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[CIRURGIA I] [ESQUEMAS – Turma XXII de Medicina (MedPegada) 6º Período] Acadêmico(a): Milena Aparecida Carneiro Professor(a): Esp. Rodrigo Costa Aula: 01 Tema: Hérnia Slide + Áudio Trígono Inguinal Limites: o Superior: linha imaginária que une as duas espinhas ilíacas ântero-superiores o Inferior: ligamento inguinal – delimitada pelo púbis o Medial: margem lateral do M. Reto do abdome Importância: • Perfuração da musculatura abdominal dessa região pelo descenso testicular orientado pelo gubernáculo de testículo.Dando passagem ao ligamento redondo, na mulher, e ao funículo espermático, no homem. Dessa forma, região de maior fragilidade abdominal e propensão para ocorrência de hérnias -> por isso é uma região onde aparecem abaulamentos anormais. E a medida que o indivíduo envelhece, mais essa parede abdominal enfraquece Canal Inguinal • É formado durante o descenso testicular —> o canal inguinal costuma ser mais largo nos homens • Localiza-se na parte lateral da região inguinal com trajeto oblíquo descendente, de lateral para medial e paralelo ao ligamento inguinal. • Esse canal apresenta 4-5 cm de extensão e 0,5-1 cm de diâmetro. “Manilha” Constituição anatômica: anéis inguinais (orifícios que permitem a passagem das estruturas do canal inguinal). o Anel inguinal profundo (interno): Localização pré-peritoneal, parede posterior, em forma de fenda e cerca de 1 cm em seu maior comprimento. É formado por fibras aponeuróticas do M. transverso do abdome, sendo delimitado medialmente pelo L. interfoveolar onde transitam os epigástricos inferiores. É mais lateral. Ao lado do anel profundo tem os vasos epigastricos inferiores, bom ponto de referencia para achar esse anel. o Anel inguinal superficial (externo): Formato triangular (oval), com cerca de 2-2,5 cm em seu maior diâmetro, sendo constituído pelos pilares medial e lateral (fibras do M. oblíquo externo). Anel inguinal superficial é mais medial. ✓ A região inguinal é bastante complexa porque é uma região pequena e que contém uma série de estruturas importantes e delicadas. No homem, se não conhecer a anatomia pode-se lesar o ducto deferente, reduzindo 50% de chance dele ter filhos, ou o nervo íleo-inguinal (pct perde a sensibilidade da bolsa escrotal - dormência na bolsa escrotal e na raiz da coxa). ✓ Nunca deve-se operar os dois lados inguinais ao mesmo tempo. Lembrando que os testículos na fase embrionária se encontram no abdome e no final da gestação esse testículo vai migrar para a bolsa escrotal, por isso nos homens há perfuração dessa região para que aconteça esse descenso. Esse canal não é virtual, pois ele tem parede lateral, parede medial, teto e assoalho, é como se fosse um cano PVC. Esse canal inguinal segue uma trajetória que vai de dentro da barriga até os testículos, por isso é comum a alça passar por esse canal e descer até o testículo. Da mesmo jeito que essa comunicação pode levar as coisas da barriga para o saco, ela também pode levar do saco para a barriga (exemplo: pct fez um Fuornier que foi para a barriga). ✓ Então o canal inguinal vem de lateral e profundo para medial e superficial.Faz um trajeto de dentro da barriga e lateral, pra fora da barriga e superficial. O anel superficial da pra tocar. ✓ Se lesar o ligamento redondo do útero, não há problema pois essa estrutura serve para sustentação do útero, mas existem outras estruturas de ligação. É muito raro hérnia inguinal em mulheres, sendo as as mais comuns as hernias umbilicais e femurais. Limites do canal inguinal: • Parede medial: fibras dos músculos oblíquos internos e transversos do abdome (tendão conjunto ou foice inguinal é uma estrutura estrutura resistente, que vai servir para fazer a reforma do canal inguinal durante a cirurgia ), bem como a margem lateral da bainha do M. reto. • Parede anterior (ventral): aponeurose do oblíquo externo, apresentando em sua face ínfero-medial, o anel inguinal superficial —> entra-se no canal inguinal, durante a cirurgia, através do teto. • Parede posterior (dorsal): inicia ao nível do