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PRINCÍPIOS GERAIS DE HEMOSTASIA PROF. DR. CELIO RIBEIRO HEMOSTASIA A hemostasia pode ser definida como o equilíbrio entre a hemorragia e a trombose, ou seja, o sangue correr no sistema circulatório de maneira fluída. Ele não pode extravasar, o que caracterizaria uma hemorragia, e não pode coagular, o que caracterizaria um trombo HEMOSTASIA Didaticamente, o mecanismo da hemostasia pode ser dividido em duas fases: ❶HEMOSTASIA PRIMÁRIA: aquela que “estanca o sangramento”, pela formação de um tampão ou trombo plaquetário (plug) ❷HEMOSTASIA SECUNDÁRIA: aquela que “evita o ressangramento”, pela formação de uma rede de fibrina encarregada de estabilizar o trombo (coágulo) HEMOSTASIA A HEMOSTASIA PRIMÁRIA ocorre na microcirculação e tem a participação dos vasos sanguíneos, das plaquetas e das células endoteliais Logo após a lesão do vaso sanguíneo ocorre imediata constrição deste com a finalidade de diminuir o fluxo local e de permitir maior contato entre as plaquetas circulantes e o ponto onde o endotélio sofreu solução de continuidade Este simples contato é suficiente para ativação das plaquetas que ficam aderidas ao local lesado (plug ou tampão plaquetário) As alterações na hemostasia primária caracterizam as púrpuras HEMOSTASIA Os fatores que participam da HEMOSTASIA SECUNDÁRIA são: plaquetas, células endoteliais, fatores da coagulação, inibidores fisiológicos da coagulação, sistema fibrinolítico e mecanismos antifibrinolíticos Compreende os fenômenos que se destinam à formação de um coágulo consistente, capaz de obliterar a lesão vascular, que se forma numa etapa posterior, graças à deposição de uma rede de fibrina entre as plaquetas agregadas A fibrina se forma pela ativação dos fatores da coagulação sanguínea, que se tornam ativados e desencadeiam uma série de reações que culminam com a conversão de fibrinogênio solúvel em fibrina insolúvel. As alterações na hemostasia secundária caracterizam as coagulopatias HEMOSTASIA O sistema hemostático não pode ser deflagrado sem oposição, pois ocorreria o fechamento da luz do vaso e, consequentemente, isquemia; então, completada a hemostasia, o vaso deve ser recanalizado para que o fluxo sanguíneo se restabeleça normalmente O SISTEMA FIBRINOLÍTICO é responsável por esta função e compreende o mecanismo da fibrinólise, ou seja, a dissolução da fibrina formada, que se dá por ação de enzimas elaboradas pelas células endoteliais A fibrinólise permite que qualquer coágulo que se forma na circulação seja lisado, evitando as complicações tromboembolíticas VISÃO GERAL DA HEMOSTASIA Injúria vascular vasoconstrição Tampão Plaquetário (HEMOSTASIA 1ª) Coágulo de fibrina (HEMOSTASIA 2ª) HEMOSTASIA PRIMÁRIA HEMOSTASIA 1ª • Responsável pela aderência das plaquetas onde o vaso sofreu solução de continuidade• Responsável pela aderência das plaquetas onde o vaso sofreu solução de continuidade ❶ ADESÃO • Responsável pela mudança de forma das plaquetas• Responsável pela mudança de forma das plaquetas ❷ ATIVAÇÃO • Responsável pela agregação de uma plaqueta a outra (formação do plug plaquetário)• Responsável pela agregação de uma plaqueta a outra (formação do plug plaquetário) ❸ AGREGAÇÃO Funções plaquetárias: ADESÃO PLAQUETÁRIA O evento inicial é a adesão plaquetária, estimulada pela lesão do endotélio do vaso, que imediatamente expõe o colágeno subendotelial às plaquetas circulantes O mecanismo de adesão entre as plaquetas e o subendotélio depende da interação entre a GPIa/IIa da membrana da plaqueta e as fibrilas de colágeno Esta ligação é estabilizada pelo fator de von Willebrand (FvW). A ligação entre o FvW e a superfície da plaqueta se faz por intermédio da GPIb Se o FvW não existisse, a força da corrente sanguínea não permitiria a adesividade plaquetária por um período suficiente para dar a continuidade do processo de hemostasia primária GP Ib ADESÃO PLAQUETÁRIA Estando as plaqueta aderidas, elas sofrem a ação de substâncias ativadoras – os agonistas plaquetários – que ao se ligarem em seus receptores desencadeiam a liberação de constituintes dos grânulos plaquetários e a síntese