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[CIRURGIA I] [ESQUEMAS – Turma XXII de Medicina (MedPegada) 6º Período] Acadêmico: Luciano Batista Professor: Dr. Rodrigo Costa Aula: 03 Tema: Doença Diverticular Slide + Áudio DOENÇA DIVERTICULAR Divertículos são mais comuns no cólon, mas posso ter no esôfago divertículo de ZENCH, é congênito e acomete o esôfago. Posso ter divertículos no delgado e a maioria dos divertículos principalmente os adquiridos acometem o cólon e as consequências são graves. INTRODUÇÃO Doença diverticular: Consiste na presença de saculações (Bolsões anormais) na parede dos cólons. Presença dos divertículos na parede dos cólons, ou seja, uma dilatação anormal. É como se no intestino tivesse uma hérnia presente nele. É como se fosse uma “hérnia” no intestino. Diverticulo verdadeiro: É composto por todas as camadas da parede intestinal Mucosa, submucosa, muscular e serosa. São mais raros, geralmente são congênitos. Ex: divertículo de Merkel (principal causa de hemorragia digestiva baixa na faixa etária pediátrica). Pseudodiverticulo: Não possui uma das paredes do intestino. É mais comum encontrar nos pacientes o pseudodivertículo. Aparece mais com o avançar da idade, com a fraqueza da parede intestinal. Doença Diverticular (Diverticulose) x Diverticulite- Doença diverticular é diferente de diverticulite. Diverticulose são saculações no cólon. Doença diverticular tem os divertículos, mas não tem a inflamação. Se eu tenho um processo infeccioso e inflamatório instalado eu tenho diverticulite e tem sintomas do tipo dor abdominal na fossa ilíaca esquerda, febre e dor à palpação, que é onde se tem a maioria dos divertículos colônicos, no cólon sigmoide. É mais comum no idoso devido a fraqueza da parede intestinal e o idoso faz aquela dieta rica em gordura e proteína q aumenta a pressão intraluminal e essa pressão ao longo dos anos vai enfraquecendo a parede intestinal e vai formando essas herniações, esses abaulamentos e desenvolvendo os divertículos. Diverticulos: São herniações da mucosa através do cólon nos locais de penetração da parede muscular pelas arteríolas. Os pontos onde as arteríolas penetram são os pontos de maior fragilidade e é nesses pontos q tem o abaulamento. Por isto vou ter pctes com doença diverticular podem apresentar sangramento. Esse sangramento pode levar o pcte ao choque hipovolêmico é um sangramento importante devido ao comprometimento da artéria calibrosa. Divertículo ocorre no local onde a artéria penetra, então, esse local é propenso a sangramento. A arteríola fica exposta, então, qdo as fezes passa por esse local lesiona a parede da artéria produz sangramento intenso. O cólon Sigmoide é o mais afetado (cerca de 50% dos casos) devido ao acúmulo fecal maior, fezes mais endurecidas, pressão nessa região é maior, é a parte final da absorção de água, é necessário maior força para empurrar o bolo fecal. Paciente de meia idade 55, 60 anos com dor em fossa ilíaca esquerda, pensar em diverticulite. A 2º localização mais acometida é o cólon descendente (cerca de 40% dos pacientes). E o restante do cólon é afetado em 5 a 10% dos casos devido as fezes serem mais líquidas ou pastosas e exercendo menor pressão na parede intestinal. Mais frequentemente em pacientes após a 5º década de vida, aumentando a incidência com a idade. Ficar atento se tem casos na família, pois serão mais propensos. Deve-se mudar a alimentação com o decorrer da idade. EPIDEMIOLOGIA Prevalência geral - 35-50% Prevalência com a idade 40 anos <5% paciente jovem quase não tem problema. 60 anos – 30% 85 anos >65% Mais comum em mulheres. Devido ao hábito intestinal geralmente mais constipado. EUA/Europa Ocidental- Cólon esquerdo Populações Asiáticas- Cólon direito -A alimentação tem relação direta com a incidência. Na África a incidência é bem pequena devido a dieta deles serem mais baseada em raízes e fibras. 