anel inguinal profundo, sendo formada pela fáscia transversal, parte do ligamento inguinal e peritônio —> levantando o funículo é possível ver o assoalho • Parede lateral: Ligamento inguinal, o qual assume forma de “calha” e vem terminar sobre o tubérculo púbico. Conteúdo do canal inguinal • No homem: o Funículo espermático (formado pelos músculos cremaster, ducto deferente com sua artéria e veia, artéria e veia espermáticas externas, artéria e veia testicular, ramo genital do nervo genitofemoral, conduto peritônio-vaginal , plexo pampiniforme e vasos linfáticos) o Nervo ílio-inguinal. • Na mulher: o Ligamento redondo do útero o Nervo ílio-inguinal Ligamentos e músculos relacionados: • Pele: Muito elástica com linhas de força oblíquas caudal e medialmente • Tela subcutânea: Possui três folhetos: superficial ou fáscia areolar (Camper), intermediária e profunda ou lamelar (Scarpa). Nas crianças essas fáscias podem ser muito desenvolvidas e confundir-se com a aponeurose do oblíquo externo. Parecem aponeuroses de tão resistentes. No adulto já nao exite, porque o adulta faz atividade fisica. • M. Oblíquo externo: (não leu) Na região inguinal é constituído exclusivamente por sua aponeurose. • M. Oblíquo interno: (não leu) É carnoso nos 2/3 externos e aponeurótico no 1/3 interno. Da inserção alta das fibras do M. O. I. resultam uma área de maior fragilidade na região inguinal (Triângulo de Hessert). • M. Tranverso do Abdome: (não leu) Sua aponeurose juntamente com a do M. O. I. irá contribuir para a formação do tendão conjunto. !2 HESSELBACH HESSERT HÉRNIAS: Conceito: A hérnia consiste na protusão anormal de um saco com revestimento peritoneal através da cobertura musculoaponeurótica do abdome. Todo abaulamento que é anormal, que não é padrão. Podem ser -> ventral: quando acomete regiao anterior do abdome inguinal: acometem a região inguinal; hérnias da virilha são inguinais femoral: acometem a região femoral dorsal ou lombar: é muito raro. • Epigástricas -> são formadas entre o apêndice xifoide e a cicatriz umbilical, na linha Alba. As hérnias epigástricas são formadas na linha mediana porque é nessa região que acontece a perfuração da irrigação pra chegar sangue para o músculo reto abdominal. Então onde a arteríola penetra na linha Alba, ela deixa um ponto de fraqueza e aí o paciente pode aparecer com o abaulamento dessa região. • Umbilicais -> muito comum em crianças, mulheres e gestantes. É formada na cicatriz do umbigo. O umbigo normalmente é inserido na aponeurose, então ele tem que ser fundo. Oa umbigos rasos, ou a criança que quando chora o umbigo estufa, são exemplos de hérnia umbilical. É uma hérnia muito fácil de diagnosticar, porque deforma o umbigo. • Semilunares (Spiegel): se formam nas intersecções tendíneas. Aqueles pacientes que têm a musculatura abdominal bem definida, nas laterais do reto abdominal são onde se formam as hérnias de spiegel • Incisionais • Hérnia femoral: se forma abaixo do ligamento inguinal • Hérnias inguinais: se formam acima do ligamento inguinal, no trígono inguinal. E essas hérnias inguinais são as as que mais caem em provas, as mais comuns e as mais operadas. • Hérnias paraumbilicais: se formam logo acima do umbigo !3 ✓ Macete: - Triângulo de Hessert (nome pequeno) —> Triângulo grande. - Triângulo de Hesselbach (nome grande) —> Triângulo pequeno ✓ Limites do triângulo de Hesselbach: M. Reto abdominal, ligamento inguinal e vasos epigástricos. As hérnias inguinais diretas (oblíquas internas)aparecem mais nessa região. ✓ Limites do triângulo de Hessert: M. Oblíquo interno, ligamento inguinal e M. Reto abdominal. ✓ Prova: por que as hérnias diretas são chamadas de obliquas internas? Porque elas são internas ou mediais aos vasos epigástricos inferiores, essas hérnias deslocam tais vasos para fora. As hérnias inguinais indiretas são chamadas de oblíquas externas porque surgem externamente aos vasos epigástricos inferiores, e empurram esses vasos medialmente. ✓ Hérnias epigastricas, hérnias de spiegel, hérnia de região pelvica que é muito comum em mulheres idosas, multíparas. Hérnia