de novos agonistas, amplificando o fenômeno de ativação Os principais agonistas fisiológicos da ativação plaquetária são representados pelo colágeno, ADP, tromboxano A2, trombina, epinefrina, serotonina, vasopressina e o fator de ativação plaquetária O primeiro sinal de ativação plaquetária é sentido na sua membrana externa; como consequência , a plaqueta modifica sua forma, que passa de discoide a irregular, graças à emissão de projeções ou pseudópodos a partir da membrana ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA É um fenômeno mediado pela GP IIb/IIIa, a qual utiliza moléculas de fibrinogênio (FBG) como “pontes”, permitindo que uma plaqueta “grude” à outra (agregação) A ativação plaquetária promove uma alteração conformacional na GPIIb/IIIa que se torna ativada e passa a interagir fortemente com o fibrinogênio circulante e com o FvW, que está ligado no sítio injuriado, permitindo a agregação de uma plaqueta à outra (agregação) e, consequentemente a formação do trombo plaquetário Com isto há estabilização da adesão das plaquetas no vaso lesado, permitindo a formação de um trombo firme e com várias camadas compactadas de plaquetas, capaz de estancar o sangramento quase que instantaneamente AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA HEMOSTASIA PRIMÁRIA DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA 1ª Na deficiência plaquetária (HEMOSTASIA PRIMÁRIA), quer numérica ou funcional, estabelece-se uma doença hemorrágica chamada de PÚRPURA, que tem como sangramentos característicos: - petéquias: sangramentos puntiformes de coloração vermelho-vivo - equimoses: mancha que adquire coloração arroxeada - gengivorragias: sangramento gengival - epistaxe: sangramento nasal Ausência FvWB: Doença de Von Willebrand Ausência GP Ib (receptor FvWB): Síndrome de Bernard Soulier Mutação GP IIb/IIIa (receptor FBG): Trombastenia de Glanzmann petéquias equimoses gengivorragias epistaxes DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA 1ª HEMOSTASIA SECUNDÁRIA A coagulação consiste em uma cadeia de reações que tem por finalidade a conversão de fibrinogênio solúvel em fibrina insolúvel A formação da rede de fibrina vai tornar o plug plaquetário, formado na hemostasia primária, um coágulo firme e consistente (trombo), que impedirá uma perda hemorrágica importante A finalidade da coagulação sanguínea é formar um coágulo no local em que o vaso foi injuriado HEMOSTASIA SECUNDÁRIA Quanto ao aspecto fisiológico, as várias proteínas que atuam na coagulação podem ser divididas em duas categorias: ❶Proteínas procoagulantes (fatores da coagulação): são aquelas que participam de algum modo na formação da trombina, que por sua vez transforma o fibrinogênio em fibrina ❷Proteínas anticoagulantes (inibidores fisiológicos da coagulação): atuam no sentido inverso das primeiras, dificultando a formação do coágulo de fibrina HEMOSTASIA SECUNDÁRIA FATORES DA COAGULAÇÃOFATORES DA COAGULAÇÃOFATORES DA COAGULAÇÃOFATORES DA COAGULAÇÃO ZIMOGÊNIOSZIMOGÊNIOSZIMOGÊNIOSZIMOGÊNIOS COFATORESCOFATORESCOFATORESCOFATORES PROTEÍNAS PROTEÍNAS PROTEÍNAS PROTEÍNAS ESTRUTURAISESTRUTURAISESTRUTURAISESTRUTURAIS - Vit K dependentes - Vit K independentes - Celulares - Solúveis fibrinogênio FATORES DA COAGULAÇÃO Os zimogênios podem ser definidos como precursores inertes que circulam sob forma a inativa, os quais devem ser ativados proteoliticamente para expressarem suas atividades enzimática Os zimogênios podem ser divididos em duas classes: os dependentes de vitamina K e os não dependentes de vitamina K ❶Os fatores II, VII, IX e X são dependentes de vitamina K ❷Os fatores XI, XII e XIII são não dependentes de vitamina KFATORES DA COAGULAÇÃO Os cofatores agem em conjunto com os zimogênios e são de extrema importância no processo de coagulação sanguínea, porque na deficiência de algum fator o paciente pode apresentar coagulopatia grave Os cofatores podem ser classificados em celulares e solúveis; os celulares são produzidos a partir de células e os solúveis estão no plasma ❶Os cofatores celulares são representados pela tromboplastina tecidual, também chamada de fator tissular ou fator