2 ETIOLOGIA 1. Forma Hipertônica: Indivíduos mais jovens (Até os 50 anos) é a q mais dá problema devido as complicações e a dificuldade em tratar. Dieta pobre em resíduos (fibras), aumento da pressão intra-colônica para deslocar o bolo fecal, indivíduos com baixo volume fecal e obstipados, dieta rica em gorduras. Dieta pobre em fibras leva a formação de baixo volume fecal. São pacientes que precisam fazer força abdominal na evacuação. Divertículos de base estreita, sendo mais comum a inflamação (diverticulite). Base estreita, local de comunicação entre o cólon e o divertículo. Então, como a base é estreita é comum entrar fecalito no divertículo e obstruir, ele não consegue sair. Se ele entra e não sai inflama o divertículo por obstrução e leva a edema local, dificuldade de retorno venoso, isquemia do divertículo e ocorre, portanto, necrose e perfuração e aí vem as complicações, pois quando ele perfura pode ser para a cavidade livre levando a peritonite fecal ou se ele perfurar próximo a parede ele pode bloquear a parede e o indivíduo nesse caso terá dor mais localizada. Pode ocorrer o plastrão, uma massa palpável, pois o omento foi defender o nosso organismo. Pode ter também a formação de abscesso emparedado ele fica preso na pelve. Pcte fica com dor qdo se aperta em cima da bexiga parece sintoma de infecção urinária e pode ter inclusive presença de leucócitos na urina por conta da proximidade com a bexiga as bactérias entram por translocação para a bexiga. Mais comum no Sigmóide. 2. Forma Hipotônica: A maioria (acomete mais indivíduos idosos 60-80 anos) Atinge todo o cólon. Complicação mais comum: Sangramentos: devido a base ser larga expõe a arteríola ao fecalito. Então, como a base é larga o fecalito entra, rasga a parede do divertículo, e volta para o tubo digestivo. Isso faz com que o vaso seja exposto, provocando sangramento, podendo levar até o paciente ao choque. É um sangramento severo, paciente elimina muito sangue. Paciente idoso faz mais sangramento divertícular do que diverticulite. Principal causa de hemorragia digestiva baixa é o divertículo para maiores de 60 anos. Apresentam a base larga (0,5 a 2,0 cm) Formam-se a partir da hipotonia e degeneração da musculatura colônica. Doença Diverticular (Colonoscopia) Paciente com diverticulose, não tem presença de pus e nem sangramento no intestino. Geralmente é descoberto por acaso, paciente procura um gastro que resolve fazer uma colono e descobre, esses buraquinhos que não são normal. O que está sendo visto é a luz do apêndice, o orifício de entrada. No raio-x contrastado dá para ver melhor, porque entra contraste. Mas, não tem porque fazer raio-x contrastado. No caso desse paciente, deve ser orientado a ele a mudar a alimentação, uma dieta rica em fibras, ingerir bastante água, perder peso e procurar o médico imediatamente caso ocorra sangramento ou dor em FIE. FORMAÇÃO DIVERTICULAR Sempre perto do divertículo tem um vaso. O divertículo costuma ser bem irrigado. Por isso ocorre sangramento. Os vasos se localizam na camada submucosa, uma vez que a mucosa foi lesada a submucosa fica exposta, perde a proteção e começa a sangrar. ETIOLOGIA Dietas pobres em fibras Aumento da ingestão de carnes vermelhas Aumento da pressão intra-luminal (principalmente ao nível do sigmóide) 3 Aumento das contrações colônicas para propelir o "bolo fecal". Herniação da mucosa nos pontos anatomicamente fracos da parede colônica. - Não é todo mundo que vai ter doença diverticular. A pessoa tem que ter uma predisposição e abuar d diwta durante anos.DIVERTICULITE Conceito: Processo inflamatório-infeccioso provocado pela perfuração de um divertículite colônico, levando ao extravasamento de conteúdo fecal. QUADRO CLÍNICO Depende do local (mais comum sigmóide). Dor no quadrante inferior esquerdo do abdome (FIE), podendo irradiar-se para a região supra-púbica, virilha esquerda ou para as costas. Alteração do hábito intestinal diarreia, vômito, obstrução intestinal Se ocorrer perfuração: Defesa voluntária, massa dolorosa no abdome inferior à esquerda, distensão abdominal, íleo paralítico. Pode começar a extravasar fezes na cavidade abdominal, levando a uma peritonite. Pode ser que ocorra o bloqueio pelo organismo formando um abscesso emparedado. O organismo dos idosos não tem uma capacidade tão grande de se defender, quando perfura do idoso, geralmente perfura em abdome livre. Toque vaginal e retal pode revelar uma massa flutuante e dolorosa: sempre fazer esses toques, principalmente nas mulheres em que é mais comum a diverticulite. -Paciente pode se apresentar ao médico de diversas formas, desde uma dor em FIE que é o mais comum ou até mesmo com abdome agudo, em tábua, doloroso, vomitando. -Não é obrigatório ocorrer perfuração. Tem que ter o processo