele que ao contrario não é proprietário mas utiliza de seu materiais e suas sementes, terá a delas se indenizar, mas desde que tenha agido de boa-fé.
OBS: AS PLANTAÇÕES E ACESSÕES, NA MEDIDA EM QUE ADEREM AO SOLO (TERRENO) SE PRESUMEM DE MENOR VALOR QUE ELE.
OBS: SE ACESSÃO FOREM MUITO MAIS VALIOSAS QUE O TERRENO ( O CC USA EXPRESSÃO “EXCEDER CONSIDERALVELMENTE O VALOR DO TERRENO”), INVERTE-SE A SITUAÇÃO, PASSANDO O PRINCIPAL A SER TRATADO COMO ACESSÓRIO. NA VERDADE ESTE, POR TER SE REVELADO SER MAIOR VALOR, TORNAOU-SE PRINCIPAL, ENQUANTO O TERRENO PASSA A SER ACESSÓRIO.
		-Ar. 1.255 parágrafo único CC
			- o autor de acessão (o que semeou, plantou ou edificou em terreno alheio), se agiu de boa-fé, adquire a propriedade do primitivo dono, desde que lhe pague uma indenização a ser fixada judicialmente.
OBS: É UMA FORMA DE AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE CONTRA A VONTADE DO PROPRIETARIO. UMA VES A SENTENÇA TRANSITADA E JULGADA ESSA TERÁ VALIDADE PARA REQUERER O REGISTRO NO CARTORIO.
		- Art. 1.258
			- mais uma hipótese de aquisição de propriedade contra a vontade do proprietário primitivo.
			- quando a construção ocorre parcialmente em solo próprio, com a invasão do solo alheio em proporção ínfima, não superior a sua vigésima parte do solo invadido. Mas terá que ser caracterizado sua boa-fé.
		- Art. 1.258 parágrafo único
			- se agiu de má-fé, só irá adquirir o imóvel na parte que invadiu com a sua construção, após a indenização, desde que a demolição não possa ocorrer sem grave prejuízo para a construção.
		- Art. 1.259
			- trata-se de construção que invadiu imóvel vizinho em área superior a sua vigésima parte.
			- Boa-fé, o construtor adquire a propriedade da parte do solo invadido, mas terá que pagar perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer ao prédio invasor, mais o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.
			- Má-fé, terá obrigatoriamente que demolir o que nele construiu, pagando perdas e danos em dobro. 
- SUCESSÃO
		- Conceito
			- Trata-se de forma derivada, universal ou singular, de aquisição da propriedade decorrente da morte de uma pessoa física, que transmite seu patrimônio para terceiro.
			- O direito hereditário ou sucessão constitui a forma de transmissão derivada da propriedade que se da por ato moris causa, em que o herdeiro legitimo ou testamentário ocupa o lugar do de cujus em que todos os seus direitos e deveres.
		-Princípios
			- São dois princípios que fazem parte desta forma de transmissão são eles:
				- principio da perpetuidade da propriedade e da aderência, pois os bens esta unidos ao titular apenas na medida em que este tenha personalidade, pois, no momento da sua morte, ocorre a imediata transmissão aos herdeiros legítimos ou testamentários, por força do art. 1.784 do CC ( principio da saisine), significa que basta a morte para que a propriedade seja transmitida aos herdeiros.
		- Características
			- o simples fato de abrir a sucessão já é modo de transmissão da propriedade, é forma declaratória de transmissão de domínio, não dpendendo do registro formal de partilha. A propriedade adquirida em virtude do direito sucessório não tem caráter negocial, de maneira que o formal de partilha ou a carta de adjudicação servem apenas para deixar à disposiçãoa coisa para fins de alienação e para manter a veracidade dos atos registrais.
-FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MOVEL
	- Conceito
		- a aquisição da propriedade móvel representa a incorporação dos direitos de dono em um titular. Se de um lado uma pessoa adquire a propriedade de uma coisa móvel, por outro lado, outra perde, concomitantemente.