III ❷Os cofatores solúveis são: fatores V, VIII, fator de von Willebrand, CAPM FATORES DA COAGULAÇÃO As proteínas estruturais são representadas pelo fibrinogênio, o qual é chamado de estrutural porque é a partir de sua molécula que o coágulo de fibrina é formado A sua síntese é hepática e além de ser encontrado no plasma, também está presente nos grânulos alfa das plaquetas (endocitose) O fibrinogênio é uma proteína de fase aguda porque sua concentração pode aumentar em até 20 vezes nos processos inflamatórios agudos; durante a gestação sua concentração pode aumentar acima de 100 vezes O aumento do fibrinogênio pode levar à formação de roleaux eritrocitário com consequente aumento do VHS FATORES DA COAGULAÇÃO COAGULAÇÃO Em 1964, Macfarlane e Davie & Ratnoff propuseram a hipótese da cascata para explicar a fisiologia da coagulação do sangue O esquema divide a coagulação em uma via intrínseca e uma via extrínseca, que convergem na via comum ❶A via intrínseca é assim chamada pelo fato de que todos os fatores a ela pertencentes estão no plasma ❷A via extrínseca é desencadeada pelo fator tissular, que não está presente no plasma ❸A via comum ocorre após a transformação da protrombina em trombina, ou após ativação do fator X XII XIIa CAPMCAPMCAPMCAPM PK → KPK → KPK → KPK → K XI IX XIa IXa VIIIa X Xa Va IIa FIBRINOGÊNIO FIBRINA VIIa FT VIA EXTRÍNSECAVIA EXTRÍNSECAVIA EXTRÍNSECAVIA EXTRÍNSECA VIA INTRÍNSECAVIA INTRÍNSECAVIA INTRÍNSECAVIA INTRÍNSECA XIIIa VII FATOR TISSULAR COLÁGENO VIA COMUMVIA COMUMVIA COMUMVIA COMUM II CaCaCaCa2+2+2+2+ CaCaCaCa2+2+2+2+ CaCaCaCa2+2+2+2+ VIA EXTRÍNSECA O primeiro evento que desencadeia a cascata da coagulação é a presença do fator tissular (FT), também conhecido como fator III ou tromboplastina tecidual, no local injuriado Na membrana celular, o fator VII se liga ao FT, na presença de Ca++, convertendo-se em fator VIIa Na superfície plaquetária, o complexo fator VIIa-FT ativa o fator X, produzindo o fator Xa. Esta é a tenase da via extrínseca VIA INTRÍNSECA A via intrínseca é desencadeada pelo contato do sangue com uma superfície que contenha cargas elétricas negativas, como é o caso do vidro, in vitro, e do colágeno, in vivo Nestas superfícies o CAPM ativa o fator XII, que por sua vez converte a PK em K, esta aumenta a formação do fator XII numa alça de retroalimentação positiva. O fator XIIa também converte o fator XI em fator XIa, este último, a partir do fator IX (fator anti-hemofílico B) forma o fator IXa. Na superfície das plaquetas, utilizando o seu componente fosfolipídico (fosfatidilserina), e na presença de Ca++ e do fator VIIIa (fator anti-hemofílico A), o fator IXa ativa o fator X. Este complexo multimolecular é chamado de tenase da via intrínseca VIA COMUM Ambas as vias convergem para a “via final comum” a partir do momento em que o fator X é ativado O fator Xa também se liga ao fosfolipídeo plaquetário para converter o fator II (protrombina) em fator IIa (trombina), na presença de Ca++ e de um cofator – o fator Va. Este complexo multimolecular é chamado de protrombinase A trombina agora transforma o fibrinogênio (fator I) em monômeros de fibrina, que logo se combinam para formar polímeros (rede de fibrina ou coágulo) A trombina também ativa os fatores V, VIII e XIII As ligações fibrina-fibrina são estabilizadas pelo fator XIIIa A rede de fibrina reveste e estabiliza o plug plaquetário, finalizando o processo hemostático CASCATA DA COAGULAÇÃO Uma via não suporta a deficiência da outra, ou seja, se o defeito estiver na via extrínseca e a via intrínseca estiver normal o paciente terá uma doença hemorrágica e vice-versa A via extrínseca, por si só, não sustenta a formação do coágulo de fibrina, ela necessita da via intrínseca, porque a tenase da via extrínseca (fator VIIa-FT- Ca++) é logo inativada pelos inibidores fibrinolíticos ativados pela trombina (TAFI). Existe uma interdependência entre as duas vias: a via extrínseca representa o início da ativação da cascata da coagulação e a via intrínseca é capaz de sustentar a formação do coágulo A atividade dos fatores da coagulação é regulada por proteínas inibitórias, que