obturadora (do forame obturatório). ✓ Na parede posterior a gente pode ter hérnia do triângulo superior e do triângulo inferior, sendo todas da região lombar, na região do dorso. Essas hérnias lombares, só aceitam correção com tela, porque é uma região que força muito. Etiologia: • Conforme a redutibilidade: o Redutíveis: o Redutíveis espontaneamente: elas descem para o testículo e quando o paciente deita na cama, ele mesmo consegue colocar para dentro ou elas entram sozinhas. o Redutíveis que dependem de um profissional: o paciente não consegue colocar para dentro e começa a provocar dor. E quando a hérnia está provocando dor é preciso medicar (dormonid) o paciente para cessar a dor, porque se o paciente estiver com muita dor ele fica tenso e contrai a barriga. E com a barriga contraída fica impossível colocar qualquer coisa pra dentro. Após a sedação, coloca-se o bumbum do pct mais alto e a cabeça mais a baixo, em relação ao quadril, posição de trendelenburg (que é quadril mais alto que a cabeça) , isso ajuda colocar a hérnia para dentro. o Irredutíveis: o Encarcerada ( é aquela em que o pct não consegue fazer a redução manual do saco herniário, mas o profissional pode conseguir através de estratégias e medicamentos). A hérnia pode ficar encarcerada até 6 horas, depois disso o tecido pode entrar em sofrimento, porque está em uma região apertada. Geralmente o que está dentro do saco herniário é uma alça de delgado. Passsando-se de 6 h, provavelmente essa hérnia encarcerada vai evoluir para estrangulada. o Estrangulada ( Ocorre quando o encarceramento leva ao comprometimento vascular, com o paciente apresentando dor intensa acompanhada de sinais flogísticos na região inguinal). Não se deve reduzir uma hérnia com mais de 6h, pois o tecido provavelmente estará necrosado, e um tecido desse jeito pode levar a uma sepse. Na primeira foto tem–se uma hérnia encarcerada e na segunda, uma hérnia estrangulada. !4 ✓ Se o pct tiver uma diástase muito grande fica dífícil diagnosticar uma hérnia epigástrica, porque o músculo afasta tanto que as vezes não se consegue palpar. ✓ Diástase é um afastamento do músculo reto abdominal e isso pode acontecer por dois motivos: pela própria anatomia do paciente ou pelo fato desse paciente ter o abdome esticado e reduzido várias vezes, como ocorre na gestação. ✓ Então a diástase é fácil de identificar: peça para o paciente deitar na maca e levantar o pescoço, quando ele levanta e força o abdome, o músculo abre e você consegue por a mão no meio do M. Reto. Isso tem correção cirúrgica, deve-se cercar o reto abdominal. Mas isso não é uma hérnia, é uma diástase e se o paciente estiver em pé, não se vê defeito, mas se ele forçar o abdome, o reto separa. ✓ Quando o pct chega deve-se perguntar a quanto tempo ele está sentindo dor. Se tiver menos que 6h tenta-se fazer a redução manual com auxilio de medicação, caso não tenha sucesso deve-se recorrer a cirurgia; mas se for mais de 6h e já não mais sentir dor (ausência de dor significa que a alça já está necrosada), deve-se ir ao centro cirúrgico e retirar a alça necrosada. ✓ Se a alça estiver roxo clara pode-se reduzi-la e colocar soro em cima dela, se a alça começar a ficar rósea novamente, em torno de 5 min, não é preciso ressecá-la. Hérnias inguinais São aquelas onde ocorre uma invaginação do intestino na região do canal inguinal. São as mais frequentes. Classificação: quanto ao mecanismo de formação. • Direta (oblíqua interna) • Indireta (oblíqua externa) • Mista Exame Físico: Deve ser realizado inicialmente com o paciente em pé. Durante o exame devemos observar a presença de abaulamentos na região inguinal em repouso e durante a manobra de Valsalva, que pode acentuar uma tumoração pre-existente. Nos casos de hérnias indiretas volumosas, o saco herniário pode se insinuar para dentro da bolsa escrotal, o que define as hérnias inguino-escrotais. • Manobra do dedo indicador. Essa manobra define a hérnia direta. O examinador introduz o dedo indicador na porção mais inferior da bolsa escrotal e invaginamos o saco herniário