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Saúde Coletiva- A reforma Sanitária e o SUS no Brasil Profª. Msc. Pilar Moraes Belém- Pará 2015 Cenário do Brasil antes do SUS Período- 1900-1930- República Velha Período- 1930-1945- A Era Vargas Período- 1946-1964- Regime Militar Período- 1981-1990- Democratização do Brasil 1900-1930 – República velha O século XX, este foi anunciado como o século da ciência, do progresso, da eletricidade, da engenharia e da medicina. Saúde- “ Vergonha nacional” *1904- Resistência a vacinação obrigatória- “ abaixo a ditadura militar”. ** 1918- “ Gripe Espanhola” + de 5.000 em SP Pop. ...”castigo dos céus” 1930-1945- A Era Vargas - Criou a Justiça do Trabalho em 1939; - Criou e implantou vários direitos trabalhistas, entre eles, o salário mínimo, Consolidação das Leis do Trabalho, semana de trabalho de 48 horas, Carteira profissional e férias remuneradas. - Vargas fez fortes investimentos nas áreas de infraestrutura: criação da Companhia Siderúrgica Nacional, Companhia Vale do Rio Doce e Hidrelétrica do Vale do São Francisco . - Em 1938, criou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A Reforma Sanitária As Conferências de Saúde se iniciaram há 70 anos, cumprindo o disposto no parágrafo único do artigo 90 da Lei n.º 378, de 13 de janeiro de 1937. Linha do Tempo das Conferências de Saúde Conferências e Temas 1ª CNS (1941) - Situação sanitária e assistencial dos estados. 2ªCNS (1950) - Legislação referente à higiene e à segurança do trabalho. 3ª CNS (1963) - Descentralização na área de Saúde. 4ª CNS (1967) - Recursos humanos para as atividades em saúde. 5ª CNS (1975) - I. Implementação do Sistema Nacional de Saúde; II. Programa de Saúde Materno-Infantil; III. Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica; IV. Programa de Controle das Grandes Endemias; e V. Programa de Extensão das Ações de Saúde às Populações Rurais. Conferências e Temas 6ª CNS (1977) - I. Situação atual do controle das grandes endemias; II. Operacionalização dos novos diplomas legais básicos aprovados pelo governo federal em matéria de saúde; III. Interiorização dos serviços de saúde; e IV. Política Nacional de Saúde. 7ª CNS (1980) - Extensão das ações de saúde por meio dos serviços básicos. 8ª CNS (1986) - I. Saúde como Direito; II. Reformulação do Sistema Nacional de Saúde; e III. Financiamento Setorial. 9ª CNS (1992) - Municipalização é o caminho. 10ª CNS (1996) I. - Saúde, cidadania e políticas públicas; II. Gestão e organização dos serviços de saúde; III. Controle social na saúde; IV. Financiamento da saúde; V. Recursos humanos para a saúde; e VI. Atenção integral à saúde. 11ª CNS (2000) - Efetivando o SUS: acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde com controle social. 12ª CNS (2003) - Saúde: um direito de todos e um dever do Estado. A saúde que temos, o SUS que queremos. 13ª CNS (2007) - Saúde e Qualidade de Vida: Política de Estado e Desenvolvimento 14ª CNS (2011) - Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social - Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro Conceito Ampliado de Saúde Elaborado na 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986) define que: “saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde” CONSTRUÇÃO DO SUS Movimento da Reforma Sanitária 1974 – criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), com a incorporação ao sistema previdenciário dos trabalhadores rurais, empregados domésticos e outras categorias de trabalhadores; 1975 – criação do Sistema Nacional de Saúde (lei 6.229), como resultado da V Conferência Nacional de Saúde. Porém, este promoveu a separação entre assistência à saúde (MPAS) e ações coletivas de saúde (MS) CONSTRUÇÃO DO SUS Movimento da Reforma Sanitária 1977 – criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, promove pequena abertura para ações de atenção integral na rede pública, incluindo planejamento e participação popular na gestão do sistema (tudo muito incipiente) 1978 – Conferência Internacional de Saúde de Alma-Ata cuidados na atenção primária para todos, aumento do acesso, participação da comunidade. CONSTRUÇÃO DO SUS Movimento da Reforma Sanitária I Simpósio Nacional de Política de Saúde, realizado pela Comissão de Saúde da Câmara de Deputados; Surgem diversas organizações de profissionais de saúde Centro Brasileiro de Estudos em Saúde – CEBES apresentou uma proposta de reorganização do sistema de saúde (já na época chamava de Sistema Único de Saúde) ; Associação Brasileira de Saúde Coletiva - ABRASCO (1979); Associação dos Médicos Sanitaristas; Associação Paulista de Saúde Pública. Obs.: Todas lutam por um sistema de saúde mais justo e igualitário e articulam-se a movimentos sociais. CONSTRUÇÃO DO SUS Movimento da Reforma No Final dos anos de 1970 e início dos anos de 1980, o agravamento das carências sociais, principalmente nos grandes centros urbanos, e o afrouxamento do regime autoritário desencadearam o surgimento de vários movimentos populares de caráter reivindicatório, dando início ao Movimento da Reforma Sanitária CONSTRUÇÃO DO SUS Movimento da Reforma Sanitária 1980 - Realização da VII Conferência Nacional de Saúde Construção do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde – SUDS 1986 - Realização da VIII Conferência Nacional de Saúde Um marco para a saúde pública no Brasil pelo seu caráter democrático. Grande participação popular (em torno de 1000 delegados dos diversos segmentos [usuários, trabalhadores, partidos políticos, universidades, parlamentares, gestores] e cerca de 4000 participantes) . CONSTRUÇÃO DO SUS Movimento da Reforma Constituição Federal de 1988 reconhece o direito à saúde como direito de todos e dever