inflamatório infeccioso, pode ocorrer o bloqueio por meio de um fecalito e vai levar o divertículo a isquemia, começa a ficar dolorido, como o paciente não procura ompedico de imediato, com o passar das horas isso pode perfurar. Nos pacientes jovens pode ocorrer o bloqueio por meio do omento e não perfura para o abdome, isso vai começar a distender e a formar um plastrão, uma massa palpável no abdome do paciente. Se esse plastrão permanecer ali naquele paciente, pode ir crescendo progressivamente e obstruir e então ele começa a vomitar fezes. DIAGNÓSTICO Diagnóstico Diferencial: Câncer de sigmoide O câncer de sigmoide entra no diagnóstico diferencial porque a localização é exatamente a mesma e acomete os indivíduos de meia idade. Diagnóstico: Na maioria das vezes é possível apenas com a história e exame físico, mas se o diagnostico for duvidoso, podem ser considerados quatro (04) testes diagnósticos: TC de abdome (GOLD STANDARD): Melhor exame para diagnóstico de diverticulite, porque ela dá uma riqueza de detalhes muito grande, não é invasivo, mostra as complicações da diverticulite como fístulas. Já houve casos de paciente que fez fístula entre o intestino e a bexiga e na tomografia dava para ver o ar dentro da bexiga, oq não pode ocorrer, só ocorre ar se o paciente tiver uma fístula ou sonda urinária. A colonoscopia não é indicada para diagnóstico de diverticulite, pois pode perfurar o cólon com bloqueio quando o ar é injetado para fazer o exame. RNM USG de abdome consigo ver abscesso (coleção líquida), além de auxiliar no diagnóstico diferencial. Clister opaco com contraste hidrossolúvel caindo em desuso, faz com intuito acadêmico nos hospitais universitários. Diverticulite não aparece no exame só vejo a doença diverticular. Observa-se umas bolinhas preenchidas, elas não são normais. Quando elas aparecem é pq eu tenho uma saculação, uma herniação da parede do intestino. O contraste hidrossolúvel é melhor pois se houver a perfuração ele irrita menos do que o contraste que era usado antes. CLASSIFICAÇÃO DA DIVERTICULITE 4 Estágio I: Abscesso pericólico ou mesentérico: Seria a inflamação do divertículo. Nesse momento ele não está perfurado, está inflamado e começa a produzir secreção em volta, peri-diverticular. Quando o apcietne tem abscesso pericólico e esse abscesso começa a crescer, a gente fala que esse abscesso está emparedado. Está entre o cólon e a parede. Se ele continuar a crescer ele vai estourar e chegar ao quadro de peritonite generalizada purulenta. Pode ser tratado apenas com antibiótico para anaeróbio, Gram (-), etc. O abscesso é localizado, como a quantidade é pequena ele pode ser absorvido pelo peritônio. Pode ser tratado ambulatorialmente. Indicar fibras para o paciente, os antibióticos e mandá-lo para casa. Estágio II: Abscesso pélvico: Não é possível tratar em casa, porque o abscesso adquiriu proporção muito grande. Se o abscesso está muito grande, não vai absorver, vai demorar muito tempo, pode levar a sepse. No abscesso emparedado a melhor conduta é fazer uma punção guiada por ultrassom, aspira com uma seringa de 20, esvazia aquele abscesso. Esvaziou, o paciente vai ficar internato com dieta zero, antibiótico endovenoso e observar a evolução. Se evoluir bem, com os ruídos hidroaéreos normais, sem sinal de inflamação peritoneal, pode liberar depois de três ou quatro dias. Estágio III: Peritonite generalizada purulenta: Ocorre o rompimento do abscesso que estava sendo formado e emparedado. O divertículo não foi rompido. Se não for tratado ele rompe. Tratamento Cirúrgico. Estágio IV: Peritonite fecal generalizada: é o pior estágio da diverticulite. É onde ocorre a perfuração. Os pacientes mais prováveis de acontecer são pacientes do sexo feminino e idosas. A mulher tem dois fatores agravantes para a maior ocorrência, primeiro a idade e em segunda o intestino da mulher é mais delicado. Tratamento Cirúrgico. o OBS: O tratamento apropriado deve ser individualizado com base na gravidade da doença. -Tipo III e IV o tratamento é cirúrgico. Contaminou o peritônio, tem que lavar a barriga, ressecar o seguimento que provocou a lesão e coloca um dreno. O tipo I e II pode tratar clinicamente. -Esse paciente que é uma emergência faz-se uma colostomia nele. Se emendar uma alça na outra vai dar deiscência, por causa da infecção. Resseca o pedaço