para o interior do canal inguinal, até encontrarmos o orifício inguinal superficial. Caso seja palpado a protusão que vem ao encontro de nosso dedo, estamos frente a uma hérnia indireta. Caso a protusão seja sentida na lateral do seu dedo, a suspeita é de hérnia direta. Hérnia Inguinal Indireta • O saco herniário tem origem no anel inguinal interno, lateralmente aos vasos epigástricos profundos. Pode ser congênita ou adquirida, neste caso, resultante do enfraquecimento do mecanismo de esfíncter do anel inguinal interno, consequente ao enfraquecimento da fáscia transversa. • Mais frequentes; • Mais comuns em crianças e recém-nascidos (persistência do conduto peritônio vaginal); • Mais comuns no sexo masculino; • Na mulher há o conduto de Nuck ( semelhante ao peritônio vaginal) e sua persistência determina o aparecimento de hérnia inguinal indireta • Apresenta maior tendência de evoluir para inguinoescrotal Hérnia Inguinal Direta !5 ✓ Anuncia-se lateralmente aos vasos epigástricos. ✓ Resultam do não fechamento do conduto peritôniovaginal, trajeto feito pelo testículo durante sua descida da cavidade abdominal em direção à bolsa escrotal. Normalmente esse conduto é obliterado totalmente. Quando não há a obliteração do conduto após o nascimento ou o fechamento é parcial permanece uma comunicação entre a cavidade abdominal e o canal inguinal, permitindo não só o aparecimento de hérnia inguinal indireta, mas também de outras condições como hidrocele do cordão e hidrocele comunicante. ✓ Anuncia-se medialmente aos vasos epigástricos. ✓ São resultantes de alterações adquiridas. Têm sua gênese em um enfraquecimento da parece posterior do canal inguinal. A hérnia ocorre no triângulo de Hesselbach, principalmente por ser região menos protegida pelo revestimento músculo aponeurótico. ✓ Essa hérnia se forma por excesso de esforço ao longo da vida; é mais comum no lado direito, porque a maioria das pessoas são destras, então geralmente fazemos mais força com o braço direito, tendência de estar forçando sempre mais o lado direito. • O saco herniário tem origem no enfraquecimento do assoalho do canal inguinal, medialmente aos vasos epigástricos profundos; • Mais comum em idosos, fraqueza de parede abdominal; • Menos frequente; • Geralmente há uma inserção alta dos mm. Transverso e oblíquo interno, resistência da fáscia transversal • A hérnia direta desaparece com maior facilidade Essa criança tem hérnia umbilical, obeserva-se os dois lados bem abaulados, não é possível ver nem a bolsa escrotal porque está tudo preenchido por alça. É uma criança que nasceu com persistência do conduto peritonio vaginal. Classificação de Nyhus para Hérnias da região inguinal Tipo I: Hérnia inguinal indireta – anel inguinal interno normal ( p. ex. hérnia, infantil). Não há alteração de parede posterior nem do anel profundo. Ocorre por exemplo, quando há persistência do conducto peritôneo vaginal. Tipo II: Hérnia inguinal indireta – anel inguinal interno dilatado, mas com a parede posterior preservada; vasos epigástricos inferiores profundos não deslocados.Se o anel fica mais largo quem passa por dentro dele é a hérnia inguinal indireta, quando altera o anel só pode ser indireta. Tipo III: Defeito na parede posterior A. Hérnia inguinal direta-lesão de parede posterior + anel profundo dilatado. A hérnia não passa por dentro desse anel, mas por baixo. B. Hérnia inguinal indireta – anel inguinal interno dilatado medialmente enrolado ou destruindo a fáscia transversal do triângulo de Hasselbach (p. ex. hérnias escrotais maciças por deslizamento ou hérnias a cavaleiro). Lesão de parede posterior + anel profundo dilatado. Hérnia passa por dentro do anel profundo C. Hérnia femoral – quando a hérnia passa por baixo do anel inguinal, técnica para correção dessa hérnia: McDavid Tipo IV: Hérnias recorrentes A. Direta B. Indireta C. Femoral D. Mista !6 ✓ Hérnia inguinal diagnosticada em crianças deve-se realizar cirurgia, pois crianças têm uma pressão muito grande no abdome, além de chorar bastate o que aumenta mais ainda essa pressão. Não se faz