	- Formas de aquisição de propriedade móvel:
		- formas originarias
			- ocupação e achado do tesouro
			- usucapião
		- formas derivadas
			- especificação
			- confusão
			- comistão
			- adjunção
			- tradição
			- sucessão
	- DA USUCAPIÃO COISAS MOVEIS ARTS. 1.260 A 1.262 DO CC
		- Temos duas espécies de usucapião mobiliário:
			- 1º - Ordinário art. 1.260: para essa modalidade é necessário a conjunção dos seguintes requisitos:
				- posse com a vontade de ter a coisa como sua;
				- posse sem interrupção, continua;
				- posse sem oposição ou contestação, mansa e pacifica;
				- posse por três anos consecutivos;
				- posse com boa fé, pela apresentação de justo titulo, documento que demonstre propensão ao domínio. A expressão justo titulo, contida nos art. 1.242 e 1.260 do CC, abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, independente de registro. OBS: NÃO SERA O RECIBO DO PROPRIO VENDEDOR, POI S NESSE CASO O POSSUIDOR SERÁ DONO E NÃO NECESSITARÁ USUCAPIR.
			- 2º - Extraordinário art. 1.261 do CC: ocorre com a presença dos seguintes requisitos:
				- posse ininterrupta
				- posse mansa e pacífica
				- posse por cinco anos, sendo o tempo presunção de boa-fé, dispensando-se qualquer titulo para aquisição de domínio.
EX: O exemplo típico são as linhas telefônicas, nos termos da Súmula 193 do STJ. Porém, as linhas telefônicas perderam o valor de mercado de outrora, não tendo, em realidade, valor algum.
EX: Questão polêmica se refere à usucapião de veiculo furtado, havendo entendimento do STJ pela sua impossibilidade em caso envolvendo usucapião ordinário (Resp 247.345/MG, Terceira Turma). Todavia a doutrinadores como Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald são favoráveis a usucapiao em tais casos, uma vez que cessa a violencia no momento posterior a pratica do ilícito, tendo inicio a partir daí a contagem do prazo legal. 
SIGNIFICADO DE CLAUSULA CONSTITUTI
 A expressão clausula constituti é que abona essa garantia para a hipótese de o vendedor prolongar sua permanência no imóvel vendido.
A expressão implica que mesmo estando o vendedor ainda instalado no bem imóvel, já vendido, não o estará ali mais como proprietário, e sim como mero detentor momentâneo desse bem, o que lhe impede, por alguma razão, alegar posse.
	- DA OCUPAÇÃO art. 1.263
		- Conceito
			- é um modo de aquisição originaria da propriedade de bem móvel, ou de semovente, sem dono, por não ter sido apropriado ou por ter sido abandonado, desde que tal apropriação não esteja proibida por lei.
		- Espécies de ocupação 
			- ocupação propriamente dita (caça e pesca);
			- da invenção ou descoberta (bens perdidos);
			- do achado do tesouro.
		- Ocupação propriamente dita art. 1.263 do CC
			- são passiveis de ocupação os bens sem dono, desde que não haja proibição lega.
			- 1ª hipótese	
				- ocupação decorrente da caça, estabelecendo a lei 5.197/67 (Código de Caça), em seu art. 1º, (que os animais de qualquer espécie são propriedade do Estado, é necessário a autorização do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (IBAMA), para o exercício da caça, mediante a expediçãode lecença anual, de caráter especial e de abrangência regional, alem de porte de arma especifico.
			- 2ª hipótese
				- ocupação decorre da pesca, que também vem estabelecida por regulamentos administrativos, sendo autorizada algumas áreas e períodos. Código de Pesca, introduzido pelo Decreto n. 221/67, no seu art. 2º que distingue entre pesca para fins comerciais, para fins esportivos e pesca cientifica.
		- Da invenção ou descoberta art. 1.233 a 1.237 do CC
			- achado de bem móvel perdido pelo proprietário, com a obrigação de restitui-lo a seu dono ou legitimo possuidor.
			- descobridor na realidade não adquire de imediato a propriedade, pois ao encontrar a coisa perdida, sua obrigação é de tentar encontrar o proprietário, legitimo possuidor, por força do art. 1.233 do CC. Se não encontra-lo, devera restituir o bem a autoridade policial competente art. 1.233 parágrafo único.