do Estado, estabelecendo a universalidade, a integralidade, a eqüidade, a descentralização, a regionalização e a participação da população como os princípios e diretrizes legais do Sistema Único de Saúde (SUS). Criação doSUS 1988 – Constituição da base para o texto da Assembleia Nacional Constituinte. SUS - Constituição 1988 pela primeira vez se contempla explicitamente a saúde. * Afirmação da saúde como direito de cidadania e dever do estado. Constituição Federal (Artigos 196 a 200) Constituição Federal (Artigos 196 a 200) Seção II DA SAÚDE Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. Art. 198. Constituição federal § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Art. 198. Constituição federal § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Art. 198. Constituição federal I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000); II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000); III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional bem como bebidas e águas para consumo humano; VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. Leis que regulamentam o SUS As Leis Orgânicas da Saúde (n.º 8.080/90 e n.º 8.142/90) regulamentam os princípios do SUS, reafirmando a saúde como direito universal e fundamental do ser humano. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS Baseado nos preceitos constitucionais, a construção do SUS se norteia pelos seguintes princípios doutrinários : UNIVERSALIDADE É a garantia de atenção à saúde por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão. Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os serviços públicos de saúde, assim como aqueles contratados pelo poder público. Saúde é direito de cidadania e dever do governo : municipal, estadual e federal. EQUIDADE É assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que cada caso requeira saúde , assim como aqueles contratados pelo poder público; Todo cidadão é igual perante ao SUS e será atendido conforme suas necessidades, até o limite do que o Sistema pode oferecer. UNIVERSALIDADE Uma bandeira das lutas populares que a reivindicam como um direito humano e um dever do Estado na sua efetivação. Constitui-se como um dos princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS) e está inscrita na Constituição Federal brasileira desde 1988. INTEGRALIDADE Cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade. O homem é um ser integral, bio-psico-social e deverá ser atendido com essa visão integral por um sistema de saúde também integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde. PRINCÍPIOS DA ORGANIZAÇÃO 1-REGIONALIZAÇÃO: A população deve estar vinculada a uma rede de serviços hierarquizados, organizados por região com área geográfica definida. A oferta de serviços deve ser planejada de acordo com os critérios epidemiológicos. PRINCÍPIOS DA ORGANIZAÇÃO 2-HIERARQUIZAÇÃO Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade crescente. Além de dividir os serviços em níveis de atenção, deve incorporar os fluxos de encaminhamento ( referência) e de retornos de informações ao nível básico de serviço ( contrareferência). 3- DESCENTRALIZAÇÃO É a redistribuição das responsabilidades entre os vários níveis de governo. A partir da ideia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto. Assim, o que é de abrangência de um município, deve ser de responsabilidade do governo municipal, o que abrange um Estado do governo Estadual e abrangência Nacional será de responsabilidade federal Participação dos cidadãos É a garantia constitucional de que a população , através de suas entidades representativas, participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. Esta participação deve se dar nos Conselhos de Saúde , com representação paritária de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de saúde. Outra forma de participação são as Conferências de Saúde , periódicas, para definir prioridades e linhas de ação sobre a saúde. Lei 8.142/90 Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Lei 8.142/90 Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: I - a Conferência de Saúde; e II - o Conselho de Saúde. Lei 8.142/90- Art. 1º § 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde. § 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. § 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde. § 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. § 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho. Emenda Constitucional 29/90 Aprovada no ano 2000, essa emenda estabeleceu limites mínimos de investimentos em saúde por parte dos estados e dos municípios. Muitos estados e municípios ainda não cumprem a Emenda Constitucional 29/2000 e existem iniciativas no Congresso Nacional para se estabelecer um percentual mínimo também para a União. a União não destinou recursos percentuais para a saúde O valor a ser aplicado: União – 10% ????? Estado – 12% Município - 15% Pacto pela saúde 2006 Lei 141/2012 Regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras providências. Lei 141/2012. Dos Recursos Mínimos Art. 5o A União aplicará, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, o montante correspondente ao valor empenhado no exercício financeiro anterior, apurado nos termos desta Lei Complementar, acrescido de, no mínimo, o percentual correspondente à variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da lei orçamentária anual. Fundamentos Jurídicos do SUS Constituição Federal 1988 Lei Orgânica da Saúde – Lei 8.080 / 90 Lei 8.142 / 90 Emenda Constitucional 29 / 2000 Pacto pela Saúde 2006 Lei 141/ 2012 "Seja a mudança que você quer ver no mundo." Dalai Lama
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