a cirurgia quando existe algum fator que a dificulte como a desnutrição ou uma cardiomiopatia, por exemplo. - Hérnia umbilical na criança é expectante —> espera-se até os dois anos de idade, se não fechar até essa idade, não fechará espontaneamente. ✓ Conduta: hérnia inguinal tem que ser operada, porque o peso do abdômen vai todo para a virilha, então os riscos de encarcerar são as hérnias da virilha e não as umbilicais. ✓ Essa classificação despenca em prova. Deve-se lembrar que são 4 tipos de hérnias e estão relacionadas a dois fatores (anel profundo e parede posterior) ✓ A hérnia tipo III que lesa a parede e que o anel está dilatado é uma das piores para se corrigir —> usa-se tela (prova), a técnica de Linchtenstein. ✓ É difícil haver hérnia tipo III mista, é mais comum nas recorrentes. ✓ Hérnias recorrentes geralmente ocorrem por uma destruição grande da parede. Um exemplo seria aquele paciente que você opera e que tinha uma parede razoável, mas se esforça antes da hora e rasga a parede -> hérnia recidivante/que recorreu. ✓ Se o pct já operou antes e a hérnia voltar, ele vai ter que dar mais detalhes para saber qual o tipo de hérnia, se é tipo IVa, IVb, IVc, IVd. Se ele tem lesão de anel e de parede posterior, não tem dúvida, que é uma III. Relembrando que um dos sinais de hérnias umbilicais é o umbigo raso (significa que a cicatriz não está fixada na aponeurose) Hérnias crurais (femorais) • Herniação que ocorre ao nível do anel femoral, abaixo do ligamento inguinal, medialmente a veia femoral • São mais frequentes em pacientes do sexo feminino e idosas • São pequenas e constituídas por um “pelotão gorduroso” • Difícil redutilidade • Recidiva frequente • Maior facilidade para encarceramento e estrangulamento • Normalmente bilaterais • Indicação absoluta de cirurgia (técnica de Mc Vay e utilização da Tela de Márlex) Diagnóstico Diferencial: • Linfadenopatia em região crural • Abscesso Há na imagem uma hérnia inguinal externa (indireta) -> o saco herniario passa por dentro do canal e externamente aos vasos epigastricos, empurrando esses vasos medialmente. Essa outra é uma hérnia femoral, pois está passando abaixo do ligamento inguinal e junto com os vasos femorais. Hérnias Umbilicais • Mais comum congênita (crianças), onfalocele também (persistência do conduto). No adulto a hérnia é secundária a um defeito adquirido, decorrente de gravidez, ascite ou traumatismo. • Ocorre por defeito na cicatrização umbilical. É muito comum em crianças ou em prematuros por defeito no colágeno !7 ✓ Pode ser definida como a persistência do anel umbilical sem o fechamento de sua camada aponeurótica após o nascimento. Caracteriza-se por uma protrusão anormal do peritônio contendo tecido gorduroso pré-peritoneal e omento. Raramente encontramos alças intestinais no conteúdo do saco herniário. ✓ Então se a pessoa tem um corte no pé, ela pode drenar linfa para a região inguinal e o paciente vai ter dor, esse é o único caso que eu peço ultrassom, porque não é fácil dar o diagnóstico de hérnia femoral, você pode confundir com linfadenopatia, com abcesso e se você confundir e for orgulhoso, tiver certeza que isso é um abcesso, não pedir exame e drenar, pode acontecer de sair fezes, então nesses casos, peça um ultrassom para te auxiliar. Essas hérnias são as que mais encarceram, isso porque o anel dela não distende, o anel femoral é rígido. ✓ São as hérnias mais dificeis de se fazer diagnóstico. É dolorosa, assim como um linfonodo, então se a pessoa tem um corte no pé pode drenar linfa para a região inguinal e o paciente vai ter dor. Esse é o único caso que eu peço ultrassom, porque pode-se confundir com linfadenopatia ou com abcesso. ✓ Essas hérnias são as que mais encarceram, isso porque o anel dela não distende, o anel femoral é rígido. • A indicação cirúrgica não é absoluta, devendo-se esperar por 2 anos e avaliar a possibilidade de fechamento espontâneo. Quando o diâmetro do anel umbilical é maior que uma polpa digital (cerca de 1,5 cm), a probabilidade de fechar é muito pequena. Hérnia Umbilical Adquirida • Mais comum