			- Caso de restituição da coisa pelo descobridor
				- conforme o art. 1.234 do CC, caso o descobridor restitua ao titular do bem perdido, terá direito a uma recompensa não inferior a 5% do valor do bem, alem da indenização por despesas com conservação e transporte da coisa.
				- OBS: pode o dono preferir abandonar o bem , pois o valor da recompensa ser muito elevado, portanto, dependendo do esforço desenvolvido para restituir, é alem das possibilidades que teria o titular para encontrar o seu próprio bem.
				- art. 1.234 paragrafo único dispõem sobre a situação econômica de ambos.
			- Caso de Indenização
				- assim como o descobridor tem o direito da recompensa, tem o ônus de indenizar caso danifique dolosamente a coisa (art. 1.235 CC).
			- Procedimento adotado pela autoridade policial competente 
				- quando o descobridor não encontra o titular e entrega a autorirade competente o bem móvel está irá expedir editais para tentar localiza-lo, obviamente se o valor do bem assim comportar.
			- Prazo
				- o prazo decadencial é de 60 dias, contados da adata da divulgação da noticia pela imprensa local.
			- Da venda do bem
				- caso não se apresentando o titular, o bem será vendido em hasta publica, e depois de pagas as despesas e recompensa, pertencera o remanescente ao Municipio.
			- Valor irrisório do bem
				- caso o valor do bem for irrisório, poderá o Municipio abandonar a coisa em favor daquele que o achou, art 1.237, parágrafo único
	 	- Do achado do tesouro art. 1.264 a 1.266 do CC
			- tesouro como deposito antigo de bens preciosos, oculto e de cujo dono não haja memória, art. 1.264.
			- Regras Jurídicas são:
				- 1ª – caso o proprietário do prédio em que esta o tesouro seja o próprio descobridor, obviamente o tesouro será todo dele (art. 1.265 do CC)
				- 2ª – caso o descobridor seja uma pessoa e o proprietário do prédio outra, o tesouro será dividido em partes iguais entre os dois (art. 1.264 CC)
				- 3ª – caso o descobridor seja usufrutuário, superficiario, terá que dividi-lo com o proprietário (art. 1.266 CC).
				- 4ª – se o tesouro for achado em bem publico, será dividido com o titular do bem
				- 5ª – caso o tesouro for achado em bem condominial, será dividido entre os condôminos, quer seja edilício, se o tesouro for achado em parte comum.
	
	- TRADIÇÃO	
		- Conceito
			- 
		- Espécies de Tradição
			- 1ª – tradição efetiva ou real: entrega da própria coisa (ex: a entrega do veiculo)
			- 2ª – tradição simbólica: entrega de uma representação da coisa (ex: a entrega das chaves de um veiculo)
			- 3ª – tradição ficta: ficção aposta em um contrato	 
 	 			- art. 1.277, parágrafo único
					- prestigia essa hipótese ao estabelecer a transferência ficta para o adquirente do poder de buscar a restituição da coisa quando ela esteja em poder do vendedor ou de terceiro, sob pena de intentar ação de reintegração de posse.
		- Situações de dispensa de tradição
			- abertura da sucessão legitima ou testamentaria
			- celebração do casamento com relação a ambos os cônjuge
		- art. 1.268 a tradição a non dominio 
			- aquele que não é dono da coisa. Regra geral é que ninguém pode transferir direitos mais do que tem, dessa forma, se a pessoa não é dona, não pode transferir nada.
			- Exceções:
				- 1ª – a coisa oferecida ao publico, em leilão ou em estabelecimento, mesmo que vendida por quem não seja dono, é eficaz.
				- 2ª – a aquisição superveniente por aquele que alienou quando não era dono também retroage e ganha eficácia.
	- ACESSAO Art. 1.269 a 1.274 doCC
		- conceito
			- trata-se de incorporação de um imóvel a outro gerando incremento em volume e valor.
		- Espécies 
			- 1ª – especificação art. 1.269 a 1.271 do CC
				- é um modo de adquirir o domínio pela manipilação de matéria prima, pela modificação de matéria-prima pertencente a outrem.
