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[DERMATOLOGIA]� [ESQUEMAS –�Turma XXII de Medicina (MedPegada) 6º�Período]� Acadêmico(a): Carolina Caiado Professor(a): Dra Ana Carolina Tema: Leishmaniose Tegumentar Americana Slide + Áudio Ø As leishmanioses são infecções crônicas, não contagiosas, causadas por diversas espécies de protozoários do gênero Leishmania. Ø São transmitidas de animais para o homem através de picadas das fêmeas de mosquitos flebotomínios infectadas. Ø Ocupa o 2º. Lugar entre as seis infecções parasitárias mais freqüentes do mundo. Ø Estima-se uma prevalência mundial de 12 milhões de doentes e uma incidência de cerca de 600.000 casos novos Formas clínicas causadas pelo protozoário: Ø LEISHMANIOSES TEGUMENTARES leishmaniose tegumentar oriental leishmaniose tegumentar americana – mais importante pra nós, mais comum leishmaniose tegumentar difusa Ø LEISHMANIOSES VISCERAIS leishmaniose visceral indiana ou calazar mais importante no nosso meio leishmaniose visceral mediterrânea ou infantil leishmaniose visceral neotropical ou americana leishmaniose visceral meridional asiática leishmaniose visceral sudanesa Ø Leishmanias têm 2 formas no seu desenvolvimento: - homem e animais parasitados = amastigotas (arredondados, s/ flagelo, c/ núcleo e cinetoplasto encontradas em histiócitos) aqui temos o parasita intracelular, ela faz a doença dentro dos histiócitos - vetores (mosquitos) = promastigotas (móveis, de tamanhos variáveis, c/ núcleo, cinetoplasto, blefaroplasto e flagelo). Ø A transmissão é feita por mosquitos do gênero flebotomínio classificados em 2 gêneros: Lutzomia e Psychodopygus (mosquito-palha). O principal transmissor da LTA é o Lutzomia longipalpis. Ø Reservatórios: mamíferos selvagens como roedores, marsupiais (gambá) e desdentados (tamanduá, preguiça), animais domesticados. A leishmaniose acabou virando uma doença da cidade, pois o homem foi invadindo as florestas para construções. Hoje os cachorros são os reservatorios, os animais domesticados 2 Ø As formas amastigotas são ingeridas pelos flebótomos a partir de animais infectados. No tubo digestivo, evoluem para formas promastigotas. Ø Ao se nutrir de sangue, a fêmea do flebotomíneo inocula no homem as formas promastigotas infectantes. Ø Estas são interiorizadas pelos macrófagos da pele e transformam-se rapidamente em amastigotas, que se multiplicam por divisão binária até ocupar todo o reservatório celular, formando verdadeiros ninhos de leishmanias. Ø A evolução no hospedeiro é variável, dependendo da espécie de leishmania e da resposta imunológica. Lutzomia longipalpis (vetor) 3 Ciclo biológico: Tem la no reservatorio a forma amastigota, o mosquito vai la e vai ingerir essa forma amastigota. A amastigota se transforma em promastigota no intestino do mosquito. Quando o mosquito pica o indivíduo ele inocula a forma promastigota, que é interiorizada pelos macrófagos, se transformam em amastigotas e se multiplicam. Leishmanioses tegumentares Ø LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Ø LEISHMANIOSE CUTÂNEA OU ORIENTAL Ø LEISHMANIOSE TEGUMENTAR DIFUSA Leishmaniose Tegumentar Americana- é a mais comum Ø É chamada leishmaniose cutâneo-mucosa ou úlcera de Bauru (porque é muito comum em Bauru, Botucatu) Ø Ocorre na América Latina, exceto no Chile e Uruguai, e eventualmente nos EUA (Texas). Ø A forma mais freqüente é causada pela L. braziliensis e produz lesões cutâneas e mucosas. Ø No Brasil, ocorre em surtos epidêmicos, em regiões que estão sendo colonizadas, quando o homem penetra em matas nativas, onde animais silvestres são os reservatórios. Ø A leishmaniose também é observada em torno de habitações, sendo os animais domésticos e roedores os reservatórios. Quadro Clínico 4 Ø Após um período de incubação, de 1-4 semanas, surge a lesão inicial: pápula eritematosa, única ou múltipla, localizada em região descoberta (ponto de inoculação). Ø Nesta fase, há adenopatia regional e linfangite. Ø Com a evolução, as lesões assumem aspecto pápulo-vesiculoso, pápulo-pustuloso, pápulo- crostoso, até ulceração. Ø As úlceras apresentam contornos circulares, bordas altas e infiltradas (em moldura de quadro), fundo com granulações grosseiras, de cor vermelho-viva, com exsudato seroso ou sero-purulento. Essa úlcera é muito característica, tem que bater o olho e identificar Ø Pode haver várias lesões em diferentes fases evolutivas. Ø A lesão pode evoluir p/ cicatrização espontânea ou originar placas vegetantes-verrucosas 5 Ø As lesões mucosas podem aparecer precocemente, mas geralmente ocorrem 1-2 anos após o início da infecção, e devem-se à disseminação hematogênica. Ø Inicialmente, há eritema e discreta infiltração do septo nasal. Posteriormente, surge ulceração, que acomete as faces laterais das asas nasais e elementos contíguos. Ø Ocorre destruição do septo e o nariz tomba p/ frente (nariz de anta ou tapir). Isso também é bem característico, essa destruição do septo nasal. Ø Ao redor, há edema e eritema e hipertrofia nasal. 