Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
[DERMATOLOGIA] [ESQUEMAS – Turma XXII de Medicina (MedPegada) 6º Período] Acadêmico(a): Anna Gabriela Rufino Professor(a): Ana Carolina Aula: 05 Tema: Piodermites Slide + Áudio INFECÇÃO BACTERIANA DA PELE (PIODERMITES) ➢ PATOGENIA: • Podem ser primárias, ou seja, surgir inicialmente na pele, ou podem ser uma manifestação cutânea secundária à infecção inicial de outro órgão. ➢ FATORES DETERMINANTES DA INFECÇÃO: • Patogenicidade e virulência do MO (microrganismo). • Porta de entrada do MO → se existe porta de entrada ou não, se tem ruptura da pele, da camada córnea para predispor a entrada desse MO • Resposta do hospedeiro à infecção → resposta de defesa da pele a infecção ➢ TOXINAS: podem ser exo ou endotoxinas. • As toxinas podem ser responsáveis por fenômenos sistêmicos que podem ocorrer na infecção, como choque, febre, anorexia, caquexia e CIVD (coagulação intravascular disseminada), nos casos bem mais graves. ➢ MECANISMOS DE DEFESA DA PELE: • Características mecânicas da camada córnea → a camada córnea é uma camada bem homogênea e as células são uma aderida as outras, que forma como se fosse uma película sobre a pele, então para o MO entrar na pele tem que haver uma quebra dessa barreira. • PH baixo da pele (5,5) → impede a proliferação de certos tipos de patógenos • Ac. Graxos insaturados da secreção sebácea têm propriedades antibacterianas. • Sequidão da pele diminui o crescimento de bactérias Gram (-) • Fenômeno de interferência bacteriana (efeito supressor de cepas bacterianas sobre outras) → a presença de alguns MO que estão na microbiota da nossa pele evitam o crescimento de outros que seriam patogênicos. • Fatores imunológicos que vão promover a defesa da pele. ❖ 1-IMPETIGO ● Causada principalmente por Estafilococos plasmo-coagulase (+) e também por estreptococos hemolíticos. ● 2 tipos: 6 Impetigo Bolhoso: causado principalmente por estafilococos. 6 Impetigo não Bolhoso: ● causado principalmete por estreptococos do grupo A. ● Estafilococos responsáveis por 10% dos casos. ➢ PATOGENIA: • Primeiro ocorre a colonização da pele pelo agente (normalmente esta na mucosa nasal), e após o aparecimento das lesões cutâneas, que são favorecidas por solução de continuidade, como picadas de insetos ou outros traumas →ou seja, essas lesões vão fazer uma ruptura na camada córnea e na epiderme e permitir a penetração do agente • Mais comum em crianças, onde a falta de higiene é fator predisponente → então o impetigo muitas vezes esta associado a higiene precária, principalmente nos casos mais graves. • É infecção contagiosa, principalmente em crianças. • Pode ocorrer impetinização secundária → é quando já existe alguma lesão de pele e ocorrer o surgimento de impetigo sobre essas lesões. Ex. Paciente tem psoríase e aí ele tem uma infecção secundária. ➢ CLÍNICA: • Inicialmente ocorre uma mácula eritematosa (mácula ou mancha, alteração de cor), evolui para vésico-pápula ou bolha purulenta, superficial e de duração efêmera , resultando em crosta milicérica → melicérica vem de mel, que é essa cor mais amarelada, que é o pus que disseca sobre a pele e forma essa crosta amarelada. Então começa com uma manchinha, que evolui para bolha ou pústula, a partir daí eles ulceram, rompe a bolha, fica a exsulceração e a formação da crosta, amarelada, milicérica pq tem pus. • Lesões satélites são comuns, isoladas ou agrupadas. • Linfadenopatia regional. • Mais comum em áreas expostas: face e extremidades → principalmente em MMII e MMSS, pq são áreas que estão mais expostas a traumas, havendo quebra da barreira cutânea e havendo mais susceptibilidade a infecção. • Complicação mais grave: glomerulonefrite estreptocócica. Impetigo é muito comum, se tem pus, tem manchinha amarelada, tem que pensar em uma infecção secundária ou é um impetigo. Pode ser em qualquer lugar da pele, a mácula eritematosa, onde surgem vesículas ou bolhas, fica uma área exsulcerada e fica uma crosta amarelada.Pode ser pústula, pode ser bolha Pacientes que tem uma higiene melhor as lesões são menores, já nas crianças que tem a higiene precária os quadros são mais graves.Sempre associado a pus são crostas milicéricas. O diagnóstico é clínico. ➢ DIAGNÓSTICO: • Clínica + Bacterioscopia e cultura para identificação do agente causal → o diagnóstico é clínico, pode ser feito a bacterioscopia e a cultura para a identificação do agente. ➢ DX diferencial : • micoses superficiais. !2 • herpes simplex. • Iododerma e bromoderma. ➢ TRATAMENTO: → vai depender da extensão das lesões; se forem poucas a gente usa apenas ATB tópico; se forem muitas tem que usar o ATB sistêmico. • Limpeza com remoção das crostas com água morna e sabão ou água dalibour forte diluída a 10 ou 20% 2 a 3 X/dia. → qnd temos lesões úmidas, lesões secretantes e exsudativas a gente tem que usar algo que resseque essas lesões, então podemos usar água boricada, algo para diminuir essa Exsudação. Quando a exsudação diminui e começa a formar a crosta temos que suspender, pq se não vamos fazer uma dermatite secundária. • ATB tópico e/ou ATB sistêmico → sistêmico: penicilina, o mais comum é o uso da cefalosporina. Outra coisa a ser feito é a orientação dos pais da criança. Orientar a não deixar a criança coçar, se não ela vai espalhar essas bactérias e vai começar a surgir mais. Os locais onde as bactérias mais existem são a região da mucosa nasal, embaixo das unhas e região perianal, então no tratamento tópico temos que orientar o paciente a usar a pomada nas lesões, de baixo das unhas, na região perianal e nasal; pq se não teremos piodermites de repetição. Se tiver de repetição tem que lembrar de tratar essa áreas também. ❖ 2-ECTIMA ➢ ETIOLOGIA: semelhante ao impetigo→ Estafilococos (principalmente quando é bolhoso) e estreptococos ➢ CLÍNICA: • A lesão inicial (fugaz) é uma vesícula ou vésico-pústula, que por ser mais profunda deixa uma ulceração superficial ao romper-se → então a diferença do impetigo para o ectima é que o ectima é mais profundo. • As crostas formam-se precocemente, são secas e aderidas. • Coçagem e má higiene favorecem a evolução mais protraída, mais lenta, mais dificil de resolver. • Crianças são mais sujeitas, principalmente nos MMII. ➢ TRATAMENTO: o mesmo para impetigo e a complicação é a Glomerulonefrite pós-estreptocócica !3 ❖ 3- ERISIPELA E CELULITE: • É uma infecção universal. • A penetração do agente ocorre por soluções de continuidade, como ulceras de perna, dermatomicoses interdigitais → pcte que tem erisipela tem que examinar o pé, muitas vezes existem as micoses interdigitais, o famoso pe de atleta, é aquela maceração esbranquiçada, com fissurações, por infecções fúngicas em áreas úmidas, áreas de dobra, mas que deixa soluções de continuidade, então a bactéria pode penetrar por aí. Paciente que tem erisipela de repetição tem que lembrar de tratar a porta de entrada. As vezes pode ser uma micose de unha, uma úlcera de perna. • Erisipela é uma forma de celulite superficial. • A erisipela é causada principalmente por estreptococos do grupo A (β hemolítico). Raramente ocorre por Estafilococos aureus → quando é por E. aureus podem aparecer bolhas, Erisipela bolhosa • Já na celulite, o S. aureus é ocasionalmente encontrado, sozinho ou associado com o estreptococo. • Haemophilus influenzae tipo b é uma importante causa de celulite facial em crianças (torno de 2 anos), mas raramente causa celulite em adultos. ➢ CLÍNICA: • Instalação e evolução rápida, acompanhada de sinais e sintomas gerais de infecção. • A área fica eritematosa, edemaciada, quente e dolorosa. A borda é nítida eavança com a progressão da doença. • Bolhas podem ocorrer (Erisipela Bolhosa) → geralmente associado ao E. aureus. • Adenite satélite próximo à região comprometida. • Erisipela recidivante: surtos repetidos que levam a linfedema → a Elefantíase, linfedema, que vai ter uma alteração da anatomia do membro por edema repetitivo. Então a perna fica inchado e não regride mais. • Na celulite o processo é mais profundo → Acomete principalmente o tecido celular subcutâneo e pode e pode haver linfangite. • É comum observar-se linfangite. • Complicação: supuração profunda e septicemia → o pcte tem que ser tratado precocemente. Comentário das imagens: Áreas de eritema, edema e calor local. Pode der na face, no tronco, em qualquer lugar, mas o mais comum é no MMII, eventualmente podem surgir bolhas, quando tem a Erisipela Bolhosa !4 ➢ DIAGNÓSTICO: clínico ➢ TRATAMENTO: • Repouso é essencial, com elevação dos membros à noite, principalmente se acomete os MMII → associada ao antibiótico. • Droga de escolha: penicilina, com dose variável de acordo com a gravidade do caso. Pode associar- se sulfa de eliminação lenta (sulfadimetoxina). • O tratamento deve ser continuo, por no mínimo 10 dias. • Após a fase aguda, para prevenir recaídas (nos casos de recorrência) é conveniente administrar penicilina (benzetacil ou cefalosporina) ou sulfa por 3 a 4 semanas. → tem que procurar e tratar a porta de entrada. ❖ 4-FOLICULITES • São piodermites que se iniciam no folículo piloso. ❖ 4.1-SICOSE DA BARBA (f. profunda) • O termo sicose aplica-se a foliculite supurativa de regiões pilosas. • A lesão inicia-se por uma pápula ou pústula folicular centralizada por pêlo, podendo ocorrer placas e se não tratadas tendem a se cronificar. • Não interfere com o crescimento do pêlo. • Dx diferencial com tinea da barba. ➢ TRATAMENTO: • Nas formas subagudas o ATB tópico controla facilmente, porém pode reaparecer quando o ATB é suspenso. • Nos casos crônicos é indicado um swab nasal, e o ATB deve ser aplicado também no vestíbulo nasal. → Nos casos crônicos devemos usar ATB sistêmicos direcionado pela cultura e usar por muito tempo o tópico. Existem algumas medidas que podem ser adotadas para acabar com a recorrência delas é a depilação definitiva, não vai ter pelo, não tem folículo e não tem infecção bacteriana. • Nestes o uso de ATB tópico deve ser continuada indefinidamente. • Nos casos resistentes usar ATB sistêmico por 10 a 14 dias. ❖ 4.2-FOLICULITE SUPERFICIAL OU IMPETIGO DE BOCKHART • Pequena pústula folicular, com ruptura e dessecação, formando uma crosta. • A pústula não interfere no crescimento do pêlo. • Geralmente são numerosas, principalmente no couro cabeludo e extremidades. ➢ TRATAMENTO é semelhante ao impetigo → mais fácil de tratar pq a infecção é superficial ❖ 4.3-HORDÉOLO OU TERÇOL • Infecção estafilocócica, profunda, dos cílios e glândulas de Meibomius. • Lesão papular ou pustulosa acompanhada de edema e eritema na região palpebral. • Fatores predisponentes: o Portadores de blefarite (muitas vezes causada pela Dermatite Seborreica na região). !5 O tratamento geralmente é compressa de agua morna para diminuir esse edema e diminuir o incômodo que é causado. ❖ 4.4-PSEUDOFOLICULITE → é o que mais se trata na prática clínica • Decorrente de fator anatômico dos pêlos da barba. → o pelo desses pacientes são pelos pelos enrolados, então o pelo tem que crescer e ultrapassar a camada córnea para poder crescer direitinho, esses pelos enrolados, quando eles começam a crescer eles não conseguem quebrar a camada córnea e enrolam dentro da pele e aí temos o pelo encravado, o pelo que não sai da camada córnea. E a infecção secundária é muito comum nesses pacientes • Principalmente nos negros e mestiços, que têm tendência dos pêlos serem recurvados. • Os pêlos são encurvados no folículo e novamente introduz-se na epiderme (pelo encravado) sendo, então, facilmente infectados secundariamente por estafilococos saprófitas da pele. ➢ CLÍNICA: • O ato de barbear-se ou depilar-se é pré-requisito obrigatório. • As lesões são pápulas ou pústulas situadas na região atingida. • DX diferencial: sicose bacteriana e micótica. ➢ TRATAMENTO: • Não existe tratamento regularmente eficiente. • Medida eficaz: abandono do ato de barbear-se ou depilar-se. Ou barbear-se com a máquina de barbear, que faz o pelo fica um pouco para fora e pedir para o paciente raspar só na direção do pelo.A melhor solução é a depilação definitiva. • Uso de antissépticos antes e após o ato de barbear-se e ATB tópico pode levar a melhora temporária. Qualquer região que tenha pelo pode ter a pseudofoliculite. Além da região da barba tem muito também na região glútea e nas pernas, principalmente em mulheres que usam calça justa, que faz a pele ficar mais espessa, a córnea engrossa e o pelo nessa região é muito fino, então encrava. Ficar muito tempo sentado também ajuda a dar pseudofoliculite. ❖ FURUNCULO E ANTRAZ • Resulta da infecção estafilocócica do folículo piloso e da glândula sebácea anexa. • Destrói esses anexos e deixa cicatriz. • Assim ocorre somente