				- advêm da criatividade humana, EX: TRANSFROMAR O COURO EM CALÇADO, FERRO EM UTENSILIO E BARRO EM ESCULTURA.
- OBS: NÃO HÁ PROBLEMA QUANDO A PESSOA TRABALHA COM SUA MATERIA PRIMA, MAS QUANDO UTILIZA DE MATERIA-PRIMA DE TERCEIRO.
				- hipóteses de matéria prima de terceiro
					- 1ª – caso o especificador esteja trabalhando em matéria prima que em parte é sua e obtiver espécie nova e caso seja impossível voltar a forma anterior, torna-se-á proprietário da parte que não era sua, porem terá que indenizar a matéria-prima que não for sua, art. 1.269
					- 2ª – caso o especificador esteja trabalhando, de boa-fé, em matéria-prima alheia e esta não puder voltar ao estado anterior, torna-se-á proprietário e terá de indenizar a matéria-prima utilizada.
					- 3ª – caso o especificador esteja trabalhando, de má-fé, em matéria-prima alheia, podendo ou não voltar ao estado anterior, perderá a propriedade da coisa, a não ser que o valor exceda em muito o da matéria-prima, cabendo no primeiro caso, indenização ao especificador, no segundo indenização ao proprietário da matéria prima, alem da indenização por perdas e danos na hipótese de má-fé.
			- 2ª – da confusão, da comissão e da adjudicação art. 1.272 a 1.274 do CC
					- da confusão
						- misturas de liquidos, gerando substancia nova, ex: água e vinho
					- da comissão
						- misturas de coisas solidas, ex: grãos 
					- da adjunção
						- há a justaposição de uma coisa a outra, ex: solda de uma peça ou motor
OBS: SENDO MUITO CARA OU IMPOSSIVEL A SEPARAÇÃO, MANTER-SE-Á UM CONDOMINIO, FECHADO, EM QUE CADA UM TITULAR TERÁ O SEU QUINHAO PROPORCIONAL SOBRE O TODO ART. 1.272, §1º
OBS: SE UM DOS BENS PUDER SER CONSIDERADO PRINCIPAL EM RELAÇÃO AO OUTRO, O DONO DO PRINCIPAL ADQUIRIRÁ O ACESSORIO; CASO CONTRARIO, MANTER-SE-Á O CONDOMINIO FORÇADO.
OBS: ART. 1.273 HIPOTESE DE MA-FE, SE A JUNÇÃO SE DEU POR MA-FE, O CONDOMINO INOCENTE PODERÁ ESCOLHER ENTRE ADQUIRIR A PROPRIEDADE, PAGANDO O BEM AO TERCEIRO, ABATIDA A INDENIZAÇÃO DO QUE LHE FOR DEVIDO, OU REQUERER INDENIZAÇÃO, RENUCIANDO AO SEU BEM ART. 1.273.
- PERDA DA PROPRIEDADE
	- Alienação
		- tranferencia de um bem certo e determinado a outra, transmitindo a propriedade. Pode ser onerosa ou gratuita, ex: compra e venda e doação.
	- Renuncia
		- ato unilateral, irrevogável, pois o titular abre mão de determinado bem. Ex: um herdeiro abre mão de sua cota hereditária.
		- art. 108 do CC, a renuncia so pode ocorrer por escritura publica para imóveis cujo valor seja superior a trinta salário mínimo.
	- Abandono
		- é a forma de perda de propriedade na qual o proprietário abre mão do que lhe pertence com intenção de faze-lo, porem sem manifestar expressamente sua vontade. Uma vez configurado o abandono, poderá ocorrer a ocupação da coisa por qualquer pessoa.
		- esta propriedade poderá ser adquirida pelo estado ou município pelo processo de arrecadação ou pelo particular através da usucapião.
	- Perecimento
		- forma involuntária da perda da propriedade pela desvalorização do objeto ou seu desaparecimento, por fato natural ou humano, gerando a extinção da propriedade.
	- Desapropriação
		- trata-se de intervenção do estado no patrimônio privado em virtude do interesse social que supera o interesse individual.
		- é um instrumento do direito administrativo para cumprir a função social da propriedade..

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