atuam como anticoagulantes naturais, conhecidas como inibidores fisiológicos da coagulação: - antitrombina (AT) - proteína C (PC) - proteína S (PS) - trombomodulina (TM) - inibidor da via do fator tissular (IVFT) Deficiências destes inibidores são causas de trombofilias INIBIDORES SISTEMA FIBRINOLÍTICO SISTEMA FIBRINOLÍTICO O sistema fibrinolítico é responsável pelo processo de fibrinólise, que consiste no mecanismo de dissolução enzimática do coágulo que se forma após a lesão do endotélio vascular, sobre o qual se deposita a rede de fibrina A enzima responsável pela degradação da fibrina é a plasmina, que se forma a partir de um precursor – o plasminogênio O sistema fibrinolítico tem um esquema parecido com o da coagulação, no qual a ativação do plasminogênio pode-se dar por três via: via intrínseca, via extrínseca e via exógena (agentes farmacológicos, como medicamentos trombolíticos) ❶A via intrínseca está relacionado com a fase de contato da coagulação sanguínea; quando substâncias estranhas ao plasma são exposta, ocorre a ativação do fator XII, que converte o plasminogênio em plasmina ❷A via extrínseca é representada por dois ativadores: o ativador do plasminogênio do tipo tecidual (t-PA) e o ativador do plasminogênio do tipo uroquinase (u-PA) ❸A via exógena é representada pelos fármacos fibrinolíticos, que são fármacos que estimulam a conversão do plasminogênio em plasmina: estreptoquinase, reteplase, alteplase, duteplase, tenecteplase SISTEMA FIBRINOLÍTICO fibrinogênio + PDF’s (D-dímero) trombina (fibrina) PLASMINOGÊNIO PLASMINA α2-antiplasmina-via intrínseca: fator XII + via exógena: medicamentos +via extrínseca: t-PA, u-PA Inibidores dos ativadores de plasminogênio (PAI-1) - SISTEMA FIBRINOLÍTICO São descritos 4 inibidores do sistema fibrinolítico: - inibidor do ativador de plasminogênio-1 (PAI-1) - inibidor do ativador de plasminogênio-2 (PAI-2) - α-2-antiplasmina - inibidores fibrinolíticos ativados pela trombina (TAFI) INIBIDORES Coagulopatia é o termo usado para referir às doenças causadas por deficiências dos fatores plasmáticos da coagulação sanguínea, que pode ser hereditária ou adquirida Coagulopatias hereditárias: caracterizam-se por história familiar positiva, sangramento do tipo hematoma e hemartroses e também podem estar relacionadas ao sexo Coagulopatias adquiridas: podem ser causadas pela deficiência da vitamina K, doença hepática, inibidores da coagulação (anticorpos) e coagulopatias induzidas por medicamentos DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA 2ª ❶Hereditárias - Hemofilia A: deficiência do fator VIII - Hemofilia B: deficiência do fator IX - Deficiência de fator II, VII, X, V, XI, XIII, XII, I - Doença de von Willebrand ❷Adquiridas - Deficiência de Vitamina K - Doenças hepáticas: necroses hepatocelulares agudas (hepatites viral e medicamentosa), doenças hepatocelulares cronicas, hepatite alcoólica, cirrose hepática e icterícia obstrutiva DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA 2ª AVALIALÃO LABORATORIAL AVALIAÇÃO LABORATORIALContagem de plaquetas Tempo de Sangramento Prova do Laço Tempo de Coagulação Tempo de ativação da Protrombina (TAP) Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA) HEMOSTASIA PRIMÁRIA HEMOSTASIA SECUNDARIA CONTAGEM DE PLAQUETAS A contagem de plaquetas no sangue normal varia entre 150.000 – 450.000/mm3 � trombocitopenia: plaquetas < 150.000/mm3 � trombocitose: plaquetas > 450.000/mm3 � cerca de 1/3 da produção medular plaquetária permanece no baço como pool de reserva Trombocitopenias provocam distúrbios na hemostasia primária, com sangramentos característicos do tipo púrpuras: petéquias, gengivorragias, epistaxes e equimoses TEMPO DE SANGRAMENTO É o tempo necessário para que um pequeno corte superficial na pele pare de sangrar. É um teste bastante importante porque mede a função plaquetária in vivo Pode ser realizado por uma lanceta padronizada no lobo auricular (Teste de Duke), ou na pele do antebraço (teste de Ivy) O TS avalia a função plaquetária, sendo um teste específico para a hemostasia primária (plaquetas, FvWB) O valor normal é de 3 – 7 minutos O método apesar