Giardia Lamblia - Aula 2

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PROF.A JOYCE FONTELES 
Giardia lamblia 
Faculdade Maurício de Nassau 
Disciplina Parasitologia 
GIARDIA LAMBLIA 
HISTÓRICO 
 
 1681 - Anton van Leeuwenhoek descobriu o protozoário Giardia 
(próprias fezes diarreicas). 
 
 1859 – médico theco Vilém Lambl - Cercomonas intestinalis 
 
 1915 – zoólogo, Stiles, criou o termo Giardia lamblia em memória do 
biólogo Alfred Giard e Vilém. Lambl. 
 
 Outras denominações – Giardia intestinalis, Giardia duodenalis e Lamblia 
intestinalis. 
GIARDIA LAMBLIA 
CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA 
 
 Reino Protista 
 Subreino Protozoa 
 Filo: Sarcomastigophora 
 Classe: Zoomastigophorea 
 Família: Hexamitidae 
 Gênero: Giardia 
 Espécie: Giardia lamblia 
GIARDIA LAMBLIA 
MORFOLOGIA 
 
 Giardia lamblia apresenta duas formas evolutivas: 
 
 
TROFOZOÍTO CISTO 
GIARDIA LAMBLIA 
 
 
 
 
 Protozoários flagelados 
 
 Forma de gota, pera, piriforme 
 
 Mede cerca de 10 a 20µm por 5 a 
10 de largura. 
 
 Simetria bilateral 
 
 
TROFOZOÍTO 
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 Possui uma estrutura semelhante a uma ventosa – 
disco ventral, adesivo ou suctorial (formada de 
microtúbulos e microfilamentos) 
 
 Quatro pares de flagelos (anterior, lateral, ventral 
e caudal) 
 
 2 núcleos 
 
 2 corpos medianos 
 
 2 axonemas ou axóstilos 
 
 
TROFOZOÍTO 
GIARDIA LAMBLIA 
 
 
 
 São elipsóides ou ovóides 
 
 Medem de 8 a 12 µm por 7 a 10 µm de largura 
 
 Possuem de dois a quatro núcleos circulares 
 
 4 axonemas 
 
 Corpos parabasais 
 
 Parede celular grossa 
 
CISTO 
GIARDIA LAMBLIA 
TRANSMISSÃO 
GIARDIA LAMBLIA 
Transmissão: 
 
 Ingestão de fezes contaminadas com cistos 
 Água ou alimentos contaminados com cistos 
 De pessoa para outra por meios das mãos contaminadas 
 Homens e mulheres que praticam sexo anal 
 
 
 Permanecem na água de rios e lagos por até 84 dias. 
Timoneses publicam imagens no Facebook 
para mostrar o descaso com a qualidade da 
água distribuida 
Moradores de Alagoinha do Piauí bebem 
água contaminada. Veja detalhes! 
GIARDIA LAMBLIA 
Ciclo Biológico 
GIARDIA LAMBLIA 
 
 
GIARDIA LAMBLIA 
CICLO BIOLÓGICO 
 
1. Ingestão de cistos maduros através de água e alimentos contaminados ou 
transmissão direta pelas mãos (fecal-oral) 
 
2. Desencistamento (iniciado no estômago completa-se no duodeno e jejuno) 
 
3. Colonização de trofozoítos no intestino delgado 
 
4. Divisão binária longitudinal 
 
5. Encistamento 
 
6. Eliminação de cistos nas fezes 
GIARDIA LAMBLIA 
PATOGENIA 
 
 Mecanismos de patogenicidade 
 
1. Moléculas envolvidas na adesão 
 
2. Encistamento 
 
3. Variação antigênica 
 
 
GIARDIA LAMBLIA 
PATOGENIA 
 
1. Moléculas envolvidas na adesão 
 
• Sucção do disco ventral 
 
• Adesinas e lectinas (cisteína protease e giardina alfa-1) 
 
• Enzimas proteolíticas 
 
 
GIARDIA LAMBLIA 
PATOGENIA 
 
 
 
GIARDIA LAMBLIA 
PATOGENIA 
 
2. Encistamento - Processo de diferenciação de 
trofozoítos em cistos. 
 
• Estímulos ambientais – pH alcalino, altos níveis 
de bile e baixos níveis de colesterol. 
 
• CWPs – formação da parede cística 
 
• CP2 – essencial para o processo de 
encistamento. 
 