6 Ø O quadro envolve lábios, palato, gengiva, língua, faringe e laringe. Ø Na cavidade oral, há lesões úlcero-vegetantes c/ granulações grosseiras, às vezes separadas por sulcos (cruz de espundia ou escomel). Ø A evolução da doença e a infecção secundária podem atingir a cartilagem do nariz e comprometer ossos da face, produzindo quadros destrutivos no maciço centro-facial. Ø As leishmanioses disseminadas podem localizar-se nas orelhas externas causando perda tecidual. 7 Leishmaniose Cutânea ou oriental Ø É endêmica no Oriente Médio, índia, Ásia Central e Norte da África Ø É limitada à pele e benigna, embora eventualmente desfigurante Ø Inicialmente surge pápula ou nódulo que evolui para ulceração Ø Pode ser única ou múltipla (várias inoculações) Ø Pode ocorrer cicatrização espontânea ou a lesão pode se tornar um nódulo sarcoídico, que eventualmente recidiva. Leishmaniose Tegumentar Difusa Essa vai acontecer quando a gente não tem imunidade contra o parasita Ø Relatada na África, Oriente Médio e nas Américas Ø Etiópia: L. aethiopica Ø Américas: complexo L. mexicana (L. amazonensis) Ø Há + de 30 casos registrados no PA, AM, MA, BA e PE Ø Reservatórios são roedores e marsupiais Ø QC: Lesões queloidianas múltiplas, c/ infiltração e ulceração na mucosa nasal, geralmente sem destruição do septo. Pode haver comprometimento laríngeo- faríngeo. Não há comprometimento visceral. Ø Ex. histológico: grande nº de formas amastigotas Ø Deve-se a um defeito imunológico que permite a proliferação da L. amazonensis, que causa duas formas distintas: cutânea e cutânea difusa. Ø Reação de Montenegro é negativa. Essa reação é intradérmica, você vê se o indivíduo tem ou não imunidade contra a leishmaniose. Se for positiva significa que não tem imunidade contra a doença. Aqui ele não tem imunidade mesmo tendo a doença. Ø Não há tratamento efetivo. Ø Glucamina, anfotericina B e pentamidina permitem regressão parcial das lesões com recidiva após suspensão.Diagnóstico diferencial Ø Forma ulcerada: úlcera de estase, úlcera tropical, úlcera da anemia falciforme, sífilis cutânea tardia, fase tardia do acidente por aranhas do gênero Loxosceles. Ø Lesões mucosas: paracoccidiodomicose, carcinomas, sífilis cutânea tardia, perfuração septal por uso de cocaína, granuloma médio-facial, rinoscleroma. Ø Lesões cutâneas verrucosas: paracoccidioidomicose, esporotricose, cromomicose, tuberculose cutânea, CEC. PLECTC – paracoccidioidomicose, leishmaniose, esporotricose, cromomicose, tuberculose cutânea, CEC (doenças que causam lesões verrucosas) Diagnóstico Laboratorial 8 Ø EXAME DE ESFREGAÇO: obtido por raspagem ou justaposição da lâmina na lesão, corado pelo Leishman ou Giemsa. É positivo em lesões recentes e negativo nas tardias. Ø EXAME HISTOPATOLÓGICO: granuloma linfo-histioplasmocitário, com áreas de células epitelióides (bem características) Nas lesões recentes, há leishmanias dentro dos macrófagos (nas tardias, podem ser encontradas). Ø REAÇÃO DE MONTENEGRO: aplicação ID de 0,1-0,3ml de solução de leptomonas (formas promastigotas). Leitura após 42-72h. É positivo se surgir pápula > 5mm de diâmetro. Pode ser negativa nos 2 primeiros meses de doença (janela imunológica), nos imunodeprimidos e na L.T. difusa e visceral. Negativa não quer dizer que não tem a doença, quer dizer que não desenvolveu imunidade Ø REAÇÕES SOROLÓGICAS: a reação de IFI é positiva em 75% dos casos. Não é específica (reage c/ Acs de T. cruzi). Lembrar que o protozoario é intracelular Tratamento – Leishmaniose Tegumentar Americana Ø ANTIMONIAIS N-metil-glucamina (glucantime) dose total= 10 a 30 amp. IM ou EV (muito efeito colateral) Ø ANFOTERICINA B Ø PENTAMIDINA Ø ANTIBIÓTICOS só quando tiver infecção secundária Ø ELETROCIRURGIA E CRIOCIRURGIA Ø CIRURGIA CORRETIVA
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