onde há folículo pilosebáceo (FPS). Furúnculo é quando temos um acometimento do FPS, quando há várias unidades acometidas na mesma área a gente tem o Antraz. E quando temos furúnculos de repetição a gente tem a furunculose. • O antraz compromete mais de um Folículo Pilosebáceo, é um conjunto de furúnculos, ocorrendo uma confluência destes, apresentando-se como área eritematosa, edematosa, com múltiplos pontos de drenagem de pus. • Áreas mais comprometidas: pescoço, face, axilas e nádegas. • Causas predisponentes: subnutrição, uso de Corticóide oral, imunossupressão, DM, dçs hematológicas. ➢ DIAGNÓSTICO: clínica + antibiograma ➢ TRATAMENTO: ATB (cefalexina) comuns e drenagem no momento oportuno (quando o furúnculo estiver flutuando, amolecida). → ATB sistêmico, orienta compressa morna e !6 drenagem no momento oportuno. • Furunculose recidivante: é o problema terapêutico. • Assim: antibiograma, cuidados higiênicos, mãos e face limpas rigorosamente, e no corpo sabões desinfetantes. • Tratar fatores predisponentes. • Pesquisar e tratar a presença de estafilococos na região nasal e perineal, com ATB tópico: neomicina, garamicina, mupirocina e ácido fusídico. Imagem: há uma lesão, um abcesso, uma lesão infecciosa profunda, com tumor, calor, edema local. ❖ 5-SINDROME ESTAFILOCÓCICA DA PELE ESCALDADA. (SSSS) • Ação na pele de toxina esfoliativa, produzida pele Stafilococcus aureus → é como se tivesse escaldado mesmo • Foco infeccioso geral/e não é na pele e sim otites conjuntivites e outras. • Geralmente em RN (Doença de Ritter von Rittershain), ou crianças maiores. Raramente em adultos. ➢ CLÌNICA: • Alguns dias após o início da infecção estafilococica surge: febre, eritema difuso sobre o qual formam grandes bolhas flácidas, que rapidamente se rompem, originando grande área erosiva, circundada por • retalhos epidérmicos. • Sinal de nikolsky + → Quando fazemos uma afecção da pele e essa pele se solta ➢ TRATAMENTO: Hidratação, cuidados com focos infecciosos e antibióticos IV. ❖ 6-ERITRASMA • Causado pelo Corinebacterium minutissimum → as lesões são semelhantes a uma infecção fúngica, a bactéria parece um fungo, então por muito tempo foi considerado que era um doença fúngica, só depois descobriu-se que era causado por uma bactéria. • Incidência universal, porém mais freqüente em países de clima quente e úmido. Leve preferência pelo sexo masculino, e excepcional na infância. ➢ CLÍNICA: • manchas castanhas ou marrons, descamativas, de bordas bem delimitadas, que no início tem coloração avermelhada.• Acomete zonas intertriginosas: axilas ou inguino-crurais, interdígitos dos pés. • Dx diferencial: Dermatite seborreica e Tinea crural. → e também psoríase invertida ➢ DIAGNÓSTICO: Confirmado com a luz de Wood - que aparece uma fluorescência vermelho-coral, devido à porfirina produzida pela bactéria. • Cultura: Encontro da bactéria Gram +, com formas filamentosas ou cocoides de algumas micras de tamanho. ➢ TRATAMENTO: Queratolíticos locais: Ac salicílico 2 a 4%. • Solução de clindamicina a 2%. • Imidazólicos !7 • Imagem: São máculas acastanhadas ou eritematosas e descamativa. Quando a descamação é em áreas úmidas ela é menos evidente. Isso lembra muito a Pitiríase vesicolor, uma micose, uma tinea, com isso faz diagnóstico diferencial.Se vc tratar com antifúngico, não melhorou e o paciente não é imunossuprimido, lembrar da bactéria. ❖ 7- MENINGOCOCCEMIA • Neisseria meningitidis (Gram negativa) • A infecção inicia-se nas vias aéreas respiratórias superiores, e por via hematogênica, atinge o sistema nervoso, e outros órgãos, particularmente a pele. • Fase septicêmica: além do quadro clínico geral surgem lesões eritêmato- petequiais e até equimoses. São lesões disseminadas, em número variável. • Podem ocorrer lesões vésico-pustulosas ou bolhosas, e necrose. • Tratamento: é o da meningite (penicilinas e cefalosporina) É importante a gente saber pq ela vai causar meningite, começa com infecção de vias aéreas superiores que vai causar a meningite, mas causa também lesões cutâneas e a gente tem que lembrar disso pq se a gente encontrar essas lesões temos que pensar nesse diagnóstico e tratar essa criança. Então na pele teremos petéquias e equimoses. !8
Compartilhar