 
 
GIARDIA LAMBLIA 
PATOGENIA 
 
3. Variação antigênica – Mudanças de antígenos de superfície 
altamente imunogênicos 
 
• VSPs – compreende um repertório de aproximadamente 200 
genes 
 
• Sobreviver ao ambiente hostil do intestino delgado 
• Evadir o sistema imune do hospedeiro 
• Infectar uma vasta gama de hospedeiros 
 
 
GIARDIA LAMBLIA 
IMUNIDADE 
 
 Evidências de resposta imune protetora: 
 
 Natureza autolimitante da infecção 
 
 Detecção de anticorpos específicos anti- G.lamblia no soro dos 
indivíduos infectados 
 
 Maior susceptibilidade de indivíduos imunocomprometidos à 
infecção (hipogamaglobulinemia e AIDS) 
 
 
GIARDIA LAMBLIA 
IMUNIDADE 
 
 Níveis elevados de IgE 
 
 Mastócitos – processo inflamatório 
 
 Aumento de eosinófilos 
 
 
 
 
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SINTOMATOLOGIA 
 
• Diarreia aguda ou crônica 
 
• Dor epigástrica 
 
• Náusea 
 
• Vômitos e mal absorção levando à perda de peso 
 
 
GIARDIA LAMBLIA 
Epidemiologia 
GIARDIA LAMBLIA 
 
 Protozoário entérico ubíquo 
 Capaz de infectar diversos hospedeiros vertebrados incluindo o 
homem. 
 
 Giardiose - doença de elevada morbidade mundial que acomete 
cerca de 280 milhões de pessoas a cada ano. 
 
 A infecção é caracterizada principalmente por diarreia, má-
absorção e deficiência no crescimento de crianças. 
 
 
GIARDIA LAMBLIA 
 
 Grupo etário mais acometido situado entre 8 meses e 10 a 12 
anos (creches). 
 
 A G. lamblia é reconhecida como um dos agentes etiológicos 
da “diarreia dos viajantes” em zonas endêmicas (> 14 dias). 
 
 Os cistos podem resistir até 2 meses no meio exterior e são 
resistentes ao processo de cloração da água. 
GIARDIA LAMBLIA 
Diagnóstico Parasitológico 
DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO 
 
 Exame parasitológico de fezes (EPF) 
 
 Testes imunológicos – ELISA e IFA 
 
 Testes moleculares - PCR 
 
EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES (EPF) 
 
 Objetivo: diagnosticar os parasitos intestinais 
 
 Exame macroscópico: permite a verificação da consistência das 
fezes, do odor presença de elementos anormais, como muco ou 
sangue. 
 
 Exame microscópico: visualização dos cistos e trofozoítos de Giardia 
lamblia 
 
COLETA E CONSERVAÇÃO DAS FEZES 
 Instruções sobre a coleta 
 
 Recipiente limpo e seco 
 Frasco próprio, de boca larga, bem fechado e identificado 
 
 Identificação: nome do paciente, idade, data e, se possível, hora da 
coleta. 
 
+ recomendado: três amostras em dias alternados. 
 
COLETA E CONSERVAÇÃO DAS FEZES 
 Tipos de conservadores: 
 
 MIF – mercúrio, iodo e formol 
 Formol 10% 
 SAF – acetato de sódio, ácido acético e formol. Utilizados para 
trofozoítos em fezes diarreicas 
 
 Proporção: 3 partes de conservador : 1 parte de fezes. 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL GIARDIA LAMBLIA 
 
Exame Parasitológico: 
 
• Nas fezes formadas – pesquisa de cistos (método de Faust e cols) 
 
• Nas fezes diarreicas – pesquisa de trofozoítos, devem ser 
examinadas imediatamente após a coleta ou colocar em soluções 
conservantes pois os trofozoítos têm viabilidade curta 
 
• No fluido duodenal – pesquisa de trofozoítos em biópsia jejunal (para 
casos de diarreia crônica) 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL GIARDIA LAMBLIA 
 
 Método de Faust e cols (centrífugo-flutuação): 
 
• Baseado na centrifugação e na flutuação em uma solução de sulfato 
de zinco. 
 
• A principal aplicação do método de Faust é a pesquisa de cistos de 
protozoários. 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL GIARDIA LAMBLIA 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL GIARDIA LAMBLIA 
DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO 
 
 
a) forma cística 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL GIARDIA LAMBLIA 
DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO 
 
 
b) forma trofozoíta 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL GIARDIA LAMBLIA 
 Imunológico: 
 
• Imunofluorescência direta 
 
• Nas fezes – pesquisa de antígenos por ELISA – sensibilidade em 
torno de 85% a 95% e especificidade de 90 a 100% 
 
 Molecular: 
 
• Amostras de água – pesquisa deDNA parasitário por PCR 
 
GIARDIA LAMBLIA 
Tratamento e profilaxia 
GIARDIA LAMBLIA 
TRATAMENTO 
 
Derivados nitroimidazólicos: 
 
Metronidazol (Flagil) – um dos fármacos mais utilizados. 
Tinidazol (Fasigyn) 
Ornidazol (Giarlam) 
Secnidazol 
 
 
 
GIARDIA LAMBLIA 
MEDIDAS PROFILÁTICAS 
 
 Evitar contato com animais infectados, não levá-lo para defecar em 
ambientes públicos 
 
 Evitar a ingestão de água e alimentos contaminados 
 
 Tratamento de esgoto 
 
 Medidas sanitárias educativas e controle de infecção de animais 
domésticos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigada!!