Buscar

Barreiras encefalicas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Faculdade de Medicina de Campos
Daniele Longo – 2020
2 período
Resumo sobre BARREIRAS ENCEFALICAS – neuroanatomia.
 As barreiras encefálicas são dispositivos que impedem ou dificultam a passagem de substâncias do sangue para o tecido nervoso, do sangue para o liquor, ou do liquor para o tecido nervoso. Em última análise, são dispositivos que dificultam a troca de substâncias entre o tecido nervoso e os diversos compartimentos de líquido do sistema nervoso central.
 O termo encefálico, embora seja o mais usado, é impróprio, pois o fenômeno se refere à passagem de substâncias para o tecido nervoso. A importância fisiológica c clínica destas barreiras é muito grande, pois elas regulam a passagem para o tecido nervoso, não só de substâncias a serem utilizadas pelos neurônios, mas também de medicamentos e substâncias tóxicas.
 Impedem também a passagem de neurotransmissores encontrados no sangue, como adrenalina, noradrenalina e acetilcolina. Portanto, essas barreiras constituem um mecanismo de proteção do encéfalo contra agentes que poderiam lesá-lo ou alterar seu funcionamento.
 Propriedades gerais das barreiras encefálicas: 
nem sempre há impedimento completo à passagem de uma substância nas barreiras encefálicas, mas apenas uma dificuldade maior nesta passagem;
o fenômeno de barreira não é geral para todas as substâncias e varia para cada barreira. Assim, uma determinada substância pode ser barrada em uma barreira e passar livremente em outra;
a barreira líquor-encefálica é mais fraca, dando passagem a um número maior de substâncias que as outras.
de modo geral, as barreiras hemoencefálica e hemoliquórica impedem a passagem de agentes tóxicos para o cérebro, como venenos, toxinas, bilirrubina etc. Portanto, estas barreiras constituem mecanismos de proteção do encéfalo contra agentes. Sendo a barreira líquor-encefálica muito fraca, às vezes há vantagem cm se introduzir um medicamento no liquor, cm vez de no sangue, para que ele entre mais rapidamente em contato com o tecido nervoso.
 Existem certas áreas do encéfalo onde a barreira hemoencefálica não existe, pois elas se coram quando no animal se injeta um corante vital, como o azul-de-tripan. Entre estas arcas temos o corpo pineal, a área postrema, a neurohipófise e os plexos corióides. São áreas de função endócrina comprovada ou discutida e parece razoável que em um órgão endócrino não exista dificuldade para a troca de substâncias entre o sangue e o tecido. Entretanto, na maior parte do sistema nervoso central existe a barreira hemoencefálica. Embora a sua permeabilidade não seja a mesma em todas as áreas. Estudou-se a penetração no encéfalo de agentes farmacológicos marcados com isótopos radioativos e verificou-se que certas áreas concentram estes agentes muito mais do que outras. Por exemplo, certas substâncias penetram facilmente no núcleo caudado e no hipocampo, mas têm dificuldade em penetrar no resto do encéfalo. Isto mostra que certos agentes farmacológicos quando injetados no sangue, não agem em determinadas áreas do sistema nervoso porque não as atingem, podendo, entretanto, agir cm outras áreas vizinhas.
 Durante o desenvolvimento fetal no recém-nascido, a barreira hemoencefálica é mais fraca, ou seja, deixa passar maior número de substâncias. Isto tem sido correlacionado com o fato de que as icterícias do recém-nascido, como, por exemplo, as causadas por eritroblastose fetal, podem ser mais graves que no adulto. 
 Vários processos patológicos, como certas infecções e traumatismos, podem levar a uma "ruptura" mais ou menos completa da barreira. Verificou-se também que a permeabilidade da barreira hemoencefálica aumenta quando ela entra em contato com soluções hipertônicas como, por exemplo, a ureia.
 O termo neurópilo é usado para indicar o espaço existente no sistema nervoso central entre os vasos c os corpos dos neurônios e das células neurogliais. O neuropilo seria a base anatômica da barreira hemoencefálica.
 Embora não se possa excluir que a estrutura do neurópilo contribua para a explicação do fenômeno de barreira, a maioria dos autores acha que a barreira hemoencefálica está no capilar cerebral. 
 Os endotélios dos capilares cerebrais apresentam quatro características básicas que os diferenciam dos endotélios dos demais capilares e que provavelmente se relacionam com o fenômeno de barreira:
as células endoteliais são unidas por junções íntimas que impedem a penetração de macromoléculas. Essas junções não estão presentes nos capilares em geral;
não existem fenestrações e são raras as vesículas pinocíticas;
as células endoteliais não são contrateis. Assim, o cérebro fica protegido em situações em que há grande liberação de histamina na circulação, como em certos quadros alérgicos.
 A barreira hemoliquórica localiza-se nos plexos corióides. Seus capilares, no entanto, não participam do fenômeno. O epitélio ependimário que reveste os plexos corióides, ao contrário dos demais epitélios ependimários, possui junções íntimas que unem as células próximo à superfície ventricular e impedem a passagem de macromoléculas, constituindo a base anatômica da barreira hemoliquórica.

Outros materiais