no sexo feminino (gestação) • Outros fatores: obesidade, ascite com atrofia da parede abdominal. O paciente é quem decide se vai operar, a maioria opera por estética. É muito raro uma hérnia umbilical encarcerar, e quando encarcera o que entra no anel umbilical é o epíplo ou o omento. Dói porque ele é vascularizado, se compromete a circulação dói, mas não mata o paciente. Faz-se uma incisão pequena, semilunar, embaixo do umbigo —> descola o saco herniário e é possível ver o buraco. Tem um defeito, uma hérnia, tem um buraco > corrigir com pontos separados e fio inabsorvivel (nylon 0 ou nylon 1), para que a hérnia tenha menor chance de recidivar. Hérnias incisionais - são ocasionadas por deiscência aponeurótica. •Gera lmente ocor rem dev ido a processos infecciosos na ferida cirúrgica (uso de drenos, material inadequado, má técnica cirúrgica, deiscências). •Ocorre com maior frequência em pacientes debilitados, desnutridos, com algum tipo de imunodeficiência. •São de difícil correção cirúrgica Para fazer a correção dessa hérnia faz-se a técnica de Alcino Lázaro (técnica do jaquetão) —> reto abdominal acima da linha arqueada de Douglas; o músculo abdominal reto tem 2 aponeuroses, a anterior e a posterior. Desloca- se essas aponeuroses e sutura-se cada uma delas em separado, formando uma ‘jaqueta”. Nessa foto fez-se sutura continua, o prof normalmente faz pontos separados. Importante: sempre deixar o dreno (portovac ou dreno de sucção) em hérnias incisionais, porque desloca muito tecido gorduroso, lesa linfático e se não tiver o dreno a cicatriz pode abrir. Hérnias epigástricas • Ocorrem entre a cicatriz umbilical e o processo xifoide • Insinuam-se por pequenos orifícios que dão lugar a passagem de vasos e nervos São as mais tranquilas de resolver. O conteúdo geralmente é gordura da região mediana do apêndice xifoide até o umbigo. !8 Pode-se fazer a correção ambulatorialmente com anestesia local. TRATAMENTO DAS HÉRNIAS EM GERAL O tratamento das hérnias inguinais é sempre cirúrgico salvo os pacientes com risco proibitivo e idosos assintomáticos. Caso a hérnia não apresente necessidade de tratamento cirúrgico deve tentar a redução manual do saco herniário (manobra de Taxis). No caso de dificuldades, podemos lançar mão de analgesia venosa e posição de Trendelenburg para facilitar a redução. Tratamento Cirúrgico: Quando? Qual? A decisão quanto ao momento cirúrgico adequado e o tipo de cirurgia a se realizar dependem basicamente se a hérnia é redutível, encarcerada ou estrangulada. A hérnia estrangulada é emergência cirúrgica já que estruturas intra-abdominais apresentam sofrimento isquêmico,o que coloca o paciente em grande risco de peritonite. Via de acesso? Aberta X Laparoscópica Hoje a vídeolaparoscopia está muito difundida e para a vesícula é padrão-ouro, mas para hérnia não há muita vantagem porque a incisão é muito pequena e com raquianestesia, enquanto a videolaparosopia é necessário anestesia geral e deve-se insuflar CO2 na barriga do paciente. Então para hérnia os cirurgiões quase não aderem essa técnica, a não ser hérnia de hiato. !9 Via de acesso Aberta (Clássica) 1. Incisão pele e tela subcutânea — paralelo ao ligamento inguinal ! 2. Exposição do canal inguinal — (abre o teto do canal inguinal) ! 3. Tratamento do conteúdo herniário ! 4. Tratamento do saco herniário — abre-se o saco e se colocar o dedo dentro vai entrar na cavidade. O conduto persistente, permite que uma alça entre e vá parar na virilha do pct. Então deve-se cortar o saco herniário e depois amarrar isso com um fio inabsorvível (Nylon, seda ou algodão). 