onde houve a perfuração de divertículo, a parte que ficou aberta leva na parede do abdome faz uma colostomia. A parte que sobrou do reto que vai até o ânus, dá ponto e deixa fechado. O nome dessa cirurgia é Cirurgia de Hartmann. -O caso que vai mandar para casa tem que ser aquele paciente com uma dor localizada, sem sinal de irritação peritoneal, bem orientado, com dieta com alto teor de fibra, com antibiótico via oral, orientar a ficar em repouso, consumir alimentos que não sejam gordurosas, sem excesso de proteínas. Se tiver dúvida do quadro deixa internado, com dieta zero e soroterapia. Para deixar em casa tem que ter muita certeza de que aquilo ali não vai complicar. TRATAMENTO DIVERTICULITE NÃO COMPLICADA (Doença não associada a perfuração intraperitoneal livre, formação de fistula ou obstrução). Estágio I e II, não tem peritonite. Pode ser realizado via ambulatorial ou internação hospitalar e ATB (depende do estado geral do paciente) dieta com fibras, menos gorduras e menos proteínas e beber água. Se o paciente apresentar dor significativa e sinais de peritonite localizada- Hospitalização e ATB endovenoso. O uso da morfina deve ser evitado devido ao aumento da pressão colônica. Se usa mais a meperidina. A meperidina é a droga de escolha por diminuir a pressão colônica. Pacientes apresentam boa resposta ao tratamento após 48 horas. Só o fato de deixar o paciente com dieta zero, analgésicos e antibióticos, nos casos iniciais, o paciente melhora. Após 3 semanas do tratamento os pacientes podem ser investigados para descartar outras doenças colônicas. Quando o paciente sai do quadro agudo, que não tem risco de perfuração, pode ser feito uma colonoscopia nele, depois de umas três semanas. É interessante fazer a colonoscopia, principalmente se não conheço o histórico do paciente, para avaliar se não é um tumor, porque a colono permite fazer biópsia e permite ver se tem o divertículo formado. Orienta-se uma dieta com alto teor de fibras. Recorrência em 25% dos casos. Alguns cirurgiões recomendama sigmoidectomia eletiva após a recuperação em pacientes jovens. A cirurgia eletiva é muito melhor que a cirurgia de urgência, porque permite preparar o intestino, permite fazer uma cirurgia limpa do ponto de vista cirúrgico. Recorrência frequentes = Tratamento cirúrgico. 5 DIVERTICULITE COMPLICADA: 1. Abscesso: Geralmente limitados à pelve- Dor significativa, febre e leucocitose. São os abscessos emparedados. Se o paciente chegar com esses sintomas não tem como mandar para casa. Toque retal e vaginal são importantes, bem como exames de imagem Tratamento: drenagem do abscesso- O método preferido é a via percutânea (orientado por TC ou USG) associado ao uso adequado de ATB. A drenagem pode ser realizada por via abdominal. 2. Fistulas: Tratamento apenas cirúrgico Podem ocorrer entre o cólon e a pele (bexiga, vagina ou Intestino delgado) e ocorrem após a drenagem dos abscessos. Tratamento consiste na ressecção do segmento colônico acometido O melhor exame para a confirmação da fistula é a TC com contraste. O paciente pode apresentar: pneumatúria (gás pela urina), fecalúria e infecções recorrentes do trato urinário até urosepse. 3. Peritonite generalizada: Pode ocorrer de duas formas: Divertículo perfura para dentro da cavidade abdominal e não é tamponado pelas defesa do organismo. Abscesso inicialmente localizado, mas que se expande subitamente e explode dentro da cavidade. Em ambas as circunstâncias é necessária a cirurgia de urgência, devido ao grau de contaminação da cavidade abdominal por pus e fezes. Nestes casos a cirurgia preconizada é a cirurgia de Hartmann, ou seja, colostomia do coto proximal não contaminado, ressecção do segmento perfurado e sutura do reto. Já caiu muito em prova. HARTMANN Obstrução do cólon sigmoide. O colo doente é excisado. O colo sadio é exteriorizado na pele do abdome (colostomia). Melhor forma para evitar a deiscência de ferida. Nunca faz anastomese primária em cirúrgia de emegência, mas na eletiva pode ser feito. Não evacua pelo reto até resolver o quadro agudo. Resovido faz-se a anostomose novamente. Toda cirúrgia deve ser feita HARTMANN. Tomografia de paciente com fistula colo-vesical. Mostra presença de ar na bexiga, o que não é normal, só ocorre se houver sonda urinária.
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