de simples e barato, não é muito fidedigno e apresenta variações diárias e interexaminador, não sendo um bom parâmetro pré- operatório em pacientes com historia de sangramento PROVA DO LAÇO PROVA DO LAÇO É importante para a triagem do paciente suspeito de dengue, pois é a única manifestação hemorrágica do grau I da FHD, representando a fragilidade capilar (hemostasia primária) Deverá ser realizada, obrigatoriamente em todos os casos suspeitos de dengue, durante o exame físico Pacientes com problemas circulatórios e em uso de medicamentos à base de AAS podem ter o teste positivo TEMPO DE COAGULAÇÃO É o tempo necessário para que o sangue coagule dentro de um tubo de ensaio, à temperatura 37,0 ºc Avalia a via intrínseca, pois como no sangue circulante não existe o fator tecidual, a coagulação é ativada através do contato com o vidro do tubo (superfície negativa), a partir do fator XII Não mede a via extrínseca porque não há a presença do fator tecidual, portanto não há ativação do fator VII Está sujeito a muitas interferências: o diâmetro e o comprimento do tubo (superfície de contato), a temperatura da mão, coletas traumáticas TEMPO DE ATIVAÇÃO DE PROTROMBINA (TAP) O reagente do TaP é a tromboplastina cálcica, que faz o papel do fator tecidual. A coagulação é iniciada pela via extrínseca, porque a tromboplastina ativa o fator VII, formando o complexo FT-FVII (tenase da via extrínseca) A partir do esquema descrito pode-se dizer que o TaP avalia a via extrínseca da coagulação sanguínea, portanto mede os fatores VII, X, V, II e I É o teste de escolha para o controle dos anticoagulantes orais porque a formação do coágulo de fibrina se inicia pela ativação do fator VII, que é um fator dependente de vitamina K (o anticoagulante oral inibe a síntese de vitamina K) TEMPO DE ATIVAÇÃO DE PROTROMBINA (TAP) O resultado do TaP pode ser dado em segundos e em termos da relação entre o tempo do paciente e o tempo controle, feito com vários plasmas humanos de indivíduos normais – curva, e pela atividade de protrombina O valor de referência é o controle normal + 2 segundos; O valor normal é 10 – 13s, INR = 0,7 – 1,2 e atividade: > 70% O TaP e o INR estão elevados nas coagulopatias da via extrínseca da coagulação, geralmente quando a deficiência é moderada ou grave (atividade < 10%) As condições que mais elevam este tempo são: uso de cumarínicos, deficiência de vitamina K, insuficiência hepática, deficiência dos fatores VII e X TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADO (TTPA) O reagente do TTPa é a cefalina, e como não contem o FT por isso é chamada de “tromboplastina parcial” Para acelerar o processo, adicionam-se partículas de vidro (caolin) quando então o exame ganha a nomenclatura “ativada” Como não há FT, o processo é inicializado pela via intrínseca, ou seja, pelo contato com vidro do tubo de ensaio, a partir da adição de Ca2+ O TTPa avalia a via intrínseca da coagulação sanguínea porque o fator VII não é ativado e a formação da rede de fibrina se inicia pela fase de contato TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADO (TTPA) O TTPa mede os fatores XII, XI, IX, VIII, X, V, II, I É utilizado como teste pré-operatório, para investigação de coagulopatias e para o monitoramento de heparinoterapia O resultado do TTPa deve ser dado em segundos e em termos da relação entre o tempo do paciente e o tempo de controle (feito com vários plasmas humanos de indivíduos normais – curva) O valor normal encontra-se entre 25 – 35 segundos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SILVA, P.; H.; HASHIMOTO, Y.; ALVES, H. B. Hematologia Laboratorial. Rio de Janeiro: Revinter, 2009. 466 p. SILVA, P.; H.; HASHIMOTO, Y. Coagulação: Visão Laboratorial da Hemostasia Primária e Secundária. Rio de Janeiro: Revinter, 2006. 136 p. ZAGO, M. A.; FALCÃO, R. P.; PASQUINI, R. Tratado de Hematologia. Rio de Janeiro: Atheneu, 2013. 899 p. ENGEL, C.; L.; et al (Ed.). HEMATOLOGIA: As Plaquetas e a Hemostasia. In: MARINHO, M.; et al. MEDGRUPO - CICLO 1: MEDCURSO 2010. São Paulo: Medyklin Editora, 2010. Cap. 4. p. 11-81.
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