5. Reforço de parede: • Bassini: união do tendão conjunto e do ligamento inguinal por pontos separado. Mas tem um agravante, na hora que aperta esse ponto o tecido vai juntar um no outro e ficará tenso, esse fio poderá romper. Professor quase não usa mais essa técnica ! ! • Mc Vay: mais usada para corrigir hérnia femoral. Deve-se abrir a fáscia transversal para acessar abaixo do ligamento inguinal, acessar o anel femoral. Então faz-se ponto no anel femoral e no ligamento de Cooper (que fica logo abaixo do ligamento inguinal, próximo à sínfise púbica) ! • Shouldice: há poucas recidiva. É uma técnica demorada, porque é feita em 3 planos de sutura. Deve-se abrir: - A fáscia transversal, sutura-se a borda lateral da fáscia transversal a borda medial da mesma - A borda medial da fáscia transversal no tendão conjunto - Do tendão conjuto no ligamneto inguinal ! • Lichtenstein: coloca-se a tela. Aquele espaço vai preencher com tela, nas outras tecnicas faz-se pontos para aproximar. A vantagem dessa malha é que ela vai promover uma fibrose, a região ficará bastante enrijecida. A melhor técnia hoje é com tela. ! ! Plugs e tela subcutânea: a grande evolução no reparo das hérnias foi a adoção dos reparos livres de tensão com utilização de telas de materiais sintéticos • Vantagens descritas - Incisões menores - Diminuição do tempo cirúrgico - Baixas taxas de recorrência • Evidências pós estudos: - Pequenas diferenças no tempo cirúrgico - Taxas de recorrência 0 – 2% - Nenhuma diferença em relação a dor Review (ANZ J Surg, 2002, 72: 573-9): Não há nenhum grande benefício sobre o reparo com tela tradicional !11 Acesso laparoscópico: Usa-se a técnica peritoneal. Olha o defeito, o buraco, a hérnia e coloca a tela por dentro em vez de colocar por fora depois usa-se grampos para fixar a tela. É uma boa técnica, mas o risco é maior para o paciente, pois é necessário inflar CO2. Mas quando se tem experiência, é interessante. Totalmente extra peritoneal TEP: nessa abordagem o espaço pré-peritoneal é alcançado diretamente através de uma incisão infraumbilical e a penetração de um endoscópico com balão • Descrito originalmente por Stoppa: • Tela colocada entre a parede abdominal e o peritônio • Precursor do reparo laparoscópico pré- peritoneal TEPP (professor comenta a técnica lazarosopica com as imagens que estão no slide — A imagem mostra dissecando os elementos do funículo com um trocater no lado de cá e depois que é dissecado coloca-se a tela. A tela é a mesma que se usa na cirugia aberta, mas é colocada por dentro da barriga em vez de colocada por fora). Complicações pós-operatórias: o Infecção de ferida o Hematoma: não pode-se deixar o vaso sangrando o Embolia pulmonar: mais raro, mas pode acontecer o Hemorragia o Orquite isquêmica o Atrofia testicular Outras complicações: o Dor inguinal transitória o Dor inguinal permanente o Dor na perna transitória o Dor na perna persistente o Seroma/sem aspiração o Seroma/com aspiração o Hematoma o Dor testicular transitória o Dor testicular persiste o Orquite/epididimite o Hidrocele o Infecção incisional o Infecção da prótese o Transição do disco deferente Seroma é quando fica o vaso linfático lesado e não drena Funda inguinal Usa-se funda quando não vai operar o paciente. Por exemplo, pct de 83 anos que não pega peso, não há necessidade de fazer cirurgia. Hérnias da parede abdominal • Hérnia de Richter: A hérnia cujo saco contém apenas parte da parede intestinal, podendo provocar obstrução intestinal com distensão abdominal e até necrose da alça acometida. Ocorre pinçamento parcial de uma alça intestinal que entra dentro da hérnia e fica pinçada, o paciente começa a vomitar porque o trânsito não flui. Então, é esse pinçamento parcial que provoca obstrução, distensão e até necrose de alça. • Hérnias de Spigel: hérnia inguinal que se insinua através de um defeito na linha semilunar: Hérnia inguinal que se insinua através de um defeito na linha semilunar. Hérnia que se insinua através de um defeito na linha semilunar. Corrijam, não é hérnia inguinal. • Hérnia de Littre: presença de divertículo de Merckel no interior do saco herniário. Presença de diverticulo de Meckel no interior do saco herniário. É raro, pois o paciente tem que ter divertículo de Merckel e a hérnia. Pode apresentar estrangulamento e necrose sem sinais de obstrução intestinal, o que torna o diagnóstico no pré-operatório muito difícil. • Hérnia de Amyand: quando existe um apendice vermiforme dentro do saco herniario. Cai em prova. !12
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